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EDITORIAL

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA|Presidente: Altair Rodrigues de Paula (REJUR/Londrina)|Vice-Presidente: Silvio do Lago Padilha (REJUR/Belo Horizonte)|1º Tesoureiro: JoséCarlos Pinotti Filho (REJUR/Londrina)|2º Tesoureiro: Patrícia Raquel Caires Jost Guadanhim (REJUR/Londrina)|1º Secretário: Marisa Alves Dias Menezes (JURIR/SãoPaulo)|2º Secretário: Henrique Chagas (REJUR/Presidente Prudente)|Diretor Regional Norte: Liana Cunha Mousinho Coelho (JURIR/Belém)|Diretor Regional Nordes-te: Maria dos Prazeres de Oliveira (JURIR/Recife)|Diretor Regional Sudeste: Sonia Lucia dos Santos Lopes (JURIR/Rio de Janeiro)|Diretor Regional Centro-Oeste:Gustavo Adolfo Maia Junior (JURIR/Brasília)|Diretor Regional Sul: Mariano Moreira Júnior (JURIR/Florianópolis)

REPRESENTANTES JURÍDICOS 2006/2007|JURIR/AJ: Paula Giron Margalho; JURIR/BU: Henrique Chagas; JURIR/BE: Renato Lobato de Moraes; JURIR/BH: Simone Solangede Castro Rachid; JURIR/BR: Luciano Caixeta Amâncio; JURIR/CP: Flávia Elisabete de Oliveira Fidalgo Souza Karrer; JURIR/CG: Cleonice José da Silva Herculano; JURIR/CB: Gustavo Eduardo Reis de Siqueira; JURIR/CT: Jayme de Azevedo Lima; JURIR/FL: Marcelo Oscar Silva Santos; JURIR/FO: Adonias Melo de Cordeiro; JURIR/GO: IvanSérgio Vaz Porto; JURIR/JP: Fábio Romero de Souza Rangel; JURIR/ME: Carlos André Canuto de Araújo; JURIR/MN: Alcefredo Pereira de Souza; JURIR/NA: Carlos Robertode Araújo; JURIR/PO: Jaques Bernardi; JURIR/PV: Cláudia Elisa de Medeiros Teixeira; JURIR/RE: Paulo Melo de Almeida Barros; JURIR/RJ: Leonardo Faustino Lima;JURIR/SA: Jair Oliveira Figueredo Mendes; JURIR/SL: Samarone José Lima Meireles; JURIR/SP: Marisa Alves Dias Menezes; JURIR/TE: Renato Cavalcante de Farias;JURIR/VT: Rodrigo Sales dos Santos; DIJUR/GERID: Edson Pereira da Silva; GEAJU: Elisia Souza Xavier; REJUR/CV: Roseli Aparecida Bettes; REJUR/JF: Josiane MendesGomes Dias Pinto; REJUR/JM: Carlos Eduardo Leite Saboya; REJUR/LD: Daniela Pazinatto; REJUR/MR: José Irajá de Almeida; REJUR/NH: Clarissa Pires da Costa; REJUR/NT: Daniel Burkle Ward; REJUR/RP: Sandro Endrigo de Azevedo Chiaroti; REJUR/SM: João Carlos Matas Luz; REJUR/SR: Cleusa Maria de Jesus Arado Venâncio; REJUR/UB: Luciola Parreira Vasconcelos; REJUR/VR: Aldir Gomes Selles.

CONSELHO DELIBERATIVO|Membros Efetivos: Darli Bertazzoni Barbosa (Londrina), Renato Luiz Harmi Hino (Curitiba), Isabella Gomes Machado (Brasília), LuisFernando Miguel (Porto Alegre) e Bruno Vicente Becker Vanuzzi (Porto Alegre)|Membros Suplentes: Luciano Paiva Nogueira (Belo Horizonte), Marcelo DutraVictor (Belo Horizonte) e Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia).

CONSELHO FISCAL|Membros Efetivos: Paulo Roberto Soares (Brasília), Rogério Rubim de Miranda Magalhães (Belo Horizonte) e Julio Cézar Hofman (Maceió)|MembrosSuplentes: Ivan Sérgio Vaz Porto (Goiânia) e Éber Saraiva de Souza (Cuiabá).

CONSELHO EDITORIAL|Altair Rodrigues de Paula e Roberto Maia|Jornalista responsável: Mário Goulart Duarte (Reg. Prof. 4662) – E-mail: [email protected] Gráfico: Marcelo Torrecillas|Editoração eletrônica: José Roberto Vazquez Elmo|Capa: Eduardo Furasté|Ilustrações: Ronaldo Selistre|Tiragem: 1.200exemplares Impressão: Gráfica Pallotti|Periodicidade: mensal

Endereço em Brasília/DF: SBS, Quadra 2, Lote 1, BL S, Sala 1205|Edifício Empire Center|CEP 70070-100|Fone (61) 3224-3020|E-mail: [email protected]ária: Priscila Christiane da Silva.

Endereço em Londrina/PR: Rua Santa Catarina, 50 / sala 602|CEP 86.010-470|Fone (43) 3323-5899|E-mail: [email protected]|Secretárias: Tatiane StabileDantas Buzinaro e Ivete Augusta Pereira|Auxiliar Administrativa: Thaís Bender.

0800 400 8899 O Boletim da Advocef é distribuído aos advogadosda CAIXA e a entidades associativas.www.advocef.org.br | Discagem Gratuita

2 Setembro | 2007

Sobre operários e ferramentas

O Boletim que chega às mãos de nos-sos leitores contempla uma compo-

sição de grande representatividade.Ao completar o sétimo ano de circu-

lação ininterrupta, o veículo informativode nossa Associação traz duas matériasque se completam e se integram numúnico objetivo: analisar e comentar, comespírito franco e percepções recolhidasdas bases, os elementos de maior impor-tância e destaque no cotidiano de nos-sos representados.

Em mais uma edição dessa série, des-nudamos a realidade vivida pelos advoga-dos, bem como as agruras que a catego-ria experimenta na maior parte das unida-des jurídicas.

Ao denunciar este infeliz resultado docrescente descasamento entre o volumede trabalho e o quantitativo de profissio-nais escalados para atendê-lo, a ADVOCEFecoa os reclamos de tantos que, mais doque trabalhar muito, querem trabalharmelhor.

Em outra matéria, sugerida pelos pró-prios colegas, estão espelhadas algumasdas muitas facetas das novas alterações

em curso em nossa língua portuguesa.Com foco na realidade dos advogados daCAIXA, o Boletim avalia as diversas con-seqüências dessas novidades.

