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-

DVENTIS �

ARTIGO DE CAPA

16 Os arquivos de José

Gerald A. Klingbeil Não foi por atalhos que ele chegou a ser o segundo do reino.

VI SÃO MUNDIAL

Porque defendo a Bíblia e Ellen White Ted N. C. Wilson Reforço ao nosso chamado profético.

DEV O C IO N AL

Jesus é Senhor? JoyMaganga Reajustando nosso conceito de liderança.

SEÇOES

14

20

22

24

C RENÇAS FUND AMENT AI S

O julgamento vindouro! EanNugent A implicação de ter um amigo no Céu.

VID A ADVENTI S T A

Testemunhas inesperadas Pedro Leopoldo Há aventura em cada canto, quando somos guiados pelo Espírito.

DE S C O B RINDO O E S PÍRITO DE PROFEC I A

Mensageira de Deus nos ((Anos Dourados" Tim Poirier Os últimos anos de Ellen White foram uns dos mais produtivos.

HER ANÇA ADVENTI S TA

T homas Geraty: Gigante na Educação Adventista Lael Ceasar Sua longa e ilustre carreira profissional deixou

. uma marca express1va.

3 NOTÍCIAS DO M UNDO 11 S AÚDE NO MUNDO 27 ESTUDO BÍBLICO

3 6

10

Notícias breves

Notícia principal Histórias do GLOW

26

Tratamento para a Icterícia

RESP OSTA A

PERGUNTAS BÍBLICAS

Mais chegado do . -

q ueumrrmao

�www .adventistworld . o rg On-line: disponível em 1 O idiomas

Tradução: Sonete Magalhães Costa

Adventist Worfd{ISSN 1557-5519) e editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. v. 11. n° 12. Dezembro de 2015.

2 AovENTIST WoRLD I Dezembro 2015

Abraão: testado e aprovado

28 TROCA DE IDÉIAS

I M AGEM O A C A P A : F R E E B I B L E I M A G I: S . C O M

A graça ao longo da história

Por 35 anos, experimento extrema alegria ao pregar sobre as grandes narrativas

bíblicas, e cheguei à conclusão de que meus ouvintes também preferem quando prego sobre histórias. Eles educadamente prestam atenção quando (raramente) prego um sermão temático, e até emprestam os ouvidos quando faço exegese de um texto complexo em alguma das cartas de Paulo.

Mas, majoritariamente, somos "pessoas­histórias", pois as histórias são nossa maneira de compreender nossa própria vida. Inevita­velmente, as histórias interagem com o tempo: eventos acontecendo em ordem discernível, mesmo quando as voltas e viravoltas nos sur­preendem ou nos perturbam. Cremos que as verdades encontradas nas narrativas têm prin­cípio, meio e fim. Nossa vida também é assim.

No entanto, aprendi que não há um registro de como os personagens das histórias bíblicas são apreciados e queridos pelos membros da minha congregação.

"Eu amo as histórias de Davi': diz um homem quieto, tímido, que sempre se assenta na terceira fileira do fundo e nunca fala nas reuniões. "Eu amo sua coragem e bravura­como ele acreditava que Deus o livraria de SauJ."

"Minha história preferida é a de Ester", diz uma viúva que cria três filhos sozinha. "Todas as vezes que leio sobre a maneira pela qual Deus a usou para salvar seu povo, sinto como Deus está me usando quando minha vida está muito difícil."

Assim, na sabedoria do Senhor, as Escrituras oferecem dezenas- até centenas- de histórias de homens e mulheres "semelhantes a nós" (Tg 5:17), cujas escolhas e trabalho nos inspi­ram, nos corrigem ou nos ajudam a ver a longa trajetória e a revelação do plano de Deus para nossa vida. Elas não são meramente a leitura de histórias antigas, mas histórias inspiradas por Deus que nos mostram a revelação da graça ao longo do tempo, mesmo quando não é totalmente valorizada nem aceita.

Ao ler o artigo de capa deste mês, escrito pelo editor associado e hábil contador de histórias Gerald Klingbeil, peça por discerni­

mento para ler sua própria história nas entrelinhas dessa impres­

sionante narrativa bíblica.

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NOTÍCIAS DO MUNDO

Adventistas são advertidos a examinar suas refeições

Concordando com o que Ellen White disse sobre a possibilidade de a carne provocar o câncer

ANDREW McCHESNEY

AOrganização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a carne vermelha e carnes processadas podem provocar o câncer, confirmando as declarações de Ellen G. White, cofundadora da

Igreja Adventista do Sétimo Dia, escritas há mais de 120 anos. Um dos principais médicos da Igreja Adventista disse que a notícia,

resposta mais definitiva da comunidade mundial de saúde sobre a relação entre a carne e o câncer, serviu como um alerta para que os membros da igreja considerem sua dieta.

"Já temos essa informação há mais de 120 anos': disse o Dr. Peter N. Landless, diretor do Ministério da Saúde da Igreja Adventista mundial. "Infelizmente, muitos escolheram não seguir os conselhos dados por Deus por meio de Sua serva, mas é sempre um conforto quando vemos que a inspiração divina é comprovada por estudos reconhecidos, confir­mados pela ciência.

E acrescentou: "Oramos para que nossa igreja leve em consideração essas orientações, não por ser essa uma questão de salvação, mas porque afeta a qualidade de vida e nosso serviço a este mundo caído, a missão para a qual fomos chamados."

A Agência Internacional de Pesquisa do Câncer da OMS declarou que decidiu classificar as carnes processadas como cancerígenas, ou causadoras de câncer em seres humanos e a carne vermelha como "pro­vavelmente" cancerígena. A decisão foi baseada na revisão de 800 estudos relacionados, por uma equipe de 22 especialistas, em dez países.

Dezembro 2015! AovENTIST WoRLD 3

NOTÍCIAS DO MUNDO

O consumo de carne foi relacionado aos cânceres de cólon e reto.

"Os especialistas concluíram que cada porção de 50 gramas de carne processada consumida diariamente, aumenta o risco do câncer colorretal em 18 por cento", declarou a agência.

O que Ellen White disse Enquanto a notícia ocupa as man­

chetes em todo o mundo, o estudo não foi surpresa para os adventistas que conhecem o que foi extensamente escrito por Ellen White sobre os benefí­cios da dieta vegetariana, já na segunda metade do século dezenove.

"A carne nunca foi o melhor alimen­to. Todavia, seu uso agora é duplamente objetável, visto que as moléstias nos ani­mais estão crescendo com tanta rapidez.

White escreveu no livro Orientação da Criança. "Os que comem alimentos cárneos mal sabem o que estão inge­rindo. Frequentemente, se pudessem ver os animais ainda vivos, e saberem que espécie de carne estão comendo, a repeliriam enojados. O povo come continuamente carne cheia de micró­bios de tuberculose e câncer. Assim são transmitidas essas e outras moléstias."'

Landless disse que a expressão "ali­mentos cárneos" inclui carne vermelha que foi "preservada, desidratada ou pior"-na época em que o conselho foi dado, não havia refrigeração apropria­da-e hoje deveria ser classificada como carne processada.

Ellen White, a quem os adventistas atribuem possuir o dom de profecia, escreveu no mesmo livro que, à medida que o mundo se aproximasse do tempo do fim, a carne se tornaria mais conta­minada e que não deveria ser consumida pelos adventistas.

"A carne deixará de fazer parte da sua alimentação. Devemos ter sempre isso em vista, e esforçar-nos por tra­balhar firmemente nessa direção. Não posso pensar que, nessa prática de

4 AovENTIST WoRLD I Dezembro 2015

comer carne, estejamos em harmonia com a luz que Deus nos tem dado."2

Somente uma minoria dos cerca de 19 milhões de membros da igreja hoje segue qualquer forma de dieta vegeta­riana, disse Landless.

A Igreja Adventista não proíbe o con­sumo de carne com a exceção de porco, camarão e outras carnes designadas como imundas no livro bíblico de Levíticos.

Estudo de saúde dos

adventistas confinna

O anúncio da OMS confirma a pesquisa adventista em curso e inter­nacionalmente conhecida sobre a dieta vegetariana realizada pela Universidade Loma Linda. Uma análise do Estudo Adventista de Saúde-2 publicado na revis­ta JAMA de Medicina Interna, em março de 2015, indica que a dieta vegetariana pode reduzir o risco de câncer colorretal de wna pessoa em 22%, e um estudo

anterior, o Estudo Adventista de Saúde-1, relacionou o consumo de carne com o aumento do risco para esse tipo de câncer.

O principal pesquisador do Estudo Adventista de Saúde-2, Dr. Michael Orlich, disse que a nova avaliação da OMS é "importante e deve ser conside­rada por todos os que escolhem dietas e recomendações dietéticas."

Gary Frase r, diretor de pesquisa do Estudo Adventista de Saúde-2, desafiou os adventistas a não apenas evitar a carne, mas a também se lembrar de comer frutas e vegetais. "É igualmente impor­tante substituir a carne por outros ali­mentos, como vegetais, frutas, castanhas e legumes", disse ele. "As carnes não apenas causam problemas, mas também tomam o lugar de outros alimentos que diminuem o risco de doenças."

1 Elkn G. White, Orierrtctçilo dtJ Crüwç(1 (Casa Pllblicadora

Brasileira}. p. 382. 2Jbid .• p. 383.

Adventista Eleito ANDREW McCHESNEY

res1 ...... ente de • • •

A eleição de Konrote é histórica. embro da Igreja Adventista do Sétimo Dia foi eleito presidente de Fiji, fazendo história como

o primeiro adventista a ocupar o elevado cargo nesse arquipélago do Pacífico Sul, e principalmente por ser o primeiro presidente sem ascendência ilustre.

O General Jioji Konousi Konrote, 67, também conhecido como George Konrote, assumiu a presidência no dia 5 de novem­bro, após ter sido eleito pelo parlamento nacional com margem de 31- 14.

Em grande parte, a presidência é um papel cerimonial regido pela constituição do país aprovada em 2013, mas que

reserva ao presidente certos poderes a ser exercidos em tempo de crise nacional. O presidente é também o comandante das forças armadas do país.

Ao anunciar ao parlamento a nome­ação de Konrote, o Primeiro Ministro de Fiji, Vorege Bainimarama, o elogiou por seus serviços como soldado de car­reira e mais tarde, político e diplomata.

"Com seus mais de 41 anos de serviço a Fiji e ao seu povo, o General Konrote é um paradigma de lealdade, coragem e devoção ao dever em sua função como comandante militar, honestidade e dedi­cação como ministro e funcionário civil sênior, e de ta to e perseverança como diplomata': disse ele, segundo declaração na página da Web do governo de Fiji.

A eleição de Konrote é histórica não apenas por sua religião, mas também por pertencer à etnia minoritária dos Rotu­man, e por não ter ascendência ilustre, reportou a Adventist Record do Sul do Pacífico. A constituição de Fiji de 2013 dispensou o Conselho de Chefes e liberou o cargo de presidente para não chefes.

Devido à situação política delicada em Fiji, que nas últimas duas décadas passou por quatro golpes de estado, os líderes da Igreja Adventista foram cau­telosos em sua resposta pública à eleição de Konrote, disse a Adventist Record.

"A nomeação do General Konrote foi uma surpresa, mas não totalmente inesperada", disse. "Atualmente, temos vários adventistas em posições-chave do governo. Nossa igreja é amplamente respeitada em Fiji."

Konrote é ancião e membro da con­gregação de Rotuman, em Suva, capital e maior cidade do país.

A Igreja Adventista em Fiji tem em torno de 25 mil membros e 260 congregações, de acordo com o último relatório dos Arquivos Estatísticos e Pesquisa da igreja mundial. A religião dominante em Fiji é o metodismo, pois 280 mil dos cerca de 880 mil habitantes se identificam como metodistas. •

LAUREN DAVIS, ANN

Quer . cornpart . ,ar

Já existe um App para isso Tecnologia para celulares espalha literatura pelo mundo

Há uma nova maneira de compartilhar Saúde e bem­estar: Segredos que irão mudar

sua vida e O Grande Conflito. A Igreja Adventista do Sétimo Dia

criou um aplicativo contendo uma bi­blioteca gratuita com livros inspirados, onde os usuários podem ler e enviar facilmente via e-mail e mídia social para qualquer pessoa.

O Sharing Hope oferece uma biblio­teca de publicações adventistas, que inclui livros missionários como o Saúde e bem-estar: Segredos que irão mudar sua vida do Dr. Peter N. Landless e Mark A. Finley, e os folhetos GLOW, e também, livros populares como O Grande Confli­to de Ellen G. White.

"Isso é só o começo", disse Wilmar Hirle, diretor associado do departamen­to de publicação da igreja adventista mundial, que lançou o aplicativo no iTunes e Google Play. Hirle prevê ver­sões futuras do App com as publicações adventistas como jornais, revistas, devo­cionais diários e materiais missionários de todas as Divisões mundiais da igreja.

"Durante os últimos dez anos, pro­duzimos vários livros missionários que foram traduzidos para muitas línguas", disse ele. "Centenas de milhares de livros foram impressos e distribuídos no mundo inteiro."

"No entanto, há muitas áreas no mundo em que o acesso a essas publica­ções impressas é limitado, e o aplicativo pode preencher essa lacuna': disse ele. "Há alguns anos, eu planejava visitar um país onde temos cerca de 200 adventis­tas': disse Hirle. Porém seu visto foi ne­gado, e em lugar de ir, começou a enviar literatura para a comunidade adventista dali. A polícia interceptou o material e prendeu mais de 20 adventistas.

"Não consegui visitar aquele país. Não posso enviar livros para eles. Lá não podemos nem publicar nossos livros", disse Hirle. "Mas o idioma daquele país já está no aplicativo. E agora os adventistas ali, estão tendo acesso aos nossos livros."

O conteúdo atual já está disponível em árabe, inglês, francês, italiano, espa­nhol, português e russo.

O objetivo do Sharing Hope é dar aos usuários a possibilidade de alcançar cada cultura em todas as partes do globo, disse Viviene Martinelli, admi­nistradora do projeto do aplicativo. Os usuários podem acessar facilmente um livro em qualquer idioma além do seu, e enviar para alguém.

Hirle espera que até o final de 2016 o aplicativo esteja disponível em 100 idiomas, e que até 2020, esteja em todos os principais idiomas.

Pela graça de Deus, assim seja! •

Dezembro 2015 I AovENTIST WoRLD 5

NOTÍCIAS DO MUNDO

ustin Torossian pode ser mais conhecido por ser tetraneto de Tiago e Ellen White, cofundadores

da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Mas esse pastor de 29 anos de idade

e estudante na Universidade Andrews, fala humildemente sobre sua árvore genealógica famosa, citando o que Ellen G. White acertadamente escreveu no livro Parábolas de jesus: "Cristo não reconhecia virtude na estirpe. Ensinava que a ligação espiritual supera a natural" (p. 268).

"Em outras palavras, se você acredita no dom profético de Deus por meio de Ellen White, então você é espiritualmente descendente dela", disse Torossian. "E segundo o próprio Jesus (Jo 8:39-40), e também Ellen White, . , . . )) Isso e o mais Importante.

Torossian, natural da Califórnia (Estados Unidos), está prestando assistência a uma igreja de idioma espanhol, em Michigan, enquanto cursa um Mestrado em Divindade na Andrews, disse que considera um privilégio ser descendente biológico dos White. "Mas sou muito mais grato por pertencer à mesma família espi­ritual que eles", disse ele. "E esse é um privilégio que todos nós podemos ter, não importa a família em que nasce­mos fisicamente. Ela pode ser a 'Vovó Ellen' para todos nós!"

Torossian - que deve se formar em maio de 2016 e retornar ao ministério no centro da Califórnia como pastor em um distrito de duas igrejas - disse que seu sonho pessoal é ver Jesus em seu período de vida. "Quando formos para o Céu, após me encontrar com Jesus e meu anjo da guarda, mal posso esperar para ver o Vovô Tiago e a Vovó Ellen'� disse ele.

6 ADVENTIST WoRLD I Dezembro 2015

CÁROLYN Azo

Encontro com o

de ]ustin Torossian fala sobre o

/ . . que e mazs zmportante. A seguir está o que Torossian disse

em longa entrevista sobre Ellen White e a influência que ela exerceu em sua vida.

Q: Qual é exatamente seu parentesco

com Ellen White?

Tiago e Ellen são meus tetravôs. Dos seus dois fillios que sobreviveram, só Willie teve fillios, mas teve pelos dois! O primeiro dos seus sete filhos foi Elia (Robinson). Elia teve três filhos, e minha avó, Gladys Kubrock, era a mais nova. Após se casar com meu avô Daniel, eles tiveram seis filhos, um deles foi minha mãe Edee. Então meus pais me tiveram.

Q: Que influência da vida de Ellen

White sua mãe transmitiu para você?

Quando criança, eu morava a apenas dez minutos de Elmshaven, última moradia de Ellen White. Como meus avós moravam lá e atendiam os visitan­tes, a figura de Ellen White para mim era da vizinha bondosa e avó amorosa que ela foi.

Cresci sabendo que era parente de alguém a quem Deus usou de maneira miraculosa e nunca havia me conscien-

tizado disso até os 17 anos. Foi então, após minha reconversão em uma série evangelistica, que voltei a Elmshaven e, pela primeira vez, senti que estava em terreno santo. Só então comecei a mergulliar fundo em seus livros e a ser abençoado pelas mensagens de Deus para nós, por meio dela.

0: Oue livro de Ellen White mais influenciou sua vida e ministério?

Caminho a Cristo. Eu releio esse livro todos os anos, no meu culto pessoal. Se você ler apenas uma página por dia, levará quatro meses para terminar. Além disso, a compilação chamada Obreiros Evangélicos tem sido uma bênção. É leitura obrigatória para todos os que se interessam em compartilhar o evangelho.

O: Qual é sua citação preferida

de Ellen White?

É muito difícil escolher apenas uma! Atualmente, O Desejado de Todas as Nações, p. 25, está no topo da minha

lista. Diz assim: "Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia. 'Pelas Suas pisaduras fomos sarados' (Is 53:5). Pela Sua vida e morte, Cristo operou ainda mais do que a restauração da ruína produzida pelo pecado. Era o intuito de Satanás causar entre o homem e Deus uma eterna separação. Em Cristo, porém, chegamos a ficar em mais íntima união com Ele do que se nunca houvéssemos pecado."

0: Qual história da vida de Ellen White teve maior influência sobre você?

Uma história que minha bisavó Ella escreveu em seu livro nos dá um vislumbre da personalidade e da criati­vidade de Ellen White.

Quando seu filho Willie era bebê, Anna, irmã do seu esposo, morava com eles e a ajudava no trabalho de escritório. Tia Arma amava pegar o bebê

Willie no colo e fazer carinho nele. Mas ela teve tuberculose. Como Ellen ia tirar o bebê Willie dos braços de Anna sem magoá-la?

Ellen, então, teve uma ideia. Foi chegando cada vez mais perto de Anna e do bebê, e deu uma espetadinha em Willie com um alfinete pequeno, o suficiente para ele começar a chorar.

''Ah, ele deve estar querendo a ma­mãe!" disse Ellen.

''Acho que sim", disse Anna e devol­veu o bebê para Ellen.

Esse truque foi repetido várias vezes, mas Arma nunca percebeu.

Muitas vezes as pessoas tinham uma impressão equivocada de Ellen White devido a adventistas indelicados que usavam seus escritos de uma forma que nem ela usaria, de modo agressivo e tendencioso. Mas essa é uma das muitas histórias que demonstram que, embora fosse instruída por Deus a dar mensa­gens que, às vezes, eram difíceis de ser ditas e ouvidas, Ellen White procurava imitar Jesus: sempre agia com amor e compatXao.

Q: Qual seria seu conselho para os leitores das obras de Ellen White?

Comprometa-se junto comigo a, a partir de agora e até que o Senhor volte, a ler pelo menos dois novos livros de Ellen White todos os anos. Ao fazer isso, peça que Deus fale com você. Embora as palavras tenham sido escritas por Ellen White, as mensagens são divinas, vindas do próprio Deus. Assim como o propósito e o centro de toda a Escritura é Jesus (Jo 5:39), Ele também é o pro­pósito e o centro dos escritos de Ellen White. É por isso que o dom de profecia é chamado de "o testemunho de Jesus" (Ap 19: 10).

Quando você ler as mensagens de Deus para nós na Bíblia e nos escritos de Ellen White, peça a Deus que transforme seu coração. Ele realizará em nós uma mudança duradoura, uma transformação que nos levará para a eternidade! •

Dezembro 2015 I AovENTIST WoRLD 7

VISÃO MU N DIAL

S ernpre achava fascinante que, quando criança, meu avô paterno se assentava aos pés de Ellen

G.White e ouvia suas histórias. Ellen White, que morava não muito longe, visitava a casa da famllia Wilson, próximo a Healdsburg, Califórnia, no início dos anos 1900. Meu avô, Nathaniel C. Wilson e seus três irmãos se agrupavam em volta da cadeira dela, ansiosos para ouvir as histórias que ela contava com carinho.

Mas aquelas visitas não são a única razão das memórias que minha família guarda de Ellen White. Devemos nosso conhecimento das mensagens adventistas à sua atividade evangelística profética, direta e prática.

Meus bisavós, William e lsabella, imigraram da Irlanda para os Estados Unidos por volta do ano 1870, se tornando produtores de fruta, criadores de gado e proprietários de um comércio na zona rural, na Califórnia.

lsabella se uniu à Igreja Adventista, mas William não. Certa ocasião, William foi convidado pela esposa para assistir a uma campal, em 1905. Ellen White foi a oradora e falou sobre a necessidade que todos os pecadores têm de um Salvador e de permitir que Ele transforme sua vida. Ela fez um apelo fervoroso e William foi à frente. Ele entregou seu coração ao Senhor.

Meu bisavô estudou a mensagem do advento por um ano. Começou a fechar sua loja aos sábados e foi batizado. Mais tarde, ele se tornou o primeiro ancião da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Healdsburg, local em que hoje está o Pacific Union College (colégio de ensi­no superior).

Cristo mudou a vida de William que ficou conhecido como um homem generoso, que ajudava os necessitados. A transformação na vida do meu bisavô está entre as razões de eu defender com convicção tanto a Bíblia quanto os escritos de Ellen White. Mas, principal­mente, porque a Bíblia e o Espírito de

8 AnvENTIST WORLD I Dezembro 2015

Porque de endo / .

a TED N. c. WILSON

e en Tudo é sobre jesus

Profecia vieram da mesma fonte-Deus -e têm a mesma mensagem -levar pessoas a Jesus e prepará-las para Seu breve retorno.

O Espírito de Profecia foi dado para alimentar e auxiliar o povo de Deus no tempo do fim, com instruções do Céu. Ao terminarmos o ano de 2015, consideremos mais uma vez os escritos de Ellen G. White e seu significado para nós. As considerações finais serão feitas no formato de pergunta e resposta, com base na mensagem que apresentei durante o Simpósio sobre o Espírito de Profecia, na Universidade Andrews, em I 7 de outubro de 2015.

P: O chamado de Ellen White

foi bíblico?

Na Igreja Adventista do Sétimo Dia aceitamos Ellen G. White como uma

serva do Senhor e profetisa moderna. Creio e atesto que os escritos do Espíri­to de Profecia são verdadeiros e dignos de confiança porque Ellen G. White e seu ministério profético passaram nos quatro testes bíblicos de um profeta:

1. Seus escritos concordam com a Bíblia, cumprindo Isaías 8:20.

2. Sua vida e obra testificam de sua comunhão com Deus, cumprindo Mateus 7:20.

3. Suas profecias se cumpriram, revelando ser verdadeiro o texto de Jeremias 28:9.

4. Seus escritos enaltecem a Cristo e O confirmam como o Filho de Deus que veio a esta Terra para nos salvar, cumprindo I João 4:2.

AJém disso, por sua vida e obra terem sido confirmadas por manifes­tações físicas durante suas visões, por

sua obra ainda ser oportuna no tempo do fim, pela convicção e ousadia de seus pronunciamentos, pelo alto plano espiritual de seu trabalho e a maneira prática com que explicou os múltiplos aspectos da vida cristã.

P: Por que os adventistas

se referem aos escritos

de Ellen White como sendo o

Espírito de Profecia? O espírito de profecia é descrito pela

Bíblia como uma das duas caracterís­ticas da igreja remanescente de Deus, nos últimos dias. Apocalipse 12:17 diz: "Irou-se o dragão [Satanás] contra a mulher [igreja de Deus] foi pelejar com os restantes [ou remanescente] da sua descendência [ou semente, povo e igreja de Deus nos últimos dias], os que guardam os mandamentos de Deus o têm o testemunho de Jesus."

Apocalipse 19:10 vai além expli­cando que "o testemunho de Jesus é o espírito de profecia:'

As duas características que distinguem o povo de Deus são muito simples: o povo que guarda os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus, que a Bíblia identifica como o "espírito de profecia'� Os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus, ou o Espírito de Profecia, vêm da mesma fonte: o próprio Deus.

P: Os escritos de Ellen White

podem ser equiparados à Bíblia? Os adventistas do sétimo dia não

apresentam o Espírito de Profecia como parte da Bíblia ou igual a ela. Como a própria Ellen White declarou, o Espírito de Profecia deve levar à Bíblia. Entre­tanto, creio plenamente que o Espírito de Profecia foi inspirado pela mesma inspiração celestial que a Bíblia, pois é o testemunho de Jesus.

P: Ellen White é relevante em

nossos dias?

Já vimos e estamos vendo esforços por parte de pessoas motivadas por

Satanás para atacar os escritos de Ellen White e os tornar "sem efeito'� Tanto a Palavra de Deus como o Espírito de Profecia são produtos de inspiração di­vina, sendo, portanto, relatos acurados que descrevem o grande conflito entre o bem e o mal, entre Cristo e Satanás. É por isso que o inimigo está determinado a destruir a verdade encontrada na Bíblia e no Espírito de Profecia.

O testemunho de Jesus, que é o Espírito de Profecia, é integral ao movi­mento adventista. Creio que o Espírito de Profecia é um dos maiores dons dados por Deus à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ele é centrado em Cristo e em Sua Palavra e revela o plano de Deus para Seu povo que vive no tempo do fim e espera pelo breve retorno de Cristo.

O Espírito de Profecia é tão relevan­te hoje como foi ao ser escrito. É acu­rado, edificante, instrutivo e poderoso para levar a Cristo e à Santa Bíblia. De fato, é o testemunho de Jesus.

P: Há uma preocupação com a

maneira pela qual os membros da igreja tratam a Bíblia e o

Espírito de Profecia?

Ao enfrentarmos os últimos dias da história desta Terra, sabemos que haverá um esforço determinado por Satanás para destruir a efetividade da Bíblia e do Espírito de Profecia. Vemos ao nosso redor a neutralização da au­toridade da Palavra de Deus. O método histórico-crítico aplicado à Palavra de Deus reduz sua eficácia e autoridade. Esse é o plano de Satanás para minar a declaração específica de Deus: "Assim diz o Senhor'�

Uma das maiores ameaças contra o Espírito de Profecia não é necessaria­mente a animosidade, e sim a indife­rença. Muitos membros hoje, não têm nenhum conhecimento do seu conteú­do, não leem ou simplesmente ignoram. O inimigo está tão empenhado em destruir a influência da Bíblia e do Espírito de Profecia porque ali estão

os conselhos necessários para ajudar a finalizar a obra de Deus nesta Terra, por meio do poder o Espírito Santo.

P: Que impacto os escritos de

Ellen White exercem sobre a

igreja e o mundo?

Esta igreja não estaria onde está sem a direção especial dada por Deus por meio de Ellen White e os escritos do Espírito de Profecia. Seus conselhos foram fundamentais no estabelecimento da obra de publicações, saúde, educação, serviço humanitário e as instituições de mídia. O Espírito de Profecia conduz à expansão pastoral, evangelística, missio­nária e administrativa da igreja. Oferece instrução em quase todos os aspectos da vida, como teologia, estilo de vida, saúde pessoal, lar, jovens, relações interpessoais, mordomia pessoal e muitos outros. O Espírito de Profecia está guiando o povo de Deus e sempre guiará, até o retorno do Senhor.

Como resultado da direção do Espírito de Profecia, a Igreja Adventista do Sétimo Dia não é apenas mais uma denominação, mas o movimento do advento, nascido no Céu, com um des­tino especial - a missão de proclamar a mensagem encontrada em Apocalipse 14:6-12 - as três mensagens angélicas.

P: O que Ellen White diria • as pessoas que expressam

desapontamento com a igreja? O inimigo sabe que, se conseguir

fazer que o povo de Deus olhe para si, para suas opiniões, em vez de olhar para Cristo, vai causar dissensão, separação e tensão. Essa é uma das suas principais ferramentas contra a missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Deus nos chamou para ser parti­cipantes da grande proclamação da verdade na história, a culminação do Grande Conflito entre Cristo e Satanás. Deus nos confiou a tarefa de compar­tilhar Cristo que viveu sem pecado, morreu por nós, ressuscitou e agora

Dezembro 2015 I AovENTIST WoRLD 9

VISÃO MUNDIAL

intercede em nosso favor como nosso Sumo Sacerdote e que em breve retornará para nos levar para o Céu. Fomos chamados para compartilhar a Palavra de Deus com todo o seu poder por meio da orientação do Espírito Santo.

Nesse chamado celestial, seremos confrontados por pessoas que discor­darão de nossa mensagem e missão. Poderemos ser tentados a desanimar com a apatia de alguns na igreja. Não importa o que enfrentemos, não devemos ser tentados a trabalhar inde­pendentemente e separados da igreja. Somos chamados a trabalhar dentro da igreja remanescente do tempo do fim, não separados dela.

