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Outubro 2008 Edição 156 muito alem do diva do diva É hora de vender pág. 3 Reflexão na sala de aula pág. 8 As três faces da vaidade pág. 12

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Outubro 2008

Edição 156

muito alem

do divado divaÉ hora de venderpág. 3

Refl exão na sala de aula pág. 8

As três faces da vaidadepág. 12

Autoconhecimento, interação social, formação de valores... Ao longo da vida, a pessoa vai crescendo e desenvolvendo aptidões, aprimorando virtudes – e também defeitos, às vezes – e formando o que se conhece como caráter. Ou seja: aquilo que cada um demonstra ser é o resultado de um processo contínuo, sujeito tanto às interferências do meio quanto às opções próprias.A Psicologia desempenha um papel importante neste processo, enquanto ciência voltada à humanização. Os primeiros “psicólogos” na vida de uma pessoa são os pais. Cabe a eles, pelo conhecimento que têm da vida e pelo próprio exemplo, começar a moldar o que julgam ser um cidadão útil para a sociedade.Depois, durante toda a infância e a juventude, os professores desempenham papel fundamental. É o período, também, em que a pessoa já tem informação e, principalmente, formação suficiente para decidir que rumo pretende seguir. É quando surgem as primeiras oportunidades de correções de rota, quando as circunstâncias exigem. O meio exerce

uma influência poderosa, colocando à prova todas as convicções pessoais.A sala de aula, o lar, a rua e qualquer ambiente passam a ser o “divã” permanente do indivíduo. Em tudo se percebe algum traço da Psicologia, durante toda a vida. Precisa dizer mais, para destacar a importância desta disciplina? Pense nisso, analise-se. E procure formar os mais preciosos valores para sua vida.

Revista do Campus Educacional da CNEC Joinville. Conselho Editorial: Airton Bonet, Alexandre Ari Monich, Emanuelle Santiago Dalri, Félix José Negherbon, Gislayne Aguiar, Maria Salete Panza Gonçalves da Silva, Norberto Fernando Kuchenbecker, Rodrigo Santos e Wilson Roberto Gonçalves. Produção: Criacom Comunicação e Eventos. Editoração gráfica: GBR. Jornalista Responsável: Mário Sérgio Brum (DRT/SC 769). Fotografia: Joyce Reinert. Impressão: Apta Editora e Gráfica. Tiragem: 3.000 exemplares. Endereço: Rua Coronel Francisco Gomes, 1290 – Tel. 34310900 – Joinville-SC. Sites: www.eliasmoreira.com.br e www.fcj.com.br. E-mail: [email protected] ou [email protected]

Conselho Editorial da Revista Saber

EDITORIAL

Faça espanhol

RESGATE DOS VALORES

Conhecer outro idioma abre janelas para o mundo. O espanhol é uma das línguas mais importantes hoje. Veja: é a 3ª língua do mundo em número de pessoas (400 milhões); a 3ª em número de países como idioma oficial (21 países); mais de 40 milhões de estudantes aprendem espanhol no mundo; é a segunda língua mais usada como meio de comunicação internacional e de negócios (depois do inglês); mais de 55 milhões de pessoas conhecem a Espanha todos os anos; é o idioma oficial do Mercosul; nos Estados Unidos, é falado por 56 milhões de pessoas. Esses dados reforçam a importância não só cultural, mas econômica e estratégica da língua espanhola nas relações econômicas, culturais e políticas no mundo atual.Cabe ao leitor decidir se vale a pena aprender espanhol e investir tempo e recursos financeiros para tal empreitada intelectual.

Alessandro Dequech Wagenfuhr Professor de Língua Espanhola, fez o ensino fundamental e médio no Colégio Elias Moreira

Artigo na íntegra: www.eliasmoreira.com.br www.fcj.com.br

No divã da vida

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NEGÓCIOS

O mercado

Fonte: Catho(set), 2008

É hora de vender

“As empresas procuram profi ssionais de vendas porque elas precisam crescer. Para isso, elas têm que vender. Só que, por outro lado, faltam vendedores qualifi cados. Por isso a área de vendas hoje é a de mais alta empregabilidade”

Emerson Mainardes - Professor

Dois caminhos levam a maioria das pessoas para a área de vendas: um suposto talento ou falta de opções de emprego. Realmente, vendas é a área que mais tem vagas no mercado. Confi ra abaixo.

A profi ssão de vendedor deve ter sido

inventada na pré-história, quando o

primeiro Homo sapiens descobriu que um

pernil de javali podia ser trocado por uma

boa porção de batatas ou algo assim.

O homem sempre está vendendo algo. Vender é tão importante quanto produ-zir, e envolve o domínio de técnicas e

princípios. Antigamente era exigido pouco do vendedor, em função da escassez de recursos. Muitos que não sabiam no que trabalhar caíam de pára-quedas em lojas, empresas e fábricas, para vender. Com o aumento do consumo e, conseqüentemente, da concorrência, as ferramentas foram ampliadas e o profissional precisou criar estratégias para conquistar os clientes.

