economia clÁssica _ 1ª avaliaÇÃo (parte 1)

40
ECONOMIA CLÁSSICA O PENSAMENTO ECONÔMICO NA ANTIGUIDADE; O PENSAMENTO ECONÔMICO NA IDADE MÉDIA

Upload: vheavy

Post on 28-Nov-2015

43 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

ECONOMIA CLÁSSICA

O PENSAMENTO ECONÔMICO NA ANTIGUIDADE; O PENSAMENTO ECONÔMICO NA IDADE MÉDIA

Page 2: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

O PENSAMENTO ECONÔMICO NA GRÉCIA

Page 3: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

OS FATOS ECONÔMICOS Grécia na época “homérica” conhecia somente uma vida econômica

doméstica.

Na época “helênica” observa-se o desenvolvimento de uma vida econômica propriamente dita, ou seja uma vida econômica de trocas.

Porém, existem algumas ideias econômicas fragmentárias. Não há um obra propriamente dita de Economia Política, não há um estudo aprofundado do sistema e das leis econômicas.

Page 4: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

AS IDEIAS ECONÔMICASA ausência de um pensamento econômico é explicado pelo predomínio da filosofia:

1) Ideia de preponderância do geral sobre o particular;

2) Ideia de igualdade;

3) Ideias de desprezo da riqueza.

Page 5: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

PRINCIPAIS CORRENTES DO PENSAMENTOMesmo sem um sistema econômico propriamente dito na Grécia, existiam fragmentos “germes” das grandes doutrinas.

São as correntes individualista, socialista e intervencionista.

Page 6: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

CORRENTE INDIVIDUALISTASurge como reação ao meio ambiente, caracteriza o fato de contrapor à razão de Estado a razão de individual. É formulado o problema do direito das pessoas em relação ao da cidade. As vantagens da produção servil são postas em dúvida; contesta-se o desprezo da riqueza e há uma primeira tentativa de reabilitação do trabalho.

Page 7: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

CORRENTE SOCIALISTA Principal representante é Platão (427-347 a.C.)

Este socialismo assume diferentes aspectos nas suas duas grandes obras: “República” e “Leis”.

Page 8: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

CORRENTE SOCIALISTA

“República”

Implantação de um Estado onde reina a justiça, no qual o cidadão possa dedicar o máximo de seu tempo aos estudos filosóficos e à atividade política.

A parte reservada à economia devia limitar-se ao mínimo necessário.

Page 9: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

CORRENTE SOCIALISTA

“Leis”

Expõe um socialismo diferente e bem mais moderado. A finalidade é a mesma, isto é, estabelecer mais justiça e organizar a sociedade de modo que possibilite os meios de moderar o homem e seus desejos materiais e assim, ficar livre para dedicar-se aos cuidados de espírito.

Tratava-se de colocar o Estado em primeiro plano, garantindo-lhe o poder econômico através da solidariedade dos indivíduos.

Page 10: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

CORRENTE INTERVENCIONISTA Representada por diversos pensadores, dentre os quais o mais importante

foi Aristóteles.

Sua “Política” faz severas críticas ao comunismo de Platão, insistindo na oposição existente entre o comunismo, de um lado, e a propriedade e a família do outro.

É também partidário da supremacia do Estado, e de certo modo do igualitarismo. Na sua teoria sobre população, recomenda medidas severas de limitação da reprodução afim de manter a estabilidade demográfica.

Page 11: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

FATOS MONETÁRIOSO aparecimento da moeda metálica “cunhada” na Grécia se deu entre os séculos VIII e VII a.C.

Moeda se torna o instrumento necessário à expansão econômica nesse período.

Page 12: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

VARIAÇÕES DA MOEDA

a) Variedade em relação ao metal: as primeiras tinha ferro como matéria prima, depois os metais preciosos – ouro e prata – assim como o chumbo, o cobre e o bronze;

b) Variedade em relação à aparência: embora a unidade fosse a dracma, as peças de moedas traziam os mais diferentes cunhos;

c) Variedade no que se refere ao valor das peças: O Estado Grego submete à moeda a constantes alterações.

