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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ECONÔMICO DE OPERAÇÕES LOGÍSTICAS: O CASO DE UM COMPLEXO INDUSTRIAL Rafael Lipinski Paes Porto Alegre, Janeiro de 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

ECONÔMICO DE OPERAÇÕES LOGÍSTICAS : O

CASO DE UM COMPLEXO INDUSTRIAL

Rafael Lipinski Paes

Porto Alegre, Janeiro de 2008

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

ECONÔMICO DE OPERAÇÕES LOGÍSTICAS : O

CASO DE UM COMPLEXO INDUSTRIAL

Rafael Lipinski Paes

Orientador: Francisco José Kliemann Neto, Dr. Eng.

Banca Examinadora:

Professor Álvaro Gehlen de Leão, Dr. Eng.

Professor Cláudio José Müller, Dr. Eng.

Professora Giovana Savitri Pasa, Dr. Eng.

.

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Produção como requisito parcial à obtenção do título de

MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Modalidade: Acadêmica

Área de concentração: Sistemas de Produção

Porto Alegre, Janeiro de 2008.

3

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de

Produção na modalidade Acadêmica e aprovada em sua forma final pelo Orientador e pela

Banca Examinadora designada pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.

__________________________________

Prof. Francisco José Kliemann Neto, Dr.Eng.

Orientador PPGEP/UFRGS

___________________________________

Prof. Flávio Sanson Fogliatto, Ph.D.

Coordenador PPGEP/UFRGS

Banca Examinadora:

Professor Álvaro Gehlen de Leão, Dr.Eng.

(FENG/PUCRS)

Professor Cláudio José Müller, Dr.Eng.

(PPGEP/UFRGS)

Professora Giovana Savitri Pasa, Dr.Eng

(PPGEP/UFRGS)

4

A minha família, em especial,

aos meus pais e à minha vó Nica pelos

exemplos de vida e de valores que de forma

inestimável contribuíram com a formação de

meu caráter.

5

AGRADECIMENTOS

Neste momento, ao transpor mais esta fase gostaria de manifestar meus sinceros

agradecimentos a todos que contribuíram com a realização dessa dissertação.

Em especial, agradeço ao professor e amigo Francisco José Kliemann Neto pelo

exemplo de dedicação ao ensino superior e senso crítico. Obrigado pelos conselhos e

incentivos, os quais motivaram de forma preponderante a elaboração dessa dissertação e a

escolha de minha vida profissional.

Aos colegas de trabalho Hugo Santos, Márcio Kusuki, Alexandre Sabino, Marcos

Rech, Juliana Lima e Bráulio Silva que ao longo desses últimos anos compartilharam comigo

inúmeras e valiosas experiências profissionais e de vida. De fato, sem esse convívio nada

disso seria possível.

Á minha família, pelos conselhos e incentivos que prestaram não somente ao longo

dessa jornada, mas durante toda a minha vida. A Gabriela, pelas atitudes de carinho,

compreensão, dedicação e companheirismo manifestadas nos mais diversos momentos da

elaboração desta dissertação. A vocês palavras não bastam.

6

RESUMO

Em novas organizações baseadas em estratégias de integração industrial uma série de tomada

de decisões é realizada diariamente. A velocidade destas deve estar cada vez mais próxima da

velocidade com que são transportadas as informações, pois as decisões têm impacto cada vez

mais profundo e marcante no futuro das organizações. Tal situação, contudo, pode acarretar

profundas distorções na medida que exigem decisões cada vez mais rápidas e ao mesmo

tempo precisas. Nesse sentido, o desenvolvimento de sistemas de avaliação de desempenho

pode suportar os gestores quanto ao processo de identificação, análise e controle de

parâmetros relacionados à execução das atividades empresariais. Esta dissertação propõe uma

sistemática de avaliação econômica de operações logísticas baseada na integração de diversas

abordagens associadas a quatro áreas do conhecimento: (i) processos logísticos e de

gerenciamento da cadeia de suprimentos; (ii) avaliação econômica de cadeia de suprimentos;

(iii) técnicas de avaliação de investimentos e, por fim, (iv) sistemas de custeio de operações

logísticas e de cadeia de suprimentos. Propõe-se inicialmente a identificação e descrição das

operações, segue seu planejamento técnico-econômico, sua apuração dos resultados, a

estruturação e avaliação do desempenho econômico e, por fim a avaliação dos parâmetros

operacionais. A sistemática proposta é ilustrada através de sua validação parcial em um

complexo industrial automotivo.

Palavras-chave: Avaliação de Desempenho, Sistemas de Custeio e Logística.

7

ABSTRACT

In new organizations based on strategies for integrating industrial decision-making are

conducted daily. The speed of this must be increasingly close to the speed with which the

information is transported, because the decisions have an impact more profound and

significant in the future of the organizations. This, however, can cause profound distortions

once requiring decisions ever faster while accurate. Thus, the development of performance

evaluation systems can support the managers in the process of identification, analysis and

control of parameters related to the execution of business activities. This thesis proposes a

systematic for economic evaluation of logistics operations based on the integration of

approaches related to four areas of knowledge: (i) logistical and supply chain management

processes, (ii) economic evaluation of supply chains, (iii) techniques the evaluation of

investment and (iv) cost systems for logistics and supply chains operations. It is proposed

initially the identification and description of the operations, follows its technical-economic

planning, his finding of the results, the structuring and evaluation of the economy's

performance and the evaluation of operating parameters. The use of the systematic suggested

is exemplified by a case in a industrial automotive complex.

Key-words: Performance evaluation, Cost systems and Logistics.

8

SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................11

LISTA DE TABELAS .............................................................................................................12

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................14

1.1 Tema e Objetivos............................................................................................................18

1.1.1 Objetivo Geral.......................................................................................................19

1.1.2 Objetivos Específicos.............................................................................................19

1.2 Justificativa do Trabalho ................................................................................................19

1.3 Metodologia....................................................................................................................22

1.3.1 Método de Pesquisa...............................................................................................22

1.3.2 Método de Trabalho..............................................................................................22

1.4 Limites do Trabalho .......................................................................................................23

1.5 Estrutura do Trabalho .....................................................................................................23

2. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO EM LOGÍSTICA E NO GERENCIAMENTO DA

CADEIA DE SUPRIMENTOS................................................................................................25

2.1 Introdução à logística e ao gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM)................25

2.1.1 Evolução da logística............................................................................................25

2.1.2 Novos arranjos industriais como estratégia de gerenciamento da cadeia de

suprimentos.....................................................................................................................28

2.2 Modelos referenciais de processos logísticos e de gerenciamento da cadeia de

suprimentos...........................................................................................................................30

2.2.1 Abordagem de Ballou............................................................................................30

2.2.2 Abordagem de Novaes...........................................................................................31

2.2.3 Abordagem de Bowersox e Closs..........................................................................31

2.2.4 Abordagem do Supply Chain Council (SCC)........................................................33

2.2.5 Abordagem do Global Supply Chain Forum (GSCF)...........................................34

2.2.6 Discussão sobre as abordagens referenciais de processos logísticos e de

gerenciamento da cadeia de suprimentos......................................................................35

2.3 Modelos referenciais de indicadores de desempenho de cadeias de suprimentos

suportados pela avaliação econômica...................................................................................38

2.3.1 Abordagem de Stewart...........................................................................................40

2.3.2 Abordagem de Beamon..........................................................................................41

2.3.3 Modelo de Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu..........................................................43

9

2.3.4 Modelo de Lambert e Pohlen................................................................................45

2.3.5 Modelo SCC...........................................................................................................47

2.3.6 Discussão sobre os modelos referenciais de indicadores de desempenho de

cadeias de suprimentos suportados pela avaliação econômica.....................................49

2.4 Sistemas de custeio de operações logísticas e de cadeias de suprimentos .....................51

2.4.1 Sistemas de custeio genéricos...............................................................................53

2.4.2 Discussão sobre os sistemas de custeio genéricos tradicionais e modernos........65

2.5 Técnicas de avaliação de investimentos .........................................................................68

2.5.1 Valor Presente Líquido (VPL)...............................................................................68

2.5.2 Taxa Interna de Retorno (TIR)..............................................................................71

2.5.3 Tempo de Recuperação do Investimento (Payback)..............................................71

2.6 Conclusões sobre o capítulo ...........................................................................................72

3. SISTEMÁTICA PROPOSTA PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO TÉCNICO -

ECONÔMICO DE OPERAÇÕES LOGÍSTICAS...................................................................74

3.1 Fase 1 - Identificação e descrição das operações logísticas ...........................................74

3.1.1 Etapa 1 - Definição de cenários estratégicos........................................................75

3.2 Fase 2 - Planejamento técnico-econômico das operações logísticas..............................77

3.2.1 Etapa 1 - Definição de bases de dados por cenário..............................................77

3.2.2 Etapa 2 - Estruturação e implementação do fluxo de caixa e avaliação dos

investimentos..................................................................................................................80

3.2.2.3 Etapa 2.3 - Avaliação dos investimentos............................................................83

3.3 Fase 3 - Apuração dos resultados ...................................................................................83

3.3.1 Etapa 1 - Execução das operações logísticas.......................................................83

3.3.2 Etapa 2 - Sistema de apuração de custos..............................................................84

3.4 Fase 4 - Avaliação do desempenho econômico dos processos logísticos ......................91

3.4.1 Etapa 4.1 - Estruturação do sistema de medição..................................................91

3.4.2 Etapa 4.2 - Definição de metas.............................................................................92

3.4.3 Etapa 4.3 - Apuração das informações econômicas.............................................93

3.5 Fase 5 - Avaliação de parâmetros operacionais..............................................................93

3.5.1 Etapa 5.1 - Análise crítica dos processos logísticos.............................................94

3.5.2 Etapa 5.2 - Definição de parâmetros técnicos......................................................94

3.6 Conclusões do capítulo...................................................................................................95

4. VALIDAÇÃO DA SISTEMÁTICA PROPOSTA...............................................................96

4.1 Apresentação da empresa ...............................................................................................96

10

4.1.1 Visão global da empresa.......................................................................................97

4.1.2 Complexo industrial automotivo e o contrato logístico .......................................99

4.2 Implantação da sistemática proposta ..........................................................................100

4.2.1 Fase 1 - Identificação e descrição das operações logísticas ...............................100

4.2.2 Fase 2 - Planejamento técnico-econômico das operações logísticas..................103

4.2.3 Fase 3 - Apuração dos resultados .......................................................................113

4.2.4 Fase 4 - Avaliação do desempenho econômico dos processos logísticos ..........124

4.2.5 Fase 5 - Avaliação de parâmetros operacionais..................................................130

4.3 Conclusões do capítulo...............................................................................................132

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES..........................................................................135

5.1 Conclusões....................................................................................................................135

5.2 Recomendações para trabalhos futuros ........................................................................137

APÊNDICES ..........................................................................................................................146

APÊNDICE 1 – FORMULÁRIOS DE APOIO PARA A FASE DE PLANEJAMENTO

TÉCNICO-ECONÔMICO DAS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS............................................147

APÊNDICE 2 – FORMULÁRIOS DE APOIO PARA A FASE DE APURAÇÃO DOS

RESULTADOS ......................................................................................................................155

APÊNDICE 3 – APLICAÇÃO DOS FORMULÁRIOS DE APOIO PARA A FASE DO

PLANEJAMENTO TÉCNICO-ECONÔMICO DAS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS –

CENÁRIO A ..........................................................................................................................160

APÊNDICE 4 – APLICAÇÃO DOS FORMULÁRIOS DE APOIO PARA A FASE DE

APURAÇÃO DOS RESULTADOS – CENÁRIO A ............................................................170

ANEXOS................................................................................................................................182

ANEXO 1 – Subprocessos e atividades do SCOR Model......................................................183

ANEXO 2 – Subprocessos do GSCF .....................................................................................185

11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Participação relativa dos custos logísticos na economia .........................................17

Figura 2: Dias de Cobertura de Estoque..................................................................................18

Figura 3: Evolução da Taxa de Juros Americana x Brasileira ................................................18

Figura 4: Integração de processos logísticos segundo Bowersox e Closs ..............................32

Figura 5: Detalhamento de processos na logística segundo Bowersox e Closs......................33

Figura 6: Integração dos processos de negócios ao longo da cadeia conforme Lambert,

Cooper e Pagh...........................................................................................................................35

Figura 7: Análise comparativa de abordagens referenciais de processos logísticos e de

gerenciamento da cadeia de suprimentos .................................................................................39

Figura 8: Indicadores de desempenho econômicos segundo Stewart .....................................41

Figura 9: Objetivo de tipos de medidas de desempenho segundo Beamon ............................42

Figura 10: Indicadores de desempenho econômico segundo Beamon....................................43

Figura 11: Indicadores de desempenho econômico segundo Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu

..................................................................................................................................................45

Figura 12: Indicadores de desempenho econômico conforme modelo SCC ..........................50

Figura 13: Análise comparativa de modelos referenciais de indicadores de desempenho de

cadeias de suprimentos suportados pela avaliação econômica.................................................52

Figura 16: Estrutura de custeio por missão .............................................................................58

Figura 15: Etapas do modelo de obtenção da Lucratividade Direta por Produto (DPP) ........63

Figura 16: Relacionamento de atividades e métodos de custeio da cadeia de suprimentos....64

Figura 17: Análise comparativa de métodos de custeio genéricos tradicionais e modernos ..69

Figura 18: Análise comparativa de métodos de custeio específicos de operações logísticas e

de gerenciamento da cadeia de suprimentos.............................................................................70

Figura 19: Sistemática proposta para avaliação de desempenho técnico-econômico de

operações logísticas ..................................................................................................................76

Figura 20: Relação entre processos, perspectivas e indicadores de desempenho logístico ....92

Figura 21: Quadro indicativo das metas dos IDs e fontes utilizadas para suas definições .....93

Figura 22: Visão Global do Operador Logístico objeto da validação.....................................97

Figura 23: Layout complexo industrial .................................................................................100

12

Figura 24: Identificação e descrição dos elementos operacionais que compõem as operações

logísticas .................................................................................................................................101

Figura 25: Níveis e padrões dos cenários estratégicos estabelecidos para o projeto-piloto

analisado .................................................................................................................................102

Figura 26: Relacionamento entre margem de lucratividade e taxa de mínima atratividade .114

Figura 27: Relacionamento entre Margem de Lucratividade e a Payback descontado ........114

Figura 28: Relacionamento entre o Valor Presente Líquido e a Taxa Mínima de Atratividade

................................................................................................................................................115

Figura 29: Análise de critérios e características relacionadas à priorização de processos e

níveis a serem estudados.........................................................................................................117

Figura 30: Visão geral do mapeamento de processo realizado .............................................118

Figura 31: Análise de critérios direcionadores......................................................................120

Figura 32: Critérios de rateio dos custos indiretos aos diretos – direcionadores secundários

................................................................................................................................................123

Figura 33: Relacionamento entre Taxa Interna de Retorno e Valor Presente Líquido

Projetado x Realizada (Gastos e Custos)................................................................................130

13

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resumo dos custos dos ativos por item de acordo com o cenário A.....................104

Tabela 2: Gastos operacionais por período para o cenário A................................................105

Tabela 3: Receitas operacionais por período para o cenário A .............................................106

Tabela 4: Dados específicos levantados para determinação do fluxo de caixa.....................106

Tabela 5: Detalhamento dos custos operacionais e receitas relativas à depreciação dos

investimentos..........................................................................................................................108

Tabela 6: Resultados operacionais por período para cenário A ............................................109

Tabela 7: Custos referentes a despesas centrais de estrutura e imposto de renda para o cenário

A .............................................................................................................................................110

Tabela 8: Fluxo de caixa após imposto de renda para o cenário A .......................................110

Tabela 9: Fluxo de caixa analisado e o valor do VPL alcançado..........................................111

Tabela 10: Fluxo de caixa analisado e o valor da TIR alcançado.........................................111

Tabela 11: Fluxo de caixa analisado e o valor do Payback descontado alcançado...............112

Tabela 12: Resumo dos resultados atingidos pela implementação dos fluxos de caixa e

avaliação de investimentos conforme métodos para cenário A..............................................112

Tabela 13: Avaliação de gastos diretos e indiretos processos Material Handling e On Site124

Tabela 14: Avaliação de custos diretos globais dos subprocessos versus perdas por item...124

Tabela 15: Avaliação mensal de resultados globais (diretos e indiretos) processos Material

Handling e Suprimentos CIAG: projeto versus execução......................................................127

Tabela 16: Avaliação de resultados mensal subprocesso Montagem Geral e suas atividades:

projeto versus execução..........................................................................................................127

Tabela 17: Avaliação de resultados mensal por atividade RCAE do subprocesso Montagem

Geral por item de custo: projeto versus execução ..................................................................128

Tabela 18: Fluxo de caixa projetado versus realizado: gastos e custos diretos e indiretos

processos Material Handling e Suprimentos CIAG...............................................................129

Tabela 19: Resultados do Indicador global estratégico perspectiva gerenciamento de recursos

................................................................................................................................................129

Tabela 20: Avaliação de parâmetros referentes às atividades do subprocesso montagem geral

................................................................................................................................................132

14

1. INTRODUÇÃO

Diversos são os fatores que contribuem para o avanço da competitividade

organizacional. Dentre esses pode-se citar a estratégia empresarial como, por exemplo, a

qualidade dos produtos (qualidade), o preço competitivo (preço), um sistema de produção

flexível que absorva as variações e flutuações de demanda (flexibilidade), a entrega dos

produtos no prazo determinado (confiabilidade), e também a redução do tempo de fluxo do

produto no sistema produtivo (tempo de atravessamento) (SLACK, 1997).

Além disso, gestores focados em decisões relacionadas ao projeto de ambientes

industriais precisam considerar importantes conceitos. Para determinação do valor

competitivo global da estratégia de manufatura deveriam ser examinados custos globais de

transporte, comunicação, coordenação global da manufatura, fornecedores e prestadores de

serviços (SCULLY; FAWCETT, 1993).

Nesse sentido, muitas empresas reconhecem a importância de um elemento-chave para

atingir a competitividade: habilidade (ou flexibilidade) para rápidas mudanças. Empresas

flexíveis são vistas como um centro, uma rede de materiais ou fluxos de informações. Esses

fluxos vão desde a interface de marketing com os clientes até a venda através da produção e

relacionamento com os fornecedores (HUANG; SHEORON; KESKAR, 2005; THEMIDO

apud KOSIOR; STRONG, 2006).

15

Em resposta a essas necessidades, durante as décadas de 80 e 90 houve a

intensificação do fluxo de comércio e de capitais, decorrente da liberalização dos mercados de

capitais e de bens de consumo. As grandes corporações automobilísticas, por exemplo,

buscaram expandir sua capacidade produtiva para as regiões com maior potencial de

crescimento de demanda, dada a baixa taxa de crescimento nas regiões e países centrais

(América do Norte, Europa Ocidental e Japão) (SALERNO et al., 2002).

Na América do Sul, o Brasil foi um dos países que mais recebeu unidades industriais

de montadoras, além da forte remodelação de unidades já existentes de todas as empresas aqui

localizadas. Nesse sentido, o país foi objeto de experimentações de arranjos organizacionais

do tipo Condomínio Industrial ou Complexo Automotivo. A estratégia das empresas que

participam do esquema de fornecimento em condomínios ou complexos é clara: minimizar o

risco de um capital dedicado a um único cliente, e minimizar a repetição de capacidade, com

vistas a otimizar capacidades instaladas já anteriormente existentes, normalmente em suas

unidades centrais (matrizes locais) (SALERNO et al., 2002).

Nesse contexto, os fornecedores passaram a ter a responsabilidade de montar e

entregar just-in-time importantes partes do veículo para a montadora, as quais podem ser

produzidas ou mesmo compradas por eles (AMATO NETO; D`ANGELO, 2000; PIRES,

1998 apud SCAVARDA; HAMACHER, 2003). Nessas organizações, são ainda convidados a

se estabelecerem fornecedores de subconjuntos que apresentam problemas logísticos (custo de

transporte, fragilidade) ou propiciam diversificação dos modelos de veículos montados ao

possibilitarem que a montadora postergue a entrega do pedido de fornecimento de um

subconjunto (SALERNO et al., 2002).

Portanto, como o mundo dos negócios muda, a função dos negócios deve fazer o

mesmo. Para permanecerem competitivas no emergente mercado global, empresas devem

mudar o modo de enxergar suas tradicionais funções de negócios. Empresários devem olhar

além das atuais funções que desenvolvem e visualizar o que elas podem realizar.

O período entre 1980 e 2000 foi marcado por grandes transformações nos conceitos

gerenciais, especialmente naqueles associados às operações. Além das apresentadas ao longo

dos parágrafos anteriores, o movimento da qualidade total e o conceito de produção enxuta

trouxeram consigo um conjunto de técnicas e procedimentos. Amplamente adotadas em quase

todos os países industrializados de economia de mercado, estas técnicas e procedimentos

contribuíram para um grande avanço da qualidade e da produtividade. Na trilha deste

16

turbilhão de mudanças dois outros conceitos surgiram e vêm motivando as organizações

produtivas: Logística Integrada e Supply Chain Management - SCM (FLEURY, 2003).

Segundo Barreiros (2004), em se tratando do setor automotivo, pode-se afirmar que,

neste novo contexto, a velocidade da tomada de decisão deve estar cada vez mais próxima da

velocidade com que são transportadas as informações, da mesma forma que a conseqüência

de uma decisão tem impacto cada vez mais profundo e marcante no futuro das organizações.

Por outro lado, o espaço para possíveis erros praticamente deixou de existir, e qualquer

equívoco pode ser fatal para a saúde da empresa.

Os dois aspectos apresentados podem parecer contraditórios, pois ao mesmo tempo em

que se exige tomada de decisões cada vez mais rápidas, as escolhas devem mais do que nunca

ser adequadas, para evitar um possível colapso da organização. Para que isso possa acontecer,

todas as decisões devem ser sustentadas por análises cuidadosas e judiciosas que envolvam

todo o contexto. O universo de decisões a serem tomadas dentro do processo de

gerenciamento de uma corporação é muito grande (BARREIROS, 2004).

Logo, a logística vem tomando o foco de atenção das estratégias industriais.

Tradicionalmente, ela era vista como uma despesa, um custo necessário para a empresa, ao

invés de uma potencial fonte de vantagem competitiva (LIN; COLLINS; SU, 2001).

Em resposta a essa problemática devem ser desenvolvidos sistemas de avaliação de

desempenho técnico e econômico. Mecanismos ligados à função de controle, no âmbito de

avaliação econômica da logística, têm sido discutidos por diversos autores e suas linhas

abordam temas relacionados tanto quanto a análise de investimentos quanto à gestão de

custos.

Como fator preponderante para a avaliação da competitividade industrial, a tipologia

de custos aplicados à logística tem-se disseminado bastante ao longo dos últimos anos devido,

principalmente, à parcela de contribuição no preço do produto ou serviço final e à

participação de seus custos na economia e rentabilidade do negócio (FIGUEIREDO, 2000;

BALLOU, 1993). Mais recentemente, a medida dos custos logísticos como percentual de

vendas tem sido contestada como boa estimativa da importância da logística para uma firma

ou indústria, pois o valor adicionado poderia ser uma medida mais adequada (BALLOU,

1993).

Segundo pesquisas realizadas por Leenders et al. (2002), a compra de materiais por

indústrias americanas totalizou US$ 1.975.362.000 em 1998, valor que foi cerca de 1,6 vezes

17

o de 1996, e cerca de 2,9 vezes a quantia comprada em 1976. Esses dados enfatizam a

importância do gerenciamento de compras e função de gerenciamento da cadeia de

suprimentos serem realizada da melhor maneira possível.

No Brasil, a composição de todos os custos logísticos em 2004, conforme dados

obtidos por Lima (2006), chega a um total de R$ 222 bilhões, o que equivale a 12,6 % do PIB.

Já nos Estados Unidos, os custos (logísticos internos) equivalem a 8,26% do PIB (Figura 1).

A relação existente ao longo dos anos entre os dias de cobertura de estoque em

fábricas americanas e brasileiras, destacada na Figura 2, tem como objetivo explicar a

diferença entre os custos de estoque entre os dois países (2,1% gastos em estocagem nos EUA

e 3,9% no Brasil). Vale ressaltar que, a partir da década de 90, com o avanço das técnicas de

produção enxuta e a formação de aglomerados produtivos como clusters e cadeias, esses

níveis foram gradativamente decrescendo nos Estados Unidos, fato que ainda não se visualiza

no Brasil e que contribui com a diferença entre o percentual de custos das atividades de

estocagem americana e brasileira.

5,0%7,5%

2,1%

3,9%

0,7%

0,7%

0,5%

0,3%

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

EUA Brasil

% P

IB

Administrativo

Armazenagem

Estoque

Transporte

Figura 1: Participação relativa dos custos logísticos na economia Fonte: Lima (2006)

18

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

Dia

s de

cob

ertu

ra e

m e

stoq

ueBrasil

EUA

Figura 2: Dias de Cobertura de Estoque Fonte: Lima (2004) apud Economática e US Bureau of the Census

Além disso, segundo dados apresentados por Lima (2004) na Figura 3, constata-se

uma relação entre a taxa de juros e o custo de estoque, que também contribui para a diferença

entre os valores apresentados na Figura 1.

0

5

10

15

20

25

30

jan/0

0

mai/

00

set/0

0

jan/0

1

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01

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1

jan/0

2

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02

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2

jan/0

3

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03

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3

jan/0

4

% T

axa

de J

uros

Brasil

EUA

Figura 3: Evolução da Taxa de Juros Americana x Brasileira Fonte: Lima (2004)

1.1 Tema e Objetivos

O tema dessa dissertação é a avaliação econômica de operações logísticas.

19

1.1.1 Objetivo Geral

O presente trabalho tem como objetivo geral propor uma sistemática para a avaliação

do desempenho econômico de operações logísticas.

1.1.2 Objetivos Específicos

Para atingir o objetivo geral são também definidos os seguintes objetivos específicos:

� Estudar, analisar e discutir a avaliação econômica de operações logísticas,

descrevendo suas principais abordagens, contribuições e limitações;

� Estruturar uma sistemática que permita avaliar economicamente as operações

logísticas de um complexo industrial, integrando áreas como processos logísticos,

avaliação de desempenho econômico logístico e de cadeia de suprimentos, sistemas de

custeio aplicados ao gerenciamento da logística e técnicas de avaliação de

investimentos;

� Desenvolver um projeto-piloto em um complexo industrial para validar

parcialmente a sistemática proposta.

1.2 Justificativa do Trabalho

Segundo Gitman (1997), a empresa precisa receber investimentos para que suas

operações se viabilizem, suas atividades sejam modernizadas, seus negócios se expandam,

com o intuito principal de maximizar a riqueza dos seus proprietários. Evidentemente, o autor

explicita apenas a visão financeira da empresa, pois embora entre seus grandes objetivos

esteja a maximização do lucro e da riqueza dos proprietários, existe também a preocupação

com a satisfação dos clientes, com a qualidade e a responsabilidade social pelos

produtos/serviços – esta última ganhando cada vez mais importância.

De fato, qualquer decisão sobre investimento precisa ser avaliada criteriosamente, seja

ela dentro de uma pequena empresa, vislumbrando uma ampliação, dentro de um

empreendedor, planejando abrir um novo negócio, ou mesmo dentro das grandes

organizações. O projeto de investimento é uma maneira de organizar o estudo econômico com

o intuito principal de analisar a sua viabilidade (CASAROTTO FILHO et al., 2000). Os

20

investimentos, dentro de uma mesma empresa, devem ser estruturados em forma de projetos,

para serem comparados uns com os outros. Na verdade, todas as decisões sobre aquisição,

manutenção ou até abandono de ativos fixos são realizadas a partir de projetos de

investimentos apresentados pelas diversas áreas da empresa.

No entanto, a má qualidade da informação de custos pode trazer uma série de

distorções no processo de tomada de decisão. Usualmente, são utilizadas informações da

contabilidade da empresa para fins gerenciais ou para análises de investimentos. No entanto, o

fato destas estarem direcionadas a objetivos fiscais e com foco na produção pode prejudicar,

ou mesmo inviabilizar, algumas dessas análises (LIMA, 2004; FARIA; COSTA, 2005;

BORNIA, 2002).

Nessa linha, Monden e Sakurai (1989) afirmam que a razão pela qual o controle ou

melhoria de performance técnico-econômica deve ser conduzido fora dos padrões dos

sistemas de custeio usuais não é devido à sua importância, mas ao grau de garantia de um

sistema independente.

Além disso, outro fator importante decorre da necessidade de cooperação e

coordenação de recursos entre empresas, que exige o desenvolvimento de sistemas de custeio

que forneçam visibilidade dos custos incorridos ao longo de toda a cadeia de suprimentos.

Isso significa dizer que, a partir de uma visão integrada do processo logístico, busca-se um

nível de detalhamento ótimo a fim de atingir a ideal alocação dos recursos envolvidos no

sistema (KOSIOR; STRONG, 2006; LIMA, 2004; RAMOS, 2004). Nota-se que o sucesso do

gerenciamento da cadeia de suprimentos exige uma mudança de uma função de

gerenciamento individual para uma função de gerenciamento integrado de atividades dentro

dos processos-chave da cadeia (LAMBERT; COOPER, 2000).

Segundo La Londe e Pohlen (1996), esforços prévios para avaliar a performance

técnico-econômica da cadeia de suprimentos têm exigido atenção nos efeitos das atividades

internas ou daquelas desenvolvidas junto a empresas vizinhas. Estes esforços têm fornecido

informações úteis e proporcionado significativas melhorias. Entretanto, elas não têm

produzido um sistema de medição capaz de suportar as decisões gerenciais para o efeito

global da cadeia de suprimentos. Técnicas utilizadas isoladamente não podem medir os custos

e investimentos através de toda a cadeia, identificar atividades e custos externos à empresa, ou

simular o efeito de mudanças propostas a partir de uma ótica de custos globais de toda cadeia

de suprimentos.

21

Diversos são os autores que abordam os problemas vivenciados em empresas cujos

métodos de avaliação de performance não reconhecem adequadamente os custos e

investimentos logísticos (LIMA, 2004; FARIA; COSTA, 2005; BORNIA, 2002; ELLRAM,

1993; LA LONDE; POHLEN, 1996).

De acordo com Faria e Costa (2005), as empresas em geral têm sido levadas a repensar

sua forma de gerenciar sua cadeia de fornecedores ou sua logística, mais especificamente no

que tange aos aspectos técnicos e econômicos envolvidos no processo. Isso, por sua vez,

implica no desenvolvimento de instrumentos que permitam a avaliação de sua eficácia através

do uso de metodologias apropriadas para identificar, mensurar e reportar informações-chave

sob o ponto de vista econômico.

No entanto, como resultado disso La Londe e Pohlen (1996) afirmam que as

ferramentas para sua implementação efetiva são dispersas. Assim, a habilidade de acessar e

processar dados econômicos em operações logísticas ou em cadeias de suprimentos está

claramente vinculada à habilidade de mensuração de seus processos.

Em resposta aos parágrafos descritos anteriores verificou-se que são poucos os

trabalhos que abordam de forma sistemática e quantitativa essa problemática, principalmente

aqueles adaptados a novos padrões de organização industrial como o complexo industrial. A

sistemática aqui proposta visa, a partir do estudo e análise dos modelos conceituais

generalistas sobre avaliação econômica de operações da cadeia de suprimentos, propor uma

sistemática que integre áreas do conhecimento que são essenciais para a compreensão e

determinação de uma adequada avaliação econômica de ambientes logísticos.

Além disso, o presente trabalho permitirá a estruturação de uma técnica efetiva de

avaliação econômica de operações logísticas na logística interna de um complexo industrial.

Permitirá, também, a constituição de um ambiente de análise que proporcionará uma massa

crítica de melhoria contínua baseada em indicadores técnico-econômicos, o que viabilizará o

aumento de competitividade num ambiente industrial complexo.

Por fim, a aplicação prática do trabalho deverá fornecer elementos que permitam

avaliar as principais vantagens técnicas e econômicas de trabalhar-se em um ambiente

logístico integrado, apontando ações de melhoria a serem implantadas.

22

1.3 Metodologia

Nessa seção será apresentada tanto a metodologia de pesquisa quanto a seqüência de

atividades a ser realizada.

1.3.1 Método de Pesquisa

Silva e Menezes (2001) classificam a pesquisa segundo sua natureza (básica e

aplicada), sua abordagem (quantitativa e qualitativa), seus objetivos (exploratória, descritiva e

explicativa) e seus procedimentos técnicos.

Este trabalho é classificado como uma pesquisa aplicada. Quanto aos objetivos, o

mesmo apresenta características tanto exploratórias como descritivas. Em relação à forma de

abordagem, a pesquisa é classificada como uma pesquisa quantitativa e qualitativa.

1.3.2 Método de Trabalho

O método de trabalho aplicado neste estudo segue as quatro fases da pesquisa-ação

descritas por Thiollent (2002).

A implementação da sistemática envolve a realização de todas as fases exploradas ao

longo do capítulo 3. Como forma de auxílio a isso se propõe a utilização do método de

trabalho sugerido Thiollent (2002), chamado de pesquisa-ação, o qual é composto por quatro

fases: explanatória, de pesquisa, de ação e de avaliação. A descrição das mesmas é

apresentada a seguir.

A primeira fase do trabalho (explanatória) aborda a problemática relacionada à

dificuldade da mensuração das atividades associadas à logística interna de um complexo

industrial. Nessa etapa realizou-se uma breve caracterização do sistema de mensuração de

custos logísticos existente, ou seja, um diagnóstico da situação atual. Pretendeu-se nessa etapa

formalizar as equipes de desenvolvimento e nivelar os objetivos do trabalho em questão.

Tendo estruturado a problemática e compreendido a empresa pretendeu-se, na fase de

pesquisa realizar uma compreensão do estado da arte relacionado com tema. O objetivo dessa

etapa foi analisar os elementos estruturais dos modelos existentes na literatura e identificar as

23

adaptações necessárias nos mesmos para o presente trabalho. Em outras palavras, visou-se

pesquisar, definir e validar a sistemática a ser implantada.

Já a fase de ação teve como objetivo principal a descrição efetiva da sistemática a ser

implantada e o desenvolvimento de sua aplicação prática. Essa fase teve como finalidade a

operacionalização dos conceitos teóricos, ou seja, a coleta de informações, sua análise,

processamento e geração dos resultados.

Por fim, na fase de avaliação pretendeu-se analisar o resultado do trabalho de uma

forma geral. Nesse sentido, vale ressaltar que nessa oportunidade foram abordados tanto

aspectos relacionados aos dados obtidos (caráter quantitativo) quanto à descrição operacional

da implantação (caráter qualitativo).

1.4 Limites do Trabalho

O presente trabalho não pretende avaliar processos relacionados ao planejamento e

controle da produção, pedidos e operações de transporte de fornecedores situados fora do

complexo industrial estudado.

Não visa também estudar e quantificar os custos das atividades de logística interna dos

sistemistas, baseando-se apenas no fluxo de expedição dos mesmos até a montagem na linha

da montadora (custos associados à logística de movimentação interna de materiais).

Por fim, não analisará os custos decorrentes da não-qualidade de componentes e do

ciclo de vida de fornecimento, nem questionará a acuracidade dos dados obtidos.

1.5 Estrutura do Trabalho

O trabalho está estruturado em cinco (5) capítulos. O primeiro deles apresenta a

problemática imposta pela competitividade atual, principalmente no que tange ao breve

desenvolvimento de técnicas econômicas de gerenciamento da cadeia de suprimentos.

Apresentam-se, ainda, os objetivos do trabalho, a justificativa da aplicação proposta, a

metodologia a ser adotada, a estrutura e os limites do trabalho.

No Capítulo 2 é desenvolvida uma revisão bibliográfica acerca das principais

abordagens que discutem: (i) introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos e as

novas estratégias de organizações industriais; (ii) processos logísticos e da cadeia de

24

suprimentos; (iii) avaliação econômica de cadeia de suprimentos; (iv) técnicas de avaliação de

investimentos e, por fim, (v) sistemas de custeio de operações logísticas e de cadeia de

suprimentos.

No Capítulo 3 é apresentada a sistemática proposta, sendo descritas suas fases e

respectivas etapas, as quais visam adaptar os modelos conceituais explorados no capítulo 2 à

realidade do atual ambiente da logística empresarial.

Ao longo do Capítulo 4 é realizada a implantação parcial da referida sistemática em

operações logísticas executadas pelo operador logístico de um complexo industrial. É feita

uma apresentação da metodologia de trabalho adotada para a implantação da sistemática de

forma descritiva e quantitativa, apresentando-se e discutindo-se os principais resultados

alcançados pela pesquisa.

Por fim, apresentam-se no capítulo 5 conclusões sobre o tema abordado no trabalho,

objetivando permitir uma reflexão sobre os aspectos positivos e negativos identificados

durante o processo de implantação, além de apontar-se linhas para futuras pesquisas sobre o

tema estudado.

25

2. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO EM LOGÍSTICA E NO GERENC IAMENTO DA

CADEIA DE SUPRIMENTOS

Este capítulo apresenta as principais abordagens existentes na literatura acerca de

avaliação econômica de operações logísticas, Para tanto, apresenta-se, inicialmente, uma

introdução à logística e ao gerenciamento da cadeia de suprimentos, a seguir, são descritos os

modelos referenciais de processos logísticos e avaliação de desempenho baseados em

aspectos econômicos; por fim, são enunciados tanto os principais sistemas de custeio

aplicados à logística quanto as técnicas usuais de avaliação de investimentos.

2.1 Introdução à logística e ao gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM)

O foco central dessa seção é a apresentação e discussão da evolução continuada

apresentada pela área de logística no meio empresarial e seu novo papel exercido nessas

corporações. Pretende introduzir uma breve retrospectiva da evolução da logística,

caracterizando e discutindo seus principais agentes.

2.1.1 Evolução da logística

Na sua origem, o conceito de logística estava sendo essencialmente ligado às

operações militares (BALLOU, 1993; NOVAES, 2001; BOWERSOX; CLOSS, 2001;

CHRISTOPHER, 2002). De acordo com Novaes (2001), ao decidir avançar suas tropas

seguindo uma determinada estratégia militar, os generais precisavam ter, sob suas ordens,

26

equipamentos, munições e socorro médico na hora certa. Classificados como operações

auxiliares de apoio, sem glamour das armas, os grupos logísticos operaram muito tempo em

silêncio.

A logística empresarial, como campo da administração de empresas, entrou na década

de 70 em estado descrito como semi-maturidade. Os princípios básicos estavam estabelecidos

e algumas firmas estavam começando a colher frutos (BALLOU, 1993). Ao longo dos 50

anos que seguiram o termino da Segunda Guerra Mundial, a logística apresentou uma

contínua evolução, sendo hoje considerada como um dos elementos-chave da estratégia

competitiva. O processo de evolução da logística pode ser dividido em quatro fases: atuação

segmentada, integração rígida, integração flexível e integração estratégica (NOVAES, 2001).

• PRIMEIRA FASE: Atuação Segmentada

Nessa fase da logística, as empresas procuravam formar lotes econômicos para

transportar seus produtos, dando menos importância aos seus estoques. Ou seja, o enfoque era

dado através dos possíveis ganhos que podiam ser obtidos através do transporte. De maneira

resumida, os subsistemas eram otimizados separadamente, com os estoques servindo de

pulmão (NOVAES, 2001).

• SEGUNDA FASE: Integração Rígida

A introdução de conceitos de marketing como diferenciação de produtos, aumento

acentuado de oferta de produtos diferentes a um custo sem significativo aumento, associados

à crise do petróleo de 1973, levou as empresas a repensarem a forma de transportar

mercadorias (NOVAES, 2001). Segundo Ballou (1993), a filosofia econômica da época

passou de estímulo à demanda para melhor administração dos suprimentos. Nesse sentido, o

controle de custos, produtividade e controle de qualidade passaram a ser áreas de interesse.

Segundo Novaes (2001, p 45):

[...] pode-se caracterizar essa etapa como a busca pela racionalização integrada da cadeia, mas ainda de forma muito rígida, pois não permitia a correção dinâmica, real time, do planejamento ao longo do tempo [...].

Como resultado dessa fase tem-se a busca pelo planejamento que permitiria maior

racionalização das operações, mas ainda deficiente devido à não busca pela atualização de

processos.

• TERCEIRA FASE: Integração Flexível

27

A terceira fase da logística é caracterizada, segundo Novaes (2001), pela integração

dinâmica e flexível entre os componentes da cadeia de suprimentos, em dois níveis: dentro da

empresa e nas inter-relações da empresa com seus fornecedores e clientes. Outro fator que

proporcionou essa fase foi o desenvolvimento da informática, apoiada pelo desenvolvimento

de técnicas como o EDI (intercâmbio eletrônico de dados), códigos de barra, entre outras.

Resumidamente, a partir da década de 80 a logística passa a preocupar-se não somente

com o planejamento estático, mas principalmente com o contínuo controle dos elementos

intermediários da cadeia de suprimentos.

• QUARTA FASE: Integração Estratégica (SCM – Supply Chain Management)

Segundo Novaes (2001), durantes as fases anteriores, a integração existente entre as

empresas se dava, basicamente, em termos físicos e operacionais: troca de informação, fluxos

de produtos e de dinheiro, acerto de preços e responsabilidade. Na quarta fase da logística

ocorre o que o autor chama de ´Salto Qualitativo´ - as empresas passam a tratar a logística de

forma estratégica, ou seja, deixam de investir em soluções pontuais e passam a focar em

novas soluções integradas para ganhar vantagem competitiva e induzir novos mercados.

