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A Saint Paul Editora publica conceituadas obras nas áreas de fi nanças e negócios, diferenciadas pela precisão técnica e excelên-cia para o uso didático. Editamos títulos de grandes e respeitáveis organizações, como John Wiley & Sons, PwC, IBEF, IBGC, PROVAR--FIA, entre outras.

A Saint Paul Advisors realiza consultorias empresariais na área de fi nanças, com projetos adaptados à necessidade e ao tamanho de cada organização. A excelente equipe de consultores, todos necessa-riamente doutores, mestres ou especialistas em fi nanças, desenvol-vem os projetos sempre com o objetivo de agregar valor ao cliente e proporcionar resultados sustentáveis.

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José Cláudio seCurato

História, conceitos e atualidades

Economia brasileira

2.ª edição

© 2007, Saint Paul Editora Ltda.2.ª edição, 2011

3.ª reimpressão, 2013

Todos os direitos reservados.É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos do autor (Lei n.  9.610/1998) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

Depósito Legal na Biblioteca Nacional conforme Lei n. 10.994, de 14 de dezembro de 2004.

Coordenação editorial: José Cláudio Securato Gerente de produção editorial: Karine Hermes Analista editorial: Deise Anne Rodrigues Revisão: Bianca C. Fratelli Danieli K. Bertolami Capa: Karine Hermes Imagens da capa: © Ludovic Maisant/Hemis/Corbis/ Corbis (DC)/Latinstock Diagramação: Raquel Arruda

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Securato, José Cláudio Economia brasileira: história, conceitos e atualidades / José Cláudio Securato. – 2. ed. – São Paulo: Saint Paul Editora, 2011.

Bibliografia ISBN 978-85-8004-023-4

1. Economia 2. Macroeconomia 3. Microeconomia I. Título

11-03759 CDD-330

Índices para Catálogo Sistemático:1. Economia 330

Edição revisada conforme o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Saint Paul Editora Ltda.R. Pamplona, n. 1616, portão 3, Jardim Paulista | São Paulo, SP | Brasil | CEP 01405-002

www.saintpaul.com.br | editora@saintpaul.com.br

Saint Paul Editora Ltda. é uma empresa do Grupo Saint Paul Institute of Finance S. P. Ltda.

Este livro é dedicado a Claudia.

ApresentAção pArA A segundA edição

Desde o lançamento da primeira edição deste título, em meados de 2007, foi possível constatar a boa aceitação do conteúdo e da didática do livro. Por outro lado, a aplica-ção em sala de aula em mais de 500 turmas de cursos para executivos em programas de extensão e pós-graduação e programas educacionais in company nas maiores em-presas e bancos atuantes no Brasil mostrou a necessidade de atualizar alguns dados, ampliar conceitos e revisar alguns pontos. É neste contexto que, com muita satisfação, apresento a segunda edição.

É importante destacar a alteração do título do livro. A primeira edição, intitulada Economia – História, conceitos e atualidades, mostrou-se insuficiente para esclarecer o real conteúdo do livro. Por isso, a alteração do título para Economia brasileira – História, conceitos e atualidades.

Esta edição está atualizada com relação à apresentação dos dados econômicos, ampliada em alguns itens e totalmente revisada quanto ao seu conteúdo e Novo Acordo Ortográfico.

Agradeço aos comentários, às críticas e às sugestões de alunos atenciosos que con-tribuíram com a obra, bem como a colegas professores que utilizaram o livro e enviaram-me suas impressões.

Esta edição foi possível pela colaboração fundamental de Samuel Campos Alves e Aline Helena Azevedo Cunha, que contribuíram com toda revisão, ampliação e atualização dos dados. Colaboraram também na finalização dos dados Marcelo Buosi e Paula Karine Ribas Magalhães.

José Cláudio Securato

ApresentAção pArA A primeirA edição

Este livro é fruto do material utilizado principalmente em cursos na Saint Paul Escola de Negócios, no Laboratório de Finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), bem como em outras inúmeras aulas e palestras ministradas em todo Brasil.

O texto parte do pressuposto de que, embora as pessoas tenham formações e experiências diversas, alguns conceitos devem ser comuns a todos, pois promovem o desenvolvimen-to profissional, pessoal e, principalmente, auxiliam no processo decisório.

Nesse sentido, esta obra visa a fornecer os conceitos fundamentais de economia, apre-sentar breves discussões sobre temas relevantes, proporcionar subsídios àqueles que, sem formação ou experiência profissional na área, desejam compreender o ambiente econômico em que se vive, contribuir, como um livro introdutório, para o conjunto de excelentes obras técnicas da área.

Como se trata de uma abordagem introdutória e didática, não se pretende, com este livro, esgotar os temas tratados, nem mesmo demonstrar fórmulas e expandir questões demasiadamente formais. Certamente, o leitor mais cuidadoso e interessado encon-trará, nas referências, diversos e excelentes manuais, nos quais poderá compreender o rigor que estamos dispensando neste texto.

Este livro foi possível pela preciosa contribuição do Centro de Pesquisas da Saint Paul, onde Cláudio Rossi, Ricardo Pereira Lima e André da Cunha Bastos foram fundamentais.

José Cláudio Securato

sumário

Parte I – Introdução ao estudo econômIco

capítulo 1 – Introdução ..............................................................................................191. A ciência econômica .............................................................................................. 21

1.1 Introdução à economia .................................................................................... 212. Introdução à macroeconomia ................................................................................. 23

2.1 Conceito e importância da macroeconomia ..................................................... 232.2 Principais questões estudadas pela macroeconomia ......................................... 25

3. Introdução à microeconomia .................................................................................. 273.1 Conceito e importância da microeconomia ..................................................... 27

capítulo 2 – Pensadores econômicos .........................................................................291. Adam Smith ........................................................................................................... 31

1.1 O progresso econômico .................................................................................. 311.2 O Estado ........................................................................................................ 321.3 A Teoria do Valor ............................................................................................ 321.4 A Teoria da Repartição do Rendimento .......................................................... 33

2. David Ricardo ........................................................................................................ 332.1 Contribuições à economia .............................................................................. 34

3. Alfred Marshall ...................................................................................................... 343.1 Contribuições à economia ............................................................................... 35

4. Joseph Alois Schumpeter........................................................................................ 364.1 Contribuições à economia ............................................................................... 36

5. John Maynard Keynes ............................................................................................ 375.1 Variáveis do modelo keynesiano ..................................................................... 385.2 A equação de Keynes ....................................................................................... 44

6. John Kenneth Galbraith ......................................................................................... 456.1 Contribuições à economia ............................................................................... 46

Parte II – as varIáveIs macroeconômIcas e outros conceItos fundamentaIs

capítulo 3 – Produto Interno Bruto (PIB) .....................................................................491. Introdução .............................................................................................................. 51

1.1 Definição ......................................................................................................... 522. PIB nominal versus PIB real ................................................................................... 563. PIB real efetivo versus PIB real potencial ............................................................... 574. Produto Interno Líquido (PIL) .............................................................................. 575. Produto Nacional Bruto (PNB).............................................................................. 576. A metodologia de cálculo do IBGE a partir de 2007 ............................................. 61

capítulo 4 – emprego .................................................................................................651. Introdução .............................................................................................................. 67

1.1 Relação PIB versus Emprego ........................................................................... 671.2 O emprego ....................................................................................................... 70

2. População Economicamente Ativa (PEA) ............................................................. 713. Desemprego total ................................................................................................... 724. Educação ................................................................................................................ 73

capítulo 5 – Inflação ..................................................................................................791. Introdução .............................................................................................................. 81

1.1 Definição ......................................................................................................... 812. Inflação de demanda ............................................................................................... 823. Inflação de custos ................................................................................................... 844. Inflação inercial ...................................................................................................... 845. Efeitos da inflação .................................................................................................. 85

5.1 Piora na distribuição de renda ......................................................................... 855.2 Prejuízo ao balanço de pagamentos ................................................................. 855.3 Prejuízo nas finanças públicas .......................................................................... 855.4 Formação de expectativas ................................................................................ 865.5 Limitação de visão de longo prazo .................................................................. 86

6. Metas de inflação .................................................................................................... 87

7. Índice de preços ...................................................................................................... 927.1 Histórico dos índices de preços ....................................................................... 98

capítulo 6 – taxas de juros ......................................................................................1011. Introdução ............................................................................................................ 1032. Conceito ............................................................................................................... 103

2.1 Juros nominal e real ....................................................................................... 1043. Juros e outras variáveis .......................................................................................... 1054. Finanças públicas, orçamento e títulos públicos ................................................... 1065. Sistemas de liquidação e custódia de títulos ......................................................... 109

5.1 Sistema Especial de Liquidação e Custódia de Títulos (Selic) ..................... 1105.2 Balcão Organizado de Ativos e Derivativos (Cetip S.A.) .............................. 110

6. Tipos de taxas de juros ......................................................................................... 1116.1 Taxa Selic ....................................................................................................... 1116.2 Taxa DI.......................................................................................................... 1126.3 Taxa Básica Financeira (TBF) ...................................................................... 1136.4 Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) .......................................................... 1146.5 Taxa Referencial (TR) .................................................................................. 116

7. Comitê de Política Monetária (Copom) ............................................................... 1178. Histórico de taxas ................................................................................................ 1199. Banco Central: autonomia versus independência .................................................. 121

capítulo 7 – câmbio .................................................................................................1231. Conceito ............................................................................................................... 1252. Taxas de câmbio ................................................................................................... 1263. Determinação das taxas de câmbio ....................................................................... 1264. Regimes cambiais ................................................................................................. 127

4.1 Câmbio fixo ................................................................................................... 1274.2 Bandas cambiais ............................................................................................ 1284.3 Câmbio flexível .............................................................................................. 128

5. Câmbio fixo versus câmbio flexível ....................................................................... 129

capítulo 8 – contas externas ....................................................................................1331. Introdução ............................................................................................................ 1352. Balanço de pagamentos ........................................................................................ 1353. Balanço de transações correntes ............................................................................ 137

3.1 Balança comercial (exportações e importações) ............................................. 1373.2 Serviços e rendas ........................................................................................... 1393.3 Transferências unilaterais ............................................................................... 140

4. Conta capital e financeira ..................................................................................... 1414.1 Conta capital ................................................................................................. 1414.2 Conta financeira ............................................................................................ 141

5. Erros e omissões ................................................................................................... 1426. Resultado global do balanço – Reservas internacionais ........................................ 142

capítulo 9 – Petróleo ................................................................................................1551. A importância do petróleo .................................................................................... 1572. As crises do petróleo ............................................................................................. 1573. O petróleo hoje ..................................................................................................... 159

capítulo 10 – risco-país ..........................................................................................1611. Introdução ............................................................................................................ 1632. Principais indicadores de risco .............................................................................. 165

2.1 J.P. Morgan Chase ......................................................................................... 1652.2 Standard & Poor’s ......................................................................................... 1682.3 Fitch .............................................................................................................. 1712.4 Moody’s ......................................................................................................... 172

3. Investment grade ..................................................................................................... 176

capítulo 11 – dívida .................................................................................................1791. Conceito ............................................................................................................... 1812. Dívida pública ...................................................................................................... 181

2.1 Dívida pública interna ................................................................................... 1822.2 Dívida pública externa ................................................................................... 182

3. Dívida privada ...................................................................................................... 1833.1 Dívida privada interna ................................................................................... 1843.2 Dívida privada externa ................................................................................... 185

Parte III – PolítIcas econômIcas

capítulo 12 – Política econômica ..............................................................................1891. Introdução ............................................................................................................ 1912. Estrutura governamental ...................................................................................... 191

