É possível definir a religião?
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É possível definir a religião?
Pressupostos Não existe nenhuma definição universalmente aceita da religião.
Existem duas categorias de definição da Religião: 1) O que a religião faz (funcionalista). 2) O que a religião é (essencialista).
Definindo religião pela função O que é o funcionalismo? “O funcionalismo é uma perspectiva
teórica em sociologia, mas a função refere-se mais ao papel de uma instituição na sociedade.”
Religião é um sistema unificado de crenças e práticas relativas as coisas sagradas, isto é, coisas separadas e proibidas, crenças e práticas que unem numa única comunidade, chamada igreja, todos o que a elas aderem.
(Émile Durkheim)
Definindo religião como essência O que é o essencialismo?
“Perspectiva que parte da ideia de que os particulares (pessoas, coisas, números, etc.) possuem propriedades sui generes.”
“As diferentes religiões são organismos vitais, dotados de formas e leis próprias que as regulam e caracterizam sua dinâmica.” (FILORAMO & PRANDI, 1999, p. 42)
Admirável, ou melhor, espantoso: pois se existe um campo da experiência humana que apresente algo próprio, que apareça somente nele, esse campo é o religioso.
(Rudolf Otto)
Definição a partir do termo religio “Significa originalmente uma
espécie de temor supersticioso” (p. 19). Neste ponto Otto observou que esse aspecto evolui para uma consciência moral, implicando sentimento religioso e culto aos deuses (OTTO, 2007, p 48).
• “Religião pode também significar: ligar (religare) um adorador à divindade através de observância de cerimônias cúlticas e atos de devoção” (p. 19)
Métodos de abordagem da Religião
Queda d’água, de Maurits Cornelis Escher.
Animatismo
Animismo Totemismo
Culto aos ancestrai
sDeuses
pessoais
Abordagem evolucionista
Politeísmo
Monoteísmo
• E. B. Tylor (1832 – 1917) - Cultura Primitiva:• A ideia de “alma” está na origem da religião;• “Alma” → “espírito” / “espíritos” → “Ser
supremo”;• Primitivo x Civilizado
Abordagem histórica Examina as fontes primárias, como material
literário e arqueológico (inscrição, monumentos, artefatos etc.) ligando a religião e compara seu desenvolvimento com outras religiões, sem nenhuma intenção de insinuar que uma religião seja superior a outra.
“O historiador das religiões deve ser comprometido com o conhecimento e não com verdades absolutas”. (Joachim Wach)
“Não existe nenhum fenômeno religioso puro. Um fenômeno religioso é também um fenômeno social, econômico e, evidentemente, histórico, porque tem lugar no tempo histórico e é condicionado por tudo o que aconteceu antes.” (Mircea Eliade)
“Cada phainomenon é um genomenon”. (Raffaelle Pettazzoni)
“Para compreender um fato cultural qualquer, devemos procurar a reconstrução da sua gênese, da sua formação”. (Marcello Massenzio)
Abordagem teológica Nas várias religiões há suas respectivas
teologias, baseadas nos escritos (texto sagrado) e nas tradições.
Teologia deriva de duas palavras gregas do θεóς, "divindade" + λóγος, "palavra", por extensão, "estudo, análise, consideração, discurso sobre alguma coisa ou algo.
Abordagem filosófica Considera os métodos empregados no estudo da religião,
avalia as provas e indícios e chega à verdade ou não das afirmações da fé.
Filosofia antiga: questões metafísicas. Filosofia moderna: analise empírica. Filosofia contemporânea: investigação da linguagem.
Abordagem psicológica Destaca os aspectos emocionais da experiências religiosa.
• Otto e a experiência numinosa da religião;
• Freud: a experiência religiosa pode ser explicada psicologicamente: é uma ilusão.
• Jung: a ideia da religião é verdadeira e natural no ser humano; inconsciente coletivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS