construindo o conceito de plataformas logísticas

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1 Construindo o conceito de plataformas logísticas – Estado da arte no Brasil e no Mundo Rodrigo Spricigo Marcelo Pires da Silva Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina Resumo Objetivo: Apresentar uma conceituação de plataforma logística, baseado nos conceitos encontrados em diferentes fontes bibliográficas. Em seguida, buscar exemplos que comprovem o que há de mais avançado em termos de plataformas logísticas no Brasil e no Mundo, para facilitar o entendimento dos conceitos apresentados e conhecer a extensão da aplicação. Estrutura/Metodologia: Revisão em bases de dados visando obter uma visão ampla dos conceitos atuais. Resultados: Realizar estudo do uso de Plataformas Logísticas no Brasil e Mundo, obter uma visão detalhada do assunto e buscar nossa visão do potencial de utilização principalmente no Brasil e Santa Catarina. Há um grande potencial para o Brasil, o que está faltando é organização e sair do projeto para a prática. A utilização de Plataformas Logísticas permitem o aumento da competitividade, na redução dos custos logísticos, melhora dos níveis de serviço e respostas rápidas a mudanças de demanda. Existem planos de criação Plataformas Logísticas no Brasil, porém várias ainda no “papel” não encontramos informações sobre nenhuma iniciativa em Santa Catarina (no curto prazo). Por ser um estado com grande potencial exportador, está maduro o desenvolvimento de uma Plataforma Logística. Limitações de pesquisa: Na comparação com Europa, Ásia e EUA estão bem difundidos o uso e aplicação das Plataformas Logísticas, no Brasil este tema precisa ser mais explorado, Informações não estão facilmente disponíveis, falta maior interesse do setor Público e Privado. Implicações práticas: Visão ampla do potencial de utilização das Plataformas Logísticas e o quanto elas podem agregar na redução dos custos e outros benefícios. A utilização das PL’s são de grande valia principalmente para pequenos exportadores devido a concentração de serviços logísticos e facilidade para enviar produtos, pois todos os tipos de modais estão ali representados. Valor e originalidade: O estudo procurou sintetizar os conceitos e aplicação das Plataformas Logísticas, na visão de diferentes autores, incluindo nossa opinião do tema, que vem se mostrando muito importantes, principalmente nos ganhos de escala da logística.

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Page 1: Construindo o conceito de plataformas logísticas

1

Construindo o conceito de plataformas logísticas –

Estado da arte no Brasil e no Mundo

Rodrigo Spricigo

Marcelo Pires da Silva

Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, Programa de Pós-graduação em Engenharia

de Produção e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo

Objetivo: Apresentar uma conceituação de plataforma logística, baseado nos conceitos

encontrados em diferentes fontes bibliográficas. Em seguida, buscar exemplos que

comprovem o que há de mais avançado em termos de plataformas logísticas no Brasil e no

Mundo, para facilitar o entendimento dos conceitos apresentados e conhecer a extensão da

aplicação.

Estrutura/Metodologia: Revisão em bases de dados visando obter uma visão ampla dos

conceitos atuais.

Resultados: Realizar estudo do uso de Plataformas Logísticas no Brasil e Mundo, obter

uma visão detalhada do assunto e buscar nossa visão do potencial de utilização

principalmente no Brasil e Santa Catarina. Há um grande potencial para o Brasil, o que está

faltando é organização e sair do projeto para a prática. A utilização de Plataformas

Logísticas permitem o aumento da competitividade, na redução dos custos logísticos,

melhora dos níveis de serviço e respostas rápidas a mudanças de demanda. Existem planos

de criação Plataformas Logísticas no Brasil, porém várias ainda no “papel” não encontramos

informações sobre nenhuma iniciativa em Santa Catarina (no curto prazo). Por ser um

estado com grande potencial exportador, está maduro o desenvolvimento de uma

Plataforma Logística.

Limitações de pesquisa: Na comparação com Europa, Ásia e EUA estão bem difundidos o

uso e aplicação das Plataformas Logísticas, no Brasil este tema precisa ser mais explorado,

Informações não estão facilmente disponíveis, falta maior interesse do setor Público e

Privado.

Implicações práticas: Visão ampla do potencial de utilização das Plataformas Logísticas e

o quanto elas podem agregar na redução dos custos e outros benefícios. A utilização das

PL’s são de grande valia principalmente para pequenos exportadores devido a concentração

de serviços logísticos e facilidade para enviar produtos, pois todos os tipos de modais estão

ali representados.

