eclesiologia

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ECLESIOLOGIA (A DOUTRINA DA IGREJA) APOSTILA DE ECLESIOLOGIA TEOLOGIA SISTEMÁTICA Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira DATA AULA ECLESIOLOGIA Conhecendo os Alunos 1 – O CONCEITO DE IGREJA BÍBLICO 1.1 – Considerações Negativas 1.2 – Significado e Usos da Palavra Igreja 2 – A IGREJA LOCAL 2.1 – As Ordenanças da Igreja: O Batismo e a Ceia do Senhor 2.2 – Formas de Governo da Igreja 2.3 – Sua Organização 3 – A IGREJA UNIVERSAL 3.1 – A Realidade de Sua Existência 3.2 – Suas Representações 3.3 – A Unidade da Igreja OBJETIVO Apresentar a origem, a fundamentação bíblica e histórica da Igreja e a sua dimensão salvífica, histórica e escatológica. Apontar a igreja como sinal do Reino de Deus no mundo e destacar a Igreja no seu aspecto existencial e estrutural como organismo, corpo vivo de Cristo. BIBLIOGRAFIAS: BERKOFF, Louis. Teologia Sistemática, Campinas: Luz para o Caminho. COFFANI, Edson Rogério. Apostila de Eclesiologia. Escola Teológica Batista Auriflamense. GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Edições Vida Nova, 1999. HARBIN, Christopher. Apostila de Eclesiologia. Seminário Teológico Batista do Rio Grande do Sul. BÍBLIA ANOTADA. Versão Almeida, Revista e Atualizada. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1991.

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Resumo sobre Eclesiologia

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ECLESIOLOGIA (A DOUTRINA DA IGREJA)APOSTILA DE ECLESIOLOGIATEOLOGIA SISTEMTICAPr. Cornlio Pvoa d OliviraDATA AULA N ECLESIOLOGIAConhecendo os Alunos1 O CONCEITO DE IGREJA BBLICO1.1 Consideraes Negativas1.2 Significado e Usos da Palavra Igreja2 A IGREJA LOCAL2.1 As rdenanas da Igreja!"atis#o e a Ceia do Senhor2.2 $or#as de %overno da Igreja2.& Sua rgani'a(o3 A IGREJA UNIVERSAL&.1 A )ealidade de Sua *+ist,ncia&.2 Suas )e-resentaes&.& A Unidade da IgrejaO!JETI"OApresentar a origem, a fundamentao bblica e histrica da Igreja e a sua dimensosalvfica, histrica e escatolgica.Apontar a igreja como sinal do Reino de Deus no mundo e destacar a Igreja no seuaspecto eistencial e estrutural como organismo, corpo vivo de !risto.!I!LIOGRA#IAS$"#R$%&&, 'ouis. Teologia Sistemtica, !ampinas( 'u) para o !aminho.!%&&A*I, #dson Rog+rio. Apostila de Eclesiologia. #scola ,eolgica "atista Auriflamense.-R.D#/, 0a1ne. Teologia Sistemtica. 2o 3aulo( #di4es 5ida *ova, 6777.8AR"I*, !hristopher. Apostila de Eclesiologia. 2emin9rio ,eolgico "atista do Rio -rande do2ul.":"'IA A*%,ADA. 5erso Almeida, Revista e Atuali)ada. 2o 3aulo( #ditora /undo !risto,6776.INTRODU%&O#clesiologia + a disciplina ;ue estuda a doutrina da Igreja.se melhor ;uando estudado no conteto grego e vetereotestament9rio. *o gregocl9ssico, a palavra grega usada no *ovo ,estamento para designar a igreja ?e@@l+siaA referia>sesimplesmente a uma assembleia dos cidados de uma localidade. % e;uivalente mais primodo Antigo ,estamento ?;9h9lA no + tanto uma especificao dos membros de uma assembleia,mas uma designao do ato de se reunirem.*o *ovo ,estamento, a palavra igreja tem dois sentidos. 3or um lado, denota todos oscrentesem!ristoemtodasas+pocaselugares. #ssesentidouniversal +encontradoem/ateus 6B(6C, em ;ue Desus promete ;ue construir9 sua igreja, e na figura do corpo de !risto,desenvolvida por 3aulo ?ver #f 6(EE>EF, #f G(G, #f H(EFA. !om maior fre;u=ncia, por+m, se a um grupo de crentes em dada localidade geogr9fica. #sse + o sentido claro emtetoscomo6!orintios6(Ee6,essalonicenses6(6I ?Prof EdsonRogrioCoffani - EscolaTeolgica Batista AuriflamenseA.O!JETI"OApresentar a origem, a fundamentao bblica e histrica da Igreja e a sua dimensosalvfica, histrica e escatolgica.Apontar a igreja como sinal do Reino de Deus no mundo e destacar a Igreja no seuaspecto eistencial e estrutural como organismo, corpo vivo de !risto.' ( O CONCEITO DE IGREJA NA "IS&O !)