conceitos de economia

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Conceitos de Economia A economia pode ser definida assim: o estudo de como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilizaes alternativas, para produzir bens variados. Pode-se fazer a seguinte diviso no estudo econmico: - Macroeconomia- analisa o comportamento da economia como um todo, por meio de preos e quantidades absolutos. Faz parte dela os movimentos globais nos preos, na produo ou no emprego. - Microeconomia- estuda o comportamento de cada molcula econmica do sistema, por meio de preos e quantidades relativas. Para exemplificar, pode-se citar a anlise do funcionamento de empresas. Enquanto a economia positiva ocupa-se da descrio de fatos, circunstncias e relaes econmicas, a economia normativa expressa julgamentos ticos e valorativos. As grandes divergncias entre os economistas aparecem nas discusses de carter normativo, como por exemplo o da dimenso do Estado e o poder dos sindicatos. 1. INTRODUO Economia, cincia social que estuda os processos de produo, distribuio, comercializao e consumo de bens e servios. Os economistas estudam a forma dos indivduos, os diferentes coletivos, as empresas de negcios e os governos alcanarem seus objetivos no campo econmico. Seu estudo pode ser dividido em dois grandes campos: a microeconomia, teoria dos preos, e a macroeconomia.Quanto ao tema fatores de produo, h uma divergncia de opinies entre os economistas quanto ao nmero de fatores, porem todos concordam com a existncia de fatores de produo. A seguir abordaremos as duas correntes, sendo que primeiro ser feito uma analise do pensamento dos autores mais antigos ou tradicionais, para o qual classificam em trs os fatores de produo que so: A "terra", o "trabalho" e o "capital". A "terra" e o "trabalho" so considerados fatores originrios, j o "capital" e derivado da "terra" e do "trabalho". Segundo a teoria desses autores, vamos analisar a influencia desses trs fatores na produo. Esses fatores tm influencia direta na produo, os quais so utilizados para satisfazer as nossas necessidades, direta ou depois de transformadas. O planeta em que habitamos que foi denominado de "Terra", constitui o primeiro fator de produo e quando surgiu o homem, o mundo j estava criado. O homem vem em constante evoluo, seus conhecimentos renovado freqentemente, porem at hoje podemos aproveitar somente a superfcie da terra, a camada inferior mais prxima e a camada gasosa que envolve nosso planeta. A terra tem condies de nos oferecer os gneros alimentcios e a matria-prima necessria para a produo de novos bens econmicos. A natureza generosa, pois encontramos na terra muitas

coisas imediatamente aproveitadas como: os peixes, animais comestveis, ervas, frutas a gua etc. E no s isso, temos os mares e os rios com suas quedas-d'gua, o homem faz aproveitamento desses recursos, para melhorar a sua existncia. Podemos notar tambm que at as coisa que a natureza nos oferece prontas, como: os animais, peixes, frutas etc., exige algum esforo que considerado "trabalho", como: a caa, a pesca, a colheita, o transporte, o armazenamento, etc. Ento o segundo fator de produo o "trabalho" (Esse nome vem de um antigo instrumento chamado "tripallium", o qual era usado para castigar os escravos e exigir deles mais trabalho). bom lembrar que o homem o agente da produo e o seu trabalho representa o segundo fator da produo. O trabalho, em economia, quer dizer o trabalho humano e no o desempenho das mquinas e nem o esforo dos animais que parecem trabalhar. A mquina industrial e os animais colocados a servio do homem representam o terceiro fator de produo, que o "capital" o qual vamos abordar a seguir. Ao longo dos anos, o homem percebeu que mesmo as coisas que no proporcionavam a pronta satisfao de suas necessidades, serviriam para ajuda-lo a obter outras coisas de consumo imediato. Ento o homem primitivo percebeu que poderia fazer instrumentos como o arco e flecha, o machado de pedra, a foice com dentes de slix, etc; que poderiam auxilia-los a conseguir com mais facilidade as coisas para a sua sobrevivncia e de sua famlia. Dessa forma que nasceu o terceiro fator da produo, que denominamos de "capital". considerado capital, os bens que no se destina imediata satisfao do ser humano, mas que tem a funo de facilitar a produo de utilidades econmicas. O capital no ponto de vista econmico representado pelas matrias primas, usinas, mquinas, ferramentas, edifcios industriais etc. O dinheiro ou o credito, tambm considerado capital, somente do ponto de vista comercial ou financeiro, representando a fonte do financiamento para a compra dos bens de produo: bens durveis e transitrios (insumos). Fatores de Produo Quando os trs fatores esto em harmonia, a produo com certeza estar crescente, observamos na "terra" o fator originrio com uma riqueza incalculvel para o ser humano, com o "trabalho" conseguirmos os bens econmicos, e por fim vem o "capital", que s com ele pode se concluir o ciclo produtivo. A sociedade vem evoluindo, com isso nasceu um novo fator de produo, defendido por muitos autores denominado de "empresa", que representa a organizao econmica que tem a funo de reunir ou combinar os fatores tradicionais da produo terra, trabalho e capital e que agrega o quarto fator a "empresa", a qual tem a funo de produzir bens e servios. Quando falamos em economia moderna observamos que caracterizada pela existncia de muitas e variadas empresas

produtoras de bens e servios. Chegou a um ponto de importncia na vida econmica, que a empresa passou a ser considerada um novo fator de produo, defendida por alguns autores de Economia. Porem no devemos considerar a empresa como fator de produo e sim forma de produo. Justificando esta teoria observamos que antes da Revoluo Industrial, que passou da produo manual, para a produo mecnica, a qual deu inicio no sculo 18 e se desenvolveu no sculo 19. A partir da revoluo industrial que antes era de forma domstica (produo manual) ganhou nova forma, a empresarial (produo mecnica). Ento conclumos que tradicionalmente so trs os fatores de produo: A terra, o trabalho e o capital. Depois de analisar a fundo os trs fatores da produo, estamos preparados para eliminar um fator, que a terra. Dessa forma fica o trabalho e o capital ao qual pode ser aplicada a seguinte frmula: (Fatores de produo = Trabalho + Capital). O fator trabalho o esforo somente do homem, fica de fora deste fator, os animais e as mquinas. J o fator capital com a reduo dos fatores passa a ter um novo conceito que o divide em trs: Terra, Bens de produo e bens de consumo durveis. 1 Terra: so os bens durveis da natureza como as minas, reas urbanas, terrenos agrcolas etc. 2 Bens de produo durveis ou capital fixo: so bens feito pelo homem como as ferramentas, maquinas etc. 3 Bens de consumo durveis: so bens produzidos pelo homem como os automveis, residncias etc. Quando unimos a fora do trabalho dos trabalhadores ativos, com os recursos do capital disponvel empregado por todas as empresas, desde o primeiro dia do ano, surge, no fim do perodo (para facilitar os trabalhos de anlise macroeconmica de um pas foi escolhido o perodo de tempo de 1 de janeiro a 31 de dezembro), a produo nacional bruta ou produto nacional bruto do pas. Define-se a produo global do pas, no prazo de um ano como bens econmicos, em "bens de consumo" e "bens de produo". Sendo a produo nacional bruta ou produto nacional bruto, um dos mais importantes agregados macroeconmicos, o qual tem dois destinos, o "investimento" e o "consumo". importante frisar que "Investimento" no mercado financeiro tem um sentido; j em Economia tem outro. No mercado financeiro significa aplicao do capital em ttulos pblicos ou privados ou, ento, a compra de ativos reais, como o dlar, ouro, imvel etc. No setor econmico significa aplicao em edifcios, equipamentos industriais, maquinarias, instalaes etc. muito importante conhecer os dois significados. A produo total de um pas, bem como a produo que recebe do exterior segue os mencionados destinos, sendo que uma parte da produo consumida (geralmente todos os bens de consumo e servios) e a outra parte aplicada ou investida novamente na produo por particulares, governo e empresas em