Ao denunciar o

descasamento entre o

volume de trabalho e o

quantitativo de profissionais,

a ADVOCEF ecoa os

reclamos de tantos que,

mais do que trabalhar muito,

querem trabalhar melhor

E para mostrar a importância do tema,ilustrando a necessidade do bom uso doidioma na advocacia, o Boletim selecio-nou um artigo especial, publicado noencarte Juris Tantum desta edição.

Sabemos todos e desde sempre quea língua é uma das principais ferramentasde trabalho do advogado.

Um operário, sem o pleno domínio dasferramentas de seu ofício, é apenas umrazoável profissional.

Da mesma forma, um excelente ope-rário, sem a participação de tantos compa-nheiros quantos necessários à execução dotrabalho, será apenas mais um trabalhadorextenuado em meio aos demais, e o pro-duto de seu ofício não representará toda asua capacidade e a de sua equipe.

Pelo domínio e conhecimento crescen-te de ferramentas mais eficazes de nossolabor devemos todos lutar sempre. Por maisoperários clamam todos os que operam oDireito com tenacidade e força. A essesapelos a ADVOCEF continuará dando ecoe amplificação.

Diretoria Executivada ADVOCEF

Acompanhando as inúmeras publica-ções diárias e semanais que têm recente-mente dedicado espaço ao tema, a maté-ria sobre um novo português conta com avaliosa participação de alguns de nossoscolaboradores – fiéis leitores e competen-tes escritores –, conferindo ao assunto umavisão muito nossa, personalizada e vincu-lada à realidade desta comunidade.

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Advogados de menosOs problemas na rotina jurídica devido à carência de pessoal

Há dez anos, a REJUR/São José dosCampos atendia uma vara da Justiça

Federal com dois juízes, 27 fóruns da Jus-tiça Estadual e 27 da Justiça Trabalhista.Hoje, existem na região 10 varas da Justi-ça Federal, duas da Justiça Especial Fede-ral (distantes 130 km da REJUR) e um to-tal de 14 juízes federais, além das unida-des das Justiças Estadual e Trabalhista. Re-sultado: 13 mil processos sob a responsa-bilidade de cinco advogados.

Os dados são da representante jurídicada ADVOCEF Flávia Karrer, ilustrando umarealidade bem conhecida pelos profissio-nais da área. A última admissão de advo-gado na CAIXA ocorreu em julho de 2007,totalizando 26 até o momento, neste ano.Enquanto isso, desde janeiro já saíram daempresa 36 advogados. "A defasagemparece mesmo imbatível, para azar do Ju-rídico e da CAIXA", comentou o presiden-te da ADVOCEF, Altair Rodrigues de Paula.

Segundo Flávia Karrer, na REJUR/SãoJosé dos Campos são necessários no mí-nimo mais seis advogados, "para que sepossa pensar em um Jurídico adequado àdemanda". Isso sem deixar de reconhe-cer, ressalta, os investimentos feitos naREJUR envolvendo estrutura física, pesso-al de secretaria e equipamentos.

Flávia: nãoé normaltrabalharcom 1.600processos

cair em 50%, calcula. Como a REJUR pos-sui cerca de 12 mil processos, o númeroideal seria 12 advogados. Ainda faltariamsete. Detalhe: a REJUR encontra-se, ofici-almente, com sua lotação completa.

No JURIR/Fortaleza, Adonias Melo deCordeiro pensa num número ideal de 35advogados, mas trabalham lá apenas 25.Adonias também acha que deveriam serdisponibilizados dois estagiários no míni-mo para cada advogado. "Na grandemaioria das vezes dispomos de uma mão-de-obra altamente qualificada que justifi-ca o investimento", garante.

O JURIR/Vitória tem uma equipe de 16advogados, mas, segundo o representan-te jurídico Rodrigo Sales dos Santos, ne-cessita de 19.

Situação constrangedoraDescontinuidade dos trabalhos e risco

de perda de prazo são as principais con-seqüências quando há demora na reposi-ção de advogados. Sem falar na sobre-carga dos profissionais que ficam. FláviaKarrer observa que o trabalho de quemsai passa para alguém que já se encontracom demanda excessiva, expondo riscosao colega e ao cliente CAIXA.

Isso ocorre nas substituições de férias,nos afastamentos por motivo de saúde,entre outras situações. Instala-se uma con-fusão de processos e procedimentos, quechega a afetar o ambiente de trabalho,acrescenta João Luz. "Enfim, não pode-mos nos afastar sem impor ônus aos de-mais colegas. A situação chega a ser cons-

Adonias:Fortaleza

comporta umJurídico mais

expressivo

trangedora", corrobora Flávia.A área mais carente de profissionais

no JURIR/Fortaleza é a trabalhista, queconta com apenas dois advogados.Adonias acha que a capital nordestina, porseu porte, comportaria um Jurídico Regio-nal mais expressivo.

Pode-se ter uma idéia da carência naREJUR/São José dos Campos sabendo queo Consultivo está hoje sob a responsabilida-de do coordenador, pela indisponibilidadedos outros profissionais. Mesmo que essasituação não seja recomendável, como notaFlávia, por se tratar de desvio de função.

No JURIR/Vitória precisa-se de advoga-dos na Recuperação de Créditos, atual-mente bastante terceirizada, e no FGTS.

Devido à grande rotatividade, na REJUR/Santa Maria os advogados enfrentam ques-tões diversas ao longo do dia, pulando depoupança para FGTS, de habitacional pararesponsabilidade civil, etc. "Isso diminui aprodutividade", diz João Luz.

A estrutura idealE se houvesse mais advogados? Para

começar, conforme João Carlos Luz, aRecuperação de Crédito disporia de tem-po para analisar a viabilidade dos proces-

O quadro abaixo mostra os números da carência das unidades ouvidas na maté-ria. Na REJUR/São José dos Campos ainda não houve saídas de advogados. "A pri-meira serei eu, que completo tempo de trabalho em setembro de 2007, podendorequerer aposentadoria", avisa Flávia Karrer.