Valor e originalidade: O estudo procurou sintetizar os conceitos e aplicação das

Plataformas Logísticas, na visão de diferentes autores, incluindo nossa opinião do tema, que

vem se mostrando muito importantes, principalmente nos ganhos de escala da logística.

Page 2: Construindo o conceito de plataformas logísticas

2

1. Introdução

Desde o início dos tempos as

pessoas negociavam. O que vem

mudando é o tamanho desta atividade,

trazendo consigo uma mudança dos

meios logísticos que permitem que

este aumento seja sustentado.

Inicialmente as pessoas negociavam e

elas mesmas transportavam seus

bens. Com o desenvolvimento, estas

pessoas físicas evoluem para

empresas, que buscam novas formas

de mover seus bens para os

consumidores. Como não há uma

estrutura organizada, as próprias

empresas precisam cuidar deste

delicado segmento. Porém muitas

empresas não tiveram sucesso em

administrar a logística de seus

produtos, pois isso exige um

conhecimento que não é o foco da

empresa.

Segundo Moller - 1994, as metas

da logística são as de disponibilizar o

produto certo, na quantidade certa, no

local certo, no momento certo, nas

condições adequadas para o cliente

certo ao preço justo. Nesta busca,

empresas começam a focar nesta área

de atividade, realizado-as para outras

empresas, surgindo assim o

movimento de terceirização da

logística e com ela o surgimento dos

conhecidos 3PL ou Third Party

Logistics Provider. Segundo Gardener

(apud Dubke, Ferreira & Pizzolato,

2004), o termo é utilizado como

sinônimo de subcontratação de

elementos de processo logístico.

2. Conceito de Plataforma Logística

As Plataformas Logísticas surgiram

na França na década de 60 como

conseqüências do avanço dos estudos

em gerenciamento de operações. De

acordo com Rodrigues (2004), o

objetivo inicial das plataformas era

reduzir o fluxo de materiais distribuídos

de forma desordenada pelos terminais

de cargas da periferia das grandes

cidades, dessa forma, as plataformas

passaram a concentrar e aperfeiçoar a

distribuição, e, consequentemente,

reduziram os custos.

Na Europa as plataformas estão

ligadas aos portos marítimos, por sua

importância nas relações comerciais

no mundo e, de acordo com Dias

(2005), são responsáveis por uma

redução de 12% nos custos logísticos

e por um acréscimo de 40% de

produtividade em relação a empresas

que não realizam suas operações por

plataformas.

Page 3: Construindo o conceito de plataformas logísticas

3

Para Boundoin (1996) uma

Plataforma logística é o local de

reunião de tudo o que diz respeito à

eficiência logística. Acolhem zonas

logísticas de empreendimentos e infra-

estruturas de transporte, importantes

por sua dinamização na economia,

melhorando a competitividade das

empresas, criando empregos e

viabilizando as atividades logísticas,

pois há uma crescente necessidade de

se organizarem as instalações para

atender os usuários clientes que

podem ser indústrias e distribuidores.

A armazenagem e as outras

instalações utilizadas nas atividades

de transportes marcam o espaço.

Assim, torna-se útil efetuar o

agrupamento dos usuários clientes

Dias (2005) afirma que, de acordo

com a Associação Européia de

Plataformas Logísticas

(Europlatforms), existem infra-

estruturas deste tipo com um só modo

de transporte, unimodais, ou com mais

do que um modo, multimodais –

aquela em que abriga vários modos de

transporte (rodoviário, ferroviário,

fluvial, marítimo e aéreo), não

implicando o intercâmbio direto entre

eles, ou seja, a existência da

intermodalidade. Ainda de acordo com

Dias (2005) a classificação das

plataformas unimodais são: os Centros

ou Terminais Rodoviários, os Centros

de Distribuição Urbana, os Parques de

Distribuição e os Centros de

Transportes. Quanto às Plataformas

Logísticas Multimodais, de acordo com

os conceitos da Europlatforms, são

conhecidas nesta tipologia as Zonas

de Atividades Logísticas Portuárias

(ZAL), os Centros de Carga Aérea e os

Portos Secos, as quais serão

discriminadas abaixo:

• Zonas de Atividades Logísticas

Portuárias (ZAL) – Plataformas

Logísticas agregadas a portos e

situadas adjacentemente a terminais

marítimos de containeres. O

desenvolvimento destas plataformas

permite um aumento do alcance

portuário, enquanto área de influência

e atratividade. São exemplos de ZAL

portuária: Roterdã, Barcelona,

Valença, Algeciras e Sines.