menor escala, como novo capital. Podemos comparar uma pessoa que precisa de uma casa para a sua famlia. Pois ela reserva parte de seus rendimentos para um investimento que pode ser, para a aquisio ou construo da casa prpria, e a outra parcela destinada para a alimentao, vesturio, remdios, educao etc. Essas noes so consideradas bsicas, porem muito importante conhecer a atividade econmica de um pas, porque a regra praticamente igual em todo o mundo. Tudo o que foi abordado at aqui nos d a condio de entender a equao fundamental da produo de qualquer pas. Lembrando que: "Fator de produo = Trabalho + Capital". Com tudo que vimos at agora, chegamos a mais uma frmula da produo global de um pas que : "Produo (ou Produto) Nacional Bruta = Consumo + Investimento". Esta frmula mostra que a produo (ou produto) nacional bruta ser sempre a soma em dinheiro (moeda de cada pas) dos bens consumidos pelas empresas, governos e particulares, mais os bens destinados ao investimento, constituindo assim o novo capital, para outro ciclo de operao no ano seguinte. A produo (ou produto) nacional bruta pode ser apresentada em termos monetrios (na moeda de cada pais), como tambm pode ser representados por meio de taxas percentuais ex: 2,5%, 4%, 6% etc., para efeito de estatsticas, para comparar um perodo em relao a outro. A frmula da produo global de um pas pode ser representada palas iniciais das palavras e fica assim: (PNB = C + I). Ex: PNB (R$ 75.000) = C (R$ 55.000) + I (R$ 20.000). Completando o estudo da produo e seus fatores, devemos observar a "depreciao do capital", que em Economia significa desgaste fsico dos bens de produo ou do capital fixo representado pelos equipamentos, utenslios, instalaes durante as operaes de produo. Sendo que o capital fixo sofre desgaste pelo uso, ento o total da depreciao deve ser deduzido do valor da produo (ou produto) nacional bruta, para se ter maior preciso no clculo da produo global de um pas. Quando deduzimos o total da depreciao do capital fixo da produo (ou produto) nacional bruta, fica o resultado da "produo (ou produto) nacional liquida", a qual pode ser PNL ao custo dos fatores de produo e PNL a preos de mercado. Conclumos ento que: 1 A produo (ou produto) nacional bruta o valor (em moeda do pas) da produo global de bens e servios de um pas. 2 A produo (ou produto) nacional liquida a mesma produo anterior depois de deduzido o valor da depreciao do capital fixo. Vamos ver a frmula da produo (ou produto) nacional lquida fica assim: Produo (ou produto) nacional liquida = Consumo + Investimento - Depreciao. Usando as 1 letras fica assim: (PNL = C + I - D). Ex: PNL (R$ 75.000) = C (R$ 60.000) + I (20.000) - D (5.000). Nas consideraes finais importante esclarecer que considerando apenas a produo interna do pas, (excluindo as

rendas liquidas enviadas ao exterior e tambm a depreciao do capital fixo) deve se falar em produo (ou produto) interna bruta PIB. Este outro agregado importantssimo na moderna anlise macroeconmica, de vez que ele representa, como dissemos, tudo aquilo que se produz exclusivamente dentro das fronteiras geogrficas de um pas (sem as relaes externas). O PIB constitui um indicador da atividade econmica global de um pas, sinalizando o seu crescimento (variao positiva - ex. 4.1%) ou seu decrscimo (variao negativa ex. - 2.6%) de um ano para outro. Tudo que abordamos neste artigo usado para a economia de qualquer pas, seja ele desenvolvido ou subdesenvolvido. CPP Em economia, a fronteira de possibilidades de produo (FPP), tambm designada por curva de possibilidade de produo (CPP), ilustra graficamente a escassez dos fatores de produo cria um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, pas ou sociedade. Assim na funo supe-se a produo de apenas dois bens, sabendo que os restantes fatores de produo j so dados. A Funo FPP tem a forma de curva e, ao longo desta, possvel estabelecer diferentes pontos mximos de eficincia produtiva e respectivos trade-offs resultantes do aumento/diminuio da produo de um dos bens expostos. Qualquer ponto no seu interior representa ineficincia produtiva, pois no se produz na mxima eficincia possvel, estabelecida pela fronteira. Qualquer ponto no seu exterior impossvel como prova a lgica. Teoria A curva representa todas as possibilidades de produo que podem ser atingidas com os recursos e tecnologias existentes. Em economias de mercado, descentralizadas, a escolha sobre as alternativas de produo fica a cargo do mercado. J em economias planificadas, centralizadas, o deslocamento da CPP feito conforme deciso de quem a controla. Devido a limitao de recursos, a produo total, de um pas por exemplo, tem um limite mximo, uma produo potencial, que representada por um ponto sobre a curva. Quando um ponto est dentro da curva a economia est operando com capacidade ociosa ou desemprego de recursos (fatores de produo sub-utilizados). Quando o ponto est fora da curva h uma situao impossvel de utilizao de mais recursos do que os disponveis. Esse ponto somente ser atingido com um aumento na CPP, que representar um acrscimo de fatores de produo, representando o desenvolvimento de uma sociedade. Para fins de simplificao, imagine a deciso sobre uma escolha e suas possveis solues num empreendimento de plantio: Um stio com um tamanho fixo, uma base de instalaes, insumos agrcolas e um nmero fixo de trabalhadores. Como a anlise concomitante de tais problemas bastante complicada, vamos supor

que, nesse stio, os ruralistas esto concentrados em produzir dois tipos de bens: Feijao Guand e Milho. Se o ruralista utilizar toda a terra para cultivar milho, no haver rea disponvel para o plantio de Guand. Por outro lado, se ele quiser se dedicar somente cultura de Guand, utilizando-se de todo o stio para este fim, no poder plantar milho. Existiro, claro, alternativas intermedirias, como a utilizao de parte das terras para o plantio de Guand, ficando a frao restante para a cultura de milho. As vrias possibilidades de produo podem ser ilustradas atravs de um exemplo numrico. Possibilidades Guand(kg) Milho (kg) A B C D E F 0 1500 2500 3500 4500 5500 8000 7000 6000 5500 3500 0

