economia - módulo v

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ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO E FINANÇAS PÚBLICAS MÓDULO V - ECONOMIA NO SETOR PÚBLICO E FINANÇAS PÚBLICAS Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB Curso: Fundamentos da Ciência Econômica - Turma 01 Livro: ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO E FINANÇAS PÚBLICAS Impresso por: Rodolfo de Jesus Chaves Data: terça, 21 Jul 2015, 20:57

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ECONOMIA DO SETOR PBLICO EFINANAS PBLICASMDULO V - ECONOMIA NO SETOR PBLICO EFINANAS PBLICASSite: Instituto Legislativo Brasileiro - ILBCurso: Fundamentos da Cincia Econmica - Turma 01Livro: ECONOMIA DO SETOR PBLICO E FINANAS PBLICASImpresso por: Rodolfo de Jesus ChavesData: tera, 21 Jul 2015, 20:57SumrioMDULO V - ECONOMIA DO SETOR PBLICO E FINANAS PBLICASContedo programtico da unidade 1Resumo da unidade 1Introduo da unidade 1Bens pblicosMonoplios NaturaisExternalidadesDesemprego e InflaoEstudo de casoContedo programtico da unidade 2Resumo da unidade 2Introduo da unidade 2Dficit ou poupana negativa?Conceitos de Dficit PblicoEstudo de casoExerccios de Fixao - Mdulo VMDULO V - ECONOMIA DO SETOR PBLICO EFINANAS PBLICASAo final do estudo deste mdulo, esperamos que vocpossa:MostrarasrazesparaaexistnciadogovernoEntender que existem alguns bens que devem serprovidospeloEstado,bemcomoalgumasatividadesquesogovernopodedesempenhareEntender os conceitos de dficit pblico, desfazermitos relativos s finanas pblicas e conhecer asformasdefinanciamentodogoverno.Contedo programtico da unidade 1Introduo.BensPblicos.MonopliosNaturais.Externalidades.DesempregoeInflao.Resumo da unidade 1O governo tem um papel fundamental nos mercados porque o ente autorizado a tentarsolucionar as falhas existentes, como bens pblicos, monoplios naturais, externalidades,desempregoeinflao.Introduo da unidade 1Nossasvidassoconstantementeinfluenciadaspelogoverno.Sejapeloqueoferecidoanspormeiodosserviospblicos(nocasodoBrasil,muitasvezesdebaixaqualidade),sejapeloqueretiradodenspormeiodatributao,que,paraoBrasil,extremamenteelevada.SegundooInstitutoBrasileirodePlanejamentoTributrio,acargatributriaatingiu36%doPIBem2011.CuriosidadePela quarta vez consecutiva, o Brasil, que est entre as 30naes com as maiores cargas tributrias do mundo, seposiciona no ltimo lugar como provedor de serviospblicos de qualidade populao, como sade, educao,segurana, transporte e outros. Os dados so do InstitutoBrasileiro de Planejamento Tributrio IBPT, e estocontidos no Estudo sobre a Carga Tributria/PIB X IDH,divulgadoem13deabrilde2013.Pormaisquensnosirritemoscomogoverno(independentementedopartidoaoqualpertena),osgovernossofatos:elesexistem,quergostemosouno.Masporqueexisteanecessidadedeumgoverno?Omundovemsetornandocadavezmaiscomplexo,deformaquenecessrioumgovernoquefaaaregulaodaeconomiaepromovaaestabilidadedonveldeatividade,doempregoedospreos.A Teoria Econmica tradicional ensina que um ambiente de concorrncia perfeita pode levar aeconomia a uma situao eficiente (denominada na literatura de timo de Pareto). Umaalocao eficiente, conforme Pareto, quando ningum pode melhorar de situao sem quepelomenosumaoutrapessoapiore.Vamosverumexemploconcreto.Suponhaquetemos10masparadistribuirentreJooeMaria.Sedermos5paraJooe4paraMaria,temosumasituaoineficiente,poisnoestamosusandotodososbensdisponveis(nocaso10mas).Emoutraspalavras,ineficienteporqueMariapodetermaismassemqueJootenhaqueabrirmodasquerecebeu.SeMariaeJooreceberem5mascadaum,teremosumasituaoeficiente,pois,paraqueumdelesaumentesuacota,ooutroterdeperdermas.Damesmaforma,seMariareceber8maseJooreceber2mas,caracterizasetambmumasituaoeficiente,emboramenosjustaquearepartioigualitria.Ofatodeosmercadoscompetitivosgeraremumasituaoeficienteumavisoidealizadadosistema. Na realidade, existem algumas circunstncias conhecidas como falhas de mercado,que impedem que ocorra uma situao timo de Pareto. So as seguintes as principais