• Centros ou Terminais de Carga

Aérea - especializadas no intercâmbio

ar/terra no que diz respeito ao

tratamento de mercadorias. A

prestação dos serviços logísticos neste

tipo de plataforma ocorre de forma

seqüencial: primeiramente é tratada a

carga geral e, em seguida, é feito o

tratamento das atividades de

prestação de serviços adicionais ao

despacho da carga. São exemplos, na

Page 4: Construindo o conceito de plataformas logísticas

4

Europa: Paris-Orly, Frankfurt,

Amsterdã-Shinpholl e Madri-Barajas.

• Portos Secos (DRY PORTS) – É

um tipo de terminal multimodal, situado

no interior de um país (zona

secundária) e que permite efetuar a

ligação entre um porto e a respectiva

origem e/ou destino.

Possuem zona multimodal e

incluem no seu interior outras áreas

funcionais, como área de serviços

aduaneiros. No Brasil já existem vários

portos secos, também conhecidos por

EADI – Estação Aduaneira do Interior.

Estas zonas e plataformas se

desenvolveram para acolher depósitos

e plataformas de embarque de

mercadorias de alguns atores da

atividade econômica, também

chamados atores logísticos,

particularmente os industriais,

distribuidores, transportadores e

prestadores de serviços. Bastos (1999)

define como objetivos próprios destas:

• A organização espacial – através

da qual se objetiva disciplinar a

localização e disposição de atividades

que consomem quantidades

consideráveis de espaço, tais como

áreas de estocagem de produtos, de

estacionamento e de manobra de

transporte de carga. Evitar a

“contaminação” do tecido urbano-

sobretudo da periferia, que pode se

dar por impactos negativos causados

por instalações e infra-estruturas de

má qualidade estética, que, além

disso, geram externalidades negativas

como poluição e degradação do meio-

ambiente. Gerar empregos

especializados a nível local – As

atividades logísticas são consideradas

atividades de médio e alto grau de

especialização e contribuem para a

geração de empregos especializados,

principalmente na área de gestão em

todos os níveis. Segundo Boudoin

(1996) apud Duarte (1999) uma

plataforma logística é composta de

três subzonas com funções especiais:

• Subzona de serviços gerais:

destinado ao homem, à máquina e à

empresa. Ao homem são destinadas

as áreas de recepção, serviços de

informação, acomodação e

alimentação; à máquina são

destinados áreas de estacionamento,

abastecimento e reparos; e às

empresas serviços de alfândega,

administração e comunicações.

• Subzona de transportes: agrupa

infra-estruturas de grandes eixos de

transportes. É muito importante que a

plataforma seja multimodal e possua

terminais multimodais, integrando

transportes rodoviários, ferroviários,

marítimos e aéreos. No mínimo dois

tipos de modais de transporte.

Page 5: Construindo o conceito de plataformas logísticas

• Subzona destinada aos

Operadores Logísticos: dando

condições de prestar serviços de

fretamento, corretagem, assessoria

comercial e aduaneira, aluguel de

equipamentos, armazenagem,

transporte e distribuição.

O conceito da Plataforma Logística

Intermodal foi desenvolvido na França

pelo Groupement Européan D’intérêt

Economique (GEIE), conforme cita

Boudouin (1996), com a finalidade de

substituir os ineficientes serviços

prestados pelos terminais de cargas. O

Figura 1 – Esquema do conceito de Plataforma Logística de Boudouin

• Subzona destinada aos

Operadores Logísticos: dando

condições de prestar serviços de

fretamento, corretagem, assessoria

comercial e aduaneira, aluguel de

equipamentos, armazenagem,

ceito da Plataforma Logística

Intermodal foi desenvolvido na França

Groupement Européan D’intérêt

Economique (GEIE), conforme cita

com a finalidade de

substituir os ineficientes serviços

prestados pelos terminais de cargas. O

GEIE conceituou a plataforma como

sendo uma zona delimitada onde são

executadas, por diversos operadores

logísticos, as atividades relativas à

logística regional, nacional e

internacional. Sua localização deve

estar relacionada com diversos modais

de transportes de carga disponíveis.