Vamos, a seguir, representar graficamente a escala de possibilidades de produo entre milho e soja. Para tanto, utilizaremos um sistema de eixos cartesianos. O eixo das ordenadas (vertical) representar a quantidade de milho que a fazenda pode produzir. No eixo das abscissas (horizontal) representaremos a quantidade de soja que pode ser obtida. Curva de Possibilidades de Produo (ou Fronteira de Possibilidades de Produo) nos mostra todas as combinaes possveis entre milho e soja que podem ser estabelecidas, quando todos os recursos disponveis esto sendo utilizados (significando estar havendo pleno emprego de recursos). Eficincia produtiva Teremos eficincia produtiva somente se estivermos situados sobre a fronteira (ao longo da linha AF), onde aumentos na produo de soja devero vir, ecessariamente, acompanhados de diminuies na produo de milho. Custo de Oportunidade: acabamos de verificar que se a fazenda estiver usando eficientemente seus recursos (o que indica uma situao de pleno emprego) um aumento na produo de soja somente ocorrer mediante uma diminuio na produo de milho. Assim, o custo de um produto poder ser expresso em termos da quantidade sacrificada do outro. Sistemas Economicos Um sistema econmico pode ser definido como sendo a forma poltica, social e econmica pelo qual estar organizada uma sociedade. Engloba o tipo de propriedade, a gesto da economia, os

processos de circulao das mercadorias, o consumo e os nveis de desenvolvimento tecnolgico e da diviso do trabalho. De conformidade com sua definio, os elementos bsicos de um sistema econmico so: 1) os estoques de recursos produtivos ou fatores de produo, que so os recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as reservas naturais e a tecnologia; 2) o complexo de unidades de produo, que so constitudas pelas empresas e; 3) o conjunto de instituies polticas, jurdicas, econmicas e sociais, que constituem a base de organizao da sociedade. Quanto classificao, atualmente, se conhece a existncia de dois sistemas econmicos distintos: o capitalismo e o socialismo. O sistema capitalista ou economia de mercado regido pelas foras de mercado, predominantemente a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produo. O sistema capitalista predomina na maioria dos pases industrializados ou em fase de industrializao e sua economia baseia-se na separao entre trabalhadores juridicamente livres, que dispem, apenas da fora de trabalho e a vendem em troca de salrio, e capitalistas, os quais so proprietrios dos meios de produo e contratam os trabalhadores para produzir mercadorias (bens dirigidos para o mercado) visando obteno de lucros. Historicamente, o sistema capitalista tem passado por grandes evolues, no sculo XIX, o capitalismo apresentava-se estruturado, com os industriais e banqueiros centralizando as decises econmicas e polticas, e os comerciantes atuando como seus intermedirios. No final deste sculo, acentuavam-se as tendncias concentrao, com cartis, truste e monoplio, o que, no sculo XX, resultaria na formao de gigantescas empresas multinacionais. No sistema capitalista, as crises so freqentes, provocando falncias, desemprego e inflao em boa parte do mundo. Para amenizar os efeitos dessas crises, crescente a interveno do Estado na economia. J no sistema socialista, ou economia centralizada, ou ainda economia planificada, as questes fundamentais so resolvidas por um rgo central de planejamento, predominando a propriedade pblica dos fatores de produo, chamadas nessas economias de meios de produo, englobando os bens de capital, terra, prdios, bancos, matria-prima etc. o sistema socialista tem suas doutrinas e movimentos polticos voltados para os interesses dos trabalhadores, priorizando eliminar as diferenas entre as classes sociais e planificar a economia, para obter uma distribuio racional e justa da riqueza social. Na realidade, o sistema econmico no se apresenta de forma homognea, de modo a se observar formas contrastantes na mesma totalidade social. Assim, no capitalismo mais avanado, persistem formas artesanais de produo pr-capitalista. Tambm em pases socialistas co-existem a propriedade estatal, a propriedade cooperativa e a pequena ou mdia propriedade rural particular. Alguns estudiosos defendem a tese de que, historicamente, os

sistemas econmicos atuais (capitalismo e socialismo) caminharam para uma aproximao rumo a sociedades industrializadas geridas burocraticamente e de forma centralizada. No capitalismo o planejamento e a centralizao decorrem da ao do Estado e dos monoplios, enquanto do lado socialista se acentua a tendncia a recorrer a determinados mecanismos prprios da economia de mercado, possibilitando a concorrncia entre as empresas de propriedade estatal. Em sntese os pases organizam-se segundo esses dois sistemas, ou alguma forma intermediria entre eles. GLOSSRIO Fatores de Produo: Recursos de que as pessoas e, conseqentemente a sociedade (que pode ser um pas, uma regio, uma comunidade etc.) dispe para produzir qualquer bem ou servio. Os fatores de produo se dividem em quatro categorias: trabalho, recursos naturais, capital e tecnologia. Cartel: Organizao de comercializao em conjunto criada por empresas que fixam o preo de venda e as quotas de produo para as empresas filiadas, que assim deixam de concorrer entre si. As empresas que formam um cartel mantm sua independncia e individualidade, mas devem respeitar as regras aceitas pelo grupo, tais como: diviso do mercado e a manuteno do preo combinado ou estabelecido. Truste: Estrutura empresarial na qual vrias empresas, j detendo a maior parte do mercado, fundem-se para assegurar esse controle, estabelecendo preos elevados que lhe garantam elevadas margens de lucro. Monoplio: Tipo de mercado onde existe a exclusividade ou privilgio de venda. No monoplio no h competidores, no existem produtos para substituio, ocorre alta influncia nos preos e o estabelecimento regulado pelo prprio produtor. Planificao: Mtodo de planejamento central usado nos pases socialistas, em que as decises de natureza econmica, so tomadas por um rgo estatal. Pressupe a elaborao de planos de produo rigorosos para todos os setores da economia. Lei da Oferta e da Procura (demanda e oferta) Demanda tudo aquilo que um consumidor almeja adquirir em determinado espao de tempo. Temos que entender que somente o desejo de adquirir certo bem, e no a consumao de tal, que seria caracterizado como consumo. A demanda pode ser influenciada por vrios fatores, como: - O gosto do consumidor; - A relao entre o preo do bem quanto maior, menor ser a procura pelo mesmo;

