ecoturismo na comunidade de nazaré ro

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Revisão bibliográfica sobre o distrito de Nazaré e o ecoturismo como forma de renda.

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31

FACULDADES INTEGRADAS APARCIO CARVALHOCURSO DE CINCIAS BIOLGICAS - FIMCA

IURE ALVES SARMENTO

MEIO AMBIENTE E ECOTURISMO COMO CONTRIBUIO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE DE NAZAR PORTO VELHO / RO

PORTO VELHO/RO2015

IURE ALVES SARMENTO

MEIO AMBIENTE E ECOTURISMO COMO CONTRIBUIO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE DE NAZAR PORTO VELHO / RO

Trabalho de concluso de curso elaborado como requisito parcial para obteno do grau de Biloga, apresentadas Faculdades Integradas Aparcio Carvalho FIMCA.

Orientador (a): Ms. Ednair Rodrigues do Nascimento

PORTO VELHO/RO2015

2

IURE ALVES SARMENTO

MEIO AMBIENTE E ECOTURISMO COMO CONTRIBUIO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE DE NAZAR PORTO VELHO / RO

Trabalho de concluso de curso elaborado como requisito parcial para obteno do grau de Biloga, apresentadas Faculdades Integradas Aparcio Carvalho FIMCA.

Data de Aprovao: ___/___/____

Conceito: __________

Banca examinadora

__________________________________Prof, Ms. Ednair Rodrigues do NascimentoOrientadora

_________________________________

Examinador 1

_________________________________

Examinador 2

RESUMO

O ecoturismo de base comunitria tem sido desenvolvido como uma fonte de renda alternativa para diversificar a base produtiva de reas rurais e como estratgia para diminuir a presso sobre os recursos naturais. O objetivo do trabalho foi descrever de forma comparativa projetos de ecoturismo de base comunitria, utilizando dados secundrios e primrios. A anlise comparativa demonstra que, em termos econmicos, o ecoturismo de base comunitria tem sido um incentivo para a permanncia da populao local em reas rurais. Alm disso, o ecoturismo como alternativa econmica atua na promoo da conservao dos recursos naturais, financiando a proteo das reas naturais. Alm de gerador de renda direta para as comunidades, o ecoturismo tambm contribui para a manuteno dos recursos pesqueiros.

PALAVRAS-CHAVE: Ecoturismo. Envolvimento Comunitrio. Comunidade de Nazar/RO.

ASTRACT

The community-based ecotourism has been developed as an alternative source of income to diversify the productive base of rural areas and as a strategy to reduce the pressure on natural resources. The objective was to describe comparatively community-based ecotourism projects using secondary and primary data. The comparative analysis shows that in economic terms, the community-based ecotourism has been an incentive to the permanence of the local population in rural areas. In addition, ecotourism as an economic alternative acts to promoting the conservation of natural resources, financing the protection of natural areas. In addition to direct income generator for communities, ecotourism also contributes to the maintenance of fish stocks.

KEY WORDS: Ecotourism. Community Involvement. Nazareth / RO community.

SUMRIO

1 INTRODUO07

2OBJETIVO GERAL12

2.1OBJETIVOS ESPECFICOS12

3METODOLOGIA13

4REFERENCIAL TERICO11

4CARACTERIZAES DO DISTRITO DE NAZAR/ RO11

5DESENVOLVIMENTO DO TURISMO13

5.1Turismo E Gesto Participativa14

6ECOTURISMO15

6.1Ecoturismos e o Envolvimento Comunitrio18

6.2Ecoturismos, conservao e desenvolvimento.19

7POUSADA PEDRAS NEGRAS/RO23

8DISCUSSO25

9CONCLUSSO27

10REFERNCIAS29

1 INTRODUO

Segundo Kinker (2002), afirma que a rea do turismo que tem mais distinto e turismo de natureza tambm conhecido como ecoturismo, que faz uso de recursos naturais relativamente bem preservadas. Este crescimento ocorre por dois fatores principais: a demanda por melhor qualidade de vida e do fortalecimento da tica ambiental. No entanto Dias (2003), afirma que este tipo de turismo no implica necessariamente atitude ambientalmente amigvel e pode ser insustentvel e poluente.Assim surgiu o conceito de turismo sustentvel. Que visa proporcionar experincia turstica de qualidade, sem comprometer a conservao dos recursos em que ele suporta pode ser natural ou cultural; sempre buscando o equilbrio entre as trs principais reas que so ecologicamente suportvel, o que economicamente vivel e justa do ponto de vista tico e social (Pereira e Nelson, 2004).Fennell (2002) e Dias (2003), salientam que o turismo, reas naturais sustentveis chamado ecoturismo, entende que o homem como parte da natureza e responsvel por ela, dando a posio ativa para turistas e no apenas de admirador / observador. Com que os recursos naturais so utilizados de forma indireta e existe a aplicao de princpios e valores ticos que valoriza o conceito de sustentabilidade em desenvolvimento, direcionando o comportamento dos turistas e melhorando o aspecto educativo.De acordo com a Organizao Mundial do Turismo (OMT, 2000), afirma que o turismo compreende as atividades realizadas por pessoas durante a sua viagem e ficar em lugares diferentes do seu ambiente habitual, por um perodo consecutivo de menos de um ano para lazer, negcios ou outro.O passeio parte de um universo maior, chamado de lazer, que destinado a todas as atividades de lazer fora do sistema produtivo que est trabalhando (TRIGO, 2002).O turismo nacional tem sido favorecido em seu desenvolvimento, com o aumento do uso de carros e outros meios de transporte, sempre que possvel, a mobilidade das pessoas e coletiva dentro do pas (SANCHO, 2001).Sancho (2001) considera o turismo como uma espcie de exportao de uma regio ou nao at que o destino, o que vai gerar renda, vai impulsionar a criao de emprego, entrada de divisas que ajudam a equilibrar a balana e, assim, aumentar os impostos e incentivar as iniciativas empresariais.Com tudo isso leva concluso de que o turismo muito importante para o crescimento de qualquer economia, induzindo um pas, cidade ou municpio autossustentvel. Com isso vem a seguir muito importante para a economia do turismo no Brasil. Este acompanhamento conhecido como o ecoturismo.Ecoturismo definido como viagens responsveis a reas naturais com base na preservao do meio ambiente e promoo do bem-estar da comunidade local. Este segmento turstico depende da conservao dos recursos naturais. A parceria entre as empresas privadas que organizam experincias de viagem por natureza, e organizaes governamentais e no governamentais, que so responsveis sobre a importncia do desenvolvimento de programas de ecoturismo para um equilbrio entre atividades (LINDBERG e HAWKINS, 1999).Ao longo das atividades no Brasil, tivemos certa necessidade de avaliar a evoluo do ecoturismo no Brasil, portanto, os benefcios que eles podem trazer para as comunidades mais pobres, para entender o desenvolvimento da atividade e para levar a cabo uma anlise focada para as polticas pblicas como o ecoturismo combate s desigualdades sociais (PEREIRA, 2004).Ecoturismo teve seu forte crescimento no final dos anos 80, seguindo a tendncia internacional e de l os primeiros cursos de orientao foram oficializados pelo Instituto Brasileiro de Turismo - EMBRATUR (CARVALHO, 2008).Na dcada de 90, especialmente aps a Conferncia Mundial sobre Meio Ambiente e Sociedade, denominada ECO 92, realizada no Rio de Janeiro ecoturismo estabeleceu-se como um mercado que experimenta uma expanso significativa, aumentando o nmero de agncias e operadores especializados no Sudeste e Sul do pas (PIRES, 1998 e FARIA, 1999).