!LICAIniciaremos nosso estudo a partir do conceito b9sico do significado de Igreja.D*ini+,o$ AIgreja+acomunidadedetodososverdadeiroscrentesdetodosostempos.'.'J Con-idra+.- n/a0iva- A I/r1a n,o 12da3-4o 5on0in2adoa46liado J #mbora haja uma continuidade entre osremidosdetodasaseras. AIgrejaest9fundamentadanumanovaaliana. #lapartedojudasmo, mas rompe com o judasmo por meio de !risto, ;ue cumpre todas as eig=ncias dojudasmo.Aconvocaodopovono2inai foi estabelecidaemtermoscondicionais. #raapenasnecess9rio;ueopovosemultiplicasseefosseutili)adocomob=noatodasasna4es,condio esta ;ue se cumpriu em Desus.-randeparteda epectativajudaicareferenteao/essias girava emtornodeum reinopoltico e geogr9fico. Desus, no entanto, declarava claramente ;ue o reino dele no era poltico.#le pregava o reinar de Deus no interior do ser humano, enfati)ando ;ue o jugo romano sobreIsrael do seu dia no era tema de interesse. Desus no tinha interesse poltico, nem em sentidopessoal dereinar,nememlibertarIsrael daopressoromana. 3oroutrolado, ensinouemv9rios contetos sobre a necessidade do povo ser fiel e servir a Deus de forma comprometida.% reinar de Deus por sua mensagem era algo interior, no uma ;uesto nacional, institucionaloudeoutraformaeternaaoindivduo. 2uapregaoeracomrespeitoaocompromissointerior com Deus.,odos a;ueles ;ue creram no perodo antes de !risto, na promessa de Deustamb+m fa)em parte da Igreja. *o culto judaico tinha uma adorao centrali)adora. 2omentese adorava de verdade em Israel, mais especificamente em Derusal+m ?,emploA, dependiam desacerdotes para oferecer seus sacrifcios e ofertas de adorao. %s estrangeiros tinham ;ue sesubmeter Ks leis judaicas, se tornando se adorar de ;ual;uer lugar, noprecisa de sacerdotes, nem de templos, no se oferece mais sacrifcios e nenhuma raa temdomnio sobre outra.R*l7,o$ As igrejas de hoje esto libertando os santos para adorarem livremente ou os estoaprisionando novamenteL 3or ;ue a igreja crist acumulou tantos fardos em torno de coisascomo o pr+dio, o domingo, o culto e o cl+rigoL A I/r1a n,o o rino d D2- J % reino + o domnio de Deus sobre a ,erra e sobre todo.niverso. A Igreja + parte do Reino. A igreja aut=ntica eiste como a concreti)ao do reinar deDeus e no pode eistir desvinculada deste reino. M na vida da igreja, o povo de Deus, ;ue oreinar de !risto tem forma e eerccio. A I/r1a n,o 24a in-0i02i+,o rli/io-a > *a "blia, a igreja no + uma instituio religiosa,mas um organismo vivo ;ue se vai transformando em termos organi)acionais. De certa forma aigreja+, conformeimplicaodeRomanos7.EHe63edroE.7>6N, opovodeDeusemdesenvolvimento. 'ogo, ao tratar da igreja, + necess9rio tratar de dois aspectos da mesma( oorganismoeaestruturaorgani)acional ;uesevemdesenvolvendonaturalmente. #sta+necess9ria, mesmo ;ue no deva ser vista como o aspecto principal.'.8J Si/ni*i5adoU-o- da Palavra I/r1a Ekklesia (li0ral4n0 do /r/o) 9a--4:lia; o2 9/r26o 5.=.? uma comunidade de peregrinosescol'idos mas ainda n0o completos sempre seguindo em dire:0o 7 promessa do reino de1eus.... @aAer a pergunta &8 !ue a igre3a95 ... procurar &pela cidade !ue tem cimentos cu3oconstrutor e criador 1eus5 - $e>.