- A relao de seu preo com o preo de bens substitutos. Ex.: o preo da manteiga e da margarina; - A relao de seu preo e o poder de compra do consumidor. Oferta a quantidade de bens ou servios que os produtores dos mesmos desejam vender em determinado espao de tempo. Depende de algumas variveis: - A quantidade ofertada de um bem; - O preo deste bem; - O preo dos bens concorrentes a este; - O custo de produo destes bens; - A tecnologia empregada na fabricao destes produtos. Assim, podemos ver que quanto h o aumento do preo de um produto, maior o estimulo para a fabricao deste bem. Quando a quantidade deste bem se normaliza no mercado, h a reduo de seu preo, estimulando a demanda e desestimulando a vontade dos fabricantes de produzi-lo. Essas foras de mercado vivem em conflito, fazendo com que o preo dos produtos seja regido pela oferta, que oferecer pouco para o mesmo elevar-se, e pela demanda, que almejar muitos produtos para ele chegar a preos mais acessveis. E esta lei econmica serve para qualquer produto. Como exemplo, podemos citar o vdeo-cassete, que no incio da dcada de 80 custava muito caro. Seu preo foi declinando com a chegada de marcas diferentes, e tambm de produtos concorrentes (como o DVD) no mercado ou significa, sua oferta aumentou para uma demanda estabilizada. Um bom exemplo que encontramos em nosso dia-a-dia o supermercado. Em pocas especificas como Pscoa, Natal, etc., os produtos de poca tendem a ficarem mais caros, pois a demanda pelos mesmos aumenta em uma proporo muito maior que o aumento de sua oferta. 2. Microeconomia conhecida como o ramo da cincia econmica voltado ao estudo do comportamento das unidades de consumo representadas pelos indivduos e/ou famlias, ao estudo das empresas, ao estudo da produo e preos dos diversos bens, servios e fatores produtivos. A microeconomia visa explicar como a empresa individual decide qual ser o preo de venda de um produto em particular, que montante de produo maximizar seus lucros e qual a combinao mais baixa possvel de custos de mo-de-obra, matria-prima, bens de capital, e outros insumos com vistas a obteno de determinado produto. 3. DEMANDA, OFERTA E EQUILBRIO DE MERCADO Conceito de demanda

A demanda de um produto definida como o conjunto das diversas quantidades que os usurios esto dispostos a adquirir desse produto, por unidade de tempo. Fatores que influenciam a demanda: o preo do produto; os preos de outros produtos, substitutos ou complementares; a renda dos consumidores; os gostos e preferncias; as expectativas de variao de preos, etc.

Lei geral da demanda Considerando constantes os demais fatores (ceteris paribus), podemos dizer que a quantidade demandada de um bem ou servio varia no sentido inverso de seu preo, ou seja, a quantidade demandada tanto maior quanto menor o seu preo, e vice-versa. Essa a lei da demanda. Demanda de bananas Preo da N de dzia de dzias por bananas (R$) semana 0,80 0,90 1,00 1,00 1,20 1,30 250 210 180 150 110 80

Preo

Quantidade

Podemos tambm representar demanda. Temos que Qdx = f (px)

algebricamente

uma

curva

de

Logo, a funo demanda pode ser representada pela expresso Qd= a bp Pode a curva de demanda assumir outras formas? Dada a funo Qd = 50 4p, ao preo p = 3, Qd = 38; se a rende crescer, de modo que ao mesmo preo tivermos Qd = 48, qual a nova funo demanda? 3.2 Conceito de oferta A oferta de um produto definida como o conjunto das diversas quantidades que os produtores esto dispostos a produzir e oferecer, por unidade de tempo. Fatores que a influenciam a oferta: - o preo do produto; - os preos de outros produtos, substitutos na produo; - os custos de produo; - a tecnologia; - casos fortuitos; etc. 3.2.1 A lei geral da oferta Considerando constantes os demais fatores (ceteris paribus), pode-se dizer que quantidade ofertada de um bem ou servio varia no sentido de seu preo, ou seja, a quantidade ofertada tanto maior quanto maior o seu preo, e vice-versa. Essa a lei da oferta. Oferta de bananas Preo da N de dzia de dzias por bananas (R$) semana 0,80 0,90 1,00 1,00 1,20 1,30 75 95 120 150 180 210

Preo

Quantidade

Podemos tambm representar algebricamente uma curva de oferta. Temos que Qox = f (px) Logo, a funo demanda pode ser representada pela expresso Qo= a + bp Pode a curva de oferta assumir outras formas? Equilbrio de mercado Consideremos novamente as duas tabelas de demanda e de oferta de bananas. A cada preo da dzia de bananas as quantidades demandadas e ofertadas so diferentes, com exceo do preo R$ 1,10 a dzia. A qualquer preo acima desse nvel a quantidade ofertada maior, e a qualquer preo abaixo a quantidade demandada maior. Preo da Quantidad Quantidad Diferenas dzia de e Ofertada e (dzias) bananas (R$) por demandad semana a por semana 0,80 0,90 1,00 1,00 1,20 1,30 75 95 120 150 180 210 250 210 180 150 110 80

Preo

Quantidade

O Equilbrio de Mercado Nesta aula, voc ficar sabendo: - O que o equilbrio de mercado; - Como as interaes entre Oferta e Demanda do origem ao equilbrio de mercado; - Como as mudanas nos fatores determinantes da Oferta e da Demanda causam alteraes no equilbrio de mercado. Introduo Agora, voc conhece a Oferta e a Demanda, seja no plano individual, seja na escala o mercado (Oferta e Demanda de mercado). Portanto, est apto a compreender o mecanismo que denominamos equilbrio de mercado. Desenvolvimento O que Equilbrio e como ocorre primeira vista, Oferta e Demanda parecem divergir sempre. Se o consumidor busca sempre o menor preo e o produtor deseja a maior remunerao possvel pelo seu produto, como possvel um entendimento, uma harmonizao entre esses dois lados do mercado, to opostos entre si? Embora parea pouco provvel, os mercados funcionam de uma maneira que leva convergncia entre Oferta e Demanda. Para compreender isso, voltaremos a nos apoiar na bibliografia especializada. Leia com ateno o seguinte texto: O Equilbrio Equilbrio em um Mercado Competitivo chegado o momento de juntar os dois lados do mercado, o da oferta e o da demanda, a fim de ver de que maneira o preo e a quantidade de equilbrio so determinados. Nossa ateno estar voltada somente aos mercados do tipo competitivos, que so aqueles em que existem muitos compradores e vendedores, de forma tal que nenhum deles, agindo individualmente, consegue exercer influncia significativa sobre os preos e quantidades praticados no mercado. Existir equilbrio estvel em um mercado de concorrncia perfeita quando o preo corrente de mercado tende a ser mantido, se as condies de demanda e oferta permanecerem inalteradas. Anlise do Equilbrio pelas Escalas de Oferta e Demanda Nossa anlise do equilbrio ser feita com o auxlio do Quadro 9, no qual encontramos as escalas de oferta e demanda de mercado para camisas.