2.1 O Ministério da Fazenda ............................................................................... 1922.2 Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) ........................... 1972.3 Banco Central do Brasil (Bacen) ................................................................... 1972.4 Conselho Monetário Nacional (CMN) ......................................................... 199

capítulo 13 – Política fiscal ......................................................................................2011. Introdução ............................................................................................................ 2032. Estabilizadores embutidos .................................................................................... 2033. Políticas fiscais discricionárias ................................................................................ 204

capítulo 14 – Política monetária ...............................................................................2071. Introdução ............................................................................................................ 2092. Políticas monetárias discricionárias do Banco Central ......................................... 209

2.1 As operações no mercado aberto ................................................................... 2102.2 A política da taxa de redesconto .................................................................... 2102.3 Alteração das taxas de reserva legal exigida dos bancos/depósito compulsório ....210

capítulo 15 – Política cambial ..................................................................................2131. Introdução ............................................................................................................ 2152. Políticas cambiais recentes .................................................................................... 216

capítulo 16 – Política comercial ...............................................................................2191. Introdução ............................................................................................................ 2212. Dados sobre comércio exterior ............................................................................. 222

Parte Iv – aBordagem hIstórIca da economIa BrasIleIra

capítulo 17 – o processo de substituição das importações .....................................2331. Introdução ............................................................................................................ 2352. A crise do modelo cafeeiro de exportação ............................................................. 236

3. O modelo de industrialização por substituição das importações ........................... 2364. A industrialização no Estado Novo ...................................................................... 2375. Os efeitos da Segunda Guerra Mundial na industrialização brasileira ................. 2386. O pós-guerra e a industrialização brasileira .......................................................... 2387. A industrialização na década de 1950 – O segundo governo Vargas .................... 2398. JK, o Plano de Metas e a consolidação do Processo de Substituição

de Importações (PSI)............................................................................................ 239

capítulo 18 – a década de 1960 ..............................................................................2411. Precedentes da crise .............................................................................................. 2432. Causas da crise da década de 1960 ....................................................................... 2433. O Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) ............................................. 244

capítulo 19 – a década de 1970 ..............................................................................2471. Introdução ............................................................................................................ 2492. O milagre econômico ........................................................................................... 2493. Auge e crise do milagre econômico ..................................................................... 250

capítulo 20 – as décadas de 1980 e 1990 ...............................................................2531. Introdução ............................................................................................................ 2552. O Plano Cruzado ................................................................................................. 2553. O Plano Bresser .................................................................................................... 2564. O Plano Verão ...................................................................................................... 2575. Os Planos Collor I e II ......................................................................................... 2576. A abertura comercial e o Plano Real .................................................................... 258

capítulo 21 – governos fhc e lula ..........................................................................2611. Da inflação para a democratização ....................................................................... 2632. Alguns dados sobre os governos FHC e Lula ....................................................... 264

referências ..............................................................................................................269

17

pArte iintrodução ao estudo econômico

A primeira parte da obra, como o próprio enunciado diz, traz aspectos introdutórios da ciência econômica e procura evidenciar a relevância histórica desta área de co-nhecimento no cotidiano. Dentro desta perspectiva, parte-se do significado da economia, passando por uma rápida descrição da evolução desta, até chegar aos conceitos importantes de macroeconomia e microeconomia.

Em seguida, são tratados os principais conceitos de grandes pensadores eco-nômicos, com destaque para as contribuições e teorias de Adam Smith, David Ricardo, Alfred Marshall, Joseph Alois Schumpeter, John Maynard Keynes e John Kenneth Galbraith.

Ao fim dos primeiros capítulos, poder-se-á conhecer não só as bases teóricas e conceituais da economia, mas também um pouco de sua evolução ao longo da história da humanidade.