Unidade Última saída Última admissão Advogados que faltamJURIR/Fortaleza 02/5/2006 08/05/2006 10REJUR/São José dos Campos Não houve Há dois anos 6REJUR/Santa Maria junho/2007 Junho de 2007 7JURIR/Vitória 09/10/2006 03/11/2006 3

Na REJUR/Santa Maria, o advogadoJoão Carlos Matas Luz acredita que o nú-mero ideal de profissionais deve sair de umarelação de um advogado com dois estagi-ários para cada mil processos, mais Con-sultivo. Na área trabalhista essa relação deve

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sos executivos. O Consultivo poderiatranformar-se em Preventivo, pois os advo-gados teriam condições para esclarecer oscontratos. A própria interposição de açõesseria mais eficaz, tornando desnecessáriosos mutirões que são realizados para nãoprescrever o direito da CAIXA.

Bastam esses exemplos, segundo João,para mostrar a importância de um quadromaior. "A qualidade de vida do advogadomelhoraria e quem sabe não geraria estabi-lidade nos quadros do Jurídico da CAIXA."

Adonias imagina que seria possívelfazer visitas ao Judiciário, sugerindo prá-ticas para desobstruir as ações. Seria óti-mo também, segundo Adonias, ouvircom mais freqüência as sugestões dosjuízes, diretores de secretaria, oficiais eserventuários da Justiça.

Flávia diz que o Contencioso seria maisbem atendido. Afinal, diz ela, não se podeconsiderar normal um advogado trabalhar

na área de Ações Diversas e Trabalhistacom acervo de 1.600 processos. "Não po-demos nos acostumar com tais números epassar a supor que errado é aquele colegaque possui menor volume de trabalho."

Adonias conta que no concurso quefez para a CAIXA mais de 800 advogadosforam classificados e, ao final, a empresanão conseguiu preencher as 130 vagasoferecidas. "Houve um êxodo significati-vo para outras procuradorias federais oucargos de juízes e promotores."

João Luz reconhece o trabalho daADVOCEF, que se empenha nas ques-tões salariais, mas entende que sedeve priorizar a qualidade de vida.Uma maneira de obter isso seria limi-tar o número de processos por advo-gado. Haveria o pagamento de umvalor para cada processo que ultrapas-sasse o limite estabelecido. "Uma es-pécie de multa, a ponto de ser maisvantajoso para a empresa contrataroutro profissional."

Não foi o salário a principal razão paraa saída da advogada Aline Riccardi

(REJUR/Novo Hamburgo), em agosto de2007, cinco anos após seu ingresso na CAI-XA. Afinal, no Tribunal de Contas da União,onde trabalha desde 28/8, sua remunera-ção não difere muito do que percebia comoadvogada sênior. O essencial, frisa ela, éque no TCU "há uma contrapartida justaentre a exigência de qualidade e os recur-sos colocados à disposição".

Aline diz que leva da CAIXA "muitascoisas boas", fez grandes amigos, se apai-xonou pelo Direito do Trabalho e ganhouexperiência. Mas não foi boa "a sensaçãode impotência de quem fala sem ser ouvi-do". Ela argumenta que os advogados sãomaduros o suficiente para negociar com res-ponsabilidade, conhecendo as dificuldadesde quem representa o empregador. "Poderí-amos ter construído, juntos, soluções para anossa carreira e para a nossa empresa."

Aline pede aos ex-colegas que façamda ADVOCEF uma Associação cada vezmais forte. "Quanto mais qualificada e apa-relhada for, mais eficaz será esse que é o

Advogada diz que não saiu por causa do salário

O que poderia ter sidomelhor instrumento de negociação de quedispomos."

Leia seu depoimento."Saí da CAIXA por estar muito

desmotivada. Esgotada, para ser mais pre-cisa e sincera. Nossas condições de traba-lho pioraram na mesma proporção em queaumentaram as cobranças. A exigência quenos era imposta não tinha contrapartida. Naminha unidade, por exemplo, houve umlapso razoavelmente longo em que traba-lhamos, literalmente, com menos da meta-de do quadro.

Infelizmente, essa não era uma realida-de pontual. As vagas não estavam sendorepostas e o quadro, gradativamente, foidiminuindo, fazendo com que todas as uni-dades tivessem que administrar, sozinhas ea um custo pessoal muito alto, tais lacunas.

Não é difícil imaginar o quanto isso so-brecarregou os que ficaram. Cada advoga-do teve que agregar aos seus respectivosacervos, por si sós já bastante pesados, osprocessos de titularidade dos colegas queoptaram por seguir outras carreiras. O volu-me de trabalho tornou-se invencível e o cli-

ma organizacional entrou em curva descen-dente. Os advogados exauriram suas forçase seu entusiasmo carregando nas costas opeso do equivocado conceito de economiaadotado pela administração.

Cada profissional, na CAIXA, é respon-sável por um número de processos equiva-lente ao acervo de escritórios inteiros deadvocacia. Além disso, há muitas deman-das de grande repercussão econômica einstitucional. Por sermos responsáveis, essacircunstância gerou muita tensão. É altamen-te desgastante atuar em processos que va-lem milhões de reais ou a imagem da em-presa lutando contra o relógio.

Eu amava o que fazia na CAIXA e pro-vavelmente teria permanecido se tivésse-mos condições de trabalho aceitáveis e com-patíveis com o nível de exigência. Por issodeixei a empresa."

Aline: façama ADVOCEF

cada vezmais forte

Nome Lotação Admissão Desligamento DestinoVera Regina de Araujo Ramos JURIR/PO 28/01/1980 12/06/2007 Aposentadoria

invalidezElza Oliveira dos Santos JURIR/PO 22/10/1979 31/07/2007 AposentadoriaFábio Augusto Lima Rodrigues GEAJU 02/07/2007 31/07/2007 MPU (analista)Felipe Girdwood Acioli REJUR/NT 06/02/2006 13/08/2007 Iniciativa privadaAline de Lima Riccardi REJUR/NH 10/06/2002 27/08/2007 TCU

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Vem aí mais uma reforma ortográ-fica, com a intenção de aproximar

ainda mais os oito países que usam alíngua portuguesa (*). O trema seráabolido, assim como quase todos osacentos diferenciais sobreviven-tes da última reforma. Tam-bém os circunflexos deixa-rão as paroxítonas com le-tras duplas (vôo, enjôo,vêem). Em compensa-ção, passarão a comporo alfabeto as letras k, we y, finalmente aceitas.E é quase só isso. Nes-ta matéria, cinco ad-vogados da CAIXA,cronistas e articulistasdeste Boletim, comen-tam as alterações queafetarão o vocabulário bra-sileiro entre 0,5% e 2%.