A palavra “conquistar” passou a ser uma das mais importantes do vocabulário do vendedor. Não basta apenas preencher um pedido; o mercado é mais generoso com quem apresenta algum diferencial, se qualifica e mantém um bom relacionamento com os clientes. “Histori-camente, o vendedor era alguém que engana-va pessoas, era chato, enrolador; mas hoje é ele quem gera a receita e traz faturamento. O profissional do passado as empresas não que-rem mais. Elas querem uma pessoa que cuide dos seus clientes e conquiste novos”, explica o professor da FCJ Emerson Wagner Mainardes.

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Qual curso fazer?Técnico em Vendas

O curso prepara o profissional para entrar na área de vendas e permite o desenvol-vimento das habilidades para quem já exerce a profissão. Durante o curso, o aluno estuda o perfil do comprador, com noções de psicologia comportamental, marketing, direito do consumidor e técnicas de oratória, negociação e vendas, além de explorar as técnicas de exposição. Estes conhecimentos permitem ao profissional exercer com com-petência a atividade de vendedor.

Superior de Tecnologia em Gestão Comercial

Este curso possibilita que o profissional atue na gestão do comércio varejista. Desenvolve habilidades para organizar e controlar as lojas que comercializam produtos e serviços. O acadêmico pode atuar como gerente de loja, supervisor e gerente de atendimento e de vendas, entre outras funções de liderança ligadas à área comercial. “O curso de Gestão Comercial visa formar o profissional que vai chefiar a equipe de vendas. Preparamos equipes de vendedores para o mercado, mas, às vezes, o chefe não está prepara-do para comandá-las”, explica o professor Emerson.

Pós-graduação em Gerenciamento de Vendas

As organizações exigem dos seus profissio-nais mais resultados diariamente, o que leva à necessidade de integração entre as diver-sas partes de uma organização. Todos os profissionais, inclusive os da área comercial, precisam interagir em busca dos resultados necessários para a sobrevivência e o desen-volvimento das organizações. O profissional que procura a pós-graduação em Gerencia-mento de Vendas traz consigo experiências da atividade comercial e busca desenvolver habilidades complementares que permitam planejar, organizar, pensar e agir estrategi-camente na área de vendas.

Apaixonado pela profi ssão“Existem pessoas que enxergam a profis-

são de vendas como um bico”, diz Leandro Graff e Araújo, que fez o Técnico em Vendas em 2007 no Elias Moreira e agora faz o curso superior de Tecnologia em Gestão Comercial. “Me conheci melhor depois de fazer o técnico, e vi que não sei nem metade sobre vendas, pois é uma área que a cada dia traz uma história diferente”, diz.

Leandro está na área de vendas há aproximadamente cinco anos. Começou numa videolocadora, onde tinha conta-to direto com o cliente. A partir deste relacionamento, se apaixonou pela área.

Para uma boa venda, Leandro cita três técnicas: oratória, negociação e compreen-

são. Assim que terminar o curso superior, Leandro planeja fazer a pós-graduação em Marketing ou Gerenciamento de Vendas e, mais tarde, ser professor.

“O mercado exige profissionais cada vez mais qualificados. É difícil quando se é mais um no mercado. Agora, se o vendedor for diferente, inteligente e tiver visão, com certeza vai se sobressair e terá um lugar cativo nas empresas”, conclui Leandro.

“O vendedor deve ser educado, confi ante e apaixonado pela profi ssão, mas, acima de tudo, deve ter carinho por outros seres humanos e entender que ninguém é igual a ninguém.”

O Curso Superior de Tecnologia em Gestão Comercial, iniciado em março de 2008 foi criado por meio de uma par-ceria com a Câmara de Dirigentes Lojis-tas de Joinville (CDL) e FCJ. Em outubro, abrirá uma nova turma, desta vez para atender às necessidades dos represen-tantes comerciais da região que costu-mam viajar durante a semana. A nova parceria foi firmada entre FCJ, Conselho

Regional dos Representantes Comer-ciais do Estado de Santa Catarina (Core) e Sindicato dos Representantes Comer-ciais do Norte e Nordeste de Santa Cata-rina (Sirenorte). As aulas serão às sextas e sábados e o curso terá duração de 36 meses. “O objetivo é qualificar os re-presentantes comerciais”, explica o di-retor adjunto da FCJ, Norberto Fernando Kuchenbecker.

Perfi l do profi ssional de vendas

Atitude

Conhecimento

Usar ferramentas (internet, celular)

Ser pró-ativo

Dinâmico

Gostar de fazer negócio

Parcerias da FCJ

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Segredo é equipe motivadaEla tem 18 anos no comércio

joinvilense e 16 anos de loja. Clarice Giacomelli sempre gostou de moda, de roupas bonitas e do contato com o público. Hoje, gerencia a Clarice Mo-das, uma loja de roupas e acessórios para mulheres.

Clarice já viajou pela Europa em busca de aper-feiçoamento e novidades. Suas funcionárias tam-bém são incen-tivadas a buscar especialização, por isso fizeram cursos específicos de vendas pela CDL. “O cliente, hoje, está bem informado e entra na loja sabendo o que quer. O vendedor precisa acompanhá-lo e estar atento”, explica.