19

Parte I – Introdução ao estudo econômico

CApÍtuLo 1introdução

21

Capítulo 1 – Introdução

1. A ciência econômica

Este capítulo apresenta uma breve introdução à economia, uma vez que aborda seus principais conceitos e escolas de pensamento. Pretende-se nortear o leitor quanto à base do estudo da ciência econômica. Posteriormente, será apreciado o conceito de macroeconomia, bem como as principais questões estudadas por esta última. Observar-se-á, assim, que diversas questões da vida cotidiana são oriundas desta área de conhecimento, daí a sua fundamental importância. Por fim, verifica-se o conceito de microeconomia.

1.1 introdução à economia

Antes de iniciar qualquer estudo sobre a economia brasileira, é preciso compreender o significado da palavra “economia”. A expressão deriva do grego oikosnomos1 (de oikos, casa, e nomos, lei), cujo significado é a administração de uma casa ou de um Estado.

Pode-se encontrar uma gama de conceitos possíveis para o termo “economia”, como:• estudodasatividadesque,comousemdinheiro,envolvemtransaçõesdetroca

entre pessoas;• estudodamaneirapelaqualhomensdecidemutilizarrecursosprodutivosescassos

ou abundantes (terra, mão de obra, bens de capital etc.) para produzir várias mer-cadorias e distribuí-las a vários membros da sociedade, para consumo;

• estudodamaneirapelaqualahumanidaderealizaatarefadeorganizarsuasatividades de consumo e produção;

• estudodariqueza;• estudodecomomelhorarasociedade.

Ou ainda:

economia é o estudo do modo como os homens e a sociedade decidem, com ou sem a utilização do dinheiro, e empregam recursos produtivos escassos, que poderiam ter aplicações alternativas, para produzir diversas mercadorias ao longo do tempo e distribuí-las para consumo, agora e no futuro, entre diversas pessoas e grupos da sociedade. ela analisa os custos e os benefícios da melhoria das configurações de alocação de recursos.

A Antiguidade não foi muito representativa com relação à evolução econômica. Na Grécia, observa-se que as primeiras referências são feitas em trabalhos de Aristóteles (384-322 a.C.), Platão (427-347 a.C.) e Xenofonte (440-335 a.C.). Roma não deixou nenhum escrito notável nessa área.

1 termo supostamente cunhado por aristóteles por volta de 384-322 a.c.

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Parte I – Introdução ao estudo econômico

A partir do século XVI, surge a primeira escola econômica: o mercantilismo. Apesar de não representar um conjunto técnico homogêneo, o mercantilismo tinha algumas preocupações explícitas sobre a acumulação de riquezas de uma nação. Fomentava os princípios de comércio exterior e deu grande importância ao acúmulo de metais preciosos (metalismo).

No século XVIII, surge a segunda escola de pensamento: a fisiocracia, na França. Além de considerar a terra como única fonte de riqueza, os fisiocratas sustentavam a existência de uma ordem natural que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, desejadas pela Providência Divina para a felicidade dos homens. O trabalho de maior destaque foi o de François Quesnay, inti-tulado Tableu économique, sendo este o primeiro autor a dividir a economia em setores e a mostrar a interligação destes. Pode-se dizer que a fisiocracia surgiu em reação ao mercantilismo, sugerindo a desregulamentação governamental.

A terceira escola econômica foi a escola Clássica, considerada a precursora da economia política moderna. Em 1776, Adam Smith publicou seu livro pioneiro A riqueza das nações – originalmente, The wealth of nations –, que marcou a emancipação da forma-ção de preço no mercado livre da mão interferidora da regulamentação estatal. Smith acreditava que se deixasse atuar a livre concorrência, uma “mão invisível” levaria a sociedade à perfeição, seguindo o princípio do liberalismo econômico. Assim, seus ar-gumentos baseavam-se na livre iniciativa, no laissez-faire. Foi de Adam Smith, ainda, o conceito de divisão do trabalho. Outros pensadores marcaram a escola Clássica, como David Ricardo (1772- 823), John Stuart Mill (1806-1873), Jean Baptite Say (1768-1832), Thomas Malthus (1766-1834), entre outros.