Sua definição é feita através dos

estudos dos fluxos dos insumos,

mercadorias e serviços, associados a

uma avaliação de seus nós de

suprimento e distribuição,

a relação custo versus benefício.

Esquema do conceito de Plataforma Logística de Boudouin

5

GEIE conceituou a plataforma como

sendo uma zona delimitada onde são

executadas, por diversos operadores

logísticos, as atividades relativas à

logística regional, nacional e

internacional. Sua localização deve

estar relacionada com diversos modais

portes de carga disponíveis.

Sua definição é feita através dos

estudos dos fluxos dos insumos,

mercadorias e serviços, associados a

uma avaliação de seus nós de

suprimento e distribuição, melhorando

a relação custo versus benefício.

Esquema do conceito de Plataforma Logística de Boudouin – 1996

Page 6: Construindo o conceito de plataformas logísticas

As Plataformas Logísticas

unimodais ou multimodais também

foram conceituadas pelo Ministério de

Fomento da Espanha (1999) apud

Duarte (2004) como pontos ou áreas

de ligação das redes logísticas,

inclusive a logística de transpor

quais se concentram atividades e

funções técnicas de alto valor

agregado. Já o conceito estabelecido

pela Associação Européia de

Plataformas - EUROPLATFORMS

em 1992, citado por Dias (2005),

descreve uma plataforma logística

como uma “zona delimitada, no interior

da qual se exercem, por diferentes

operadores logísticos, todos os

Tabela 1 - Resumo dos Principais conceitos de Plataforma Logística

Fonte: Tese de doutorado de Olavo Celso Tapajós Silva (2008)

As Plataformas Logísticas

unimodais ou multimodais também

foram conceituadas pelo Ministério de

Fomento da Espanha (1999) apud

Duarte (2004) como pontos ou áreas

de ligação das redes logísticas,

inclusive a logística de transporte, nas

quais se concentram atividades e

funções técnicas de alto valor

agregado. Já o conceito estabelecido

pela Associação Européia de

EUROPLATFORMS –

em 1992, citado por Dias (2005),

descreve uma plataforma logística

ada, no interior

da qual se exercem, por diferentes

operadores logísticos, todos os

processos relativos à logística de

suprimento e a logística de distribuição

física de produtos, atendendo as

relações locais, regionais, nacionais,

internacionais e globais

operadores logísticos podem ser

proprietários, arrendatários das

edificações, equipamentos, instalações

(armazéns, áreas de estocagem,

oficinas de manutenção) que fazem

parte da plataforma logística

(BACOVIS, 2006).

Para construir uma plataforma

logística, Boudouin (1996) propõe

algumas etapas, que s

na tabela 2.

Resumo dos Principais conceitos de Plataforma Logística

Fonte: Tese de doutorado de Olavo Celso Tapajós Silva (2008)

6

processos relativos à logística de

suprimento e a logística de distribuição

física de produtos, atendendo as

relações locais, regionais, nacionais,

internacionais e globais”. Esses

operadores logísticos podem ser

proprietários, arrendatários das

edificações, equipamentos, instalações

(armazéns, áreas de estocagem,

oficinas de manutenção) que fazem

parte da plataforma logística

Para construir uma plataforma

ogística, Boudouin (1996) propõe

algumas etapas, que são mostradas

Resumo dos Principais conceitos de Plataforma Logística

Page 7: Construindo o conceito de plataformas logísticas

3. Conceito de Cluster

Cluster, segundo Porter (1998)

concentrações geográf

empresas e instituições

em um campo particular de atividade

Freqüentemente estende

manufatura de

complementares e empresas com as

competências, tecnologias ou insumos

comuns.

As Plataformas Logísticas i

também outras instituições como

universidades, organismos de

Tabela 2 – Etapas para compor uma

Fonte: Tese de doutorado de Olavo Celso Tapajós Silva (2008)

Cluster, segundo Porter (1998), são

oncentrações geográficas de

e instituições conectadas

de atividade.

Englobam uma variedade de indústrias

e outras entidades importantes para a

concorrência. Incluem, por e

fornecedores de insumos

componentes, máquinas e serviços e

fornecedores de infra

Freqüentemente estende-se para

produtos

complementares e empresas com as

competências, tecnologias ou insumos

As Plataformas Logísticas incluem

instituições como

universidades, organismos de

normalização, fornecedores de

formação profissional e associações

comerciais que fornecem treinamento

especializado, educação, informaç

pesquisa e suporte técnico.

