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Fundamentos de Macroeconomia INFLAÇÃO Profa Fabiana Bispo

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Fundamentos de Macroeconomia

INFLAÇÃO

Profa Fabiana Bispo

A inflação é definida como uma situação em que há um aumento contínuo e generalizado de preços.

Essas características de generalidade e continuidade fazem com que a inflação seja um processo e não uma ocorrência

passageira.

Assim, se os preços dos bens se elevassem

apenas durante um curto período de tempo,

estabilizando-se em seguida, não seria caracterizado um processo inflacionário, mas

apenas um ajuste da economia.

Em outras palavras, uma economia éinflacionária quando os preços aumentam

continuamente e por um longo período de

tempo.

Outro fator que caracteriza a inflação é o fato de o aumento de preços se estender a todos os bens e

serviços produzidos pela economia

Assim, se apenas os bens produzidos por um determinado setor tivessem seus preços elevados,

não teríamos inflação.

Imaginemos um país onde não haja inflação.

Se em um ano as condições climáticas não são muito favoráveis e as safras agrícolas são menores, temos um

aumento nos preços dos alimentos.

Entretanto, se no ano seguinte, a situação melhorar, pela obtenção de safras normais, teremos caracterizado

apenas um aumento de preços de pouca duração e circunscrito a um setor específico

CAUSAS DA INFLAÇÃO

- Emissão exagerada e descontrolada de dinheiro por

parte do governo;

- Demanda por produtos (aumento no consumo) maior do

que a capacidade de produção do país;

- Aumento nos custos de produção (máquinas, matéria-

prima, mão-de-obra) dos produtos.

A inflação é medida através de números índices, que são fórmulas matemáticas que dizem qual a porcentagem de aumento nos preços

dos bens e serviços num determinado período de tempo.

No Brasil, são estimados basicamente dois tipos de índices de preços, os Índices Gerais de Preços (IGPs), e os Índices de Preços ao

Consumidor, IPCs.

A diferença entre esses índices é óbvia: enquanto os IGPs procuram transmitir uma idéia da inflação, pesquisando todos os bens

produzidos e consumidos em uma economia, já os IPCs enfatizam os gastos comuns de uma família.

Há no Brasil duas instituições que calcula índices de preços com abrangência nacional: A Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a

Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE).

Além delas, há institutos de pesquisa que estimam índices de preços regionais, como a Fundação Instituto de Pesquisas

Econômicas (Fipe), que elabora o IPC referente ao município de São Paulo.

Vejamos alguns índices:

IPC – FIPE - Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (USP), mede a inflação de famílias paulistanas que

ganham de um até vinte salários mínimos, pesquisando os preços de 260 produtos, comparando a média dos 30 dias

anteriores.

As taxas da FIPE costumavam serem utilizadas pelo governo para arbitrar reajustes de salários e impostos quando os

índices do IBGE não estavam disponíveis.

IGP-DI - Índice Geral de Preços – Demanda Interna, da FGV, éformado pela ponderação de três outros índices:

• Índices de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% doíndice e acompanha os preços de 4.632 produtos.

• Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% doíndice e apura a inflação de famílias que ganham de um até trintae três salários mínimos, por meio da pesquisa de 388 produtos noeixo Rio-São Paulo.

• Índice Nacional da Construção Civil (INCC) que representa 10%do índice.

É calculado entre os dias 1 e 30 de cada mês.

O IGP-DI, até o Plano Real, reajustava títulos do setor privado econtratos de fornecimento de bens e serviços entre empresas.

INCC-FGV – Índice Nacional da Construção Civil, da FGV, suaperiodicidade é mensal e representa a variação dos preços doscustos da construção civil no país.

IPA-FGV – Índice de Preços ao Atacado, da FGV, calculadobaseado em preços de uma amostra de 462 produtos,informados por 1700 empresas em 20 estados brasileiros. Suaperiodicidade é mensal e o índice representa a evolução dospreços do comercio atacadista no Brasil.