2 OBJETIVO GERAL

Propor a comunidade de Nazar sobre meio ambiente e ecoturismo da regio alavancando sua economia local.

2.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS

Estabelecer a ordenao geopoltica e dos recursos ambientais naturais, culturais e artificiais da Comunidade de Nazar /RO. Associar o ecoturismo como combate a desigualdade social. Caracterizar e classificar o Ecoturismo na regio com foco no desenvolvimento econmico da Comunidade.

3 METODOLOGIA

A Cincia tem como objetivo fundamental a aproximao sucessiva da realidade que nunca se esgota. Por este prisma a pesquisa tem um carter pragmtico, constituindo um ... processo formal e sistemtico de desenvolvimento do mtodo cientfico. O objetivo da pesquisa descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos cientficos (Gil, 1999, p.42).

3.1 Tipos de Estudo

O trabalho desenvolvido seguiu os preceitos do estudo exploratrio, por meio de uma pesquisa bibliogrfica, que, segundo Gil (2008, p.50), desenvolvida a partir de material j elaborado, constitudo de livros e artigos cientficos.Nesta perspectiva, a proposta de Gil (2008) foi utilizada nas seguintes etapas:

1 Etapa Fontes

Para a seleo das fontes, foram consideradas como critrios de incluso as bibliografias que abordassem o ecoturismo como fonte de renda em comunidades e consequentemente a temtica, e foram excludas aquelas que no atenderam a temtica.A seguir esto descritas as fontes que forneceram as respostas adequadas soluo do problema proposto:a) Foram utilizados 3 livros divididos em perfil do turista de aventura e do ecoturista no Brasil,contedo fundamental turismo e sustentabilidade e ecoturismo orientaes bsicas.Disponveis na internet e publicados no perodo de 1999 e 2013.b) artigos cientficos sobre a temtica foram acessados nas bases de dados Scielo,LILACS,Google acadmicos , publicados nos ltimos 10 anos (2001 a 2011).foram utilizados todos 9 artigos nacionais e 1 internacional, disponveis online em texto completo. Os seguintes descritores foram aplicados: turismo, ecoturismo, ecoturismo e sustentabilidade, Nazar/RO.c) foram utilizados 5 monografias disponvel na biblioteca do Google Acadmico, publicadas no perodo de 1999 a 2013.

2 Etapa Coleta de Dados

A coleta de dados seguiu os seguintes critrios:a) Leitura exploratria de todo o material selecionado (leitura rpida que objetiva verificar se a obra consultada de interesse para o trabalho);b) Leitura Seletiva (leitura mais aprofundada das partes que realmente interessam);c) Registros das informaes extradas das fontes em instrumento especficos (autores, ano, mtodo, resultado e concluses).

3 Etapa Analise e Discusso

Nesta etapa foi realizada uma leitura analtica com a finalidade de ordenar e sumariar as informaes contidas nas fontes, de forma que estas possibilitassem a obteno de respostas ao problema da pesquisa.