Etapas para compor uma Plataforma Logística segundo Boudouin

Fonte: Tese de doutorado de Olavo Celso Tapajós Silva (2008)

7

bam uma variedade de indústrias

e outras entidades importantes para a

Incluem, por exemplo,

fornecedores de insumos, como

componentes, máquinas e serviços e

fornecedores de infra-estrutura.

normalização, fornecedores de

formação profissional e associações

is que fornecem treinamento

especializado, educação, informação,

pesquisa e suporte técnico.

segundo Boudouin

Fonte: Tese de doutorado de Olavo Celso Tapajós Silva (2008)

Page 8: Construindo o conceito de plataformas logísticas

8

4. Visão dos autores sobre a

diferença entre Plataforma

Logística e Cluster

Cluster é uma forma de

aproveitamento das sinergias de

empresas do mesmo ramo, foco no

agrupamento. Plataforma está focada

em concentrar serviços logísticos, a

fim de oferecer redução dos custos

através de ganhos de escala,

independente do ramo. As PL’s tem

como característica ser uma

organização da infra-estrutura logística

de uma região.

5. Estado da arte no Mundo

No mundo, as principais

Plataformas Logísticas localizam-se na

Europa, provavelmente por ter sido o

local onde este conceito surgiu, mas

há vários exemplos no mundo todo

sobre este tipo de atividade. Segundo

Tapajós Silva (2008), as três principais

PLs da Europa são o porto de

Rotterdam, na Holanda, o porto de

Barcelona (ZAL), na Espanha e o porto

de Le Havre, na França. Já nos

Estados Unidos, ele cita como

principais, o porto de Los Angeles, o

porto de Long Beach e o porto de

Nova Iorque / Jersey. E na Ásia,

Tapajós Silva menciona os portos de

Cingapura, em Cingapura, o porto

chinês de Hong Kong e o porto

japonês de Tóquio.

Portella Rosa (2009) ressalta

algumas das estratégias adotadas nas

Plataformas Logísticas da Europa, que

são apresentadas na tabela 3, e que

demonstram o sucesso indiscutível da

utilização de uma política de

financiamento público-privado.

6. Estado da arte no Brasil

Principais Plataformas Logísticas

no Brasil:

• Multimodal de Anápolis– Goiás

Armazenagem e distribuição da cadeia

do frio; Despachos aduaneiros e

contratações de cargas;

Beneficiamento, processamento e

embalagem de bens; Concentração de

desconcentração de cargas; Serviços

financeiros e de telecomunicações;

Montagem industrial de produtos

• Palmas – Tocantins.

• Centro de Logística Integrada de São

Paulo.

• Portos Secos

• Estações Aduaneiras Interiores

(EADIs)

• Terminal de Guaíba - Tergua (RS)

Localizada no terreno que havia sido

destinado à Ford.

Page 9: Construindo o conceito de plataformas logísticas

• Multimodal de Transporte

(BA).

• Centro Logístico Integrado (CLI)

Feira de Santana (BA)

7. Situação atual dos modais de

transporte no Brasil

Aéreo: 67 aeroportos

matriz de transportes de cargas

Marítimo: 40 portos hidroviários e

marítimos 13,6% da matriz de

transportes de cargas; 7500 km de via

marítima e 40.000 km de rios

Tabela 3 – Síntese das estratégias

Plataformas Logísticas

Fonte: Denise Portella Rosa

Multimodal de Transporte - Juazeiro

Centro Logístico Integrado (CLI) –

• Plataforma Logística no Rio Grande

do Sul.

• Plataforma Logística Multimodal do

Sertão.

Situação atual dos modais de

67 aeroportos; 0,4% da

matriz de transportes de cargas.

40 portos hidroviários e

13,6% da matriz de

7500 km de via

marítima e 40.000 km de rios.

Ferroviário: 29.600 km de rede ,

dos quais 28.300 km operados por

redes privadas; 90.100 vagões e 2.500

locomotivas; 20,7 % da matriz de

transportes de cargas, de 96 a 2007

duplicou o volume de transporte

Rodoviário: Malha de 1.600 mil

Km com apenas 200 mil km

pavimentados e 11.000 pedagiados;

frota de veículos de carga 1.700.000

Síntese das estratégias internacionais de implantação de

Denise Portella Rosa (2009)

9

Plataforma Logística no Rio Grande

Plataforma Logística Multimodal do

29.600 km de rede ,

dos quais 28.300 km operados por

90.100 vagões e 2.500

20,7 % da matriz de

transportes de cargas, de 96 a 2007

duplicou o volume de transporte.