IPC-FGV – Índice de Preços ao Consumidor

ICV-DIEESE – Índice do Custo de Vida, calculado pelo DIEESE(Departamento Intersindical de Estatística e EstudosSocioeconômicos), representa o custo de vida das famíliaspaulistanas dentro de um mês.

O ICV mede a variação do custo de vida das famílias com renda de 1a 30 salários mínimos do município de São Paulo, tendo sidoiniciado em janeiro de 1959, calculado em três extratos distintos:

• Extrato 1 - Famílias com menor renda, 1 a 3 salários mínimos (1/3)• Extrato 2 - Famílias com renda intermediária, 1 a 5 saláriosmínimos (1/3) ;• Extrato 3 - Famílias de maior poder aquisitivo, 1 a 30 saláriosmínimos (1/3) ;

IPCA-IBGE – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, é o índiceoficial do governo brasileiro para correções monetárias ereferência para ações em políticas econômicas.

IGP-M - Índice Geral de Preços de Mercado, da FGV, é calculadoda mesma forma que o IGP-DI, somente diferindo no período decoleta dos preços que considera entre o dia 21 do mês anterior e odia 20 do mês de referência. contratos.

Em linhas gerais......

IPCAO Índice Nacional de Preços ao ConsumidorAmplo (IPCA) é produzido pelo IBGE desde1979.O IPCA tem por objetivo medir a inflação deum conjunto de produtos e serviçoscomercializados no varejo, referentes aoconsumo pessoal das famílias, cujo rendimentovaria entre 1 e 40 salários mínimos, qualquerque seja a fonte de rendimentos.Desde junho de 1999, é o índice utilizado peloBanco Central do Brasil para oacompanhamento dos objetivos estabelecidosno sistema de metas de inflação, sendoconsiderado o índice oficial de inflação do país.

Abrangência GeográficaRegiões metropolitanas de Belém,Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte,Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e PortoAlegre, Brasília e município de Goiânia

Medição do ÍndiceO IPCA mede a variação dos custos dos

gastos conforme acima descrito noperíodo do primeiro ao último dia de cadamês de referência. O IPCA costuma serdivulgado no período compreendido entreo dia oito (08) e doze (12) do mêsseguinte pelo IBGE.

Para que é Utilizado?É utilizado pelo Banco Central como medidor

oficial da inflação do país. O governo usa oIPCA como referência para verificar se a metaestabelecida para a inflação está sendocumprida

IGP-MO IGP-M (Índice Geral de Preços doMercado) é uma das versões do ÍndiceGeral de Preços (IGP).É medido pela Fundação Getúlio

Vargas (FGV) e registra a inflação depreços desde matérias-primasagrícolas e industriais até bens eserviços finais.

Abrangência GeográficaAbrange toda a população, sem

restrição de nível de renda.

IGP-M: Medição do ÍndiceA pesquisa de preços do IGP-M é feita entre o dia 21 do mês anterior até o dia 20 do mês atual.

IGP-M: Para que é Utilizado?O IGP-M é utilizado em contratos de aluguel, reajustes de tarifas públicas e planos e seguros de saúde (nos contratos mais antigos).

IPCA e IGP-M: Inflação no Brasil depois de 1994

Em 1º de julho de 1994 houve a culminância do programa de estabilização,com o lançamento da nova moeda, o Real (R$).

Toda a base monetária brasileira foi trocada de acordo com a paridadelegalmente estabelecida: CR$2.750,00 para cada R$1,00.

A inflação acumulada até julho de 1994 foi de 815,60%, e a primeira inflaçãoregistrada sob efeito da nova moeda foi de 6,08%, mínima recorde emmuitos anos.

Desde 1942 foram feitas muitas reformas das quais nasceram seis novasmoedas, a saber:Cruzeiro Novo (1967) > Cruzeiro (moeda) (1970) > Cruzado (BRC) (1986) >Cruzado Novo (1989) > Cruzeiro (moeda) (1990) > Cruzeiro Real (1993).

A inflação acumulada de 1967 até 1994 foi de aproximadamente:1.142.332.741.811.850% (IGP-DI). [no mínimo assustador...]

Os índices de preços são utilizados entre outras coisas para calcular ovalor de um montante financeiro no passado, ou seja, para apurar qualseria o poder de compra atual de uma determinada quantia dedinheiro.

A esse calculo dá-se o nome de “inflacionar”.

Um conceito muito importante a ser extraído dos índices de preços ésobre a variação real dos valores analisados.

O cálculo da inflação

Os institutos pesquisam todo tipo de estabelecimento: açougues, papelarias, bares etc.

Depois, usam a pesquisa de orçamentos para saber quanto uma família média compra em cada tipo de loja.

A questão geográfica é resolvida com a pesquisa em várias praças (em geral, as maiores capitais brasileiras) e pesando a inflação de

cada região de acordo com sua população.

O resultado são índices que representam uma tendência média dos preços.

Fonte: Reportagem publicada em 10/02/2012 – Folha de São Paulo

COMO A INFLAÇÃO É MEDIDA?Os indicadores de inflação ao consumidor sãofeitos com base em POFs (Pesquisas deOrçamento Familiar) e a cesta de produtos ébaseada na importância de cada item para asfamílias --os que representam mais gastos, têmpeso maior no índice.

Além dos produtos, as regiões com maiordensidade demográfica exercem influências maissignificativas no resultado final da inflação.

Por exemplo, São Paulo tinha até dezembro 33,1%de peso no total do IPCA, devido ao grandeconsumo. A partir deste ano, participa com 31%.Há 15 anos, tinha fatia de 36%.A perda de peso no índice pode ser explicadapelos dados do Censo 2010 do IBGE (InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística).

Até dezembro de 2011, oindicador tinha 384 itens queresumiam o consumo médio dobrasileiro.

Desde janeiro de 2012, porém,passou a ter 365 itens.No lugar dos que sairão, entrarãonovidades como o salmão e ocelular com internet. Há 20 anos,entravam no cálculo, porexemplo, o preço da lenha.

Isso porque a nova fórmula decálculo dá importância a itensque estão com preços em queda,como automóveis eeletrodomésticos, e reduz o pesode itens que estavam emaceleração, como os serviçosdomésticos e alimentação

Tipos de Inflação

Inflação de Demanda

É causada por um crescimento dos meios de pagamentoque não é acompanhado pelo crescimento da produção.

Excesso de dinheiro na economia

É causada pelo crescimento dos meios de pagamento, quenão é acompanhado pelo crescimento da produção.Ocorre apenas quando a economia está próxima do pleno-emprego, ou seja, não pode aumentar substancialmente aoferta de bens e serviços a curto prazo

Tem suas causas nas condições de oferta de bens eserviços na economia.

O nível da demanda permanece o mesmo, mas oscustos de certos fatores importantes aumentam,levando à retração da oferta e provocando umaumento dos preços de mercado.

Inflação de custos:

É a aquela em que a inflação presente é uma função dainflação passada.

Se deve à inércia inflacionária, que é a resistência que ospreços de uma economia oferecem às políticas deestabilização que atacam as causa primárias da inflação.

Seu grande vilão é a "indexação", que é o reajuste dovalor das parcelas de contratos pela inflação do períodopassado.

Inflação inercial:

A corrente estruturalista supunha que a inflação empaíses em vias de desenvolvimento é essencialmentecausada por pressões de custos, derivados de questõesestruturais como a agrícola e a de comérciointernacional.

Inflação estrutural:

As conseqüências da inflação

Sobre a Distribuição de renda:

Os trabalhadores saem perdendo, pois seus salários sãoreajustados periodicamente, ao passo que os preços debens e serviços sobem quase diariamente.