falhasdemercado:Existnciadebenspblicos.Falhadecompetioqueserefletenaocorrnciademonopliosnaturais.Externalidades.Ocorrnciadedesempregoeinflao.Assim, a existncia do governo se faz necessria para guiar, corrigir e complementar osistemademercado.Aseguir,discutesecadaumadessasfalhasdemercadocitadas.Bens pblicosOs bens pblicos so caracterizados por serem indivisveis e por responderem ao princpio dano excluso no consumo desses bens. Indivisveis porque o consumo por parte de umindivduo ou de um grupo social no prejudica o consumo do mesmo bem pelos demaisintegrantes da sociedade. So no excludentes porque, em geral, difcil ou mesmoimpossvel impedir que um determinado indivduo usufrua um determinado bem pblico. Soexemplos clssicos de bens pblicos: iluminao pblica, justia, segurana pblica e defesanacional.A questo que se coloca como ratear os custos de produo dos bens pblicos entre apopulao, uma vez que impossvel determinar o efetivo benefcio que cada indivduoderivardoseuconsumo.Seaspessoasfosseminformarquantovaleriaaquelebemparaelas,atendnciaquetodossubestimemarealutilidadeparapagarmenos.Almdisso,comonoh como individualizar o consumo, natural que apaream caronas (free riding) dizendo queno querem aquele bem e no pagaro por ele, ainda que acabem usufruindo o benefcio dobempblico. justamente o princpio da no excluso no consumo dos bens pblicos que torna a soluode mercado, em geral, ineficiente para garantir a produo da quantidade adequada de benspblicosrequeridapelasociedade.Osistemademercadosfuncionaadequadamentequandooprincpio da excluso no consumo pode ser aplicado. Por exemplo, se Jos comprou umsapato porque pagou o preo do sapato, enquanto Joo, que no pagou por esse bem, excludo desse consumo. por esta razo que a responsabilidade pela proviso de benspblicos recai sobre o governo, que financia a produo desses bens por meio da cobranacompulsriadeimpostos.Monoplios NaturaisComovimosnaUnidadeII,osmonopliosnaturaissosetorescujoprocessoprodutivocaracterizasepelosretornoscrescentesdeescala(quantomaioraproduo,menorocustodaunidadeproduzida).Sendoassim,dependendodotamanhodomercadoconsumidordosbensdessessetores,podesermaisvantajosohaverapenasumanicaempresaprodutoradobememquesto.Porexemplo,podesermaiseficienteaexistnciadeapenasumaempresadedistribuiodeenergiaeltricaservindoummercadoconsumidorlocal,umavezqueoscustosdedistribuirenergiasomuitoaltos,comopostesecabosportodaacidade.Nocasodaocorrnciadomonoplionatural,aintervenodogovernopodetomarduasformaspossveis.Elepodeexercerapenasaregulaodosmonopliosnaturais,afimdeimpedirqueofortepoderdemercadodetidopelasempresasmonopolistasreflitasenacobranadepreosabusivos junto aos consumidores, o que representaria uma perda de bemestar para asociedadecomoumtodo.Ouogovernopoderesponsabilizarsediretamentepelaproduodobemouservioreferenteaosetorcaracterizadopelomonoplionatural.ExternalidadesExternalidade um conceito utilizado na cincia econmica para referirse aos efeitosexercidos pela produo de uma empresa ou o consumo de um indivduo sobre terceiros deformapositivaounegativa.Por exemplo, uma fbrica de cimento exerce um impacto positivo numa comunidade quandofaz uma praa para a comunidade da regio onde est instalada. De outro lado, umaexternalidade negativa dessa atividade pode ser dada pela fumaa lanada na atmosfera,trazendoprejuzossadedaspessoasmoradorasnaregio.Outro exemplo o investimento em setores de infraestrutura que, garantindo um aumento daoferta de insumos importantes como a energia eltrica, traz benefcios para todos os outrossetoresdaeconomia.Podeseusaroconceitodeexternalidadeatemsituaesdocotidiano:olatidodoscachorroscria uma externalidade negativa porque os vizinhos so perturbados pelo barulho. Os donosno arcam com o custo total do barulho e, por isso, tendem a tomar poucas precaues paraqueseuscesnolatam.AexistnciadeexternalidadesjustificaaintervenodoEstado,quepodesedarpormeiode:produodiretaouconcessodesubsdios,paragerarexternalidadespositivasmultasouimpostos,paradesestimularexternalidadesnegativasregulamentao.Desemprego e InflaoO livre funcionamento do sistema de mercado no soluciona problemas como a existncia dealtosnveisdedesempregoeinflao.NestecasohespaoparaaaodoEstadonosentidode implementar polticas que visem manuteno do funcionamento do sistema econmico omaisprximopossveldoplenoempregoedaestabilidadedepreos.Estudo de casoPorqueagasolinatributadatopesadamente?