ebook - implementação de sistemas de gestão da qualidade
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IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS DE
GESTÃO DA QUALIDADE
E-BOOK
2015
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ÍNDICE
Introdução .............................................................................................................................................................. 3
1. Vantagens da Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade ...................................................... 4
2. Objetivos da Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade ........................................................ 8
3. Dificuldades na Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade ................................................... 8
4. Fases da Implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade ........................................................ 10
5. Certificação de Sistemas de Gestão da Qualidade................................................................................... 12
Aprenda mais… ................................................................................................................................................... 13
Bibliografia ........................................................................................................................................................... 14
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INTRODUÇÃO
A maioria das empresas está organizada através de uma estrutura hierárquica liderada por uma direção,
algumas categorias de gestores e operadores nos níveis mais baixos. Dentro destas hierarquias, as empresas
organizam-se em departamentos e cada departamento contribui de forma especializada para a empresa. O
fluxo de comunicação e informação desce verticalmente na organização. Consequentemente, os colaboradores
tendem a identificar-se com as necessidades do seu departamento, e não tanto com as necessidades dos
outros dentro da organização.
Muito embora as empresas se organizem hierarquicamente por departamentos e secções, o trabalho flui
horizontalmente ao longo da organização, atravessando as fronteiras departamentais.
Cada departamento ou pessoa tem funções específicas a desempenhar de forma a satisfazer os requisitos do
cliente final, mas a maioria das pessoas não interage diretamente com o cliente final. No entanto, todos têm os
seus clientes dentro da organização, isto é, as pessoas que recebem o resultado (produto) das atividades que
cada um desenvolve.
Considerando a sequência de atividades, podemos considerar que existem relações de cliente-
fornecedor internos em toda a organização, através das relações entre os processos que decorrem no interior
da mesma.
A implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ) de acordo com a norma NP EN ISO 9001:2008
leva à aplicação do conceito de abordagem por processos para uma gestão mais eficaz de uma organização.
Uma abordagem por processos consiste, como é descrito no referencial normativo, na identificação e gestão
dos processos de uma organização e das suas interações.
Na realidade, a NP EN ISO 9000:2005 descreve processo como:
“conjunto de atividades inter-relacionadas ou inter-atuantes que transforma entradas em saídas”.
Por seu lado, abordagem por processos é entendida como:
“Identificação e gestão sistemática dos processos de uma organização e, em particular, dasinterações entre
estes processos” .
Neste e-Book iremos abordar:
• As vantagens e os objetivos da implementação de um Sistema de Questão da Qualidade
• As principais dificuldades e as fases de implementação de um Sistema de Questão da Qualidade
• A certificação de um Sistema de Questão da Qualidade (resumo)
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1. VANTAGENS DA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE
A norma NP EN ISO 9001:2008 define GESTÃO DA QUALIDADE como “Atividades coordenadas para dirigir e
controlar uma organização no que respeita à Qualidade”. Se entendermos que todas as atividades realizadas
no seio de uma organização contribuem para o seu desempenho, poderemos facilmente entender que a
Gestão da Qualidade está presente em tudo o que fazemos numa organização e será um forte elo de ligação
entre os diferentes setores, que conduzirá a organização à melhoria e à excelência.
Numa perspetiva transversal, a Gestão da Qualidade assegura uma
forte interação entre os diferentes setores e processos dentro da
organização, desenvolvendo e proporcionando um conjunto de
metodologias que contribuem para a eficácia da organização.
De acordo com esta definição, a Gestão da Qualidade consiste na
implementação de uma série de atividades com o objetivo de
proporcionar uma gestão eficaz da organização e dos seus
processos, tais como:
• Estabelecer a Política e Objetivos da Qualidade
Começamos por definir uma declaração de princípios e compromisso para com a Qualidade na organização.
Esta será a orientação de toda a organização, designada Política da Qualidade, e enquadra a estratégia de
qualidade da organização no seu seio.
A partir desta Política, que deverá ser a base da estratégia
organizacional para a Qualidade, e com ela enquadrados
são estabelecidos os Objetivos da Qualidade que
constituem uma série de metas que, ao serem atingidas,
concretizam os princípios e compromissos estabelecidos na
Política, traduzindo-se na evidência da eficácia do Sistema
de Gestão da Qualidade.
• Planeamento da Qualidade
Um outro fundamento da Gestão da Qualidade é o Planeamento de atividades que pretendem conduzir à
Qualidade. O planeamento é fundamental para o sucesso da organização assegurando o estabelecimento
de objetivos e a medição dos resultados obtidos em todas as atividades da organização, assim como de
métodos e critérios de aceitação para processos e produtos. Por outro lado, quando se planeia desenvolver a
capacidade de prevenir falhas nas atividades.
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Também com um planeamento eficaz, garante-se que a organização trabalha como um todo para
os objetivos comuns, assegurando uma comunicação interna eficaz.
• Controlo da Qualidade
Somo consequência do Planeamento da Qualidade é desenvolvido
e implementado o Controlo da Qualidade. Ao estabelecer
procedimentos e parâmetros de controlo dentro da organização,
estabelecemos as condições necessárias e ideais para que os
processos sejam conduzidos dentro de limites pré-
estabelecidos que asseguram a conformidade dos resultados,
cumprindo os requisitos planeados. Consequentemente, o
Controlo da Qualidade tem impacto significativo ao nível
operacional.
• Garantia da Qualidade
Garantir a Qualidade consiste na implementação de um conjunto de atividades que, de certa forma, englobam
o Planeamento da Qualidade e o Controlo da Qualidade. É um nível mais abrangente de Qualidade no seio de
uma organização. Para além de planear e controlar a Qualidade das atividades realizadas e dos produtos
resultantes, também se desenvolvem atividades que pretendem garantir que a Qualidade, conforme definida
pela organização, é assegurada. Estas atividades resultam da interação entre o que planeamos e o controlo a
executar, no sentido de assegurar que todos os aspetos que influenciam a Qualidade dos produtos e processos
estão identificados e são controlados ao longo dos processos. A Garantia da Qualidade
abrange atividades como auditorias, implementação de ações preventivas e o controlo estatístico de
processos.
• Melhoria da Qualidade
Por último, atualmente um Sistema de Gestão da Qualidade tem por base o conceito de Melhoria Contínua,
conceito esse que está para além da Garantia da Qualidade. São desenvolvidas atividades que pretendem
uma gestão cada vez mais eficaz da organização. Para tal, são introduzidos os conceitos associados à gestão
para a melhoria, com a definição de objetivos e a sua monitorização e medição.
Também o envolvimento dos clientes na gestão do sistema é introduzido através da monitorização e medição
da sua satisfação, fator considerado fulcral no sucesso das organizações.
Na verdade, a Gestão da Qualidade resume-se à gestão de todos os fatores, relacionamentos e parcerias que
influenciam os resultados de forma a garantir a satisfação dos clientes e, consequentemente, um melhor
desempenho da organização. Um SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE define-se como um “conjunto de
elementos interrelacionados e interatuantes para dirigir e controlar uma organização no que respeita à
Qualidade“. Poderemos então concluir que um Sistema de Gestão da Qualidade é o conjunto de elementos
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que garantem a interligação de todos os aspetos relacionados com a Qualidade numa organização, com
o objetivo de aumentar os seus níveis de eficácia e, posteriormente, de eficiência.
Os elementos constituintes de um Sistema de Gestão da Qualidade asseguram que:
• As responsabilidades e autoridades são estabelecidas e reguladas dentro da organização;
• São definidos e implementados procedimentos e processos;
• São identificados, planeados e proporcionados os meios necessários e adequados à Qualidade;
• São monitorizados e medidos os resultados e desencadeadas ações para a promoção da melhoria da
organização.
Considerando os aspetos constituintes de um Sistema de Gestão da Qualidade, poderemos considerar que
existem três elementos fundamentais:
Suporte Documental
Para o desenvolvimento e implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade as organizações elaboram
um conjunto de documentos que têm por finalidade apoiar e suportar o Sistema em diferentes níveis
organizacionais e operacionais.
Os documentos de um Sistema de Gestão da Qualidade são
normalmente diferenciados por diferentes níveis documentais. Os
níveis são estabelecidos consoante a importância da informação
contida no documento e estabelecem uma hierarquia que origina
uma estrutura da informação, permitindo identificar quais as
prioridades em termos de aplicação dos documentos. Por
exemplo, se dois documentos estabelecem informação
contraditória, sobrepõe-se a informação constante do
documento hierarquicamente superior.
De acordo com os princípios estabelecidos na ISO 9000:2005 para a organização documental de um Sistema
de Gestão da Qualidade, os documentos poder-se-ão organizar em 3 níveis hierárquicos.
• Os documentos de nível 1, normalmente o Manual da Qualidade da organização, que inclui a sua Política da
Qualidade, descrevem o Sistema de Gestão e contém a descrição de todos os elementos de um Sistema de
Gestão da Qualidade;
• Os documentos de nível 2, nível no qual se integram os procedimentos do Sistema de Gestão da Qualidade,
descrevem atividades funcionais necessárias na implementação dos elementos do Sistema de Gestão da
Qualidade;
• Os documentos do nível 3, consistem em documentos de trabalho detalhados ou específicos, como por
exemplo, critérios de aceitação, instruções de trabalho, planos de controlo, formulários, relatórios, impressos,
etc.
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NOTA: É frequente que a estrutura documental de um SGQ não esteja de acordo com estas orientações,
podendo existir mais que 3 níveis. Nesse caso os documentos de nível 4, são basicamente os documentos que
darão origem aos registos da qualidade.
No entanto, esta estrutura do suporte documental de um Sistema de Gestão da Qualidade é meramente
orientadora, podendo ser diferente da aqui indicada em função da estrutura da empresa e do seu
funcionamento. A documentação de um Sistema de Qualidade deve ser adequada à organização e à sua
estrutura e, acima de tudo, deve acrescentar valor.
Na prática resulta que todos os documentos utilizados na organização devem fazer sentido e ser reconhecida a
sua utilidade pelos colaboradores que os utilizam. Caso isso não aconteça, deve ser analisado se realmente o
documento em causa é necessário e se a sua aplicação contribui para o melhor desempenho da organização a
algum nível.
Obrigatoriamente, devem existir os documentos requeridos pela norma, assim como os registos da qualidade
referenciados. Para além dessa documentação, a organização decidirá que documentação considera
necessária para a sus operação eficaz.
Estrutura Organizacional
A definição clara da estrutura da organização implica a definição clara de responsabilidades, autoridades e
competências - normalmente apresentadas no Organigrama e Descrições Funcionais. A implementação de
um SGQ origina inicialmente uma análise e reflexão acerca da estrutura da própria organização. Regra geral,
as empresas de pequena e média dimensão não possuem uma estrutura bem definida, sendo comum o
conceito de “cada um faz um pouco de tudo e colabora onde é necessário”. Este método poderá ser
um fator positivo pela flexibilidade no funcionamento de uma pequena empresa, em que a formalidade
entre setores e departamentos contribui para a inércia e a cristalização dos processos, impedindo a melhoria
contínua da organização. No entanto, a definição clara da estrutura organizacional proporciona uma maior
organização do trabalho, permitindo uma maior responsabilização das pessoas e identificação de pontos fracos
e de situações de potencial de melhoria.
Recursos
Devem ser assegurados e disponibilizados pela organização os recursos necessários e adequados para a
realização das atividades que proporcionem produto em conformidade com os requisitos definidos (Recursos
humanos, Edifícios, Equipamentos, Ambiente de Trabalho).