De maneira pragmática, a quarta fase se distingue das demais principalmente pelo

surgimento de uma nova concepção no tratamento dos assuntos relacionados com clientes e

fornecedores. Trata-se do Supply Chain Management - SCM (Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos) (NOVAES, 2001). Fleury (2003) argumenta que o SCM é uma abordagem

sistêmica e complexa que implica em alta interação entre os participantes, exigindo a

consideração simultânea de trade-offs.

De outro modo, Handfield e Nichols (1999) apud Varma, Wadhwa e Deshmukh

(2006) definem Supply Chain Management como a integração de atividades associadas com

os fluxos de transformação de produtos e informações desde o estágio de matéria-prima até o

cliente final, com o objetivo de melhorar o relacionamento da cadeia de suprimentos para,

assim, alcançar a vantagem competitiva sustentável.

De acordo com Hansen (2004), outros aspectos importantes são as relações verificadas

em termos de fronteiras empresariais das organizações integrantes da cadeia de suprimentos,

como transferência de responsabilidades (atividades anteriormente sob controle dos clientes e

hoje a cargo dos fornecedores destes) e a substituição de atividades executadas de forma

tradicional por informatizadas. Além disso, é evidenciado, também, o compartilhamento das

transações que conduziu ao conceito de viabilização de abastecimento de clientes pelos seus

28

fornecedores através da contínua avaliação da demanda e, conseqüentemente, dos estoques

disponíveis - just-in-Time (JIT). Nesse sentido, o autor conclui que o foco deixa de ser,

exclusivamente, interno e passa a ser também externo (voltado para fornecedores, clientes e

concorrentes) e estratégico (voltado para busca de soluções sistêmicas criativas).

2.1.2 Novos arranjos industriais como estratégia de gerenciamento da cadeia de

suprimentos

Os novos padrões de competitividade, resultado de novas regras econômicas

(reorganização de economias centrais, criação de grandes blocos econômicos, novos modos

de organização social e produtiva, etc.), têm imposto profundas e urgentes mudanças para as

empresas que pretendem continuar competitivas durante o terceiro milênio. Particularmente

no nível organizacional, significativas alterações têm sido impostas por companhias que

visam maiores vantagens e melhor posicionamento no processo de competição inter-

capitalista (AMATO NETO; D`ANGELO, 2000).

Scavarda e Hamacher (2003) afirmam que existem diversos desafios na indústria

automotiva que impactam diretamente na cadeia de suprimentos e, conseqüentemente, na

competitividade desse segmento. Em seu estudo os autores apresentam a mudança na

orientação de processos de negócios como um dos maiores desafios que afetam o

gerenciamento industrial na atualidade.

Diante desse panorama, Wright (1998) apud Scavarda e Hamacher (2003) lembra que

essa mudança tem introduzido um novo conceito, especialmente em novas plantas de

empresas automotivas: parques de fornecedores. O autor define essa nova forma de

organização industrial como um local adjacente à planta de montagem final do veículo onde

se concentram fornecedores e fabricantes de componentes. Segundo Amato Neto e D´Angelo

(2000) e Wright (1998) apud Scavarda e Hamacher (2003), esses parques podem ser de dois

tipos: complexo automotivo ou consórcio modular.

Nessas organizações, são convidados a se estabelecerem no parque fornecedores de

subconjuntos que apresentam problemas logísticos (custo de transporte, fragilidade) ou

propiciam diversificação dos modelos de veículos montados ao possibilitarem que a

montadora postergue a entrega do pedido de fornecimento de um subconjunto. Por exemplo,

pode citar-se os fornecedores de bancos situados dentro de condomínios, os quais recebem os

pedidos relativos a um dado veículo a ser montado somente 50 minutos antes do instante em

29

que devem ser entregues os componentes na linha de montagem final da montadora

(SALERNO et al., 2002).

Segundo Salerno et al. (2002, p. 12):

Essa postergação dá à montadora flexibilidade para alteração na programação da produção. (...) como a montadora só libera o pedido de fornecimento pouco tempo antes do instante de entrega (ordem de grandeza: minutos), ela simplesmente pode alterar internamente sua programação, passá-la ao sistemista, que deve cumpri-la.

Conforme estudo realizado por Amato Neto e D´Angelo (2000), essa nova forma de

organização industrial está baseada em três pontos:

• Os fornecedores devem estar perto da fábrica de montagem

Existem dois usuais modos de gerenciar esse ponto. Primeiro, o fornecedor está

estabelecido dentro da planta da montadora e seus operadores são responsáveis pela

montagem e testes de uma parte do veículo (um ou mais sistemas). Esse sistema (consórcio

modular) está sendo aplicado na fábrica da Volkswagem em Resende – Brasil. O outro modo

é o condomínio industrial, onde os fornecedores estão estabelecidos em uma planta da

montadora, mas permanecem em fábricas independentes.

• Realização de operações simples de montagem

Os veículos devem ser projetados para fácil montagem. As operações de montagem

final devem ser realizadas com doze (ou menos) sistemas juntos. Isso significa que apenas

10% das operações são realizadas na planta da montadora.

• Integração logística

Com pequenas distâncias entre fábricas, o abastecimento pode ser realizado just-in-

time e pequenos lotes podem ser transferidos.

Portanto, esses conceitos diferem entre si, resumidamente, pela divisão de

responsabilidades entre fornecedores e a montadora. No consórcio modular o fornecedor não

somente realiza a produção do sistema como também transporta e efetua as operações de

montagem desses na linha da montadora. Já no condomínio industrial a etapa de montagem do

sistema é realizada pela mão-de-obra da montadora (PIRES, 1998 apud SCAVARDA;

HAMACHER, 2003).

30

2.2 Modelos referenciais de processos logísticos e de gerenciamento da cadeia de

suprimentos

Para Lambert, Garcia-Dastugue e Crostron (2005), o conceito de organização de

atividades de uma empresa - processos de negócios - foi introduzido ao final de 1980. Para

esses autores, a efetiva implantação de processos de negócios intra e/ou inter-membros da

cadeia de suprimentos deve produzir efetivas e eficientes transações, ou mesmo estruturar um

relacionamento inter-empresarial.

Analisando o atual cenário industrial, Lambert e Cooper (2000) argumentam que o

sucesso do gerenciamento da cadeia de suprimentos exige uma mudança de função de

gerenciamento individual para integração de atividades dentro de processos-chave da cadeia

de suprimentos pois, tradicionalmente, tanto os processos em direção aos clientes como

aqueles que estão relacionados com o fornecimento de matéria-prima têm interagido de forma

desconectada.

Essa seção visa descrever os principais modelos conceituais encontrados na literatura

para análise dos processos logísticos e de gerenciamento da cadeia de suprimentos. É

apresentada, primeiramente, a base conceitual sobre cada abordagem, discutindo e

caracterizando cada processo explorado. A seguir, é realizada uma análise comparativa entre

os modelos permitindo, assim, uma maior compreensão do estado da arte relativo ao tema

descrito. Para tanto, optou-se por apresentá-los em ordem crescente do grau de complexidade

dos mesmos.

2.2.1 Abordagem de Ballou

De acordo com Ballou (1993), as atividades logísticas devem ser classificadas em duas

categorias: atividades primárias e atividades secundárias.

Segundo o autor, as atividades primárias são aquelas de importância fundamental para

a obtenção dos objetivos logísticos, e dentre elas pode-se citar transporte, manutenção de

estoques e processamento de pedidos (BALLOU, 1997).

As atividades consideradas de apoio ou secundárias são aquelas, adicionais, que dão

suporte ao desempenho das atividades primárias. Essas atividades de apoio são classificadas

em:

31

(i) Armazenagem: objetiva administrar os espaços necessários para manter materiais

estocados, envolvendo fatores de localização, dimensionamento de área, arranjo físico,

equipamentos de movimentação, recuperação do estoque, etc.;

(ii) Manuseio de materiais: refere-se à movimentação de materiais durante o processo de

estocagem;

(iii) Embalagem de proteção: tem como objetivo fornecer toda a proteção para o componente

impedindo, assim, sua danificação;

(iv) Obtenção: é uma atividade que trata da avaliação e seleção de fontes de suprimento,

quantidades a serem adquiridas, programação de compras e de preço a ser pago;

(v) Programação de produtos: refere-se à quantidade a ser produzida no tempo demandado;

(vi) Manutenção de informação: refere-se à base de dados disponível para auxílio à execução

de tarefas como faturamento, administração de estoques, programação de pedidos, etc..

2.2.2 Abordagem de Novaes

De acordo com Novaes (2001), a cadeia de suprimentos é formada por uma seqüência

de cadeias de valor, cada uma correspondendo a um dos elos que formam o sistema. Embora

as atividades de valor sejam os elementos-chave da vantagem competitiva, a cadeia de valor

não é um conjunto de atividades independentes e, sim, um sistema de atividades

interdependentes.

Assim, as atividades de valor podem ser classificadas em duas categorias: atividades

primárias (logística de suprimento ou inbound, operações, logística de distribuição ou

outbound, marketing e vendas, assistência técnica) e atividades de apoio (infraestrutura da

empresa, gerenciamento de recursos humanos, planejamento, finanças, contabilidade,

assistência jurídica e gerência da qualidade) (PORTER, 1989 apud NOVAES, 2001).

2.2.3 Abordagem de Bowersox e Closs

Segundo essa abordagem, o conceito de logística integrada é visto como a

competência que vincula a empresa a seus clientes e fornecedores. Resumidamente, os autores

classificam o processo de gerenciamento dessa integração, isto é, gerenciamento da cadeia de

32

suprimento, em duas formas: fluxos de materiais e fluxo de informações (BOWERSOX;

CLOSS, 2001).

De outro modo, Bowersox e Closs (2001) argumentam que o macroprocesso logístico

envolvido na cadeia de suprimentos pode ser dividido em três processos fundamentais

(suprimentos, apoio à manufatura e distribuição física), os quais são os responsáveis pela

integração entre as atividades internas da empresa e as atividades externas à mesma (Figura

4). Essa integração dos processos empresariais, segundo os autores, é denominada

gerenciamento da cadeia de suprimentos.

Figura 4: Integração de processos logísticos segundo Bowersox e Closs

Fonte: Adaptado de Bowersox e Closs (2001, p. 44)

Para Bowersox e Closs (2001), a área da distribuição física trata da movimentação de

produtos acabados para a entrega aos clientes. Assim, todos os sistemas de distribuição física

têm uma característica comum: vinculam fabricantes, atacadistas e varejistas em canais de

marketing que fornecem a disponibilidade de produtos como aspecto integrante de todo

processo de marketing. De outro modo, a área de apoio à manufatura concentra-se no

gerenciamento do estoque em processo à medida que ele flui entre as fases de fabricação. Por

fim, o suprimento abrange a compra e a organização da movimentação de entrada de

materiais, peças e produtos acabados de fornecedores, para as fábricas, depósitos ou lojas de

varejo.

Nas empresas em geral, as três áreas da logística se sobrepõem. A combinação dessas

áreas propicia o gerenciamento integrado da movimentação de materiais, de componentes

semi-acabados e de produtos entre instalações a partir de fontes de suprimentos até o

atendimento final aos clientes. Nesse sentido, tais processos abrangem o gerenciamento

estratégico de toda movimentação e armazenagem (BOWERSOX; CLOSS, 2001).

33

Para uma melhor compreensão dos sub-processos e atividades envolvidos nessa rotina

de trabalho, será apresentado a seguir um detalhamento das mesmas conforme a abordagem

desenvolvida pelos autores (Figura 5).

Processos Distribuição Física Apoio à Manufatura Suprimentos

Subprocessos

Fornecimento de

serviços ao cliente

Planejamento,

programação e apoio às

operações de produção

Obtenção de produtos e

matérias de fornecedores

externos

Atividades

• Recebimento e processamento de pedidos;

• Posicionamento de estoques, armazenagem e manuseio;

• Transporte dentro de um canal de distribuição.

• Planejamento do programa mestre de produção;

• Armazenamento de estoque; semi–acabados;

• Manuseio e transporte e sequenciamento de componentes.

• Planejamento de recursos;

• Localização de fontes de suprimento;

• Negociação e colocação de pedidos;

• Transporte de saídas, recebimento, inspeção, armazenamento e garantia de qualidade.

Figura 5: Detalhamento de processos na logística segundo Bowersox e Closs

Fonte: Adaptado de Bowersox e Closs (2001, p. 46)

2.2.4 Abordagem do Supply Chain Council (SCC)

Com o objetivo de ajudar companhias a melhorar a eficiência da SC e suportar o

gerenciamento baseado em processo, duas empresas de consultorias – Pittiglio Rabin Todd

and Mc Grath (PRTM) e Advanced Manufacturing Research (AMR) – criaram um modelo de

referência a partir das experiências adquiridas por seu grupo de gerentes de supply chain e

manufatura. Esse grupo, junto com outras empresas americanas, uniu-se em 1996 formando o

Supply Chain Council (SCC). O SCC desenvolveu o modelo, testou-o e finalmente o batizou

de Supply Chain Operations Reference Model (SCOR) (STEWART, 1997).

Os processos e atividades que estão incluídas no SCOR são aquelas relacionadas com

o movimento de produtos e podem ser classificadas em cinco processos: planejamento,

aquisição, fabricação, entrega e retorno (STEWART, 1995). Segundo o Supply Chain Council

2003 apud Lambert, Garcia-Dastugue e Crostron (2005); Lockamy e McCormak (2004), os

objetivos dos 5 processos são:

34

• Planejamento: planejamento agregado da demanda e fornecimento para desenvolvimento

de melhores ações relacionadas à aquisição, produção e pedidos de entrega;

• Aquisição: incluem atividades relacionadas com a aquisição de mercadorias e serviços

para suportar as demandas atual e planejada;

• Fabricação: inclui atividades relacionadas à transformação de matérias-primas em

produtos;

• Entrega: fornece produtos acabados e serviços para atendimento de demanda atual e

planejada, e tipicamente inclui atividades de gerenciamento de pedidos, gerenciamento de

transporte e gerenciamento de distribuição;

• Retorno: lida com o retorno ou recebimento de produtos retornáveis por qualquer razão,

extensível até o suporte de pós-venda.

De acordo com Gasparetto (2003), nessa proposta há um detalhamento dos cinco

processos em tarefas, as quais são subdivididas em atividades, de modo que todas as empresas

identifiquem suas atividades e analisem o relacionamento dessas com as demais empresas da

cadeia de suprimentos. Em estudo realizado, Lambert, Garcia-Dastugue e Crostron (2005)

apresentam a relação dessas atividades, classificando-as de acordo com os cinco processos

acima. Esse detalhamento é apresentado no Anexo 1.

2.2.5 Abordagem do Global Supply Chain Forum (GSCF)

Segundo Lambert e Cooper (2000), o Global Supply Chain Forum (GSCF) é

composto por um grupo de empresas não competidoras e um time de pesquisadores

acadêmicos que têm regularmente realizado encontros durante os últimos anos com objetivo

de melhorar a teoria e a prática do gerenciamento da cadeia de suprimentos. O GSCF define

que Supply Chain Management é a integração dos processos-chave do negócio desde o

consumidor final até os originais fornecedores, os quais fornecem produtos, serviços e

informações que, por sua vez, adicionam valor para os clientes e outros Stakeholders.

De acordo com Lambert e Cooper (2000); Lambert, Garcia-Dastugue e Crostron

(2005) oito são os processos de gerenciamento da cadeia de suprimentos apresentados pelo

GSCF: gerenciamento das relações com cliente; gerenciamento do serviço aos clientes;

gerenciamento da demanda; atendimento de pedidos; gerenciamento do fluxo de produção;

gerenciamento da relação com fornecedores; desenvolvimento de produto e comercialização e

35

gerenciamento de retorno. A Figura 6 tem como objetivo a visualização dos processos de

negócios ao longo da cadeia, conforme estrutura proposta pelo GSCF.

Figura 6: Integração dos processos de negócios ao longo da cadeia conforme Lambert, Cooper e Pagh

Fonte: Lambert, Cooper e Pagh (1997) apud Gasparetto (2003)

Em estudo realizado, Lambert, Garcia-Dastugue e Crostron (2005) apresentam um

maior detalhamento da Figura 6. O relacionamento dos oito processos de negócios e suas

atividades é apresentado no Anexo 2.

2.2.6 Discussão sobre as abordagens referenciais de processos logísticos e de

gerenciamento da cadeia de suprimentos

Tendo em vista o objetivo dessa seção - uma análise descritiva e comparativa dos

modelos de processos logísticos e de gerenciamento da cadeia de suprimentos - optou-se por

discutir todos os modelos a partir dos três critérios propostos por Lambert, Garcia-Dastugue e

Crostron (2005) para avaliação e comparação de abordagens: (i) escopo, (ii) conexões intra-

empresariais (CITRAE) e (iii) conexões inter-empresariais (CITERE).

36

2.2.6.1. Quanto ao escopo

De acordo com Lambert, Garcia-Dastugue e Crostron (2005), uma grande diferença

entre as abordagens do SCC e do GSCF é com relação ao escopo de atividades cobertas pela

estrutura e seus propósitos. O GSCF inclui atividades tais como desenvolvimento de produtos,

geração de demanda, gerenciamento do relacionamento e retornos. O foco principal dessa

abordagem é fornecer uma estrutura que mantenha a estabilidade do relacionamento entre as

empresas da cadeia de suprimentos.

Por outro lado, os mesmos autores afirmam que o SCC descreve atividades

relacionadas com o fluxo de produtos. O modelo não discute processos ou atividades

relacionadas a vendas, marketing, pesquisa e desenvolvimento, desenvolvimento de produto,

e alguns elementos de atividades pós-venda. Em resumo, as atividades contempladas por essa

estrutura são aquelas relacionadas com o movimento de produtos e com o planejamento

exigido para que esse fluxo ocorra de maneira eficiente.

Já a abordagem desenvolvida por Bowersox e Closs (2001) quanto ao escopo de

atividades é dada através de três processos fundamentais (distribuição física, apoio à

manufatura e suprimentos) com seus subprocessos e atividades correlacionadas. Vale ressaltar

que seu foco privilegia questões operacionais das estratégias adotadas pelas empresas

envolvidas.

Nota-se que, diferentemente dos modelos mencionados, as abordagens descritas por

Ballou (1993) e Novaes (2001) pretendem detalhar apenas os processos logísticos. Elas não

visam compreender todos os processos relacionados ao gerenciamento da cadeia de

suprimento e, sim, os processos intra-empresariais. A principal diferença identificada entre as

duas abordagens dá-se, principalmente, pelo detalhamento dado por Novaes para as atividades

de suporte e suas características.

2.2.6.2.Quanto às conexões intra-empresariais (CITRAE)

Para Jaworski e Kohli (1993) apud Lambert, Garcia-Dastugue e Crostron (2005), as

CITRAE referem-se ao grau de contato direto formal ou informal entre empregados através

dos departamentos.

37

Para o GSCF, cada time de gerenciamento de processos deveria incluir representantes

de todas as funções, incluindo marketing, produção, finanças, compras e logística. Para essa

abordagem, as CITRAE são materializadas não apenas pela interação entre o vendedor e o

comprador, mas pela implantação multidepartamental dessa integração. Já a abordagem

definida pelo SCC está limitada a três funções: compras, produção e logística. As CITRAE

são modeladas a partir da reengenharia de processos, identificando o tempo de cada tarefa,

como também seu nível de desempenho.

Já no trabalho de Bowersox e Closs (2001), embora os autores mencionem a forma de

integração entre o fluxo de materiais e informações como fator de competitividade, seus

exemplos estão baseados na integração de apenas três processos principais. Esse fato

simplifica seu escopo e foca suas ações na melhoria de poucas atividades relacionadas ao

gerenciamento da cadeia de suprimentos.

Os modelos apresentados por Ballou (1997) e Novaes (2001), de outro modo, mantêm

foco na eficiência de operações intra-empresariais. Ambos autores têm como objetivo

descrever o relacionamento entre as atividades, porém o foco de eficiência apresentado é o

valor adicionado individualmente por atividades ou setores da empresa.

2.2.6.3. Quanto às conexões inter-empresariais (CITERE)

Kahn e Mentz´s (1998) apud Lambert, Garcia-Dastugue e Crostron (2005) afirmam

que o modelo SCC é focado na interação entre as poucas funções-chave, enquanto o GSCF

está interessado na integração entre todas as funções corporativas.

Para os autores, o componente-chave do gerenciamento de processos da cadeia de

suprimentos é o grau de conectividade com outras companhias da mesma. As estruturas

propostas pelo GSCF e SCC representam exemplos de duas interpretações. Enquanto o GSCF

está focado no gerenciamento do relacionamento da cadeia de suprimentos, o SCC esta

focado no atendimento da eficiência transacional. Ou seja, eficiência transacional refere-se à

eficiência dos fluxos de trabalhos tais como entrada de pedidos, geração de ordens de compra,

entrega e pagamento de faturas. Já investir em gerenciamento do relacionamento entre

empresas da cadeia de suprimentos significa focar-se em estabelecer um relacionamento de

longo período, o qual proporcione uma real criação de valor entre os membros da cadeia de

suprimentos (LAMBERT, GARCIA-DASTUGUE; CROSTRON, 2005).

38

Diferentemente dos modelos GSCF e SCC, verifica-se que as abordagens

desenvolvidas por Bowersox e Closs (2001), Ballou (1993) e Novaes (2001) manifestam uma

preocupação incipiente no que tange as CITERE. Por discutir e exemplificar o gerenciamento

integrado da movimentação de materiais desde o suprimento até o cliente final através de

poucos processos, esse tema passa a ser superficialmente abordado, ou seja, os processos

inter-empresariais relacionados com essa integração são pouco detalhados. A Figura 7

consolida a análise comparativa das abordagens referenciais de processos logísticos e de

gerenciamento da cadeia de suprimentos.

2.3 Modelos referenciais de indicadores de desempenho de cadeias de suprimentos

suportados pela avaliação econômica

Recentemente, as empresas compreenderam o potencial do SCM. Entretanto,

freqüentemente, perdem o foco do desenvolvimento de efetivas medidas de desempenho

necessárias para atingir a integração total da cadeia de suprimentos (GUNASEKARAN;

PATEL; TIRTIROGLU, 2001).

Segundo Shepherd e Günter (2005), uma grande variedade de publicações sobre

mensuração de desempenho logístico tem sido divulgada durante os últimos anos (Beamon,

1999; Beamon e Chen, 2001; Gunasekaran et al., 2000, 2002). Esses estudos, entretanto, em

sua grande maioria têm manifestado grandes limitações. Isto é, os mesmos têm estressado a

necessidade de novos sistemas de medição e parâmetros, mas não descrevem

sistematicamente a forma de integrar e medir a cadeia de suprimentos em todas as suas

dimensões.

Essa seção visa, primeiramente, apresentar algumas abordagens contemporâneas

identificadas na literatura relacionadas com a avaliação de desempenho de operações

logísticas e de gerenciamento da cadeia de suprimentos suportadas pela perspectiva

econômica. Nesse sentido, optou-se por descrevê-las de acordo com o grau de complexidade

obedecendo também a ordem cronológica. Por fim, as mesmas são analisadas sob óticas de

interesse desse trabalho, as quais podem ser classificadas em três critérios: (i) escopo da

proposta, (ii) relacionamento com avaliação econômica e (iii) indicadores de desempenho

econômico.

39

Critérios analisados

Autores

Escopo Conexões intra-empresariais

(CITRAE)

Conexões inter-empresariais

(CITERE)

Ballou As atividades logísticas são classificadas em duas categorias: atividades primárias e atividades secundárias.

Dedica atenção para atividades de importância fundamental (básicas) para a obtenção dos objetivos logísticos: transporte, manutenção de estoques e processamento de pedidos.

Processos inter-empresariais relacionados com essa integração são pouco detalhados.

Novaes Classifica as atividades de valor em duas categorias: atividades primárias e atividades de apoio (infra-estrutura).

Foco principal em atividades de suporte ou apoio: infra-estrutura da empresa, gerenciamento de recursos humanos, planejamento, finanças, contabilidade, assistência jurídica e gerência da qualidade.

Processos inter-empresariais relacionados com essa integração são pouco detalhados.

Bowersox e Closs

Aborda conceito de logística integrada com macro processo logístico dividido em três processos fundamentais (suprimentos, apoio à manufatura e distribuição física).

Baseados na integração de apenas três processos principais, com seus respectivos subprocessos e atividades.

Processos inter-empresariais relacionados com essa integração são pouco detalhados.

SCC Os processos e atividades que estão incluídas no SCC são aquelas relacionadas com o movimento de produtos e podem ser classificadas em cinco processos: planejamento, aquisição, fabricação, entrega e retorno

Visão focada em três funções: compras, produção e logística modeladas a partir da reengenharia de processos através de benchmark.

Focado no atendimento da eficiência transacional.

GSCF Os processos têm foco na integração cliente e fornecedor e são oito: gerenciamento das relações com cliente; gerenciamento do serviço aos clientes; gerenciamento da demanda; atendimento de pedidos; gerenciamento do fluxo de produção; gerenciamento da relação com fornecedores; desenvolvimento de produto e comercialização e gerenciamento de retorno.

Processos materializados não apenas pela interação entre o vendedor e o comprador, mas pela implantação multi-departamental dessa integração.

Está focado no gerenciamento do relacionamento da cadeia de suprimentos.

Figura 7: Análise comparativa de abordagens referenciais de processos logísticos e de

gerenciamento da cadeia de suprimentos

40

2.3.1 Abordagem de Stewart

2.3.1.1 Escopo de Proposta

O modelo proposto por Stewart tem como objetivo proporcionar um ambiente

integrado. Na sua concepção, integração significa cadeia de suprimentos, o que consiste em

elementos logísticos e informacionais, que vão desde a demanda agregada proveniente do

mercado até a entrega de um produto ou serviço ao cliente (STEWART, 1997).

A estrutura dessa abordagem baseia-se no modelo desenvolvido por Pittiglio Rabin

Todd and Mc Grath (PRTM´s) durante o Third Annual Supply Chain Performance

Benchmarking Study, o qual gerou uma série de etapas e fatos (elementos–chave) baseados

em medidas de desempenho. A descrição desses elementos pode ser usada para descrever uma

classe mundial de cadeia de suprimentos, caracterizada por processos como planejamento,

aquisição, fabricação e entrega (STEWART, 1997).

As medidas de desempenho são alocadas de acordo com cada elemento, classificando -

as em quatro áreas-chave da cadeia de suprimentos: desempenho de entrega, flexibilidade e

responsabilidade, custos logísticos e gerenciamento de ativos.

2.3.1.2 Relacionamento com avaliação econômica

Os indicadores econômicos analisados pelo autor baseiam-se nas duas ultimas áreas-

chave propostas em seu modelo. Desse modo, tanto a área de custos logísticos quanto à área

de gerenciamento de ativos recebem especial atenção.

Segundo Stewart (1997), um sintoma de ineficiência de cadeia de suprimentos é um

alto custo de infra-estrutura. Em seu estudo, o custo total logístico composto por alguns

fatores como custos de gerenciamento de ordens, de aquisição de material, de inventário,

financeiro e de planejamento deve ser mensurado e controlado.

De outro modo, algumas empresas evitam problemas relacionados com entrega e

flexibilidade através da compensação de ativos. Por essa razão, o gerenciamento de ativos é o

último fator de sucesso da cadeia de suprimentos. Na sua visão, os ativos alocados nas

operações logísticas incluem inventário, plantas, propriedades e equipamentos (STEWART,

1997).

41

2.3.1.3 Indicadores de desempenho econômico

Stewart (1997) lembra que os indicadores de desempenho empresariais utilizados para

direcionar melhorias operacionais devem suportar a chamada b́alanced metric`. Sendo assim,

o autor sugere um alinhamento dos indicadores com os processos de negócios ou elementos–

chave, conforme Figura 8.

Indicadores econômicos

Planejamento Acuracidade de previsão.

Aquisição Custos de gerenciamento de ordens; Custo de aquisição de material.

Fabricação Custos de estoque.

Entrega Falta de produtos em dias de vendas.

Pro

cess

os d

e ne

góci

os

Global Custo total da supply chain; Custos de garantia.

Figura 8: Indicadores de desempenho econômicos segundo Stewart

Fonte: Adaptado de PRTM (1994) apud Stewart (1997).

2.3.2 Abordagem de Beamon

2.3.2.1 Escopo de Proposta

De acordo com Beamon (1999), a avaliação de desempenho de forma individual,

usualmente utilizada em análises da cadeia de suprimentos, tem-se mostrada inapropriada.

Conseqüentemente, características importantes e suas interações também têm sido ignoradas.

Medidas de uso de recursos, especialmente custos, têm sido identificadas como importante

parcela a ser gerenciada. Assim, os atuais sistemas de performance da cadeia de suprimentos

são inadequados, porque confiam, pesadamente, no uso de custos como uma medida primária,

se não única de tomada de decisão.

Nesse contexto, a autora em seu modelo apresenta algumas características, que devem

ser consideradas na avaliação de sistemas de mensuração de performance da cadeia de

suprimentos. Essas características incluem: abrangência (inclusiveness), ou seja, medição de

todos os aspectos pertinentes; universalidade (universality), ou seja, permitir a comparação

sob várias condições operacionais; mensurabilidade (measurability), ou seja, proporcionar a

42

disponibilização de todos dados mensuráveis; consistência (consistency), ou seja, alinhamento

das medições com a estratégia da empresa (BEAMON, 1999).

Segundo Beamon (1999), o uso de recursos, a saída e a flexibilidade estimada têm sido

identificados como vital componente do SCM. Portanto, um sistema de medição de cadeia de

suprimentos deve enfatizar, separadamente, três tipos de medidas de desempenho: Recursos

(R), Saídas (S), e Flexibilidade (F). Cada um desses três tipos de medidas de desempenho

tem diferentes objetivos, como ilustrado na Figura 9.

Tipo de medida de desempenho Objetivo Finalidade

Flexibilidade Habilidade de responder às

mudanças de mercado

Em um ambiente incerto, Supply

Chains devem estar aptas a

responder às mudanças.

Saídas Alto nível de serviço ao cliente Sem saídas aceitáveis, clientes irão

mover-se para outras Supply

Chains

Recursos Alto nível de eficiência Gerenciamento eficiente de recurso

é crítico à lucratividade

Figura 9: Objetivo de tipos de medidas de desempenho segundo Beamon

Fonte: Beamon (1999)

2.3.2.2 Relacionamento com avaliação econômica

Beamon (1999) afirma que os modelos de medição de performance de operações

logísticas e da cadeia de suprimentos têm, predominantemente, utilizado duas diferentes

medidas de desempenho: custos e a combinação de custos e resposta ao cliente. O fato é que,

embora o custo seja uma medida importante, esse sendo avaliado de forma individual tenderá

a ser falho. A autora baseia-se em pesquisas publicadas para argumentar que alguns dos

motivos dessas falhas são decorrentes da: (i) distorção de custos de estrutura devido a

métodos de custeios tradicionais (LEE; BILLINGTON, 1992 apud BEAMON, 1999) e (ii)

avaliação incorreta de custos de inventários justificado pela omissão de tradicionais elementos

como obsolescência e retrabalho (MASKELL, 1991 apud BEAMON, 1999).

Portanto, verifica-se, a partir dos estudos de Beamom (1999), que o objetivo geral do

gerenciamento da cadeia de suprimentos é a minimização de recursos. Embora um nível

mínimo de saídas seja, freqüentemente, especificado, o efeito da redução de recursos na

flexibilidade do sistema não é normalmente considerado.

43

2.3.2.3 Indicadores de desempenho econômico

Os indicadores de desempenho econômico propostos por Beamon (1999) podem ser

classificados em três grupos: flexibilidade, saídas e recursos (Figura 10).

Flexibilidade Redução de numero de vendas perdidas

Saídas

Total de faturamento

Lucratividade

Tempo médio de entregas antecipadas

Tempo médio de entregas atrasadas

Recursos

Total de custos;

Custos de distribuição;

- Custos de transporte;

- Custos de manufatura;

- Custo de mão de obra;

- Custo de manutenção;

- Custo de retrabalho;

Custos de inventário;

- Valor investido;

- Valor associado à obsolescência;

- Valor associado a estoque em processo;

- Custo associados com manutenção de estoques de

produtos acabados.

Retorno de Investimentos (ROI);

Figura 10: Indicadores de desempenho econômico segundo Beamon

Fonte: Adaptado de Beamon (1999)

2.3.3 Modelo de Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu

2.3.3.1 Escopo de Proposta

44

Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001) propõem um modelo que, inicialmente tem

como objetivo mensurar três níveis de desempenho: estratégico, tático e operacional. Dessa

forma são definidos e classificados, conforme esses níveis, os aspectos mais importantes da

cadeia de suprimentos. Por fim, são desdobrados seus sub-processos e estipulados indicadores

a serem medidos, divididos em econômicos e não-econômicos.

A principal discussão realizada pelos autores diz respeito à definição dos processos-

chave da cadeia de suprimentos, ou seja, aqueles considerados mais importantes. Nesse

sentido, são descritos seis processos-chave: (i) procedimentos para planejamento de ordens;

(ii) parcerias dentro da cadeia de suprimentos; (iii) nível de produção; (iv) canais de

distribuição; (v) serviços e satisfação do cliente e (vi) custos financeiros e logísticos da cadeia

de suprimentos (GUNASEKARAN; PATEL; TIRTIROGLU, 2001).

2.3.3.2 Relacionamento com avaliação econômica

Para Shepherd e Günter (2005), o presente modelo tem um foco em custo em

detrimento de outros indicadores. Esse nível de atenção é manifestado, principalmente, em

dois dos seis processos-chave descritos pelos autores – canais de distribuição e custos

financeiros e logísticos da cadeia de suprimentos. Nesse sentido, Gunasekaran, Patel e

Tirtiroglu (2001) argumenta que o elo da supply chain que diretamente lida com os clientes é

a distribuição de produtos ou serviços, que é chamado de “direcionador de satisfação do

cliente”. Portanto, a boa compreensão e a eficaz mensuração desses custos são essenciais.

Já numa perspectiva financeira, o desempenho financeiro da cadeia de suprimentos

deve ser determinado a partir da determinação dos custos logísticos totais (CAVINATO, 1992

apud GUNASEKARAN; PATEL; TIRTIROGLU, 2001). Nesse sentido, os autores propõem

a mensuração de indicadores como valor de ativos e taxa de retorno de investimento (ROI).

Isso deve possibilitar à alta gerência avaliar o retorno de capital investido no negócio e, assim,

tomar decisões estratégicas nas respectivas áreas ou processos correlacionados

(GUNASEKARAN; PATEL; TIRTIROGLU, 2001).

2.3.3.3 Indicadores de desempenho econômico

Os indicadores de desempenho econômico propostos pelos autores podem ser

classificados conforme dois critérios: Nível (estratégico, tático e operacional) e Processos

45

(Procedimentos para planejamento de ordens; parcerias dentro da cadeia de suprimentos; nível

de produção; canais de distribuição; serviços e satisfação do cliente e custos financeiros e

logísticos da cadeia de suprimentos). A descrição desses indicadores é apresentada na Figura

11.

Critérios e

níveis de

avaliação

Planejamento

de ordens

Parcerias

dentro de

supply

chain

Nível de

produção

Canais de

distribuição

Serviços e

satisfação

do cliente

Custos

financeiros e

logísticos da

supply chain

Nível

Estratégico

- Nível e grau

de

relacionamen

to Cliente e

fornecedor.

- - - Lucratividade x

Produtividade;

Taxa interna de

retorno (ROI);

Variações contra

orçamento.

Nível Tático - Iniciativa de

reduções de

custos por

fornecedor.

- Confiabilidade

de entrega.

- -

Nível

Operacional

Taxa de rejeito

por fornecedor.

- Custos por

operação e

por hora.

Custo de

Transporte;

Custo de

Inventário em

trânsito;

Custo de

armazéns.

- Custos de

transporte;

Custo de inventário;

Custo de pedido.

Figura 11: Indicadores de desempenho econômico segundo Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu

Fonte: Adaptado de Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001)

2.3.4 Modelo de Lambert e Pohlen

2.3.4.1 Escopo de Proposta

Lambert e Pohlen (2001) acreditam que, apesar da complexidade e da superposição

existente na maioria das cadeia de suprimentos, gerentes devem desenvolver indicadores para

avaliar o desempenho de negócios-chave através das empresas. Sendo assim, os autores

desenvolveram um modelo que alinha o desempenho de cada ligação entre as mesmas. Essa

interpretação é chamada de alinhamento de desempenho dos processos-chave entre pares de

empresas.

46

Para os autores, a implantação deve iniciar pela análise das interfaces entre processos

focados na empresa em questão e mover-se em direção à cadeia de suprimentos. Ligação por

ligação, o método fornece um alinhamento de desempenho entre pontos de origem e pontos de

consumo com o objetivo geral de maximizar a percepção de valor da cadeia de suprimentos

para cada membro da mesma (LAMBERT; POHLEN, 2001).

A sistemática apresentada por Lambert e Pohlen (2001) consiste em sete passos: (i)

Mapeamento da cadeia de suprimentos do ponto de origem até o ponto de consumo

identificando onde se posicionam as ligações-chave; (ii) Usar os processos de gerenciamento

das relações com clientes e o gerenciamento das relações com fornecedores para analisar cada

ligação (processos-chave entre pares de empresas) e determinar onde valor adicional pode ser

criado; (iii) Desenvolver P&L (Profit & Loss), ou seja, demonstração de resultados para

clientes e fornecedores com o objetivo de analisar o relacionamento de lucratividade entre as

empresas; (iv) Realinhar processos e atividades para garantir o objetivo de desempenho; (v)

Estabelecer indicadores de desempenho não financeiro que alinhem o comportamento

individual com os objetivos dos processos da cadeia de suprimentos e metas financeiras; (vi)

Comparar o valor interno com a capitalização de mercado das empresas com objetivos da

cadeia de suprimentos e revisar os processos quando necessários e (vii) Replicar os passos

para cada ligação na cadeia de suprimentos.

2.3.4.2 Relacionamento com avaliação econômica

A abordagem dada pelos autores no que tange a gerenciamento econômico é

evidenciada, principalmente, nas etapas (ii) e (iii) descritas nos parágrafos acima, as quais

serão detalhadas na próxima seção.

De acordo com Gasparetto (2003, p. 145):

[...] o modelo apresentado pelos autores critica os indicadores ditos da cadeia, utilizados pelas empresas, como giro de estoque, por exemplo, e propõe uma abordagem em que são analisadas as relações entre clientes e fornecedores, considerando-se pares de organizações. Os indicadores propostos são o EVA, demonstrativo de resultados de cada relação e indicadores não financeiros para cada um dos processos de negócios da cadeia. Os autores crêem que a análise das relações entre as empresas, nos processos de negócios, feita pelos membros das empresas, identificarão melhorias potenciais. De outra forma, pouca ênfase é dada à definição de indicadores não financeiros, com maior discussão em como construir um demonstrativo de resultados das relações.

2.3.4.3 Indicadores de desempenho econômico

47

Lambert e Pohlen (2001) afirmam que o gerenciamento das relações com clientes e o

gerenciamento das relações com fornecedores são os dois maiores processos que capturam a

visão geral de desempenho de clientes e fornecedores. Para tanto, propõe um modelo com o

objetivo identificar como o essas relações afetam o EVA (valor econômico adicionado), isto

é, como o processo de melhoria obtido através da prática contínua dessa metodologia é

transferida em forma de EVA. Segundo Gasparetto (2003), os autores, visando identificar o

impacto dos processos ao EVA, propõem que sejam relacionadas medidas como a receita de

vendas, o custo dos produtos vendidos, as despesas, os ativos circulantes e o ativo

permanente.

2.3.5 Modelo SCC

2.3.5.1 Escopo de Proposta

Seu principal objetivo é realizar uma reengenharia dos fluxos de trabalho. Para isso, o

modelo descreve atividades que são relacionadas com o fluxo do produto, não descrevendo

todos os processos de negócios ou atividades, tais como: vendas e marketing, pesquisa e

desenvolvimento tecnológico, desenvolvimento de produto e alguns elementos do pós-vendas

(SUPPLY CHAIN COUNCIL 2003 apud LAMBERT; GARCIA-DASTUGUE e

CROSTRON, 2005).

Segundo Lockamy; McCormack (2004); Stewart (1995); Huang; Sheoram; Keskar

(2005) a estrutura de operacionalização do modelo SCC consiste em 4 quatro níveis. O nível

1 define o escopo dos processos. Huang; Sheoram; Wang (2004) afirmam que esse é o nível

mais alto, o qual lida com os tipos de processos. De outro modo, Stewart (1995) apresenta

essa etapa como aquela que fornece uma ampla definição dos tipos de processos

(planejamento, aquisição, produção e entrega) e identifica os pontos que estabelecem a

competitividade da cadeia de suprimentos (STEWART, 1995).

No nível 2 são definidas diferentes categorias dentro dos processos do nível 1. Nessa

etapa, o SCC model fornece um kit de ferramentas que evidencia 22 categorias de processos

(HUANG; SHERORAN; KESKAR, 2005). O nível 3 fornece uma informação detalhada dos

elementos dos processos para cada processo do nível anterior. Entradas, saídas, descrição e

elementos básicos do fluxo de processo são capturados nesse nível (LOCKAMY; MC

CORMACK, 2004). Além disso, Stewart (1995); Huang; Sheoram; Keskar (2005) afirmam

48

que essa etapa exige planejar, definir metas, benchmarks e softwares capazes de suportar best

pratices.

Por fim, o nível 4 descreve o detalhamento das tarefas dentro de cada atividade

apresentada no nível anterior. Essas tarefas e suas interações são únicas para cada negócio.

Esse nível de detalhamento é necessário para implantar e gerenciar, diariamente, as operações

resultantes da definição dos processos das operações logísticas da cadeia de suprimentos

(HUANG; SHERORAN; KESKAR, 2005).

2.3.5.2 Relacionamento com avaliação econômica

O objetivo do SCC é a eficiência operacional, e seus direcionadores de valor gerado

são centrados em reduções de custos e melhoria de utilização de ativos. Isso implica numa

fácil tarefa de mensuração, porque tende a ser menos subjetivo determinar o quanto se

economizou por um determinado programa. A redução de custos, por sua vez, traz grandes

resultados quando a ineficiência está presente; entretanto, quando os níveis de eficiência são

altos, a melhoria incremental tende a ser baixa. Portanto, gerentes de empresas com baixos

níveis de eficiência tendem a atingir rápidos e bons resultados com a implantação do SCC

(LAMBERT; GARCIA-DASTUGUE; CROSTRON, 2005).

2.3.5.3 Indicadores de desempenho econômico

Segundo Stewart (1995), a abordagem de avaliação de desempenho e definição de

metas implantadas pelo SCC é suportada e analisada sob o enfoque da ferramenta de

Benchmark. Logo, o uso do modelo permite que a empresa compare seus processos com

aqueles de outras companhias e, assim, aplique as melhores práticas desenvolvidas pelo

mercado.

Para Lambert, Garcia-Dastugue e Crostron (2005), usuários do SCC atingem valor

através do aprendizado de como seus competidores ou empresas de campos similares estão

desempenhando e mensurando suas atividades-chave de negócios. A lista das melhores

práticas inclui ferramentas baseadas, primeiramente, na melhoria de eficiência inter empresas

da cadeia de suprimentos, como o Activity-Based Costing (ABC) e programas de certificações

de fornecedores.

49

Para oferecer assistência de Benchmark, o SCC fornece uma fonte de dados e

informações compiladas a seus membros. Entretanto, a assistência tem sido contestada por

pesquisadores no que tange à contribuição real desses dados para os membros, uma vez que

não se tem acesso à acuracidade e à aplicabilidade das mesmas (LAMBERT; GARCIA-

DASTUGUE; CROSTRON, 2005).

De acordo com Huang, Sheoram e Keskar (2005), operacionalmente o modelo endossa

treze indicadores de desempenho. Na prática, muitas empresas, tipicamente, escolhem entre

quatro a seis dos treze para sua mensuração. Aqueles escolhidos tendem a ser classificados de

acordo com cinco categorias: confiabilidade da cadeia de suprimentos, tempo de resposta,

flexibilidade, custos da SC e eficiência na utilização de ativos.

No que tange especificamente à avaliação econômica, verifica-se que o modelo SCC

dedica duas de suas categorias para tal objetivo. A Figura 12 têm como objetivo principal

detalhar os indicadores econômicos propostos pelo Supply Chain Council, descrevendo e

classificando os mesmos de acordo com as categorias que fazem foco da análise do presente

tema de trabalho.

2.3.6 Discussão sobre os modelos referenciais de indicadores de desempenho de cadeias de

suprimentos suportados pela avaliação econômica

Uma discussão a respeito das abordagens de avaliação de desempenho de operações

logísticas e de gerenciamento da cadeia de suprimentos foi realizada previamente por

Gasparetto (2003) e Hansen (2004). Em ambos os trabalhos, os autores afirmam que na

definição dos processos mensurados não existe um nivelamento de nomenclatura. Entretanto,

diversos são os autores (Lambert e Pohlen (2001); Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001),

Stewart (1995), Beamon (1999) e SCC (2002)) que consideram etapas do fluxo de materiais,

desde o planejamento de compra até a entrega do produto ao cliente final.

50

Custos de Supply Chain

Eficiência em utilização de ativos

Descrição

Custo total de gerenciamento logístico

A soma dos custos relacionados pelo gerenciamento de ordens, aquisição de materiais, inventário, financeiro e planejamento.

Custo de produtos vendidos

Esses custos incluem custos diretos (mão-de-obra, material) e indiretos (estrutura).

Produtividade do valor agregado

É calculada como: {[Faturamento total do produto - Total de material comprado]/Total Empregado}.

Custo de garantias ou processamento de retornos

Inclui materiais, operadores, diagnósticos de problemas em defeitos em produtos.

Tempo de ciclo de caixa

É definido pelo tempo requerido em dias para converter o dinheiro pago aos fornecedores em capital recebido de clientes, incluindo inventário exigido.

Estoque em dias de suprimento

Total bruto de valor de inventário, padrão de custos antes reservas por excesso e obsolescências.

Indi

cado

res

Giro de ativos Total de giro de capital imobilizado. É calculado como faturamento bruto total do produto dividido pelo total liquido do ativo.

Figura 12: Indicadores de desempenho econômico conforme modelo SCC

Fonte: Adaptado Huang; Sheoram; Keskar (2005).

Dentre as abordagens pesquisadas, verifica-se que os modelos desenvolvidos por

Lambert e Pohlen (2001) e Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001) propõem uma integração

inter–empresarial quanto à estrutura de mensuração de processos ou atividades. Isto é,

idealizam uma visão que vai além das fronteiras empresariais tradicionalmente avaliadas e

procuram avaliar o valor percebido por um produto desconsiderando as barreiras

departamentais ou mesmo empresariais.

Por outro lado, as abordagens de SCC (2002), Beamon (1999) e Stewart (1995),

embora procurem avaliar o relacionamento das atividades globais, priorizam a eficiência de

processos intra-empresariais frente ao relacionamento inter-empresarial de longo prazo. Em

outras palavras, seus indicadores visam o controle de elementos individuais e sua distribuição

entre os membros da cadeia.

O trabalho de Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001) foi o que se mostrou mais

preocupado com a abordagem econômica através da preferência declarada de indicadores

financeiros aos não-financeiros. Já a linha de pesquisa seguida por Beamon (1999) acredita

51

que a classificação e o balanceamento de indicadores baseados em custos e a combinação de

custos e resposta ao cliente tendem a ser mais eficientes.

As abordagens de Beamom (1999), Stewart (1995) e SCC (2002) dão uma atenção

particular ao gerenciamento de recursos, a qual é evidenciada pelo detalhamento dado pelos

autores aos métodos de mensuração de ativos. Por exemplo, o primeiro atenta para a redução

dos níveis de inventário e aumento do ROI (Retorno de investimentos); já o segundo e o

terceiro propõem uma categoria singular para mensuração desses com três indicadores-chave.

A Figura 13 consolida a análise comparativa dos modelos referenciais de indicadores

de desempenho de cadeias de suprimentos suportados pela avaliação econômica de acordo

com os critérios considerados.

2.4 Sistemas de custeio de operações logísticas e de cadeias de suprimentos

Atualmente, a contabilidade de custos tradicional vem sendo muito questionada com

relação a sua utilização gerencial. As informações que ela fornece são insuficientes e pouco

precisas para o apoio à tomada de decisão. Os gestores necessitam de metodologias de custos

mais modernas que atendam às mudanças ocorridas nos últimos anos no ambiente empresarial

(KOURY; ANCELEVICZ, 2000; SANTOS, 2003; FARIA; COSTA, 2005; BORNIA, 2002;

MONDEN; SAKURAI, 1989).

No âmbito da logística, ou mesmo do gerenciamento da cadeia de suprimentos, a

problemática de determinação de custos tem sido reconhecida desde 1930 (HECKER, 1940

apud LA LONDE; POHLEN, 1996). As empresas desde então têm enfrentado problemas na

seleção e combinação de canais de distribuição e parceiros sob enfoque econômico. Como

resultado, gerentes de logística têm requerido isolar custos logísticos por função, território,

produto, canal, medida de vendas, ou mesmo classe de negócios (FARIA; COSTA, 2005; LA

LONDE; POHLEN 1996). Entretanto, nenhuma metodologia tem fornecido uma satisfatória

base de informação. Recentemente, novas técnicas, tais como lucratividade direta por produto

(LDP), custo total de propriedade e custeio baseado em atividades têm fornecido informações

úteis, mas ainda não satisfatoriamente alinhadas para as operações logísticas da cadeia de

suprimentos (LA LONDE; POHLEN 1996).

52

Critérios analisados

Autores

Escopo Relacionamento com a avaliação econômica

Indicadores de desempenho econômico

Stewart (1995)

A descrição e mensuração de elementos baseadas em processos-chave: planejamento, aquisição, fabricação e entrega.

Indicadores de acordo com áreas-chave: custos logísticos e gerenciamento de ativos.

Custo de gerenciamento de ordens, custo de aquisição de material, custo de inventário, custo financeiro e custo de planejamento, acuracidade de previsão, custos de garantia e custo da falta de material.

Beamon (1999)

Mensuração baseadas em características críticas: abrangência, universalidade, mensurabilidade consistência.

Classifica as medidas de desempenho em custos e a combinação de custos e resposta ao cliente conforme níveis (recursos, flexibilidade e saídas).

Redução em número de vendas perdidas; Total de Faturamento; Lucratividade; Tempo médio de entregas antecipadas; Tempo médio de entregas atrasadas; Total de custos; Custos de Distribuição; Custos de Manufatura e Custos de Inventário.

Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001)

Mensuração em três níveis de desempenho: estratégico, tático e operacional, priorizando os mais importantes.

Indicadores-chave para seis processos dentre eles: Canais de distribuição e custos financeiros e logísticos da supply chain estão relacionados à mensuração econômica.

Custos por operação e por hora; Custo de Transporte; Custo de Inventario em transito; Custo de armazéns; Lucratividade x Produtividade; Taxa interna de retorno (ROI); Variações contra orçamento.

Lambert e Pohlen (2001)

Avalia o desempenho de cada ligação entre empresas através de oito processos chave.

Gerenciamento econômico é da-se, principalmente pelas etapas: utilização de processos de gerenciamento das relações com clientes e determinar onde o valor adicional pode ser criado e desenvolvimento de P&L (Profit & Loss).

O processo de melhoria obtido através da análise do EVA (Valor econômico adicionado) e da demonstração de resultados de clientes.

SCC (2002) O objetivo é realizar uma reengenharia dos fluxos de trabalho através da descrição das atividades que são relacionadas com o trabalho por níveis.

Metodologia é focada em eficiência operacional através de analise de valor gerado, a qual esta centrada em reduções de custos e melhoria de utilização de ativos.

Custo total de gerenciamento logístico; Custo de produtos vendidos; Produtividade de valor agregado; Custo de garantias ou processamento de retornos; Tempo de ciclo de caixa; Estoque em dias de suprimento; Giro de ativos.

Figura 13: Análise comparativa de modelos referenciais de indicadores de desempenho de

cadeias de suprimentos suportados pela avaliação econômica

53

Verificou-se, no capítulo anterior, especialmente nas seções 1.3 e 1.4, a necessidade de

elaboração de uma metodologia que seja adequada à identificação, mensuração e apresentação

dos custos da cadeia de suprimentos. A presente seção está estruturada de modo a apresentar e

discutir os princípios e os métodos de custeio abordados na literatura relativos a sistemas

generalistas e, conseqüentemente, analisar a integração dos mesmos, como forma de

desenvolvimento de um sistema de custeio de operações logísticas da cadeia de suprimentos

como um todo.

2.4.1 Sistemas de custeio genéricos

Bornia (2002) argumenta que um sistema deve ser entendido por dois ângulos: o

primeiro visa compreender as informações que deverão ser consideradas (princípios), e o

segundo que pretende operacionalizar a base de dados fornecida anteriormente pelos

princípios (métodos). Bornia (1995) afirma que os princípios podem ser classificados em

custeio variável, custeio integral e custeio ideal, enquanto que os métodos são classificados

em custo-padrão, centros de custos, unidade de esforço de produção (UEP) e custeio baseado

em atividades.

Bornia (2002, p.52) diz que:

[...] Um sistema de custos vai, primeiramente, decidir o que deve ser levado em consideração (qual informação é importante), para em seguida, analisar como a informação será obtida (de que forma será a operacionalização do sistema).

2.4.1.1. Princípios de custeio

Os fundamentos dos princípios de custeio são regidos por vários conceitos, tornando

necessária a diferenciação entre custos e gastos de uma organização. Entende-se por gastos o

valor dos bens e/ou serviços adquiridos pela empresa, que englobam as ineficiências do

sistema produtivo. Os custos são aqueles valores dos bens e/ou serviços consumidos

eficientemente na produção de outros bens e/ou serviços (KLIEMANN NETO, 1990 apud

BEBER et al., 2004).

Esses autores apresentam três tipos de princípios:

54

Custeio por Absorção Total ou Integral: o princípio de Custeio por Absorção Total consiste

na atribuição de todos os gastos (CUSTOS + PERDAS) ocorridos no processo de produção,

sejam eles variáveis ou fixos, aos produtos fabricados no período (MÜLLER, 1996;

BORNIA, 1995; 2002; KRAEMER 1995 apud KLIEMANN, et al., 2003).

Custeio por Absorção Parcial: o princípio de Custeio por Absorção Parcial consiste na

atribuição de todos os custos ocorridos no processo de produção, sejam eles variáveis ou

fixos, aos produtos fabricados no período, ou seja, apenas uma parcela ideal (normal) dos

custos fixos é distribuída à produção (BORNIA, 1995). Nesse caso, somente a parcela

eficiente é alocada aos produtos. Desse modo, o princípio de custeio parcial propõe a

realização de análises do desperdício, sendo a parcela eficiente alocada aos produtos e a

parcela ineficiente considerada como desperdício do período (BERNARDES; BORNIA,

2000).

Custeio Variável (ou Direto): o princípio de custeio variável consiste na atribuição dos

custos variáveis aos produtos fabricados no período, sendo desconsiderados os custos fixos na

definição do custo do produto (RAMACIOTTE, 2001 apud KLIEMANN et al. ,2003;

BORNIA, 2002). O custeio variável está intimamente relacionado com a utilização de custos

para apoio a decisões de curto prazo, onde os custos variáveis tornam-se relevantes e os

custos fixos não (BORNIA, 2002).

2.4.1.2. Métodos de custeio genéricos tradicionais e modernos

Além do princípio, o outro componente de um sistema de custeio é o método. Os

quatro métodos apresentados estão divididos, na literatura, em dois grupos: tradicionais

(Custo-Padrão e Centro de Custos) e modernos (Unidades de Esforço de Produção – UEPs e

Custeio Baseado em Atividades – ABC).

a. Custo-Padrão

Originado nos Estados Unidos no final do século XIX, o método do custo-padrão tem

como idéia básica a comparação entre os custos que realmente ocorreram e um referencial de

consumo padrão. Esses padrões podem ser estabelecidos conforme demonstrado a seguir.

Padrão Ideal: considerando condições ideais de fabricação, o uso do padrão ideal se torna

bom para uma meta de longo prazo, pois, baseado no princípio de custeio por absorção ideal,

ele determina variações que representam as ineficiências do processo. Porém, em curto prazo,

55

pode representar problemas motivacionais, visto que uma situação 100% ideal dificilmente

será alcançada.

Padrão Corrente: um padrão mais realista, determinado com base nas deficiências

subjacentes ao processo produtivo, pode minimizar o problema de desmotivação, pois, se é

difícil atingir o padrão, ao menos é possível aproximar-se bastante dele. Este padrão deve ser

determinado em conjunto pela engenharia industrial, que levanta padrões físicos, e a

contabilidade de custos, que constrói os padrões monetários (MARTINS, 1985 apud

BORNIA, 2002).

Custo Normal: devido ao alto custo-benefício do detalhamento necessário para formação dos

padrões, empresas menores podem optar por usar um custo “normal”. Custo normal é um

custo historicamente alcançado pela empresa. Vale lembrar que este custo histórico não é

realmente um padrão, mas tão somente uma base de comparação (BORNIA, 2002).

b. Centro de Custos

Segundo Kliemann et al., (2003), o método dos centros de custos é a sistemática de

distribuição de custos mais utilizada no Brasil e no mundo. Sua operacionalização é realizada

em duas etapas: na primeira, a empresa é dividida em centros de acumulação de custos, e os

custos totais do período são divididos entre os centros de custos utilizando-se bases de rateio

primárias. O método considera que os centros consomem os recursos produtivos e que os

produtos absorvem estes recursos à medida que vão se utilizando dos centros de custos. Os

custos alocados em centros indiretos, e que não efetuam trabalho direto sobre os produtos

(engenharia, manutenção e tesouraria), têm seus custos repassados aos centros produtivos por

bases de rateio ditas secundárias.

Segundo Faria e Costa (2005), neste método todos os custos fixos e variáveis, diretos

e indiretos, são classificados em setores como de logística de suprimento, logística de apoio à

manufatura e logística de distribuição e, por fim, repassados aos produtos conforme critérios

de rateio. Dentre os elementos de custos considerados podem-se citar mão–de–obra,

depreciação, manutenção, tecnologia de informação, custo de oportunidade, etc.

c. Unidade de Esforço de Produção (UEP)

O método da Unidade de Esforço de Produção (UEP) tem por objetivo principal a

unificação da produção através da criação de uma unidade de medida abstrata comum e

56

homogênea para a produção diversificada das indústrias. Uma medida abstrata utilizada para

unificação da produção é o esforço de produção (BORNIA, 2002; BERNARDES; BORNIA,

2000). Segundo Allora e Allora (1995) apud Bernardes e Bornia (2000), para fabricar um

produto são necessários o esforço humano, o esforço material e o esforço de capital. Ou seja,

todos os esforços diretos como o do operário que opera a máquina, o da eletricidade que a

movimenta, e todos os esforços indiretos como os de manobra da ponte rolante e da

manutenção.

De acordo com Antunes Jr (1988), a aplicação do método da UEP pode ser realizada

através de duas etapas: a implementação e a operacionalização.

A etapa de implementação é detalhada conforme as seguintes fases: análise da

estrutura produtiva; definição dos postos operativos; cálculo dos foto-índices dos postos

operativos; determinação do produto-base; determinação do foto-custo do produto-base;

cálculo dos potenciais produtivos dos postos operativos; e determinação dos equivalentes dos

produtos em UEP.

Na etapa de operacionalização é feita a valoração monetária dos produtos através das

seguintes fases: cálculo das UEP de cada produto; cálculo da produção total da fábrica em

UEP; cálculo do valor monetário de 1 UEP; e cálculo do custo de transformação dos produtos.

Portanto, verifica-se que, embora estudos realizados mostrem a aplicação de UEP em

áreas de apoio, a aplicação efetiva do método privilegia o custeio de atividades da cadeia de

suprimentos relacionadas à produção em detrimento às atividades de apoio.

d. Custeio baseado em atividades (Activity–based Costing – ABC)

Tradicionais sistemas de custeio têm se tornado inadequados visto que continuam a

alocar os custo de estrutura (overhead) de acordo com direcionadores baseados em volume,

tais como homem/hora ou hora/máquina. O método ABC tem sua maior contribuição na

tentativa de melhor compreensão da estrutura indireta e pela utilização de outras formas de

alocação dos gastos relativos a essa estrutura aos produtos e/ou serviços (LIN; COLLINS;

SU, 2001).

Em estudos empreendidos, Cooper e Kaplan (1998) apud Khoury e Ancelevicz (2000)

verificaram, primeiramente, as limitações das abordagens convencionais de custeio de

57

produtos. Procuraram mostrar, num segundo momento através do ABC, como esses sistemas

distorcem os custos dos produtos e como essas distorções podem ser corrigidas.

Para os mesmos autores, o ABC operacionalmente parte do princípio de que as

atividades geram custos e de que os produtos produzidos e os serviços prestados consomem

tais atividades. O método utiliza as atividades desenvolvidas nos processos de operações da

empresa como ligação dos custos indiretos aos objetos de custos, definidos como produtos,

linhas de produtos, serviços, clientes, etc.

A idéia básica do ABC é tomar os custos das várias atividades da empresa e entender

seu comportamento, encontrando bases que representem as relações entre os produtos e estas

atividades (BORNIA, 2002).

2.4.1.3. Métodos de custeio específicos para operações logísticas e de gerenciamento de

cadeias de suprimentos

De acordo com Faria e Costa (2005), os métodos de custeio específicos de operações

logísticas e de gerenciamento da cadeia de suprimentos estão relacionados à forma de atribuir

os custos aos produtos ou objetos tais como clientes, regiões, canais de distribuição etc. São

implantados com objetivo de fornecer ao tomador de decisão uma informação precisa que

possibilite a escolha da melhor alternativa para solução ou minimização de problemas. Sendo

assim, os parágrafos a seguir visam apresentar e discutir o estado da arte dos métodos de

custeio específicos para operações logísticas.

a. Método de custeio direto ou por missão

Segundo Christopher (1997), missão é um conjunto de metas de serviço ao cliente a

serem alcançadas pelo sistema, dentro de um contexto de mercado ou produto. De acordo com

o autor, uma vez que o gerenciamento logístico é um conceito orientado para o fluxo, com

objetivo de integrar recursos ao longo do trajeto que se estende desde os fornecedores até os

clientes finais, é desejável que se tenha um meio de avaliar os custos e o desempenho do

mesmo.

O método do custeio direto ou método por missões desenvolvido por Barret em 1982

preocupa-se com a segregação dos custos diretos e indiretos. Esse método utiliza, para

58

850 170 270 190 220 “Inputs” dos centros de atividades

220 70 50 30 70 M issão C

340 20 200 70 50 M issão B

290 80 20 90 100 M issão A

Custo total da missão

Área funcional/ Centro de atividade 4

Área funcional/ Centro de atividade 3

Área funcional/ Centro de atividade 2

Área funcional/ Centro de atividade 1

custeamento dos objetos, somente os gastos diretos de cada objeto analisado, sendo utilizados

tanto os custos diretos variáveis quanto os diretos fixos. Os custos diretos envolvem gastos

específicos ou diretamente identificados a um centro de custo (FARIA; COSTA, 2005;

CHRISTOPHER, 1997). A Figura 16 tem como objetivo ilustrar essa análise.

Figura 14: Estrutura de custeio por missão

Fonte: Adaptado de Christopher (1997)

Christopher (1997) argumenta que um sistema de custeio logístico deve satisfazer dois

princípios básicos: fornecer os custos resultantes do fornecimento de serviço ao cliente e

possibilitar uma análise separada de custos e receitas por tipo de cliente e por segmento de

mercado ou canal de distribuição. A operacionalização desses princípios, por sua vez, é dada

pelo conceito de missão. A missão, por sua própria natureza, cruza as linhas da empresa

tradicional. Os custos da missão são identificados horizontalmente e, a partir daí, os

orçamentos funcionais podem ser determinados através da soma vertical dos mesmos.

Essa abordagem exige, primeiramente, que os centros de atividade associados com

uma dada missão, por exemplo, de distribuição, sejam identificados, isto é transporte

armazenagem, estoque, etc e, em segundo lugar, que os custos incrementais incorridos em

cada centro de atividade, como resultado da implantação dessa missão, sejam isolados. Esses

custos são usados porque é importante não considerar os custos ´irreversíveis`, ou os custos

que ainda seriam incorridos mesmo que a missão fosse abandonada. Essa é a idéia de ´custos

59

atributíveis`, a qual é evidenciada por Barret (FARIA; COSTA, 2005; CHRISTOPHER,

1997).

Segundo Christopher (1997, p.62), “o custo atributível é o custo por unidade que

poderia ser evitado se o produto ou função fosse totalmente descontinuado, sem mudar a

estrutura de apoio da organização”. Isto é, a determinação do custo de uma atividade central

que, sob tal enfoque, está associada à economia que poderia ser realizada, caso o serviço

prestado (cliente, segmento, canal, etc.,) fosse descontinuado.

b. Método do Custo total

De acordo com Bowersox e Closs (2001), o instrumento básico de um projeto de rede

logística é o custo total. Segundo os autores, esse foi apresentado pela primeira vez por

Howard Lewis, James Culleton e Jack Stell no ano de 1965. A tese mencionava situações em

que a velocidade e a confiabilidade do frete aéreo tornavam possível a redução ou eliminação

de outros custos como armazenagem e manutenção de estoques. Embora o custo de transporte

seja alto, ele seria compensado pela redução de outros custos e, justificando-se sua utilização

através da análise do custo total.

O principio básico do custo total é simples e contempla a noção do sistema logístico

como um sistema de desempenho integrado. O principal problema para considerar o custo

total é o fato de que as práticas tradicionais contábeis de classificação e informação de

despesas geralmente não oferecem meios adequados de mensuração logística (BOWERSOX;

CLOSS, 2001).

Para a implementação e apresentação de análises logísticas de custos totais, é comum

considerar os estoques e o transporte como os dois principais elementos da rede. A parcela do

custo total destinada ao custeio de estoque inclui todas as despesas relativas à sua manutenção

e aos pedidos do cliente. Por sua vez, o custo de manutenção de estoques inclui despesas

como armazenagem, investimentos, seguro e obsolescência. Já os custos de processamento de

pedidos incluem despesas como controles de estoques, preparação de pedidos, comunicação,

atividades de atualização e de supervisão administrativa. Por fim, o custo de transporte

apresenta despesas do frete contratado de terceiros e suas complementares. Quando utilizado

transporte próprio, podem ser adotadas contas identificadoras dos custos diretos, indiretos e

de overhead (BOWERSOX; CLOSS, 2001).

60

De outro modo, convém mencionar que, segundo Faria e Costa (2005), a apuração do

custo logístico total (CLT) observando os preceitos da logística integrada dá-se através do

somatório dos elementos de custos logísticos individuais, conforme a Equação 1.

CLT = CAM + CTRA + CE + CMI + CTI + CDL + CTRI + CDNS + CAD (1)

Onde

CAM = Custos de armazenagem e movimentação de materiais;

CTRA = Custos de transporte;

CE = Custos de embalagens;

CMI = Custos de manutenção de inventários;

CTI = Custos de tecnologia de informação;

CDL = Custos decorrentes do lote;

CTRI = Custos tributários;

CDNS = Custos decorrentes do nível de serviço;

CAD = Custos da administração logística.

Além disso, as autoras sugerem também a mensuração do CLT (Equação 2) utilizando

o conceito de processos logísticos a partir da abordagem de Bowersox e Closs (2001), onde:

CLT = CLOGSup + CLOGApm + CLOGDis (2)

Onde

CLOGSup = Custos logísticos de suprimento;

CLOGApm = Custos logísticos de apoio à manufatura;

CLOGDis = Custos logísticos de distribuição.

Portanto, as despesas com estoque e transporte podem ser expostas de forma

suficientemente ampla para incluir relações de custos de atividades e de funções entre os

componentes logísticos.

c. Método do Custeio logístico baseado em atividades (Logistical-Based Costing- LBC)

61

No passado, a utilização de simplificadas premissas tais como médias e funções

lineares como as de parâmetros físicos possibilitava a manutenção de margens aceitáveis.

Atualmente, esse não é mais o caso. O aumento da precisão da modelagem da demanda de

cadeias é crucial para a sobrevivência num ambiente global com margens cada vez menores.

Logo, uma maior compreensão dos negócios e políticas governamentais exige o

desenvolvimento de funções matemáticas apropriadas para converter o preço em valor ao

cliente (GOETSCHALCKX; VIDAL, 2001 apud KOSIOR; STRONG, 2006).

A abordagem idealizada por Kosior e Strong (2006) tem como objetivo adaptar a

metodologia conhecida por Activity-Based Costing (ABC) para um ambiente logístico.

No ABC, são utilizadas sub-atividades e direcionadores de custos diretos para

mensurar custos de produtos. Materiais, retrabalhos, desperdícios, horas-homem e horas-

máquina são direcionadores de custos diretos que podem ser baseados no volume. De outro

modo, espaço, inventário, depreciação e capital devem ser mensurados com base no tempo

operacional (KOSIOR; STRONG, 2006).

Para Kosior e Strong (2006), o método de custeio ABC pode ser aplicado através do

Logistical - Based Costing (LBC) como o fluxo de expedição dos fornecedores até os clientes.

A principal diferença entre o ABC e LBC se deve ao fato de no segundo não haver a

mensuração de custos de transformação.

O LBC fornece visibilidade dos custos ao longo de toda a cadeia de suprimentos, visto

que considera uma abordagem horizontal de custeio de atividades logísticas. Para

operacionalização da metodologia é necessário considerar todos os fluxos possíveis do ponto

de origem até seu destino, ou seja, do fornecedor até o cliente final. O detalhamento

matemático adotado em estudos realizados por Kosior e Strong (2006) parte do princípio que,

além da identificação e classificação de cada um dos pontos do fluxo associado ao processo,

deve-se obter também seus custos associados.

d. Método do custo total de propriedade (Total Cost of Ownership – TCO)

Durante anos, o departamento de compras de diversas empresas tem falado sobre

compras baseadas em ´Custo total` ao invés de apenas preço. Infelizmente, poucas são as

companhias que têm essa informação ou um sistema que reporte essas informações

rapidamente a fim de suportar tal objetivo. O TCO é uma metodologia usada para descrever

“todos os custos associados com a aquisição, uso e manutenção” de um produto ou serviço

(ELLRAM, 1993).

62

O TCO difere em dois importantes modos da maioria dos modelos que,

freqüentemente, abordam os custos de realização de negócios com fornecedores. Primeiro, o

TCO considera um espectro mais amplo dos custos de aquisição que a maioria das

tradicionais abordagens. Segundo, o TCO discute também os custos relativos ao ciclo de vida

dos produtos (ELLRAM, 1993).

Segundo Ellram (1994), uma abordagem tradicional de TCO é representada por um

método que reconhece fatores de custos além do preço como parte do custo de realização de

um negócio com um fornecedor em particular. O número de fatores de custos considerados, a

maneira pela qual são capturados, os tipos de fatores de custos e a precisão desses custos

variam amplamente de empresa para empresa. Além disso, Ellram (1996) afirma que essa

abordagem trabalha essencialmente nas interfaces entre o fornecedor e o comprador. Ela

explora os custos incorridos pela compra organizacional devido a serviços especiais,

ineficiências e assim por diante. Baseados nisso, as organizações podem tomar decisões

racionais decidindo quanto à manutenção de um negócio ou reestruturação do mesmo através

da redução ou eliminação dos custos incorridos pelas ineficiências.

Diante da necessidade de compreensão dessa abordagem, estudos desenvolvidos por

Ellram e Siferd (1998), Ellram (1993) e Ellram (1994) têm sugerido um modelo estruturado, o

qual descreve e classifica as atividades de compras. De acordo com Ellram (1993), as

atividades de compras analisadas pelo TCO devem ser classificadas em seis categorias: (i)

qualidade, (ii) gerenciamento, (iii) entrega, (iv) serviço, (v) comunicação e (vi) preço. Além

disso, a autora afirma que uma outra lógica de ver os custos de propriedade é baseada na

ordem na qual os elementos estão sendo atribuídos no sistema de custo, ou na seqüência da

transação: pré-transação, transação e pós-transação.

Para Faria e Costa (2005), os maiores benefícios obtidos pela utilização do TCO estão

relacionados à identificação de opções de compras ao menor custo. Assim, o método proposto

por Ellram pretende criar uma filosofia que procure identificar diversos fatores que

contribuem para a formação do custo total de aquisição e excluindo aqueles que não

adicionam valor.

e. Método da lucratividade direta por produto (Direct Profitability Product –DPP)

O DPP é um método de custeio de produto que tem sido usado principalmente no setor

varejista. Seu objetivo é determinar a lucratividade de um produto (NOREK; POHLEN,

2001). O lucro direto do produto é o termo atribuído à margem de lucro de um item que é

63

calculada através da contribuição líquida das vendas de um produto depois de adicionadas as

sobretaxas e subtraídos todos os gastos que possam ser diretamente alocados ou atribuídos ao

produto individualmente, como mão-de-obra, espaço, estoques e transporte (CHRISTOPHER,

1997; BORNIA; FREITAS, 2003). A Figura 15 descreve os passos a serem seguidos para o

cálculo do lucro direto por produto.

Operações Descrição de Gastos Vendas (-) Custo das mercadorias vendidas (=) Lucro bruto + Sobretaxas e desconto (-) Custos do Armazém

Mão-de-Obra Instalações (área e cubagem) Estoque (estoque médio)

(-) Custo de transporte (cubagem) Custo do varejo (-) Mão-de-Obra de estocagem Mão-de-Obra dos balconistas Instalações Estoque

(=) Lucro Direto do Produto

Figura 15: Etapas do modelo de obtenção da Lucratividade Direta por Produto (DPP)

Fonte: Adaptado de Christopher (1997)

f. Discussão sobre métodos de custeio específicos para operações logísticas e de cadeias de

suprimentos

A partir da avaliação das abordagens metodológicas existentes na literatura verificou-

se que, embora tenham sido encontrados trabalhos que procuram realizar a mensuração dos

custos da cadeia de suprimentos, eles têm mantido o foco apenas nas atividades internas da

empresa, ou naquelas que estão na interface entre o cliente e o fornecedor. Nenhum método

tenta avaliar os custos relacionados aos processos externos à empresa de forma sistemática.

O estudo da complementaridade dos métodos e seu relacionamento com os processos

foi, inicialmente, abordado por Bernard J. La Londe e Terrance L. Pohlen e retratado em

1996, através do artigo Issues in Supply Chain Costing publicado pelo International Journal

of Logistics Management.

Em sua obra, La Londe e Pohlen (1996) propõem uma sistemática que emprega o uso

de diversas técnicas (DPP, ABC e TCO) com o objetivo de desenvolver um sistema de custeio

para a cadeia de suprimentos apoiados pela mensuração de custos de transação, de

informação, decorrentes do fluxo físico e da manutenção de inventários. A Figura 16 mostra o

relacionamento entre os métodos conforme a abordagem desses autores.

64

Consumidores finais

Clientes finais (Fluxo inferior)

Fornecedores

Perspectiva da empresa

TCO

DPP, LBC

FFAASSEE 44 –– AAvvaall iiaaççããoo ddee ddeesseemmppeennhhoo

Custo Total

Custos da cadeia de suprimentos

Estudos realizados por Wouters; Anderson e Wynstra (2004), Norek e Pohlen (2001),

Lin, Collins e Su (2001) e Bornia e Freires (2003) analisam o comportamento e

relacionamento, em particular do TOC, DPP e ABC, em utilização conjunta.

Figura 16: Relacionamento de atividades e métodos de custeio da cadeia de suprimentos

Fonte: Adaptado de LaLonde e Pohlen (1996; p.3)

Wouters, Anderson e Wynstra (2004) argumentam que, embora tanto o TCO quanto o

ABC sejam considerados métodos de custos, o TCO está focado na interface da empresa com

os fornecedores para suportar a tomada de decisão relacionada à estratégia de compra,

enquanto o ABC dedica-se ao gerenciamento das atividades internas. Para os mesmos autores,

o TCO pode ser encarado como uma extensão do ABC a ser utilizado na fronteira do

relacionamento entre fornecedores e clientes pelo fato de suportar a discussão de

gerenciamento econômico inter-empresarial com valor agregado.

Outro exemplo relevante é dado por Norek e Pohlen (2001), os quais afirmam que o

ABC considera a estrutura do DPP em diversos passos, principalmente nas alocações de

custos diretos e indiretos. Talvez devido à sua maior robustez, esse tem sobreposto o conceito

de DPP. Pesquisadores defensores do ABC, como Lin, Collins e Su (2001), argumentam que

a maioria dos processos logísticos que suportam a cadeia de suprimentos são serviços ao

65

cliente, gerenciamento de inventários, manuseio de materiais, transporte, armazenagem, etc.

Logo, cada um desses processos gerais é uma parte do SCM e, portanto, podem ser

mensurados pelo ABC.

De outra forma, quanto ao relacionamento entre princípios e métodos, constatou-se

que a preocupação com a decisão do que considerar, ou seja, qual informação é importante

para o desenvolvimento de uma mensuração eficaz, é comentada, basicamente, por autores

como Bornia (1995); Beber et al. (2004) e Kliemann et al. (2003). Embora outras linhas

conceituais tenham comentado a aplicação de princípios, suas abordagens limitam-se aos

chamados princípios ´tradicionais` (variável e absorção total), desconsiderando a abordagem

do princípio de custeio parcial e todos seus desdobramentos.

Portanto, ao longo dessa seção foi possível verificar que as abordagens discutidas na

literatura, constituídas por temas como princípios e métodos de custeio de atividades

logísticas e de gerenciamento da cadeia de suprimentos não apresentam um consenso. De um

modo geral, o que de fato é apresentado são adaptações de conceitos pontuais relacionados a

um determinado tema e situações específicas de outros, porém sem uma sistemática

estruturada.

2.4.2 Discussão sobre os sistemas de custeio genéricos tradicionais e modernos

Bornia (1995) assume que a UEP trabalha apenas com os custos de transformação,

devendo o custo de matérias-primas ser tratado por outro método, geralmente o custo padrão.

A principal contribuição do método baseia-se na unificação da produção para simplificar o

processo de controle e gestão. A maioria dos métodos eficientes no fornecimento de

informações para tomada de decisão baseadas em custos tendem a exigir uma grande

variedade de procedimentos, como o método de centro de custos ou o ABC. Já a UEP busca a

simplificação do modelo de cálculo da produção no período por meio da determinação de uma

unidade de medida comum aos produtos da empresa, a UEP.

De outro modo, analisando o método dos centros de custos, pesquisadores

acrescentam que a característica de homogeneidade apresentada, uma de suas principais

premissas, ocorre a partir da determinação de uma unidade de trabalho que seja representativa

de toda a seção. Como a homogeneidade é algo praticamente impossível de se atingir, o

método em questão utiliza uma unidade de trabalho que tenta ser suficientemente válida para

medir a produção diversificada de uma dada seção. Assim, o conjunto das seções ou centros

66

de custo irá formar a fábrica e as unidades de trabalho variam para cada seção, podendo ser

horas trabalhadas, unidades físicas, etc. (SELIG, 1993 apud BERNARDES; BORNIA, 2000).

Já a abordagem de custeio por missão, citada por Christopher (1997), é

particularmente oportuna quando combinada com uma análise de receita por cliente, por que

mesmo os clientes com baixos níveis de vendas podem ainda ser lucrativos em termos de

custos incrementais, mesmo se não o forem em termos de custos médios. Em outras palavras,

a situação da companhia seria pior sem eles.

De outro modo, Müller (1996) acredita que o método ABC tenta superar um problema

crônico dos sistemas tradicionais, que é a imprecisão causada pela atribuição de bases de

rateio associadas a volume de produção, tais como horas de mão-de-obra direta (HMOD),

horas-máquina (HMAQ) ou custos da mão-de-obra direta (CMOD), as quais poderiam ser

relevantes no passado quando a produção era mais simples, mas não na atual conjuntura

empresarial.

Já autores como Datar e Gupta (1994) apud Khoury e Ancelevicz (2000),

diferentemente dos anteriores, identificaram três tipos de erros ou distorções do sistema de

custeio ABC: os erros de agregação, de especificação e de medição. O erro de agregação

ocorre quando os custos são agrupados em atividades heterogêneas com objetivo de utilizar-se

de uma única taxa de rateio (direcionador de custo), por exemplo, quando se utiliza um único

custo hora de preparação de máquina. Estará se incorrendo nesse tipo de erro quando

diferentes processos de produção exigem diferentes custos hora de preparação de máquina.

Além desses métodos, análises realizadas a partir de estudos de Wouters, Anderson e

Wynstra (2004) sobre TCO evidenciam que seu objetivo é melhorar a lucratividade das

partes da cadeia de suprimentos simultaneamente – o fornecedor e o cliente - pela alteração de

como elas realizam o negócio. O TCO presume a existência de fronteiras de atividades que

devem realizar um plano de cooperação entre fornecedores, uma divisão de informações e

sofrer compensações ao longo de toda a cadeia de valor.

Entretanto, para La Londe e Pohlen (1996), os custos capturados pelas análises

realizadas pelo TCO apenas incluem custos associados a um membro da cadeia de

suprimentos. Por não capturar os custos do fluxo superior das empresas, o TCO pode deixar

de considerar oportunidades de compensação de custos inter-empresariais. Um fornecedor

pode ser mais eficiente em uma atividade do que outro, tal como transporte, armazenagem,

etc. A análise efetuada por TCO, para os autores, não demonstra também como o

67

comportamento de um comprador pode prejudicar a eficiência global da cadeia como um

todo.

Ellram (1995) argumenta que uma das barreiras enfrentadas na implementação do

TCO dá-se devido à indisponibilidade de dados nas organizações. A autora afirma que essa

deficiência tem sido superada quando as empresas implementam o ABC. Além desse fator, a

mudança cultural tem sido considerada por diversos autores uma grande barreira a ser

ultrapassada.

Proponentes do DPP afirmam que o método melhora a medida de lucratividade por

considerar em seu modelo os chamados custos diretamente afetados pela decisão de um

produto. Entretanto, a DPP exclui os custos de Overhead, ou seja, os custos indiretos como

supervisão, instalações, gerenciamento, compras, etc. Em suma, seu maior problema é

considerar apenas os custos diretos e não visualizar o impacto dos custos indiretos (LA

LONDE; POHLEN 1996; NOREK; POHLEN, 2001).

Por outro lado, Bornia e Freitas (2003) argumentam que essa ferramenta descreve a

lucratividade do produto de uma forma mais apurada na medida em que subtrai da margem de

contribuição os custos atribuídos aos produtos. O DPP utiliza parcialmente o conceito de

custeio variável para a análise de lucratividade, uma vez que são inicialmente deduzidos da

receita de vendas os custos das mercadorias vendidas e, então, identificam-se os gastos

diretamente alocáveis ao produto.

O maior benefício do DPP para o fornecedor, segundo Christopher (1997), está

relacionado ao fato de valorizar a estratégia de serviço ao cliente, como fator preponderante

para reduzir custos do produto, podendo responder questões como: “Como posso influenciar

favoravelmente a DPP dos meus clientes, alterando as características do produto que vendo ou

a maneira pela qual os distribuo?”.