(casobaseadoemtextodeN.GregoryMankiw,IntroduoEconomia)Em muitos pases, a gasolina est entre os bens mais pesadamente tributados da economia:nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de metade do preo que os motoristas pagam pelagasolinasedeveaimpostos.Emmuitospaseseuropeus,oimpostoaindamaiselevadoeopreodagasolinatrsouquatrovezesmaiordoquenosEstadosUnidos.Por que esse imposto to comum? Uma resposta possvel que o imposto sobre a gasolinatenhaporobjetivocorrigirexternalidadesnegativasassociadasaoscarros:Congestionamentos: quanto mais cara a gasolina, mais as pessoas so incentivadas ausar transporte pblico, fazer rodzio de carros ou morar mais prximo de suasatividades.Acidentes:pesquisasrevelamqueoscarrosgrandesouveculosutilitriosgerammaisriscosparaaspessoasdemodogeral.Oimpostosobreagasolinaumaformaindiretadefazercomqueaspessoaspaguempeloriscoqueseuscarrosgrandesedeelevadoconsumoimpemaosoutros.Poluio: a queima de combustveis fsseis como a gasolina tida como causa doaquecimento global. O imposto sobre a gasolina reduz o problema na medida em quereduzousodagasolina.Assim, o imposto sobre a gasolina faz com que a economia funcione melhor. Ele representamenoscongestionamentos,estradasmaisseguraseummeioambientemaislimpo.Contedo programtico da unidade 2Introduo.Dficitoupoupananegativa?ConceitosdeDficitPblico.Resumo da unidade 2O governo, ao gastar mais do que arrecada, tem de se financiar. Isso acontece por emissomonetriaouemissodettulospblicos.Asegundaopoaquevemsendousada,umavezque no gera inflao. Apesar dos esforos do Brasil em obter um supervit primrio, quandoseconsideraasdespesascompagamentodejurosdadvida,temosumdficitnominal,oquesfazaumentaroestoquedenossadvidainterna.Introduo da unidade 2Ocorre supervit das contas pblicas quando a arrecadao dos tributossuperaosgastosdogovernoemumdeterminadoperodo.Aocontrrio,quando os gastos pblicos superam a arrecadao tributria, temos odficitpblico.Odficitoresultadonegativodascontaspblicasmedidonormalmentepelo perodo de um ano (coincidente com o calendrio). Para tapar oburaco, o governo pode emitir moeda no entanto, essa sada gerainflao,poisoexcessodedinheiroemcirculaofazospreosdosbense servios aumentarem. A outra alternativa do governo emitir ttulospblicos, vendlos no mercado e, com o dinheiro arrecadado, fechar adiferena. Essa a sada utilizada por todos os pases na atualidade,inclusiveoBrasil.O problema que esses recursos obtidos por intermdio da venda dettulos tero, em algum momento, de ser devolvidos, ou seja, quemcomprou o ttulo vai entreglo ao governo e receber seu dinheiro devolta acrescido de juros. Funciona exatamente como um emprstimonormal. Enquanto essa devoluo do dinheiro no acontece, o valor davenda dos ttulos se soma a um imenso estoque chamado dvidainterna. Se, no momento do vencimento de parte dessa dvida e dopagamento dos respectivos juros, o governo no arrecadar tributos osuficiente,terqueapelaroutravezparaaemissodemaisttulos,poisapresentarnovamenteumdficitemsuascontas.Com certeza voc ouviu dizer que o governo est fazendo um esforoenorme para conseguir um supervit em suas contas. Mas est obtendosucesso? Ou ser que existem vrias metodologias diferentes que nonos deixam entender direito o que est acontecendo? Vamos esclareceressaseoutrasquestesnestemdulosobrefinanaspblicas.Dficit ou poupana negativa?comumleremjornaisopiniesdizendoqueogovernotemumapoupananegativa,jquetemdficit ou ainda tratando supervit como sinnimo de poupana positiva. Apesar de haver vinculaoentre os conceitos, poupana e dficit no devem ser confundidos.Deixandodelado,aqui,adistinoentrejurosnominaisereaisesupondoinflaonula,podemosdefinir, genericamente, o