>B -Ceonard.2.A igreja+muitomaisdo;ueumacongregaolocal e+muitomaisdo;ueumaestrutura e instituio. .sa>se o retrato da igreja local como aulio na visuali)ao concreta doconceito, por+m lembra>se a necessidade de olhar al+m dos aspectos institucionais, formais eestruturais. ,oda a estrutura e organi)ao elaborada pode ser ben+fica, mas deve sempre serassociada ao propsito da igreja, misso ;ue parte de sua verdadeira nature)a.A "blia no estabelece um sistema organi)acional para a igreja, nem contraria a suaelaborao. % ;ue ela oferece + uma misso a ser cumprida.M esta misso ;ue deveria unir a igreja mais do ;ue ;ual;uer outro elemento individual.Mportal motivo, poreemplo, ;ueasigrejasbatistasdesdesuaorigemcomearamaserelacionar emassocia4es e logo emconven4es. Vueriamestar unidos para melhorcooperarem no desenvolvimento das tarefas ;ue a igreja local tinha dificuldade em cumprir semapoioeterno. Mtamb+mnesseinteresse;uesurgeanecessidadedecooperaoentredenomina4es para cumprirem em conjunto com certos aspectos da misso da igreja.% ideal de unio para a igreja nunca chegar9 a completa satisfao na terra, em funodeposi4esteolgicasdiferenciadasentregruposcomponentesdaIgreja. #stasdiferenassurgem de incio em decorr=ncia da incapacidade humana de plena compreenso da "blia emsua ntegra e da debilidade humana em compreender plenamente a vontade do Deus infinito,revelado em !risto Desus.8.'( A- Ordnan+a- da I/r1a$ O !a0i-4oa Cia do Snsedealguma forma com o inicio da vida cristS + a iniciao da pessoa tanto na igreja universal,invisvel, como na igreja local, visvel.%batismosignificaaidentificaoouassociaocomumamensagem, nestecasoamensagem do novo nascimento. % batismo sugere as seguintes id+ias(') Salva+,o. % batismo nas 9guas + um rito, representando os fundamentos do #vangelho. Adescida do convertido Ks 9guas retrata a morte de !risto efetuadaS a submerso do convertidofala da morte ratificada, ou seja, o seu sepultamentoS o levantamento do converso significa acon;uista sobre a morte, isto + a ressurreio de !risto.8) Uni,o 5o4 Cri-0o. % fato de ;ue esses atos so efetuados com o prprioconvertido demonstra ;ue ele se identificou espiritualmente com !risto. A imerso proclama aseguintemensagem( EBA.o O -i/ni*i5ado ( .m memorial. EE,6!o 7(6A.#stavamcWnsciosdesereminspiradospelo#spiritodeDeusemtodooseuensino, oral eescrito ?At 6H(EC, 6!o E(6FA.cujo trabalho principal era estabelecer igrejas em campos novos. ?E!or. 6N(6B.A#ram administradores da igreja e organi)adores mission9rios, chamados por !risto e cheios do#sprito.A palavra 6GA, grande 3astor ?8b 6F(ENA, 3astor e "ispo ?63dE(EHA, j9 no Antigo ,estamento os lideres do povo eram chamados pastores ?Dr F(6H, Dr EF(G, #)FG(EFA, entre os evang+licos, tem havido uma predileo pelo titulo pastor para o lder espiritualda igreja. 3or ;ue a preferencia desse nomeLAlguns fatores podem ser apontados para eplicar a prefer=ncia do nome pastor(% fato de a igreja ser chamada de rebanho.A funo de apascentar dos pastores, presbteros e bispos.!risto se apresenta como 3astor.A ideia de pastores do povo de Deus no Antigo ,estamento.