As 12 funcionárias, sendo seis vendedoras, passam por atividades motivacionais dentro da própria loja. Clarice realizou um concurso de moda interno. As funcionárias tiveram que

montar o “look” de uma boneca, com roupas modernas, calçados e acessórios para premiar a mais bonita e criativa. “Fiz esse concurso para desenvolver a criação delas - explica Clarice -, pois a gestão da equipe de funcionários é muito importante para uma empresa.” Em 2001, Clarice

ganhou o primeiro lugar num concur-so de produção de roupas em bone-cas, em São Paulo. Neste ano, ela se

matriculou no curso superior de Tec-nologia em Gestão Comercial na FCJ: “Achei a idéia maravilhosa, pois não tinha curso direcionado ao comércio antes”. Clarice agora está unindo sua experiência de 18 anos à teoria do curso. Com dinâmicas e debates com os colegas, está adorando conhecer outros cases. “Eu tive até hoje muita prática e agora estou conhecendo os conceitos”, conclui.

“Cuido de todos os setores da loja, mas o que mais

gosto é atender as clientes”

O cliente deve se encantarA família Giacomelli está fazendo história no comércio join-

vilense. Clécio, irmão de Clarice, abriu a Expressiva Homem há aproximadamente 15 anos, com incentivo da irmã. No início, os dois trabalhavam juntos com os segmentos masculino e fe-minino. “Clarice entrou com a experiência comercial e eu, com a força e tendência”, explica. Depois, cada um abriu sua loja.

Hoje, Clécio já tem 14 funcionários. Ele procura se reunir com eles pelo menos uma vez por semana, para passar objetivos e metas e avaliar a semana que passou, para melhorar as técnicas das vendas. “O que mais gosto é atender bem os clientes. O vendedor precisa demonstrar afinidade, estreitando o relacionamento. O cliente deve sair encantado da loja, seja por causa de um gesto, um sorriso ou um bom atendimento”, explica Clécio. Para ele, a concorrência na linha masculina cresce cada vez mais na cida-de, o que exige que as lojas criem diferenciais.

Clécio também começou o curso de Gestão Comercial na FCJ, pois para ele, independente da função, sempre é necessário aprender mais. “É bom sair do próprio meio e ir para fora trocar idéias com colegas de profissão.”

“O foco deve estar no cliente, tratando-o com carinho e mostrando cuidado ao pegar a roupa que ele vai provar. A partir do momento em que ele viu e gostou de algo, a roupa já é dele”

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Técnicas de atendimento ao cliente (por Emerson Mainardes)

Pessoa física

O cliente pessoa física tem características peculiares. Por exemplo: não compra somente baseada no menor valor, compra o que gosta. O profissional de vendas para pessoa física é voltado muito mais para o atendimento. Ele tem que entender o cliente e sua necessidade. Este cliente paga mais caro para ter um produto melhor.

Pessoa jurídica

A pessoa jurídica tem um comportamento mais racional, não é levada pela emoção, pois compra profissionalmente. O vendedor precisa ter uma capacidade mais forte de negociação e de conhecimento técnico do produto que vende.

Conclusão Pessoa física é atendimento e pessoa jurídica é negociação e conhecimento técnico.

Disciplina desde cedoEm 1996, Cássia d’Aquino criou o Programa de Educação Financeira.

De modo multidisciplinar, são atendidas crianças e adolescentes, de 2 a 17 anos. O programa forma jovens capazes de poupar e planejar gastos. Autora de artigos e livros sobre Educação Financeira e coorde-nadora do programa em inúmeras escolas do país, Cássia é a represen-tante do Brasil no Programa de Educação Financeira Global. Dá con-sultoria para escolas e instituições públicas e privadas, inclusive para o Banco Central. Ela é bacharel em História, com pós-graduação em Ciências Políticas.

Uma boa carteiraA competência do profissional de vendas é baseada no princi-

pal patrimônio do vendedor: sua carteira de clientes. Quanto mais ampla a carteira, maior é a possibilidade de vendas. Mas não se consegue clientes fiéis rapidamente. Isso é feito no decorrer dos anos, com conhecimento, sabendo atender a cada cliente de uma forma diferente. “O profissional de vendas competente não é aquele que vende, mas o que ajuda o cliente a comprar. Ele não é um vendedor, é um consultor e um solucionador de problemas,” explica Mainardes

Mercado aquecidoA Câmara de Dirigentes Lojistas de Joinville (CDL) garante: o mer-

cado para o profissional de vendas está aquecido. Segundo Eduardo Mafra, coordenador da CDL Jovem, a cidade passa por transforma-ções no comércio. “Éramos uma cidade estritamente industrial, mas hoje temos um comércio competitivo. Isso gerou uma grande de-manda de profissionais qualificados”, explica.

A CDL dispõe de cursos e treinamentos específicos para a área de vendas. “Conhecimento, comprometimento e criatividade são qualidades que o vendedor deve ter. Muitos estão à procura de empregos mas não se encaixam no perfil das vagas, pois a maior parte da mão-de-obra neste setor é desqualificada. O setor tem que se qualificar”, conclui.

O que um vendedor nunca pode dizer:

Isso mostra a incompetência da empresa em preparar os vendedores.

“O cliente sempre tem razão!”

“Sabe, eu comecei hoje, ainda não sei as coisas direito.”

Isso é um erro. Se uma empresa acha que o cliente sempre tem razão, ela tem que dar os produtos de graça. O cliente quer o melhor de tudo e preferencialmente de graça. Se o vendedor não faz tudo que o cliente quer,

não significa que é um mau atendimento.

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O projeto Educação Financeira surgiu no Colégio Elias Moreira há três anos, quando a educadora especialista em Educação Infantil Cássia d’Aquino veio a Joinville proporcionar refl exões sobre o tema a partir de uma palestra destinada aos pais e professores.

O objetivo é possibilitar que a criança perceba o real valor do dinheiro, refl ita sobre a diferença entre comprar porque quer e comprar porque precisa, perceba os malefícios do consumismo exagerado e vivencie momentos de venda, depósitos e decisão conjunta. Cássia deu uma entrevista exclusiva para a Revista Saber sobre como lidar com os desejos das crianças.

A mesada é a melhor forma de contribuir para a educação fi nanceira da criança?

Mesada é uma maneira, mas não a melhor. Os pais devem abraçar este instrumento e pagar no dia combinado. Tem que existir dis-ciplina para a criança ser educada financeira-mente. Não se deve também considerar um instrumento de premiação, cortando a mesada quando cometem erros, por exemplo. Aconse-lho a semanada em vez da mesada. Um dinhei-rinho por semana é menos tempo para esperar. Abra uma micropoupança para ela guardar um pouco por semana e comprar o que quer no final do mês.

O que é ideal fazer?As crianças de hoje puderam conviver ape-

nas com uma moeda, o real. Isso confere mais confiança e favorece planos de poupança. Quando a família viaja em férias, por exemplo, devem fazer a organização juntos. Fazer uma reunião e orçar quanto podem gastar. Cada um vai checar uma coisa. Um vai ver quanto custa o hotel, o outro a alimentação. Para viajar, a família terá de economizar. Então, vamos alu-gar menos DVDs no final de semana. Vamos jantar em casa sábado em vez de comer fora. No final, todos fazem os cálculos de quanto a família economizou. As idas ao supermercado acompanhado do filho podem ser uma boa. Peça para ele ajudar na lista de compras e con-verse sobre quais produtos a família realmente precisa. Isso o ensina a se organizar.

O grupo do Período Integral (PI) está, des-de agosto, planejando seu final de ano. Os profissionais do PI pretendem gerar nos alu-nos o senso de responsabilidade e valoriza-ção à dedicação da família, no que se refere aos investimentos do lar. Além de ir ao Beto Carrero, os alunos passam por um planeja-mento e orçamento em família. Junto com os professores, estabelecem estratégias para arrecadar o valor necessário para uma ativi-dade fora da escola e da cidade.

Uma das estratégias foi a venda de doces na hora do recreio. Além de se responsabi-lizar pela venda e produção dos itens, cabe também ao grupo “fechar o caixa”. Todo va-lor arrecado está sendo depositado em uma caderneta de poupança coletiva da turma.

“Isso auxilia no raciocínio lógico, na conscien-tização e na higiene para preparar os doces”, explica a coordenadora do PI, Débora Cristina Mira. Quando algum aluno fica desanimado para vender, a professora Débora tem um bom argumento: “O pai levanta cedo porque precisa trabalhar para pagar as contas da casa. Vai ao passeio quem trabalha, estuda e respeita as regras”.

Os irmãos Yasmin, 11 anos, e Ricardo Stoklosa, 9, gostam de participar. Os dois têm um cofrinho, onde depositam as econo-mias em conjunto. “Acredito que nossos pais agora percebem que a gente consegue se virar um pouco sozinhos”, diz Yasmim. Ricar-do é mais tímido, mas, com o projeto, está lidando com o público tranqüilamente.

O Infantil V também participa do proje-to. Aos 5 anos, os pequenos já estão mais conscientes sobre a economia do dinheiro, entendendo o valor das moedas e ainda de-senvolvendo a linguagem oral. Com orien-tação da professora Alana, os alunos ela-boram um cardápio saudável para a venda do lanche do dia. O dinheiro arrecadado vai

para os cofrinhos (em forma de porquinho), que produziram durante as aulas.

A atividade reúne três projetos: Reci-clagem (fabricação do cofre a partir da sucata), Conto de Fadas (história dos Três Porquinhos) e Educação Financeira. Quando eles arrecadarem o necessário, vão fazer um piquenique.

Pequenos vendedores

Planejando um investimento coletivo

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Psicologia não é apenas uma disciplina

ou especialidade médica. Ela não se

resume a um profi ssional fazendo

perguntas e anotando tudo que

uma pessoa consegue se lembrar.

A psicanálise é só uma das

suas vertentes utilizadas.

Na sala de aula, a criança

é motivada a refl etir e a

pensar sobre seus atos. O

professor contribui para a

formação humanizadora

do aluno desde a infância.

O estudo da Psicologia

permite uma leitura das

relações sociais e culturais

na constituição dos sujeitos.

Possibilita que jovens e

crianças compreendam os fatores

constitutivos da subjetividade

humana, do desenvolvimento

da personalidade, da vida

comunitária e das novas

organizações familiares. É

importante fazer os alunos refl etirem

e compreenderem as situações. O

autoconhecimento dos adolescentes, a

interação social na faculdade e a formação

dos valores podem auxiliar no entendimento do

sistema, que está sempre em desenvolvimento.

