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1Primeiros Cuidados com o Bezerro //

e-book

PRIMEIROSCUIDADOSCOM OBEZERRO

Introdução 03Ambiente 05

Cuidados Pré-Parto 06Sinais da Proximidade do Parto 07

Parto 07Ingestão de Colostro 09Qualidade de Colostro 11

Cura de Umbigo 13Metafilaxia 15

ÍNDICE


A pecuária bovina é um dos segmentos mais importantes do setor agropecuário, contando com um rebanho de mais de 218 milhões de cabeças, sendo mais de 70 milhões de vacas e 45 milhões de bezerros.

A base de toda pecuária é a cria. Segundo dados do IBGE a atividade de cria corresponde sozinha a 24% do setor pecuário e quando considerado as propriedades de cria, que também possuem recria ou engorda, essa atividade ocupa mais de 60% de toda a estrutura da pecuária.

É nessa fase de cria que temos a possibilidade de atingir um dos principais objetivos da pecuária: a produção de um bezerro/vaca/ano. Além de produzir mais, temos que produzir com qualidade. Bezerros bem-criados podem chegar de 25% a 50% do seu peso de abate até o desmame.

3 // Primeiros Cuidados com o Bezerro


A fase da cria não envolve somente os bezerros, mas também outras categorias animais. Segundo um trabalho da UFRGS é necessária toda uma estrutura envolvendo várias categorias animais para produção de bezerros, por exemplo, para se ter 25 bezerros, são necessárias 25 vacas, 10 novilhas de reposição, 5 vacas de descarte e 1 touro; sendo um total de 41 animais. Quando se perde um bezerro, tomamos o prejuízo não apenas com o bezerro, mas também com todos os animais envolvidos na produção deste, devido a subutilização de todo o sistema de criação.

CRIARECRIAENGORDA

Mais de 60% da estrutura da pecuária nacional envolve a

fase de cria.*Fonte: IBGE/SDF 2000

¹ Rebanho de cria com idade de acasalamento aos 2 anos, renovação de matrizes na ordem de 20% e taxa de nascimentos de 80%. Uso de touros na proporção de 1:25. Fonte: Adaptado de Barcelos et al. - UFRGS

Esse e-book dará a você detalhes sobre todos os cuidados essenciais que devemos ter com o recém-nascido para que ele cresça saudável, permitindo alta lucratividade ao produtor.

CategoriaAnimal

Vaca

Novilha de 1 ano

Novilha de 2 anos

Vaca descarte

Touro

1,0

0,2

0,2

0,2

0,04

25

5

5

5

1

Qtd.necessária p/

1 bezerro

Qtd.necessária p/25 bezerros¹


O melhor ambiente para o nascimento do bezerro é o chamado “piquete maternidade”. Este ambiente é necessário para que tanto a vaca quanto o bezerro sejam assistidos de forma adequada e ágil, evitando assim a perda de animais no momento do parto e pós-parto. Preferencialmente o piquete maternidade deve estar próximo a casa do responsável pela maternidade. Dessa forma o manejo e observação fica facilitada, sendo que essa observação deve ser feita na parte da manhã antes do sol esquentar. Após esse horário a vaca pode esconder o recém-nascido.

Além disso, essa área deve estar em local seco e arejado, oferecer espaço

adequado (56 m² por animal), sombra, água e alimento à vontade. Outro fator muito importante é que a maternidade esteja em local calmo e tranquilo, sem a presença de outros animais como cães e galinhas, pois a tranquilidade é essencial para que a mãe crie um vínculo com sua cria. Vacas em situações de estresse podem ficar em estado de vigilância, dando menos atenção ao bezerro, dificultando sua nutrição e até mesmo machucando-o acidentalmente.

Este ambiente deve ser rotativo, de forma que haja um vazio sanitário, com o intuito de dar um tempo de descanso para a forragem e eliminar possíveis fontes de contaminação.

AMBIENTE


O período pré-parto é compreendido pelos 30 dias que antecedem o parto, quando há o desenvolvimento final do feto, da glândula mamária e produção de colostro. A produção desse colostro, importante fonte de imunoglobulinas e nutrientes exige do organismo animal mais nutrientes como glicose, aminoácidos, ácidos graxos, minerais e vitaminas direcionadas ao tecido mamário.

No último terço da gestação o feto começa a tomar espaço no abdômen comprimindo os órgãos digestivos da vaca, como por exemplo o rúmen, que associado a grande variação hormonal característica desse período, faz com que o animal diminua seu consumo de matéria seca em até 30%.

PARTOE para amenizar as demandas nutricionais desse período e poder proporcionar uma correta produção de colostro sem deixar a vaca em deficiência nutricional (balanço energético negativo), o mais indicado é o fornecimento de alimentação adequada com aumento de concentrado na dieta e quantidade de volumoso de qualidade em quantidade similar àquela administrada às vacas em lactação.

LEMBRE-SEVacas muito gordas irão ter dificuldade de contrações no parto e as magras podem não ter energia suficiente para o trabalho de parto.