# o mais importante + o chamado para a obra e misso de homens e hoje at+ mulheres deeercerem este minist+rio ;ue + to importante, pois + a maneira de Deus agir e ouvir o seupovo atrav+s de seus pastores.Alguns nomes ;ue designam o pastor bblico. Pastor (poimenpoimen > A palavra pastor + usada para designar K;uele ;ue + respons9vel pelaigreja institucionale espiritual. #ste termo por si s j9 designa diversos deveres baseado nafigura do pastor como( cuidar, proteger, conhecer, alimentar, guiar e sacrificar>se pelo rebanho. !ispos ("#$%&'#'( episkopos > Atos EN.6U, ECS ,ito 6.US &ilemon 6.6A palavra bispo no grego significa FUA. Desuscontouessapar9bolaparaointerpretedalei ;ue,compreendendo ;ue a pessoa pode herdar a vida eterna amando a Deus de todo o corao eao primo como a si mesmo, perguntou ;uem era o primo. Ao responder a pergunta, Desustamb+m eplicou o ;ue significa amar o primo como a simesmo. *a mesma linha, Desusinsinua em/ateus EH(F6>GB ;ue o sinal pelo ;ual os verdadeiros crentes podemserdistinguidos dos ;ue fa)em confiss4es va)ias so os atos de amor feitos em nome de Desus,seguindo seu eemplo.A=nfase na preocupao social transporta>se tamb+mpara as epstolas. ,iago +especialmente vigoroso ao salientar o cristianismo pratico. !onsidere por eemplo, suadefinio de religio( se incontaminado domundoI ?,g 6(EUA. #le denuncia o incentivo verbal desacompanhado de ao( se e alimente>se at+ ficar satisfeito_, sem por+m lhe dar nada, de;ue adianta issoLAssim tamb+m a f+, por si s, se no for acompanhada de obras, est9 mortaI ?,g E(6H>6UA.Igreja deve mostrar interesse e atuar sempre ;ue v= necessidades, sofrimentos ou erros,obviamente;ueasigrejastemmuitoo;uefa)er paramelhoraremosseusdesempenhosnessa ar+a.R*l7,o$ A igreja local deve tamb+m refletir a perspectiva descentrali)adora do #vangelhode !risto. Isso implica evangeli)ao e miss4es. % !orpo de !risto + a entidade espiritual ;ueopera no mundo.A igrejalocal notemcomomissocriarprogramasdiversos para;ueoscristos notenham tempo para pecar ou pensar em outras coisas. A igreja no tem como meta centrali)aro #vangelho dentro das ;uatro paredes e algumas poucas pessoas.Descentrali)ar implica;uedevemosincentivar osmembrospara;uetenhamumbomtempo com suas esposas, filhos, pais e parentes. Devemos ajudar o cristo a pensar sobrecomo ele pode alcanar seus conhecidos com o evangelho, ou abrir suas casas para outros,dando um testemunho cristo. A viso descentrali)adora ;uer di)er ;ue a igreja local se esforapara e;uipar os santos para ;ue eles sejam sal e lu) nos seus lugares. #ntende>se ;ue a igreja+ uma comunidade para apoiar, no uma fortale)a para retirar o cristo do mundo. #la eistecomo meio para aperfeioar o cristo e no como um fim em si mesmo.B ( A IGREJA UNI"ERSAL89 uma certa tenso a ser mantida a;ui entre a igreja em sentido local e universal, poisaigrejalocal +aepressocorpreadaigrejaPnicaemumalocalidadeespecfica. Maepresso da igreja Pnica onde ;uer ;ue ela seja encontrada. A igreja local+ epresso dotodo ] a igreja universal ] e ao mesmo tempo uma epresso parcial.A igreja + um organismo vivo, a acoplao ?ajuntamentoA dos santos, o povo de Deusna face da terra. *em todo membro da igreja local fa) parte, e nem todo a;uele ;ue no fa)parte de uma igreja local visvel est9 fora da igreja.A igreja universal tamb+m + composta de todos cristos de todos os tempos, isto +, detodos a;ueles ;ue professaram sua f+ no /essias Desus, o !risto.B.' ( A Ralidad d S2a E7i-0Fn5ia (M0 'I.'JK Cl '.'JK E* B.'L) S2a #2nda+,oo Con-idra+,o6ro*0i5a( Israel +descritocomoumaigrejanosentidodeser umanaochamada dentre as outras na4es a ser um povo de servos de Deus. ?Atos U(FC.A Vuando oAntigo ,estamento foi tradu)ido para o grego, a palavra se tamb+m as figuras de sacerdcio real, nao santa, povo ad;uirido,povo eleito e em parte refer=ncias K participao no reino de Deus.