Para Ostrenga et al. (1994) apud La Londe e Pohlen (1996), embora o DPP forneça

significativas vantagens sobre os tradicionais sistemas de mensuração de custos para redes de

distribuidoras de mercadorias, devido à sua necessidade de coleta, manutenção e atualização

de uma extensiva base de dados de características físicas, seu uso, mesmo nesse setor, ainda é

limitado.

De outro modo, os proponentes do LBC acreditam que os métodos de custos logísticos

devem representar o fluxo de materiais dos fornecedores aos clientes. Eles devem permitir a

separação de custos e margens por clientes, fornecedores, mercados, etc. Em muitas das

68

circunstâncias, as atividades devem ser quebradas em subatividades, tanto quanto necessárias,

para que possam ser mensurados os custos associados a um dado produto. Para isso, a etapa

crítica é o desenvolvimento de modelos de programação matemática que expressem a

variedade de custos conforme sua função (KOSIOR; STRONG, 2006).

Nesse contexto, o LBC fornece uma abordagem que modela através de programação

matemática estruturada o comportamento do fluxo de materiais ao longo da cadeia e, assim,

possibilita a plena visibilidade além das fronteiras inter-empresariais. Kosior e Strong (2006)

argumentam que o LBC expande o conceito de custo total por detalhar um pouco mais as

atividades e, assim, compreender as razões pelas quais existem perdas associadas às

operações primárias. As Figuras 17 e 18 apresentam, respectivamente, uma análise

comparativa de métodos de custeio genéricos tradicionais e modernos e de métodos

específicos para custeio de operações logísticas e de gerenciamento da cadeia de suprimentos.

2.5 Técnicas de avaliação de investimentos

Segundo Fensterseifer, Galesne e Ziegelmann (1987) apud Feldens (2006), “as

decisões de investimento de capital são de vital importância para o futuro de uma empresa,

pois é através do investimento produtivo que a empresa assegura sua sobrevivência e

crescimento. Essas são baseadas em métodos específicos os quais devem ser selecionados

pela empresa com base em sua estratégia”. Os três principais métodos de avaliação de

investimentos são apresentados a seguir.

2.5.1 Valor Presente Líquido (VPL)

O Valor Presente Líquido, ou (VPL) analisa o valor do dinheiro no tempo. Trata-se de

um dos métodos mais utilizados para se avaliar propostas de investimento de capital. O VPL

reflete a riqueza em valores monetários do investimento medida pela diferença entre o valor

presente das entradas e das saídas de caixa, a uma determinada taxa de desconto (KASSAI et

al., 2000).

69

Critérios analisados

Métodos

Escopo Aspectos positivos Aspectos negativos Processos

Custo Padrão

Busca a comparação entre os custos que realmente ocorreram e um referencial de consumo padrão.

Recomendado para trabalhar informações referentes aos custos diretos da produção (custos facilmente alocados), como exemplo no caso de um produto, mão-de-obra direta e matéria-prima.

Concebido para orientar o processo de detecção dos desvios de custos e de suas prováveis causas, ou seja, voltado ao controle e acompanhamento da produção. A medição de seus custos é fator secundário e devem ser apurados por outros sistemas de medição.

Não tem visão de processos, objetivando mensurar custos de matéria-prima.

Centro de custos

Considera que os centros consomem os recursos produtivos e que os produtos absorvem estes recursos à medida que vão se utilizando dos centros de custos.

Difusão ampla e fácil operacionalização e manutenção.

Pressupõe Homogeneidade dos centros de custos;

Direcionamento de custos indiretos por bases de rateio arbitrárias.

Tem visão funcional, não objetivando mensurar processos.

Unidade de esforço de produção-UEP

Unificação da produção através da criação de uma unidade de medida abstrata comum e homogênea para a produção diversificada das indústrias

Simplicidade e facilidade de manutenção e atualização da base de dados.

Baseado em padrões de execução, os quais nem sempre se mantêm estáveis, principalmente em operações de apoio.

Principalmente

na produção.

Custeio Baseado em atividades-ABC

O ABC parte do princípio que as atividades geram custos e que os produtos produzidos e os serviços prestados consomem tais atividades. Entende melhor a estrutura indireta e utiliza formas de alocação dessa aos produtos.

Supera um problema crônico dos métodos tradicionais, que é a imprecisão causada pela atribuição de bases de rateio associadas a volume de produção.

Possibilidade de erros de agregação, de especificação ou de medição;

Necessidade de coleta, manutenção e atualização de uma base de dados grande.

Suprimentos, apoio à manufatura e distribuição.

Figura 17: Análise comparativa de métodos de custeio genéricos tradicionais e modernos

70

Critérios analisados

Métodos Escopo Aspectos positivos Aspectos negativos Processos

Custeio por Missão

Segregação dos custos diretos e indiretos. Esse método utiliza, para custeamento dos objetos, somente os gastos diretos de cada objeto analisado, sejam eles variáveis ou fixos.

Determinação do custeio atribuível, isto é, do custo de uma atividade central. Permite avaliar a economia que poderia ser realizada caso o serviço prestado (cliente, segmento, canal, etc.) fosse descontinuado.

Necessidade de análise conjunta com outro método ou ferramenta. Sua análise individual pode levar a distorções.

Distribuição.

Logistical-Based Costing- LBC

Modelo matemático estruturado de custos de atividades e subatividades a partir de direcionadores de custos baseados em volume e tempo.

Desenvolve modelos de programação matemática que expressem a variedade de custos conforme sua função;

Possibilita uma visibilidade além das fronteiras inter-empresariais, viabilizando o detalhamento de análises compensatórias.

Necessidade de coleta, manutenção e atualização de uma grande base de dados.

Suprimento,

apoio à manufatura e

distribuição.

Total Cost of Owership – TCO

Reconhece e quantifica fatores de custos, além do preço como elementos de realização de um negócio com um fornecedor em particular.

Explora particularmente os custos incorridos nas compras e serviços especiais mensurando ineficiências.

Trabalha essencialmente nas interfaces entre um fornecedor e o comprador e, por isso pode deixar de considerar oportunidades de compensação de custos inter-empresariais.

Suprimentos.

Direct Profiability Product – DPP

Identificação da lucratividade individual do produto ou pedido à medida que estes se deslocam através do canal de distribuição.

Melhora a medida de lucratividade por considerar em seu modelo os custos diretamente afetados pela decisão de um produto;

Possibilita valorizar a estratégia de serviço ao cliente, como fator preponderante para reduzir custos do produto.

Necessidade de coleta, manutenção e atualização de uma grande base de dados.

Todos,

preferencial_mente

na distribuição.

Figura 18: Análise comparativa de métodos de custeio específicos de operações logísticas e

de gerenciamento da cadeia de suprimentos

71

Para calcular o VPL, é necessário definir uma taxa mínima de atratividade - TMA.

Utiliza-se a TMA como taxa de desconto para o fluxo de caixa dos investimentos, de maneira

que se possa calcular seu valor presente (Equação 3).

∑= +

=n

ttt

iVPL FC

0 )1( (3)

Onde:

FCt = fluxo de caixa líquido do período t;

i = TMA;

t=[0, n] - o conjunto de períodos do projeto.

2.5.2 Taxa Interna de Retorno (TIR)

Atkinson et al. (2000) definem a TIR (Taxa Interna de Retorno) como a taxa de

remuneração recebida por um investimento. Por definição, a TIR é a taxa de desconto que

equaliza o valor presente das receitas e das despesas de um projeto de investimento. É

considerada a taxa que produz um VPL igual a zero. A TIR é dada pela Equação 4.

∑=

=+

n

tt

t

RFC

0

0*)1(

(4)

Onde:

FCt = o fluxo de caixa líquido do projeto no período t;

t=[0, n] - o conjunto de períodos do projeto;

*R = TIR do projeto.

2.5.3 Tempo de Recuperação do Investimento (Payback)

Segundo Gitman (1997), este método tem sido criticado e apontado como técnica não

sofisticada ao ignorar os fluxos de caixa posteriores ao período de payback e por também não

considerar explicitamente o valor do dinheiro no tempo. Em função disso, desenvolve-se o

método payback descontado que incorpora a TMA como taxa de desconto aos fluxos,

72

contribuindo para a eliminação das criticas referentes à atualização do valor do dinheiro no

tempo (KASSAI et al., 2000).

2.6 Conclusões sobre o capítulo

Nos modernos ambientes de negócios, diversas são as pressões exercidas pelos

clientes no que tange à melhoria de qualidade, flexibilidade de entrega, custo e confiabilidade.

Com o objetivo de suportar as alterações sofridas pelo mercado, ultimamente as empresas têm

desenvolvido estratégias de longo prazo com seus fornecedores e clientes. Esta parceria ou

aliança é conhecida, na literatura, como cadeia de suprimentos, e seu planejamento,

organização e controle são conhecidos por gerenciamento da cadeia de suprimentos.

Como resposta ao desenvolvimento de atividades interempresariais, algumas

companhias têm utilizado novas formas de organização industrial como estratégia de

implantação do SCM, isto é, os parques industriais. No entanto, o rearranjo resultante da

mudança de concepção deve produzir eficientes transações e operações ao longo de toda a

cadeia de suprimentos.

Nesse contexto, surgem os modelos de mensuração de desempenho baseados em

custos como forma de garantir que os processos envolvidos nesse relacionamento estão

interagindo de forma eficaz. Porém, tendo em vista a grande diversidade dos processos e,

principalmente, a dificuldade de avaliação econômica de seus elementos, suas análises têm

sido prejudicadas.

Desse modo, as companhias são forçadas a repensar a forma de quantificação, optando

pelo desenvolvimento de sistemas alternativos, diferentemente daqueles utilizados pelo

departamento de controladoria. Para suprir essa necessidade, algumas abordagens,

identificadas na literatura, procuram tratar individualmente alguns aspectos da cadeia de

suprimentos, por exemplo, trabalhando sob o enfoque do fornecimento ou da distribuição.

Verificou-se, também, que dependendo do objetivo a ser alcançado, a utilização conjunta de

vários métodos, quando bem aplicada, gera bons resultados.

Também ao longo da revisão bibliográfica ficou evidenciado que poucos são os

autores que tratam de forma conjunta os temas como processos, avaliação de desempenho e

sistemas de custeio (princípios e métodos) de operações logísticas e de gerenciamento da

73

cadeia de suprimentos. Ao tratarem esses temas de forma individual, as abordagens existentes

na literatura evidenciam uma lacuna a ser preenchida pela sua integração.

Em resposta a estas necessidades, o próximo capítulo apresenta uma sistemática

estruturada que permita a identificação, mensuração e avaliação técnica-econômica de

operações.logísticas.

74

3. SISTEMÁTICA PROPOSTA PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENH O TÉCNICO -

ECONÔMICO DE OPERAÇÕES LOGÍSTICAS

Este capítulo descreve a sistemática proposta para avaliação de desempenho técnico -

econômico de operações logísticas, desenvolvida com base no estudo teórico apresentado no

capítulo 2. Para tanto, apresentam-se os objetivos e as características das fases com suas

respectivas etapas, terminando-se com a apresentação das conclusões deste capítulo.

Com o intuito de fornecer uma melhor compreensão da sistemática proposta, optou-se

por dividir o processo de implementação em cinco fases, cada uma com etapas e objetivos

específicos, as quais serão descritas ao longo dos próximos parágrafos. A Figura 19 ilustra o

relacionamento entre as fases e suas respectivas etapas.

3.1 Fase 1 - Identificação e descrição das operações logísticas

Esta fase compreende as atividades relacionadas com o entendimento do ambiente no

qual o processo logístico está inserido, e caracteriza-se pelo nivelamento de conceitos sobre

os elementos que constituem as operações logísticas (EOL). Tem-se a necessidade de explorar

(i) a descrição, (ii) o objetivo, (iii) a importância e (iv) o relacionamento econômico entre os

EOL. Como resultado, obtém-se o pleno conhecimento do ambiente produtivo, seus EOL e o

nivelamento da compreensão sobre os conceitos envolvidos. Além disso, visa-se definir

cenários estratégicos para avaliação.

75

3.1.1 Etapa 1 - Definição de cenários estratégicos

Esta etapa tem como objetivo resgatar, ou desenvolver, o projeto logístico total de uma

operação, determinando suas especificações:

� Operações e elementos (OE): visa fornecer uma visão de escopo dos processos e das

atividades a eles vinculadas, e que constituirão os focos do planejamento;

� Características com base tecnológica (CBT): através dessas faz-se, por exemplo, a

determinação de quantidades, tipos e tecnologias dos recursos envolvidos na

realização das atividades, as quais garantirão a exeqüibilidade do cenário projetado;

� Características com base estratégica (CBE): tem como principal objetivo detalhar

aspectos relacionados com a estratégia de produção, ou seja, são avaliados temas

como variações de volumes de produção ao longo dos períodos, quantidades de turnos

produtivos, lucratividade etc.

76

Figura 19: Sistemática proposta para avaliação de desempenho técnico-econômico de

operações logísticas

FFAASSEE 22 –– PPllaanneejj aammeennttoo ttééccnniiccoo--eeccoonnôômmiiccoo ddaass ooppeerr aaççõõeess llooggíísstt iiccaass

FFAASSEE 33 –– AAppuurr aaççããoo ddooss rr eessuull ttaaddooss

FFAASSEE 44 –– AAvvaall iiaaççããoo ddoo ddeesseemmppeennhhoo eeccoonnôômmiiccoo ddooss pprr oocceessssooss llooggííssttiiccooss

Apuração dos resultados operacionais por período

Apuração de Custos referentes CHO e IR

Apuração dos custos e receitas por período referentes à depreciação dos investimentos

Integração dos elementos do fluxo de caixa

Implementação do fluxo de caixa

EEssttrr uuttuurr aaççããoo ee iimmpplleemmeennttaaççããoo ddoo ff lluuxxoo ddee ccaaiixxaa ee aavvaall iiaaççããoo ddooss iinnvveesstt iimmeennttooss

Estruturação do fluxo de caixa previsto

DDeeff iinniiççããoo ddee bbaassee ss ddee ddaaddooss ppoorr cceennáárr iioo

Determinação dos custos dos ativos por cenário

Determinação dos gastos operacionais por período

Determinação das receitas por período

Definição de métodos de avaliação de investimentos e dados específicos a serem levantados

Definição de forma e método de coleta dos

dados

Definição de indicadores de

desempenho (ID) a serem avaliados

Identificação de gastos e perdas

SSiisstteemmaa ddee aappuurr aaççããoo ddee ccuussttooss

EE XX EE CC UU ÇÇ ÂÂ OO

Análise e priorização de processos e níveis a serem estudados

Mapeamento dofluxo de valor

Identificação de recursos e volumes

Alocação dos custos ás atividades

Alocação dos custos às atividades pela utilização do princípio de absorção

total

Identificação de direcionadores secundários e redistribuição dos gastos das atividades indiretas às diretas

Definição e cálculo dos valores das atividades logísticas

Avaliação dos investimentos

Definição de parâmetros

técnicos

Análise crítica dos processos logísticos

Cronoanálise dos tempos unitários e avaliação de capacidade

Levantamento dos custos dos recursos e alocação nas atividades

Quantificação da porcentagem de alocação dos recursos às atividades

FFAASSEE 55 –– AAvvaall iiaaççããoo ddee ppaarr ââmmeettrr ooss ooppeerr aacciioonnaaiiss

Alocação dos custos às atividades pela utilização do princípio de absorção

parcial

AAppuurr aaççããoo ddaass iinnffoorr mmaaççõõeess eeccoonnôômmiiccaass

DDeeff iinniiççããoo ddee mmeettaass

FFAASSEE 11 –– II ddeenntt ii ff iiccaaççããoo ee ddeessccrr iiççããoo ddaass ooppeerr aaççõõeess llooggííssttiiccaass

DDeeff iinniiççããoo ddee cceennáárr iiooss eessttrr aattééggiiccooss

FFAASSEE 44 –– AAvvaall iiaaççããoo ddoo ddeesseemmppeennhhoo eeccoonnôômmiiccoo ddooss pprr oocceessssooss llooggííssttiiccooss

Definição de forma e método de coleta dos

dados

Definição de indicadores de

desempenho (ID) a serem avaliados

EEssttrr uuttuurr aaççããoo ddoo ssiisstteemmaa ddee mmeeddiiççããoo

77

3.2 Fase 2 - Planejamento técnico-econômico das operações logísticas

No sentido de suportar as decisões de investimento, Casarotto Filho et al. (2000)

propõem que seja realizado um estudo econômico que tenha por objetivo principal a análise

de viabilidade do investimento, bem como a estruturação do projeto como um todo, conceito

denominado projeto de investimento. Segundo Buarque (1991), projeto de investimento é um

conjunto ordenado de antecedentes, pesquisas, suposições e conclusões que permitem avaliar

a conveniência de se destinar fatores e recursos para o estabelecimento de uma unidade de

produção de bens ou serviços.

Tendo já nivelado os conceitos relativos ao ambiente, é fundamental desenvolver, ou

mesmo resgatar, o planejamento técnico-econômico das operações logísticas. Por exemplo, já

existindo uma operação, é preciso recuperar as informações relativas ao planejamento

econômico projetado no momento da sua concepção. Diferentemente, caso ainda não exista a

operação, é necessária a definição desses dados com base em estimativas de projeto.

Portanto, essa fase pretende definir o resultado econômico que deve ser atingido tão

logo que a operação venha a ser executada. Para isso, a sistemática propõe a divisão dessa

fase em três etapas: (i) definição de cenários estratégicos envolvidos com a operação, (ii)

definição de uma base de dados para cada cenário e, por fim, (iii) estruturação e

implementação dos fluxos de caixa e análise de investimentos que permita avaliar a

economicidade das operações logísticas, considerando um dado cenário. As etapas

apresentadas ao longo dessa seção serão descritas nos parágrafos a seguir.

3.2.1 Etapa 1 - Definição de bases de dados por cenário

A definição de uma consistente base de dados tem como foco principal desenvolver

um banco de informações de base econômica (BIBE) que possibilite fornecer informações

relevantes para a execução das etapas posteriores relacionadas com a sistemática proposta.

Como objetivo secundário tem-se a elaboração do ponto de partida para definição de metas

econômicas para as atividades, ou seja, uma vez aprovado e executado o projeto-piloto tais

atividades serão foco de monitoramento devido ao seu impacto direto na saúde econômica do

projeto. As seções a seguir visam detalhar e exemplificar quais informações são relevantes e,

portanto, devem ser determinadas a fim de compor o BIBE que sustentará a tomada de

decisão relativa à análise técnico-econômica das operações logísticas.

78

3.2.1.1 Etapa 1.1 - Determinação dos custos dos ativos por cenário

A determinação dos custos dos ativos necessários para a execução da operação,

considerando um dado cenário, tem como pressuposto o dimensionamento dos mesmos no

que tange sua operacionalidade e produtividade, isto é, o projeto ou desenho de um dado

cenário proposto.

Seu principal objetivo é fornecer a relação dos custos e quantidades totais dos recursos

investidos em atividades diretas ou indiretas. Nessa etapa devem ser detalhados todos os itens

necessários à operacionalização do cenário a ser avaliado, bem como seus respectivos custos.

Diante da grande variedade desses, é importante desenvolver uma tabela para auxiliar a

definição de seus custos, quantidades e seus respectivos valores monetários como evidenciado

no Apêndice 1 - Formulário 1.1.

A referida tabela visa fornecer uma relação não exaustiva dos itens de custos e seus

respectivos subitens, sendo necessário, para cada operação, elemento, processo e cenário

identificar quais são os itens relevantes e, assim, desenvolvê-la. Dessa forma, tem-se como

resultado desta etapa as parcelas de custo de investimento por item que, somadas, quantificam

o montante a ser investido em um dado período.

3.2.1.2 Etapa 1.2 - Determinação dos gastos operacionais por período

Da mesma forma que na etapa anterior, a determinação dos gastos operacionais

necessários para execução de um referido cenário tem como pressuposto o dimensionamento

de seus recursos associados. É importante destacar que seu objetivo principal é fornecer as

parcelas de gastos relativos a cada item que, somadas, representam o montante de gastos a

serem comprometidos em um dado período. Além disso, como objetivo secundário tem-se a

determinação dos gastos diretos relativos a cada atividade visto que, posteriormente (fase 3),

esses valores serão definidos como metas para avaliação do desempenho econômico da

atividade durante a operacionalização do projeto.

A necessidade de não apenas determinar os gastos ocorridos em um dado período mas,

principalmente, estruturar os itens/subitens de gastos a serem considerados em cada atividade

direta justifica a importância da presente seção.

79

Esta etapa da sistemática pretende através de uma tabela estruturada (Apêndice 1-

Formulário 1.2) orientar o modo de apuração desses itens relacionados com a execução das

atividades de um determinado cenário/período.

Já num segundo momento, e sempre para esse cenário/período, visa-se identificar os

recursos consumidos diretamente pelas atividades e, conseqüentemente, alocar seus

respectivos custos às mesmas (Apêndice 1 – Formulário 1.3). Portanto, como resultado dessa

etapa tem-se a determinação dos gastos operacionais diretos de cada atividade por período, os

quais, somados, representam o custo total do período analisado.

Por fim, dado que um cenário é composto por vários períodos, é necessário que se

obtenha a relação dos dados apresentados anteriormente (gastos operacionais por período)

para todos os períodos definidos, como exemplificado no modelo apresentado no Apêndice 1-

Formulário 1.4.

3.2.1.3 Etapa 1.3 - Determinação das receitas operacionais por período

Dado o cenário previamente estabelecido, e já tendo determinado nas etapas anteriores

seus gastos operacionais por período e os investimentos necessários, nesta etapa tem-se a

determinação das receitas decorrentes de realização das tarefas ao longo do tempo.

As atividades aqui realizadas caracterizam-se pela determinação de uma margem de

remuneração a ser aplicada sobre os gastos dos processos em um dado período, ou seja, a

porcentagem sobre o gasto operacional que a empresa pretende obter. Como resultado tem-se

a determinação das receitas dos processos detalhadas por período (Apêndice 1 – Formulário

1.5).

3.2.1.4 Etapa 1.4 - Definição de métodos de avaliação de investimentos e dados específicos

a serem levantados

Essa etapa visa definir os métodos de análise de investimentos a serem utilizados pela

empresa, além do levantamento os dados específicos ainda não obtidos para seu cálculo.

Para sua operacionalização, a sistemática proposta optou por utilizar dentre os diversos

métodos identificados na literatura apenas três: (i) Valor Presente Líquido (VPL); (ii) Taxa

Interna de Retorno (TIR) e (iii) Payback descontado. No que tange à identificação e

80

determinação dos dados específicos de cada método deve-se avaliar a necessidade de utilizar

conceitos específicos comuns a diversas empresas, como por exemplo: (i) despesas centrais de

estrutura - Overhead Charges (CHO), (ii) Taxa Mínima de Atratividade (TMA) e (iii)

Imposto de Renda aplicado sobre o lucro antes das taxas (IR).

A CHO é uma porcentagem adotada pela empresa para cobrir os gastos relativos ao

funcionamento de estruturas administrativas corporativas.

Já a TMA caracteriza a parcela do custo de capital que é exigido pela corporação e

corresponde à taxa de atratividade mínima dos acionistas.

Por fim, a taxa referente ao IR é decorrente da quantia de capital pago pela empresa ao

governo, calculado através da multiplicação da alíquota incidente sobre o lucro líquido obtido

pela empresa. Como forma de quantificação das mesmas tem-se:

� Despesas de Estrutura (CHO): valor a ser pago pela empresa devido ao uso de

estrutura corporativa, a ser definido como uma porcentagem da receita total.

� Imposto de renda (IR): valor a ser pago sobre o lucro, quantificado através da

multiplicação da alíquota do IR pela diferença entre receitas e despesas totais,

incluindo depreciação dos investimentos.

3.2.2 Etapa 2 - Estruturação e implementação do fluxo de caixa e avaliação dos

investimentos

Conforme já explorado no capítulo anterior, todo o método de avaliação de

investimentos pressupõe a utilização de um modelo matemático, o qual considera a relação

existente entre entradas e saídas de dinheiro durante um dado período. Para tanto, a

sistemática aqui desenvolvida propõe, inicialmente, a estruturação e implementação do fluxo

de caixa previsto num dado cenário, e, assim a avaliação dos investimentos.

Esta etapa é marcada essencialmente por três partes: primeiramente, é estruturado o

fluxo de caixa, a seguir o mesmo é implementado e, por fim são avaliados os resultados

atingidos. Para uma melhor compreensão dos procedimentos utilizados, eles serão descritos a

seguir.

3.2.2.1 Etapa 2.1 - Estruturação do fluxo de caixa previsto

81

Essa etapa apresenta a sistematização de procedimentos para a estruturação do fluxo

de caixa e visa permitir um bom entendimento de como devem ser utilizados os dados

determinados nas etapas anteriores. O desenvolvimento dessa etapa dá-se através da

integração dos dados obtidos ao longo da etapa 2 com o objetivo de determinar o fluxo de

caixa previsto, e somente então disponibilizar tais informações para sua implementação.

O processo de estruturação do fluxo de caixa aqui proposto baseia-se em 4 etapas: (i)

apuração dos custos e receitas por período referentes à depreciação dos investimentos, (ii)

apuração dos resultados operacionais, ou seja, a soma de receitas e despesas por período, (iii)

apuração de custos específicos referentes à CHO e IR, conforme detalhados na etapa 2.4 desse

trabalho e, por fim, (iv) a integração desses para a construção do fluxo de caixa previsto.

Para uma melhor compreensão desta seção, suas respectivas etapas serão descritas a

seguir. Além disso, propõe-se a utilização do Formulário 1.6 do Apêndice 1 como

instrumento auxiliar de levantamento das informações necessárias.

a. Etapa 2.1.1 - Apuração dos custos e receitas por período referentes à depreciação dos

investimentos

Essa etapa baseia-se na determinação do valor a ser gasto por período referente à

depreciação dos investimentos. Nesse sentido, parte-se dos valores determinados previamente

ao longo da etapa 2.1, faz-se a definição do prazo a ser considerado para depreciação e, por

fim, determinam-se seus valores. Vale ressaltar que o procedimento descrito é apoiado pela

utilização da primeira parte do Formulário 1.6 do Apêndice 1, o qual prevê em cada período a

divisão dos valores levantados através do Formulário 1.1 do apêndice 1 (etapa 2.1), pelo prazo

de depreciação considerado para cada item ou subitem.

b. Etapa 2.1.2 - Apuração dos resultados operacionais por período

A apuração dos resultados operacionais por período baseia-se nas informações

determinadas ao longo das etapas 2.2 e 2.3 (Apêndice 1 - Formulários 1.4 e 1.5).

Propõe-se que sejam apresentadas, de forma consolidada, os dados de receitas e

despesa. A parte intermediária do Apêndice 1 - Formulário 1.6 (atividades operacionais) tem

como objetivo auxiliar essa estruturação.

82

c. Etapa 2.1.3 - Apuração de Custos referentes a CHO e IR

Conforme já relatado nas seções anteriores, a apuração dos custos referentes a

impostos e taxas específicas das empresas é uma etapa que deve ser transposta. Como

resultado tem-se duas novas parcelas de custos, as quais deverão compor o fluxo de caixa a

ser analisado.

d. Etapa 2.1.4 - Integração dos elementos do fluxo de caixa

Tendo já determinado todas as parcelas que compõem o fluxo de caixa, essa etapa

pretende estruturar o modo pelo qual deve-se atingir o fluxo final a ser analisado. A

sistemática aqui apresentada busca definir um fluxo de caixa. Seu detalhamento será

apresentado nos parágrafos a seguir.

Fluxo de caixa após IR é definido pela soma das parcelas referentes a (-)

investimentos, (+) receita totais, (-) custos totais, (-) despesas de estrutura (CHO), (-)

impostos e (+) depreciações por períodos, sendo:

Receita Total: quantidade de valor recebido em um determinado período (obtido

através da soma das parcelas referentes às receitas sobre investimentos e às receitas

operacionais);

Custo Total: quantidade de valor a ser pago (obtido através da soma das parcelas

referentes ao valor das depreciações por período e dos custos operacionais).

Por fim, o presente trabalho propõe a utilização da última parte do Formulário 1.6 do

Apêndice 1 como forma de auxílio para elaboração do fluxo de caixa final.

3.2.2.2 Etapa 2.2 - Implementação do fluxo de caixa

Nessa etapa, a sistemática proposta busca enunciar os métodos que serão utilizados

para avaliação de investimentos. Para isso, optou-se por utilizar os métodos do VPL, da TIR e

do Payback Descontado, os quais foram já apresentados no capítulo 2.

Para implementação do VPL será replicada a abordagem enunciada por Kassai et al.

(2000), a qual prevê sua implantação através da Equação 3. Já para TIR será replicada a

abordagem enunciada por Atkinson et al. (2000), a qual prevê sua implantação através da

83

Equação 4. Por fim, o cálculo do Payback descontado será replicado a abordagem de Kassai

et al.,(2000), conforme descrita no capítulo anterior.

3.2.2.3 Etapa 2.3 - Avaliação dos investimentos

A avaliação dos resultados pressupõe não somente a compreensão dos conceitos

propriamente ditos mas, principalmente, da complementaridade existente entre os mesmos.

Nesse sentido, ela propõe a avaliação sob duas perspectivas gerais: (i) Rentabilidade e (ii)

Prazos. Os métodos VPL e TIR avaliam as operações logísticas quanto ao tema rentabilidade,

enquanto o método Payback as avalia relativamente ao prazo de retorno do montante

investido.

3.3 Fase 3 - Apuração dos resultados

Esta fase compreende as atividades relacionadas com a apuração dos resultados

econômicos durante a operacionalização dos processos logísticos. Caracteriza-se pelo

relacionamento existente entre a execução dos processos propriamente ditos e a forma como

estes são economicamente mensurados, avaliados e gerenciados.

Para tanto, nessa seção a sistemática proposta é dividida em duas etapas: a primeira faz

a implementação propriamente dita das operações logísticas, e a segunda objetiva desenvolver

um sistema de avaliação de custos. Como resultado dessa fase tem-se a determinação dos

gastos (custos + perdas) relativos as atividades ou tarefas logísticas. Além disso, torna-se

possível obter uma melhor compreensão econômica dos processos implementados facilitando,

assim, o seu gerenciamento através do estabelecimento de padrões de controle e de

correlações entre custos de tarefas ou atividades. O detalhamento dessas duas etapas será

descrito a seguir.

3.3.1 Etapa 1 - Execução das operações logísticas

Na sua concepção, a execução das operações logísticas precede a avaliação

econômica. Logo, esta etapa visa garantir que os processos e atividades definidos nas etapas

anteriores estejam em regime operacional, isto é, em execução.

84

3.3.2 Etapa 2 - Sistema de apuração de custos

Conforme Bornia (1995), um sistema de custos deve, primeiramente, decidir o que

deve ser levado em consideração (qual informação é importante) para, em seguida, analisar

como a informação será obtida (de que forma será feita a operacionalização do sistema).

A sistemática apresentada nesse trabalho pretende nessa seção desenvolver uma

seqüência de etapas para a implantação de um sistema de apuração de custos abordando os

conceitos explorados no capítulo 2: princípios (integral e parcial) e métodos ABC e custeio

por missão de forma a permitir a avaliação econômica das atividades diretas realizadas, sejam

elas apoiadas em custos fixos ou variáveis.

Nesse contexto, será utilizada uma adaptação da metodologia proposta por Bornia

(1995) no que tange à implantação do método ABC. A seguir são apresentadas suas

respectivas etapas, objetivos e resultados pretendidos.

3.3.2.1 Etapa 2.1 - Análise e priorização de processos e níveis a serem estudados

O nível de detalhamento de cada macroprocesso deve ser determinado realizando uma

comparação entre o custo de obtenção da informação e o benefício da mesma. Logo, essa

seção tem como principal objetivo, a partir da análise e priorização dos processos, definir o

nível de detalhamento dos processos a serem estudados.

Para tanto, essa etapa tem como pressuposto uma análise dos processos por

especialistas da empresa, os quais devem refletir sobre as características propostas por

Beamon (1999): abrangência, ou seja, medição de todos os aspectos pertinentes;

universalidade, ou seja, permitir a comparação sob várias condições operacionais;

mensurabilidade, ou seja, proporcionar a disponibilização de todos dados mensuráveis e

consistência, ou seja, alinhamento das medições com a estratégia da empresa.

Observa-se que, necessariamente, o resultado dessa etapa deve ser tanto a priorização

dos processos empresariais a serem analisados (atividades diretas e indiretas, processos, etc.)

como, também, seu nível de detalhamento (atividade e tarefas).

3.3.2.2 Etapa 2.2 - Mapeamento do fluxo de valor

85

Nesta etapa a empresa deve ter seus processos bem definidos e toda atividade ligada

ao fluxo logístico deve ser identificada. De acordo com Tyndal apud Pohlen e Londe (1994),

nesta etapa pretende-se identificar práticas operacionais, recursos envolvidos direta e

indiretamente com elas (pessoas, equipamentos, capital, sistemas computacionais, prédios,

etc.) e o consumo desses recursos. Nesse momento, qualquer desvio frente ao escopo definido

nas fases anteriores deve ser considerado, pois podem vir a distorcer os resultados obtidos.

Sua operacionalização será efetuada através da adaptação da abordagem desenvolvida

pelo SCC que, segundo Lockamy; McCormack (2004); Stewart (1995); Huang; Sheoram;

Keskar (2005) consiste em 4 quatro níveis: (i) escopo de processos (planejamento, aquisição,

produção e entrega); (ii) subprocessos; (iii) atividades e (iv) tarefas. Nesse trabalho optou-se

pelo detalhamento dos departamentos em processos e esses em atividades, as quais, por sua

vez, são subdivididas em tarefas, de modo que toda a empresa identifique suas atividades e

analise o relacionamento dessas com as demais.

Para o mapeamento das atividades propõe-se o desenvolvimento de uma equipe de

projeto interdepartamental que terá funções específicas de coleta de informações dentro de

seus respectivos departamentos. A coleta de dados poderá ser realizada através de entrevistas

ou visitas ‘in loco’, sendo ambas validadas através de apresentações aos respectivos gestores.

3.3.2.3 Etapa 2.3 - Identificação de recursos e volumes

A presente etapa deve ser realizada posteriormente à compreensão do fluxo de valor,

pois seu objetivo é a compreensão do relacionamento das atividades, volumes e seus

respectivos recursos alocados e, portanto, necessita de uma prévia compreensão do fluxo

logístico associado.

Como resultado dessa etapa pretende-se definir, para cada processo, atividade ou

tarefa quais recursos estão associados, ou seja, a quantidade de mão-de-obra, equipamentos,

tecnologias e volumes relacionados com a execução das operações logísticas.

3.3.2.4 Etapa 2.4 - Levantamento dos custos dos recursos e alocação nas atividades

O levantamento dos custos dos recursos precede sua alocação às atividades. Para

Ballou (1997), a compreensão da estrutura dos recursos é fundamental para a obtenção e

86

mensuração correta dos custos logísticos. Para o autor, os elementos conceituais de custeio de

atividades primárias – transporte, processamento de pedido e estocagem - são fatores que

estão associados ao desenvolvimento da atividade em si.

Este tópico, embora profundamente explorado nos trabalhos realizados por Novaes

(2001), Zanquetto, Figueiredo e Mondadori Júnior (2003), Ballou (2001), Dias (1995) e Lima

(2000), não apresenta um consenso. Por isso, a sistemática propõe uma abordagem que visa

definir quais elementos de custeio e recursos são pertinentes aos processos analisados.

No que tange a sua operacionalização, conforme Bornia (2002), o cálculo dos custos

das atividades corresponde operacionalmente à distribuição primária do método dos centros

de custos. Os critérios devem representar o consumo dos insumos pelas atividades da melhor

maneira possível. A alocação dos custos às atividades deve ser feita por levantamentos que

identifiquem o tempo que cada recurso envolvido dedica-se à realização da mesma.

O trabalho propõe, nessa seção, uma estruturação que integra as etapas 2.2 e 2.3 dessa

fase, incluindo a cronoanálise dos tempos unitários das tarefas, a avaliação de capacidade dos

recursos e a alocação dos custos às atividades. Com o objetivo de fornecer uma melhor

descrição da sua operacionalização, essa etapa será subdividida em outras três, as quais serão

apresentadas a seguir.

a. Etapa 2.4.1 - Cronoanálise dos tempos unitários e avaliação de capacidade

Esta etapa caracteriza-se por, primeiro, identificar os tempos unitários dos recursos

alocados às tarefas para, a seguir, avaliar a capacidade dos recursos, com o objetivo de

compreender a relação existente entre custos e perdas relacionadas à ociosidade. Como

resultado desta etapa tem-se a identificação do relacionamento entre recursos, tarefas, tempos

operacionais e capacidades. Os próximos parágrafos descrevem alguns conceitos utilizados ao

longo do desenvolvimento desta etapa que precisam ser nivelados: (i) carga de trabalho; (ii)

tempo de ciclo e (iii) utilização.

Carga de trabalho é um dos fatores decisivos para a produtividade de uma fábrica. Seu

conhecimento e medição são importantes ferramentas que devem ser usadas para evitar a

improdutividade, e pode ser definida pela quantidade de horas que um recurso é alocado na

execução de uma ou mais tarefas.

87

Outro importante conceito a ser entendido é o de tempo de ciclo. Conforme Shingo

(1996), ele é o tempo alocado para fazer-se uma peça ou unidade. Ele é determinado

considerando tanto a quantidade de produção necessária quanto o tempo de operação.

Com o intuito de auxiliar o entendimento desse tópico, optou-se por apresentá-lo e

caracterizá-lo através de um exemplo simplificado, o qual é apresentado no Formulário 2.1 do

Apêndice 2. Nesse caso, percebe-se através da matriz de tempos unitários x recursos a forma

pela qual se dá o comportamento dos itens/recursos, processos/atividades/tarefas, seus

respectivos volumes e, por fim, seu grau de utilização (%).

O tempo de ciclo é calculado somando os tempos unitários das tarefas. Já a carga é

dada pela multiplicação do tempo de ciclo pelo volume da atividade. Por fim, o grau de

utilização é dado pelo quociente entre a carga total e o tempo total disponível, e visa

demonstrar a porcentagem de utilização de um dado recurso frente ao tempo total disponível.

Vale ressaltar que o estudo de tempos unitários e a avaliação de capacidade podem ser

operacionalizados apenas para os recursos alocados às atividades ou tarefas diretas. Nesse

caso, por exemplo, optou-se por não extrapolar o modelo para avaliação de tarefas e

capacidades dos recursos indiretos, e por isso considerou-se que todos os recursos indiretos

terão 100% de utilização.

b. Etapa 2.4.2 - Quantificação da porcentagem de alocação dos recursos às atividades

Esta etapa visa definir a porcentagem do tempo que uma dada tarefa absorve de um

dado recurso. Como resultado tem-se o direcionador do custo de um recurso às tarefas ao qual

está vinculado. A matriz de porcentagem dos tempos unitários por atividade e tarefa

apresentada no Formulário 2.2 do Apêndice 2 tem como objetivo auxiliar a compreensão do

desenvolvimento dessa etapa. Essa matriz resgata os tempos unitários atribuídos às tarefas ao

longo da etapa anterior e os divide pelo tempo de ciclo total calculado durante a avaliação de

capacidade.

c. Etapa 2.4.3 - Alocação dos custos às atividades

Nessa etapa propõe-se a utilização do método do custeio direto, ou método por

missões, desenvolvido por Barret em 1982, o qual se preocupa com a segregação dos custos

88

diretos e indiretos. Esse método utiliza, para custeamento dos objetos, somente os custos

diretos de cada objeto analisado. Para o cálculo, são utilizados tanto os custos diretos

variáveis quanto os fixos. Os custos diretos envolvem gastos específicos, isto é, aqueles

diretamente identificados a um centro de custo ou atividade (FARIA; COSTA, 2005;

CHISTOPHER, 1997).

Esta etapa tem como pressuposto a utilização dos direcionadores de custos dos

recursos às atividades determinados ao longo da etapa anterior (porcentagem de alocação dos

recursos às atividades). Seu desenvolvimento se dá através do resgate dos custos dos recursos

e de sua respectiva alocação para as atividades considerando o direcionador definido na etapa

anterior, ou seja, a porcentagem do tempo que uma dada tarefa absorve de um dado recurso.

Recomenda-se que a alocação desses custos às atividades seja realizada conforme

dois princípios de custeio: (i) Absorção Total (Custeio Integral) e (ii) Absorção Parcial

(Custeio Parcial). O detalhamento desses princípios, embora já explorado ao longo do

capítulo 2, e a sistematização dos procedimentos de alocação dos custos as atividades/tarefas

será apresentado a seguir.

c.1. Etapa 2.4.3.1 - Alocação dos custos às atividades pela utilização do princípio da

absorção total

O princípio de Custeio por Absorção Total (ou Integral) consiste na atribuição de

todos os gastos (custos + perdas) ocorridos no processo de produção, sejam eles variáveis ou

fixos, aos produtos fabricados no período (MÜLLER, 1996; BORNIA, 1995; 2002;

KRAEMER, 1995 apud KLIEMANN et al., 2003), de forma a alocar integralmente os gastos

dos recursos às atividades.

A matriz de alocação de custos integral apresentada no Formulário 2.3 do Apêndice 2

tem como objetivo auxiliar a compreensão do desenvolvimento desta etapa. Ela permite

visualizar a alocação dos custos dos recursos às atividades de acordo com o direcionador

definido na etapa anterior (porcentagem de tempo de alocação dos recursos às atividades).

Assim, é feita soma das parcelas dos custos dos recursos absorvidos pelas tarefas, que são

obtidas pela multiplicação do custo do recurso pela fração do tempo unitário dedicado à

realização de uma dada tarefa.