4 REFERENCIAL TEORICO

4.1 CARACTERIZAES DO DISTRITO DE NAZAR/ RO

O Distrito de Nazar esta localizado por via fluvial, 150 km de Porto Velho na margem esquerda da regio do baixo Rio Madeira, entre os Distritos de So Carlos e Calama, Por via terrestre ainda no h acesso, distancia-se da BR 319, sentido Porto Velho/RO Humait/AM por apenas 18 km (INCRA, 2005). A sede do Distrito tem uma populao de 90 famlias totalizando aproximadamente 450 habitantes. Em toda a rea de abrangncia do Distrito chega a aproximadamente 4.200 pessoas em grande maioria descendentes de seringueiros nordestinos e de indgenas que ocupavam a regio (IBGE, 2013).A economia de Nazar baseada na pesca para venda e consumo que se d, sobretudo no exuberante lago que se encontra atrs da comunidade, no extrativismo do aa e da castanha para vende e consumo, contudo outras frutas da floresta s para consumo, agricultura como mandioca, melancia banana, produo de farinha para venda e consumo e caa.De acordo com o Decreto N. 3.238, de 10 de Novembro de 1999, assinado pelo ento Presidente da Republica, Fernando Henrique Cardoso, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA), foi criada a Reserva Extrativista do Lago do Cuni, com areia aproximada de 55.850 com o objetivo e garantir a explorao autossustentvel e a conservao dos recursos naturais renovveis. A Reserva do Cuni tem uma populao de menos de 500 habitantes de um espao perfeito para os apreciadores da fauna, flora e hidrografia da Amaznia, sendo a maior reserva de produo da vida aqutica do estado. Podendo encontrar peixes como o pirarucu e o aruam, pssaros Omo as garas brancas e rosa e tambm pode encontrar boto tanto a cinza quanto o rosa (IBAMA, 1999).Tendo sobrevivido ate o inicio da dcada de 1960 pela extrao do ltex, a base econmica atual de sobrevivncia das comunidades que fazem parte do Distrito de Nazar e a agricultura, a pesca e extrativismo vegetal (IBAMA, 1999).Em relao sade, h um ponto de atendimento no Distrito, porem no h mdicos permanentes na regio do baixo madeira, Os moradores que necessitem de atendimentos especializados so encaminhados a Porto Velho ou recebem consultas por ocasies da ida desses profissionais a comunidade (NAPRA, 2004).Em se falando de perspectivas a agricultura tem causado grande expectativas de futuro promissor para os moradores do Distrito, Isso se dar pela instalao do Posto de Atendimento da EMATER, a produo tem crescimento significativamente. O apoio tcnico tem proporcionado tambm o incremento e a possibilidade para a implantao por parte do governo, de usinas de beneficiamento dos produtos locais (EMATER, 2005).NAPRA (2004) afirma que o cultivo da melancia tem se destacado na regio e atualmente visto como um dos grandes potenciais de arranjos produtivos locais. O transporte para escoamento da produo ainda dificultoso, tendo em vista ser apenas por via fluvial, no entanto passos significativos j foram dados com a permanncia pelo municpio e pelo estado de barcos para a realizao desse servio.Com isso a comunidade desenvolveu a festa da melancia na qual realizada na segunda semana do ms de agosto. Uma atrao econmica, festiva e cultural que j entrou nos roteiros de visita atrativa para o Estado de Rondnia e que cresce a cada ano (NAPRA, 2004).Em relatrio feito pela secretaria municipal de Programas Especiais e Defesa Civil (2015), afirma que a cheia do rio madeira em 2014 a comunidade de Nazar ficou totalmente tomada pelas guas. Situao pela qual jamais havia passado por situao semelhante, at hoje a comunidade ainda esta se recuperando, pois com a cheia foram perdidas produo de agricultura, muitos animais foram morte e casa desabadas e outras sem nenhuma condio de moradia no qual foram quase 3 meses com tudo submersos.A Sempedec, desde o incio do ano, realiza uma fora tarefa para atender a cerca de 2 mil e 800 famlias localizadas nos distritos do baixo e mdio Madeira com gua potvel e barracas para auxiliar na moradia para os desabrigados pela cheia do rio Madeira (2015)A populao aspira abertura de uma estrada considerando a pequena distancia que h do Distrito at a BR 319 de apenas 18 km. O grande empecilho que h o trajeto dessa via que passar pela Reserva Ecolgica do Cuni.

5. DESENVOLVIMENTO DO TURISMO

Para Ignarra (2003) a expanso do turismo est ligada a vrios fenmenos da globalizao. A evoluo dos meios de transporte, sobretudo o ferrovirio, facilitou a mobilidade dos marcando o incio da infraestrutura turstica homem, tornando-se uma atividade altamente lucrativa.O turismo um importante fator de gerao de renda para as pessoas. As localidades que descobrir e trabalhar seu potencial turstico so automaticamente beneficiados em diversas reas.

A atividade turstica entendida como um fator importante para qualquer economia local, regional ou nacional, pois o movimento constante de novas pessoas aumenta o consumo, incrementa as necessidades de maior produo de bens, servios e empregos e, consequentemente, a gerao de maiores lucros, que levam o aumento de riquezas pela produo da terra, pela utilizao de equipamentos de hospedagem e transporte e pelo consumo ou aquisio de objetos diversos, de alimentao e de prestao dos mais variados servios (ALEXANDRE, 2003, p.6).