*o Antigo ,estamento, o conceito de igreja + traado em termos da nao como um todo oude um remanescente, por+m h9 modifica4es de talid+ia no *ovo ,estamento,partindo dodesenvolvimentodasrefer=nciasaumremanescentefiel. MnabasedoconceitodeIsraelcomo o povo de Deus ;ue o *ovo ,estamento desenvolve o seu ensino do povo de Deus em!risto.o O 046lo do E-6iri0o San0o J M o #sprito ;ue fe) surgir a igreja. #ssa obra impressionante do#spirito ocorreu no 3entecostes, em ;ue ele bati)ou os discpulos e converteu tr=s mil, fa)endonascer a igreja. # o #sprito continua tra)endo pessoas para a igreja( #stas designa4es como corpo e membros de !risto, r*l04ai/r1a5o4oa6r-n+avi-3vl a0ivadD2-na0rra? r*l0a4i--,oa-rd-46nsenostermoscomoramosdaparreira, galhosdaoliva, lavradoresdavinha,colunaebaluartedaverdade, lu)eiro e sacerdcio real. 89 tamb+m epress4es parecidas sacadas da agriculturacomo lavoura, vinha e horta, mas estes termos refletemmais a obra de !risto nos integrantesdaigreja, emconjuntocomtermosnosentidodeedifcio, construoeseuvnculocomcoloca4es da obra de !risto na igreja. #ste agrupao de termos reflete a nature)a da igrejapelo seu aspecto do processo de desenvolvimento, chegando a cumprir com o propsito deDeus.A figura do corpo de !risto tamb+m salienta a ligao da igreja, como um grupo de crentes,com !risto. A salvao, em toda sua compleidade, + em grande parte uma conse;u=ncia dauniocom!risto.A imagem+usadatantoparaaigrejauniversal ?#f 6(EE>EFAcomoparacongrega4es locais ?6!o 6E(EUA.%bservamos no capitulo FF algumas referencias ao fato de o crente estar 67A.% corpo de !risto + tamb+m universal. M para todos os ;ue chegaro a ele. D9 no h9 re;uisitosespeciaiscomonacionalidade. ,odasasbarreirasdestetipoforamremovidas, comoindica3aulo( lhes ;ue sempre estaria com eles, at+ o final dostempos ?vs. 67>ENA. !risto lhes disse ;ue deveriam prosseguir com seu trabalho e ;ue o fariamem grau assombroso ?Do6G(6EA, assim sendo, a obra de !risto sendo feita pela Igreja.o O noivoa noiva (E* H) > % Antigo ,estamento utili)a muito a imagem da esposa, muitas ve)esencerrado nos termos de prostituio. 5e) por outra, a mensagem referida tem sentido duplo, j9;ue o culto aos deuses dos povos ao redor de Israel era comumente associado a orgias e Kutili)aodeprostituionosprpriostemplosealtarespagos. Vuandootetofaladeprostituir>se com outros deuses, trata diretamente de ;uest4es de prostituio e lascvia seual,mas o enfo;ue principal + a infidelidade de Israel a #$%$, sob a figura da relao matrimonialsendo violada pela esposa. % ideal da nature)a da igreja +, no entanto, referido a;ui no sentidodepure)arelacional efidelidadeperanteDeus. Mesteaspectodanature)adaigreja;uenormalmente vem sendo apontado na utili)ao dos termos esposa, noiva e tamb+m ,emplo.B.H ( A Unidad da I/r1aDe ajuda na compreenso da nature)a da igreja + uma doutrina claramente ensinadano *ovo ,estamento, a unidade da igreja. % ideal da unidade + salientado na orao sacerdotalde Desus ?Do 6U(EN>EFA, bem como em #f+sios G(6>6B, na dissertao de 3aulo sobre a igreja.Isso tamb+m se reflete numa refer=ncia K igreja local de Derusal+m ?At G(FEA e num apelo para;ue os crentes tenham um corao em mente ?&p E(EA.3aradoalmente,por+m,aigreja,conforme eiste hojenomundo,no parece estarunificada. 