Malha de 1.600 mil

Km com apenas 200 mil km

avimentados e 11.000 pedagiados;

rota de veículos de carga 1.700.000

internacionais de implantação de

Page 10: Construindo o conceito de plataformas logísticas

10

unidades; 61,1 % da matriz de

transportes de cargas.

8. Plano do CNT especifico para

Santa Catarina (Fonte:CNT)

Construção do contorno ferroviário

de São Francisco do Sul; Construção

do contorno ferroviário de Joinville;

Drenagem do porto de São Francisco

do Sul, Itajaí e Laguna; Ampliação da

área portuária de Itajaí, Laguna , SFS

e Imbituba; Construção do contorno

ferroviário de Jaraguá do sul;

Construção do contorno ferroviário de

Tubarão; Construção do ramal de

Siderópolis; Construção de variante

ferroviária Araquari-Imbituba , Itajaí-

Coronel Freitas e Cascavel (Pr)-

Saudades; Duplicação das Br’s 116,

470, 101-sul, 153, 280; Ampliação do

acesso rodoviário ao porto de Itajaí;

Abertura de canal entre os rios Iguaçu

e Paraná; Ampliação do aeroporto de

Fpolis; Ampliação do terminal

intermodal de Imbituba; Construção do

terminal rodoviário de Chapecó,

Dionísio e Cerqueira.

9. Conclusão

Durante a revisão bibliográfica

foram encontrados dois procedimentos

de implantação de Plataforma

Logística, o modelo francês e o

espanhol. Observa-se que não há uma

sistematização explícita dos modelos

estudados, todavia há uma repetição

de três segmentos importantes em

ambos: serviços de infra-estrutura

(administrativo, alfandegados, suporte

de vida, manutenção e telemática),

eixos estruturantes (modais de

transportes) e os serviços oferecidos

pelos operadores logísticos. No Brasil

os esforços vêm sendo alavancados,

porém sem uma visão estruturada. Em

Santa Catarina o potencial exportador

sem dúvidas demanda de um enorme

oportunidade de redução de custos

logísticos, e melhoria de níveis de

serviço.

10. Bibliografia

BASTOS, M. Apostila do Curso de

Especialização em Logística

Empresarial da Universidade Federal

do Ceará. Fortaleza-CE, 2001.

BOUDOUIN, D. Logística-Território-

Desenvolvimento: O caso europeu. I

Seminário Internacional:

Logística, Transportes e

Desenvolvimento. Ceará:

UFC/CT/DET, 1996, p.105.

Page 11: Construindo o conceito de plataformas logísticas

11

DIAS, J. C.Q.. Logística Global e

Macrologística. 1o. Edição. Lisboa:

Edições Sílabo, 2005

DUARTE, P.C. Modelo para o

desenvolvimento de uma Plataforma

Logística em um Terminal: Um

estudo de Caso na Estação

Aduaneira do Interior – Itajaí/SC.

Dissertação de mestrado. Programa

de

Pós-Graduação em Engenharia de

Produção. Florianópolis. UFSC, 1999.

RODRIGUES, A.D., Plataforma

Logística: Competitividade e Futuro.

Revista Conjuntura Econômica

Goiana, Novembro/2004, p.65.

SUFRAMA HOJE. Disponível em:

www.suframa.gov.br/suframa_publicac

oes_suframahoje.cfm. Acesso

em 09 de fev. de 2007.

SUZIGAN, W.Aglomerações

industriais:avaliações e sugestões

políticas. In : O futuro da Indústria.

Brasília: MDIC/STI-CNI/IEL, 2001.

TSAMBOULAS, D. Freight village

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private financing. Transport polic.

Vol.10. 141-156, 2003.

DNIT, CNT (VER AS FONTES NO

ARTIGO)

http://www.cnt.org.br/portal/arquivos/cn

t/downloads/Relatorio_CNT_completo_

final.pdf

Ministério de Fomento da Espanha

(1999) apud Duarte (2004)

Denise Portella Rosa,Programa de

Engenharia de Transportes

COPPE/UFRJ

Tese de doutorado de Olavo Celso

Tapajós Silva (2008)

AAPA World Port Rankings, 2005.