A renda total gerada pelo turismo internacional em 2008 atingiu US $ 1,1 trilho e responsvel por 30% de todas as exportaes de servios D no mundo. No Brasil, o rendimento foi de cerca de 5,8 bilhes. O recorde de 197 milhes de viagens domsticas em 2012, divulgado pelo Ministrio do Turismo s demonstra o crescimento do turismo interno (BRASIL, 2009).A ascenso do sector do turismo, bem como a sua expanso econmica no cenrio mundial, tomou a necessidade de estudar, planejar e desenvolv-lo como uma fonte econmica global. O passeio inclui vrias reas, direta ou indiretamente, exigindo parcerias para o sucesso da atividade. Essas parcerias ajudam a consolidar as atraes tursticas. Para Melgar (2001), eles esto incentivando o movimento de pessoas para ver, fazer, sentir, ou desfrutar da sua existncia. Mas antes de cometer um atraente voc precisa identificar o seu potencial e criar metas para preservar suas riquezas naturais e culturais como o desenvolvimento do turismo sem planejamento pode trazer impactos negativos.Para Alexandre (2003), o turismo precisa ser planejado de modo que as necessidades e os recursos so geridos e transformados em estratgias que levem incluso de natural, histrico e cultural no circuito econmico, evitando seu uso predatrio. Portanto, o turismo deve ser desenvolvido de forma sustentvel, combinando a atividade com conservao ambiental.Para Ignarra (2003), um mercado composto por milhes de consumidores, necessrio entender a segmentao mais rpida a sua estrutura e as suas necessidades. Para o Ministrio do Turismo (2008), a segmentao uma forma de organizar o turismo para fins de planejamento, gesto e mercado. Como cada viagem pode ter mais de um motivo caracterizado por diferentes segmentos, um lugar para ter potencial para mais de um segmento. Um destino que se especializa em apenas um tipo de segmento este enfraquecendo seu mercado fazendo assim as perdas das principais moedas trazidas por outros turistas.A atividade turstica est ficando mais flexvel, orientada, diagonalmente integrada e ambientalmente sensvel. Em um planeta onde ele constantemente prega o desenvolvimento econmico sustentvel, tendo como alvo o ecoturismo est se tornando um homem combinando o mediador com a natureza com destaque para o Ecoturismo um dos grandes segmentos que tm diferentes modos (POON de 2007 citado NETTO et al., 2009).

5.1-TURISMO E GESTAO PARTICIPATIVO

A relao entre o turismo ea participao observado com a comunidade no processo de planejamento do turismo, que base do turismo sustentvel.Swarbrooke (2002), cita o termo "turismo sustentvel" como aquele que contm uma abordagem do turismo, que reconhece a importncia da comunidade local, como as pessoas so tratadas e desejo de maximizar os benefcios econmicos do turismo para esta comunidade.O turismo sustentvel definido como um modelo de desenvolvimento econmico projetado para uma melhor qualidade de vida da comunidade de acolhimento; que lhe dar o passeio uma experincia de qualidade e manter a qualidade do ambiente em que tanto a comunidade de acolhimento e os visitantes dependem (ANSARAH, 2004).A Organizao Mundial do Turismo (2012) define o desenvolvimento do turismo sustentvel como aquele que tem plenamente em conta os impactos econmicos, sociais e ambientais atuais e futuros, como resposta s necessidades dos visitantes, a indstria, as comunidades, o meio ambiente e de acolhimento.No contexto da discusso sobre o turismo e gesto participativa, importante compreender que o planejamento e desenvolvimento do turismo podem e devem ser influenciada pela comunidade, pela fora da elite do poder no capaz de representar, e atravs de uma verdadeira incluso e participao ativa na prpria atividade, fazendo com que os gastos so minimizados e melhorias maximizadas.Segundo Demo (2001) diz que a participao conquista, sendo um processo sem fim em um constante vir-a-ser, sempre fazendo no h participao suficiente, no terminou, porque ns imaginamos que completa mesmo de comear a regredir.Fischer (2007), destaca a ausncia da dimenso social da gesto, tanto na ao isolada e descontextualizada e gestores governamentais e no governamentais a partir da perspectiva dos cidados que utilizam os servios pblicos. E salienta que a participao parte do processo de gesto social que necessrio para ser alcanado.

6. ECOTURISMO

De acordo com Bueno et al. (2011), no incio do sculo XX, as teorias fordistas, alm de modificar a indstria tambm mudou as atividades tursticas. Estes adquiriram mais caractersticas padro, quando comearam a comercializar pacotes tursticos que ofertavam servios, como alimentao, transporte e lazer, produzindo o modelo caracterizado como turismo de massa. O turismo de massa eventualmente causando catstrofes ambientais durante os anos 1960, comprometendo a beleza natural das diferentes regies.Turismo destaca-se, neste contexto, atravs da gerao de riqueza atravs do uso de recursos naturais juntamente com as premissas de sustentabilidade. Em seguida, na comparao entre os dois modelos mencionados, o turismo sustentvel destaca-se como uma soluo para os problemas ambientais enfrentados atualmente (MEDINA, 2007).Neto (2007) aponta que, o primeiro uso do termo ecoturismo muitas vezes apontado Lascurin (1998). Mas Dias (2003), chama a ateno para o fato de que o primeiro a usar o termo era realmente Hertzer (1965), que apresentou as primeiras ideias sobre o turismo eo desenvolvimento, propondo para torn-lo uma ferramenta til para o desenvolvimento eco no momento em que ambiental crise surgiu.De acordo com Campos (2005, p.3), o ecoturismo uma nova concepo de turismo que supera as prticas convencionais. Segundo esse autor, essa modalidade de turismo nova, pois apresenta caractersticas de conservao do meio ambiente e educacional, na medida em que o turista tem respeito pelo espao visitado.Seguindo o mesmo sentido, Faria (2012) define Ecoturismo como:

O turismo planejado que promove a interao entre natureza e comunidade com visitas a uma utilizao sustentvel e conservacionista do patrimnio natural e cultural proporcionando melhoria na qualidade de vida da populao envolvida sem causar impactos negativos a territorialidade (FARIAS,2012, P.57).