5emosincont9veisdenomina4es, Ksve)esbemsemelhantes;uantoaoensino,competindo umas com as outras. # os relacionamentos entre os membros da Igreja local soKsve)escaracteri)adosporindiferenaeat+hostilidadeaberta. /assabemos;ue, comocrentes,devamos estarperseguindo a unidade, pois essa +avontade declaradade !ristopara a igreja. Devemos perguntar, portanto, o ;ue ele tinha em vista. *os Pltimos anos, temsurgido v9rias concep4es acerca das implica4es da unidade( Alguns cristos entendem a unidade da igreja como algo essencialmente espiritual ;uanto Knature)a. #ncontrama unidade no fatodetodos os crentes servirem e amarem ao mesmo2enhor. #mbora no estejam organicamente ligados a outros grupos de crentes e talve) noatuem juntos em nenhum projeto eterno, amam>se uns aos outros, mesmo Ks pessoas com;uem no tem nenhum contato. .m dia, ;uando a noiva de !risto, a igreja, for reunida, haver9verdadeira unidade.A unidade,emoutras palavras, aplica>se Kigreja universalou invisvel,mais do ;ue K igreja visvel. A segunda concepo centra>se no reconhecimento e na comunho mPtua. #ssa abordagemd9 =nfase ao fato de ;ue, embora as congrega4es e denomina4es sejam separadas umasdas outras, possuem basicamente a mesma f+ e, portanto, devem lutar para dar epressoobserv9vela essa unidade, usando todos os meios possveis. Assim, deve haver comunhoentre diferentes grupos, transfer=ncias imediatas de filiao e intercOmbios de pPlpito. 2empre;uepossvel, ascongrega4esedenomina4esdevemtrabalharjuntasemseuservioao2enhor. .materceira concepopromove a unidade conciliar. #mboramantenhamaidentidadeindividual, as denomina4es se juntamnumaassociao ounumconselho formal. #lasconfessam suas prprias tradi4es e convic4es, mas tamb+m procuram juntar as foras naao. &inalmente, h9 a concepo de ;ue a unidade da igreja significa unidade orgOnica. A;ui, ascongrega4es se unem numa grande denominao, juntando suas tradi4es. A igreja .nida do!anad9, ;ue juntou metodistas, presbiterianos e congregacionais em uma s comunidade, +um eemplo de tal movimento. % alvo supremo + a unio de todas as denomina4es em umgrupo.#m geral, o movimento rumo K unidade conciliar e orgOnica, especialmente estaPltima, vemdeclinadoconsideravelmenteemanosrecentes. !omcerte)a, oscrentesdevem desejar e buscar a concreti)ao de uma unidade espiritual e, na medida do possvel, oreconhecimento e a comunho mPtua. !ada pessoa e congregao ter9 de determinar at+ ;ueponto o envolvimento maior e a atividade cooperativa so coerentes com a preservao desuas convic4es bblicas e com o cumprimento da tarefa dada pelo 2enhor. O Car=0r M2l0i*or4 da I/r1ao '. A da I/r1a Mili0an0a I/r1a Tri2n*an0 J *a presente dispensao, a igreja + militante,isto +, convocada para uma guerra santa, e de fato nela est9 emprenhada. Isto, naturalmente,no significa ;ue ela deve gastar suas foras em lutas sangrentas de autodestruio, mas, sim,;ue tem o dever de levar avante uma incessante guerra contra o mundo hostilem todas asformas em ;ue este se revele, seja na igreja ou fora dela, e contra todos os poderes espirituaisdastrevas.A igrejanopodepassarotempotodoemoraoemeditao, emboraestaspr9ticas sejam to necess9rias e importantes, nem tampouco deve parar de agir, no pacficogo)odasuaheranaespiritual.#latem;ueestarengajadacom todasassuas forasnaspelejas do seu 2enhor, combatendo numa guerra ;ue + tanto ofensiva como defensiva. 2e aigreja na terra + a igreja militante, no c+u + a igreja triunfante. '9 a espada + permutada peloslourosdavitria, osbradosdeguerrasetransformamemcOnticostriunfais, eacru)+substituda pela coroa. A luta + finda, a batalha est9 ganha, e os santos reinam com !risto paratodoosempre. *estesdoisest9giosdasuaeist=ncia, aigrejarefleteahumilhaoeaealtao do seu celestial2enhor. %s catlicos romanos falam, no somente de uma igrejamilitante e triunfante, mas tamb+m de uma igreja padecente. #sta igreja, de acordo com eles,inclui todos os crentes ;ue j9 no esto na terra, mas ;ue ainda no penetraram nos go)os doc+u, e agora esto sendo purificados dos seus restantes pecados no purgatrio.o 8. Di-0in+,o n0r I/r1a "i-3vlInvi-3vl J Vuer di)er ;ue, de um lado, a igreja de Deus +visvel, e de outro, + invisvel. Di)em ;ue 'utero foi o primeiro a fa)er esta distino, mas osoutros Reformadores a reconhecerame tamb+ma aplicaramK igreja. *emsempre seentendeu bem esta distino. %s oponentes dos Reformadores fre;Xentemente os acusavamde ensinarem ;ue eistem duas igrejas separadas. 