Reflexao na sala de aula

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A escola tem um importante papel na vida da criança, principalmente na contribuição da cons-trução dos valores. O projeto Resgatando Valores abrange alunos da Educação Infantil à 4ª série

do Colégio Elias Moreira, com o objetivo de proporcionar reflexões e discussões sobre as atitu-des no ambiente escolar, familiar e social. Os professores investem em posturas e atividades que motivam a criança a pensar e a respeitar as diferenças, proporcionando um diálogo entre as turmas. “Os valores são a base de nosso currículo atual de Filosofia com Crianças. Estes estão relacionados à reflexão sobre o que a criança estuda e o que vivencia”, ex-

plica a coordenadora pedagógica Emanuelle Santiago Dalri.Por meio de ações sociais como feiras de artesanato, trabalhos voluntários e cam-

panhas de doações, as crianças são estimuladas ao comprometimento e à interação social. Dentro da sala de aula, as reflexões são mediadas a partir

de vídeos, textos filosóficos e imagens que conduzem ao debate.Thainá Friedrich, aluna da 4ª série, costuma dar sua opinião na sala de aula. Para ela, debater em grupo é falar o que está sentindo: “Sempre discutimos como viver bem. Já que tudo na vida tem regras, nós preci-samos aprender agora para saber conviver melhor quando crescermos.

Nossa turma melhorou muito depois das discussões de Filosofia”.Lucas Augusto de Moraes Pereira, também aluno da 4ª série, aprendeu muito sobre igualdade e respeito. “Na sala de aula não pode ficar con-

versando, tem que respeitar a professora e fazer os exercícios. Partici-pando das discussões, a gente aprende muito mais”, explica Lucas.

A reflexao e o resgate dos valores

☺ Respeito

☺ Autoconhecimento

☺ Amizade

☺ Doação

☺ Disciplina

Principais

temas

Obs: As refl exões são propostas a partir das necessidades e difi culdades observadas no grupo.

☺ Tolerância☺ Diálogo☺ Solidariedade☺ Compreensão☺ Amor

Respeito à propriedade do outro e

às características físicas e pessoais

do outro (diferenças).

Importância do diálogo na solução de confl itos.

Mentira e fofoca.

A importância de se

reconhecer um erro.

Responsabilidade com as tarefas.

Agressões.

O erro como forma de aprendizagem.

do projeto

valores trabalhados

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A maioria dos adolescentes chega ao Ensino Médio com seus valores formados. É a fase do autoco-nhecimento e autodesenvolvimento. Eles passam a entender por que são tão diferentes um dos outros. Na educação, a Psicologia auxilia muito no desenvolvimento global do ser humano. São usadas teorias de Rogers Maslow, Piaget, Wallon e Vygotsky relacionadas à aprendizagem e ao com-portamento. “São ferramentas eficazes, que nos permitem atuar com competência nas dinâmicas do cotidiano escolar”, explica a orientadora de ensino e aprendizagem Rosiliane Gomes.

Toda vez que o estudante enfrenta algum confli-to, ele é incentivado a refletir, para buscar uma mudança de postura. Para isso, são usados os princípios da Psicanálise e da Teoria Cognitivo Com-portamental - esta última baseada na teoria de aprendizagem social.

A TCC parte do pressuposto de que o ambiente, as características pessoais de temperamento e o com-portamento situacional determinam uma pessoa. É um fenômeno dinâmico em construção.

“A grande maioria dos nossos alunos tem um senso de justiça muito aguçado, reagindo imedia-tamente quando se sentem coagidos ou obrigados a agir sem uma justi-ficativa lógica. Alguns, que não assimilaram a grandeza dos valores de vida, agem incon-seqüentemente. Procuramos então, desde a Educação In-fantil, desenvolver os valores de vida, ajudando-os a perce-ber que valemos muito mais pelo que somos do que pelo que temos”, explica Rosiliane.

Algumas discussões são baseadas nas ati-tudes das crianças que, em determinado momento, não foram as mais adequadas. O resultado da reflexão individual é registrado no Mural da Reflexão, que fica pendurado na sala de aula. Quando, por exemplo, um aluno rompe algo combinado com a turma, é orientado a refletir e a buscar uma prática que possa traduzir uma mudança de compor-tamento. Seguem exemplos:

Se joga lixo fora da lixeira, depois de ser • orientado é convidado a colocar o lixo no lugar.

Se escreveu na carteira, depois da refle-• xão pode ser orientado a limpar o móvel.

Se desrespeita o espaço adequado ao • lanche, ou corre e provoca ferimento em um colega, pode ser orientado a realizar um registro sobre os espaços adequados para correr e também auxiliar o amigo machucado.

As me-diações são constru-ções que se refletem na formação do caráter e na socialização na vida adulta. É a sanção por reciprocidade, muito diferente da punição.