89

Como resultado tem-se a alocação e identificação de todos os gastos diretos

relacionados a um dado processo, atividade ou tarefa. Entretanto, esta etapa não proporciona

uma análise detalhada do montante desperdiçado (perdas), e para que isto seja possível deve

também utilizar-se o princípio da absorção parcial descrito na etapa a seguir.

c.2. Etapa 2.4.3.2 - Alocação dos custos às atividades pela utilização do princípio da

absorção parcial

Segundo Bornia (2002), a utilização do princípio de absorção parcial (ou ideal) prevê,

apenas, a alocação aos produtos da parcela eficiente de seus recursos permitindo, assim, a

mensuração de parcela dos gastos relativos às perdas.

É de suma importância ressalvar que a sistemática proposta aborda, particularmente, a

determinação da parcela dos gastos efetivamente despendidos (custos) relativos às atividades

operacionais diretas. Logo, nessa análise são desconsideradas as perdas associadas com as

ociosidades dos recursos indiretos e as eventuais ineficiências dos processos diretos e

indiretos.

Como meio de operacionalização dessa etapa é proposta a utilização da matriz de

alocação de custos pelo princípio da absorção parcial apresentada no Formulário 2.4 do

Apêndice 2 de forma a facilitar o entendimento de sua operacionalização. O desenvolvimento

dessa matriz é feito através da alocação dos custos dos recursos às atividades considerando

tanto o direcionador utilização do recurso (porcentagem de tempo de alocação dos recursos às

atividades), quanto o grau de utilização do recurso associado. O valor do custo de cada

atividade ou tarefa pelo princípio da absorção parcial é obtido pela soma das parcelas dos

custos dos recursos que são absorvidos pelas mesmas. Por sua vez, essas parcelas são

definidas pela multiplicação do custo do recurso pelo (i) direcionador da atividade

(Formulário 2.2 do Apêndice 2) e (ii) o grau de utilização do recurso (Formulário 2.1 do

Apêndice 2), ou seja, respectivamente, a fração de tempos unitários por tarefa e a

porcentagem de utilização de um dado recurso frente ao tempo total disponível.

O resultado desta etapa é a alocação e identificação dos custos diretos de um dado

processo, atividade e tarefa, sem a incorporação das perdas ocorridas durante sua

operacionalização.

3.3.2.5 Etapa 2.5 - Identificação de direcionadores secundários e redistribuição dos gastos

90

das atividades indiretas às diretas

Essa etapa caracteriza-se tanto pela determinação dos critérios de rateio dos gastos

indiretos quanto pela redistribuição dos mesmos às atividades diretas. Será discutida e

analisada a problemática da inadequação dos atuais procedimentos de alocação de custos

indiretos aos produtos, os quais se apóiam em bases de rateio arbitrárias utilizadas em

metodologias de custeio tradicionais como a dos centros de custos. O método ABC melhora

essa alocação pois procura identificar, através de uma análise detalhada de cada atividade

indireta seu relacionamento com a atividade direta. Como resultado, tem-se a determinação

dos direcionadores secundários por processo e a alocação dos custos indiretos às tarefas

diretas. Portanto, no que tange ao desenvolvimento das atividades relacionadas com a

execução desta etapa observa-se que, primeiramente, fazem-se as definições dos critérios de

rateio dos custos diretos e, a seguir, suas alocações às atividades indiretas.

O presente trabalho propõe a utilização das matrizes apresentadas nos Formulários 2.5

e 2.6 do Apêndice 2 como forma de auxílio ao seu desenvolvimento. Ambas detalham o

método sugerido para distribuição dos custos indiretos às atividades diretas. No entanto, a

primeira apóia-se nos dados associados ao princípio do custeio integral determinados na etapa

2.4.3.1. pelo Formulário 2.3 do Apêndice 2, enquanto a segunda utiliza os dados fornecidos

pela etapa 2.4.3.2. (Formulário 2.4 do Apêndice 2), os quais estão associados ao princípio da

absorção parcial.

3.3.2.6 Etapa 2.6 - Definição e cálculo dos valores das atividades logísticas

De uma forma geral, os custos podem ser alocados a clientes ou outros objetos de

custos (BORNIA, 2002). Esta etapa visa definir e calcular o valor dos processos, atividades

ou tarefas executadas. Nesse caso, não se pretende transferir os custos relacionados com as

mesmas para os produtos ou clientes.

A operacionalização dessa etapa dá-se pelo somatório dos gastos obtidos através da

valorização dos custos diretos realizado pelos Princípios Integral ou Parcial com os gastos

indiretos distribuídos. Como resultado tem-se o valor das tarefas executadas, conforme

apresentado nos Formulários 2.5 e 2.6 do Apêndice 2.

3.3.2.7 Etapa 2.7 - Identificação de gastos e perdas

91

Esta etapa refere-se à análise dos dados obtidos nas etapas anteriores. As perdas

decorrentes das ociosidades são identificadas através da diminuição dos valores obtidos pela

utilização do princípio da absorção total pelo valor calculado pela absorção parcial. Como

resultado, tem-se a segregação dos gastos das atividade ou tarefas em custos e perdas. São

consideradas como perdas, somente, as parcelas referentes às ociosidades dos recursos

diretos, não sendo estratificadas as ineficiências dos processos nem as ociosidades dos

recursos indiretos.

Para uma melhor compreensão de seu desenvolvimento é detalhada a obtenção da

perda associada a uma dada tarefa pelo Formulário 2.7 do Apêndice 2, o qual é determinado

pela diminuição dos valores totais determinados pelos nos Formulários 2.5 e 2.6 do Apêndice

2, respectivamente total de custos das atividades considerando os princípios da absorção total

e parcial.

3.4 Fase 4 - Avaliação do desempenho econômico dos processos logísticos

As fases 1, 2 e 3 apresentadas fornecem subsídios para a avaliação do desempenho

econômico dos processos logísticos, pois é a partir dessas que os dados acerca de processos

envolvidos (fase 1), padrões previamente concebidos (fase 2) e resultados atingidos (fase 3)

são extraídos. Logo, elas serão os pilares do sistema de avaliação de desempenho econômico

apresentado nesta fase. Propõe-se sua implementação através de três etapas, sendo a primeira

caracterizada por definições conceituais acerca de conteúdo, forma e método, a segunda pela

atribuição de um padrão de execução (meta) e a terceira pela medição propriamente dita, ou

seja, a apuração das informações econômicas relativas aos processos logísticos.

3.4.1 Etapa 4.1 - Estruturação do sistema de medição

A etapa de estruturação do sistema de medição tem como objetivo abordar aspectos

relacionados ao conteúdo, à forma e ao método. Ela está subdividida em dois momentos: (i)

definição dos indicadores de desempenho (IDs) a serem avaliados (conteúdo) e (ii) definição

de forma e do método de coleta dos dados. A caracterização dos objetivos e resultados

pretendidos, assim como a apresentação do desenvolvimento de cada uma delas, será feita a

seguir.

92

3.4.1.1 Etapa 4.1.1 - Definição de indicadores de desempenho (ID) a serem avaliados

A sistemática apresentada neste trabalho deve estabelecer as perspectivas estratégicas

a serem avaliadas e definir seus respectivos indicadores. Para tanto, optou-se por alguns

elementos abordados por Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001), SCC (2002) e Stewart

(1995), que priorizam a eficiência de processos intra-empresariais frente ao relacionamento

inter-empresarial. Os indicadores a serem obtidos visarão, assim, o controle das atividades,

foco desta proposta. A Figura 20 ilustra esta etapa.

Processos Níveis Perspectiva de Gerenciamento de

recursos Perspectiva de Custos logísticos

Atividade 1 % de perda sobre gasto apurados Diferença entre gastos diretos

apurados e projetados

Atividade 2 % de perda sobre gasto apurados Diferença entre gastos diretos

apurados e projetados

Atividade 3

Operacional

% de perda sobre gasto apurados Diferença entre gastos diretos

apurados e projetados

Pro

cess

os

Global Estratégico

% de perda sobre gasto apurados global

Diferença entre VPL, Payback descontado e

TIR apurada (absorção total e parcial) e projetada

Diferença entre gastos diretos apurados e planejado global

Figura 20: Relação entre processos, perspectivas e indicadores de desempenho logístico

3.4.1.2 Etapa 4.1.2 - Definição da forma e do método de coleta dos dados

Esta etapa compreende as atividades relacionadas com as definições acerca do formato

de apresentação e do método de coleta de cada ID. Pretende-se discutir, propor e validar o

meio pelo qual serão coletadas e apresentadas tais informações.

3.4.2 Etapa 4.2 - Definição de metas

Esta etapa tem como objetivo principal a compreensão do modo pelo qual serão

definidas as metas dos IDs a serem utilizadas. Para isso, essa seção resgata os valores

determinados ao longo da fase 2 (planejamento técnico-econômico das operações logísticas),

especificamente aqueles definidos durante as etapas 2.1 (determinação dos custos de ativos

93

por cenário) e 2.2 (determinação dos gastos operacionais por período) e, além disso, define as

porcentagens (%) aceitáveis a serem aplicadas em cada caso. A Figura 21 tem como objetivo

detalhar as fontes de dados utilizadas na determinação das metas dos IDs.

3.4.3 Etapa 4.3 - Apuração das informações econômicas

Esta etapa tem como objetivo explorar os dados obtidos pela etapa 2.7 (identificação

de gastos e perdas) da fase 3. São extraídas as informações referentes a gastos e custos das

atividades ou tarefas diretas e calculados os respectivos IDs.

Processos / Perscpectivas

Níveis Temp.

Gerenciamento de recursos Custos logísticos

Atividade 1 <= 7% do valor apurado de gasto Valor projetado Etapa 2.2 fase 2 – Valor apurado Etapa 2.6 fase 3 > = 0

Atividade 2 <= 7% do valor apurado de gasto Valor projetado Etapa 2.2 fase 2 – Valor apurado Etapa 2.6 fase 3 > = 0

Atividade 3

Operacional

<= 7% do valor apurado de gasto Valor projetado Etapa 2.2 fase 2 – Valor apurado Etapa 2.6 fase 3 > = 0

Pro

cess

os

Global Estratégico

<= 7% do valor apurado de gasto

Valor VPL e TIR apurada (absorção total e parcial) >= Valor Projetado (Resultado

Etapa 3.2 fase 2 para VPL, TIR

Valor Payback apurada (absorção total e parcial) <= Valor Projetado (Resultado

Etapa 3.2 fase 2 para Payback.

Valor global planejado definido Etapa 2.2 fase 2 – Valor global apurado

Etapa 2.6 fase 3 > = 0

Figura 21: Quadro indicativo das metas dos IDs e fontes utilizadas para suas definições

3.5 Fase 5 - Avaliação de parâmetros operacionais

A avaliação de parâmetros operacionais visa, inicialmente, determinar as quantidades

de recursos necessários para obter-se uma dada capacidade produtiva. Além disso, permite

avaliar os resultados atingidos durante a execução do sistema logístico. Nesse sentido, esta

fase caracteriza-se tanto pela análise crítica dos processos (análise) quanto pela especificação

técnica do recurso utilizado (tecnologia).

94

3.5.1 Etapa 5.1 - Análise crítica dos processos logísticos

Essa etapa tem como objetivo a análise dos resultados obtidos na fase 4 (avaliação de

desempenho econômico dos processos logísticos), sendo comparados e priorizados os

processos, atividades ou tarefas que se encontram desviados de sua meta. É proposto,

também, o uso de ferramentas do SCC. Portanto, o uso da sistemática permite que a empresa

compare seus processos com aqueles de outras companhias e, assim, aplique as melhores

práticas desenvolvidas pelo mercado.

Nesse contexto, alterações quanto à tecnologia ou à forma de realização das atividades

são fontes amplamente utilizadas para a solução desses desvios. No entanto, é preciso atentar

que essas alterações tendem a modificar os parâmetros técnicos utilizados e,

conseqüentemente, a valorização econômica deve ser continuamente revista.

3.5.2 Etapa 5.2 - Definição de parâmetros técnicos

Na sua origem, a definição de parâmetros técnicos permite determinar a produtividade

de um recurso frente a uma atividade ou tarefa. O nível de agregação do índice de

produtividade deve atentar para o grau de especificidade de um dado recurso.

Isso significa dizer que, caso esse recurso seja alocado somente na execução de poucas

tarefas, elas podem ser quantificadas conjuntamente, pois tendem a facilitar a análise dos

dados. Diferentemente, caso seja executada uma grande variedade de atividades, o índice deve

ter um grau de desagregação que permita a compreensão do relacionamento entre elas.

Portanto, como resultado desta etapa tem-se a definição dos índices de produtividade

dos recursos por atividade ou tarefa. Por exemplo, pode ter-se o número de caixas

movimentadas por turno e por empilhadeira para atividades de recebimento, armazenagem,

alocação e expedição; o número de rotas realizadas por turno e por rebocador para atividades

de transporte do fornecedor até a montadora; o número de embalagens abastecidas na linha

por turno, etc.

95

3.6 Conclusões do capítulo

Ao longo deste capítulo foi apresentada a estrutura da sistemática proposta fazendo-se

a descrição dos objetivos, desdobramentos e resultados pretendidos em suas fases e

respectivas etapas. Além disso, foi exemplificada a forma pela qual se pretende integrá-las

com o intuito de avaliar, continuamente, as operações e seus processos logísticos de maneira

sistêmica.

A fase inicial visa a compreensão do ambiente empresarial, faz a análise crítica das

suas relações processuais e, por fim, discute seus desdobramentos. Ela proporciona o

nivelamento de informações entre os componentes do time de projeto e a priorização dos

elementos e processos logísticos a serem detalhados.

A necessidade de planejamento econômico de médio e longo prazos é, por sua vez, a

principal característica abordada na fase seguinte. Nela, a principal contribuição é dada pela

criação de tabelas que auxiliam a estruturação da coleta de dados, pois tendem a facilitar a

identificação de elementos de custos associados a um dado processo e, assim, aumentar a

confiabilidade das análises realizadas.

Assim como a anterior, a fase de apuração dos resultados foi desenvolvida com o

objetivo de fornecer uma seqüência metodológica que permita proporcionar informações

relacionadas ao comportamento econômico do processo logístico estudado. Nela, tem-se uma

particular preocupação com a avaliação de perdas derivadas da ociosidade dos recursos, a

qual é um dos temas abordados durante o desenvolvimento da etapa seguinte.

Na fase de avaliação de desempenho econômico é estruturada a forma, o conteúdo e o

método de mensuração dos processos logísticos. Outra importante característica desta fase é a

forma de integração e relacionamento com as demais etapas, pois suas fontes de dados foram

detalhadas nas etapas das fases 2 e 3.

Por fim, é sugerido realizar uma análise crítica do desempenho dos processos através

da avaliação de seus parâmetros e comparação deles com os objetivos estratégicos da

empresa. Como resultado, tem-se a proposição de alternativas de melhoria, as quais deverão

ser implementadas em outro ciclo da sistemática na fase 2.

O próximo capítulo apresenta a validação parcial da sistemática proposta em um caso

real.

96

4. VALIDAÇÃO DA SISTEMÁTICA PROPOSTA

Nesse capítulo é apresentada a validação parcial da sistemática proposta no capítulo

anterior. Para tanto, faz-se inicialmente uma apresentação da estrutura da empresa objeto da

aplicação e do ambiente no qual ela está inserida. Na seção seguinte é apresentada a

implantação propriamente dita, isto é, a operacionalização das fases com suas respectivas

etapas. No final do capítulo são apresentadas as conclusões acerca da validação parcial

realizada.

4.1 Apresentação da empresa

A sistemática foi aplicada junto às operações logísticas de um complexo industrial

automotivo instalado no Rio Grande do Sul, o qual tem suas atividades desenvolvidas por um

operador logístico. A fim de desenvolver uma operação logística enxuta que pudesse agregar

valor ao processo, a empresa buscou, desde a sua introdução no estado, uma parceria com um

operador logístico global. O principal objetivo da parceria foi a criação de um ambiente

favorável à integração dos elos da cadeia.

Esta seção pretende, inicialmente, detalhar a visão global do operador logístico e, a

seguir, descrever o macroambiente operacional – contrato logístico do complexo industrial -

no qual ele está inserido, e que será o foco da validação parcial da sistemática proposta.

97

4.1.1 Visão global da empresa

O operador logístico em questão faz parte da estrutura organizacional de um grupo que

está, atualmente, presente em 200 países e conta com cerca de 163.000 funcionários, alcançou

em 2004 um faturamento de mais de € 12.6 bilhões e tem suas ações cotadas nas principais

Bolsas de Valores do mundo, como Nova York, Londres, Frankfurt e Amsterdã. A Figura 22

tem como objetivo permitir uma visão global da empresa.

Figura 22: Visão Global do Operador Logístico objeto da validação

Fonte: Adaptada de Rummler e Brache

Para maior compreensão de sua organização, os próximos parágrafos serão destinados

ao detalhamento das estruturas organizacionais da empresa no que tange aos recursos, saídas e

mercado.

4.1.1.1 Recursos

98

A fim de proporcionar uma melhor compreensão da empresa, essa foi dividida em sub

componentes de entrada: capital, tecnologia, recursos humanos e infra-estrutura, que serão

apresentados a seguir.

� Capital: a empresa é responsável por aproximadamente 30% do faturamento de seu

grupo, apresentando em 2004 um faturamento mundial da ordem de € 4.1 Bi;

� Tecnologia: com o objetivo de suportar os níveis de serviços acordados com os

clientes, o operador conta com diversas tecnologias, as quais são customizadas para

cada cliente ou situação;

� Recursos humanos: conta atualmente com cerca de 4.700 funcionários distribuídos

pelos diversos contratos em nível de Brasil;

� Infra-estrutura: sendo uma empresa prestadora de serviços, a mesma tem como

principal infra-estrutura seus funcionários, sistemas de informação, veículos e

armazéns.

4.1.1.2 Saídas

A empresa oferece a seus clientes diversos serviços, os quais podem ser divididos em

4 (quatro) tipos conforme o processo executado. Vale ressaltar que, embora serviços

semelhantes sejam oferecidos a diferentes tipos de processos, os mesmos mantêm

características específicas do processo em questão, o que caracteriza-o como um item do

portfólio. A tipologia e a relação dos serviços são detalhados a seguir:

� Logística Inbound ou Suprimentos: além de coletas nacionais e internacionais, o

operador logístico oferece serviços de desembaraço aduaneiro, milk runs, cross-

docking, consolidação e armazenagem, montagem de kits e serviços de valor agregado

e gerenciamento de fretes;

� Movimentação interna (Material Handling): dentre os diversos serviços oferecidos

estão o recebimento de matérias-primas e produtos acabados, armazenagem, gestão de

estoques, sub-montagem, abastecimento da linha de produção e planejamento e

controle de inventário;

� Logística Outbound ou Distribuição: dentre os diversos serviços oferecidos estão o

planejamento da distribuição de recursos, armazenagem, planejamento e controle de

99

inventário, serviços de valor agregado, distribuição em redes dedicadas e

compartilhadas, cross-docking e gerenciamento de fretes.

� Serviços ao cliente: dentre os diversos serviços oferecidos estão a logística reversa,

logística de reciclados, distribuição de peças e acessórios, coordenação e

gerenciamento de atividades de reparo e call center.

4.1.1.3 Mercado

O potencial de expansão de negócios no mercado brasileiro de serviços logísticos é

indiscutível, basta olhar o histórico do setor: em 1997 a receita anual era de R$ 1 bilhão e as

operadoras não passavam de 35. Em menos de oito anos, o faturamento saltou para R$ 16,4

bilhões e as empresas, entre elas gigantes multinacionais, somavam 118 no final de 2004.

Esse quadro, somado à atual fase favorável da economia e ao acelerado desenvolvimento

tecnológico - fundamental nessa área -, contribui para os melhores prognósticos (VALOR

ECONÔMICO, 2006).

4.1.2 Complexo industrial automotivo e o contrato logístico

No ambiente que serve de base para aplicação deste trabalho, há um projeto de 16

empresas sediadas dentro de um complexo industrial com um regime de produção seriada

destinada, exclusivamente, a suprir a demanda da montadora ali localizada. A produção média

de veículos passa dos 180 mil veículos/ano, com uma taxa média de 45 veículos produzidos

por hora em uma jornada diária de dois turnos de trabalho. A montadora conta com cerca de 2

mil funcionários e seu operador logístico apresenta cerca de 450 funcionários distribuídos em

todas as operações do complexo industrial. Neste estudo serão abordadas somente as

atividades cujo gerenciamento se dá pelo operador logístico local.

O modelo de abastecimento de fábrica, por sua vez, segue os mais modernos padrões

internacionais, como just in time (JIT) e just in sequence (JIS). Atualmente, a fábrica da

montadora no Rio Grande do Sul é referência mundial em produtividade relacionada à

manufatura e sistema de abastecimento de planta (logística inbound). Na Figura 23 mostra a

visão geral do condomínio industrial. Nessa organização produtiva, uma das principais

características presentes é a alta capacidade de resposta às variações de demanda e reduções

100

significativas de inventário proporcionadas pela pequena distância física entre a montadora e

seus fornecedores e pelo planejamento de produção integrado.

Figura 23: Layout complexo industrial

Fonte: Adaptada da apresentação institucional da empresa

4.2 Implantação da sistemática proposta

Este tópico foi desenvolvido na mesma seqüência da sistemática apresentada no

capítulo anterior e as seções que seguem descrevem sua implantação prática.

4.2.1 Fase 1 - Identificação e descrição das operações logísticas

Nessa fase foram discutidos, junto a alguns gestores da empresa, os principais

elementos que constituíam a operação de serviços logísticos oferecidos à montadora no

complexo industrial. Diante dos diversos elementos destacados pelo time, optou-se por,

inicialmente, agrupá-los por tipologia operacional e, a seguir, apresentá-los de uma forma que

permitisse a compreensão de características como objetivo, descrição, importância e

relacionamento econômico. A Figura 24 resume alguns dos aspectos destacados nesta fase.

101

Elemento característica

Material Handling

Suprimentos CIAG

On site

Centro de Consolidação de

Materiais

Submontagem

Objetivo Suprir a linha de montagem da montadora com componentes a partir de estoques temporários.

Transportar componentes do complexo do sistemista para a linha de produção.

Estocar e controlar estoques de componentes oriundos de fora do complexo industrial.

Realizar atividades de acoplamento ao motor do câmbio e de vários outros componentes especificados.

Descrição Execução das atividades de movimentação através de empilhadeiras, rebocadores e bases sobre rodas de acordo com as rotas e freqüências pré-determinadas.

Caracteriza-se, principalmente, pelos baixos tempos de ciclo e alta freqüência de execução.

Execução das atividades de transporte através de rebocadores + dollies ou Conveyor de acordo com as rotas e freqüências pré-determinadas.

Caracteriza-se, principalmente pelos baixos tempos de ciclo e alta freqüência de execução.

Execução das atividades de recebimento, armazenagem, picking, expedição, controle de inventário através de recursos como estrutura predial, softwares, pessoas e equipamentos de movimentação.

Execução das atividades de recebimento, armazenagem, picking, expedição, controle de inventário e montagem de sistemas através de recursos como estrutura predial, softwares, pessoas e equipamentos de movimentação e linha de montagem.

Importância Garante a operacionalização de células de manufaturas (funilaria) e linhas de montagem sob baixos níveis de inventários em processo e altos níveis de serviços.

Garante a operacionalização do ressuprimento de componentes e sistemas para linhas de montagem e controle dos baixos níveis de inventário na planta da montadora.

Unifica alguns estoques temporários, permitindo ganhos relativos a controle do inventário (perdas inventariais) e sinergia de recursos operacionais (devido à localização).

Permite desenvolvimento de estratégia de produção nivelada com baixos níveis de inventário inter plantas devido ao baixo lead time de suprimento e montagem.

Relacionamento econômico

20,9% do custo total 15,4% do custo total 42,4% do custo total 21,2% do custo total

Figura 24: Identificação e descrição dos elementos operacionais que compõem as operações

logísticas

Ao longo dessa fase teve-se a compreensão do escopo de atividades exercidas pela

empresa, seus objetivos, importância e, principalmente, seu relacionamento econômico com o

projeto global. Como resultado disso, foi possível priorizar algumas frentes de trabalho com o

intuito de escolher alguns elementos para realização do projeto-piloto, objetivando a

validação da sistemática proposta.

Vale ressalvar que a priorização baseou-se apenas na opinião e debate com o grupo de

trabalho, o qual definiu como linha de estudo os elementos Material Handling e On site

devido às suas representatividades econômicas, estabilidades de processos e oportunidades de

ganhos econômicos.

102

4.2.1.1 Etapa 1 - Definição de cenários estratégicos

As atividades referentes a esta etapa deram-se, basicamente, pela discussão, análise e

determinação dos cenários estratégicos pela equipe de projeto. Nessa oportunidade foram,

inicialmente, determinadas as CBE, CBT e OE e seus padrões, os quais poderiam alterar

economicamente a análise desejada. As combinações das características e dos padrões deram

origem aos cenários a serem, futuramente, estudados. A Figura 25 ilustra três desses cenários

e propõe a quantificação da evolução de seus padrões ao longo do período de tempo proposto.

Tipos de características

Padrões Cenário Período 1

Período 2

Período 3

Período 4

Período 5

A 180.000 180.000 180.000 230.000 230.000

B 180.000 200.000 200.000 210.000 230.000 Volume de

produção anual

C 180.000 200.000 230.000 230.000 230.000

A 2 2 2 3 3

B 2 3 3 3 3

Característica com base estratégica

(CBE) Quantidades

de turnos produtivos

C 2 3 3 3 3

A Elét./GL

P Elét./GLP Elét./GLP Elét./GLP Elét./GLP

B GLP GLP GLP GLP GLP

Característica com base

tecnológica (CBT)

Tipologia aplicada a

equipamentos de

movimentação C

Elét./GLP

Elét./GLP Elét./GLP Elét./GLP Elét./GLP

A

OS e MH Com

sinergias

OS e MH Com

sinergias

OS e MH Com

sinergias

OS e MH Com

sinergias

OS e MH Com

sinergias

B OS e

MH Sem sinergias

OS e MH Sem

sinergias

OS e MH Sem

sinergias

OS e MH Sem

sinergias

OS e MH Sem

sinergias

Operações e elementos (OE)

Escopo de execução de atividades indiretas

C

OS e MH Com

sinergias

OS e MH Com

sinergias

OS e MH Com

sinergias

OS e MH Com

sinergias

OS e MH Com

sinergias

Figura 25: Níveis e padrões dos cenários estratégicos estabelecidos para o projeto-piloto

analisado

103

4.2.2 Fase 2 - Planejamento técnico-econômico das operações logísticas

A operacionalização dessa fase deu-se, inicialmente, através do levantamento dos

dados históricos de base econômica referentes aos projetos dos elementos operacionais -

Material Handling (MH) e Suprimentos CIAG-On Site (OS) - pois, nesse caso, eles já haviam

sido implantados e, portanto, encontravam-se em regime operacional. A seguir, foram

definidos os possíveis cenários adotados na sua concepção e, por fim, aplicaram-se técnicas e

análise de investimentos que permitiu avaliá-los economicamente.

A equipe de projeto pôde contar com a participação de departamentos específicos da

empresa, como engenharia, gerência geral do contrato e controladoria. O primeiro atuou

fornecendo dados referentes ao histórico operacional do contrato. O segundo, por sua vez,

cooperou, principalmente, durante a determinação de questões estratégicas. Por fim, a

controladoria auxiliou tanto na coleta de dados de base econômica quanto na validação dos

resultados. O detalhamento dessa operacionalização é apresentado a seguir.

4.2.2.1 Etapa 1 - Definição de bases de dados para cenário A

A realização desta etapa exigiu o entendimento de todos os conceitos técnicos e

econômicos relacionados com cada cenário proposto. Além disso, para seu desenvolvimento

foi preciso segregar os itens de custos (investimentos ou gastos mensais e receitas)

relacionados às atividades já em regime operacional daqueles associados às atividades ainda

previstas, ou seja, a serem implantadas.

As atividades já em regime operacional foram analisadas tendo como base os atuais

padrões, visto que estavam determinados nas atuais bases de dados da contabilidade,

engenharia e manutenção. De outro modo, os itens de custos relativos à execução de

atividades futuras foram estimados a partir de análises multidepartamentais. Por exemplo, a

determinação dos custos de seguros foi efetuada junto ao departamento de seguros, de

manutenção junto à manutenção, etc.

Em resposta a estas necessidades, as seções a seguir apresentam o detalhamento de

cada uma dessas atividades e demais fases conforme a implantação desenvolvida. Nesses

104

casos, optou-se por apresentar somente os dados referentes ao cenário A. Vale ressalvar que

embora, não sendo apresentados os demais cenários, isso não afeta a boa compreensão da

sistemática proposta, na medida em que a obtenção dos dados referentes aos demais cenários

poderia ser alcançada pela replicação dos passos apresentados para o cenário A.

a. Etapa 1.1 - Determinação dos custos dos ativos para o cenário A

Dada a escolha do cenário A, a determinação dos custos dos ativos necessários para a

sua execução deu-se através da coleta de dados existentes na empresa, em particular, de bases

de dados dos departamentos de controladoria e engenharia. Em seguida, foi realizado o

agrupamento desses custos conforme funcionalidade, em itens e subitens. O resultado

resumido desta etapa é mostrado na Tabela 1 o que e o detalhamento dos custos associados a

cada um dos itens é apresentado pelo Formulário 3.1 do Apêndice 3.

Tabela 1: Resumo dos custos dos ativos por item de acordo com o cenário A

Itens Total Investido (R$)

[1] Estrutura Geral R$ 206.600,00

[2] Estrutura de Armazenagem R$ 0,00

[3] Equipamentos industriais R$ 3.370.000,00

[4] Estrutura de Hardware R$ 115.634,17

[5] Estrutura de Software R$ 44.979,89

[6] Equipamentos Diversos R$ 0,00

Total de Custos R$ 3.737.214,06

b. Etapa 1.2 - Determinação dos gastos operacionais por período para cenário A

Da mesma forma que na etapa anterior, a determinação dos gastos operacionais

necessários para a execução da operação deu-se através de duas atividades: coleta de dados

existente na empresa, em particular nos departamentos de controladoria e engenharia, e

determinação de valores para execução de atividades futuras com base em estimativas multi-

departamentais.

Pode-se afirmar que, operacionalmente, cada uma dessas atividades baseou-se em

quatro passos: (i) determinação dos itens e subitens de gastos; (ii) valorização desses itens e

subitens; (iii) alocação dos gastos dos itens às atividades conforme critérios de rateios diretos

105

e, por fim, (iv) replicação das etapas (ii) e (iii) para os demais períodos analisados pelo

cenário.

Os resultados alcançados pela implantação das atividades (i) e (ii) são mostrados pelo

Formulário 3.2 do Apêndice 3. A seguir, foi possível alocar os gastos as atividades através de

direcionadores. Como resultado, tem-se a determinação dos gastos operacionais diretos de

cada atividade por período, os quais somados representam o custo total do período analisado,

conforme Formulário 3.3 do Apêndice 3.

Resumidamente, vale atentar que, enquanto a primeira e a segunda etapa forneceram

dados econômicos (valorização dos recursos), a terceira atribui os mesmos a uma dada

atividade direta utilizando alguns direcionadores como número de funcionários por atividade,

número de equipamentos por atividade ou alocação direta.

Por fim, dado que um cenário é composto por vários períodos, foi necessário obter a

relação dos dados apresentados anteriormente para todos os períodos definidos no cenário, ou

seja, relação dos custos operacionais por período/cenário (sub etapa (iv)). Os dados são

apresentados na Tabela 2, e corresponde ao Formulário 3.4 do Apêndice 3.

Tabela 2: Gastos operacionais por período para o cenário A

GASTOS MENSAIS

Cenário A

TOTAL Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

[1] Recursos Administrativos 5.199.872,64 993.536,64 993.536,64 993.536,64 1.109.631,36 1.109.631,36

[2] Recursos Operacionais 15.726.771,8 2.622.299,52 2.622.299,52 2.622.299,52 3.929.936,64 3.929.936,64

[3] Equipamentos industriais 6.644.762,43 1.268.338,62 1.268.338,62 1.268.338,62 1.419.873,28 1.419.873,28

[4] Instalações 1.463.700,00 285.972,00 285.972,00 285.972,00 302.892,00 302.892,00

[5] Sistemas 703.614,06 140.722,81 140.722,81 140.722,81 140.722,81 140.722,81

[6] Estoque 82.950,00 16.590,00 16.590,00 16.590,00 16.590,00 16.590,00

[7] Seguros 826.120,00 161.840,00 161.840,00 161.840,00 170.300,00 170.300,00

[8] Manutenção de Industriais 1.479.590,00 248.986,00 248.986,00 248.986,00 366.316,00 366.316,00

[9] Despesas Gerais 175.280,36 35.056,07 35.056,07 35.056,07 35.056,07 35.056,07

Total de custos anuais 32.302.661,3 5.773.341,67 5.773.341,67 5.773.341,67 7.491.318,16 7.491.318,16

c. Etapa 1.3 - Determinação das receitas operacionais por período para cenário A

Essa etapa decorreu da determinação dos gastos operacionais por período. Sua

operacionalização deu-se através de três atividades: definição e quantificação da margem de

106

lucratividade dos gastos ocorridos em cada período, e adição do valor obtido ao gasto

originalmente analisado. Os dados obtidos são apresentados na Tabela 3, que mostra a

determinação das receitas dos processos detalhadas por período, e corresponde ao Formulário

3.5 do Apêndice 3.

Tabela 3: Receitas operacionais por período para o cenário A

Receitas

Cenário A

TOTAL Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

Total de

Receitas

46.146.659,05 8.247.630,95 8.247.630,95 8.247.630,95 10.701.883,09 10.701.883,09

d. Etapa 1.4 - Definição de métodos de avaliação de investimentos e dados específicos a

serem levantados

Esta foi realizada através das definições obtidas pela equipe de projeto e o

departamento de controladoria. Analisou-se a opção de utilizar os métodos do Valor Presente

Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e Payback para avaliação dos investimentos e

seus desdobramentos. Foram abordados alguns tópicos referentes à determinação de dados

específicos, como por exemplo a definição de três importantes informações, as quais

deveriam ser contempladas pela avaliação econômica. A relação dessas e dos valores

atribuídos é apresentada na Tabela 4.

Tabela 4: Dados específicos levantados para determinação do fluxo de caixa

Dados específicos Valor

Despesas centrais de estrutura (Over Head Charges (CHO)) 2%

Taxa de atratividade mínima (TMA) 10%

Imposto de Renda aplicado sobre o lucro antes das taxas (IR) 34%

4.2.2.2 Etapa 2 - Estruturação e implementação do fluxo de caixa e avaliação dos

investimentos

A etapa mencionada nessa seção foi operacionalizada por uma equipe

multidepartamental composta pela equipe de projeto e alguns departamentos: controladoria,

gerência operacional e diretoria.

107

Primeiramente, optou-se por analisar o modo de elaboração do fluxo de caixa junto à

controladoria, a qual auxiliou na identificação de características relacionadas, essencialmente,

com a performance econômica. Foram questionados, por exemplo, a forma de cálculo dos

gastos relativos às despesas de estrutura, imposto de renda, depreciações e seus

desdobramentos na estrutura do fluxo. A seguir, deu-se a implementação dos fluxos de caixa

pelo time de projeto e, por fim, seus resultados foram analisados em conjunto com a diretoria

e com a gerência operacional.

a. Etapa 2.1 - Estruturação do fluxo de caixa previsto para o cenário A

A primeira parte dessa etapa, basicamente, foi desenvolvida resgatando os dados

obtidos através das atividades executados ao longo da fase 2. Toda a estruturação do fluxo de

caixa transposta nessa implementação foi realizada através da integração dos diversos dados

mantidos no banco de informações de base econômica (BIBE). Na sua essência, suas

atividades foram realizadas em conjunto aos departamentos de gerência operacional e

controladoria, os quais tiveram como objetivos, respectivamente, auxiliar a estruturação e

implementação do fluxo e validar o modo de cálculo utilizado para integração das

informações. O detalhamento das atividades realizadas ao longo dessa etapa será apresentado

nas seções que seguem.

O processo de estruturação do fluxo de caixa aqui desenvolvido obedeceu,

rigorosamente, às quatro etapas de coleta e integração de dados inicialmente propostas: (i)

apuração dos custos e receitas por período referentes à depreciação dos investimentos; (ii)

apuração dos resultados operacionais, ou seja, a soma de receitas e despesas por período, (iii)

apuração de custos específicos referentes à CHO e IR e (iv) a integração desses para a

construção do fluxo de caixa previsto. O resultado disso é apresentado nas seções a seguir.

a.1. Etapa 2.1.1 - Apuração dos custos e receitas por período referentes à depreciação dos

investimentos para o cenário A

O procedimento operacional aqui apresentado pela equipe de projeto consistiu,

inicialmente, na identificação do número de períodos em que seriam depreciados cada um dos

itens de ativos determinados na etapa 2.1 da fase 2 dessa metodologia. Para isso, foram

consultados tanto a gerência operacional quanto a diretoria, pois envolviam questões

108

estratégicas relacionadas à gestão operacional. Vale ressaltar que nesse caso optou-se por não

utilizar os padrões contábeis, mas sim os gerenciais. Logo, foi considerada uma taxa de

depreciação de 20 % ao para todos os itens, isto é, cinco períodos de depreciação.

Assim, teve-se a determinação da parcela de gasto referente à depreciação de cada um

dos itens, que somados expressam o valor total de gastos a serem realizados. O resultado

dessa operacionalização é demonstrado através da visualização da Tabela 5, a qual prevê em

cada período a divisão do valor contemplado na Tabela 1, pelo prazo de depreciação

considerado pelo item.

Tabela 5: Detalhamento dos custos operacionais e receitas relativas à depreciação dos

investimentos

1) INVESTIMENTOS Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

(+) Receita de Investimentos

Receita sobre investimentos - - - - -

(+) Total de Receita de Investimentos - - - - -

(-) Custos dos investimentos

[1] Estrutura Geral 41.320,00 41.320,00 41.320,00 41.320,00 41.320,00

[2] Estrutura de Armazenagem 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

[3] Equipamentos industriais 674.000,00 674.000,00 674.000,00 674.000,00 674.000,00

[4] Estrutura de Hardware 23.126,83 23.126,83 23.126,83 23.126,83 23.126,83

[5] Estrutura de Software 8.995,98 8.995,98 8.995,98 8.995,98 8.995,98

[6] Equipamentos Diversos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total de Custos dos investimentos 747.442,81 747.442,81 747.442,81 747.442,81 747.442,81

a.2. Etapa 2.1.2 - Apuração dos resultados operacionais por período para o cenário A

Tendo já realizado, ao longo das etapas 2.2 e 2.3 da fase anterior, a determinação dos

gastos e receitas operacionais por período para o cenário A, nesse momento deu-se,

basicamente, a recuperação e integração dos mesmos. O resultado de sua implantação é

mostrado na Tabela 6.

109

a.3. Etapa 2.1.3 - Apuração de Custos referentes a CHO e IR para cenário A

Nessa seção a equipe de projeto, juntamente com o departamento de controladoria

buscou, através de reuniões, conceituar e determinar alguns dados específicos identificados

nas etapas anteriores. Portanto, o produto dessa etapa foi atingido através da discussão,

análise e determinação da fórmula de cálculo a ser utilizada para quantificação dos gastos

referentes à despesa de estrutura (CHO) e imposto de renda (IR).

O resultado disso é apresentado na Tabela 7, a qual atribui gastos a serem realizados

ao longo dos períodos analisados para ambos os termos.

Tabela 6: Resultados operacionais por período para cenário A

2) ATIVIDADE

OPERACIONAL

Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

Receitas

Receitas operacionais 8.247.631 8.247.631 8.247.631 10.701.883 10.701.883

Total de Receita Operacionais 8.247.631 8.247.631 8.247.631 10.701.883 10.701.883

Despesas operacionais

[1] Recursos Administrativos 993.537 993.537 993.537 1.109.631 1.109.631

[2] Recursos Operacionais 2.622.300 2.622.300 2.622.300 3.929.937 3.929.937

[3] Equipamentos industriais 1.268.339 1.268.339 1.268.339 1.419.873 1.419.873

[4] Instalações 285.972 285.972 285.972 302.892 302.892

[5] Sistemas 140.723 140.723 140.723 140.723 140.723

[6] Estoque 16.590 16.590 16.590 16.590 16.590

[7] Seguros 161.840 161.840 161.840 170.300 170.300

[8] Manutenção de veículos 248.986 248.986 248.986 366.316 366.316

[9] Despesas Gerais 35.056 35.056 35.056 35.056 35.056

Total de despesas 5.773.342 5.773.342 5.773.342 7.491.318 7.491.318

110

Tabela 7: Custos referentes a despesas centrais de estrutura e imposto de renda para o cenário

A

3) TOTAL Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

Receita Total 8.247.630,95 8.247.630,95 8.247.630,95 10.701.883,09 10.701.883,09

Despesa Total 6.520.784,48 6.520.784,48 6.520.784,48 8.238.760,98 8.238.760,98

Despesas Centrais de Estrutura 2% 164.952,62 164.952,62 164.952,62 214.037,66 214.037,66

Impostos (IR) 587.127,80 587.127,80 587.127,80 837.461,52 837.461,52

a.4. Etapa 2.1.4 - Integração de custos, receitas e depreciações para o cenário A

As atividades realizadas nessa etapa resumiram-se à soma algébrica dos dados obtidos

pelas três etapas anteriormente descritas. Nesse sentido, a equipe de projeto, juntamente com

a controladoria, definiu o modo pelo qual se daria tal integração, isto é, elaborou o fluxo de

caixa após a incidência de IR. O resultado dessa operacionalização é mostrado na Tabela 8.