Page 13: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

IDEIAS MONETÁRIASAristóteles, na sua Política, ressalta a importância da moeda nas trocas diretas.

Estabelece, Aristóteles, sua fundamental distinção entre as duas economias sucessivas: a crematística natural e a crematística não natural.

Page 14: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

AS CREMATÍSTICAS DE ARISTÓTELES1) A crematística natural representa a economia doméstica, a qual julga boa

e necessária.

2) A crematística não natural representa a economia mercantil, censurável por levar ao homem a auferir da troca um provento. Aristóteles condena os três processos dessa crematística: o lucro comercial, o lucro usuário (o juro) e o lucro industrial.

Page 15: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

Em resumo, as ideias monetárias dos gregos se apresentam de forma muito mais desenvolvida e precisa do que as ideias econômicas propriamente ditas.

O pensamento grego, econômico e monetário permanece assim subordinado ao filosófico.

Page 16: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

O PENSAMENTO ECONÔMICO EM ROMA

Page 17: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

O PENSAMENTO ECONÔMICO ROMANOO pensamento econômico romano está subordinado à política.

Encontramos também a ausência de um pensamento econômico geral e independente.

Page 18: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

OS FATOS ECONÔMICOSO meio econômico é mais intenso do que na Grécia.

O estabelecimento da Pax Romana foi um dos fatores mais favoráveis à expansão das trocas.

Reina o espírito de dominação, a riqueza constituía apenas um meio de assegurar esse domínio, nunca uma promessa de bem estar.

As grandiosas realizações da época tinham sempre o ponto de vista político, nunca o econômico.

Page 19: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

IDEIAS ECONÔMICASNas obras dos teóricos romanos pode-se perceber duas tendências doutrinárias opostas: uma intervencionista e outra individualista.

Page 20: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

TENDÊNCIA INTERVENCIONISTA

Essa tendência prepondera na antiguidade, política chamada anonária.

A intervenção do Estado é provocado por dificuldades de abastecimento, lentidão dos transportes e um estado de guerra bastante prolongado.

Page 21: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

TENDÊNCIA INDIVIDUALISTATendência representada pelos jurisconsultos romanos que lançaram fundamentos essenciais do individualismo.

Page 22: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

O PENSAMENTO ECONÔMICO NA IDADE MÉDIA

Page 23: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

FATOS ECONÔMICOSSubordinado à moral.

Ressurge uma vida econômica de trocas. As causas dessa reaparição encontram-se no esforço desenvolvido pela Igreja e pela Realeza.

O quadro onde se dá esse reaparecimento é a região.

O agente dessa nova vida econômica será a cidade, que se desperta e se desenvolve.

O mercado se expande, o comércio se torna inter-regional (feiras).

Page 24: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

FATOS ECONÔMICOSO impulso que se imprimiu ao comércio, teve com as cruzadas, desenvolvimento ainda maior:

a) Criam as cruzadas uma atmosfera propícia ao deslocamento para regiões distantes e ao grande comércio, ponto em contato as civilizações oriental e ocidental.

b) Estimulam a economia: o comércio, pelo fomento das trocas, a indústria.

O comércio retoma um novo impulso.

À idade média cabe pois, o grande mérito de haver criado, desenvolvido e organizado o mercado regional.

Page 25: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

AS IDEIAS ECONÔMICASA igreja exerce poderosa influência na vida de toda a Idade Média, cujo pensamento também domina.

O pensamento econômico é subordinado à concepção moralista. Esse princípio de moderação imprimirá o seu cunho principalmente às ideias relativas à propriedade e ao lucro.

Page 26: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

AS IDEIAS ECONÔMICASPrincípio de moderação: tornar moral o interesse pessoal.

A propriedade privada é admitida como legítima, mas como direito mais moderado, baseado em argumentos individuais (direitos) e argumentos sociais (deveres).

Page 27: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

AS IDEIAS ECONÔMICAS a) Argumentos de ordem individualista: reconhece direito ao homem da

posse.

b) Argumentos de ordem social: a imposição da moderação – moderação esta considerada divida).

Page 28: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

AS IDEIAS ECONÔMICASO pensamento medieval admite o direito de propriedade quando contido dentro de dois limites extremos: um máximo que vai até onde o interesse social começar a ser lesado e outro mínimo que começa aonde surge uma ameaça para o rendimento econômico.