Constance Kamii, no livro “A Criança e o Número”, faz distinção entre punições e san-ções por reciprocidade. Se uma criança não quer fazer a tarefa de casa, os pais podem dizer: “Você poderá ir para a escrivaninha e realizar a tarefa agora, ou então ir para a escola sem fazê-la, correndo o risco de di-minuir suas notas”. Esta sanção dá a criança a possibilidade de construir por si só a regra de cumprir com seus compromissos. E o mais importante: ela pode tomar a decisão. Assim, na próxima vez, ela não vai ficar com medo de ser punida e poderá se manisfestar es-pontaneamente para corrigir o erro.

A formacao do jovem

Sancao por reciprocidade

Psicologias – Uma Introdução ao Estudo da Psicologia. Ana Mercedes Bahia Book, Odair Furtado e Maria de Lourdes.

Uma educação que queira facilitar a arte de conviver terá que se lançar na revolucionária

proposta de uma alfabetização psíquica. Trata-se da tarefa ousada e imprescindível de

colocar a alma nos bancos escolares, da Educação Infantil à Universidade.

Educar a alma é desenvolver, também, a inteligência emocional. A alegria é uma lição

fundamental na escola da existência. A tristeza é uma estratégia saudável no contato

com as perdas. Aprender a lidar com a raiva é imprescindível na relação com o mundo. E

o medo é outra lição que precisa ser trilhada, no confronto com o desconhecido.

Como aprender a conviver sem o exercício do envolvimento grupal e comunitário, com uma

facilitação competente, de forma a se adquirir competências atitudinais diante dos conflitos,

dificuldades e impasses do coexistir? Uma educação profilática é a que facilita a aquisição

de responsabilidade, ou seja, habilidade em responder. Assim, a educação exerceria a

sua função preventiva, diante de tantas mazelas, em nível individual, social e ambiental,

derivadas da ignorância psíquica, do desconhecimento dos recursos da alma.

(Este texto é síntese de uma palestra do psicólogo e antropólogo Roberto Crema, do Colégio internacional dos

Terapeutas, criador do enfoque da Síntese Transacional, mentor da Formação Holística de Base da Unipaz)

Dica: Acesse www.cuidardoser.com.br

“A Psicologia é importante porque trabalha para melhorar o convívio das pessoas”, explica a aca-dêmica de Administração em Marketing Jaqueline Jelinsky, que já pensou em fazer o curso superior de Psicologia.

David Beck, acadêmico do mesmo curso de Jaqueli-ne, gosta da disciplina porque ajuda a trabalhar com os colegas. Ele é coordenador na área de vendas, onde precisa gerenciar uma equipe grande. “Acho importante trabalhar com Psicologia no meu curso. Os futuros administradores devem ver as pessoas como seres humanos”, explica David.

Já Juliana Schwab, psicóloga formada e acadêmica de pós-graduação em Gestão Estratégica de Pessoas, afirma que o curso contribuiu muito para obter um olhar estratégico da gestão. Hoje, Juliana trabalha como analista de Recursos Humanos, com foco em desenvolvimento de pessoas. “Havia um tempo em que as empresas procuravam profissionais com base técnica e trabalhavam com o comportamento interpessoal depois. Agora, viram que é mais fácil ensinar a técnica depois”, comenta.

A psicologia no dia-a-dia

A disciplina de Psicologia, no Ensino Superior, contribui no comportamento do profissional em suas relações interpessoais. A professora e psicóloga

Rosana Musumeci Martins trabalha em sala a ciência comportamental. Os

alunos de Administração, tanto em Marketing quanto em

Negócios Internacionais, que trabalham em empresas, gerenciam e lidam o tempo todo com equipes. “Procuro focar no comportamento deles. O que isto traz de benefício para a empresa. Explico

como eles devem alinhar o comportamento nas metas

da empresa e entender a equipe”, conta Rosana.

Cada indivíduo é diferente do outro, e, para se atingir resultados, cada um deve entender suas características. Por que ele age dessa forma? E por que eu sou diferente dele? “Primeiro, o profissional deve se conhecer e ter uma percepção própria. Deve entender que uma ervilheira não pode dar rosas. Eu digo isto porque o profissional deve ser flexível com a atitude do colega e potencializar o que ele tem de bom”, explica.

Nas aulas de Psicologia, os acadêmicos, além de serem incentivados a se conhecer, lêem e discutem sobre as sensações, as percepções e o desenvolvimento da memória. “O indivíduo precisa ter motivação e atenção para não virar robô. Por exemplo, se eu atendo o telefone dizendo ‘Rosana, FCJ, boa tarde!’ várias vezes, posso chegar em casa à noite e atender da mesma forma. As pessoas precisam de estratégias comportamentais para prestar atenção na situação daquele momento”.

Ervilheira nao da rosa

A alma na escola

Psicologia Aplicada à Administração.

Cecília Bergamini

DICAS DE LEITURA

Saúde e Plenitude: um Caminho para o Ser. Roberto Crema

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Parar em frente ao espelho, ficar procurando uma espinha, um cravo, um traço de delineador fora da simetria, manchas, um pequeno corte... Que trabalheira que dá cuidar da pele, não é? Porém, todo cuidado é pouco. A preocupação com a estética é importante, mas cuidar da saúde é muito mais. A beleza está ligada à vaidade, que é o desejo de atrair a admiração das pessoas. O vaidoso pode criar uma imagem pessoal importante para os negócios, mas que, com extravagância, pode trazer péssimos resultados. Outro problema da vaidade é quando ocorre na infância, com a sexualidade precoce.

p p

Dicas da dra. Sandra

Evitar banhos demorados e quentes que ressecam muito a pele

Utilizar sabonetes neutros com pouco perfume, apenas uma vez ao dia. Se tomar mais de um ba-nho, só um com sabonete.