Tabela 8: Fluxo de caixa após imposto de renda para o cenário A

3) TOTAL Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

Fluxo de Caixa após do IR ( 3.737.214,06) 1.887.161,49 1.887.161,49 1.887.161,49 2.373.103,41 2.373.103,41

b. Etapa 2.2 - Implementação do fluxo de caixa referente ao cenário A

Essa etapa da sistemática proposta foi realizada, exclusivamente, pela equipe do

projeto, ou seja, a implementação do fluxo de caixa deram-se a partir do fluxo de caixa

validado pela controladoria. Sendo assim, os parágrafos a seguir têm como objetivo descrever

tanto os aspectos relacionados à operacionalização dos métodos quanto seus resultados

atingidos.

Dentre as atividades relacionadas à implementação do fluxo de caixa referente ao

método VPL destacam-se a recuperação do fluxo de caixa determinado na seção anterior e

dos dados específicos (TMA), e a aplicação do modelo conforme Eq.3 apresentada no

capítulo anterior. A Tabela 9 mostra a recuperação dos dados acima descritos e o resultado

obtido.

111

Tabela 9: Fluxo de caixa analisado e o valor do VPL alcançado

Dado de

entrada Resultado Fluxo de Caixa após IR

TMA VPL Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

10% 3.990.140,53 ( 3.737.214,06) 1.887.161,49 1.887.161,49 1.887.161,49 2.373.103,41 2.373.103,41

Assim como no método anteriormente analisado, as atividades relacionadas com a

implantação da TIR também obedeceram, rigorosamente, as etapas de recuperação e de

implementação do fluxo de caixa conforme método da TIR. No entanto, essa última deu-se

conforme a Eq.4 evidenciado no capítulo anterior. Como resultado, a Tabela 10 expõe tanto o

resgate dos dados, quanto o resultado obtido através da implantação do método da TIR.

Tabela 10: Fluxo de caixa analisado e o valor da TIR alcançado

Resultado Fluxo de Caixa após IR

TIR Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

45% ( 3.737.214,06) 1.887.161,49 1.887.161,49 1.887.161,49 2.373.103,41 2.373.103,41

Nesse parágrafo apresenta-se o desenvolvimento do método Payback Descontado. A

seqüência de atividades executadas na implantação desse método difere das apresentadas até

então. Neste caso sua operacionalização deu-se através de cinco passos: (i) resgate do fluxo de

caixa após IR; (ii) determinação do fator de correção do valor do dinheiro no tempo (FC t);

(iii) determinação do fluxo de caixa descontado; (iv) determinação do fluxo de caixa

descontado acumulado e (v) determinação do tempo de recuperação do investimento (payback

descontado). Os resultados atingidos nessa seção são apresentados na Tabela 11.

112

Tabela 11: Fluxo de caixa analisado e o valor do Payback descontado alcançado

Descrição Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

Fluxo de Caixa após do IR (3.737.214)

1.887.161

1.887.161

1.887.161

2.373.103

2.373.103

Fluxo de caixa cumulativo (3.737.214,06) (2.234.611,90) (577.391,98) 1.250.355,87 3.752.120,90 6.511.317,54

Valor Payback Descontado 2,32

c. Etapa 2.3 - Avaliação dos investimentos

Através de reuniões realizadas entre a equipe do projeto, a gerência de operações, a

diretoria e controladoria, e considerando as análises efetuadas nas etapas anteriores, foram

avaliados os resultados obtidos.

Primeiramente, os dados evidenciados através da análise propiciada pelos métodos

VPL, TIR e Payback descontado mostraram que o cenário analisado era economicamente

viável sob padrões exigidos pelo grupo acionista (Tabela 12). Foi possível concluir, também,

que, devido principalmente à quantidade investida e à margem de lucratividade do negócio, o

prazo de recuperação de capital seria menor que a metade do prazo total possibilitando, assim

o reinvestimento do montante inicial.

Tabela 12: Resumo dos resultados atingidos pela implementação dos fluxos de caixa e

avaliação de investimentos conforme métodos para cenário A

Métodos de avaliação de investimentos Resultado

Valor presente líquido R$ 3.990.140,53

Taxa interna de retorno depois do IR 45%

Tempo de recuperação do investimento (Payback descontado) 2,32

Por fim, realizaram-se, através de simulações estáticas, análises sobre o

relacionamento entre os parâmetros estimados como margem de lucratividade, payback

descontado, taxa interna de retorno e valor presente líquido. O resultado disso é apresentado

nas Figuras 26, 27 e 28. A primeira visa demonstrar o comportamento da TIR frente à

variação da margem de lucratividade determinada. A segunda pretende analisar a variação do

payback frente à margem de lucratividade. Já a terceira identifica a relação entre o valor

presente líquido e a taxa de mínima atratividade.

113

Por exemplo, na Figura 27 tem-se como margem mínima do negócio cerca de 15%,

visto que todo o investimento deve ser recuperado dentro do período considerado (5 anos).

Por outro lado, dado que a TMA demandada pelos acionistas é de 10%, a Figura 26

demonstra que a lucratividade mínima deveria ser de aproximadamente 15%. Por fim, a

Figura 28 afirma que o valor economicamente adicionado pelo projeto, dada uma TMA de

10%, é de aproximadamente de R$ 4.000.000,00.

4.2.3 Fase 3 - Apuração dos resultados

De acordo com a implantação realizada, o desenvolvimento dessa fase deu-se através

das duas etapas descritas e previstas no capítulo anterior. No entanto, na primeira, como os

elementos estudados já se encontravam em regime operacional, a implementação dos

processos, principal foco da mesma, não foi realizada. A segunda etapa, por sua vez,

consumiu a maioria dos recursos dedicados a essa fase. Isto é, grande parte das horas, tanto do

time de projeto quanto dos demais departamentos da empresa foram alocadas no objetivo da

mesma. O detalhamento dessas etapas será descrito a seguir.

114

-45,00%

-30,00%

-15,00%

0,00%

15,00%

30,00%

45,00%

60,00%

75,00%

90,00%

105,00%

120,00%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0% 50,0%

Margem de Lucratividade

Tax

a In

tern

a de

Ret

orno

Figura 26: Relacionamento entre margem de lucratividade e taxa de mínima atratividade

0

1

2

3

4

5

6

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0% 50,0%

Margem de Lucratividade

Pay

back

Des

cont

ado

Figura 27: Relacionamento entre Margem de Lucratividade e a Payback descontado

115

R$ 0,00

R$ 500.000,00

R$ 1.000.000,00

R$ 1.500.000,00

R$ 2.000.000,00

R$ 2.500.000,00

R$ 3.000.000,00

R$ 3.500.000,00

R$ 4.000.000,00

R$ 4.500.000,00

R$ 5.000.000,00

R$ 5.500.000,00

R$ 6.000.000,00

R$ 6.500.000,00

R$ 7.000.000,00

R$ 7.500.000,00

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%

Taxa de Atratividade Mínima

Val

or P

rese

nte

Liqu

ido

Figura 28: Relacionamento entre o Valor Presente Líquido e a Taxa Mínima de Atratividade

4.2.3.1 Etapa 1 - Execução das operações logísticas

Dado que os elementos envolvidos no estudo em questão encontravam-se,

originalmente, em regime operacional, a principal preocupação dos membros da equipe foi

assegurar a compreensão do nível de estabilidade dos processos instalados. Para tanto, através

de reuniões com a gerência operacional, visitas ao chão-de-fábrica e de posse dos manuais de

qualidade ISO, procurou-se entender o grau de padronização no desenvolvimento das

atividades operacionais executadas.

Como resultado, foi possível discutir, analisar e validar o alto grau de repetibilidade e

comprometimento dos operadores para com seus procedimentos, fato que possibilitou a fácil

transposição dessa etapa.

4.2.3.2 Etapa 2 - Sistema de apuração de custos

116

O principal objetivo dessa etapa é desenvolver um sistema de apuração de custos

(SAC). Para isso, as atividades desenvolvidas ao longo desta mesma, iniciaram-se pela

conscientização do grupo de gestores sobre a importância dessa ferramenta para a eficiente

gestão operacional. Nesse instante, como forma de nivelamento conceitual, analisaram-se,

através de reuniões, aspectos positivos e negativos relacionados aos métodos e princípios

existentes na literatura. Por fim, validaram-se algumas diretrizes acerca de passos futuros a

serem adotados, prazos e responsabilidades. O detalhamento da implantação das etapas

associadas com a construção do SAC será apresentado nos parágrafos a seguir.

a. Etapa 2.1 - Análise e priorização de processos e níveis a serem estudados

O primeiro passo adotado foi estudar todos os documentos retidos na empresa, tais

como manuais e procedimentos ISO, fluxos associados aos processos, lista de equipamentos e

apresentações anteriores realizadas pela engenharia logística e controladoria da empresa. No

entanto, a análise dos dados retidos pela companhia não permitiu obter uma boa compreensão

sobre funcionamento operacional do sistema produtivo. Dessa forma, a oportunidade de

realizações de novas visitas à planta foi crucial para garantir um perfeito entendimento das

peculiaridades e complexidades dos processos logísticos em questão.

A partir dessa percepção do sistema logístico, o time de trabalho analisou alguns

critérios, características e suas respectivas relações com custos e atividades executadas pelos

elementos logísticos estudados. O resultado disso é apresentado na Figura 29.

Por exemplo, as análises dos dados econômicos e estratégicos indicaram uma

tendência em focar o estudo nos custos diretos, pois representavam cerca de 75% dos gastos

totais (Priorização/Abrangência) e, caso houvesse uma descontinuidade do serviço e/ou

alterações de volume, os mesmos seriam fortemente afetados (Nível /Consistência).

De outro modo, verificou-se um relacionamento não homogêneo, na grande maioria

dos outros critérios e características, no que tange ao relacionamento desses com os macro

processos. Isto é, de um lado observava-se a necessidade de desenvolver um sistema que

operasse sob nível de mensuração de tarefas, devido à necessidade de identificação e

mensuração de perdas, de outro visualizava-se a exigência do mesmo representar os

resultados de forma global, na medida em que um desvio a menor em uma atividade poderia

ser compensado por outro a maior (consistência e abrangência).

117

Critérios Características

avaliadas (Beamon,1999)

Relação c/ Custo Macro

Processo

Mensurabilidade Custos Diretos e

Indiretos Tarefa ou Atividade

Nível de detalhamento

Consistência Custos Diretos Tarefa e Processo

Abrangência Custos Diretos Processo

Priorização de processos

Universalidade Custos Diretos e

Indiretos Tarefa

Figura 29: Análise de critérios e características relacionadas à priorização de processos e

níveis a serem estudados

Portanto, como resultado das discussões realizadas entre a equipe de trabalho e o

departamento de gerência operacional, o sistema teve seu objetivo focado no custeio das

tarefas realizadas por recursos diretamente alocados a operação, ou seja, custos diretos e a

nível de tarefas.

Vale ressaltar que embora tenha sido implantado em todos os processos relacionados

aos dois elementos estudados, Material Handling e On site, a presente dissertação apresentará

nas etapas a seguir somente os procedimentos operacionais executados relativos à

implantação do primeiro elemento, dando foco especial a unidade de Montagem Geral. Isso

significa dizer que, ainda que não apresentados os dados referentes à implantação desses

procedimentos nos demais elementos ou processos, isso não afeta a boa compreensão da

sistemática proposta, na medida em que a obtenção dos resultados referentes a esses poderia

ser alcançado pela replicação dos passos apresentados para o cenário A.

b. Etapa 2.2 - Mapeamento do fluxo de valor

Com base nas informações previamente identificadas, selecionou-se um time

composto por uma parte técnica (engenheiros) e uma operacional (supervisores e líderes de

grupo) para analisar as informações existentes, levantar e processar dados adicionais como

forma de desenvolvimento do fluxo operacional. Essas atividades compreenderam o

mapeamento do fluxo de valor dos processos relacionados às tarefas operacionais priorizadas

118

na etapa anterior conforme abordagem desenvolvida pelo SCOR: (i) Processos; (ii) Sub

processos ; (iii) Atividades e (iv) Tarefas.

Após um estudo preliminar junto às áreas operacionais, a equipe realizou a análise dos

dados existentes e identificou os pontos que necessitariam de um maior detalhamento. Assim,

estrategicamente, a equipe citada, anteriormente, foi escalada para levantar e processar os

dados adicionais de cada uma das áreas da planta, individualmente: Funilaria, Montagem

Final e On Site (Figura 30). O resultado detalhado desse trabalho, no que tange a Montagem

final, é evidenciado através da Figura 4.1 apresentada no Apêndice 4.

Processo SubProcesso Atividades

Montagem geral

Recebimento, Conferência, Armazenagem e Expedição (RCAE) Abastecimento de linha embalagens grandes (ALG) Abastecimento de linha embalagens pequenas (ALK)

Material Handling

Funilaria

Recebimento, Conferência, Armazenagem e Expedição (RCAE) Abastecimento de linha subconjunto (ALS) Abastecimento de linha embalagens pequenas (ALK) Abastecimento inter-célula (AIC) Abastecimento de linha funilaria (ALF)

Suprimentos CIAG On Site Rota 1 (R1), Rota 2 (R2)...Rota 13 (R13)

Figura 30: Visão geral do mapeamento de processo realizado

c. Etapa 2.3 - Identificação de recursos e volumes

As atividades realizadas ao longo dessa etapa podem ser divididas em duas tarefas:

identificação de recursos e volumes e atribuição desses recursos às atividades mapeadas

anteriormente.

Nesse sentido, optou-se por atuar em duas linhas: coleta de informações referentes aos

recursos e atividades associadas (recursos e atribuição às atividades) e definição, coleta e

processamento de dados referentes à modelagem das quantidades movimentadas por área

(volumes). Vale ressaltar que, operacionalmente, a primeira foi auxiliada pelos departamentos

de recursos humanos, controladoria, manutenção e operacional; já na segunda, suas atividades

foram realizadas, exclusivamente, pelo departamento de engenharia logística.

119

Logo em seguida, após o processamento de todos os dados levantados, os resultados

foram comparados com as necessidades inicialmente levantadas e outras identificadas ao

longo do desenvolvimento do trabalho. Como resultado realizada uma validação de todos os

recursos e volumes envolvidos no escopo do trabalho conforme apresentado nas Figuras 4.2 e

4.3 do Apêndice 4, respectivamente.

d. Etapa 2.4 - Levantamento dos custos dos recursos e alocação nas atividades

O trabalho desenvolvido nessa seção foi, inteiramente, executado pela equipe do

projeto (planejamento e modelagem dos dados) e pelos departamentos de controladoria

(determinação do cálculo dos custos dos recursos) e engenharia (cronoanálise). Essa divisão

de tarefas proporcionou o atingimento dos objetivos em um prazo razoável, visto que as linhas

de atuação atuaram de forma autônoma.

Didaticamente, a determinação dos custos dos recursos associados com as atividades

exeercidas pelos elementos estudados junto ao departamento de controladoria foi dada

conforme seqüência a seguir: (i) custos associados aos itens consumidos por atividades

administrativas (indiretos) e (ii) custos associados aos itens consumidos por atividades

operacionais (diretos).

No que tange ao cálculo dos custos relacionados às atividades operacionais esses

foram, ainda, subdivididos em quatro classes e assim distribuídos nas atividades. Nesse caso,

destacam-se os custos referentes a recursos humanos, equipamentos industriais, manutenção,

insumos e seguros. Diferentemente, os itens atribuídos ao cálculo do custo de atividades

indiretas foram divididos em recursos humanos, instalações, sistemas de informação, seguros,

manutenção de veículos industriais, estoque e despesas gerais. O detalhamento dos dados

considerados para a determinação dessas classes está descrito na Figura 4.2. (Levantamento

dos gastos dos recursos e volumes) e nas Figuras 4.8 e 4.10 (custos alocados às atividades

diretas e administrativas) do Apêndice 4. Vale ressaltar que para ambos os casos, os critérios

adotados para a atribuição desses custos às atividades são apresentados na Figura 31.

120

Itens de Custos Custos Indiretos (ADM) Custos Diretos (Operacionais)

Critérios de alocação

Recursos Humanos

Salário mensal, encargos e benefícios como alimentação, transporte, plano de saúde etc. EPIS, periódicos, participação nos resultados e folha de pagamento.

Salário mensal, encargos, benefícios como alimentação, transporte, plano de saúde etc. EPIS, periódicos, participação nos resultados e folha de pagamento.

Número de pessoas.

Equipamentos industriais

Depreciação dos equipamentos e despesas operacionais com combustíveis.

Número de equipamentos.

Instalações

Depreciação de infra-estrutura predial administrativa, despesas operacionais como energia elétrica, vigilância, telefones, limpeza e manutenção predial.

Alocação direta a área administrativa.

Sistemas

Depreciação de equipamentos, despesas operacionais com link, manutenção de equipamentos e insumos.

Alocação direta a área administrativa.

Estoque Custo financeiro de estoque de peças de reposição, obsolescência e perdas inventariam.

Alocação direta a área administrativa

Seguros

Custos com seguros de materiais em estoque, responsabilidade cível e incêndio. Custos com provisão de franquias.

Custos com seguros de materiais em estoque, responsabilidade civil, riscos diversos, equipamentos e provisão de franquias.

Número de pessoas (Risco Civil), Área (seguro predial) e número de equipamentos (Seguro de equipamentos).

Manutenção de veículos Industriais

Custo com depreciação de ferramentas.

Custo com peças e insumos de manutenção e mão-de-obra por equipamento.

Tempo operacional (tempo de ciclo versus volume).

Despesas Gerais Insumos de escritórios e telefones celulares.

Alocação direta à área administrativa.

Figura 31: Análise de critérios direcionadores

d.1. Etapa 2.4.1 - Cronoanálise dos tempos unitários e avaliação de capacidade

Nessa seção deu-se o dimensionamento quantitativo das atividades, o qual foi

realizado através de uma cronoanálise de todas as tarefas mapeadas e de uma avaliação da

capacidade dos recursos alocados à execução das mesmas.

No primeiro caso, os tempos operacionais relacionadas com as atividades das unidades

foram coletados em termos dos tempos unitários por tarefa conforme evidenciado pela Figura

121

4.4 do Apêndice 4, a qual apresenta os dados relativos à unidade montagem geral. No

segundo momento, por sua vez, a determinação da utilização de cada recurso baseou-se em

parâmetros como total de ciclo, número de ciclos realizados por dia, carga total e total diário,

ou seja, o número de horas totais disponíveis. Além disso, cabe salientar ainda que,

diferentemente do exposto acima, os recursos administrativos destinados ao controle

operacional não fizeram parte do escopo dessa etapa e, portanto, nesse caso, optou-se por

definir uma alocação de 100% de sua função as suas atividades individuais globais, como

apresentado Figura 4.5 do Apêndice 4.

Por fim, foi realizada a avaliação de capacidade dos recursos associados com a

execução de atividades diretas montagem geral. O resultado disso é apresentado na Figura

4.11 do Apêndice 4.

d.2. Etapa 2.4.2 - Quantificação da porcentagem de alocação dos recursos às atividades

A transposição dessa seção deu-se a partir da identificação dos tempos unitários de

cada tarefa por recurso (item de custo) que, por sua vez, possibilitaram a compreensão e a

quantificação da porcentagem do tempo que cada recurso se destinava à execução de uma

dada tarefa. Como resultado, estabeleceu-se uma alocação dessas porcentagens às tarefas de

cada elemento conforme exemplificado pelas Figuras 4.6 e 4.7 apresentadas no Apêndice 4,

as quais visam demonstrar o resultado do trabalho realizado para, as unidades montagem geral

e administrativo respectivamente.

d.3. Etapa 2.4.3 - Alocação dos custos às atividades

De posse das porcentagens dos tempos unitários de tarefas associadas a uma dada

atividade, buscou-se modelar o comportamento dos custos dos recursos a essa relacionada.

Sendo assim, aspectos relacionados com a forma de absorção de seus custos foram

quantificados priorizando questões como a apuração do custo total (absorção integral) e

determinação da perda associada à ociosidade dos recursos (absorção parcial).

Para tanto, a equipe de projeto desenvolveu uma série de procedimentos que

possibilitaram representar a quantidade dos custos e das perdas relativas à execução de uma

dada tarefa e, conseqüentemente, sua atividade. As duas etapas a seguir pretendem detalhar a

modelagem proposta e seus resultados atingidos.

122

Etapa 2.4.3.1 – Alocação dos custos às atividades pela utilização do princípio de absorção

total

Nessa etapa teve-se a alocação de todos os gastos diretos relacionados a uma dada

atividade. A modelagem dos dados realizada pela equipe é apresentada pelas Figuras 4.8 e

4.10 do Apêndice 4, as quais demonstram, respectivamente, os resultados atingidos pelas

áreas montagem geral e administrativos. De outro modo, a avaliação por tarefa é apresentada

em termos dos custos diretos pela Figura 4.9 do Apêndice 4.

Etapa 2.4.3.2 – Alocação dos custos às atividades pela utilização do princípio da absorção

parcial

Diferentemente da etapa que precedeu essa seção, nessa buscou-se a alocação dos

custos inerentes aos recursos diretos associados à execução de uma dada tarefa. Para isso,

valeu-se do parâmetro utilização (Figura 4.11 do Apêndice A) calculado na etapa 2.4.1 como

meio de exclusão parcial do valor integralmente alocado à mesma. O resultado da análise

desenvolvida é mostrado através dos dados evidenciados pela Figura 4.12 do Apêndice 4, a

qual demonstra o total de valores absorvidos pelas tarefas ponderadas pela utilização do

recurso associado à realização da mesma.

e. Etapa 2.5 - Identificação de direcionadores secundários e redistribuição dos gastos das

atividades indiretas às diretas

A primeira atividade associada a essa etapa caracterizou-se, principalmente, pelas

discussões realizadas entre o time de projeto e a gerência operacional acerca da problemática

da inadequação de alocação de custos indiretos aos serviços através da criação de critérios e

bases de rateio arbitrárias. A seguir, foram analisados e propostos alguns direcionadores de

rateio das atividades indiretas, como apresentado na Figura 32.

Além disso, numa terceira etapa distribuíram-se os custos relativos às atividades

indiretas as diretas de acordo com os direcionadores acima. O resultado dessa etapa é

evidenciado pela última linha da Figura 4.13 no Apêndice 4, a qual vale-se dos dados da

Figura 4.10 do mesmo apêndice.

123

Departamento Coordenação RH Qualidade Engenharia Financeiro Compras Manutenção

Direcionador Nível de

atenção

Nº. de

Func.

Nº. de

Processos

Nível de

atenção

% Custos

globais

% Custos

globais

% Custos de

manutenção

Figura 32: Critérios de rateio dos custos indiretos aos diretos – direcionadores secundários

f. Etapa 2.6 - Definição e cálculo dos valores das atividades logísticas

Para obtenção dos valores dos objetos de custos foi necessária uma avaliação prévia

junto à gerência operacional de quais seriam os objetos de custos a serem, gerencialmente,

avaliados. Nessa oportunidade foram definidos que os mesmos seriam, basicamente, todas as

tarefas mapeadas, visto que essas são os serviços executados pela companhia e, portanto,

deveriam ser quantificadas e avaliadas.

Já a formação dos custos e gastos foi realizada através de dois princípios: (i) absorção

integral e (ii) absorção parcial. A primeira deu-se pela soma de todos os gastos diretos

alocados a cada tarefa mais o rateio dos custos indiretos. A segunda, por sua vez, deu-se pela

soma de todos os custos diretos alocados a cada tarefa ponderados pela sua capacidade mais o

rateio dos custos indiretos (Figura 4.13 do Apêndice 4).

g. Etapa 2.7 - Identificação de gastos e perdas

As atividades decorrentes dessa etapa foram realizadas a partir da análise e

processamento dos dados obtidos na etapa anterior. Para tanto, realizou-se, basicamente, a

segregação dos gastos das atividades em custos e perdas. O resultado do trabalho efetuado em

nível de tarefa e atividades é apresentado para a área montagem geral pela Figura 4.13 do

Apêndice 4. De outro modo, o resultado global atingido é apresentado pelas Tabelas 13 e 14.

Vale mencionar que, enquanto a primeira descreve os gastos globais e sua divisão entre

diretos e indiretos por item de custo, a segunda, por sua vez, apresenta os custos e perdas das

atividades diretas dos elementos analisados pela presente metodologia: montagem geral,

funilaria e on site (custos diretos).

124

Tabela 13: Avaliação de gastos diretos e indiretos processos Material Handling e On Site

Gastos Indiretos Diretos Totais Descrição dos gastos Valores % Valores % Valores %

[1] Recursos Administrativos 72.645,0 100,0% 0,0 0,0% 72.645,0 15,5% [2] Recursos Operacionais 39.519,0 21,1% 147.718,0 78,9% 187.237,0 40,1% [3] Equipamentos industriais 0,0 0,0% 118.427,3 100,0% 118.427,3 25,3% [4] Instalações 29.549,0 100,0% 0,0 0,0% 29.549,0 6,3% [5] Sistemas 13.555,9 100,0% 0,0 0,0% 13.555,9 2,9% [6] Estoque 490,8 100,0% 0,0 0,0% 490,8 0,1% [7] Seguros 1.766,3 25,2% 5.248,0 74,8% 7.014,3 1,5% [8] Manutenção de veículos Industriais 783,3 2,4% 32.332,5 97,6% 33.115,8 7,1% [9] Despesas Gerais 5.468,0 100,0% 0,0 0,0% 5.468,0 1,2% Total 163.777,4 35,0% 303.725,8 65,0% 467.503,2 100,0%

Tabela 14: Avaliação de custos diretos globais dos subprocessos versus perdas por item

Descrição/ Subprocessos Montagem Funilaria On site Total

Valores Custos %

Valores Custos %

Valores Custos %

Valores Custos %

Gastos Diretos 56.717,6 18,7% 127.929,8 42,1% 119.078,5 39,2% 303.725,8 100,0% Custos Diretos 38.853,8 14,9% 115.544,0 44,3% 106.514,2 40,8% 260.911,9 85,9%

Perdas Diretas 17.863,8 41,7% 12.385,8 28,9% 12.564,3 29,3% 42.813,9 14,1% [1] Recursos Administrativos 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0 0,0% [2] Recursos Operacionais 13.464,9 45,0% 9.369,1 31,3% 7.066,8 23,6% 29.900,8 69,8% [3] Equipamentos industriais 4.001,1 33,7% 2.744,4 23,1% 5.133,1 43,2% 11.878,5 27,7% [4] Instalações 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0 0,0% [5] Sistemas 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0 0,0% [6] Estoque 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0 0,0% [7] Seguros 397,9 38,5% 272,3 26,3% 364,4 35,2% 1.034,6 2,4% [8] Manutenção de veículos Industriais 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0 0,0%

Det

alha

men

to d

as p

erda

s

[9] Despesas Gerais 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0 0,0%

4.2.4 Fase 4 - Avaliação do desempenho econômico dos processos logísticos

A etapa aqui apresentada foi realizada com base nas informações levantadas ao longo

das fases anteriores e o grupo de trabalho, juntamente com os departamentos de engenharia e

gerência operacional foram os principais atores que alavancaram sua implantação. Sendo

assim, as seções a seguir visam demonstrar os procedimentos adotados, rigorosamente, na

mesma seqüência de como foi executado na prática.

125

4.2.4.1 Etapa 4.1 - Estruturação do sistema de medição

Cronologicamente, a concepção dessa etapa foi realizada paralelamente às Fases 2 e 3.

Dessa forma, pôde-se estruturar o sistema de medição de maneira que possibilitasse comparar

informações entre as fases e promover sua análise crítica. Para isso foi necessária uma forte

interação entre as pessoas envolvidas no projeto com o intuito de garantir o escopo de

medição proposto. Conforme já mencionado anteriormente, essa etapa baseou-se em dois

momentos distintos, os quais serão descritos a seguir.

a. Etapa 4.1.1 - Definição de indicadores de desempenho (ID) a serem avaliados

O grupo de trabalho apresentou alguns indicadores, suas perspectivas e características.

Além disso, os mesmos foram discutidos pelos departamentos e, logo, priorizados aqueles que

poderiam contribuir para a análise econômica das atividades. Nesse contexto, a Figura 20,

apresentada no capítulo anterior, resume a abordagem dada pelo grupo no que tange às suas

definições.

Portanto, a decisão realizada nesse instante deu-se pela medição em dois níveis:

operacional e estratégico. O primeiro visa garantir a eficiência operacional de cada tarefa na

proporção que estabelece o controle de custos e perdas aceitáveis. De outro modo, o segundo

pretende analisar de forma agregada o resultado dos elementos como um todo.

b. Etapa 4.1.2 - Definição da forma e do método de coleta dos dados

Vale ressalvar que a principal característica manifestada pelo grupo no que tange a

operacionalidade desse sistema foi quanto à necessidade de garantir a eficiência operacional.

Isto é, que ele possibilitasse uma boa visão do estado atual da produtividade técnica

econômica do escopo de serviços oferecidos ao cliente. Sendo assim, as definições dessa

etapa apoiaram-se nas idéias debatidas em reuniões realizadas entre o grupo e a gerência

operacional.

Como resultados atingidos, por exemplo, quanto à forma de apresentação, pode-se

dizer que equipe concordou que poderia ser, inicialmente, através de tabelas, sendo

aconselhável o desenvolvimento de gráficos a médio prazo. Já quanto à forma de coleta de

126

dados, optou-se por desenvolver um modelo que parte dos dados de entrada fosse atualizado

mensalmente (custos e alocação de recursos) e parte fosse trimestralmente reavaliado (tempos

e volumes).

Além disso, definiu-se que a responsabilidade de atualização dos primeiros seria do

departamento de controladoria, e a do segundo da equipe operacional de chão-de-fábrica com

auxílio da engenharia.

4.2.4.2 Etapa 4.2 - Definição de metas

Inicialmente, a definição dos valores a serem utilizados como forma de comparação

aos dados apurados (metas) foram determinados com base nos gastos operacionais por

período e atividades definidas durante a etapa 2.2 da fase 2 apresentados pelo Formulário 3.3

do Apêndice 3 (detalhamento custos operacionais conforme Cenário A, anos 1, 2 e 3). Além

disso, defiram-se porcentagens (%) de perdas aceitáveis sobre gasto, isto é a parcela de gasto

despedido pela ociosidade do recurso (7% sobre o gasto da atividade). O detalhamento das

metas é dado pela Figura 21 exibida no capítulo anterior.

4.2.4.3 Etapa 4.3 - Apuração das informações econômicas

Visto já ter sido transposta a etapa de geração de resultados pela implantação da fase

anterior, nesse instante o grupo de trabalho estruturou a forma de coleta das informações lá

existente, resgatou os valores definidos como metas e os apresentou conforme níveis e

perspectivas. A exemplo disso, a Tabela 15 mostra os indicadores relativos aos processos

globais, as perspectivas de gerenciamento de recursos (perdas) e de custos logísticos (custo

apurado) no nível estratégico.

A Tabela 15 apresenta tanto os gastos mensais apurados por item de custo, quanto a

sua respectiva meta adotada (projeto). Nela é evidenciada uma análise comparativa entre as

diferenças relacionadas aos gastos globais apurados e projetados (indicadores perspectiva de

custos logísticos) e aos seus respectivos custos (indicadores perspectiva gerenciamento de

recursos).

Por sua vez, os resultados dos indicadores relativos ao nível operacional relacionados

com as perspectivas de gerenciamento de recursos (% de perdas sobre gastos) e de custos

127

logísticos (diferença entre gastos apurados e projetados) referentes, respectivamente, aos

processos montagem geral e as atividades ou tarefas por item de custos (RCAE) foram

quantificados e apresentados conforme Tabelas 15 e 16.

Tabela 15: Avaliação mensal de resultados globais (diretos e indiretos) processos Material Handling e Suprimentos CIAG: projeto versus execução

GLOBAL ESTRATÉGICO APURAÇÃO PROJETO INDICADORES

Itens Custo apurado

Perda Apurada

Gasto apurado

Projetados Diferença entre gastos apurados e projetados

% de perda sobre gasto apurados

[1] Recursos Administrativos 72.645,0 0,0 72.645,0 82.794,7 -10.149,7 0,0% [2] Recursos Operacionais 157.336,2 29.900,8 187.237,0 218.525,0 -31.288,0 16,0% [3] Equipamentos industriais 106.548,8 11.878,5 118.427,3 105.694,9 12.732,4 10,0% [4] Instalações 29.549,0 0,0 29.549,0 23.831,0 5.718,0 0,0% [5] Sistemas 13.555,9 0,0 13.555,9 11.726,9 1.829,0 0,0% [6] Estoque 490,8 0,0 490,8 1.382,5 -891,7 0,0% [7] Seguros 5.979,8 1.034,6 7.014,3 13.486,7 -6.472,3 14,7% [8] Manutenção de veículos Industriais 33.115,8 0,0 33.115,8 20.748,8 12.367,0 0,0% [9] Despesas Gerais 5.468,0 0,0 5.468,0 2.921,3 2.546,7 0,0% Total 424.689,3 42.813,9 467.503,2 481.111,8 -13.608,6 9,2%

Tabela 16: Avaliação de resultados mensal subprocesso Montagem Geral e suas atividades: projeto versus execução

ATIVIDADE OPERACIONAL

GLOBAL ITENS MONTAGEM GERAL

RCAE ALK ALEG Total PROJETO Gastos mensais de projeto 43.038,3 14.903,1 7.451,5 65.392,9

Gastos apurados 36.009,8 13.288,4 7.419,4 56.717,6 Custos mensais apurados 21.914,1 9.845,9 7.093,7 38.853,8 APURAÇÃO Perdas mensais apuradas 14.095,7 3.442,4 325,7 17.863,8 Diferença entre gastos apurados e projetados

- 7.028,5 - 1.614,7 - 32,1 - 8.675,3 INDICADORES

% de perdas sobre gastos

39,1% 25,9% 4,4% 31,5%

Por fim, os resultados alcançados pelos indicadores associados aos processos global, à

perspectiva de gerenciamento de recursos e ao nível estratégico (VPL, TIR e Payback

128

descontado) foram determinados através de alguns procedimentos conforme descritos a

seguir.

A estruturação desses foi realizada a partir de 2 etapas: (i) resgate do fluxo de caixa

projetado a ser considerado como meta (projetado) e (ii) estimação dos fluxos de caixas

realizados (gasto e custo). As atividades associadas com a execução da segunda etapa foram

subdivididas em duas atividades, a saber: resgate dos valores realizados no ano 1 e estimação

dos valores a serem atingidos nos próximos anos.

Tabela 17: Avaliação de resultados mensal por atividade RCAE do subprocesso Montagem Geral por item de custo: projeto versus execução

ATIVIDADE OPERACIONAL POR

ITEM APURAÇÃO PROJETO INDICADORES

Item de custo Custo

apurado Perda

Apurada Gasto

apurado Gasto

Projetado

Diferença entre gastos apurados e projetados

% de perdas sobre gastos

[1] Recursos Administrativos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 -

[2] Recursos Operacionais 10.960,6 10.759,4 21.720,0 26.814,7 -5.094,7 49,5% [3] Equipamentos industriais 8.718,7 3.037,0 11.755,7 11.745,4 10,3 25,8% [4] Instalações 0,0 0,0 0,0 0,0

[5] Sistemas 0,0 0,0 0,0 0,0 [6] Estoque 0,0 0,0 0,0 0,0 [7] Seguros 304,8 299,2 604,0 1.122,2 -518,2 49,5% [8] Manutenção de veículos Industriais 1.930,1 0,0 1.930,1 3.356,0 -1.425,9 0,0% [9] Despesas Gerais 0,0 0,0 0,0 0,0 Total 21.914,1 14.095,7 36.009,8 43.038,3 -7.028,5 39,1%

Dito isso, dado que a análise realizada deu-se, exatamente, no primeiro mês do

segundo ano, os valores utilizados para a construção da segunda atividade da etapa (ii) foram

para anos 2 e 3, as informações econômicas levantadas pela consolidação anual da Etapa 2.7

da Fase 3 (gastos e custos); já para os anos 4 e 5, as informações econômicas projetados na

Etapa 3.1.4 da fase 2, visto que mudariam parâmetros conceituais como números de turnos.

Como resultado dessa etapa, as Tabelas 18 e 19 e Figura 33 apresentam,

respectivamente, os fluxos associados à estruturação realizada, os resultados atingidos pela

aplicação das equações 3 e 4 e a variação desses resultados frente à TMA.

129

Tabela 18: Fluxo de caixa projetado versus realizado: gastos e custos diretos e indiretos processos Material Handling e Suprimentos CIAG

Fluxos Analisados

Entradas e saídas

Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

REALIZADO ATUAL ESTIMADO PROJETADO Receita Total 8.247.631,0 8.247.631,0 8.247.631,0 10.701.883,1 10.701.883,1

Despesa Total 6.520.784,5 6.520.784,5 6.520.784,5 8.238.761,0 8.238.761,0

Despesas Centrais de Estrutura 2%

164.952,6 164.952,6 164.952,6 214.037,7 214.037,7

Impostos (IR) 587.127,8 587.127,8 587.127,8 837.461,5 837.461,5

Projetado

Fluxo de Caixa após do IR

3.737.214,1 1.887.161,5 1.887.161,5 1.887.161,5 2.373.103,4 2.373.103,4

Receita Total 8.247.631,0 8.247.631,0 8.247.631,0 10.701.883,1 10.701.883,1

Despesa Total 6.981.895,8 6.357.481,6 6.357.481,6 8.238.761,0 8.238.761,0

Despesas Centrais de Estrutura 2%

164.952,6 164.952,6 164.952,6 214.037,7 214.037,7

Impostos (IR) 430.349,9 642.650,8 642.650,8 837.461,5 837.461,5

Gasto

Fluxo de Caixa após do IR

3.737.214,1 1.582.828,0 1.994.941,4 1.994.941,4 2.373.103,4 2.373.103,4

Receita Total 8.247.631,0 8.247.631,0 8.247.631,0 10.701.883,1 10.701.883,1

Despesa Total 6.981.895,8 5.843.714,7 5.843.714,7 8.238.761,0 8.238.761,0

Despesas Centrais de Estrutura 2%

164.952,6 164.952,6 164.952,6 214.037,7 214.037,7

Impostos (IR) 430.349,9 817.331,5 817.331,5 837.461,5 837.461,5

Custo

Fluxo de Caixa após do IR

3.737.214,1 1.582.828,0 2.334.027,5 2.334.027,5 2.373.103,4 2.373.103,4

Tabela 19: Resultados do Indicador global estratégico perspectiva gerenciamento de recursos

GLOBAL ESTRATÉGICO INDICADORES Fluxo analisado VPL TIR Payback Descontado

Projetado 3.990.140,53 45% 2,32 Gasto 3.883.147,22 43% 2,42 Custo 4.414.668,00 47% 2,20

130

R$ 0,00

R$ 500.000,00

R$ 1.000.000,00

R$ 1.500.000,00

R$ 2.000.000,00

R$ 2.500.000,00

R$ 3.000.000,00

R$ 3.500.000,00

R$ 4.000.000,00

R$ 4.500.000,00

R$ 5.000.000,00

R$ 5.500.000,00

R$ 6.000.000,00

R$ 6.500.000,00

R$ 7.000.000,00

R$ 7.500.000,00

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%

Taxa de Atratividade Mínima

Val

or P

rese

nte

Liqu

ido

VPL PROJETADO VPL GASTO VPL CUSTO

Figura 33: Relacionamento entre Taxa Interna de Retorno e Valor Presente Líquido

Projetado x Realizada (Gastos e Custos)

4.2.5 Fase 5 - Avaliação de parâmetros operacionais

A operacionalização dessa fase, no que tange a aspectos relacionados à ordem

cronológica, deu-se em duas etapas distintas.

A primeira baseou-se, exclusivamente, na avaliação dos resultados obtidos pela fase 4,

portanto sucedeu à análise das informações referentes ao sistema de avaliação de

desempenho. Por sua vez, a segunda desenvolveu-se paralelamente à fase 3. Nessa última,

como a operação já estava em regime operacional, as atividades referentes a essa fase deram-

se, basicamente, pela análise de dados e definições acerca dos parâmetros operacionais dos

recursos associados ao sistema logístico em questão.

4.2.5.1 Etapa 5.1 - Análise crítica dos processos logísticos

131

As atividades aqui realizadas basearam-se, especificamente, na análise dos resultados

atingidos frente aos dados projetados (metas) por elemento, área, atividade ou tarefa. Vale

ressaltar que, embora prevista a utilização de técnicas como Benchmark, a equipe do projeto

teve dificuldades quanto à comparabilidade do desempenho dos recursos devido à

especificidade das operações realizadas dado o ineditismo das operações (complexo industrial

automotivo) no país. Nesse sentido, os resultados alcançados foram, somente, debatidos entre

o grupo e os departamentos operacionais, gerência operacional e engenharia. O resultado

disso é exemplificado nos próximos parágrafos.

Através das análises dos dados da Tabela 15 é possível verificar que, embora o valor

global de gastos projetados (meta) estivesse acima do gasto apurado no período em

aproximadamente R$ 13.608,00 reais, a perda econômica devido à ociosidade encontrava-se

em 9,2%, isto é, 2,2% acima do definido como meta aceitável (7%).

Além disso, foi identificado, através das informações evidenciadas na Tabela 16, que a

área denominada montagem geral, embora tivesse seus gastos globais apurados inferiores

àqueles projetados no que tange ao aspecto relacionado à eficiência operacional, possuía uma

porcentagem das perdas sobre os gastos de 31,5%, indicador situado acima do definido como

aceitável (7%). Isso se deu, principalmente, devido à ineficiência de recursos associados com

a execução das atividades RCAE e ALK.

