e-fólio b - ciência da administração - 2009-10
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e-fólio B de Ciência da Administração (ano lectivo 2009-2010)TRANSCRIPT
Ciência da Administração – e-fólio B – 2009-2010
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RESPONDA SUCINTAMENTE ÀS SEGUINTES QUESTÕES:
1. DEFINA PLANEAMENTO ESTRATÉGICO E DISTINGA‐O DE PLANEAMENTO
DE PREVISÃO E PLANEAMENTO DE PLANO.
2. ENUMERE E DESCREVA AS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO MODELO DE
DECISÃO POLÍTICO.
3. IDENTIFICANDO O PRINCIPAL OBJECTIVO DO PLANO OFICIAL DE
CONTABILIDADE PÚBLICA, SALIENTE E DESCREVA OS PRINCÍPIOS
CONTABILÍSTICOS FUNDAMENTAIS PARA QUE TENHAMOS UMA IMAGEM
REAL DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DOS RESULTADOS E DA EXECUÇÃO
ORÇAMENTAL DE UMA ENTIDADE.
4. DESCREVA OS CONCEITOS FUNDAMENTAIS NOS QUAIS SE BASEIA O
MODELO DA EUROPEAN FOUNDATION FOR QUALITY MANAGEMENT.
1) O conceito de planeamento estratégico é abordado de variadíssimas maneiras pelos estudiosos, no
entanto, há um consenso relativamente ao facto de envolver os aspectos físicos, culturais, internos e
ambientais da organização, ou seja, envolve a organização como um todo (nível institucional, de
gestão e operacional). Significa, pois, que pressupõe um processo de elaboração de uma estratégia na
qual é definida a relação entre a organização e o ambiente (interno e externo), objectivos
organizacionais e definição de estratégias alternativas (MAXIMIANO; 2007). Deste modo, convém
referir a existência de três elementos importantes para a definição de planeamento estratégico: É
um processo que visa adaptar e situar a organização face à evolução do ambiente, alterando o seu
futuro caso adoptasse uma postura estática; É um processo de tomada de decisões antecipada
(Como actuar hoje; Como actuar no futuro); É um processo de tomada de decisões antecipada
de modo a atingir um estado futuro mais desejado (Aonde quer chegar; Qual o seu posicionamento
face ao exterior) (BILHIM; 2008, p. 168-169).
Assim, importa fazer a distinção entre planear e prever. No planeamento antecipa-se um conjunto de
acções ou intenções, necessárias à concretização do futuro desejado pela organização. Já na previsão
formula-se o futuro com base no pressuposto de as tendências de evolução e acontecimentos
passados, se manterem.
2) O modelo político de decisão é, também, conhecido por modelo adaptativo. Socorre-se da ciência
política, filosofia, psicologia e sociologia e é um modelo, essencialmente, comportamental, cujo
critério de decisão se baseia em resultados “aceitáveis”. É incremental, ou seja, centrado no
quotidiano do decisor, pelo que a “escolha final não é única, muito menos é a decisão certa, pois é
apenas a decisão aceitável” (BILHIM; 2008: p. 199).
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As principais características do modelo político são: a) Centralização do decisor nas diferenças das
políticas existentes; b) Número limitado de alternativas facultadas; c) Em cada alternativa é
possibilitada, apenas, a avaliação de um pequeno número de consequências importantes; d) Avaliação
permanente do problema confrontado; e) Não há decisão certa; f) Decisão mais centrada nos
paliativos do que em soluções a longo prazo (BILHIM; 2008: p. 199-200).
3) O Plano Oficial de Contabilidade Pública (POCP) foi aprovado pelo Decreto-Lei nº 232/97 de 3 de
Setembro e preconiza a vontade de proceder ao controlo das contas públicas, bem como à
implementação de uma reforma da administração financeira. No entanto, é interessante verificar que a
maioria esmagadora das entidades públicas não cumpre com as obrigações estipuladas [1]. De
qualquer modo, e não nos cabendo tecer considerações sobre a matéria a que, aliás, somos
completamente leigos, convém referir o espírito com que o Decreto-Lei anteriormente citado,
consigna os principais objectivos do POCP e das suas normas de aplicação. É, neste contexto, que se
identifica a necessidade da “criação de condições para a integração dos diferentes aspectos —
contabilidade orçamental, patrimonial e analítica — numa contabilidade pública moderna que
constitua um instrumento de apoio aos gestores…” (D.L. 232/97 – 03.09) para além de possibilitar a
adopção de decisões estratégicas no domínio orçamental, reforçar a transparência da situação
financeira e patrimonial, relações financeiras do Estado e a obtenção diligente dos elementos
indispensáveis ao cálculo das grandezas relevantes na óptica da contabilidade nacional (BILHIM;
2008: p. 271-272). Assim sendo, e no âmbito de aplicação regulamentado, estão abrangidos pelo
POCP todos os serviços e organismos da administração central, regional e local, segurança social e
organizações de direito privado sem fins lucrativos com receitas maioritárias provenientes do
Orçamento do Estado (artigo 2º do D.L. 232/97). Do mesmo modo, igualmente, se preconiza no
artigo 3º daquele diploma, a obrigatoriedade de envio ao Instituto Nacional de Estatística do balanço,
demonstração de resultados, mapas de execução orçamental [2] e anexos às demonstrações financeiras
[3].
Tecidos os considerandos atrás evidenciados, úteis à compreensão de toda a temática, é importante
referir que existem vários princípios a ser levados em conta – princípios contabilísticos - para que se
possam obter informações úteis, verdadeiras e apropriadas da situação financeira, dos resultados e
execução orçamental da entidade (BILHIM; 2008: p. 275). Deste modo apresentamos, no quadro
seguinte, a síntese desses princípios.