Quadro 9 Escalas de oferta e demanda de mercado de camisas

A escala de demanda mostra a quantidade de camisas que os consumidores esto dispostos a comprar a cada preo alternativo; ao passo que a escala de oferta indica a quantidade que os produtores esto dispostos a vender a cada possvel preo. Se examinarmos atentamente as quantidades ofertadas e demandadas a cada nvel de preo, descobriremos que existe apenas um preo $ 50,00 para o qual a quantidade demandada exatamente igual quantidade oferecida. Um preo que faz com que a quantidade demandada seja exatamente igual a quantidade ofertada chamado Preo de Equilbrio (ou Preo de Mercado); a quantidade correspondente a esse preo chamada Quantidade de Equilbrio. Esse preo emerge espontaneamente em um mercado competitivo, em que a oferta e a demanda se confrontam. 0 preo de equilbrio aquele que, uma vez atingido, tende a persistir. Sempre que o preo estiver acima do preo de equilbrio, teremos excesso de oferta da mercadoria; esse excesso de oferta far com que o preo diminua at atingir o equilbrio. Por outro lado, sempre que o preo estiver abaixo do preo de equilbrio, teremos excesso de demanda da mercadoria; esse excesso de demanda far com que o preo aumente at atingir o equilbrio. Vejamos, ento, como o mercado caminha para o equilbrio quando existe excesso de oferta e quando existe excesso de demanda. 0 Excesso de Oferta (anlise pelas escalas de oferta e demanda) Observemos inicialmente as escalas de demanda e de oferta mostradas no Quadro 9. Suponhamos que, por um motivo qualquer, os produtores estabeleam o preo da camisa em $ 70,00 por unidade. Nessas condies, o que ocorreria no mercado? 0 Quadro 9 mostra que, a esse preo, os produtores esto dispostos a oferecer mensalmente 8.000 camisas, ao passo que os consumidores esto dispostos a comprar somente 4.000 camisas/ms. Surge ento um excedente (uma sobra) de 4.000 camisas no mercado. Esse excedente chamado Excesso de Oferta. Se nada for feito, logo os fabricantes tero pela frente uma quantidade enorme de mercadoria encalhada. Certamente o acmulo de estoques, perodo aps perodo,

no uma coisa interessante para os produtores, uma vez que eles necessitam de dinheiro para pagar as despesas efetuadas na fabricao do produto. Com a inteno de realizar alguma receita e eliminar o excesso de mercadoria, os fabricantes passam a vender seu produto a preos mais baixos. Acontece que cada produtor acredita que, se vender a sua mercadoria por um preo inferior ao praticado pelos outros produtores, conseguir atrair mais compradores e eliminar o seu excedente. Ocorre, entretanto, que os outros produtores pensam e agem do mesmo jeito, criando um incentivo para que os preos se reduzam ainda mais. Alm disso, os consumidores percebem o acmulo de estoques e passam a regatear no preo. Os preos comeam a diminuir para $ 68,00, $65,00 e assim por diante. Essas redues de preos provocam aumentos nas quantidades demandadas de camisas; paralelamente, as redues de preos provocam redues nas quantidades ofertadas do produto. Suponhamos, ento, que os preos, em funo da competio, continuem baixando de tal forma que as camisas passem a ser vendidas a $ 60,00 a unidade. A esse preo os produtores colocam no mercado 7.000 camisas por ms. Os consumidores, entretanto, esto dispostos a comprar 5.000 camisas/ms a esse preo. Existe ainda excesso de oferta de 2.000 camisas/ms. Pelo mesmo processo, o preo continua diminuindo at atingir $ 50,00 por unidade. A esse preo, os consumidores esto dispostos a comprar a mesma quantidade 6.000 camisas que os produtores esto dispostos a vender. J no existe excesso de oferta de camisas atuando no sentido de baixar o preo do produto. 0 preo de $ 50,00 o Preo de Equilbrio (ou Preo de Mercado), ao passo que a Quantidade de Equilbrio de 6.000 camisas/ms. 0 Excesso de Demanda (anlise pelas escalas de oferta e demanda) Ainda tendo como referncia as escalas de demanda e de oferta mostradas no Quadro 9, suponhamos que o preo da camisa inicialmente seja de $ 30,00 a unidade. A esse preo existiro muitas pessoas querendo comprar a mercadoria, em um total de 8.000 camisas por ms. A $ 30,00 por unidade, entretanto, os produtores estaro dispostos a oferecer apenas 4.000 camisas/ms. Isso acontece porque, a preo to baixo, poucos sero os produtores interessados ou em condies de produzir o bem em questo. Muitos deles j tero abandonado o negcio, insatisfeitos com o preo praticado. Com a quantidade demandada superior a quantidade ofertada, haver escassez de camisas, em um total de 4.000 camisas por ms. Essa escassez chamada de Excesso de Demanda. Nessa situao, muitos consumidores na tentativa de participar do mercado se dispem a pagar um preo mais elevado pelo produto. Surge entre eles uma disputa, uma verdadeira concorrncia, cada qual querendo pagar mais para obter uma quantidade da mercadoria que o satisfaa. Por essa razo, o preo do produto aumenta. Com o aumento de preo, a quantidade demandada de camisas diminui, quer porque alguns consumidores no podem pagar um preo mais

elevado pelo produto e saem do mercado, quer pelo fato de que preos mais elevados induzem os consumidores a reduzirem a quantidade demandada do produto. Por outro lado, em resposta a aumento de preo, os produtores expandem sua produo, aumentando a quantidade oferecida da mercadoria. A reduo na quantidade demandada e o aumento na quantidade ofertada reduzem a diferena entre elas. Trabalharemos, ento, com a hiptese de que o preo aumente para $ 40,00 a unidade. Em resposta ao aumento de preo, os produtores aumentam a produo e a oferta para 5.000 camisas/ms. Mesmo assim, ainda haver excesso de demanda de 2.000 camisas/ms, significando que existem presses no sentido de elevar ainda mais o preo do produto. Suponhamos, ento, que o preo aumente ate $ 50,00. A esse preo a quantidade de camisas que os consumidores esto dispostos a comprar 6.000 igual a quantidade que os produtores querem vender. J no existe excesso de demanda atuando no sentido de elevar o preo da camisa. Ao preo de $ 50,00 no existe nem Excesso de Oferta, nem Excesso de Demanda. A esse preo a quantidade ofertada exatamente igual quantidade demandada. No existe nenhuma tendncia para que o preo mude. Esse o Preo de Equilbrio. Anlise do Equilbrio pelos Grficos de Demanda e Oferta Em termos grficos, o equilbrio ocorre na interseo das curvas de oferta e demanda de mercado. A Figura 9 nos mostra as curvas de demanda e de oferta obtidas a partir das escalas que acabamos de analisar. 0 preo e a quantidade de equilbrio correspondem ao ponto em que a curva de demanda e de oferta se cruzam (ponto E), com o preo de equilbrio sendo de $ 50,00 e a quantidade de equilbrio de 6.000 camisas/ms. 0 preo e a quantidade de equilbrio so os preos e quantidades que atendem simultaneamente s aspiraes dos consumidores e dos produtores.

[texto e grfico extrados de Passos, C.R.M. e Nogami, O.: Princpios de Economia. So Paulo: Pioneira-Thomson Learning, 2003. Pgs. 97101] Comentrios Parece claro, que produtores e consumidores, cada um puxando a brasa para a sua sardinha, acabam definindo um ponto de entendimento. Esse ponto o ponto de equilbrio tende a se formar sempre que o mercado especfico do bem ou servio em questo funcionar plenamente. Ou seja, se houver concorrncia entre os produtores e tambm entre os consumidores, e se ningum dispuser de informaes privilegiadas que possa usar contra o outro lado na negociao. Mas, um mercado assim no ser um modelo irreal? Veremos, na prxima aula, que existem mercados onde essas regras funcionam em boa medida. Um mercado desse tipo chama-se concorrncia perfeita. Evidentemente, h outros mercados onde tais condies no so preenchidas: produtores ou consumidores so poderosos e impem preos ou regras de negociao ou ainda dispem de informaes privilegiadas que o outro lado no possui. Nesses casos, o equilbrio no se estabelecer no ponto mais adequado para ambos os lados, mas haver um equilbrio no qual uma das partes estar em vantagem sobre a outra. O que importa o carter estvel do equilbrio. Ele s se altera quando ocorre uma mudana na Oferta ou na Demanda. Isso deve levar voc a recordar as duas aulas anteriores: o que so mudanas na Oferta e na Demanda? Relembrando: mudanas na Oferta ocorrem quando algum fator explicativo, exceto os preos dos bens e servios considerados, sofre alterao. Se, por exemplo, o preo de algum insumo mudar, ou se houver uma nova tecnologia disponvel no mercado, a curva de Oferta sofrer um deslocamento por inteiro. O mesmo ocorre com a Demanda em casos de alterao de preos de bens substitutos ou concorrentes, ou ainda da renda dos consumidores. Cada mudana do tipo citado acima provoca um desequilbrio inicial, seguido dos ajustes descritos pelo texto reproduzido do livro de Passos e Nogami. O processo termina com o encontro num novo ponto de equilbrio, representando uma quantidade e um preo de equilbrio distintos daqueles existentes na fase anterior. Vejamos dois exemplos grficos do que ocorre quando aumentam a demanda (1 caso) e a oferta (2 caso).

Na Figura 1, a Demanda deslocou-se de D para D (um motivo possvel para isso o aumento da renda dos consumidores, supondose que o mercado representado refira-se a um bem normal). O novo ponto de equilbrio mostra um preo pe superior ao antigo preo de equilbrio pe , assim como uma nova quantidade de equilbrio, qe , superior a anterior, qe . Isso significa que produtores e consumidores encontraram um novo acordo no mercado com preo e quantidade superiores ao acordo previamente existente. Na Figura 2, a Oferta desloca-se de O para O e a reacomodao do mercado ocorrer a um preo menor e uma quantidade maior que na situao de equilbrio anterior: pe < pe ; qe > qe . Uma queda nos preos dos insumos pode ter provocado esta alterao no equilbrio de mercado. Aumentos de Ofertas causam mudana do equilbrio para um preo menor e uma quantidade maior; redues na Oferta levam a aumentar o preo e diminuir a quantidade de equilbrio. No caso da Demanda, quando ela aumenta, o preo sobe e a quantidade cai; quedas na demanda levam a preo menor e quantidade maior no novo equilbrio. Reveja nas Aulas 2 e 3, como cada fator determinante da Oferta e da Demanda atuam no sentido de provocar aumentos ou quedas, respectivamente. Agora, imagine-os atuando em conjunto: os movimentos da Oferta e da Demanda podem ser simultneos, provocando diversas oscilaes no equilbrio de mercado, algumas das quais podem at se anular mutuamente mas tambm podem agravar-se mutuamente. Sntese Nesta aula, voc aprendeu como se forma o equilbrio de mercado. Observou que o equilbrio uma tendncia natural dos mercados quando h verdadeira concorrncia entre produtores e entre os consumidores. Ficou sabendo que as alteraes no equilbrio ocorrem com mudanas na Oferta ou na Demanda (ou em ambas), causadas pelos fatores estudados nas aulas anteriores. Uma pergunta ficou no ar: o que acontece quando a concorrncia limitada do lado da Oferta ou da Demanda? Na verdade, isso s pode ser devidamente analisado quando observamos os vrios tipos de mercados existentes. J falamos rapidamente o que seria concorrncia perfeita, mas deixamos claro que h outros tipos, outras

estruturas de mercado na economia real. Esse ser o tema da prxima aula. Haver ainda uma explicao sobre um termo curioso usado pelos economistas: elasticidade. Trata-se da medida de intensidade das variaes da quantidade demandada e ofertada em relao ao preo, para cada produto especfico. Esperamos voc nessa aula! Elasticidade no preo da demanda INTRODUO Quando o homem sentiu a necessidade de explicar a natureza e seus fenmenos, tornou-se necessrio a criao de smbolos representativos. Com o passar do tempo, medida em que se desenvolvia determinada rea, mais sofisticados e abstratos tornaram-se estes smbolos. Grandes vultos da humanidade dedicaram preciosas horas em estudos de teoremas para formular outros, objetivando acrescentar cada vez mais contedo neste complexo e perfeito modelo de representao da natureza. Neste contexto, a matemtica surgiu para servir de suporte de anlise no que se refere conceitos quantitativos, j que em se tratando de conceitos qualitativos, a representao ocorrer atravs da lgica conceitual. A aplicao da matemtica nos diversos ramos cientficos baseia-se em variveis do mundo real, podendo essas variveis ser determinadas por observao e hipteses cujas concluses so obtidas atravs do mtodo emprico, por deduo. No que se refere matemtica aplicada administrao, os conceitos matemticos so essenciais para definir o referencial lgico e sistemtico das relaes quantitativas, j que estas prevalecem no segundo ramo cientfico, como por exemplo as noes de custo, demanda, preo, investimento, lucro, dentre outras variveis relevantes, alm de imprimir validade e preciso lgica aos trabalhos e hipteses definidas pelo administrador. No se pode olvidar que a matemtica aplicada economia ou administrao retornar conceitos vlidos no mbito da lgica, o que no verdadeiro quanto preciso emprica. Numa abordagem matemtica da teoria econmica, interessa-nos neste trabalho relacionar os benefcios da aplicao do conceito de elasticidade -demanda x preo ao aumento da receita, ou mesmo na diminuio desta, pelo reflexo no faturamento das alteraes sofridas em decorrncia de variaes no preo de uma mercadoria. Temos que a elasticidade pode ser definida como a razo entre a variao relativa da varivel dependente y e a variao relativa da varivel independentex. Essa variao demonstra a maneira como y responde variaes de x, sendo freqentemente usadas para medir o modo pelo qual a demanda ou a oferta respondem s variaes no preo ou na renda. Conclui-se que, como as variaes envolvidas so relativas, a elasticidade de uma funo uma grandeza adimensional, ou seja, traduz uma grandeza escalar pura, e no quantitativa. Assim, a proposta do presente trabalho , em