Nesse sentido, por exemplo, dado que a atividade de RCAE tinha um elevado

percentual de perda sobre gastos (39,1%) (Tabela 16), optou-se por entender como essa perda

era dada em termos da distribuição entre os itens de custo (Tabela 17). Logo, a partir disso foi

possível entender como o valor referente à perda mensal apurada de R$ 14.095,70 era

distribuído por itens (Tabela 17). O resultado disso é que os itens recursos operacionais,

equipamentos industriais e seguros respondiam, respectivamente, pelas parcelas de R$

10.759,40, R$ 3.037,00 e R$ 299,20 (Tabela 17).

Por fim, as análises dos resultados apresentados pelas Tabelas 18 e 19 indicaram que,

embora os valores dos indicadores apurados pelo cenário atual (gasto) estivessem acima dos

padrões definidos como meta (projetado), os mesmos poderiam ser reduzidos na medida que

os valores relativos à perda com ociosidade de recursos excediam tal diferença (custos).

Portanto, verifica-se que, a curto prazo, caso houvesse intervenções gerenciais que

balanceasse a capacidade dos recursos e, assim, diminuísse a ociosidade dos mesmos, o

resultado econômico do projeto poderia ter valores acima do projetado.

132

4.2.5.2 Etapa 5.2 - Definição de parâmetros técnicos

As atividades aqui transpostas não objetivaram definir o número de recursos mas,

somente, avaliar a produtividade dos mesmos utilizando os dados coletados ao longo das fases

dessa metodologia, pois as operações já estavam em regime operacional. O resultado disso é

apresentado na Tabela 20, a qual tem como foco exemplificar a produtividade por atividade

para recursos humanos e equipamentos dedicados às atividades do subprocesso Montagem

Geral.

Tabela 20: Avaliação de parâmetros referentes às atividades do subprocesso montagem geral

Montagem Geral Parâmetros Unidade de medida RCAE ALK ALEG

Nº de equipamentos por dia 1,72 1,30 0,93 Dimensionamento

Nº de recursos operacionais por dia 3,03 1,30 0,93 Demanda Demanda (ciclos/hora) 20,00 2,05 10,00

Equipamento (ciclos/ hora) 11,61 1,58 10,71 Produtividade

Homem (ciclos/dia) 6,61 1,58 10,71

Tempo/Equipamento 00:05:10 00:38:00 00:05:36 Tempos por período considerado Tempo/Recurso Operacional 00:09:05 00:38:00 00:05:36 Volumes Ciclos por dia 352 36 176

4.3 Conclusões do capítulo

Essa seção foi estruturada de forma a descrever algumas conclusões alcançadas pelo

grupo de trabalho acerca do processo de validação da sistemática proposta nessa dissertação.

Sendo assim, para cada uma das fases transpostas são descritos os aspectos considerados mais

importantes durante seu desenvolvimento.

Por exemplo, a fase inicial foi marcada, essencialmente, pela facilidade encontrada

pelo grupo no que tange à compreensão dos elementos, processos, atividades e tarefas. De

outro modo, verifica-se que dentre as contribuições evidenciadas ao longo dessa, destaca-se

aquela relacionada à caracterização dos processos envolvidos nas operações de logística de

um complexo industrial automotivo, pois isso é pouco discutido na literatura.

Já na fase seguinte, observou-se que o alto nível de detalhamento proposto pela

sistemática favoreceu várias das análises realizadas na proporção que permitia a reprodução

confiável dos itens de custos por tarefa. Além disso, vale ressaltar que os formulários

desenvolvidos facilitaram a operacionalização da mesma, pois induziam a coleta dos dados e

133

direcionavam o trabalho a ser executado. Notou-se, entretanto, uma grande dificuldade da

empresa e do grupo de trabalho em resgatar dados históricos e cenários do início das

operações. Logo, os mesmos tiveram que ser estimados pela equipe, o que, em parte,

prejudicou o desenvolvimento total da validação.

A fase de apuração de resultados, por sua vez, teve como principais características a

avaliação de perdas devido à ociosidade e o fornecimento de dados para posterior análise de

eficiência operacional. Essa, por sua vez, preencheu uma lacuna evidenciada pelo modelo

SCOR, pois propõe uma sistemática que permitiu inferir sobre questões associadas à

ineficiência de alocação de recursos dedicados a determinadas áreas da empresa nos seguintes

níveis: processos, atividades e tarefas.

Sendo assim, a validação dessa fase permitiu compreender sistematicamente o

comportamento dos elementos a um nível econômico bastante detalhado, o qual, se por um

lado favoreceu o desdobramento das análises, por outro dificultou a reprodutibilidade dessa

em altas freqüências, isto é, em periodicidades mensais. Logo, devido ao fato descrito e ao

baixo nível de integração com os sistemas contábeis, as decisões relativas à operacionalização

e reprodução da mesma tiveram que ter um caráter gerencial de médio prazo.

Já o desenvolvimento do processo de validação da fase 4 teve a sua execução marcada

pela facilidade do desenvolvimento de indicadores e das bases de comparação, pois a

estrutura desse sistema foi desenvolvida paralelamente ao processo de avaliação técnico-

econômica. Conseqüentemente, sua principal contribuição foi manifestada na medida em que

foram apresentados indicadores relacionados aos níveis e perspectivas associadas à avaliação

de perdas estratégicas e operacionais dos elementos por atividade considerando, ainda, seus

itens de custos.

Por fim, a última fase caracterizou-se tanto pela análise dos dados alcançados pelo

sistema de avaliação de desempenho quanto pela apuração e definição de parâmetros

operacionais acerca da produtividade dos recursos operacionais e equipamentos industriais

por atividade.

Nesse caso, vale ressaltar que a primeira etapa teve sua validação executada

parcialmente, pois não foram utilizadas técnicas de Benchmark na sua análise devido ao

tempo de desenvolvimento, orçamento e facilidade de disponibilidade de informações. Já na

segunda etapa não foram determinadas as produtividades dos recursos com objetivo de

projeto de cenários baseado na premissa que as operações se encontravam e regime

134

operacional e, portanto, tal informação teria que ser obtida pela identificação do arranjo atual

de atividades e recursos.

No entanto, a mesma foi desenvolvida objetivando determinar os atuais padrões de

execução das atividades executadas, o que permitirá a médio prazo questionar os índices de

produtividade encontrados frente a outros encontrados no mercado.

135

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Nesse capítulo são descritas as conclusões a respeito do desenvolvimento da

dissertação e sugeridas algumas recomendações para trabalhos futuros.

5.1 Conclusões

Esse trabalho versa sobre avaliação de desempenho técnico e econômico de operações

logísticas em um ambiente caracterizado pela literatura como nova organização industrial. O

tema é abordado por diversos autores como Beamon, 1999; Beamon e Chen, 2001,

Gunasekaran et al., 2000, 2002, os quais concordam sobre a problemática enfrentada pelas

empresas acerca das limitações dos atuais sistemas de medição e das ineficiências de seus

parâmetros adotados, na medida em que não descrevem sistematicamente a forma de integrar

abordagens e medir seus processos e parâmetros.

O desenvolvimento da pesquisa acerca dos conceitos relativos a tal tema revelou,

inicialmente, uma variedade de áreas do conhecimento relacionadas diretamente com tal

problemática. Além disso, a literatura retratava fundamentalmente modelos referenciais por

área, os quais em sua grande maioria estavam relacionados a um objetivo específico, ou seja,

eram direcionados à solução de um determinado problema dessa área. Além da falta de

integração entre as diferentes áreas de conhecimento presentes numa operação logística,

verificou-se que esses modelos não eram diretamente aplicados ao ambiente foco deste

136

estudo: a maioria dos autores evidenciava, basicamente, ´o quê` deveria ser realizado, mas

não retratava seu modo de desenvolvimento, isto é, ´como` deveria ser realizado.

Sendo assim, dentre as questões que teriam de ser, necessariamente, respondidas,

destaca-se aquela relacionada com a sistematização dos procedimentos para integração das

áreas do conhecimento e suas abordagens. De outro modo, o problema de pesquisa referia-se

a como avaliar economicamente as operações logísticas de um complexo industrial de

maneira metodológica, considerando a integração de áreas como processos logísticos,

avaliação de desempenho econômico logístico e de cadeia de suprimentos, sistemas de custeio

aplicados ao gerenciamento da logística e técnicas de avaliação de investimentos.

Em resposta à problemática retratada, optou-se por propor uma sistemática de

avaliação técnico-econômica de operações logística com intuito de trabalhar de maneira

integrada algumas das áreas relacionadas à gestão da logística e da cadeia de suprimentos,

dando especial atenção para a problemática de avaliação econômica. Para isso, o trabalho foi

estruturado de maneira que pudesse reproduzir, integralmente, ou mesmo parcialmente,

alguns dos conceitos propostos pelas abordagens previamente estudadas.

A sistemática proposta resgatou, em cada uma de suas etapas, conceitos

desenvolvidos pelos principais acadêmicos da área. Além disso, vale ressaltar que em

algumas das etapas foram desenvolvidas seqüências de procedimentos, cuja origem deu-se

pela discussão e análise do grupo de trabalho, e não pela literatura. Logo, nesse último caso,

verifica-se que essas precisam ser consolidadas no meio acadêmico para que, então, possam

ser facilmente validadas e replicadas.

Como resultado da validação da sistemática proposta verificou-se que a mesma aborda

a problemática evidenciada de maneira que, inicialmente, sistematiza os procedimentos

associados à integração das áreas e abordagens como: processos logísticos (SCOR, 2002),

avaliação de investimentos (VPL; TIR e Payback descontado), avaliação de desempenho

econômico de processos logísticos (BEAMON, 1999; SC, 2002; STEWART,1995;

GUNASEKARAN; PATEL; TIRTIROGLU, 2001), sistemas de custeio de operações

logísticas (BORNIA, 1995 para implantação de ABC; KLIEMANN, 2003 para princípio de

absorção parcial e BARRET,1982 para análise de custeio por missão).

A sistemática proposta também preenche algumas lacunas evidenciadas na literatura

no que tange à abordagem de alguns modelos referenciais. Por exemplo, a sistemática, ao

relacionar temas como ´o que` deve ser mensurado (realização de avaliação de desempenho

137

econômico de processos), ‘como’ deve ser feita essa mensuração econômica (utilização de

sistemas de custeio e métodos de avaliação de investimentos), apóia-se em modelos

referenciais tradicionais, mas os utiliza de forma integrada. Isso pode ser avaliado na medida

em que adota-se de um lado a abordagem do SCOR para obter-se referências em processos e

modelos de avaliação de desempenho e, de outro lado, empregam-se os métodos ABC

(Activity-Based Costing) e do custeio por missão com foco de avaliação de perdas associadas

a custos fixos diretos e detalhamento de gastos indiretos.

Além disso, visto que a o SCOR busca garantir a eficiência operacional dos processos

e o ABC/custeio por missão tendem a suportar análises que são pressupostas para sua

operacionalização. Enfim, verificou-se que a implantação conjunta das abordagens mostrou-se

bastante aderente à solução do problema específico estudado.

Por fim, a sistemática estabelece uma relação entre as fases de execução das operações

logísticas que permite definir um valor monetário para a perda devido à ociosidade da

estrutura direta fixa. Esse valor é atualizado economicamente ao longo da vida do projeto pelo

custo do capital utilizado, o que permite um adequado controle econômico das operações

logísticas.

5.2 Recomendações para trabalhos futuros

O trabalho desenvolvido pode ser extrapolado para além dos limites desta dissertação

de mestrado. Na seqüência, são listadas algumas sugestões a serem desenvolvidas em futuras

pesquisas.

Acredita-se que a sistemática apresentada nesse trabalho, por discutir e operacionalizar

conceitualmente vários termos relacionados à avaliação técnico-econômica de operações

logísticas, possui um caráter genérico, mas foi aplicada e validada em um único ambiente:

condomínio industrial. Nesse sentido, sugere-se a replicação e verificação da aderência da

mesma a outros ambientes industriais como, por exemplo, consórcio modular e parques

industriais.

Outro campo de atuação de trabalhos futuros diz respeito à aplicação das fases e etapas

aqui propostas para outros elementos logísticos, como por exemplo o planejamento e controle

da produção, o gerenciamento e execução de serviços de armazenagem e a distribuição de

peças e acessórios.

138

A sistemática proposta foi validada a partir da análise econômica de operações

logísticas sob o ponto de vista de um operador logístico. Nesse sentido, sugere-se incorporar

na análise apresentada os custos referentes à manutenção de inventários como forma de

visualizar o custo total logístico da operação.

Em determinadas operações logísticas o modo pelo qual é realizada a coleta e análise

de dados justifica o desenvolvimento de ferramentas computacionais que visem integrar bases

de dados operacionais e contábeis e, assim estimular sua replicação e aumentar a

confiabilidade de seus dados de entrada. Para estudos futuros, sugere-se uma análise sobre os

aspectos positivos e negativos a respeito da implantação de tecnologias de informação para o

suporte à sistemática proposta.

Por fim, sugere-se a incorporação de outros princípios de custeio que suportem,

especialmente, análises associadas à avaliação de perdas relacionadas aos custos fixos quanto

variáveis, estratificando-as em normais e anormais.

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145

146

APÊNDICES

147

APÊNDICE 1 – FORMULÁRIOS DE APOIO PARA A FASE DE PL ANEJAMENTO

TÉCNICO-ECONÔMICO DAS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS

Formulário 1.1 - Detalhamento de itens e subitens de ativos por cenário

148

Investimentos

Itens Total Investido (R$)

Depreciação dos Investimentos (5 anos)

[1] Estrutura Geral [2] Estrutura de Armazenagem [3] Equipamentos industriais

[4] Estrutura de Hardware

[5] Estrutura de Software

[6] Equipamentos Diversos

Total de Custos

Custos Mensais Detalhamento

Itens Qtd

Custo Unit (R$)

Custo Total(R$)

[1] Estrutura Geral

[1.1] Infra-estrutura Predial

[1.1.1] Prédio Administrativa

[1.1.2] Prédio Manutenção

[1.2 ] Infra-estrutura administrativa

[1.2.1] Mobiliários escritório ( Novos )

[1.3] Infra-estrutura de Manutenção

[1.3.1] Ferramentas e equipamentos

[1.3.2] Telas e prateleiras oficina

[1.3.3] Linha de ar comprimido

[2] Estrutura de Armazenagem

[2.1] Flow racks para minuterias

[2.2] Embalagens

[2.3] Porta palet

[3] Equipamentos industriais

[3.1] Empilhadeiras GLP

[3.2] Rebocadores Elétricos

[3.3] Rebocadores GLP

[3.4] Caminhões Conveyor R1

[3.5] Caminhões Conveyor R2

[3.6] Carretas Conveyor R1

[3.7] Carretas Conveyor R2

149

Formulário 1.1 - Detalhamento de itens e subitens de ativos por cenário (Continuação) [4] Estrutura de Hardware

[4.1] Servidor COMPAQ ML 370 - Bi-processado / Redundante

[4.2] NoteBook

[4.3] Micros (PC´s)

[4.4] Impressoras Jato de Tinta EPSON C80

[4.5] Impressoras Laser 4100N

[4.6] Switch 24 portas 3Com

[4.7] Estabilizadores de Voltagem

[4.8] No-Break 1kva / 2 hs auto. Rack

[4.9] Balança eletrônica

[4.10] FITA DAT

[4.11] Relógio de Ponto

[4.12] Ponto de Rede

[5] Estrutura de Software

[5.1] Windows 2000 Server / 5 Clients

[5.2] Licença Unitária Client Windows 2000

[5.3] Windows 2000 / XP

[5.4] Office XP Profissional

[5.5] Anti-Vírus Norton Clients

[5.6] ArcServer

[5.7] WMS

[6] Equipamentos Diversos

150

Formulário 1.2 - Detalhamento de itens e subitens de gastos operacionais

Custos Mensais Itens Custo

Mensal [1] Recursos Administrativos

-

[2] Recursos Operacionais

- [3] Equipamentos industriais

-

[4] Instalações

- [5] Sistemas

-

[6] Estoque

- [7] Seguros

-

[8] Manutenção de veículos Industriais

- [9] Despesas Gerais

-

Total de Custos -

Custos Mensais Detalhamento

Itens Sub itens Qtd Custo Unit

(R$/mês) Custo

Mensal [1] Recursos Administrativos

- [1.1] Gerente de Contrato - Plant Manager - -

-

[1.2] Chefe de Divisão Logistica - -

- [1.3] Chefe de Unidade de Manutenção - -

-

[1.4] Analista de Logistica - -

- [1.5] Analista de RH - -

-

[1.6] Analista de Informática - -

- [1.7] Analista de Contas a Pagar / Receber - -

-

[1.8] Analista de Compras - -

- [1.9] Analista de Qualidade - -

-

[1.10] Assistente de Qualidade - -

- [1.11] Assistente de compras - -

-

[1.12] Assistente de Contas a Pagar/Receber - -

- [1.13] Assistente de Compras - -

-

[1.14] Assistente de RH - -

- [1.15] Assistente de Logistica - -

-

[1.16] Secretária - -

- [1.17] Técnico de segurança - -

-

[1.18] Auxiliar de Limpeza - -

- [1.19] Auxiliar Administrativo - -

-

151

Formulário 1.2 - Detalhamento de itens e subitens de gastos operacionais (Continuação)

[2] Recursos Operacionais -

[2.1] Chefe de Unidade - -

- [2.2] Líder de Apoio Logístico - -

-

[2.3] Operador de Empilhadeira - -

- [2.4] Operador de Rebocador - -

-

[2.5] Abastecedor - -

- [2.6] Auxiliar de Apoio Logístico - -

-

[2.7] Axiliar de Manutenção - -

- [2.8] Mecanico de manutenção - -

-

[2.9] Eletricista de manutenção - -

- [2.10] Almoxarife - -

-

[2.11] Motorista de caminhão - -

-

[3] Equipamentos industriais -

[3.1] Depreciação -

[3.1.1] Empilhadeiras GLP - -

- [3.1.2] Rebocadores Elétricos - -

-

[3.1.3] Rebocadores GLP - -

- [3.1.4] Caminhões Conveyor R1 - -

-

[3.1.5] Caminhões Conveyor R2 - -

- [3.1.6] Carretas Conveyor R1 - -

-

[3.1.7] Carretas Conveyor R2 - -

- [3.2] Despesa operacional - Combustível

- [3.2.1] Empilhadeiras GLP - -

-

[3.2.2] Rebocadores Elétricos - -

- [3.2.3] Rebocadores GLP - -

-

[3.2.4] Caminhões Conveyor R1 - -

- [3.2.5] Caminhões Conveyor R2 - -

-

[3.2.6] Carretas Conveyor R1 - -

- [3.2.7] Carretas Conveyor R2 - -

-

[4] Instalações -

[4.1] Depreciação -

[4.1.1] Infra-estrutura predial e administrativa - -

-

[4.2] Despesas Operacionais -

[4.2.1] Energia Elétrica - -

- [4.2.2] Manutenção Predial (Insumos) - -

-

[4.2.3] Limpeza (Insumos) - -

- [4.2.4] Vigilância - -

-

[4.2.5] Condomínio - -

- [4.2.6] Telefones fixos - -

-

152

Formulário 1.2 - Detalhamento de itens e subitens de gastos operacionais (Continuação) [5] Sistemas

- [5.1] Depreciação

- [5.1.1] Custo de de Amortiz. HW - -

-

[5.1.2] Custo de de Amortiz. SW - -

- [5.2] Despesas Operacionais

- [5.2.1] Link com GMB - -

-

[5.2.2] Link VPN - -

- [5.3] Despesas com Manutenção -

- [5.3.1] Insumos operacionais - -

-

[5.3.2] Manutenção do HW - -

- [6] Estoque

- [6.1] Custo financeiro do estoque de peças - -

-

[6.2] Obsolecência do estoque de peças - -

-

[6.3] Obsolecência do estoque de peças de reposição de manutenção - -

-

[6.4] Custo financeiro do estoque de peças de reposição de manutenção - -

-

[6.5] Diferenças de inventário do estoque total de peças - -

-

[7] Seguros -

[7.1] Seguro dos materiais em estoque - -

-

[7.2] Provisão de franquias (Seguro de materiais) - -

-

[7.3] Seguro de responsabilidade civil geral - -

-

[7.4] Provisão de franquias (Resp. Civil Geral) - -

-

[7.5] Seguro contra riscos diversos para equipamentos - -

-

[7.6] Provisão de franquias (Resp. Danos) - -

-

[7.7] Seguro de incêndio para prédio e conteúdo - -

-

[7.8] Provisão de incendio -

- [8] Manutenção de veículos Industriais

- [8.1] Depreciação

-

[8.1.1] Custo de depreciação de infra-estrutura de manutenção - -

-

[8.2] Manutenção Peças e Insumos mês -

[8.2.1] Rebocadores Elétricos - -

- [8.2.2] Empilhadeiras GLP - -

-

[8.2.3] Rebocadores GLP - -

- [8.2.4] Carreta Conveyor - -

-

[8.2.5] Caminhões Conveyor - -

- [8.3] Mão de Obra

- [8.3.1] Rebocadores Elétricos - -

-

[8.3.2] Empilhadeiras GLP - -

- [8.3.3]Rebocadores GLP - -

-

[8.3.4] Carreta Conveyor - -

- [8.3.5] Caminhões Conveyor - -

-

[9] Despesas Gerais -

Formulário 1.3 - Gastos diretos dos processos e atividades detalhados por Item de custo

Custos Diretos Operacioanis por Período TOTAL Processo 1 Processo 2 Itens/Atividades TOTAL Ativ. 1 Ativ. 1 Ativ. 2 Ativ. 3 [1] Recursos Administrativos R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [2] Recursos Operacionais R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [3] Equipamentos industriais R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [4] Instalações R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [5] Sistemas R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [6] Estoque R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [7] Seguros R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [8] Manutenção de veículos Industriais R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [9] Despesas Gerais R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - Total de Custos R$ - R$ - R$ - R$ - R$ -

Formulário 1.4 - Relação dos gastos operacionais por período/ cenário

Despesas Cenário X TOTAL Periodo 1 Periodo 2 Periodo 3 Periodo 4 Periodo 5 [1] Recursos Administrativos R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [2] Recursos Operacionais R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [3] Equipamentos industriais R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [4] Instalações R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [5] Sistemas R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [6] Estoque R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [7] Seguros R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [8] Manutenção de veículos Industriais R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - [9] Despesas Gerais R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - Total de custos anuais R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ -

Formulário 1.5 - Relação das receitas operacionais por período/ cenário

Receitas Cenário A TOTAL Periodo 1 Periodo 2 Periodo 3 Periodo 4 Periodo 5

Total de Receitas anuais R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ -

Formulário 1.6 - Integração dos elementos do fluxo de caixa INVESTIMENTOS Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

(+) Receita de Investimentos

Receita sobre investimentos -

-

-

-

-

(+) Total de Receita de Investimentos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

(-) Custos dos investimentos

[1] Estrutura Geral -

-

-

-

-

[2] Estrutura de Armazenagem -

-

-

-

-

[3] Equipamentos industriais -

-

-

-

-

[4] Estrutura de Hardware -

-

-

-

-

[5] Estrutura de Software -

-

-

-

-

[6] Equipamentos Diversos -

-

-

-

-

Total de Custos dos investimentos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

ATIVIDADES OPERACIONAIS Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

Receitas

Receitas operacionais -

-

-

-

-

Total de Receita Operacionais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Despesas operacionais

[1] Recursos Administrativos -

-

-

-

-

[2] Recursos Operacionais -

-

-

-

-

[3] Equipamentos industriais -

-

-

-

-

[4] Instalações -

-

-

-

-

[5] Sistemas -

-

-

-

-

[6] Estoque -

-

-

-

-

[7] Seguros -

-

-

-

-

[8] Manutenção de veículos Industriais -

-

-

-

-

[9] Despesas Gerais -

-

-

-

-

Total de despesas operacionais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

FLUXO DE CAIXA Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

Receitas Totais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Despesas Totais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Despesas Centrais de Estrutura 2% (CHO) R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Impostos 34% (IR) R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Fluxo de Caixa após do IR R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

155

APÊNDICE 2 – FORMULÁRIOS DE APOIO PARA A FASE DE AP URAÇÃO DOS

RESULTADOS

Formulário 2.1 - Cronoanálise dos tempos unitários e avaliação de capacidade

Processo Processo 1

Indireto Processo 2 Indireto Atividades Atividade 1 Atividade 1

Avaliação de Capacidade A) Matriz de Tempos

unitários x recursos

Tarefas Tarefa 1 Tarefa 1 Tarefa 2 Tarefa 3 Tarefa 4 Tarefa 5 Tarefa 6 Vol. TOTAL CICLO

CARGA TOTAL

TOTAL DIÁRIO %

Itens de custos

Item 1 1 1 1 1 1 100%

Item 2 1 1 1 1 1 100%

Item 3 00:00:30 00:00:40 00:00:30 00:00:40 00:01:20 00:01:30 420 00:05:10 12:10:00 17:23:00 71%

Item 4 00:00:30 00:00:40 00:00:30 00:00:40 00:01:20 00:01:30 420 00:05:10 12:10:00 17:23:00 71%

Formulário 2.2 - Quantificação da porcentagem de alocação dos recursos às atividades

Processo Processo 1

Indireto Processo 2 Indireto Atividades Atividade 1 Atividade 1 B) Matriz de % Tempos unitários

Tarefas Tarefa 1 Tarefa 1 Tarefa 2 Tarefa 3 Tarefa 4 Tarefa 5 Tarefa 6 Itens de custos Item 1 100% Item 2 100% Item 3 9,68% 12,90% 9,68% 12,90% 25,81% 29,03% Item 4 9,68% 12,90% 9,68% 12,90% 25,81% 29,03%

157

Formulário 2.3 - Alocação dos custos às atividades pela utilização do princípio da absorção total

Custo Integral Processo Processo 1 Indireto Processo 2 Indireto C) Direcionador Primário (Abs. Total) Atividades Atividade 1 Atividade 1

Custos Tarefas Tarefa 1 Tarefa 1 Tarefa 2 Tarefa 3 Tarefa 4 Tarefa 5 Tarefa 6 Itens de custos Item 1 R$ 300,00 R$ 300,00 Item 2 R$ 400,00 R$ 400,00 Item 3 R$ 1.000,00 R$ 96,77 R$ - R$ 9,37 R$ - R$ 0,91 R$ - Item 4 R$ 3.000,00 R$ 290,32 R$ - R$ 28,10 R$ - R$ 2,72 R$ - Total de custos diretos R$ 700,00 R$ 387,10 R$ - R$ 37,46 R$ - R$ 3,63 R$ -

Formulário 2.4 - Alocação dos custos às atividades pela utilização do princípio da absorção parcial

Custo Parcial Processo Processo 1 Indireto Processo 2 Indireto D) Direcionador Primário (Abs. Parcial) Atividades Atividade 1 Atividade 1

Itens de custos Utilização Custos Tarefas Tarefa 1 Tarefa 1 Tarefa 2 Tarefa 3 Tarefa 4 Tarefa 5 Tarefa 6 Item 1 100% R$ 300,00 R$ 300,00

Item 2 100% R$ 400,00 R$ 400,00 Item 3 71% R$ 710,00 R$ 68,71 R$ - R$ 6,65 R$ - R$ 0,64 R$ - Item 4 71% R$ 2.130,00 R$ 206,13 R$ - R$ 19,95 R$ - R$ 1,93 R$ - Total de custos diretos R$ 700,00 R$ 274,84 R$ - R$ 26,60 R$ - R$ 2,57 R$ -

158

Formulário 2.5 - Matriz de redistribuição dos custos das atividades indiretas às diretas pelo princípio da absorção total

Custo Integral

Processo Processo 1 Indireto Processo 2 Indireto E) Direcionador Secundário (Abs. Total) Atividades Atividade 1 Atividade 1

Itens de custo Custos Tarefas Tarefa 1 Tarefa 1 Tarefa 2 Tarefa 3 Tarefa 4 Tarefa 5 Tarefa 6

Total de custos diretos R$ 700,00 R$ 387,10 R$ 516,13 R$ 387,10 R$ 516,13 R$ 1.032,26 R$ 1.161,29

Rateio dos Indiretos Custo direto R$ 67,74 R$ 90,32 R$ 67,74 R$ 90,32 R$ 180,65 R$ 203,23

Total de custos das atividades R$ 454,84 R$ 606,45 R$ 454,84 R$ 606,45 R$ 1.212,90 R$ 1.364,52

Formulário 2.6 - Matriz de redistribuição dos custos das atividades indiretas às diretas pelo princípio da absorção parcial

Custo Parcial

Processo Processo 1

Indireto Processo 2 Indireto F) Direcionador Secundário (Abs. Parcial)

Atividades Atividade 1 Atividade 1

Itens de custo Custos Tarefas Tarefa 1 Tarefa 1 Tarefa 2 Tarefa 3 Tarefa 4 Tarefa 5 Tarefa 6

Total de custos diretos R$ 700,00 R$ 274,84 R$ 366,45 R$ 274,84 R$ 366,45 R$ 732,90 R$ 824,52

Rateio dos Indiretos Custo direto R$ 67,74 R$ 90,32 R$ 67,74 R$ 90,32 R$ 180,65 R$ 203,23

Total de custos das atividades R$ 342,58 R$ 456,77 R$ 342,58 R$ 456,77 R$ 913,55 R$ 1.027,74

159

Formulário 2.7 - Identificação de gastos e perdas Avaliação de Perdas

Processo Processo 1

Indireto Processo 2 Indireto G) Avaliação de Perdas

Atividades Atividade 1 Atividade 1

Itens de custo Tarefas Tarefa 1 Tarefa 1 Tarefa 2 Tarefa 3 Tarefa 4 Tarefa 5 Tarefa 6 Perda R$ - R$ 112,26 R$ 149,68 R$ 112,26 R$ 149,68 R$ 299,35 R$ 336,77

APÊNDICE 3 – APLICAÇÃO DOS FORMULÁRIOS DE APOIO PAR A A FASE DO

PLANEJAMENTO TÉCNICO-ECONÔMICO DAS OPERAÇÕES LOGÍST ICAS –

CENÁRIO A

161

Formulário 3.1 - Detalhamento de itens e subitens de ativos para o cenário A

Investimentos

Itens Total Investido (R$)

Depreciação dos

Investimentos (5 anos)

[1] Estrutura Geral R$ 206.600,00 R$ 41.320,00

[2] Estrutura de Armazenagem R$ 0,00 R$ 0,00

[3] Equipamentos industriais R$ 3.370.000,00 R$ 674.000,00

[4] Estrutura de Hardware R$ 115.634,17 R$ 23.126,83

[5] Estrutura de Software R$ 44.979,89 R$ 8.995,98

[6] Equipamentos Diversos R$ 0,00 R$ 0,00

Total de Custos R$ 3.737.214,06

R$ 747.442,81

Detalhamento dos Investimentos

Itens Qtd Custo Unit

(R$) Custo

Total(R$)

[1] Estrutura Geral

[1.1] Infra-estrutura Predial

[1.1.1] Prédio Administrativa 1,00 120.000,00 120.000,00

[1.1.2] Prédio Manutenção 1,00 30.000,00 30.000,00

[1.2 ] Infra-estrutura administrativa 9.600,00

[1.2.1] Mobiliários escritório ( Novos ) 12,00 800,00 9.600,00

[1.3] Infra-estrutura de Manutenção 47.000,00

[1.3.1] Ferramentas e equipamentos 1,00 12.000,00 12.000,00

[1.3.2] Telas e prateleiras oficina 1,00 15.000,00 15.000,00

[1.3.3] Linha de ar comprimido 1,00 20.000,00 20.000,00

[2] Estrutura de Armazenagem -

[2.1] Flow racks para minuterias - 1.721,34 -

[2.2] Embalagens - 1.721,34 -

[2.3] Porta palet - 1.721,34 -

[3] Equipamentos industriais 3.370.000,00

[3.1] Empilhadeiras GLP 11,00 80.000,00 880.000,00

[3.2] Rebocadores Elétricos 9,00 75.000,00 675.000,00

[3.3] Rebocadores GLP 12,00 90.000,00 1.080.000,00

[3.4] Caminhões Conveyor R1 1,00 200.000,00 200.000,00

[3.5] Caminhões Conveyor R2 2,00 200.000,00 400.000,00

[3.6] Carretas Conveyor R1 2,00 30.000,00 60.000,00

[3.7] Carretas Conveyor R2 3,00 25.000,00 75.000,00

162

Formulário 3.1 - Detalhamento de itens e subitens de ativos para o cenário A (Continuação)

[4] Estrutura de Hardware 115.634,17

[4.1] Servidor COMPAQ ML 370 - Bi-processado / Redundante 1,00 29.750,90 29.750,90

[4.2] NoteBook 2,00 5.999,00 11.998,00

[4.3] Micros (PC´s) 19,00 3.015,17 57.288,23

[4.4] Impressoras Jato de Tinta EPSON C80 1,00 999,00 999,00

[4.5] Impressoras Laser 4100N 1,00 5.979,00 5.979,00

[4.6] Switch 24 portas 3Com 2,00 703,95 1.407,90

[4.7] Estabilizadores de Voltagem 22,00 40,37 888,14

[4.8] No-Break 1kva / 2 hs auto. Rack 1,00 1.255,00 1.255,00

[4.9] Balança eletrônica 1,00 218,00 218,00

[4.10] FITA DAT 170,00 15,00 2.550,00

[4.11] Relógio de Ponto 1,00 2.200,00 2.200,00

[4.12] Ponto de Rede 22,00 50,00 1.100,00

[5] Estrutura de Software 44.979,89

[5.1] Windows 2000 Server / 5 Clients 1,00 2.597,55 2.597,55

[5.2] Licença Unitária Client Windows 2000 12,00 90,00 1.080,00

[5.3] Windows 2000 / XP 9,00 90,00 810,00

[5.4] Office XP Profissional 21,00 1.483,54 31.154,34

[5.5] Anti-Vírus Norton Clients 21,00 320,00 6.720,00

[5.6] ArcServer 1,00 2.618,00 2.618,00

[5.7] WMS - - -

[6] Equipamentos Diversos

163

Formulário 3.2 - Detalhamento de itens e subitens de gastos operacionais para o cenário A

Custos Mensais Períodos 1, 2 e 3

Períodos 3 e 4

Itens Custo

Mensal (R$)

Custo Mensal

(R$) [1] Recursos Administrativos 82.794,72 92.469,28

[2] Recursos Operacionais 218.524,96 327.494,72

[3] Equipamentos industriais 105.694,89 118.322,77

[4] Instalações 23.831,00 25.241,00

[5] Sistemas 11.726,90 11.726,90

[6] Estoque 1.382,50 1.382,50

[7] Seguros 13.486,67 14.191,67 [8] Manutenção de veículos Industriais 20.748,83 30.526,33

[9] Despesas Gerais 2.921,34 2.921,34

Total de Custos 481.111,81 624.276,51

Custos Mensais Detalhamento

Períodos 1, 2 e 3 Períodos 3 e 4

Itens Qtd Custo Unit (R$/mês)

Qtd Custo Unit

(R$/mês) [1] Recursos Administrativos

[1.1] Gerente de Contrato - Plant Manager 1,00 22.274,56 1,00 22.274,56

[1.2] Chefe de Divisão Logística 1,00 9.674,56 2,00 9.674,56

[1.3] Chefe de Unidade de Manutenção 1,00 6.974,56 1,00 6.974,56

[1.4] Analista de Logística 1,00 7.154,56 1,00 7.154,56

[1.5] Analista de RH 7.154,56 7.154,56

[1.6] Analista de Informática 7.154,56 7.154,56

[1.7] Analista de Contas a Pagar / Receber 1,00 7.154,56 1,00 7.154,56

[1.8] Analista de Compras 1,00 7.154,56 1,00 7.154,56

[1.9] Analista de Qualidade 1,00 7.154,56 1,00 7.154,56

[1.10] Assistente de Qualidade 3.374,56 3.374,56

[1.11] Assistente de compras 1,00 3.374,56 1,00 3.374,56

[1.12] Assistente de Contas a Pagar/Receber 1,00 3.374,56 1,00 3.374,56

[1.13] Assistente de Compras 3.374,56 3.374,56

[1.14] Assistente de RH 3.374,56 3.374,56

[1.15] Assistente de Logística 1,00 3.374,56 1,00 3.374,56

[1.16] Secretária 3.374,56 3.374,56

[1.17] Técnico de segurança 1,00 2.834,56 1,00 2.834,56 [1.18] Auxiliar de Limpeza 1,00 2.294,56 1,00 2.294,56

[1.19] Auxiliar Administrativo 2.294,56 2.294,56

[2] Recursos Operacionais

[2.1] Chefe de Unidade 3,00 5.174,56 4,00 5.174,56

[2.2] Líder de Apoio Logístico 6,00 2.834,56 9,00 2.834,56

[2.3] Operador de Empilhadeira 26,00 2.294,56 39,00 2.294,56

[2.4] Operador de Rebocador 40,00 2.294,56 61,00 2.294,56

164

Formulário 3.2 - Detalhamento de itens e subitens de gastos operacionais para o cenário A (Continuação) [2.5] Abastecedor 2.114,56 2.114,56

[2.6] Auxiliar de Apoio Logístico 12,00 2.114,56 18,00 2.114,56

[2.7] Axiliar de Manutenção 1.934,56 1.934,56

[2.8] Mecanico de manutenção 3.374,56 3.374,56

[2.9] Eletricista de manutenção 3.194,56 3.194,56

[2.10] Almoxarife 2.654,56 2.654,56

[2.11] Motorista de caminhão 4,00 2.294,56 6,00 2.294,56

[3] Equipamentos industriais

[3.1] Depreciação

[3.1.1] Empilhadeiras GLP 13,00 1.333,33 13,00 1.333,33

[3.1.2] Rebocadores Elétricos 8,00 1.250,00 8,00 1.250,00

[3.1.3] Rebocadores GLP 12,00 1.500,00 12,00 1.500,00

[3.1.4] Caminhões Conveyor R1 1,00 3.333,33 1,00 3.333,33

[3.1.5] Caminhões Conveyor R2 2,00 3.333,33 2,00 3.333,33

[3.1.6] Carretas Conveyor R1 2,00 500,00 2,00 500,00

[3.1.7] Carretas Conveyor R2 3,00 416,67 3,00 416,67

[3.2] Despesa operacional - Combustível

[3.2.1] Empilhadeiras GLP 13,00 1.603,01 13,00 2.003,76

[3.2.2] Rebocadores Elétricos 8,00 900,00 8,00 1.200,00

[3.2.3] Rebocadores GLP 12,00 801,50 12,00 1.001,88

[3.2.4] Caminhões Conveyor R1 1,00 3.484,80 1,00 4.356,00

[3.2.5] Caminhões Conveyor R2 2,00 3.484,80 2,00 4.356,00

[3.2.6] Carretas Conveyor R1 - 1.721,34 - 1.721,34

[3.2.7] Carretas Conveyor R2 - 1.721,34 - 1.721,34

[4] Instalações

[4.1] Depreciação

[4.1.1] Infra-estrutura predial e administrativa 1,00 2.660,00 1,00 2.660,00

[4.2] Despesas Operacionais

[4.2.1] Energia Elétrica 1,00 3.340,00 1,00 4.500,00

[4.2.2] Manutenção Predial (Insumos) 1,00 350,00 1,00 500,00

[4.2.3] Limpeza (Insumos) 1,00 350,00 1,00 450,00

[4.2.4] Vigilância 1,00 4.759,00 1,00 4.759,00

[4.2.5] Condomínio 1,00 9.472,00 1,00 9.472,00

[4.2.6] Telefones fixos 1,00 2.900,00 1,00 2.900,00

[5] Sistemas

[5.1] Depreciação

[5.1.1] Custo de de Amortiz. HW 1,00 1.927,24 1,00 1.927,24

[5.1.2] Custo de de Amortiz. SW 1,00 749,66 1,00 749,66

[5.2] Despesas Operacionais

[5.2.1] Link com GMB 1,00 800,00 1,00 800,00

[5.2.2] Link VPN 1,00 4.000,00 1,00 4.000,00

[5.3] Despesas com Manutenção 1,00 4.000,00

[5.3.1] Insumos operacionais 1,00 250,00 1,00 4.000,00

[5.3.2] Manutenção do HW 1,00 1.927,24 1,00 250,00

165

Formulário 3.2 - Detalhamento de itens e subitens de gastos operacionais para o cenário A (Continuação) [6] Estoque

[6.1] Custo financeiro do estoque de peças 1,00 200,00 1,00 200,00

[6.2] Obsolecência do estoque de peças 1,00 200,00 1,00 200,00

[6.3] Obsolecência do estoque de peças de reposição de manutenção 1,00 157,50 1,00 200,00

[6.4] Custo financeiro do estoque de peças de reposição de manutenção 0,08 7.500,00 1,00 157,50

[6.5] Diferenças de inventário do estoque total de peças 1,00 200,00 0,08 7.500,00

[7] Seguros

[7.1] Seguro dos materiais em estoque 1,00 600,00 1,00 600,00

[7.2] Provisão de franquias (Seguro de materiais) 1,00 2.000,00 1,00 2.000,00

[7.3] Seguro de responsabilidade civil geral 103,00 15,00 150,00 15,00

[7.4] Provisão de franquias (Resp. Civil Geral) 1,00 3.000,00 1,00 3.000,00

[7.5] Seguro contra riscos diversos para equipamentos 41,00 75,00 41,00 75,00

[7.6] Provisão de franquias (Resp. Danos) 1 3.000,00 1 3.000,00

[7.7] Seguro de incêndio para prédio e conteúdo 0,08 1.200,00 0,08 1.200,00

[7.8] Provisão de incêndio 0,02 10.000,00 0,02 10.000,00

[8] Manutenção de veículos Industriais

[8.1] Depreciação

[8.1.1] Custo de depreciação de infra-estrutura de manutenção 1,00 783,33 1,00 783,33