Evitar esponja, que pode ressecar muito a pele.

Para pele seca: hidratante após o banho.

Pele oleosa: sempre utilizar produtos oil free, gel ou creme-gel.

Utilizar filtro solar no dia-a-dia, com pelo menos FPS 15.

Na praia ou piscina, ou quando estiver exposto ao sol, evitar o período das 10 às 16 horas. Sempre que estiver exposto, reaplicar o filtro a cada duas horas, após cada mergulho, ou se suar muito

A poeira, o sol e o frio excessivo prejudicam a pele, principalmente do rosto e das mãos. A hidratação deve ser feita durante todo o ano, independente da estação, com cremes adequados ao tipo de pele, alimentação sau-dável e ingestão de muita água. Mas, cuidado! Não é qualquer creme que vai fazer bem para sua pele. Nada de utilizar o mesmo creme da mãe ou um produto do amigo que foi indicado por um médico. Cada pele merece um cuidado especial, pois é algo muito pessoal.

Ressecamento

É no inverno que a pele resseca mais, por causa dos banhos quentes e do vento gelado, que retiram a oleosidade natural. A questão estética é o de menos, pois a pele ressecada fica desprotegida, frágil e sujeita a irritações. Para isso não acontecer, proteja-se o ano inteiro, usando filtro solar no verão e no in-verno, hidratando os lábios e aplicando hidra-tante depois do banho.

“A importância do uso de cremes inde-pende da pessoa ter algum problema. O uso de hidratantes no dia-a-dia serve para di-minuir o ressecamento e a possibilidade de surgirem eczemas de pele seca. Durante o dia, usar filtro solar. Isto evita queimaduras e envelhecimento precoce da pele”, explica a médica dermatologista Sandra Miyuki Kohari.

O perigo da automedicação

Com as campanhas preventivas contra o câncer de pele, e com a possibilidade de evi-tar o aparecimento de rugas, a procura por profissionais da área é cada vez maior. Mas ainda há quem utilize apenas os produtos divulgados pela mídia. “Os cremes usados incorretamente podem piorar as doenças de pele e trazer malefícios a curto e longo prazo, que muitas vezes podem ser irrever-síveis, como atrofia, aumento de vasos su-perficiais e acne”, explica a dermatologista Sandra. Neste caso, o correto é procurar um médico para indicar o melhor tratamento.

Acne

Tratar sempre com dermatologista. Existem vários tratamentos, específicos para cada caso. O tratamento precoce minimiza o apare-cimento de cicatrizes que ficarão por toda a vida. “Os jovens precisam evitar mexer em lesões de acne. Só limpeza de pele com es-teticista não trata a acne”, garante Sandra.

A vaidade e a saúde

As faces da vaidade

Por que ela aparece?

A acne é uma doença inflamatória da pele. A sua freqüência é maior na adolescência, quan-do o nível elevado de hormônios sexuais causa o aumento da secreção de sebo pelas glându-las sebáceas, provocando o aparecimento de espinhas. A farmacêutica bioquímica Maria de Loudes Vertuan aconselha aos adolescentes o gel/creme chá verde, sem gordura. “Os ado-lescentes devem usar produtos sem óleo e jamais aplicar ácido nas espinhas, pois provoca manchas”, alerta.

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Os cuidados diários com a pele

A professora Alessandra Klahold Rosa, do técnico em Farmácia do Elias Moreira, sugere uma lim-peza diária que jovens e adultos devem fazer de manhã e à noite.

Uma vez por semana pode ser colocada a más-cara secativa, no caso de pele oleosa.

Se usar maquiagem: no final do dia as meni-nas devem ter cuidado ao retirá-la, pois a pele precisa respirar, e a maquiagem acumulada de um dia para o outro entope os poros. Pele mal oxigenada envelhece mais rápido

Lavar o rosto com sabonete

e

Limpar a pele com uma loção tônica

te

Protetor solar se for de manhã;

à noite, creme hidratante

Pele Descrição

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O uso precoce de perfumes, tinturas, alisamentos e maquiagem pode levar ao desenvolvimento de alergias, queda de cabelos e ressecamento. “Para evitar isso tudo, o correto é deixar os cosméticos de adultos para depois que encerrar a fase de crescimento da criança”, explica a dermatologista Sandra.

Porém, o uso precoce de produtos adultos não atinge apenas a saúde física da crian-ça, mas também, a psicológica.

Produtos que fazem parte de um univer-so adulto estão sendo adaptados para as crianças. “No ponto de vista do desenvol-vimento psicológico e emocional, a crian-ça não tem maturidade para lidar com o significado subjetivo do produto que está utilizando”, explica a orientadora educa-cional Renata Beatriz Zenere Poiski. Há um desrespeito com as fases do desenvolvi-mento da criança na confecção de roupas e calçados. “Uma linda sandália cor-de-rosa e brilhante, por exemplo, vem com um salto inadequado que pode causar deformi-dades na coluna”, explica Renata. Muitas meninas usam os brincos e a maquiagem da mãe, imitando o comportamento

adulto. “Este exercício seria saudável se não acontecesse constantemente fora do espaço lúdico. Atualmente, devido ao contexto sócio cultural, a separação entre fantasia e realidade não está clara.”