Permaneça unido à sua igreja local e à família mundial da igreja. Permaneça perto dela, independentemente das im­perfeições que possa ter. Que o Senhor e Sua missão para a igreja sejam sempre mantidos à sua frente.

Recursos inexauríveis Quando lemos o Espírito de Profecia,

somos transformados positivamente para sempre, pois ele nos conduz a Cristo, Sua missão e para a obra que tem para nós: por meio do Espírito Santo, preparar nosso planeta para o novo mundo que virá após o retorno do Senhor. Tenho encontrado no Epírito de Profecia recursos inexauríveis para realizar os planos de Deus para o movimento adventista. Quando penso no Espírito de Profecia, fico vibrando de alegria por Deus nos ter oferecido tanta informação para realizarmos Sua vontade em nossa vida pessoal e na missão da Sua igreja no mundo. •

Ted N.C. Wilson é presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia

1 O AovENTIST WoRLD I Dezembro 201;

Histórias do GLOW: Levando luz ao nosso mundo

GLOW (inglês, BRILHO-Giving Light to Our World [Levando luz ao nosso

mundo))-É um projeto evangelístico que surgiu na Califórnia, Estados Unidos,

no território da Divisão Norte-Americana, e agora se estendeu às outras Divisões

do mundo. Tem por objetivo motivar os membros a ter sempre em mãos literatura

-panfletos chamados GLOW- para ser distribuídos gratuitamente. Hoje, os

panfletos estlfo sendo impressos em 45 idiomas.

Eis a seguir, duas pequenas histórias do Brasil e Estados Unidos que retratam

vidas tocadas pelo GLOW:

r) :.;· � I J �"JJ .r j ...._. ...., - J • f!:J rJ,. - .r

BRASIL: Quando um senhor de 70 anos de

idade recebeu uma revista Adventist World

contendo o folheto do GLOW, retirou o encarte

e mandou fazer duas mil cópias. Ele ficou

com alguns folhetos, e enviou a maioria por

carta a 67 igrejas adventistas da região. Enquanto estava no correio, ele deu um folheto

GLOW sobre o sábado para a funcionária,

que o mostrou aos colegas de trabalho. Quando um dos anciãos da igreja local

recebeu os folhetos, pegou os que falavam

sobre o sábado e levou para seu mecânico

e também usou seu conteúdo para explicar

aos seus fregueses por que fechava sua loja aos sábados.

ESTADOS UNIDOS: O ministério GLOW organizou uma viagem missionária

para a Filadélfia para distribuir um milhão de folhetos GLOW, em dez dias. Um participante escreveu: "Eu estava distribuindo os folhetos GLOW em um

estacionamento quando, de repente, um carro veio na minha direção! Ele parou e

perguntou se eu tinha posto o folheto em seu carro. Eu disse que tinha sido meu colega, cerca de duas horas atrás. Então ele disse: "Vocês salvaram minha vida.

Hoje de manhil eu tinha dito a Deus que ia me suicidar esta noite. Eu disse para

Ele: 'Se o Senhor é real, prove que existe.' Louvado seja Deus, Ele provou!"

As histórias slfo compiladas por Nelson Ernst, diretor do GLOW na Associação

do Pacífico e coordenador Internacional do GLOW Kami/ Metz. Para saber mais

sobre esse projeto, a cesse sdaglow.org. Para assistir aos vídeos de testemunhos,

acesse vimeo.com/user13970741

SAÚ D E N O

ratamento para a

ALLAN R. HANDYSIDES e PETER N. LANDLEss

Meu tio teve icterícia e estamos preocupados de que ele esteja com hepatite ou outra doença infecciosa. Qual é a causa da icterícia? Devemos nos preocupar?

Icterícia (jaudiceis, em inglês) é um termo derivado da palavra francesa jaune, de amarelo. É usada

para descrever a cor amarelada da pele que ocorre quando há uma elevação do nível dos pigmentos biliares. Baixos níveis de elevação da bilirrubina no sangue não podem ser visualmente reconhecidos até que seja alcançado um nível limite. A icterícia é um sintoma.

O sangue é um tecido complexo, cujo volume é formado por cerca de 40% de células vermelhas. Uma célula vermelha do sangue tem um período de vida de cerca de 120 dias para então ser reciclada. Ela é capturada pelas células do baço e quebrada. Esse processo de reciclagem reaproveita elementos essenciais como o ferro e as proteínas.

Parte do pigmento forma a bilirrubina, que causa a icterícia. A bilirrubina passa para o fígado e é capturada por suas células. Em seguida se adere ao ácido glicólico, sendo denominada bilirrubina conjugada, e temporariamente estocada na vesícula biliar. Ali, a bile é concentrada e secretada no intestino para auxiliar na digestão.

A icterícia é vista mais comumente nos recém-nascidos. Quando o bebê

. . . "' . -resp1ra o ar nco em ox1gemo, nao necessita mais dos altos níveis de hemoglobina anteriormente necessá­rios no útero. Além disso, enquanto estava no útero, a bilirrubina não era conjugada no bebê, evitando a elevação dos níveis, pois pode ser tóxico.