Causando alguma polêmica, depoisde 17 anos de gestação (o acordo foiassinado em 1990), as mudanças che-gam quando as pessoas se comunicamcomo nunca, principalmente pelainternet. Para essa turma, justamente,pouco deverá mudar, na opinião de Wil-son Malcher, do JURIR/Brasília. "Minhaexperiência como professor mostra queos alunos, inclusive os universitários, sa-bedores da retiradas de acentos gráfi-

Agosto | 2007 5

portuguêsOutra renovação no idioma, para unir Brasil, Portugal, África e Ásia

cos, irão adorar a idéia. Até porque jánão os usam rotineiramente."

Já Éder López, do JURIR/Rio de Ja-neiro, acredita que haverá, sim, umacerta resistência. Nesses casos, observa,costuma prevalecer a idéia de que seterá que aprender tudo de novo. Ele pen-sa principalmente nos que trabalhamcom a língua escrita, como os advoga-dos, juízes e demais operadores do Di-reito. "Passada a novidade, o fato é quea maioria das pessoas se acostuma e per-cebe que houve efetivamente melhorasna forma de escrever."

Éder lembra que foi assim na refor-ma do início do século XX, que aboliuo ph de "pharmácia", e na reformada década de 70, que suprimiu umainfinidade de acentos diferenciais quefaziam a ortografia ainda mais caóti-ca. A extinção dos acentos remanes-centes, para ele, economizará dúvidase minimizará erros, com chances mí-nimas de comprometimento do senti-do. Um exemplo: "pelo contrário" di-ficilmente poderia ser confundido comum eventual "pêlo contrário", nagrafia atual.

Gosto da pêraAndré Falcão, do JURIR/Maceió, que

ainda estuda o tema, diz não concordarem princípio com a retirada do diferen-cial. "Este, sim, tem uma utilidade prá-tica notória. É certo que o sentido dafrase pode não deixar dúvidas se vocêvai PARA lá, ou se você PÁRA." E comoserá uma pêra sem acento? "Não teráo mesmo gosto."

Francisco Spisla, da REJUR/Londrina,arrola outro exemplo: "Em 'aquela for-ma não me agrada' está se falando doquê? A forma da mulher ou a fôrma debolo?"

Spisla diz que nunca teve muita difi-culdade com acentos e, quando preci-sou, consultou o pai-dos-burros, o dicio-nário. Mas ele nota que há muita difi-culdade com algumas palavras. "Coco"seguidamente aparece grafada "côco".A justificativa é sempre "porque senãofica coisa feia". A preocupação às ve-zes piora tudo. "Lembro de um eventonum hotel do Nordeste, chiquérrimo,que apresentava nas mesas o menu,nomes de pratos franceses para oantepasto, o prato principal também emfrancês e a sobremesa... 'mousse decocô'".

A última do

Malcher: os acentos já não são usados mesmo

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6 Setembro | 2007

O que vai mudar

Em todo caso, diz Spisla, ainda bemque todos os acentos não foram supri-midos, "coisa que o cágado penhorada-mente agradece".

Para André Falcão nada parecia maisinútil, mas ao mesmo tempo maischarmoso que o trema. "O cara escre-ver com trema conferia aparência desaber. É feito carro luxuoso em mão depobre inconformado: satisfaz a si e à hi-pocrisia da sociedade, que teima emavaliar conforme as aparências. Boba-gem rematada. Já vai tarde."

Mal de AlzheimerVai tarde também, para André, o cir-

cunflexo dos verbos com e duplo (veem,leem) e das palavras findas em oo. "Ora,ninguém diz crÉem. Pra que, então, em-prestar o som do circunflexo ao que já otem por si?" André tampouco vai cho-rar uma lágrima pelo fim do acento agu-do nos ditongos abertos. "Alguém falaassemblÊia, por acaso, para necessitardessa agudeza redundante?"

André saúda a chegada do k, w e y.Mas confessa uma preocupação. "É quetemo que signifique menos um beneplá-

cito nosso em relação a essas pobresexcluídas e mais uma constatação denossa americanização subserviente eabasbacada."

Éder López nota que a inclusão des-sas letras só corrobora o que já vinhaacontecendo na prática, em "keyne-siano", "taylorista" e "kuwaitiano".

Spisla diz que as mudanças represen-tam desafios para continuar estudando

a língua e escrevendo. "Isso provocaexercício mental que, além de deixar océrebro sempre atento, evita o mal deAlzheimer." Ele acha que os escritores,na verdade, devem sentir uma certa sa-tisfação em utilizar as novas regras. Écomo se dissessem: "Estão vendo comoacompanho a evolução da língua?"

Nóvas graphiasSegundo os defensores da reforma,

o português é a única língua ocidentalimportante a ter duas ortografias ofici-ais, a portuguesa e a brasileira. Daí aimportância da unificação. Mas o acor-do, firmado pela Comunidade dos Paí-ses de Língua Portuguesa, não foi ratifi-cado até hoje. Ia entrar em vigor em2008, mas acaba de ser adiado. Ape-nas o Brasil, Cabo Verde e São Tomé ePríncipe parecem interessados nele. Por-tugal, o inventor da língua, continua pos-tergando. Segundo uma fonte do gover-no ouvida pela Folha Online, a reformafará com que o português falado no Bra-sil se torne o idioma internacional.

O assunto praticamente não tem re-percussão em Portugal. Tanto que Wil-

Falcão: pera sem acentoterá gosto diferente

O ACENTO CIRCUNFLEXO não serámais usado:- nas formas paroxítonas dos verbos

com letras duplas, como crêem,dêem, lêem e vêem.

- e em paroxítonas terminadas em oo,como enjôo e vôo.

O ACENTO AGUDO não será mais usado:- nos ditongos abertos ei e oi de pala-

vras paroxítonas, como assembléia eidéia.

- nas palavras paroxítonas com i e utônicos, quando precedidos de diton-go, como em feiúra e baiúca.- nas formas verbais com u tônico pre-cedido de g ou q, como averigúe,apazigúe, argúem.

EM PORTUGAL:- desaparecerão o c e o p mudos de

palavras como acto e adopção.- será eliminado o h de palavras como

herva e húmido, que serão grafadascomo no Brasil, erva e úmido.

O ALFABETO passa de 23 para 26 letras,com a incorporação de k, w e y.

O HÍFEN não será mais usado:- quando o segundo elemento

começa com s ou r, devendoestas consoantes ser duplicadas,como em antirreligioso eantissemita. Exceção: quan-do os prefixos terminamcom r - como em hiper-re-quintado.

- quando o prefixo terminaem vogal e o segundo ele-mento começa com umavogal diferente. Exemplo:autoestrada.

O TREMA deixará de existir.