Por último, e fundamental para que o desempenho de qualquer organização consiga atingir os seus objetivos, é
a disponibilização de recursos. Inclui-se neste fator todos os tipos de recursos que sejam necessários ao bom
desempenho de tarefas e procedimentos, de forma a conseguir produzir produtos ou fornecer serviços dentro
dos requisitos definidos e que satisfaçam as necessidades dos clientes.
Neste âmbito, incluímos os recursos humanos, em que devem existir colaboradores com as competências
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necessárias para que possam realizar as suas tarefas, os recursos físicos e materiais, desde instalações e
equipamentos, viaturas, meios de comunicação, e por último, um ambiente de trabalho que garanta
a correta utilização e armazenagem do produto.
Ao garantir a gestão, implementação e controlo destes três “pilares” de um Sistema de Gestão da Qualidade,
poderemos assumir que o SGQ se encontra definido e implementado numa organização e que a sua estrutura
se encontra definida e suportada por um conjunto de elementos que garantem a sua eficácia.
2. OBJETIVOS DA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE
Os principais objetivos da implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade numa organização são:
• Melhorar o desempenho da organização;
• Aumentar o grau de satisfação dos clientes;
• Melhorar a eficácia dos processos.
Na verdade todos os requisitos da norma, assim como a respetiva estrutura, estão orientados
para a melhoria da organização com base na satisfação dos
clientes, quer internos quer externos à organização.
A perspetiva de suportar na satisfação dos clientes da
organização o seu sucesso relaciona-se com o facto de as
organizações dependerem de ter ou não clientes que garantam o
negócio. Na verdade, a Gestão da Qualidade tem como fundamento
a necessidade de gerir toda a organização de forma a garantir que esta trabalha
para o cliente e de forma a ir ao encontro das suas expectativas, assegurando dessa forma a
fidelização do cliente e, consequentemente, o negócio em si e o seu sucesso como empresa.
Ao implementar um Sistema de Gestão da Qualidade, uma organização irá identificar todos os seus processos
e orientá-los para a satisfação dos seus clientes, através de produtos/serviços de maior qualidade (para o
cliente), que garantam a sua eficácia e que o seu desempenho melhore constantemente.
3. DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE
A implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade não é um processo que se possa considerar simples
e fácil de executar, dependendo de fatores como estrutura organizacional existente, complexidade de
procedimentos, recursos humanos e respetivas competências, etc.
Normalmente é um processo que é executado ao longo de alguns meses, de forma a torná-lo consistente com
as práticas e objetivos da organização e a consolidar a sua aplicação. Algumas dificuldades surgem
naturalmente ao longo de um processo de implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade, das quais
destacamos:
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• Não envolvimento de todos os recursos humanos
Numa primeira abordagem à implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade teremos que considerar
que existem algumas pessoas que não são adeptas da Qualidade e não “acreditam” na utilidade do Sistema
para a melhoria da organização. Aqui também teremos que considerar a influência que tem o facto de a
implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade estar conotada com uma elevada burocratização das
organizações.
É fundamental que este facto seja ultrapassado através da sensibilização de todos os colaboradores de forma
a garantir que todos estejam fortemente envolvidos no processo. Este envolvimento irá facilitar
significativamente o processo de implementação do Sistema e contribuir decisivamente para a obtenção de
níveis mais elevados de eficácia da organização.
• Resistência à mudança
Todas as pessoas têm naturalmente uma resistência à mudança dos seus hábitos e rotinas. Nas organizações
isso não é diferente. Os procedimentos e tarefas estão definidos e implementados de determinada forma,
muitas vezes definidos informalmente (faz-se assim porque sempre se fez…).
Aquando da implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade, essas rotinas são quebradas pela
necessidade de adaptar/definir procedimentos que vão ao encontro dos requisitos normativos e que assegurem
o planeamento e controlo das operações em função dos requisitos. Naturalmente surge a resistência à
mudança dos hábitos instituídos (porque temos que mudar a forma de trabalhar se sempre se fez desta
maneira? Mas antes da Qualidade não sabíamos trabalhar?). São questões normais quando se alteram os
procedimentos que são utilizados, por vezes há décadas, nas organizações.