Vale ressaltar, por outro lado, que uma série de considerações foi feita aos modelos e às escolas econômicas, destacando-se os marxistas e os institucionalistas. Ambos criticavam a abordagem pragmática da ciência econômica e propuseram um enfo-que analítico, no qual a economia interage com os fatores históricos e sociais. Os marxistas têm seu pilar na crítica feita por Karl Marx, na obra chamada O Capital – Das kapital, no original. Para Marx, o capital aparece com a burguesia, considerada uma classe social que se desenvolve após o desaparecimento do sistema feudal e que se apropria dos meios de produção. A outra classe social – o proletariado – é obrigada a vender sua força de trabalho, dada a impossibilidade de produzir o necessário para sobreviver. O conceito de mais-valia refere-se à diferença entre o valor das mercado-rias produzidas pelos trabalhadores em um dado período de tempo e o valor da força de trabalho vendida aos empregadores capitalistas que a contratam. Os lucros, juros e aluguéis (rendimentos de propriedade) também representam a mais-valia. Assim, sua principal crítica referia-se ao capitalismo competitivo e à livre concorrência, pois afirmava que a classe trabalhadora era explorada pelos capitalistas.

23

Capítulo 1 – Introdução

Os institucionalistas, por sua vez, foram representados principalmente por Thornstein Veblene e John Kenneth Galbraith e dirigiram críticas ao alto grau de abstração da Teoria Econômica e ao fato desta não incorporar as instituições sociais em sua análise – daí o nome de institucionalistas.

A quarta escola econômica foi a Neoclássica, que teve início na década de 1870 e se desenvolveu até as primeiras décadas do século XX. O grande nome deste período foi Alfred Marshall (1842-1924) e sua principal obra foi Princípios de economia, publicada em 1890. Sua contribuição foi focada na teoria microeconômica, destacando-se a Teoria Marginalista – receita marginal, custo marginal etc.

Finalmente, a economia teve um grande marco com a teoria keynesiana, de John Maynard Keynes, que representou uma profunda alteração na economia capitalista, com a obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda – originalmente, The General Theory of Employment, Interest and Money –, em 1936.

Entre esses teóricos, são poucos aqueles que estudam economia apenas para formular uma opinião acerca dos méritos nos grandes debates relativos ao capitalismo histórico, à moderna economia mista ou aos sistemas econômicos do Oriente. Estuda-se economia, basicamente, para responder a questionamentos. Perguntas do tipo: Como é possível formular políticas e promulgar programas que acelerem o ritmo do crescimento e do desenvolvimento econômico? Como pode uma economia moderna, elevar a qualidade de sua vida econômica e abrir mão do simples crescimento quantitativo, e ainda fazer isso sem trazer para si mesma uma grande pressão provocada pelo desemprego em mas-sa? Quais os tipos de emprego disponíveis? Quanto pagam? Qual a quantidade de bens que R$ 1,00 compra agora e quanto comprou em uma época de inflação galopante? Será que o governo cobrará tributos para ajudar desempregados, ou existirão outras medidas que podem ser tomadas a fim de ajudar a solucionar esta questão? Deve-se aumentar a taxa de juros para controlar a inflação? Mas, e os efeitos dos juros na geração de emprego, na dívida pública, na entrada de moeda estrangeira no país, no incentivo à produção? Essas e outras perguntas serão discutidas e estudas a seguir.

2. introdução à macroeconomia

2.1 Conceito e importância da macroeconomia

Macroeconomia é o estudo do comportamento agregado de uma economia2. Enquanto a vida econômica de uma nação depende de milhões de ações isoladas – realizadas por empresas, consumidores, trabalhadores e funcionários do governo –, seu foco é a análise das consequências globais dessas ações individuais.

2 sachs, 2000.

Saint Paul EditoraConhecimento em Administração, Contabilidade e Economia

Acesse: www.saintpaul.com.br/editora(11) 3513-6930 | editora@saintpaul.com.br

comPrar

autor: José Cláudio Securato

Número de páginas: 272

Edição: 2.ª | ano: 2011

economia brasileiraHistória, conceitos e atualidades