Para designar ecoturismo, surgem diversas denominaes como turismo sustentvel, turismo alternativo, turismo responsvel e ainda turismo ecolgico. Essas definies direcionam o ecoturismo como um tipo de turismo tendo como principal atrativo a natureza, envolvendo o patrimnio e atrativo cultural em algumas conceituaes (FARIAS, 2012).Ainda sobre a origem dos termos ligados a esse tipo de turismo, Moraes (2000), ressalta que as razes do ecoturismo encontram-se na natureza e no turismo ao ar livre. Os visitantes que h mais de um sculo chegaram em massa ao Parque Nacional de Yellowstone (nos Estados Unidos da Amrica) foram os primeiros ecoturistas do mundo.Mitraud (2003, p.11), ressalta que dentro dos diversos segmentos tursticos, o ecoturismo vem sendo apontado como aquele que apresenta os mais altos ndices de crescimento, com um aumento de demanda variando de 10 a 20% ao ano, de acordo com diversos estudos.O conceito de turismo sustentvel,busca oferecer experincias tursticas de qualidade sem comprometer a conservao dos recursos sobre os quais se sustenta, sejam eles naturais ou culturais, sem buscando o equilbrio entre os trs eixos bsicos sobre os quais se apoia: suportvel ecologicamente, vivel economicamente e equitativo desde uma perspectiva tica e social (PEREIRA E NELSON, 2004).A Sociedade Internacional de Ecoturismo (The InternationalEcoturismSociety TIES) denota que essa atividade designa um envolvimento srio com a natureza e com a responsabilidade social, alm dos prprios viajantes ou visitantes, surgindo dessa forma a expresso viagem responsvel (MUNHOZ, 2010).Como afirma Chernela (2004, p.215), o foco do ecoturismo a valorizao dos recursos e o fornecimento de receitas para os povos locais que contribuem para a proteo dos ecossistemas ameaados, para a conservao da biodiversidade, por meio de uma aliana entre os defensores ambientais, a comunidade internacional de desenvolvimento e as populaes locais.Uma das grandes riquezas do ecoturismo consiste na gente que o promove, que o executa, que o planeja visto que apesar da rentabilidade econmica do turismo, quando se pensa nele em termos de ambiente natural tem como proposta o bem estar da comunidade local (DALE, 2005).

A atividade de ecoturismo praticada em reas naturais pode contribuir para a conservao da rea de destino e para manuteno dos valores da comunidade local. Na medida em que a filosofia do ecoturismo o desenvolvimento sustentvel, considerando tanto a diversidade biolgica quanto a qualidade de vida das populaes visitadas (NOGUEIRA; GHEDIN 2010, p.784).

Estudos e disponibilizado no Brasil (2007), apontam que para uma prtica turstica ser entendida como ecoturismo, necessrio oferecer aes para o turista est informado e ciente da importncia da conservao e reas visitadas.Ao cobrir o diferencial entre o ecoturismo sector do turismo, Pires (2005 citado HINTZE, 2008), considera o servio para pequenos grupos de at 25 pessoas, o uso de instalaes com menos de 100 leitos; operaes com pequenas e mdias empresas, concentrando-se na conduo e alojamento de pequenos grupos para oferecer um servio personalizado, com o uso de materiais interpretativo e guias especializados, bem como a preocupao com o treinamento e a capacitao de guias, operadores e fornecedores de servios necessrios para a atividade.Para Azevedo (2007), os elementos que fazem parte desse tipo de turismo so sustentabilidade, natureza e cultura, que se inter-relacionam de uma maneira singular na Amaznia. Isso s vem confirmar o potencial do ecoturismo no Estado de Rondnia, onde essa atividade, que pode ser diversificada, ainda pouco explorada.Com isso, Faria (2012), ressalta que para desenvolver o ecoturismo necessrio levar em considerao alguns princpios bsicos:

Quadro l princpios bsicos para o ecoturismo. O Atrativo ecoturstico deve envolver o patrimnio natural e cultural utilizado de forma integrada;

Utilizao sustentvel e conservacionista dos atrativos;

Envolvimento da comunidade como planejamento e gesto participativa e comunitria das atividades ecoturstica;

Forma ideal de funcionamento em pequenos grupos respeitando a capacidade de carga e de suporte;

Valorizao atravs de formao e capacitao dos recursos humanos locais;

Conservao e valorizao das atividades tradicionais do lugar

Respeito identidade cultural e territorial do lugar.

FONTE: Ecoturismo Indgena: Territrio, Sustentabilidade, Multiculturalismo. (FARIA, 2012)

6.1 Ecoturismos e o Envolvimento Comunitrio

Para Bedim (2008), as foras produtivas que envolvem o turismo no s atua como Recriar modos de scia-organizao. O turismo, enquanto esfera produtiva diferenciada faz com que a coexistncia, (des) integrao ou sobreposio de diferentes formas de relaes de produo, gerando e acentuando as desigualdades dos diferentes ritmos de desenvolvimento (BEDIM, 2008, p.28).A junta de produo que define a prestao de servios diretos ou indiretos relacionados com o turismo adicione a processos sociais, costumes, espaos, indivduos e grupos humanos - que tm diferentes ritmos de transformao na histria, assim como a formao econmico-social que envolve o (BEDIM, 2007). O turismo um fenmeno social moderno nasceu das contradies do prprio maquinrio de produo da modernidade. Ento Bedim (2007), considera o produto do processo histrico moderno, inserindo entre os inmeros conceitos de modernidade e suas tendncias econmicas, polticas, culturais e ambientais transformando o mundo. A atividade ecoturstica pode proporcionar novas oportunidades de trabalho e renda para a populao local atravs da interao entre os turistas e a comunidade, agregando valor ao produto turstico sem esquecer a importncia da associao entre os poderes pblicos, privado e a comunidade para o desenvolvimento do ecoturismo. A incluso da comunidade, seja como forma de desenvolver o produto turstico ou como forma de aumentar os atores na tomada de decises, criam resolues democrticas que geram apoio para a proteo ambiental. nesse contexto que h uma ligao entre o turismo convencional e o turismo de base comunitria, que tem como meta a incluso da comunidade como tomadora de decises sobre a atividade turstica. Surge ento um novo modelo que engloba as duas premissas, chamado de ecoturismo de base comunitria (MENDONA E NEIMAN, 2005).Como afirmou Chernela (2004, p.215), o desenvolvimento do ecoturismo o desenvolvimento de recursos e proporcionando renda para a populao local que contribuem para a proteo de ecossistemas em perigo para a Conservao da biodiversidade atravs de uma aliana entre ambientalistas, da comunidade de desenvolvimento internacional e as populaes locais".