Mais uma vez deve ser feita uma forte sensibilização das pessoas para a adoção dos novos procedimentos.
Uma forma de eliminar esta dificuldade é o envolvimento direto dos colaboradores na definição e
implementação dos novos procedimentos.
• Assumir que a qualidade faz desaparecer todos os problemas
Esta questão não é propriamente uma dificuldade, mas poderá causar algumas atitudes menos positivas ao
longo da implementação e manutenção do Sistema de Gestão da Qualidade. Na verdade os problemas não
“desaparecem” com a implementação de um SGQ, mas são mais facilmente detetados, controlados e
eliminados. Passam portanto a ser mais visíveis na organização, pelo que, por vezes a sensação é de que
passamos a ter mais problemas com a Qualidade do que tínhamos anteriormente.
• Sistemas pré-fabricados
A situação da existência de sistemas pré-fabricados significa que poderemos cair na tentação de copiar
sistemas definidos para outras organizações e tentar implementá-los diretamente na nossa organização. O que
acontece nestes casos é que o SGQ que tentamos implementar pode não ser adequado à organização e
constituir um “peso morto” para o seu eficaz funcionamento.
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• Cruzar os braços após a certificação
Uma última questão a considerar é o facto de se poder considerar que o objetivo da implementação de um
Sistema de Gestão da Qualidade é a sua Certificação. Nestes casos sentem que a certificação é o fim do
processo, quando na verdade é só o início do desafio da Gestão de um Sistema da Qualidade. A partir do
momento em que certificamos um SGQ, entramos no desafio da melhoria contínua, que consiste num processo
dinâmico que promove a eficácia e a eficiência das organizações.
4. FASES DA IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
O processo de implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade pode ser bastante complexo,
dependendo da organização (dimensão e atividade) e de fatores como recursos disponíveis, motivação e
envolvimento dos colaboradores, etc.
De qualquer forma, consideramos que o processo de implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade
numa organização, deve passar por algumas fases que, ao serem acauteladas, podem contribuir para o seu
sucesso.
• Decisão da Gestão de Topo da Organização
A primeira questão a ter em conta é a decisão de avançar para a implementação de um Sistema de Gestão da
Qualidade. Esta decisão deve ser assumida ao mais alto nível, garantindo assim um forte envolvimento da
gestão de topo da organização. Desta forma, a Gestão da Topo apresenta-se como a força motivadora da
implementação do Sistema, liderando o processo e mais facilmente envolve os colaboradores
no objetivo comum.
• Informação e Formação dos Colaboradores
Após a decisão de implementação, o projeto deve ser divulgado e dada formação aos colaboradores da
organização acerca do processo, da metodologia a seguir e dos objectivos pretendidos. Dessa forma tenta-se
vencer logo à partida algumas resistências e assegurar a motivação e o envolvimento de todos.
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• Diagnóstico
Quando se inicia verdadeiramente a implementação na prática, deve ser realizado um diagnóstico ao Sistema
existente na organização. Não podemos esquecer que o Sistema de Gestão de qualquer organização está
presente desde o seu primeiro dia de existência. A única questão é que não se encontra de acordo com
qualquer referencial, na maioria dos casos.
• Definição da Política da Qualidade, Objetivos da Qualidade
Após a fase de diagnóstico, e em função do conhecimento das estratégias identificadas e adotadas pela
organização, a Gestão de Topo deve definir e documentar a sua Política da Qualidade. Esta Política, como já
foi referido, é a declaração de compromisso da gestão de topo e da organização para com a Qualidade e
deverá apresentar os princípios orientadores de toda a organização em matéria de Qualidade. Enquadrados
com os princípios da Política da Qualidade, devem ser definidos Objetivos da Qualidade.