primeiro plano, a apresentao do estudo e aplicao da elasticidade em dadas situaes em se que conhece previamente a equao da demanda em funo do preo, utilizando para tal os recursos do clculo infinitesimal, com aplicao de limites e derivadas, dentre outros. Em segundo plano, em anlise superficial, ser demonstrada interpretao geomtrica nos casos em que a equao da demanda e preo no se apresenta explcita, e as concluses tericas tambm podero ser conseguidas por essa anlise geomtrica. A curva de demanda e preo ser elaborada por meio de coleta de dados em que a elasticidade ser obtida por processos grficos para aplicao prtica, sem necessidade de recurso matemtica diferencial, tratando-se de curva experimental. DESENVOLVIMENTO ELASTICIDADE - DEMANDA E PREO A) A teoria econmica da elasticidade Necessrio recordar os conceitos bsicos da curva de demanda x preo. A quantidade demandada de uma determinada mercadoria, depende de uma srie de fatores. Entre esses fatores, um dos mais relevantes o preo da mercadoria. Quando o preo de uma mercadoria aumenta, mantidos constantes outros fatores, a quantidade demandada da mesma diminui, uma vez que um preo mais elevado constitui um estmulo para que os compradores da mercadoria economizem seu uso. Vejamos um esboo da curva representativa desta relao. Pelo exposto, vimos que quando o preo de uma mercadoria sobe, a demanda pela mesma deve cair. Mas, no sabemos a magnitude desta variao, ou seja, qual o resultado na demanda quando o preo majorado em 5% (cinco por cento), por exemplo. Essa resposta veremos na anlise matemtica do conceito de elasticidade, a seguir. B) Desenvolvimento Matemtico Consideremos uma equao de demanda envolvendo p e q, onde p o preo para o qual q unidades so demandas quele preo. Se a equao de demanda for explicitada em q, obtemos a funo de demanda g dada por q = g( p) Assumimos que p um nmero real no negativo e que a funo de demanda

contnua. Se o preo p sofre uma variao Dp isto implica numa variao na demanda de Dd . As variaes relativas do preo e da demanda expressam-se respectivamente por Dp/p, Dd/d. A variao relativa mdia em d (quantidade demandada) por unidade de variao relativa em p (preo) dada por Fazendo o limite da expresso acima quando Dp tende a zero, A essa expresso denominados elasticidade de demanda em relao ao preo e ser representada pela letra grega , cuja definio formal apresentamos: A elasticidade de demanda em relao ao preo d a variao percentual aproximada na demanda que corresponde variao de 1% (um por cento) no preo. Se a equao de demanda q=g(p) e a elasticidade, ento, A elasticidade definida como uma propriedade de qualquer funo diferencivel, porm, seu uso mais comum ocorre na anlise de como a demanda por uma mercadoria responde a variaes de seu preo. Sabemos que a curva de demanda tem declividade negativa, logo sua derivada primeira tambm ser negativa, e por conseguinte, a elasticidade ser menor ou igual a zero ( 0). Como a elasticidade adimensional, podemos comparar o comportamento das elasticidades de vrios produtos. Para isso curvas de demanda so agrupadas em categorias, como sendo: 8 1) DEMANDA ELSTICA: Se | | > 1, dizemos que a demanda elstica. Isto indica que a variao percentual na quantidade demandada maior que a variao percentual no preo. Em outras palavras, elevao no preo provoca reduo na quantidade demandada relativamente maior do que a elevao no preo. Interpreta-se como a sensibilidade relativamente alta da demanda em relao ao preo. 2) DEMANDA INELSTICA: Se | | < 1, dizemos que a demanda inelstica. Isto indica que a variao percentual na quantidade demandada menor que a

variao percentual no preo. Em outras palavras, elevao no preo provoca reduo na quantidade demandada relativamente menor que a elevao no preo. Interpreta-se como a sensibilidade relativamente baixa da demanda em relao ao preo. 3) ELASTICIDADE UNITRIA: Se | | = 1, dizemos que a demanda unitria. Isto indica que a variao percentual na quantidade demandada igual variao percentual no preo. Importa ressaltar que, em geral, a elasticidade de uma funo no constante ao longo de todo seu domnio. Entretanto, a hiprbole equiltera, tem elasticidade constante ao longo de seu domnio. Se a funo de demanda dada pela hiprbole equiltera generalizada, temos: Daqui, conclui-se, que a elasticidade de demanda a constante -m, o que indica que um acrscimo de 1% (um por cento) no preo do produto resulta num decrscimo de m por cento na demanda, em qualquer faixa de preo. Apenas uma hiprbole equiltera tem elasticidade constante ao longo de seu domnio. Muitas vezes torna-se importante analisarmos a elasticidade de demanda e preo de determinada mercadoria em relao outra. Ou seja, a elasticidade de demanda e preo cruzada da mercadoria x em relao mercadoria y dada pela relao entre as variaes percentuais na quantidade demandada do bem x e a variao percentual no preo da mercadoria y, mantidos inalterados outros fatores. Assim, podemos expressar: Tambm aqui podemos levar em considerao trs situaes: 1) x,y > 0 Com este resultado conclumos que um aumento no preo da mercadoria y leva a um aumento na demanda da mercadoria x, isto , as duas mercadorias so substitutas. 2) x,y < 0 Neste caso, quando ocorre um aumento no preo da mercadoria y, a demanda pela mercadoria x diminui, ou seja, x e y so mercadorias complementares. 3) x,y = 0 Isso s pode ocorrer se o preo da mercadoria y no 10

exercer nenhuma influncia sobre a demanda da mercadoria x. Dizemos que as mercadorias x e y so independentes. Um emprego muito interessante do estudo da elasticidade de demanda e preo aquele usado para verificar qual seria o impacto sobre a receita de venda no caso de uma variao no preo da mercadoria. Se R a funo receita total, logo, R(p) a receita total para uma demanda de q unidades ao preo unitrio p. Isto : R( p) = q.p (1) onde q uma funo de p (q = g(p)). Diferenciando ambos os lados da equao (1) em relao p, teremos: Multiplicando e dividindo por q a segunda parcela do segundo membro, teremos: R' ( p) = q(1- h ) Da expresso acima verifica-se que a variao da receita marginal ter o mesmo sentido da variao do preo se < 1 (regime inelstico). Ser contrria variao do preo se > 1 (regime elstico). Ser igual a zero se = 1 (elasticidade unitria). Em outras palavras, uma reduo no preo do produto far com que sua receita de venda diminua, aumente ou permanea constante conforme a demanda dessa mercadoria seja inelstica, elstica ou tenha elasticidade unitria. Veremos agora um artifcio geomtrico do qual extrairemos uma forma fcil de calcularmos a elasticidade de demanda e preo quando j se conhece o traado da curva demanda vs preo. Este processo torna-se prtico naquelas situaes em que a relao entre a demanda e o preo dificilmente expressa numa equao. Ou seja, naqueles casos em que usualmente a curva de demanda vs preo conseguida por experimentao. Consideremos a curva de demanda x preo conforme figura abaixo: Pelo ponto A da curva onde desejamos calcular o valor da elasticidade de demanda x preo () tracemos uma reta tangente curva, de maneira que cruze os eixos q no ponto E e o eixo p no ponto C. Consideremos as coordenadas do ponto A como sendo pA = B e qA =F