6.2 Ecoturismos, conservao e desenvolvimento.

O turismo e um grande movimento de pessoa e mercadorias para fenmeno sociais a qual tem "aspectos de showbiz, de Comrcio Internacional, parte dele e apenas divertimento inocente, j outra parte devastadora Fora modernizadora" (STRONZA 2001, p. 261).Nesse sentido, o turismo entendido como:Um fenmeno social que consiste no deslocamento voluntrio e temporrio de indivduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreao, descanso, cultura ou sade, se deslocam de seu lugar de residncia habitual para outro, no qual no exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando mltiplas relaes de importncia social, econmica e cultural (DE LA TORRE, 1994, p.19, apud DIAS, 2003, p. 29).

Um novo conceito de desenvolvimento deve levar em conta a sustentabilidade social: Distribuio de renda e diminuio da Desigualdade nos Padres de vida; sustentabilidade econmica, privilegiando a distribuio e o gerenciamento mais eficiente dos recursos; sustentabilidade ecolgica, de modo que o desenvolvimento econmico no comprometa a reproduo dos Ecossistemas; sustentabilidade espacial, expressa no equilbrio como relaes do espao rural e urbano; e sustentabilidade cultural, valorizar das diversas formas de relao entre o homem e a natureza (SACHS, 1993). Outros Tipos de turismo - ecoturismo, turismo ecolgico, Turismo de Natureza - so comumente vistos como mais sustentveis, mesmo comparados ao turismo de massa.O importante notar que o novo conceito de desenvolvimento desponta supostamente como novo paradigma, norteando polticas, regulando aes e estratgias de desenvolvimento regional. O ecoturismo surge, nesse contexto, fundamentando-se nas noes de sustentabilidades social, econmica, espacial e cultural. O ecoturismo , portanto, resultado da necessidade de lidar com os problemas causados pela atividade turstica nas ltimas dcadas, bem como as novas tendncias culturais, com o crescimento da demanda por novos tipos de alternativas de turismo que pode oferecer outro tipo de experincia para o turista: Uma experincia mais integrada no ambiente e culturas locais (STRONZA, 2001).Em qualquer caso definido, esta atividade est presente nas estratgias de desenvolvimento econmico e conservao de muitos pases. Agncias de desenvolvimento internacionais investem milhes de dlares em atividade (KISS, 2004). No Brasil, as polticas pblicas para o desenvolvimento desta indstria incentiva o seu crescimento. As polticas desenvolvidas para o setor do turismo na Amaznia, na dcada de 1990, tinham em comum a percepo do turismo como parte de uma estratgia regional e nacional de desenvolvimento alternativo. Grande parte das polticas e programas j desenvolvidos incorpora a retrica do desenvolvimento sustentvel, visando implant-lo atravs de atividades de "baixo impacto". Ecoturismo visto, portanto, como uma alternativa para o desenvolvimento sustentvel, permitindo a descentralizao econmica, distribuio de renda e permitindo a incluso dos atores sociais anteriormente excludos (KISS, 2004).O turismo comunitrio um termo cunhado em meados de 1990. Segundo Mitraud (2003), comunidade ou turismo de base comunitria pode ser definido como aquele em que as empresas locais tm um controle efetivo sobre o seu desenvolvimento e gesto. Hoje este tipo de turismo visto como um meio para apoiar a conservao da biodiversidade, pois se acredita que a atribuio de uma determinada rea para atividades de ecoturismo deve agir como um incentivo para a gesto adequada dos recursos neles existentes (BRANDON, 1995).De acordo com a Kiss (2004), na dcada de 1990, a USAID (Estados Unidos da Amrica Agncia de Desenvolvimento) teve 105 projetos (num total de dois bilhes de dlares) com componentes de ecoturismo. Entre 1988 e 2003, 32 dos 55 projetos financiados pelo Banco Mundial para apoiar as reas protegidas incluem o ecoturismo. Isso mostra que o ecoturismo visto por ambas as ONGs e organizaes governamentais (OMS projetos de design), para as instituies de financiamento (aprovao de projetos), como uma estratgia-chave para a conservao de reas protegidas.Finalmente, Rist (2000) aponta que as iniciativas de desenvolvimento no s deve dar importncia ao capital social como um pr-requisito para facilitar os resultados, mas estas iniciativas devem encontrar, ou contemplar meios para conservlo e aument-la. Segundo o autor, "... la cultura, la confianza y el capitais no filho medios con vistas multas sino al 'desarrollo" que sern alcanzados slo a condicin para mudar radicalmente modelo el' desarrollo "basado en la lgica del mercado" (RIST, 2000, p.149-150). Deve-se pensar em uma poltica de desenvolvimento, seja qual for o nvel, voc tem a preocupao de capacitar a comunidade local com ferramentas que podem gerar processos de crescimento e desenvolvimento com suas vidas (HIRSCHMAN, 1996), um desenvolvimento com liberdade (SEN, 2000), com acesso a recursos pblicos e privados (SALAMA e DESTREMAU, 2001).Na Figura 1, da pgina seguinte, esquematiza-se exemplo de linhas de trabalho e instrumentos para o processo de desenvolvimento local.

Figura 1 Linhas de trabalho e instrumentos para o processo de desenvolvimento localFonte: Adaptado do projeto Prorenda/RS - Promoo de processos de desenvolvimento local, 2002.