ACENTO DIFERENCIAL: Vá-rios deixam de existir, comoo de pára (verbo), que eradiferenciado de para (prepo-sição).

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O advogado Éder López destacou alguns exemplos de palavras utilizadas no mun-do jurídico que sofrerão alteração:

No mundo jurídico

Éder: as alteraçõesno Direito

Sem trema:- Arguição de preceito fundamental- O regime de participação final nos

aquestos.- Exequível, exequente, exequendo- Equidade, equitativamente- Cautelar de sequestro- Consanguíneo- Antiguidade e merecimento

Sem acento:- Os autores arguem- O remédio heroico- O polo ativo.- Assembleia-geral de credoresSem hífen (pondo fim às controvérsias)- norma constitucional autoaplicável- norma tributária antielisão

son Malcher, que foi para lá cursar dou-torado e mestrado em 2004, nunca ou-viu nada a respeito. "Se tivesse conhe-cimento dessa unificação, talvez a tives-se utilizado como resposta ideal àque-les que, de forma zombeteira, afirma-vam que eu chegara a Portugal paraaprender português."

Na prática, em se tratando de unifi-cação cultural, tudo é mais complexo.Como nota a revista Veja em matériaespecial, mesmo com uma só ortogra-fia dificilmente uma dona-de-casa por-

tuguesa vai comprar um livro de culi-nária brasileiro que fale em "açougue"("talho" em Portugal), assim como umcarpinteiro brasileiro não vai entendera palavra "berbequim" (furadeira) es-crita em um manual português. "De ou-tro lado, a grafia cheia de letras mu-das - tecto, facto, acto - não impediu oportuguês José Saramago de ser best-seller no Brasil."

Como conseqüências imediatas, devehaver vantagens para os professores deportuguês e prejuízos para as editoras. Osprimeiros terão as agendas lotadas parapalestras, as segundas precisarão refazerseus catálogos com a nova grafia. A edi-tora Melhoramentos já fez os cálculos: sóa atualização do seu banco de dados fi-caria entre R$ 200 mil e R$ 400 mil.

Toda mudança causa transtornoscom os quais não se quer conviver, dizLeandro Cabral Moraes, do JURIR/Curitiba. E justifica, por escrito, pegan-do o espírito: "Mas não dá pra negarque tôda adopção de nóvas graphias,quando usadas como regra, occorrerampara facilitar a vida".

(*) Assinaram o acordo Brasil,Portugal, Angola, Guiné-Bissau,Moçambique, Timor Leste, Cabo

Verde, São Tomé e Príncipe.

Spisla: a forma da mulher ou afôrma do bolo?

A última

florO poeta Olavo Bilac (1865-1918)

compôs um dos poemas mais fa-mosos sobre o idioma. Nele, a célebreexpressão "última flor do Lácio" refe-re-se a uma região da Itália antiga, ondese falava o latim e de onde veio o fran-cês, o espanhol, etc, e, por último, oportuguês.

Bilac: poema à língua inculta e bela

Língua portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,És, a um tempo, esplendor e sepultura:Ouro nativo, que na ganga impuraA bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,Tuba de alto clangor, lira singela,Que tens o trom e o silvo da procela,E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aromaDe virgens selvas e de oceano largo!Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "Meu filho!",E em que Camões chorou, no exílio amargo,O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

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ARTIGO

Como todos sabem, não sou lingüis-ta, ou estudioso de gramática, então

o que passo a escrever é apenas a opi-nião de um intrometido que aceitou dis-correr sobre a reforma ortográfica da lín-gua portuguesa, a partir de uma visão par-ticular.

Quando cheguei a Portugal, em 2004, oBrasil - confesso que desconhecia - já haviaratificado o Acordo Ortográfico, surgido em1990, com o objetivo de criar uma ortogra-fia única para todos os países que têm oportuguês como idioma. Se tivesse conhe-cimento dessa unificação, talvez a tivesseutilizado como resposta ideal àqueles que,de forma zombeteira, afirmavam que euchegara a Portugal para aprender portu-guês (para alguns patrícios os brasileirosfalam "brasileiro").

É claro, eu também estaria"tirando sarro"! Mas sabemos quea língua é instrumento de políti-ca colonialista e os portuguesesnão "deixam passar" que existi-mos graças a eles, "os descobri-dores do Brasil".

Em todo o caso, não à toa, Portu-gal ainda não ratificou tal acordo. Ogoverno português já adianta que querpostergar por mais 10 anos a entradaem vigor das alterações. Com as modifi-cações antecipadas no acordo, calcula-seque 1,6% do vocabulário de Portugal serámodificado, enquanto o do Brasil mudaráapenas em 0,45%. Ademais, os portugue-ses são tradicionalistas, conservadores, ver-dadeiros "britânicos", como costumamironizar os "muy amigos" espanhóis.

Com efeito, os portugueses devem es-tar aplaudindo as palavras do nosso res-peitado Pasquale Cipro Neto (professor,escritor e apresentador do programa "Nos-sa Língua Portuguesa" exibido pela TV Cul-tura), segundo o qual "essas alteraçõesvêm para confundir a cabeça das pessoase para desestabilizar o que ainda nem estáestabilizado"; referindo-se, creio, às alte-rações incorporadas à língua portuguesaem 1971.

Sobre areforma ortográfica

Imaginemos, então, como será paraos discípulos de Camões admitir o fato deque o "facto" (terno) passa a ser grafadotal qual "fato" (acontecimento). Por ou-tro lado, para um brasileiro menos avisa-do, será tranqüilo perceber quando umportuguês pronunciar "deceção", para anossa conhecida "decepção".

Ao mesmo tempo, com a unificação,não mais poderá um estudante brasileirosustentar de forma desavergonhada, pe-rante uma mesa de avaliadores de tesede mestrado, que no Brasil está correta autilização da expressão "vez que", ao in-vés de "uma vez que".

É certo que mudanças provocam in-cômodos, notadamente para quem já seencontra na zona de conforto; ou, por-que não dizer, verdadeira repulsa paraaqueles que se negam a descer da torrede marfim. Portanto, perfeitamente, com-

preensível ouvir-se: "Eu odeio essas mu-danças!".

No entanto, perguntemos para a "ga-lera"! Essa mesma que passa horas nocomputador a trocar mensagens nas salasde "bate-papo" e que transporta para asala de aula a linguagem coloquial em-pregada em seu meio! Digo isso porque aminha experiência no dia-a-dia como pro-fessor mostra que os alunos, inclusive osuniversitários, se questionados sobre as al-terações e sabedores da retirada de acen-tos gráficos, irão adorar a idéia. Até por-que já não os usam rotineiramente.

É certo que alguns podem afirmar: Alíngua fica mais pobre! Outros tambémpodem dizer: Pobre, porém viva! Sim, uma

língua portuguesa contemporânea, ca-paz de continuar a desempenhar o pa-

pel de congraçamento e de uniãoentre os povos lusófonos, a partirde uma identidade gramatical.

Por isso mesmo, devo concor-dar com o emérito conhecedor dalíngua portuguesa AntônioHouaiss, falecido em março de

1999, que considerava importanteque todos os países lusófonos tives-

sem uma mesma ortografia. Enten-do que essa unificação, portanto, nada

mais é do que uma evolução natural eespontânea da nossa língua.

Enquanto isso, o povo, principalmen-te os mais jovens, continuará a criar suasgírias e expressões. E o Brasil, maior e me-lhor criador de novelas, continuará a ex-portar para os nossos irmãos de língua asgírias criadas por aqui, a exemplo da ex-pressão "show de bola", levada ao co-nhecimento dos portugueses através dosempre polêmico Alexandre Frota, ao par-ticipar, diga-se com o maior sucesso, deum programa de televisão do tipo "Casados Artistas".

Como afirmei desde o início: não soulingüista. Portanto, o que ouso dizer aquisão apenas palpites. Mas quem não gos-ta de opinar? Você, certamente, deve teruma opinião sobre o tema...

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Setembro | 2007 9

O vice-presidente da ADVOCEF, Sil-vio do Lago Padilha, participou do V

Encontro Nacional e do II Encontro Técnicodos Engenheiros e Arquitetos da CAIXA,ocorridos em Belo Horizonte, em 20/8. Oseventos reuniram dirigentes da CAIXA e re-presentantes sindicais e profissionais de todoo país. Na ocasião, a arquiteta EleonoraMascia Lisboa fez sua despedida da Presi-dência da entidade.

O presidente do Conselho Federal deEngenharia, Arquitetura e Agronomia(CONFEA), Marcos Túlio de Melo, ressal- Silvio: no evento da ANEAC

ADVOCEF em Belo Horizontetou em palestra o trabalho desenvolvidopela Engenharia da CAIXA. Lembrou que90% dos municípios brasileiros não dispõemde estrutura de engenharia e arquitetura,cabendo aos profissionais da área dissemi-nar essas atividades pelo país.

Foram empossados a nova Diretoria eos Conselhos Deliberativo e Fiscal eleitospara o biênio 2007/2009. O novo presiden-te, Alexandre Bacher, engenheiro civil lotadona GIDUR/Maceió, tem entre seus projetosa unificação das carreiras dos engenheirose arquitetos da CAIXA.

A verdadeira reforma do Judiciário é feita através dos meioseletrônicos, autorizados pelas leis 11.280/06 e 11.419/06, afirma

Sérgio Tejada, juiz do TRF da 4ª Região e secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça. Ele destaca,

entre outras inovações, o processo totalmente virtual,a utilização do Diário Oficial, as citações e intimaçõespor meio eletrônico, a certificação digital, a requisição

eletrônica de documentos instrutórios e o cumprimentode sentenças mediante troca de bancos de dados.

Na Justiça Federal, diz Tejada, mais de 80% de seusjuizados especiais são totalmente virtualizados e o

processo eletrônico já responde por 60% dos novos casos.Já existem mais de 2,5 milhões de processos

totalmente digitais, informa.

Portuguêsna rede

Nos últimos seteanos, o número defalantes da língua

portuguesa quenavegam na

internet aumentouem 525%. Mesmo

assim, aindarepresenta apenas4% dos usuários,

segundo arevista Veja.

Presidentesonline

Assim como os 27desembargadores dosTribunais de Justiça,os cinco presidentes

dos TribunaisRegionais Federaisterão acesso, em

tempo real, aprocessos eletrônicosno Conselho Nacional

de Justiça. Já têmlogin e senha,desde 30/8.

"Foi um brilhante trabalho de jornalismo", disse ojurista Ives Gandra Martins. Mas nada denovo: "Antes, a troca de impressões era

apenas oral. Agora, existe o meio eletrônico". Para o presidente da Fenaj, Sérgio

Murillo, o jornal cumpriu seu compromissocom a verdade. "Não há invasão de

privacidade. São pessoas públicas, numespaço público. Tudo o que fazem está sujeito a

registro sonoro e de imagem."

Cabe recurso? O fotógrafo Roberto Stuckert Filho, do jornal O Globo, registrou uma troca de e-mails entre osministros Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, durante o julgamento do mensalão no STF. Eles comentavam, entreoutros assuntos, uma suposta antecipação de voto do colega Eros Grau. Veja a repercussão.

3.1. O presidente da OAB, Cezar Britto, condenou o fato."Não será surpresa se começarem a colocargrampos nos confessionários para violar osegredo religioso da confissão", reclamou. Uma leitora do site Comunique-se definiuassim: "Os juristas discordam, os jornalistasdiscordam, então devemos acatar a decisãofinal. Que em questões jurídicas deve ser

dada pelo próprio Supremo. Se o Supremo deixou por issomesmo, é porque O Globo acertou. Não cabe recurso".

2. 4.

A verdadeira reforma Tejada acrescenta que no ano passado 23milhões de novas ações no país utilizaram 46 mil

toneladas de papel. Foram cortadas690 mil árvores, desmatada uma áreade 400 hectares e consumido 1,5 milhãode metros cúbicos de água, o suficientepara abastecer uma cidade de 27 milhabitantes durante um ano. Se fossemdigitais todos esses processos, observa o juiz, teria havido grandeeconomia para os cofres públicos em

papéis, energia, combustíveis.(Fonte: artigo "A Verdadeira Reforma do Judiciário",de Sérgio Tejada, publicado no site do CNJ)

3.1.

2.

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10 Setembro | 2007

No Brasil, aumentar em 1 por cento arede de esgoto significa evitar 216 mortes/

ano. Se o número de casas que recebemágua tratada aumenta 1 por cento, 108

mortes são evitadas/ano. Não têm acessoao saneamento básico 2,4 bilhões de

pessoas. Os dados são do estudo de MárioMendonça e Ronaldo Motta, "Saúde e

Saneamento no Brasil", Ipea, 2005.