Os empresários defendem seus ganhos repassando oaumentos de seus custos para o consumidor elevando opreço dos seus produtos.

As conseqüências da inflação

Sobre a Balança Comercial:

Com a inflação, os preços dos bens e serviçosproduzidos internamente tendem a ficar mais elevadosdo que os dos importados = Déficit na balançacomercial

As conseqüências da inflação:

Sobre as expectativas:

As incertezas dos empresários em relação dos lucrosleva-os a uma diminuição nos investimentos, reduzindoa capacidade produtiva do sistema econômico.

Custos da inflação:

Dentre outros, podemos destacar:

• Sola de Sapato•Menu•Confusão e inconveniência

Os Custos da Inflação: Sola de Sapato

A inflação reduz o valor real da moeda, dessa forma osindivíduos tentarão minimizar a quantidade de moedaem seu poder.

Idas mais vezes aos bancos, reduzem a quantidade detempo disponível para atividades produtivas

Os Custos da Inflação: Menu

Em tempos inflacionários é necessário estar sempreatualizando as listas de Preços

Esse é um processo que consome muitos recursos,tirando esses recursos de atividades produtivas

Os Custos da Inflação: Confusão e Inconveniência

Com inflação é necessário estar sempre fazendo ajustese correções para podermos comparar custos, receitas elucro real.

O tempo gasto fazendo esses ajustes poderia ser gastosproduzindo mais bens e serviços

Refere-se ao fato de que as pessoaspercebem mais o salário nominal (monetário) do que o salário real,

ou seja, não percebem claramente que os preços dos bens aumentam mais que seus salários nominais.

Com isso, os trabalhadores oferecem mais seus serviços do que deveriam, pensando que o salário

é maior do que efetivamente é.

Ademais, as pessoas, julgando-se maisricas, demandam mais bens e serviços. Se a economia estiver com a

oferta de bens a pleno emprego, esse fenômeno pode provocar inflação de demanda.

Ilusão monetária

HIPERINFLAÇÃO

A hiperinflação é uma inflação acima dos níveis considerados adequados. De acordo com muitos economistas, pode-se

considerar hiperinflação quando o índice fica acima de 50% ao mês.

Um país que passa por um processo hiperinflacionário sofre com a alta elevada dos preços dos produtos e forte desvalorização da

moeda. A recessão econômica (retração do PIB) também pode ser um dos efeitos da hiperinflação.

Como exemplo de hiperinflação no Brasil, podemos citar o mês de março de 1989, quando a inflação chegou a 81%.

Controle da Inflação

A inflação de demanda pode ser combatida por políticasmonetárias ou fiscais restritivas

Política Monetária – redução da oferta de moeda, cortes noscréditos.

Política Fiscal – corte nos gastos, aumento dos impostos,reduzindo a demanda agregada.

Políticas Fiscais e Monetárias restritivas podem frear a inflação à custa de maior desemprego

A controvérsia “inflação ou desemprego” ganhou destaque porque os salários são importantes fontes de custo e o desemprego é um

grande drama social

A relação entre inflação e desemprego, conhecida como Curva de Phillips, diz que as tentativas do governo de reduzir o

desemprego com o aumento dos gastos, ou com políticas monetárias expansionistas, acabam alimentando a inflação.

Inversamente, o estabelecimento de políticas monetárias ou fiscais restritivas, para reduzir a inflação, acaba elevando a taxa do

desemprego.

Considerando que o nível de produto está diretamente relacionado ao nívelde emprego, ou inversamente ao de desemprego, e sabendo que a inflaçãocorresponde a um aumento no nível geral de preços, a Curva de Phillipsfornece-nos um guia sobre o que devemos buscar em termos de modelo deoferta agregada.

Se quisermos ganhar mais produto (ou, nos termos da Curva de Phillips,reduzir o desemprego), poderemos obtê-lo, mas em troca teremos tambémpreços mais elevados (mais inflação). Podemos expressar a curva de Phillipscomo se segue:

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