'utero talve) tenha dado ocasio a estaacusao, por falar de uma ecclesiola invisvel dentro da ecclesia visvel. /as tanto ele como!alvino acentuam o fato de ;ue, ;uando falam de uma igreja visvel e invisvel, no se referemaduasigrejas, masadoisaspectosdaPnicaigrejadeDesus!risto. ,em>seinterpretadovariadamenteotermoseKigrejamilitante. #mgeral, +feitaessaaplicao na teologia reformada ?calvinistaA. #la ressalta o fato de ;ue a igreja, como eiste naterra, + visvel e invisvel. #sta igreja + dita invisvel por;ue + essencialmente espiritual e, emsua ess=ncia espiritual, no a pode discernir o olho humanoS e por;ue + impossvel determinarinfalivelmente ;uem no lhe pertence. A unio dos crentes com !risto + uma unio msticaS o#sprito;ueouneconstitui umlao invisvelS eas b=nos da salvao, tais como aregenerao, a converso genuna, a f+ verdadeira e a comunho espiritualcom !risto, sotodas invisveis aos olhos naturaisS J e, todavia, estas coisas constituem a formareal ?o car9teridealA da igreja. Vue o termo se pela origemhistrica da distino entre a igreja visvel e a invisvel na +poca da Reforma. A "blia atribuicertosatributosgloriososKigrejaeaapresentacomoummeiodesalvao edeb=noseternais. Roma aplicava isto K igreja como instituio eterna, mais particularmenteKecclesia representati+a ou K hierar;uia como distribuidora das b=nos da salvao e, assim,ignorava e virtualmente negava a comunho imediata e direta de Deus com os 2eus filhos,colocando entre eles um sacerdcio mediat9rio humano. #ste + o erro ;ue os Reformadoresprocuraram erradicar salientando o fato de ;ue a igreja da ;ual a "blia di) coisas to gloriosasno+a igreja consideradacomoinstituioeterna,mas aigrejacomocorpoespiritual deDesus!risto, ;ue+essencialmenteinvisvel nopresente, emboratendoumaencarnaorelativa e imperfeita na igreja visvel e esteja destinada a ter uma perfeita encarnao visvel nofim dos s+culos.*aturalmente , a igreja invisvel assume uma forma visvel. Dustamente como a almahumana se adapta a um corpo e se epressa por meio do corpo, assim a igreja invisvel, ;ueconsiste, no de almas, mas de seres humanas ;ue t=m alma e corpo, assumenecessariamente forma visvel numaorgani)ao eterna,por meioda;ualseepressa. Aigreja + visvel na profisso de f+ e conduta crist, no minist+rio da 3alavra e dos sacramentos,e na organi)ao eterna e seu governo. Ao fa)er esta distino, di) /c3herson( se achar boas defini4es da igreja invisvel na !onfisso de 0estminster.o B. A Di-0in+,o En0r a I/r1a Co4o Or/ani-4oa I/r1a Co4o In-0i02i+,o J *o se deveidentificar esta distino com a imediatamente anterior, como Ks ve)es se fa). M uma distino;ue se aplica K igreja+is)+el e dirige a ateno a dois aspectos diferentes da igreja consideradacomocorpovisvel.728 Mumerropensar ;ueaigrejassetornavisvel nosofcios, naadministraoda3alavraedos2acramentosenumacertaformadegovernoeclesi9stico./esmo ;ue todas estas coisa estivessem ausentes, a igreja continuaria sendo visvel na vidacomunit9ria e no testemunho pPblico dos crentes, e em sua unida oposio ao mundo. /as,emborasalientandoofatode;ueadistinoemfoco+feitadentrodaigrejavisvel, nodevemos es;uecer ;ue tanto a igreja como organismo como a igreja como instituio ?tamb+mchamadasapparitio