[1] http://economia.publico.pt/Noticia/plano-de-contabilidade-publica-e-pouco-usado-apos-criacao-ha-13-anos_1433048 - acedido em 05.06.2010
[2] Exemplo de aplicação no Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais em http://www.gesbanha.pt/contab/poc/pocal/mapas.htm - acedido em 05.06.2010
[3] Exemplo de anexos às demonstrações financeiras em http://www.ubi.pt/Ficheiros/Instituicional/ADFinanceiras06.pdf - acedido em 05.06.2010
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PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS
PRINCÍPIO DA
ENTIDADE
CONTABILÍSTICA
Todas as entidades públicas ou de direito privado obrigadas a elaborar e apresentar contas de
acordo com o POCP (BILHIM; 2008: p. 275)
PRINCÍPIO DA
CONTINUIDADE A entidade opera continuadamente, ou seja, com duração ilimitada.
PRINCÍPIO DA
CONSISTÊNCIA
Implica a manutenção das mesmas práticas contabilísticas de um exercício económico para
outro, impedindo portanto que em cada um dos exercícios sejam aplicadas as práticas mais
vantajosas para as entidades. Se tal acontecer deve ser referido de acordo c/o anexo de
demonstrações financeiras.
PRINCÍPIO DA
ESPECIALIZAÇÃO
Obriga a que os proveitos obtidos e os custos suportados por uma empresa sejam registados
no período (exercício) a que respeitam, independentemente do período de ocorrência do
eventual recebimento ou pagamento.
PRINCÍPIO DO
CUSTO HISTÓRICO
Preconiza que os registos contabilísticos devem ser efectuados aos custos de aquisição ou de
produção, quer em euros nominais, quer em euros constantes.
PRINCÍPIO DA
PRUDÊNCIA
Permite a inclusão na contabilidade de um determinado grau de precaução no contexto de
estimativas que é necessário efectuar em certas situações, sem contudo dar margem à
consideração de proveitos por defeito e/ou custos em excesso.
PRINCÍPIO DA
MATERIALIDADE
Refere-se à necessidade de as demonstrações financeiras deverem evidenciar devidamente
todos os elementos relevantes, tendo em conta designadamente os utilizadores da
informação contabilística.
PRINCÍPIO DA NÃO
COMPENSAÇÃO
Não se deverão compensar saldos de contas activas com contas passivas (balanço), de contas
de custos e perdas com contas de proveitos e ganhos (demonstração de resultados) e de
contas de despesas com contas de receitas (mapas de execução orçamental).
Fontes: Infopédia em: http://www.infopedia.pt/$principios-contabilisticos – acedido em 04.06.2010
4) O modelo da European Foundation for Quality Management (EFQM), também conhecido por
auto-avaliação, é uma ferramenta que pode ser aplicada a grandes e pequenas organizações, tanto do
sector público como privado, não normativo e que pode ser utilizado para avaliar o progresso de uma
organização no percurso da excelência. Baseia-se na seguinte premissa: Resultados excelentes no que
se refere ao desempenho, clientes, pessoas e sociedade são alcançados através da liderança na
condução da política e estratégia, a qual é transferida através das pessoas, das parcerias e recursos, e
dos processos [4]. Subjacentes ao modelo de excelência da EFQM existem os conceitos fundamentais
da excelência, cuja síntese, apresentamos a seguir:
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
FOCALIZAÇÃO NO
CLIENTE
A excelência é criação do valor sustentável para o cliente. Focalização nas necessidades e
expectativas dos clientes actuais e futuros. Medição e análise da satisfação dos clientes e
factos que influenciam a sua fidelização.
ALIANÇAS COM
FORNECEDORES Alianças com base na confiança e integração apropriada.
DESENVOLVIMENTO
E ENVOLVIMENTO
DAS PESSOAS
Cultura de confiança e autonomia de acção. Participação e comunicação alargadas.
Maximização da contribuição dos colaboradores através do seu desenvolvimento e
envolvimento.
PROCESSOS E
FACTOS
Gestão através de um conjunto de sistemas, processos e factos interdependentes e inter-
relacionados.
[4] http://www.efqm.org/en/PdfResources/PUB4230_InEx_Por_v1.1.pdf - acedido em 04.06.2010
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MELHORIA
CONTÍNUA E
INOVAÇÃO
Cultura de melhoria contínua. Encorajar atitudes de pensar e inovar. Utilização do
benchmarking [5] para inovar e aperfeiçoar.
LIDERANÇA E
CONSISTÊNCIA DE
OBJECTIVOS
Liderança inspiradora, indissociada de persistência de objectivos. Líderes que definem e
comunicam um rumo claro para as organizações, que unificam, motivam e inspiram os
colaboradores. Política e estratégia implementadas de forma estruturada, sistemática e
coordenada.
RESPONSABILIDADE
PÚBLICA
Abordagem ética da organização e pessoas. Esforço para exceder as exigências legais e
regulamentares aplicáveis.
ORIENTAÇÃO PARA
OS RESULTADOS
Excelência é alcançar resultados que satisfazem plenamente todos os stakeholders [6] da
organização.
Fonte: BILHIM; 2008: p. 306-307
BIBLIOGRAFIA:
BILHIM, João (2ª edição) – ciência da administração, universidade aberta, 2008.
MAXIMIANO, António César Amaru - Introdução à Administração - São Paulo: Editora Atlas,
6ª. Edição revista e ampliada, 2004.
[5] O processo de comparação do desempenho entre dois ou mais sistemas. [6] Qualquer pessoa ou entidade que afecta ou é afectada pelas actividades de uma organização (Accionistas, donos, investidores, empregados, clientes,
fornecedores, governo nacional, concorrentes, sindicatos, etc.).