• Definição dos Processos da Organização
Após toda a fase de planeamento, devem ser analisadas as organizações e identificados quais os seus
processos internos. A abordagem aos processos da organização pode ser efetuada de diversas formas,
existindo várias metodologias para identificar e estabelecer os
processos de um Sistema de Gestão da Qualidade. No entanto, na
maioria dos casos considera-se a cadeia de valor acrescentado do
produto como uma base de partida para a identificação dos
processos da organização. Os processos de uma organização podem ser
divididos em vários tipos, consoante as atividades que
realizam, processos de gestão, processos de suporte e
processos de negócio.
• Elaboração de Documentação
A fase seguinte deverá ser a elaboração do suporte documental do SGQ, que no mínimo deverá ser constituído
pelo Manual da Qualidade (que normalmente integra a Política da Qualidade e Objetivos da Qualidade),
processos do SGQ, procedimentos, instruções de trabalho, relatórios, impressos, etc. Mas é de salientar que a
estrutura documental, assim como a documentação a elaborar, é decidida pela organização, considerando o
requisito normativo 4.2.
• Implementação dos Processos e Procedimentos
De seguida passamos à fase de implementação prática de processos e procedimentos (muitas vezes esta fase
decorre em simultâneo com a fase anterior, à medida que se elabora o suporte documental, este é
implementado de imediato). Esta fase é talvez a de maior grau de dificuldade, tendo em consideração que é
agora que se vão revelar as maiores dificuldades de implementação relacionadas com as pessoas e a sua
aceitação do SGQ.
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• Auditorias Internas
Após a fase de implementação prática do SGQ definido são realizadas auditorias internas ao SGQ. Estas
auditorias permitirão avaliar a conformidade do SGQ com os requisitos definidos e identificar os aspetos a
melhorar. Para além disso, darão cumprimento ao requisito 8.2.2 da norma NP EN ISO 9001:2008,
assegurando assim a conformidade total do SGQ.
• Pedido de Certificação
Nesta fase o SGQ da organização encontra-se definido e implementado. Pode então a organização optar pela
sua certificação, ou não. Este é um processo independente da implementação, pelo que deverá ser uma opção
estratégica da organização. Apesar da grande maioria das organizações implementarem um SGQ com
o objetivo de o certificar, poderão simplesmente implementar o sistema e não avançar para a certificação. A
diferença é que neste último caso, não existe um reconhecimento formal e independente da conformidade com
os requisitos da norma de referência.
• Auditoria de Concessão
No caso de a organização optar pela certificação do seu SGQ, o processo é
concluído com a auditoria de concessão (1ª fase e 2ª fase) realizada por
entidade certificadora acreditada. Após essa auditoria é concedido o certificado
após a organização demonstrar que o seu SGQ se encontra conforme os
requisitos normativos (implica ações corretivas para os desvios identificados).
5. CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE
A certificação de um Sistema de Gestão da Qualidade, que constitui o objetivo primordial da grande parte das
organizações que implementam um SGQ, pretende ser um processo independente de apreciação da
conformidade do SGQ com o referencial normativo em causa. Este processo envolve a realização de
auditorias, solicitadas pela entidade certificadora, que correspondem ao processo avaliativo da conformidade
do SGQ e que permite concluir sobre o cumprimento do referencial normativo, dando origem à certificação da
empresa.
Por definição, a certificação da empresa é um processo de reconhecimento formal por uma
entidade independente (entidade certificadora) de que o Sistema de Gestão da Qualidade da
organização cumpre os requisitos estabelecidos (referencial normativo e procedimentos
internos).
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APRENDA MAIS…
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Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade: Norma NP EN ISO 9001:2008
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BIBLIOGRAFIA
Adaptado do manual do módulo 2 do curso de Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade:
Norma NP EN ISO 9001:2008, elaborado por Eng.ª Marisa Leal, 2015
Guia Interpretativo ISO 9001:2008, APCER
Manual Prático para a Gestão e Qualidade nas Organizações, Verlag Dashöfer
NP EN ISO 9000:2005. Sistemas de Gestão da Qualidade. Fundamentos e Vocabulário
NP EN ISO 9001:2008. Sistemas de Gestão da Qualidade. Requisitos.
www.ipq.pt
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