Usando a definio de elasticidade, para a curva de demanda x preo teremos: No ponto A o preo p dado pelo segmento OB e a quantidade demandada q pelo segmento OF. A inclinao da reta tangente curva no ponto: C) Problemas Prticos Desenvolvimento Vamos trabalhar agora exemplificando situaes em que podemos utilizar a teoria de elasticidade de demanda e preo aproximando do cotidiano das empresas. Este o grande mrito dessa teoria da qual podemos tirar concluso para efetivo emprego. Consideremos um empreendedor do segmento de aparelhos de barbear, que como qualquer outro empresrio, busca incessantemente maximizar seus lucros. Para tal, contratou uma empresa de estatstica e com o auxlio de matemticos, conseguiram, depois de alguma tempo, equacionar a relao que melhor representa o comportamento da demanda em funo dos preos. Ora, de posse dessa relao, o empreendedor poder, se conhecendo a teoria da elasticidade, simular variaes no preo de seu produto e avaliar qual ser, teoricamente, a reao da demanda. Em se tratando de empreendedor bem sucedido, pois sabe usar das ferramentas que a matemtica aplicada lhe oferece, saber conjugar tal informao com a realidade do mercado. Vejamos, minuciosamente, os passos dessa aplicao. Consideremos a equao que representa a variao da demanda em funo do preo como sendo: q = 18 2p2 , onde q = quantidade demandada em milhes de unidades p = preo por unidade demandada O questionamento do empreendedor, a priori, saber quanto diminuiria a demanda se ele majorasse o preo do barbeador de R$2,00 (dois reais) para R$2,06 (dois reais e seis centavos), ou seja, em 3% (trs pontos percentuais). Com a aplicao direta da equao da demanda versus preo, ele obteve: Quando p = 2, teremos q = 10 J quando p = 2,06, teremos q = 9,513 Logo, o decrscimo na demanda ser de Dq = 0,487 e o decrscimo relativo ser Dq/q = 0,487/10 = 0,0487. Ou seja, 4,87% Analisando desta maneira, o empreendedor pode concluir que, majorando o preo do produto (barbeador) em 3% (trs pontos percentuais) acarretar um decrscimo na demanda de 4,87% (quatro vrgula oitenta e sete pontos percentuais). De posse da variao da demanda quando alterou-se o preo, o mpreendedor, fazendo uso da equao da demanda versus preo, obtm a estimativa em primeira aproximao, da elasticidade demanda e preo: (que deve ser negativo, pois as variaes de p e q so contrrias).

Ora, pelas anlises preliminares, nosso empreendedor obteve uma noo do comportamento da demanda em funo da variao no preo, mas necessrio algo tecnicamente mais apurado. Assim, vejamos o comportamento da elasticidade demanda e preo, quando utilizamos para a anlise do caso particular, em que o preo do aparelho de barbear de R$2,00, o emprego do clculo diferencial e seus resultados: Substituindo os valores de p = 2 e q = 10, Relacionando o valor de encontrado pela aplicao direta da equao q = 18 2p2 e aquele encontrado pela aplicao do clculo diferencial dp, identificamos uma diferena, onde no primeiro caso, a elasticidade no ponto p = 2 era = - 1,633 e no segundo, = - 1,60. Esta diferena evidenciada pelo clculo diferencial pode parecer irrisria, mas, na prtica, onde esto envolvidas milhes de unidades do produto, torna-se relevante para a maior ou menor rentabilidade do empreendimento. Por isso, para maior clareza, comparando, no caso da aplicao direta da equao, um aumento de 3% (trs pontos percentuais) no preo, acarretaria uma diminuio na demanda de 4,87% (quatro vrgula oitenta e sete pontos percentuais). J com a teoria diferencial, fcil perceber que a mesma variao acarretaria uma diminuio na demanda de 4,9% (quatro vrgula nove pontos percentuais). Ou seja, uma diferena de 0,03% (trs centsimos percentuais), que num universo de milhes de unidades, torna-se significante. Entusiasmado com seus clculos, nosso empreendedor quer saber mais. Ele pretende aumentar a demanda pelo barbeador em 5% (cinco por cento) e precisa, para isso, estimar, teoricamente, a necessria reduo, considerando que o preo atual do produto R$2,00 (dois reais). Fcil! De posse do valor da elasticidade no ponto, p=2, que = - 1,60, ele pode efetuar o clculo: Considerando que a variao de 1% (um por cento) no preo acarreta uma alterao de 1,60 na demanda, para uma variao de 5% (cinco por cento) no preo, teremos: 5/-1,60 = -3,125 @ 3,13% Ento, conclui-se que reduzindo em 3,13% (trs vrgula treze por cento) no preo do barbeador, em tese, sua demanda ser alavancada em 5% (cinco por cento). Sem os clculos matemticos essa concluso no seria bvia. Avanando, o empreendedor pretende pesquisar se para qualquer valor atribudo ao produto, o comportamento matemtico acima relatado trar valores equivalentes. Caso isso no ocorra, como pode ele saber? Basta verificar os intervalos no domnio da funo q(p) = 18 2p2 nos quais ela comporta-se de forma elstica (|| > 1), unitria (|| = 1) ou inelasticamente (| | < 1). teremos 4 p2 = 18 - 2 p2 ou seja, p=1,73 Conclui-se que para valores do preo p > 1,73 a demanda se comportar

elasticamente em relao ao preo. Ou seja, um aumento relativo no preo ocasionar um decrscimo relativamente maior na demanda. Para o valor de p=1,73 a elasticidade ser unitria, ou seja, aumentos de preo provocaro diminuio na demanda na mesma proporo. Por ltimo, para valores de p1), ou seja, preos acima de R$ 1,73 (um real e setenta e trs centavos), qualquer majorao acarretaria queda de receita. Interpretao a contrrio sensu permite concluir que uma reduo em qualquer preo que esteja sendo praticado acima de R$1,73 (um real e setenta e trs centavos) acarretaria aumento de demanda e, consequentemente, de receita. 2) Por outro lado, trabalhando no regime inelstico (||