No Brasil, organizaes de conservao investir no ecoturismo, principalmente, como uma estratgia de reduo das ameaas biodiversidade locais (Fundo Mundial para a Natureza, Conservao Internacional, Wildlife Conservation Society). A justificativa que o ecoturismo depende da manuteno de reas naturais e riqueza de espcies de flora e fauna. Portanto, a proposio que o ecoturismo serve tanto como um incentivo para a conservao (ele precisa de uma rea bem preservada de trabalhar) como uma alternativa econmica para as prticas destrutivas de uso dos recursos naturais. A correlao entre a gerao de benefcios para o ecoturismo e melhores padres de conservao de recursos naturais ainda uma hiptese no testada. Em alguns estudos, criticou a aliana entre ecoturismo e conservao (WEST et al, 2006).

7. Pousada Pedras Negras/RO

Pousada Pedras Negras est localizado 760 km de distncia de Porto Velho, na RESEX Pedras Negras, no Vale do Guapor, no municpio de Costa Marques. A RESEX Pedras Negras tem 124.409 hectares e habitada por 19 famlias que vivem da agricultura, da caa e da pesca (DORIA e ROSENDO, 2003).As Organizaes No-Governamentais (ONGs), Organizao dos Seringueiros de Rondnia (OSR) e da Associao dos Seringueiros Vale Guapor (Aguap), a fim de defender os interesses dos seringueiros, trabalhou para consolidar as reservas extrativistas propondo alternativas econmicas e intervenes sociais, que permitam a manuteno dos seringueiros em reas protegidas (DORIA e ROSENDO, 2003). Desde 1997, um projeto de ecoturismo tem sido implementado em RESEX Pedras Negras. A iniciativa de ecoturismo era uma base de colaborao de entidades, alm da OSR e Aguap, a Ao Ecolgica Guapor (Ecopor). Alm disso, o projeto recebeu apoio financeiro e tcnico do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).Ecoturismo foi escolhido como uma alternativa econmica aps dois diagnsticos socioeconmico, seguido de estudos de viabilidade na rea. Com base na deciso das comunidades, as entidades envolvidas, OSR, Aguap, Ecopor, com o apoio da WWF Brasil, buscou conhecer os potenciais atrativos da RESEX para o ecoturismo e buscou apoio financeiro e tcnico (DORIA, 2004). De 1997 a 2003, os envolvidos no processo, eles trabalharam na execuo das infraestruturas receptivas, formao e comunidade de organizao e planejamento participativo atividades (MORAES, 2006). Segundo Doria e Rosendo (2003), o ecoturismo na RESEX Pedras Negras foi desenvolvido em duas fases principais. Na primeira fase, de organizao da comunidade e hospedagem dos primeiros grupos como teste, teve um investimento de US$40,000. Na segunda fase, de implantao de infraestrutura fsica e treinamentos, houve investimento de US$150,000. A infraestrutura compe-se de uma pousada rstica na selva com capacidade para 12 pessoas; alm dos apartamentos, h uma casa de seringueiro, um refeitrio, um mirante e um observatrio.A principal atrao da regio a histria local e pela associao com a comunidade mineira (MORAES, 2006). Alm disso, tambm h atraes naturais, como pssaros, macacos e plantas da Amaznia (MITRAUD, 2003).As principais fontes de renda da comunidade Pedras Negras so as vendas de mandioca e nozes, gerando uma renda anual mdia de US $ 400. Com a implementao do ecoturismo, as 14 famlias envolvidas na atividade comeou a ganhar benefcios econmicos de cerca de 80 dlares por ano (DORIA e ROSENDO, 2003). Embora esta receita considerado baixo em outras regies brasileiras, v-se que a gerao de renda extra de US $ 80 representou um aumento de 20% no rendimento mdio anual de famlias na rea. Na Pousada Pedras Negras, ficou acordado, em mdia, trinta visitantes por ano, o que deve gerar uma receita estimada de R $ 20.000,00, como o preo de quatro noites custo do pacote, em 2008, US $ 370 (REDTURS, 2008).

DISCUSSO

Para as organizaes dedicadas ao ecoturismo se conscientizarem do seu espao e papel na atividade, importante que cada uma delas perceba as diferentes necessidades das comunidades locais e que alinhe esses grupos com as estratgias nacionais de conservao/desenvolvimento. O mtodo aqui descrito foi idealizado para demonstrar aos interesses setoriais como eles se inter-relacionam com outros setores, revelando, por meio disso, novas oportunidades para a conservao e desenvolvimento possam trabalhar juntos. Esse processo adota as reas de proteo como foco para favorecer os valores das comunidades locais, enquanto proporciona educao para os turistas, em relao tanto s questes de conservao quanto s da prpria comunidade local.Segundo as principais lideranas da comunidade de Nazar/ RO privilegiado pela riqueza natural que possui. Porm apesar do potencial, a comunidade no vem sendo bem trabalhada para essa atividade. As comunidades rurais do entorno dos atrativos no recebem nenhum tipo de apoio; no h controle do nmero de turistas em cachoeiras pblicas; o que gera um forte impacto ambiental nesses lugares; no h servios de orientao ao turista; os servios tursticos prestados so desqualificados, e o turismo no est sendo feito de maneira ecolgica e atualmente promove a degradao ambiental em alguns atrativos.Alm das belezas naturais da rea, a cultura local da comunidade tambm deve ser entendida como atrativos ecoturstico, porm, as comunidades reforam a necessidade de cuidados e respeito em relao aos hbitos e costumes locais. Possibilitar o entendimento, por parte da comunidade, do que o ecoturismo e os impactos resultantes, bem como formas de insero nessa atividade, deve ser a preocupao do Plano.O maior acesso da informao garante populao local maior espao no planejamento e no processo de tomadas de deciso. A educao desempenha um papel poderoso no aumento do envolvimento da populao local.Os programas apresentados e outros similares acabam levando a um maior controle local sobre as reas de proteo e a atividade turstica. Portanto a populao local ao se envolver no estudo, na discusso e no planejamento das estratgias de controle do processo de tomadas de deciso relativo ao desenvolvimento, esta adotando um passo crucial no aumento e na valorizao de seu papel no ecoturismo e no desenvolvimento local.Crocker (2003) sustenta que o eco desenvolvimento participativo um meio de confrontar os efeitos danosos do turismo. O eco desenvolvimento participativo inclui elementos de cooperao, autogesto, co-gestao e solidariedade. Embora a maioria dos pases subdesenvolvidos admita que os velhos modelos econmicos no funcionem e s beneficiem os pases desenvolvidos, os quais acabam controlando a economia, existem modelos alternativos.Este trabalho apresentou a aplicao do mtodo de Pires (2001) na menor unidade federativa, o municpio, e no alvo de estudo o turismo, que segundo sua pesquisa original, foi nica cadeia produtiva, sobre a qual no foi elaborado nenhum projeta de desenvolvimento, onde a iniciativa no obteve resultado.Nesse sentido, uma continuao natural deste trabalho seria:

Estudo do Impacto Ambiental da proliferao de piv central e seus reflexos no potencial turstico do municpio; Estudo da validao do modelo proposto na regio; Estudo da Cadeia Produtiva da regio; Aplicao do mtodo em outros cenrios tursticos; Estudo da vinculao do ecoturismo com o turismo esotrico;

Portanto, espera-se que este trabalho tenha continuidade em sua aplicao em outras esferas territoriais, que mesmo no tendo o tempo necessrio de validao do mtodo, pode-se garantir que a atual pesquisa demonstrou um potencial de atuao amplo, e que pode levar a melhoria das condies sociais e econmicas em muitas outras regies do pas e que venham a definir como modelo terico de desenvolvimento regional brasileiro.

CONCLUSSO

Este trabalho mostrou o potencial do setor de ecoturismo para reduzir a pobreza e o papel da interveno governamental na construo desse objetivo.Considerando que o ecoturismo uma tendncia, em termos de turismo mundial, que aponta para o uso sustentvel de atrativos no meio-ambiente e nas manifestaes culturais, s haver condies de sua sustentabilidade, caso haja harmonia e equilbrio entre os seguintes fatores: resultados econmicos, mnimos impactos ambientais e culturais, e satisfao do cliente (ecoturista) e da comunidade.Os benefcios econmicos, sociais e ambientais do ecoturismo, identificados pelo IBAMA, so os seguintes: diversificao da economia regional (micros e pequenos negcios); gerao local de empregos; fixao da populao no interior; melhorias na infraestrutura de transporte, comunicao e saneamento; criao de alternativas de arrecadao para as Unidades de Conservao; diminuio de impacto sobre o patrimnio natural e cultural; diminuio de impacto no plano esttico-paisagstico; e melhoria nos equipamentos das reas protegidas.Por conta destes fatores o Ecoturismo foi elencado como possibilidade de influncia em trs mbitos deste contexto: proporcionados de renda extra, manuteno do ambiente onde se encontram os atrativos e o acesso a servios pblicos bsicos para os comunitrios em questo, proporcionando-lhes melhoria na qualidade de vida.O documento Diretrizes para uma Poltica Nacional de Ecoturismo", lanado oficialmente em 1995, refora a necessidade de gestores e operadores tursticos qualificados, e indica a ausncia de programas de desenvolvimento que atendam a esta demanda. Tambm reafirma que o mercado turstico internacional est consciente da oferta de recursos naturais do Brasil, porm, havendo necessidade de que sejam oferecidos produtos de qualidade.Atualmente, o ecoturismo praticado no Brasil de forma desordenada. O documento, acima citado, no garante, por si s, a implementao e a consolidao de uma poltica para o setor, despontando, assim, alguns empreendimentos isolados, que podem servir como parmetros, e outros tantos que surgem muito mais por uma oportunidade mercadolgica imediata, do que por um trabalho profundo de pesquisa e anlise de mercado, onde se permita um planejamento adequado para o desenvolvimento do setor.Para desenvolver o ecoturismo, de forma sistmica e equilibrada, so necessrias aes conjuntas das diversas partes envolvidas: rgos pblicos e privados (municipais, estaduais e federais), e a comunidade. Essas aes precisam ser planejadas de forma global, discutidas e compensadas pelas diversas partes envolvidas. defendido que a possibilidade de implantao desta atividade turstica apenas possvel atravs da organizao social com base na valorao do homem como sujeito central das aes a serem tomadas.A ideia da construo do associativismo para a presente conjuntura vem justamente potencializar a reflexo de que as possibilidades se tornam realidade quando h o uso da discusso crtica, ordenamento do pensamento, coeso de ideias e a prtica do trabalho em grupo.A associao dos comunitrios no primeiro momento organiza a ideia central de suas posteriores aes, estabelecendo metas a ser executado, fato este fundamental para o desenvolvimento do ecoturismo na comunidade de Nazar/RO, uma vez que a organizao social base para a sustentabilidade de qualquer atividade, e o turismo no deixa de ser includo nesta realidade.Dentre as principais aes, podem ser destacadas: levantamento dos atrativos potenciais, incluindo o desenvolvimento de metodologias, onde se determinem as suas condies de uso; envolvimento, esclarecimento e sensibilizao da populao local; estabelecimento de sistemas de monitorao dos parmetros de preservao das reas afetadas; formao e treinamento dos profissionais que prestaro.Servios como guias especializados e na hotelaria, priorizando a mo-de-obra local; e criao de uma base de dados, com informaes sobre os empreendimentos existentes (a exemplo dos ecolodges) e suas caractersticas.

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