1. Em 2007, pela primeira vez, há mais habitantes naszonas urbanas que nas rurais. Em 2015, haverá 22megacidades com mais de 10 milhões de habitantes cada,das quais dezesseis em países pobres. Em 2030, 60% dapopulação viverão em centros urbanos, o que equivale a 5bilhões de pessoas. Em 2050, o planeta terá 8,9 bilhões dehabitantes.Fonte: "Relatório sobre a Situação da População Mundial",ONU. Todos os dados foram transcritos por Frei Betto.

Na escutaResolução do Conselho MonetárioNacional nº 3.477, de 26/7/2007,obriga as instituições financeiras acriar ouvidorias. A CAIXA tem asua desde 2002. Nesse período,

recebeu 850 mil manifestações declientes e 180 mil ocorrências de

empregados. O resultado pode sermedido, segundo a advogada

Isabel Gomes, ouvidora da CAIXA:há nove meses a instituição nãoaparece no ranking Bacen, que

lista as instituições maisreclamadas do país.

Mestrado e livroO advogado da CAIXA

Wilson Malcher concluiu omestrado em Direito

Processual pela Universidadede Coimbra, apresentando a

dissertação "A Intervenção deTerceiros nas Ações

Coletivas", aprovada comdistinção. Em breve serátransformada em livro.

Só com vestibularEm 22/8 a Polícia Militar invadiu o Centro

Acadêmico 11 de Agosto, da Faculdade de Direitoda Universidade de São Paulo, a pedido de seu

diretor. Comentando o fato, o jornalista Elio Gasparilembrou o dia em que Pedro Calmon, reitor da

Universidade do Brasil, foi chamado à Faculdade deDireito do Rio, ocupada por estudantes. Calmon

chegava lá quando entrou um tenente da PM, comseus soldados. O reitor pediu que voltassem para a

rua. Explicou: "Aqui só se entra com vestibular".Super-ADVOCEFO desenho ao lado

acabou sobrando naedição passada, quando

se comemorou oaniversário da ADVOCEF(forte como deve ser a

representante da unidadede seus associados). Oautor é o artista gráficoEduardo Furasté, criadordas capas do Boletim.

Números do Brasil2.

Negociação coletivaA CAIXA pode apresentar, em 26/9, sua posição sobre as reivindicações específicas deeconomiários, inclusive dos advogados, no Acordo Coletivo de Trabalho de 2007/2008.

Até o momento a empresa limita-se a debater as cláusulas deinteresse geral e apenas com posições preliminares.

Na última reunião da Mesa Permanente CAIXA/CONTEC, em 12/9, houve acordo sobreo pagamento da participação nas modalidades anteriores do Saúde Caixa – quandonão havia limite para esse custeio. A empresa fornecerá extratos individuais até 20/

11, com a discriminação da dívida que será cobrada a partir de 20/1/2008, sematualização monetária.

Com a delegação da FENADV/ADVOCEF, participaram os advogadosDavi Duarte e Gustavo Adolfo Maia Junior.

Altair na EMGEAO presidente da ADVOCEF, AltairRodrigues de Paula, fez umavisita de cortesia à EMGEA,sendo recebido pelo diretor-presidente Valter Correia da Silva,que dirige a instituição desdejunho deste ano. Altair transmitiuos cumprimentos da categoria aosdirigentes, desejando sucesso nagestão e reforçando os laços daparceria entre as entidades.

Altair (no centro), com Josemir Mangueira Assis (diretor deTecnologia e Controle), Valter Correia da Silva (diretor-

presidente), José Carlos Zanforlin (consultor jurídico) e EugenSmarandescu Filho (diretor de Recuperação de Crédito).

Revista de Direito nº 5A Revista de Direito nº 5 terá lançamento especialem Brasília, em novembro. Atentos ao prazo de

fechamento da edição marcado para 21/9, váriosautores já encaminharam seus textos, antecipando-

se à data final. De excelente nível, segundo oseditores. Acatando sugestões de vários leitores, a

seção de jurisprudência será incrementada.

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Setembro | 2007 11

Mutirão no ParanáMais de 100 acordos nos contratos da EMGEA foram obtidos

no último mutirão de audiências da Justiça Federal do Paraná,somando R$ 4.559.871,40. Encerrado em 17/8, o evento

contou com o acompanhamento do JURIR/Curitiba, que, comseus "corretos procedimentos jurídicos nas diversas fases

processuais", foi destacado pela GITER/Curitiba.

Davi na GETENO advogado Davi Duarte deixou a

Consultoria Jurídica da CAIXA,assumindo na GETEN/STJ. Ex-presidente

da ADVOCEF (1996-1998), comimportante atuação nas conquistas dos

advogados da CAIXA, Davi atuava comoconsultor jurídico desde 2004. "Para mim

será excelente, pois considero a GETENum dos ótimos locais para trabalhar", disse Davi. "Agradeço aoportunidade de ter integrado a importante equipe da DIJUR e

volto a atuar no Contencioso, junto ao STJ, onde possoacompanhar de perto os julgamentos que cristalizam a

jurisprudência brasileira, em matéria legal".

Fazendo escolaO Jurídico da CAIXA mostrou o caminho, o Bradesco foiatrás: já desistiu de 80 dos 400 processos nos quais figuracomo recorrente no STJ. A CAIXA iniciou a parceria no anopassado, quando decidiu não reaver créditos inferiores a R$10 mil e avaliar, de forma geral, a relação custo-benefício namanutenção dos processos.

Mais com menosOs bancos lucraram R$ 14,52 bilhões no primeirosemestre de 2007, mas contrataram apenas 4.320trabalhadores. Apresentam o maior lucro e o menoríndice de contratação no período, segundo o CadastroGeral de Emprego e Desemprego do Ministério doTrabalho. As admissões nos bancos equivalem a 0,39%do total de 1,095 milhão de postos criados de janeiro ajunho. No mesmo período de 2006, o índice chegou a1,24%, com 11.508 vagas geradas pelo setor.

Juízes em faltaTodo ano, entram na Justiça brasileira25 milhões de processos. Na segundainstância a quantidade cresce a uma

taxa média anual de 63,66%.Atualmente, há 60,2 milhões de pleitosjudiciais em tramitação. Poucos juízes

e ausência de prazos rígidos para amovimentação de processos pelos

magistrados estão entre as causas damorosidade, segundo o presidente da

OAB, Cezar Britto.

O advogado Leopoldo Viana Batista Júniordeixou a gerência do JURIR/João Pessoa, cargo

que exercia há 11 anos. A equipe registrou acompetência e a independência com que o

profissional desempenhou sua função. Em seulugar assumiu a advogada Maria LauraDomingues de Oliveira Alcoforado, que,segundo expectativa dos colegas, dará

continuidade ao bom trabalho desenvolvidopela unidade.

Um grupo formado comprofissionais da

Procuradoria-Geral da União,a Consultoria-Geral da União

e a Procuradoria-Geral Federal

trabalha para quenenhuma ação

judicial impeça asobras do PAC. "Até

o momento jáidentificamos mais

de 140 dessas açõese nenhuma obstrui o

andamento do PAC", garantiuo ministro responsável pela

AGU, José Antonio DiasToffoli.

Leopoldo Viana2. Leopoldo foidesignado paracompor a ComissãoEspecial de Defesa doConsumidor doConselho Federal daOAB. A comunicaçãofoi feita em 10/8, pelopresidente nacional daOrdem, Cezar Britto.

1.

Balanço da AGU Em entrevista ao informativo EmQuestão, o ministro falou dos cincomeses de sua gestão e de iniciativascomo a implantação de um escritório

avançado no TCU paraagilizar os processosadministrativos, a parceriacom a Controladoria-Geralda União para fiscalizar osmunicípios e a criação daProcuradoria-GeralInternacional pararepresentar a União fora do

país e das câmaras de conciliaçãopara resolver os conflitos entreórgãos públicos. Em 21/8, foi criada aOuvidoria-Geral da Advocacia-Geralda União.

2.1.

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BR.

Cobrança diretaAs dívidas dos contribuintes do INSS só serão cobradas

na Justiça quando forem superiores a R$ 10 mil,segundo determina a portaria nº 296, que equipara oteto ao praticado pela Procuradoria Geral da Fazenda

Nacional. Há 354 mil dívidas com o INSS em valorinferior a R$ 10 mil, totalizando R$ 1 bilhão. A medida

vai reduzir custos nos tribunais e liberar osprocuradores federais para causas de maior impacto.

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Ano VII | Nº 055Setembro | 2007

Aula de Direito

0

Ano passado, escrevi algumas linhas demonstrandominha preocupação com nosso futuro. Estávamos às

vésperas da eleição para presidente (ou reeleição, comovimos depois). A crônica tinha por título: "Onde iremosparar?" Um desabafo, na verdade. Não buscava respos-tas. Apenas uma maneira de expor minha estupefaçãocom tudo o que vinha ineditamente ocorrendo.

Em amparo à minha irresignação, citei alguns dadosda economia. Principiei pelo pagamento da dívida com o

FMI. Brincadeira, não! Vazio imenso ficou.Falei também do estancamento da vendado patrimônio público - não sei pra que ficar

com aquilo que restou (CAIXA, BB,Petrobrás...). E por aí fui destilando minha ira,

até então contida. Trouxe à tona o absurdo aumen-to do salário mínimo, de 55 para 152 dólares (comopagar os empregados?), além da criação de 6 milhõesde empregos - e tome inserir miseráveis na economia,só pra atrapalhar. Não deixei barato: citei o aumento daexportação, de 60 para 199 bilhões de dólares, e, parafinalizar, contei que o risco-Brasil despencara de 2.400para 204. Sem dó nem piedade. Disse, mesmo!

Pois não pára de piorar! Do FMI não se ouve falarmais, mesmo! Até quase esqueci o bordão, lembra?"Fora, FMI!" Salário-mínimo, durma!, agora vale U$205! Os alimentos, pasme!, com desoneração tribu-tária (por isto que, para onde você olha nos super-mercados, só vê pobre). A mortalidade infantil re-duzida à metade (depois reclama-se do aumento

populacional). Universidade pública a rodo(pra quê?). Empregos, com carteira assi-nada, só fazem aumentar. As balanças co-mercial e de pagamentos, simplesmentesuperavitárias. O risco-país uma belamerreca: 1 décimo (verdade!). Até os ju-ros estão caindo! Isto pra não dizer - sain-do da economia -, da Polícia Federal, todasemana com uma Operação "alguma coi-sa", ou something, e desse Desenga-vetador-Geral da República. E tudo isto comuma política macroeconômica ortodoxa econservadora! Assim não dá!

Porém o principal alvo de minhairritação é o tal do Bolsa-Família. Pô!Assistencialismo? Nada a ver! Afinal, co-mida nunca encheu barriga de miserável!Só a da gente. A fome, entenda-se, re-sulta de uma política - acertada! - de anosde descaso. Assim, deve-se deixar o po-bre matá-la só após a realização de políti-cas públicas de médio a longo prazo, quedê escolaridade e emprego para todos,etc. De preferência, claro, apenas no pa-pel. Alguém precisa fazer algo! Urgente!

Se cansei? É... Cansei!

(*) Advogado da CAIXAem Maceió/AL

CRÔNICA

Optando por contar uma história sim-ples e bem montada, o ministro Joa-

quim Barbosa, do Supremo Tribunal Fe-deral, conquistou os colegas, a imprensa,o público e transformou em culpados os40 acusados pelo Ministério Público no jul-gamento do mensalão. "Isso é muito co-mum nos meus votos, essa busca da sim-plicidade, clareza e objetividade", definiuo ministro ao jornal o Estado de S. Paulo.

Ele admite que o voto pode servir delição para quem estuda Direito. "Fiz umaespécie de desconstrução da denúncia",disse. "A tradição aqui é examinar a situa-ção de cada denunciado. Um por um. Éassim que se faz em matéria penal. Pensei:isso não vai dar certo com 40 denunciados."Então decidiu transformar cada item dadenúncia numa "historinha", sintética e cla-

ra. "O segundo passo, que acho que foi fun-damental, foi a escolha dos tópicos. Eu co-mecei pelo quinto, não pelo primeiro."

O ministro diz que aprendeu a técnicano doutorado na França. "O texto do fran-cês é formal, tem lá suas regrinhas. Masquem escuta ou lê de imediato um traba-lho jurídico francês, quem lê as quatroprimeiras páginas de um trabalho de cemjá sabe o que está lá."

O processo do mensalão reuniu 11.200páginas, 140 apensos, 41 testemunhas,quarenta réus e 29 advogados. Ao encer-rar o julgamento, a ministra Ellen Gracie,presidente do STF, comentou: "Tenho di-ficuldade de crer que alguma corte nomundo se reúna em plenária num casotão complexo e debata com tanta minúcia,como fizemos".

(Com informações do O Estado deS. Paulo, Folha de S. Pauloe Consultor Jurídico)

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o: S

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André Falcão de Melo (*)É, cansei!