CUIDADOS

PRÉ-


PARTO

PARTO

SINAIS DAAPROXIMIDADE DO

A vaca apresenta alguns sinais que nos indicam que está próxima ao parto, sinais estes que ocorrem de 2 a 3 semanas pré-parto, sendo que em primíparas isso pode ocorrer um pouco mais cedo. Poucos dias antes do parto, os tetos se enchem, perdem a rugosidade e ficam brilhantes. Há também o relaxamento dos ligamentos e músculos da pelve, deixando-a mais larga. Poucas horas antes do parto ocorre a liberação de muco viscoso pela vagina, a vulva fica inchada e há produção e liberação de colostro.

Próximo ao parto as vacas se apresentam muito inquietas deitando e levantando-se várias vezes além de isolarem na busca de um local mais tranquilo para parirem. Posteriormente há ruptura da bolsa, liberando o fluido amniótico, sendo que o animal tende a lamber esse líquido e permanece no local do ocorrido.


O parto geralmente ocorre em até 4 horas, sendo que a expulsão da placenta ocorre geralmente de 4 a 5 horas, sendo frequentemente ingerida pela vaca. Se caso a placenta demorar mais que 12 horas para ser expulsa, consideramos que a fêmea apresenta retenção de placenta.Existem algumas diretrizes para que possamos auxiliar a vaca no parto, lembrando que essa intervenção deve ser feita após a avaliação de um Médico Veterinário e é realizada geralmente quando o parto excede 4 horas:

Veja os passos a seguir:

Realizar a contenção correta promovendo segurança ao animal e aos manipuladores, protegendo principalmente a cabeça da vaca;

Utilização de luvas descartáveis e compridas (luva de inseminação);

Higienizar a região do ânus e vulva com água e sabão em abudância;

Não introduzir materiais cortantes dentro do útero da vaca.

Se necessário fazer uso de cordas para tracionar o bezerro, utilizar

apenas itens limpos e desinfetados;

Não utilizar força excessiva para tracionar o bezerro e nunca amarrar o bezerro a tratores. Força excessiva pode traumatizar o bezerro além de causar danos ao útero da mãe;

Após o nascimento do bezerro, observe se as vias aéreas estão livres, se tiverem obstruídas retire as secreções placentárias de sua boca e narinas;

Interfira o menos possível, deixe que haja o reconhecimento mútuo entre a mãe e a cria. Isso evita a rejeição da mãe.

Observa se a vaca consegue se levantar e se o bezerro consegue mamar.


INGESTÃO DE COLOSTROApós o nascimento é importante que o bezerro permaneça com sua mãe por pelo menos 24 horas, pois nesse período ocorrerá a ingestão de colostro, que é o primeiro leite da vaca. O colostro tem uma composição diferenciada, possui maiores teores de gordura, sólidos totais, proteínas, minerais e vitaminas, além de conter as importantes imunoglobulinas (Ig), que são anticorpos importantes à formação do sistema imunológico do animal.

O bezerro junto à sua mãe mama entre 12 a 15 vezes ao dia, essas mamadas frequentes permitem que o colostro passe diversas vezes pelo aparelho digestivo do recém-nascido, aumentando o contato

do leite com a parede intestinal, havendo assim maior absorção dos anticorpos. É muito importante que os funcionários da propriedade estejam capacitados a detectarem aqueles bezerros que possuem dificuldades em mamar o colostro. Para isso existem alguns sinais característicos que podem ser observados como bezerros abatidos, fracos e com a região do vazio muito funda. É preciso atenção nos tetos das vacas, tetos não mamados ficam cheios e brilhantes.

Identificado os bezerros que não mamaram, precisamos auxiliar os mesmos à ingestão do colostro. Animais que não mamam o colostro não possuem imunidade alguma e


podem morrer com facilidade, pois não há transferência de imunidade transplacentária durante o parto. Veja em seguida o passo a passo para auxiliar o bezerro na mamada.

Veja os passos a seguir:

Contenção da vaca no tronco (fazer uma peia nas patas traseiras);

Massagear o úbere tirando dois ou três jatos de leite;

Coloque o bezerro próximo ao úbere

Coloque dois dedos no céu da boca do animal com um pouco de leite;

Assim que ele começar a sugar coloque sua boca próxima a um teto até ele começar a mamar;

Se caso o bezerro perder o teto repita a operação.

Para bezerros rejeitados pela mãe, órfãos, ou que apresentam grande dificuldade em mamar o colostro é necessário a administração artificial do colostro, sendo que este pode ser da própria mãe do bezerro, de outra vaca da fazenda (fresco ou congelado - banco de colostro ), ou até mesmo de alimento industrializado.

O momento decorrido entre o nascimento e a administração do colostro e a qualidade deste é crucial para determinar a formação do sistema imunológico do animal. A quantidade a ser administrada é muito variável de acordo com cada autor. Atualmente muitos pesquisadores recomendam o fornecimento de 3,78 litros de colostro até as 6 primeiras horas de vida. Para bezerros de raças menores como Jersey, ou com baixo peso ao nascimento, recomenda-se 3 litros.