Monica Cristina Tonet, mãe da Ágata do In-fantil V, da Fernanda da 4ª série e da Alice da 7ª, concorda que a mídia cobra muito da sociedade: “Nós, pais, precisamos mediar para evitar acidentes. E também colocar limites nos filhos”.

Márcia de Souza Borba, mãe de Isadora do Infantil IV e Lucas do 3º ano do Ensino Fundamental, não gosta que a filha use roupas justas e que não sejam de criança. “Eu mostro a diferença do que é para criança e o que não é. Ela sabe que ainda não é moça”, conta. Já com o Lucas, não há problema: “Ele não liga para a moda. Usa o mais confortável”.

Diálogo com a criança

Conversar com os filhos sobre sexo desde as primeiras dúvidas. Isso aumenta a intimidade e a afetividade, abre caminhos para que se possa conversar sobre tudo, informa corre-tamente e reduz fantasias e a ansiedade.

Por fim, previne futura gravidez indesejável e contaminações por DST. Sabe-se que a criança não nasce com tendências a se auto-educar, precisa de normas, limites e exemplos. Para que este processo aconteça, o adolescente deve ser levado a refletir a respeito com a ajuda de pais e educadores, mas com dados reais e não sob pressão e medo.

É cada vez maior o número de crianças vestidas como adultos, usando celulares e maquiagem. As bonecas saíram para darem espaço ao MP3, os carrinhos foram troca-dos por computadores, enfim, criança não brinca mais como criança e não vive mais como criança. A criança que muito cedo assiste cenas de filmes ou novelas inade-quadas para sua idade pode ser estimulada a entrar numa fase para a qual ainda não está preparada. Está nas “mãos dos pais” a decisão do que pode e o que não pode.

Patrícia VolpatoPsicóloga com especialização em Psicopedagogia e Neuropsicologia

Sexualidade precoceO desenvolvimento da sexualidade humana começa com o contato físico, quando os bebês são segurados e acariciados. A criança aprende a brincar cedo e a tirar prazer de seu próprio corpo, e isto faz parte de seu desenvolvimento tanto quanto engatinhar, andar ou falar. A experiência da auto-exploração só trará prejuízos se for punida ou se a criança sentir-se culpada por esta atividade natural. Cabe aos pais ignorar ou compreender, pois esta é apenas mais uma fase, e como tal tende a dar lugar a outras.

A mídia gera grande impacto nas mentes da população infantil, influenciando na formação de sua personalidade. Infelizmente, nem sempre a criança está prepa-rada para receber as mensagens que lhe são transmitidas. O mais importante é que os pais tenham claro o tipo de orientação que desejam para seus filhos, e que lhes ofereçam outras opções de entretenimento. Buscar programas que estejam de acordo com a sua faixa etária, comprar discos infantis e roupas que estejam de acordo com sua idade, ajudam a formar uma educação sexual mais adequada, garantindo-lhes no mínimo maior proteção.

Letícia Heinzen BernardoPsicóloga

A vaidade precoce

Os profissionais devem ter certos cuidados com a imagem se querem causar boa impressão aos clientes e colegas de trabalho. O consultor estético Alexandre Simas, com espe-cialização em Cosmetologia, enfatiza a importância do bom senso na hora de escolher roupas e acessórios. “Nem tudo que está na moda serve para o dia-a-dia. A regra geral é: sem exageros”.

A vaidade e aimagem profi ssional

Para o homem

O básico para o vestuário masculino é terno, camisa clara e gravata.

A meia deve combinar com a calça ou com o sapato.

Nunca se usa gravata e camisa do mesmo tom. É sempre tom sobre tom: camisa clara, gravata escura; camisa escura, gravata clara.

Para a mulher

Maquiagem deve estar em perfeita harmonia, tanto com a roupa quanto com a ocasião.

Nada de brilho labial ou gloss. O brilho é sensual e distrai a atenção das outras pessoas. O batom é o mais indicado.

Não exagere no tamanho do salto. Use o salto médio e baixo, é o mais confortável. O alto demais pode se tornar deselegante.

Cuide sempre com os excessos: brincos e bolsas grandes atrapalham.

Unhas bem feitas e mãos hidratadas transmitem a informação de cuidado.

Cuidado com o perfume

O uso contínuo de certos perfumes pode causar acomodação olfativa. Há regras para o uso:

Existem os perfumes para o dia • (mais fracos) e para a noite (fortes).

No verão, prefira cítricos e florais; • no inverno, orientais e amadeirados.

Num almoço ou jantar de negócios, • deve-se usar o mínimo de perfume possível, pois inúmeras pessoas também estarão perfumadas. O evento poderá se tornar uma guerra de odores.

Cores da roupa

As cores transmitem mensagens.

Azul-marinho é usado para passar confiança e credibilidade.

Já amarelo e vermelho dão destaque em palestras ou atividades em grupo, pois atraem a atenção.

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