dficit do governo, ou seja, suas necessidades de financiamento, como:NFG=CG+JG+IGTemque: NFGanecessidadedefinanciamento CGoconsumodogoverno JGsoosjurosdadvida IGrepresentaoinvestimentopblico Tareceitatributrialquida(deduzidossubsdiosetransferncias)Apoupanadogoverno,pordefinio:SG=T(CG+JG)Comparandoasduasequaesanteriores,temos:T(CG+JG)=IGNFGAssim,SG=IGNFGNFG=IGSGNote,portanto,queofatodeexistirumdficitnosignificaqueapoupanasejanegativa,maspodeestarindicando apenas que a poupana, embora positiva, seja inferior ao valor do investimentodo governo.Conceitos de Dficit PblicoExistem algumas formas diferentes de se aferir os dficits pblicos, principalmente devido importnciaquesedaopagamentodejuros.Osprincipaisconceitosdedficitpblicosoosseguintes:DficitPrimrio:diferenaentregastospblicoscorrenteseareceitafiscalcorrente,semconsideraropagamentodejuros. Dficit Operacional (ou nominal): medido pelo dficit primrio acrescido dos jurosreaisdadvidacontradaanteriormente.Conforme divulgado pelo Banco Central, o setor pblico (Unio, Estados, municpios e estataisno financeiras, exceto Petrobrs e Eletrobrs) conseguiu economizar R$ 104,951 bilhes emreceitasprimriasem2012,paracobrirdespesascomjurosdedvida.Essevalorrepresentou2,38%doProdutoInternoBruto(PIB).Em2011,arelaoficouem3,11%doPIB.Em termos nominais, o setor pblico apresentou um dficit consolidado em 2012 de R$ 108,9bilhes.Issorepresentou2,47%doPIB.CuriosidadeDficitNominalZeroTrechos retirados do texto O rudimentar debate fiscal antigo 2, de autoria deMansueto Almeida, publicado em 12/03/2013, no endereo:http://mansueto.wordpress.com/2013/03/12/orudimentardebatefiscalantigo2/Nodia11deagostode2005,oInstitutodePesquisaEconmicaAplicada(Ipea)eoProgramadasNaesUnidasparaoDesenvolvimento(Pnud)haviamprogramadoodebateAQualidadedaPolticaFiscaldeLongoprazo.Oconvidadodehonraeraodeputadofederalnapoca,oeconomistaDelfimNetto,queescreveuumpequenotextoparaorganizarodebatesobreaestratgiafiscaldelongoprazo.A tese principal defendida por Delfim na poca era ter um horizonte para zerar odficit nominal por meio do congelamento real do custeio e pelo ganho deprodutividadedamquinapblicaquelevariamaumaquedasustentveldataxadejurosrealparaalgoentre3%e4%aoano.No caso das despesas com sade e educao, o exministro reconhece a suaimportnciamasalertaque:Com a vinculao (dos gastos com sade e educao), a anlise de processoseficientes fica muito prejudicada: a tendncia natural a acomodao a um padrode esforo confortvel. Isso significa que mtodos e processos tendem aperpetuarse e a produzir a esclerose que visvel (com rarssimas excees) nosservios pblicos. Na forma atual, as vinculaes so a me do desperdcio, daacomodaoeperpetuaodaineficincia.O ponto central do programa era, na verdade, aumentar o resultado primrio pelocorte das despesas e que a economia com juros da reduo mais rpida da dvidafosse revertida para o aumento do investimento. No final do seu artigo o professorDelfimfalaque:o que se poupar com os juros e parte do aumento de produtividade serodestinados aos investimentos pblicos, potencializando os efeitos dos investimentosprivados e acelerando o desenvolvimento, ao contrrio do que supem algunsKeneysianosdeltimahora..Estudo de casoParailustraroassuntoestudadonestalio,apresentaseaseguiraconsolidaodoresultadodogovernocentralde2012(Unio).Notequeoresultadoprimrio,isto,quandonoseconsideraopagamentodejuros,apresentousupervitequivalentea2%doPIB.Noentanto,contabilizandoadespesacomjuros,passamosaterumdficitnominaldaordemde1,4%doPIB,equivalenteaR$61bilhes.Exerccios de Fixao - Mdulo VParabns! Voc chegou ao final do Mdulo V do curso Fundamentos da CinciaEconmica.Comopartedoprocessodeaprendizagem,sugerimosquevocfaaumareleituradocontedoeresolvaosExercciosdeFixao.Oresultadonoinfluenciarnasuanotafinal,porm,oacessoaosMdulosseguintesestcondicionadoresoluoeenviodasrespostas.Lembramos, ainda, que a plataforma de ensino faz a correo imediata dasrespostas!ParateracessoaosExercciosdeFixao,cliqueaqui.