TETOS MAMADOS

TETOS NÃO MAMADOSFiguras 1 e 2, fonte: Boas Práticas de Manejo Bezerros ao Nascimento - Mateus J. R. Paranhos da Costa et. al.


COLOSTROQUALIDADE DO

Muitos especialistas defendem o fato de que toda vaca sadia recém parida deve ter seu colostro ordenhado para que o mesmo seja analisado e em seguida administrado ao bezerro. Uma forma prática e barata de se medir a qualidade do colostro é através do uso de um colostrômetro, instrumento que mensura a densidade do leite, pois existe uma estreita relação entre a essa densidade e a quantidade de anticorpos. Basta colocar este instrumento em um recipiente com o colostro e verificar qualidade mostrada na graduação da coluna (alta qualidade, média qualidade e baixa qualidade).

Embora esse seja o teste mais utilizado na prática, é difícil de ser executado em criações extensivas. O mais viável é a manutenção de um


banco de colostro, proveniente de vacas de segunda cria em diante, que naturalmente é mais concentrado em anticorpos.

Não basta apenas avaliar a qualidade do colostro. É importante entender que existem fatores do pré-parto que influenciam diretamente nessa qualidade, dentre eles a correta nutrição da vaca, bem como a ausência de estresse e mastite.

O que muitos não sabem é que o período seco da vaca está diretamente relacionado com a qualidade colostral. Quando este período é menor do que 40 dias o animal não tem tempo o suficiente para a produção de colostro, visto que as vacas necessitam de no mínimo 4 semanas para produzir um colostro de qualidade aceitável.

ALTA QUALIDADEGraduação Superior(50 a 140 mg de Ig/mL)

MÉDIA QUALIDADEGraduação Moderada(20 a 50 mg de Ig/mL)

BAIXA QUALIDADEGraduação Inferior(< 20 mg de Ig/mL)

colostrômetro


CURA DOUMBIGO

Após a ruptura do cordão umbilical, as estruturas internas (úraco e vasos sanguíneos) retraem recolhendo-se para dentro do abdômen, promovendo certa proteção contra as infecções externas. Entretanto, mesmo com esse processo de retração, a ferida umbilical aberta, continua sendo porta de entrada para diversos microrganismos patogênicos que podem causar diversas doenças. Por isso a cura de umbigo é um cuidado primordial dos bezerros, sendo recomendado que seja feita o quanto antes, minimizando o tempo que essa porta de entrada permaneça aberta aos microrganismos.


Segundo um estudo da Universidade de Wisconsin, a cura de umbigo está intimamente ligada a porcentagem de mortalidade dos bezerros. Segundo esse estudo, bezerradas com umbigo não curado apresentam mais do que o dobro de mortalidade do que bezerros curados

Efeito da desinfecção do umbigo sobre a mortalidade e a incidência de pneumonia em bezerros:

Adicionalmente à cura de umbigo, o Centro Nacional de Pesquisa em Gado de Corte (CNPGC) da EMBRAPA (2000) recomenda a aplicação de antiparasitário à base de Ivermectina para evitar as infestações de larvas da mosca da miíase (bicheiras).

Para a cura de umbigo devemos proceder com o corte do cordão

Fonte Tabela: Universidade de Winsconsin (2006)

umbilical (acima de 10 cm) reduzindo para dois centímetros. Posteriormente devemos imergir o cordão umbilical em uma substância cauterizante por 30 segundos, sendo que as substâncias mais indicadas são àquelas à base de iodo (7 a 10%) ou ácido pícrico.


METAFILAXIAConforme estudo da Universidade de Wisconsin, apenas a cura do umbigo não é o suficiente para reduzir a mortalidade dos bezerros em níveis aceitáveis. O lote de bezerros com o umbigo curado ainda teve uma taxa de mortalidade de mais de 7%.Mesmo com a cura do umbigo, a ferida umbilical permanecerá aberta desde o nascimento até o momento da cura. Levando em consideração que ao nascimento o bezerro nasce com o umbigo aberto em um ambiente contaminado, ele terá chance de adquirir infecção e até mesmo

apresentar bicheiras (Cochliomyia hominivorax), mesmo fazendo a cura de umbigo corretamente.A Metafilaxia é a melhor solução para esse problema. Consiste em administrar medicamentos antimicrobianos de longa ação em doses terapêuticas a grupos de animais que estejam em alguma situação de risco de adquirirem uma infecção. Esse procedimento permite prevenir e curar os animais, diminuindo a incidência de doenças e a mortalidade na bezerrada.

16 // Primeiros Cuidados com o Bezerro 16Primeiros Cuidados com o Bezerro //

A solução apresentada pela J.A Saúde Animal é o Pró-Bezerro, medicamento à base de Benzilpenicilina Benzatina de longa ação e Ivermectina, ideal para prevenir e tratar as doenças do umbigo e suas consequências durante todo o primeiro mês de vida do recém-nascido.

www.jasaudeanimal.com.br

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