[8.2] Manutenção Peças e Insumos mês

[8.2.1] Rebocadores Elétricos 8,00 356,00 8,00 540,00

[8.2.2] Empilhadeiras GLP 13,00 639,00 13,00 866,00

[8.2.3] Rebocadores GLP 12,00 212,00 12,00 350,00

[8.2.4] Carreta Conveyor 5,00 38,90 5,00 100,00

[8.2.5] Caminhões Conveyor 3,00 154,00 3,00 200,00

[8.3] Mão de Obra

[8.3.1] Rebocadores Elétricos 8,00 120,00 8,00 180,00

[8.3.2] Empilhadeiras GLP 13,00 200,00 13,00 320,00

[8.3.3]Rebocadores GLP 12,00 100,00 12,00 160,00

[8.3.4] Carreta Conveyor 5,00 107,00 5,00 167,00

[8.3.5] Caminhões Conveyor 3,00 105,00 3,00 170,00

[9] Despesas Gerais

[9.1] Insumos de escritório 1,00 1.200,00 1,00 1.200,00

[9.2]Telefone celular 1,00 1.721,34 1,00 1.721,34

166 Formulário 3. 3 - Detalhamento dos gastos operacionais para o cenário A por atividades para os períodos 1,2 e 3

Formulário 3.3 - Detalhamento dos gastos operacionais para o cenário A por atividades para os períodos 1,2 e 3 ( Continuação) Custos Mensais On site

Itens Custo Mensal R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13

[1] Recursos Administrativos

82.794,72 - - - - - - - - - - - - -

[2] Recursos Operacionais

218.524,96 9.178,24

4.589,12

4.589,12

4.589,12

4.589,12

4.589,12

4.589,12

4.589,12

4.589,12

4.589,12

4.589,12

4.589,12

4.589,12

[3] Equipamentos industriais

105.694,89 4.603,01

2.301,50

2.301,50

2.301,50

2.301,50

2.301,50

2.301,50

2.301,50

2.301,50

2.301,50

2.301,50

7.818,13

14.886,27

[4] Instalações

23.831,00 - - - - - - - - - - - - -

[5] Sistemas

11.726,90 - - - - - - - - - - - - -

[6] Estoque

1.382,50 - - - - - - - - - - - - -

[7] Seguros

13.486,67 472,85

236,42

236,42

236,42

236,42

236,42

236,42

236,42

236,42

236,42

236,42 532,76 829,11

[8] Manutenção de veículos Industriais

20.748,83 624,00

312,00

312,00

312,00

312,00

312,00

312,00

312,00

312,00

312,00

312,00 696,70 809,80

[9] Despesas Gerais

2.921,34 - - - - - - - - - - - - -

Total de Custos

481.111,81

14.878,09

7.439,05

7.439,05

7.439,05

7.439,05

7.439,05

7.439,05

7.439,05

7.439,05

7.439,05

7.439,05

13.636,72

21.114,29

Custos Mensais Montagem Geral Funilaria

Itens Custo Mensal (R$) ADM RCAE ALK ALEG RCAE ALK ALF ALS AIC

[1] Recursos Administrativos 82.794,72

82.794,72 - - - - - - - -

[2] Recursos Operacionais 218.524,96

32.531,04 26.814,72 9.178,24 4.589,12 26.094,72 9.178,24 18.356,48 13.767,36 13.767,36

[3] Equipamentos industriais 105.694,89 - 11.745,37 4.300,00 2.150,00 5.872,68 4.300,00 11.745,37 8.809,02 6.450,00

[4] Instalações 23.831,00

23.831,00 - - - - - - - -

[5] Sistemas 11.726,90

11.726,90 - - - - - - - -

[6] Estoque 1.382,50

1.382,50 - - - - - - - -

[7] Seguros 13.486,67

3.793,32 1.122,20 472,85 236,42 1.122,20 472,85 797,52 561,10 709,27

[8] Manutenção de veículos Industriais 20.748,83 783,33 3.356,00 952,00 476,00 1.678,00 952,00 3.356,00 2.517,00 1.428,00

[9] Despesas Gerais 2.921,34

2.921,34 - - - - - - - -

Total de Custos

481.111,81

159.764,15 43.038,28 14.903,09 7.451,54 34.767,60 14.903,09 34.255,37 25.654,48 22.354,63

167 Formulário 3.3 - Detalhamento dos gastos operacionais para o cenário A por atividades para os períodos 4 e 5

Formulário 3.3 - Detalhamento dos gastos operacionais para o cenário A por atividades para os períodos 4 e 5 (Continuação)

Custos Mensais On site

Itens Custo

Mensal R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13

[2] Recursos Operacionais

327.494,72

13.767,36

6.883,68 6.883,68 6.883,68 6.883,68 6.883,68 6.883,68 6.883,68

6.883,68

6.883,68

6.883,68

6.883,68 6.883,68

[3] Equipamentos industriais

118.322,77

5.003,76

2.501,88 2.501,88 2.501,88 2.501,88 2.501,88 2.501,88 2.501,88

2.501,88

2.501,88

2.501,88

8.689,33 16.628,67

[4] Instalações

25.241,00 - - - - - - - - - - - - -

[5] Sistemas

11.726,90 - - - - - - - - - - - - -

[6] Estoque

1.382,50 - - - - - - - - - - - - -

[7] Seguros

14.191,67 506,34

253,17 253,17 253,17 253,17 253,17 253,17 253,17

253,17 253,17

253,17

549,51 845,85

[8] Manutenção de veículos Industriais

30.526,33

1.020,00

510,00 510,00 510,00 510,00 510,00 510,00 510,00

510,00 510,00

510,00

1.171,00 1.274,00

[9] Despesas Gerais 2.921,34 - - - - - - - - - - - - -

Total de Custos 624.276,51

20.297,46

10.148,73 10.148,73 10.148,73 10.148,73 10.148,73 10.148,73 10.148,73

10.148,73

10.148,73

10.148,73

17.293,53 25.632,20

Custos Mensais Montagem Geral Funilaria

Itens Custo Mensal (R$) ADM RCAE ALK ALEG RCAE ALK ALF ALS AIC

[1] Recursos Administrativos 92.469,28 92.469,28 - - - - - - - -

[2] Recursos Operacionais 327.494,72 46.209,28 40.222,08 13.767,36 9.178,24 39.142,08 13.767,36 27.534,72 20.651,04 20.651,04

[3] Equipamentos industriais 118.322,77 - 13.348,37 4.900,00 2.450,00 6.674,19 4.900,00 13.348,37 10.011,28 7.350,00

[4] Instalações 25.241,00 25.241,00 - - - - - - - -

[5] Sistemas 11.726,90 11.726,90 - - - - - - - -

[6] Estoque 1.382,50 1.382,50 - - - - - - - -

[7] Seguros 14.191,67 3.776,67 1.222,68 506,34 288,17 1.222,68 506,34 864,51 611,34 759,51

[8] Manutenção de veículos Industriais 30.526,33 783,33 4.744,00 1.440,00 720,00 2.372,00 1.440,00 4.744,00 3.558,00 2.160,00

[9] Despesas Gerais 2.921,34 2.921,34 - - - - - - - -

Total de Custos 624.276,51 184.510,30 59.537,14 20.613,70 12.636,41 49.410,95 20.613,70 46.491,61 34.831,66 30.920,55

168 Formulário 3.4 - Relação dos gastos operacionais por período para o cenário A

Despesas Cenário A TOTAL Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

[1] Recursos Administrativos R$ 5.199.872,64 R$ 993.536,64 R$ 993.536,64 R$ 993.536,64 R$ 1.109.631,36 R$ 1.109.631,36

[2] Recursos Operacionais R$ 15.726.771,84 R$ 2.622.299,52 R$ 2.622.299,52 R$ 2.622.299,52 R$ 3.929.936,64 R$ 3.929.936,64

[3] Equipamentos industriais R$ 6.644.762,43 R$ 1.268.338,62 R$ 1.268.338,62 R$ 1.268.338,62 R$ 1.419.873,28 R$ 1.419.873,28

[4] Instalações R$ 1.463.700,00 R$ 285.972,00 R$ 285.972,00 R$ 285.972,00 R$ 302.892,00 R$ 302.892,00

[5] Sistemas R$ 703.614,06 R$ 140.722,81 R$ 140.722,81 R$ 140.722,81 R$ 140.722,81 R$ 140.722,81

[6] Estoque R$ 82.950,00 R$ 16.590,00 R$ 16.590,00 R$ 16.590,00 R$ 16.590,00 R$ 16.590,00

[7] Seguros R$ 826.120,00 R$ 161.840,00 R$ 161.840,00 R$ 161.840,00 R$ 170.300,00 R$ 170.300,00

[8] Manutenção de veículos Industriais R$ 1.479.590,00 R$ 248.986,00 R$ 248.986,00 R$ 248.986,00 R$ 366.316,00 R$ 366.316,00

[9] Despesas Gerais R$ 175.280,36 R$ 35.056,07 R$ 35.056,07 R$ 35.056,07 R$ 35.056,07 R$ 35.056,07

Total de custos anuais R$ 32.302.661,33 R$ 5.773.341,67 R$ 5.773.341,67 R$ 5.773.341,67 R$ 7.491.318,16 R$ 7.491.318,16

Formulário 3.5 - Relação das receitas operacionais por período para o cenário A

Receitas Cenário A TOTAL Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

Total de Receitas anuais R$ 46.146.659,05 R$ 8.247.630,95 R$ 8.247.630,95 R$ 8.247.630,95 R$ 10.701.883,09 R$ 10.701.883,09

169

Formulário 3.6 - Integração dos elementos do fluxo de caixa para cenário A

INVESTIMENTOS Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

(+) Receita de Investimentos

Receita sobre investimentos - - - - -

(+) Total de Receita de Investimentos - - - - -

(-) Custos dos investimentos

[1] Estrutura Geral R$ 41.320,00 R$ 41.320,00 R$ 41.320,00 R$ 41.320,00 R$ 41.320,00

[2] Estrutura de Armazenagem R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

[3] Equipamentos industriais R$ 674.000,00 R$ 674.000,00 R$ 674.000,00 R$ 674.000,00 R$ 674.000,00

[4] Estrutura de Hardware R$ 23.126,83 R$ 23.126,83 R$ 23.126,83 R$ 23.126,83 R$ 23.126,83

[5] Estrutura de Software R$ 8.995,98 R$ 8.995,98 R$ 8.995,98 R$ 8.995,98 R$ 8.995,98

[6] Equipamentos Diversos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Total de Custos dos investimentos R$ 747.442,81 R$ 747.442,81 R$ 747.442,81 R$ 747.442,81 R$ 747.442,81

ATIVIDADES OPERACIONAIS Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

Receitas

Receitas operacionais 8.247.631 8.247.631 8.247.631 10.701.883 10.701.883

Total de Receita Operacionais 8.247.631 8.247.631 8.247.631 10.701.883 10.701.883

Despesas operacionais

[1] Recursos Administrativos 993.537 993.537 993.537 1.109.631 1.109.631

[2] Recursos Operacionais 2.622.300 2.622.300 2.622.300 3.929.937 3.929.937

[3] Equipamentos industriais 1.268.339 1.268.339 1.268.339 1.419.873 1.419.873

[4] Instalações 285.972 285.972 285.972 302.892 302.892

[5] Sistemas 140.723 140.723 140.723 140.723 140.723

[6] Estoque 16.590 16.590 16.590 16.590 16.590

[7] Seguros 161.840 161.840 161.840 170.300 170.300

[8] Manutenção de veículos Industriais 248.986 248.986 248.986 366.316 366.316

[9] Despesas Gerais 35.056 35.056 35.056 35.056 35.056

Total de despesas operacionais 5.773.342 5.773.342 5.773.342 7.491.318 7.491.318

FLUXO DE CAIXA Ano0 Ano1 Ano2 Ano3 Ano4 Ano5

Receitas Totais R$ 8.247.630,95 R$ 8.247.630,95 R$ 8.247.630,95 R$ 10.701.883,09 R$ 10.701.883,09

Despesas Totais R$ 6.520.784,48 R$ 6.520.784,48 R$ 6.520.784,48 R$ 8.238.760,98 R$ 8.238.760,98

Despesas Centrais de Estrutura 2% (CHO) R$ 164.952,62 R$ 164.952,62 R$ 164.952,62 R$ 214.037,66 R$ 214.037,66

Impostos 34% (IR) R$ 1.726.846,47 R$ 587.127,80 R$ 587.127,80 R$ 587.127,80 R$ 837.461,52 R$ 837.461,52

Fluxo de Caixa após do IR (R$ 3.737.214,06) R$ 1.887.161,49 R$ 1.887.161,49 R$ 1.887.161,49 R$ 2.373.103,41 R$ 2.373.103,41

170

APÊNDICE 4 – APLICAÇÃO DOS FORMULÁRIOS DE APOIO PAR A A FASE DE

APURAÇÃO DOS RESULTADOS – CENÁRIO A

171

Figura 4.1 – Fluxograma de processos montagem geral

Descarga de Caminhões na doca

Conferencia de materiais Repadronização Alocação de caixas

pequenas no estoque

Alocação de caixas grandes no estoque

Abastecimento de bases Abastecimento de linha Transporte de base vazia até o

local de carregamento

Separação e abastecimento de caixas

pequenas

Transporte de caixas vazia até estoque de caixas

Separação manual de caixas pequenas vazias conforme plano

de carregamento Carregamento de caminhões na doca

Separação de caixas grandes vazias conforme plano de

carregamento

Coleta de caixas pequenas na área de separação

Coleta de caixas pequenas na área de separação

RReecceebbiimmeennttoo,, CCoonnffeerrêênncciiaa,,

AArrmmaazzeennaaggeemm ee EExxppeeddiiççããoo (( RRCCAAEE))

AAbbaasstteecciimmeennttoo ddee ll iinnhhaa eemmbbaallaaggeennss ppeeqquueennaass

((AALLKK))

AAbbaasstteecciimmeennttoo ddee ll iinnhhaa eemmbbaallaaggeennss ggrraannddeess

((AALLGG))

MMoonnttaaggeemm GGeerraall

SSuubb PPrroocceessssoo Mapeamento do TTaarreeffaass

172

Figura 4.2 – Levantamento dos gastos dos recursos e volumes

Itens Custo Mensal

(R$) [1] Recursos Administrativos 72.645,00

[2] Recursos Operacionais 187.237,00

[3] Equipamentos industriais

[3.1] Depreciação 57.583,33

[3.2] Despesa operacional – Combustível 60.844,00

[4] Instalações 29.549,00

[5] Sistemas 13.555,90 [6] Estoque 490,83 [7] Seguros 7.014,33

[8] Manutenção de veículos Industriais 33.115,83 [9] Despesas Gerais 5.468,00

TOTAL DE CUSTOS 467.503,23

Itens Qtd Custo Unit

(R$/mês) Custo Mensal (R$)

[1] Recursos Administrativos 72.645,00

[1.1] Gerente de Contrato - Plant Manager 1,00 18.765,00 18.765,00

[1.2] Chefe de Divisão Logística 1,00 8.654,00 8.654,00

[1.3] Chefe de Unidade de Manutenção 1,00 8.456,00 8.456,00

[1.4] Analista de Logística 1,00 6.987,00 6.987,00

[1.5] Analista de RH - -

[1.6] Analista de Informática - -

[1.7] Analista de Contas a Pagar / Receber 1,00 6.835,00 6.835,00

[1.8] Analista de Compras 1,00 3.674,00 3.674,00

[1.9] Analista de Qualidade 1,00 4.987,00 4.987,00

[1.10] Assistente de Qualidade 3.245,00 -

[1.11] Assistente de compras 1,00 3.465,00 3.465,00

[1.12] Assistente de Contas a Pagar/Receber 1,00 3.245,00 3.245,00

[1.14] Assistente de RH -

[1.15] Assistente de Logística 1,00 3.456,00 3.456,00

[1.16] Secretária 3.367,00 -

[1.17] Técnico de segurança 1,00 2.367,00 2.367,00

[1.18] Auxiliar de Limpeza 1,00 1.754,00 1.754,00

[1.19] Auxiliar Administrativo -

[2] Recursos Operacionais 187.237,00

[2.1] Chefe de Unidade 3,00 5.643,00 16.929,00

[2.2] Líder de Apoio Logístico 6,00 3.765,00 22.590,00

[2.3] Operador de Empilhadeira 26,00 1.999,00 51.974,00

[2.4] Operador de Rebocador 40,00 1.754,00 70.160,00

[2.5] Abastecedor -

[2.6] Auxiliar de Apoio Logístico 12,00 1.432,00 17.184,00

[2.7] Axiliar de Manutenção -

173

Figura 4.2 – Levantamento dos gastos dos recursos e volumes (Continuação)

[2.8] Mecanico de manutenção -

[2.9] Eletricista de manutenção -

[2.10] Almoxarife -

[2.11] Motorista de caminhão 4,00 2.100,00 8.400,00

[3] Equipamentos industriais 118.427,33

[3.1] Depreciação 57.583,33

[3.1.1] Empilhadeiras GLP 13,00 1.333,33 17.333,33

[3.1.2] Rebocadores Elétricos 8,00 1.250,00 10.000,00 [3.1.3] Rebocadores GLP 12,00 1.500,00 18.000,00

[3.1.4] Caminhões Conveyor R1’ 1,00 3.333,33 3.333,33

[3.1.5] Caminhões Conveyor R2 2,00 3.333,33 6.666,67

[3.1.6] Carretas Conveyor R1 2,00 500,00 1.000,00

[3.1.7] Carretas Conveyor R2 3,00 416,67 1.250,00

[3.2] Despesa operacional - Combustível 60.844,00

[3.2.1] Empilhadeiras GLP 13,00 1.890,00 24.570,00

[3.2.2] Rebocadores Elétricos 8,00 1.187,00 9.496,00

[3.2.3] Rebocadores GLP 12,00 1.198,00 14.376,00

[3.2.4] Caminhões Conveyor R1 1,00 4.134,00 4.134,00

[3.2.5] Caminhões Conveyor R2 2,00 4.134,00 8.268,00

[3.2.6] Carretas Conveyor R1 - -

[3.2.7] Carretas Conveyor R2 - -

[4] Instalações 29.549,00

[4.1] Depreciação 2.160,00

[4.1.1] Infra-estrutura predial e administrativa 1,00 2.160,00 2.160,00

[4.2] Despesas Operacionais 27.389,00

[4.2.1] Energia Elétrica 1,00 4.538,00 4.538,00

[4.2.2] Manutenção Predial (Insumos) 1,00 350,00 350,00

[4.2.3] Limpeza (Insumos) 1,00 350,00 350,00

[4.2.4] Vigilância 1,00 3.900,00 3.900,00

[4.2.5] Condomínio 1,00 13.899,00 13.899,00

[4.2.6] Telefones fixos 1,00 4.352,00 4.352,00

[5] Sistemas 13.555,90

[5.1] Depreciação 2.676,90

[5.1.1] Custo de de Amortiz. HW 1,00 1.927,24 1.927,24

[5.1.2] Custo de de Amortiz. SW 1,00 749,66 749,66

[5.2] Despesas Operacionais 7.900,00

[5.2.1] Link com GMB 1,00 1.200,00 1.200,00

[5.2.2] Link VPN 1,00 6.700,00 6.700,00

174

Figura 4.2 – Levantamento dos gastos dos recursos e volumes (Continuação) [5.3] Despesas com Manutenção 2.979,00

[5.3.1] Insumos operacionais 1,00 2.490,00 2.490,00

[5.3.2] Manutenção do HW 1,00 489,00 489,00

[6] Estoque 490,83

[6.1] Custo financeiro do estoque de peças - -

[6.2] Obsolecência do estoque de peças - -

[6.3] Obsolecência do estoque de peças de reposição de manutenção - -

[6.4] Custo financeiro do estoque de peças de reposição de manutenção 1,00 157,50 157,50

[6.5] Diferenças de inventário do estoque total de peças 0,08 4.000,00 333,33

[7] Seguros 7.014,33

[7.1] Seguro dos materiais em estoque 1,00 1.200,00 1.200,00

[7.2] Provisão de franquias (Seguro de materiais) -

[7.3] Seguro de responsabilidade civil geral 103,00 23,00 2.369,00

[7.4] Provisão de franquias (Resp. Civil Geral) - -

[7.5] Seguro contra riscos diversos para equipamentos 41,00 82,00 3.362,00

[7.6] Provisão de franquias (Resp. Danos) 0 0

[7.7] Seguro de incêndio para prédio e conteúdo 0,08 1.000,00 83,33

[8] Manutenção de veículos Industriais 33.115,83

[8.1] Depreciação 783,33

[8.1.1] Custo de depreciação de infra-estrutura de manutenção 1,00 783,33 783,33

[8.2] Manutenção Peças e Insumos mês 14.355,50

[8.2.1] Rebocadores Elétricos 8,00 356,00 2.848,00

[8.2.2] Empilhadeiras GLP 13,00 639,00 8.307,00

[8.2.3] Rebocadores GLP 12,00 212,00 2.544,00

[8.2.4] Carreta Conveyor 5,00 38,90 194,50

[8.2.5] Caminhões Conveyor 3,00 154,00 462,00

[8.3] Mão de Obra 17.977,00

[8.3.1] Rebocadores Elétricos 8,00 567,00 4.536,00

[8.3.2] Empilhadeiras GLP 13,00 567,00 7.371,00

[8.3.3]Rebocadores GLP 12,00 140,00 1.680,00

[8.3.4] Carreta Conveyor 5,00 398,00 1.990,00

[8.3.5] Caminhões Conveyor 3,00 800,00 2.400,00

[9] Despesas Gerais 5.468,00

[9.1] Insumos de escritório 1,00 890,00 890,00

[9.2]Telefone celular 1,00 4.578,00 4.578,00

175

Figura 4.3 – Matriz de identificação de volumes elemento/processo Material handling – subprocesso montagem geral

Descrição do subprocesso

Montagem geral

Atividade RCAE ALK ALEG

Volumes 352 36 176

Unidades Caixas/dia Ciclos de

abastecimentos Ciclos de

abastecimentos

176

Figura 4.4 – Cronoanálise dos tempos unitários referentes as tarefas – processo Material handling – subprocesso Montagem geral

Elemento Montagem Geral

Itens RCAE ALK ALEG

De

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(T

16

)

[1] Recursos Administrativos

[2] Recursos Operacionais

00:00:35 00:00:50 00:02:15 00:02:20 00:01:35 00:00:45 00:00:20 00:00:25 00:23:00 00:09:00 00:06:00 00:01:17 00:02:05 00:02:14

[3] Equipamentos industriais

00:00:35 00:02:15 00:01:35 00:00:20 00:00:25 00:23:00 00:09:00 00:06:00 00:01:17 00:02:05 00:02:14

[4] Instalações [5] Sistemas [6] Estoque [7] Seguros 00:00:35 00:00:50 00:02:15 00:02:20 00:01:35 00:00:45 00:00:20 00:00:25 00:23:00 00:09:00 00:06:00 00:01:17 00:02:05 00:02:14 [8] Manutenção de veículos Industriais

00:00:35 00:02:15 00:01:35 00:00:20 00:00:25 00:23:00 00:09:00 00:06:00 00:01:17 00:02:05 00:02:14

[9] Despesas Gerais

177

Figura 4.5 – Cronoanálise dos tempos unitários referentes as tarefas – Administrativo

ADM

Itens COORDENAÇÃO RH QUALIDADE ENGENHARIA FINANCEIR O COMPRAS MANUTENÇÃO

Gestão Operacional

do Contrato (T1) Gestão de

Pessoas (T2) Controle de

Qualidade (T3) Desenvolvimento de

Projetos (T4) Contas a Pagar e

Receber (T5) Suprimentos

(T6) Serviços Técnicos

(T7)

[1] Recursos Administrativos 1 1 1 1 1 1 1 [2] Recursos Operacionais 1 1 1 1 1 1 1

[3] Equipamentos industriais 1 1 1 1 1 1 1

[4] Instalações 1 1 1 1 1 1 1 [5] Sistemas 1 1 1 1 1 1 1

[6] Estoque 1 1 1 1 1 1 1

[7] Seguros 1 1 1 1 1 1 1

[8] Manutenção de veículos Industriais 1 1 1 1 1 1 1

[9] Despesas Gerais 1 1 1 1 1 1 1

Figura 4.6 – Porcentagem dos tempos unitários referentes às tarefas – processo Material handling – subprocesso Montagem geral

Elemento Montagem Geral

Itens RCAE ALK ALEG

(T1) (T2) (T3) (T4) (T5) (T6) (T7) (T8) (T9) (T10) (T11) (T12) (T13) (T14) (T15) (T16)

[1] Recursos Administrativos

[2] Recursos Operacionais 6,42% 0,00% 9,17% 24,77% 0,00% 25,69% 17,43% 8,26% 3,67% 4,59% 60,53% 23,68% 15,79% 22,92% 37,20% 39,88% [3] Equipamentos industriais 11,29% 0,00% 0,00% 43,55% 0,00% 0,00% 30,65% 0,00% 6,45% 8,06% 60,53% 23,68% 15,79% 22,92% 37,20% 39,88% [4] Instalações

[5] Sistemas

[6] Estoque

[7] Seguros 6,42% 0,00% 9,17% 24,77% 0,00% 25,69% 17,43% 8,26% 3,67% 4,59% 60,53% 23,68% 15,79% 22,92% 37,20% 39,88% [8] Manutenção de veículos Industriais 11,29% 0,00% 0,00% 43,55% 0,00% 0,00% 30,65% 0,00% 6,45% 8,06% 60,53% 23,68% 15,79% 22,92% 37,20% 39,88% [9] Despesas Gerais

178

Figura 4.7 – Porcentagem dos tempos unitários referentes às tarefas – Administrativo

ADM Itens COORDENAÇÃO RH QUALIDADE ENGENHARIA FINANCEIRO COMPRAS MANUTENÇÃO

[1] Recursos Administrativos 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

[2] Recursos Operacionais 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% [3] Equipamentos industriais 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% [4] Instalações 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% [5] Sistemas 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% [6] Estoque 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% [7] Seguros 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% [8] Manutenção de veículos Industriais 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% [9] Despesas Gerais 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Figura 4.8 – Alocação de custos diretos pelo princípio de absorção total por atividade - processo Material handling – subprocesso Montagem geral

Custos Mensais Montagem Geral

Itens RCAE ALK ALEG [1] Recursos Administrativos - - - [2] Recursos Operacionais 21.720,00 7.016,00 3.508,00 [3] Equipamentos industriais [3.1] Depreciação 5.333,33 2.500,00 1.250,00 [3.2] Despesa operacional - Combustível 6.422,36 1.326,42 955,64 [4] Instalações - - - [5] Sistemas - - - [6] Estoque - - - [7] Seguros 604,00 256,00 128,00 [8] Manutenção de veículos Industriais 1.930,11 2.189,94 1.577,78 [9] Despesas Gerais - - - Total de Custos 36.009,80 13.288,36 7.419,42

179

Figura 4.9 – Alocação de custos diretos pelo princípio de absorção total por tarefa –subprocesso Montagem geral

Figura 4.10 – Alocação de custos indiretos pelo princípio da absorção integral por tarefa – Administrativo Custos Mensais ADMINISTRATIVO

Itens TOTAL COORDENAÇÃO RH QUALIDADE ENGENHARIA FIN ANCEIRO COMPRAS MANUTENÇÃO

[1] Recursos Administrativos 72.645,00 35.875,00

5.832,00 4.987,00 10.443,00 10.080,00 3.674,00 1.754,00

[2] Recursos Operacionais 39.519,00 39.519,00

- - - - - -

[3] Equipamentos industriais -

[4] Instalações 29.549,00 4.545,97

1.698,93 632,25 1.698,93 1.698,93 1.501,11 17.772,88

[5] Sistemas 13.555,90 5.339,03

1.487,46 1.222,30 1.451,76 1.487,46 1.222,30 1.345,60

[6] Estoque 490,83 -

- - - - - 490,83

[7] Seguros 1.766,33 283,18

50,31 24,44 50,31 50,31 27,31 1.280,47

[8] Manutenção de veículos Industriais 783,33 -

- - - - - 783,33

[9] Despesas Gerais 5.468,00 3.124,57

520,76 260,38 520,76 520,76 260,38 260,38

Total de Custos 163.777,40 88.686,76

9.589,46 7.126,37 14.164,76 13.837,46 6.685,10 23.687,50

Figura 4.11 – Avaliação de capacidade – processo Material handling – subprocesso Montagem geral

Elemento Montagem Geral Itens RCAE ALK ALEG

(T1) (T2) (T3) (T4) (T5) (T6) (T7) (T8) (T9) (T10) (T11) (T12) (T13) (T14) (T15) (T16)

[1] Recursos Administrativos -

[2] Recursos Operacionais 1.394,86

-

1.992,66

5.380,18

-

5.579,45

3.786,06

1.793,39

797,06

996,33

4.246,53

1.661,68

1.107,79

803,92

1.305,06

1.399,02

[3] Equipamentos industriais

[3.1] Depreciação 602,15

-

-

2.322,58

-

-

1.634,41

-

344,09

430,11

1.513,16

592,11

394,74

286,46

465,03

498,51

[3.2] Despesa operacional - Combustível 725,11

-

-

2.796,83

-

-

1.968,14

-

414,35

517,93

802,83

314,15

209,43

219,00

355,52

381,12

[4] Instalações -

- - -

- - - - - - - - - - - -

[5] Sistemas -

- - -

- - - - - - - - - - - -

[6] Estoque -

- - -

- - - - - - - - - - - -

[7] Seguros 38,79

-

55,41

149,61

-

155,16

105,28

49,87

22,17

27,71

154,95

60,63

40,42

29,33

47,62

51,05

[8] Manutenção de veículos Industriais 217,92

-

-

840,53

-

-

591,48

-

124,52

155,65

1.325,49

518,67

345,78

361,57

586,97

629,23

[9] Despesas Gerais -

- - -

- - - - - -

Total 2.978,82

-

2.048,07

11.489,74

-

5.734,61

8.085,37

1.843,27

1.702,18

2.127,73

8.042,95

3.147,24

2.098,16

1.700,28

2.760,20

2.958,94

180

Atividades Montagem geral RCAE ALK ALEG

[1] Recursos Administrativos

[2] Recursos Operacionais 50,46% 64,77% 93,33%

[3] Equipamentos industriais

[3.1] Depreciação 43,06% 64,77% 93,33%

[3.2] Despesa operacional – Combustível 100,00% 100,00% 100,00%

[4] Instalações

[5] Sistemas

[6] Estoque

[7] Seguros 50,46% 64,77% 93,33% [8] Manutenção de veículos Industriais 100,00% 100,00% 100,00%

[9] Despesas Gerais

Figura 4.12 – Alocação de custos diretos pelo princípio da absorção parcial por tarefa – processo Material handling – subprocesso Montagem geral

Elemento Montagem Geral Iten RCAE ALK ALEG

(T1) (T2) (T3) (T4) (T5) (T6) (T7) (T8) (T9) (T10) (T11) (T12) (T13) (T14) (T15) (T16)

[1] Recursos Administrativos -

-

-

-

-

-

-

-

-

-

[2] Recursos Operacionais 703,89

-

1.005,56

2.715,00

-

2.815,56

1.910,56

905,00

402,22

502,78

2.750,59

1.076,32

717,55

750,32

1.218,06

1.305,76

[3] Equipamentos industriais

[3.1] Depreciação 259,26

-

-

1.000,00

-

-

703,70

-

148,15

185,19

980,11

383,52

255,68

267,36

434,03

465,28

[3.2] Despesa operacional - Combustível 725,11

-

-

2.796,83

-

-

1.968,14

-

414,35

517,93

802,83

314,15

209,43

219,00

355,52

381,12

[4] Instalações [5] Sistemas [6] Estoque

[7] Seguros 19,57

-

27,96

75,50

-

78,30

53,13

25,17

11,19

13,98

100,36

39,27

26,18

27,38

44,44

47,64

[8] Manutenção de veículos Industriais 217,92

-

-

840,53

-

-

591,48

-

124,52

155,65

1.325,49

518,67

345,78

361,57

586,97

629,23

[9] Despesas Gerais -

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

Total 1.925,74

-

1.033,52

7.427,86

-

2.893,85

5.227,02

930,17

1.100,42

1.375,53

5.959,39

2.331,94

1.554,62

1.625,64

2.639,02

2.829,03

181

Figura 4.13 – Identificação de gastos e perdas por tarefa - processo Material handling – subprocesso Montagem geral

Elemento Montagem Geral

Tipo de custos RCAE M ALK M ALEG M

(T1) (T2) (T3) (T4) (T5) (T6) (T7) (T8) (T9) (T10) (T11) (T12) (T13) (T14) (T15) (T16)

Custo Direto Parcial 1.925,74 - 1.033,52 7.427,86 - 2.893,85 5.227,02 930,17 1.100,42 1.375,53 5.959,39 2.331,94 1.554,62 1.625,64 2.639,02 2.829,03

Custo Direto Integral 2.978,82 - 2.048,07 11.489,74 - 5.734,61 8.085,37 1.843,27 1.702,18 2.127,73 8.042,95 3.147,24 2.098,16 1.700,28 2.760,20 2.958,94 Perda direta 1.053,08 - 1.014,55 4.061,88 - 2.840,75 2.858,36 601,76 752,20 2.083,56 815,31 543,54 74,65 121,18 129,91

Custo Indireto 1.546,92 - 1.339,09 4.215,30 - 2.444,40 3.147,95 1.307,45 1.234,90 1.309,50 4.197,10 1.896,50 1.403,51 1.284,58 1.877,01 1.926,41

182

ANEXOS

183

ANEXO 1 – Subprocessos e atividades do SCOR Model

Fonte: Adaptado de Lambert, Garcia-Dastugue e Croxton (2005).

Processo Sub Processos e Atividades

Planejamento Planejamento e gerenciamento de demanda e fornecimento

• Balanceamento de recursos com requisições e plano de comunicação

• Inclui retorno e execução de processos aquisição, fabricação e em entrega;

• Gerenciamento de regras de negócios, desempenho da SC, coleta de dados, inventário, recursos de capital, transporte etc.

Aquisição Aquisição de estoque, ordem de fabricação e fabricação por projeto.

• Programação de entregas, recebimento, verificação e transferência de produtos; autorização de pagamento de fornecedores;

• Identificação e seleção de fornecedores quando não pré determinado.

• Gerenciamento de regras de negócios; avaliar desempenho de fornecedores e manutenção de dados.

• Gerenciamento de inventário, recursos de capital, produtos recebidos, Rede de fornecedores, requisições de importação e exportação, e acordos com fornecedores;

Fabricação Fabricação para estoque; fabricação por ordem, fabricação por projeto

• Programação de atividades de produção, produção e testes, embalagem, liberação de produtos para entrega;

• Finalização de projeto para fabricação;

• Gerenciamento de regras, desempenho, dados, estoque em processo, equipamentos e instalações, transporte, redes de produção, e regularidade das conformidades de produção.

184

ANEXO 1 – Subprocessos e atividades do SCOR Model (CONT.)

Fonte: Adaptado de Lambert, Garcia-Dastugue e Croxton (2005).

Processo Sub Processos e Atividades

Entrega Ordem, Armazenagem, Transporte, e Gerenciamento de instalações para estocagem, fabricação por pedidos,

desenvolvimento de produto, e produto a varejo.

• Todos os passos do gerenciamento do pedido desde o processamento emitido pelo cliente até expedição de rotas e seleção de transportadoras;

• Gerenciamento de armazéns desde o recebimento e Picking de produtos até carregamento e expedição dos mesmos;

• Recebimento e verificação dos produtos na planta do cliente e instalação se necessário;

• Faturamento de clientes;

• Gerenciamento de regras de entregas; desempenho, informação, inventário de produto acabados, capital investido, transporte, ciclo de vida do produto, e requisições de importação e exportação.

Retorno Retorno de matéria prima (para fornecedor) e recebimento de produtos finais retornados (dos clientes), incluindo produtos

defeituosos, MRO ( material de reposição operacional), e excesso de produtos.

• Todos os passos do retorno de produtos defeituosos desde a autorização de retorno; programação de retorno de produto; recebimento, verificação, disposição do produto defeituoso, e reposição do produto ou credito.

• Retorno de MRO (material de reposição operacional) desde autorização e programação de retorno, determinação de determinação de condição do produto, transferência do produto, verificação da condição do produto, disposição e solicitação de autorização para retorno.

• Retorno de produto em excesso, incluindo inventário de excesso, programação de entrega, recebimento de retorno, aprovação da requisição de autorização, recebimento de produto em excesso na aquisição, verificação de excesso e realocação e disposição do produto.

• Gerenciamento de regras de retorno de produtos, desempenho, dados, inventaria de produtos retornáveis, recursos de capital, transporte, redes de produção, e regularidade das conformidades de produção.

185

ANEXO 2 – Subprocessos do GSCF

Fonte: Adaptado de Lambert, Garcia-Dastugue e Croxton (2005)

Processo Sub Processos Estratégico Sub Processos operacionais

Gerenciamento da

relação com

clientes

• Revisão estratégia corporativa e de marketing

• Identificar procedimentos para categorizar clientes

• Fornecer manual para degraus de diferenciação em acordos de produtos e serviços

• Desenvolver sistemática de indicadores

• Desenvolver procedimentos para divisão de benefícios de melhorias de processos com clientes

• Diferenciar clientes

• Preparar time de gerenciamento de clientes

• Revisão interna de clientes

• Desenvolvimento de acordos de produtos e serviços

• Implementação de acordos de serviços e produtos

• Mensuração de desempenho e geração de relatórios de lucratividade

Gerenciamento do

serviço aos

clientes

• Desenvolvimento de estratégia de serviços ao cliente

• Desenvolver procedimentos de responsabilidades

• Desenvolver infra-estrutura para implementação de procedimentos de responsabilidades

• Desenvolver estrutura de indicadores

• Reconhecer eventos

• Avaliar situação e alternativas

• Implementar soluções

• Monitorar e reportar

Gerenciamento da

demanda

• Determinar objetivos e estratégias de gerenciamento da demanda

• Determinar procedimentos de previsão de demanda

• Planejar fluxo de informação

• Determinar procedimentos de sincronização

• Desenvolver sistema de gerenciamento de contingência

• Desenvolver estrutura de indicadores

• Coleta de informações e dados

• Previsão demanda

• Sincronização

• Redução da variabilidade e aumento da flexibilidade

• Medição do desempenho

186

ANEXO 2 – Subprocessos do GSCF (CONT.)

Fonte: Adaptado de Lambert, Garcia-Dastugue e Croxton (2005).

Processo Sub Processos Estratégico Sub Processos operacionais

Atendimento dos

pedidos

• Revisar estratégica de marketing, estrutura de cadeia de suprimentos e objetivos de serviços aos clientes

• Definir exigências para atendimento dos pedidos

• Avaliar rede logística

• Definir plano de atendimento dos pedidos

• Desenvolver estrutura de indicadores

• Geração e comunicação de pedido

• Entrada de pedido

• Processamento do pedido

• Manuseio documental

• Preenchimento de pedido

• Entrega de pedido

• Desempenho de atividades de pos entrega e mensuração do desempenho

Gerenciamento do

fluxo de produção

• Revisar estratégia de marketing, aquisição, fabricação e logística.

• Determinar grau de exigência de flexibilidade de manufatura

• Determinar limites de PULL e PUSH

• Identificar restrições e determinar capacidade

• Desenvolver estrutura de indicadores

• Determinação de seqüência de produção e velocidade de linha

• Planejamento de produção e materiais

• Execução de capacidade e demanda

• Mensuração de desempenho

Gerenciamento da

relação com

fornecedores

• Revisar estratégia corporativa, de marketing, produção, e aquisição.

• Identificar critérios para categorização de fornecedores

• Fornecer procedimentos para graus de customização nos acordos de produtos e serviços

• Desenvolvimento de estrutura de indicadores

• Desenvolvimento de procedimentos para divisão de benefícios alcançados através da melhoria continua com fornecedores

• Diferenciar clientes

• Preparar time de gerenciamento de fornecedores /seguimento

• Revisão interna de seguimento fornecedor/fornecedor

• Identificação de oportunidades com fornecedores

• Desenvolvimento de acordos de produtos e serviços e plano de comunicação

• Implementar acordos de serviços e produtos

• Mensurar o desempenho e gerar relatórios de custos/lucratividade de fornecedores

187

ANEXO 2 – Subprocessos do GSCF (CONT.) Fonte: Adaptado de Lambert, Garcia-Dastugue e Croxton, (2005).

Processo Sub Processos Estratégico Sub Processos operacionais

Desenvolvimento

de produtos e

comercialização

• Revisar estratégia corporativa, de marketing, produção, e aquisição.

• Desenvolver processos

• Estabelecer procedimentos para time de desenvolvimento de produtos multifuncionais

• Identificar pendências para inicialização do processo de venda do produto e restrições

• Estabelecer procedimentos para desenvolvimento de novos produtos e desenvolver indicadores

• Definição de novos produtos

• Estabelecimento de time multifuncional de desenvolvimento de produto

• Formalizar projeto de desenvolvimento de novos produtos

• Projeto e construção de protótipos

• Decisão de produção/compra

• Determinação de canais

• Inicialização do processo de venda do produto

• Medição de desempenho do processo

Gerenciamento do

retorno

• Determinação de objetivos e estratégias do gerenciamento de retorno

• Desenvolvimento de Avoidance, gatekeeping e procedimentos de dispositivos.

• Desenvolvimento de redes de retornos e fluxos optativos

• Desenvolvimento de regras para credito

• Determinação de mercados secundários

• Desenvolvimento de estrutura de indicadores

• Recebimento de requisição de retorno

• Determinação de rotas

• Recebimento de retornos

• Seleção de disposição

• Creditar clientes e fornecedores

• Analisar retornos e indicadores de desempenho