e institutio J funo e instituioA t=m seu pano de fundo na igreja invisvel.!ontudo, apesar deser verdade;ueestessodoisaspectosdiferentesdaigrejavisvel,representam diferenas importantes. A igreja como organismo + o coetus fidelium, a unio oucomunho dos fi+is, unidos pelo vnculo do #sprito, en;uanto ;ue a igreja como instituio +a mater fidelium, a me dos fi+is, uma $eilsanstalt, um meio de salvao, uma ag=ncia para aconverso dos pecadores e para o aperfeioamento dos santos. A igreja como organismo temeist=nciacarism9tica( nelatodosostiposdedonsetalentostornam>semanifestosesoutili)adosnaobrado2enhor. A igrejacomoinstituio, poroutrolado, eistenumaformainstitucional e funciona por meio dos ofcios e meios ;ue Deus instituiu. *um sentido, ambasso coordenadas, e , todavia, h9 tamb+m certa subordinao de uma K outra. A igreja comoinstituio ou organi)ao -mater fidelium. + um meio para um fim, e este fim se acha na igrejacomo organismo, a comunidade dos crentes -coetus fidelium.. A- Mar5a- da I/r1a 4 Par0i52laro Afiel pre0aodaPala1ra. #sta+amaisimportantemarcadaigreja. #n;uanto;ueestaindepende dos sacramentos, estes no so independentes dela. A fiel pregao da 3alavra + ogrande meio para a manuteno da igreja e para habilita>la a ser a me dos fi+is. Vue esta +uma das caractersticas da igreja transparece em passagens como Do C.F6, FE, GUS 6G.EFS 6 DoG.6>FS E Do 7. Atribuir esta marca K igreja no significa ;ue a pregao da 3alavra na igreja ter9;ue ser perfeita para ;ue elapossa ser considerada cocomo igreja verdadeira.,al ideal +inatingvelna terraS s se pode atribuir K igreja uma relativa pure)a de doutrina. .ma igrejapode ser relativamente impura em sua apresentao da verdade, sem deiar de ser uma igrejaverdadeira. /as h9 um limite al+m do ;ual a igreja no pode ir, na apresentao errWnea daverdade ou em sua negao, sem perder o seu verdadeiro car9ter e tornar>se uma igreja falsa.M o ;ue acontece ;uando artigos fundamentais de f+ so negados publicamente, e a doutrina ea vida j9 no esto sob o domnio da 3alavra de Deus.o A correta ministrao dos sacramentos2 Damais se deve separar os sacramentos da 3alavra,pois eles no t=m contePdo prprio, mas etraem o seu contePdo da 3alavra de DeusS so defatoumapregaovisvel da3alavra. *esta;ualidade, eles devemser ministrados porlegtimos ministros da 3alavra, de acordo com a instituio divina, e somente a participantesdevidamente ;ualificados J os crentes e sua semente. .ma negao das verdades centrais do#vangelho, naturalmente afetar9 a ade;uada ministrao dos sacramentosS e, certamente, aigreja de Roma se afasta do modo correto ;uando separa da 3alavra de Deus os sacramentos,atribuindo>lhes uma esp+cie de efic9cia m9gica, e ;uando permite ;ue as parteiras ministrem obatismo, emocasi4esdenecessidade. Vuearetaadministraodossacramentos+umacaracterstica da igreja verdadeira, segue>se da sua insepar9vel coneo com a pregao da3alavra e de passagens como /t EC.67S /c 6B.6H, 6BS At E.GES 6 !o 66.EF>FN.o O fiel e3erc)cio de disciplina2 M deveras essencial para a manuteno da pure)a da doutrina eparasalvaguardar asantidadedos sacramentos. Asigrejas;uerelaaremnadisciplina,descobriro mais cedo ou mais tarde em sua esfera de influ=ncia um eclipse da lu) da verdadee abusos nas coisas santas. Da, a igreja ;ue ;uiser permanecer fiel ao seu ideal, na medidaem ;ue isto + possvel na terra, dever9 ser diligente e conscienciosa no eerccio da disciplinacrist. A 3alavra de Deus insiste na ade;uada disciplina a ser eercida na igreja de !risto, /t6C.6CS 6 !o H.6>H, 6FS 6G.FF, GNS Ap E.6G, 6H, EN.