Page 29: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

AS IDEIAS ECONÔMICAS

Idade Média reconhece a plena dignidade do trabalho:

A ociosidade é formalmente condenada.

Exalta-se tanto o trabalho manual quanto o intelectual.

Page 30: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

IDEIAS ECONÔMICASDois grupos de atividades (baseados nas crematísticas de Aristóteles).

a) Compreende o primeiro todas aquelas nas quais o trabalho é aplicado à produção da riqueza diretamente utilizável pelo homem – o trabalho agrícola é louvado como mais importante, a seguir os trabalhos industriais e os de administração.

b) O segundo grupo é o daqueles nos quais o trabalho se aplica a obtenção de riquezas “artificiais”. Há preconceito contra essas atividades, pois o manuseio do dinheiro, que as caracteriza, busca pelo lucro excessivo.

Page 31: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

IDEIAS ECONÔMICASEspírito de moderação se faz sentir, comércio é moderado entre dois limites: um superior e outro inferior.

O princípio de moderação visa sobretudo o agente econômico, o ato econômico e particularmente à troca aplica-se o princípio do equilíbrio.

Page 32: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIOAqui o objetivo principal é tornar justa a troca.

Pensamento econômico girava em torno da justiça: o pensamento econômico está subordinado à moral.

Page 33: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIOPreço justo é aquele bastante baixo para poder o consumidor comprar, sem extorsão e suficientemente alto para ter o vendedor o interesse em vender e poder assim, viver de maneira decente.

Salário justo é aquele que possa permitir ao operário viver, com sua família, de acordo com a tradição da sua classe com os costumes locais.

Page 34: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIOLucro justo deve resultar do equilíbrio do trabalho empregado, a aplicação da inteligência e utilidade do serviço. “Não deve permitir ao artesão enriquecer.”

Esta ideia de justiça comutativa que determina então a proibição do empréstimo a juros.

Page 35: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

AS IDEIAS MONETÁRIASMoeda era referente ao Rei, que detinha o controle de fazer com ela o que bem quisesse.

Sendo sua matéria escassa estaria a moeda sujeita a impostos.

Page 36: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

AS IDEIAS MONETÁRIASOrésme critica as mutações monetárias e contesta ao soberano a legitimidade desse direito, estuda suas formas e expõe seus inconvenientes.

Orésme mostra o valor do cunho à moeda e diz que o direto de alterar o valor da moeda cabe a ser da comunidade (comerciantes, coletividade).

Page 37: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

AS DIFERENTES FORMAS DE MUTAÇÕES MONETÁRIAS

Mutação da “efígie”: é obtida mediante da transformação total ou parcial da efígie das peças.

Mutação da proporção: consiste na mudança da relação legal estabelecidas para os valores dos dois metais – ouro e prata – empregado como moeda.

Mutação nominal: é a modificação dos preços em moeda corrente.

Mutação do peso: consiste em reduzir o peso da moeda sem lhe mudar o nome.

Mutação da matéria: consiste na substituição de um metal por outro.

Page 38: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

CONSEQUÊNCIAS DAS MUTAÇÕES

As consequências são raramente favoráveis, só deviam ser admitas em casos raros, em casos de guerra ou resgate de um prisioneiro:

a) Perda de confiança na moeda;

b) Fraudes;

c) Encolhimento das relações comerciais;

d) Criam desequilíbrio em certas classes da sociedade: juízes, cavaleiros etc.

Page 39: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

CONSIDERAÇÕES FINAISDessa forma, acabamos de ver que o pensamento medieval em todas suas expressões, está findado (alicerçado) sobre a moderação e equilíbrio.

Por essa características se mantém igualmente afastada do socialismo e do individualismo.

Page 40: ECONOMIA CLÁSSICA _ 1ª AVALIAÇÃO (PARTE 1)

CONSIDERAÇÕES FINAISNão é socialista porque reconhece as vantagens da propriedade privada.

Não é também individualista porque concebe um interesse pessoal limitado, em todas as suas manifestações, pelo interesse da comunidade humana.