São necessários dois dias para que o fígado comece a conjugação com o estoque e acúmulo de bilirrubina que era, até então, excretado através da placenta. (Esse processo, altamente integrado, admira os médicos. Franca­mente, ficamos impressionados que alguém imagine que aceitemos a teoria de que semelhante complexida­de tenha surgido por acaso.)

No caso do seu tio, embora não seja recém-nascido, o processo da bilirrubina ainda é o mesmo conforme descrevemos. O que pode estar acontecendo?

Se ele está destruindo mais células sanguíneas, deve ficar ictérico. Algumas pessoas fabricam células sanguíneas a mais devido à existência de genes defeituosos, e como essas células não vivem tanto tempo quanto as células normais, resultam em "anemia hemolítica". Isso provoca um depósito de bilirrubina não conjugada no sangue, mas não produz icterícia muito acentuada.

Quando o fígado não está funcio­nando bem, a icterícia pode ser visível, como na hepatite. Há muitas varieda­des de hepatite, sendo a hepatite A, a mais comum e mais facilmente trans­mitida. Para que as outras formas mais sérias de hepatite sejam transmitidas, normalmente requerem a transferência dos fluidos do corpo, como o sangue.

A cirrose do fígado também pode estar associada à icterícia. Portanto, quem consome grandes quantidades de bebida alcóolica ou tem problemas de funcionamento do fígado por outras causas, pode apresentar icterícia. Se há um bloqueio na secreção da bile, a bilirrubina é conjugada e secretada no sangue.

O procedimento correto para o caso do seu tio é uma consulta com o médico. O tratamento pode variar dependendo da causa da icterícia. •

( _ ,.. ... -

Peter N.landless, médico cardiologista nuclear, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

Allan R. Handysides, médico ginecologista aposentado, é ex-diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

Dezembro 2015! AovENTIST WoRLD 1 1

Percorrendo as páginas da Internet em busca de dados sobre o Bem, o Mal e as verdades confusas do fenômeno alfa, perambulei entre alfas machos, alfas fêmeas e abelhas rainhas, comparando-os a jesus.

.Jesus dominador? É certo que Jesus é a única pessoa na história que deixou

um trono glorioso e ruas de ouro puro, deixou anjos servidores que respondiam imediatamente ao Seu chamado para trabalhar, para se envolver e fazer parte da escória populacional de Nazaré e da Galileia. Seus seguidores terrenos sabiam que nada de bom podia vir de Nazaré . . .

Como uma figura pública dominante em seu país, respon­sável por uma missão para o mundo e sabendo que seu único Filho estava para nascer, por que escolheria um estábulo como o primeiro endereço para Ele? Pense por um momento: O que seus amigos iriam dizer? Não, o que as esposas deles diriam? Seu primeiro choro, assustou os visitantes atentos, misturado ao balido e cheiro das ovelhas, ao esterco e mugido do gado; e talvez o cacarejo de galinhas, também. Não havia nada melhor do que uma manjedoura para Seu primeiro bercinho? Na minha com­preensão, manjedoura é um recipiente (usualmente em um está­bulo) onde o gado e os Cliva/os se alimentam. Você já pode ouvir o falatório elegante de âncoras tagarelas: essa é uma notícia quente para o horário nobre, e o país inteiro fica em alvoroço com a manchete sobre o abandono de uma criança. Nenhum gráfico explicativo; só a história objetiva sobre a negligência dos pais.

12 AovENTIST WORLO I Dezembro 2015

Preferência hospitalar?

Posso estar errada, mas na minha opinião de boa queniana, o endereço correto deveria ser a suíte presidencial do Hospital Aga Khan, Hospital Nairóbi, ou qualquer maternidade famosa. Deveria haver flores e todo o tipo de acessórios para bebês; deveria haver segurança máxima e conforto para os visitantes da eminente senhora, enquanto comentam sussurrando sobre seu narizinho lindo, orelhinhas fofas, os pezinhos e como o bebê se parece com o papai. Eu simples­mente não pensaria na possibilidade de ser informada de que não há espaço em nenhum hospital para o nascimento do seu Filho. Imaginei

Em seguida, dizem que o Rei, Seu Pai, após Se certificar de que Ele havia nascido no estábulo, O deixou com um carpin­teiro por três décadas inteiras, para ser alimentado, protegido e ensinado a pertencer a uma sociedade de párias. Todos os líderes proeminentes não sabem qual é a melhor escola para seus filhos? Além disso, desde o ventre da mãe, seus filhos não são educados para ser lideres para que a liderança política permaneça na família?

Lançamento da missão Depois da história dramática sobre o abandono de Seu

Filho, Ele seguiu incógnito até surgir com o lançamento de Sua missão para o mundo:- resgatá-lo de sua destruição imi­nente. Como? Convocando toda a liderança política vigente no mundo, senhores romanos e Césares. Reinando desde a

A R T � : F O R D M A T T O X

Ele escolhe pescadores e outras pessoas comuns como Mateus, o coletor de impostos, que ofereceu uma festa para aquele que recebe a escória da sociedade.

região norte da África, até a Ásia e Europa, Ele contratou Sua carruagem, exércitos, homens de bem, educadores e bons oradores para convencer o mundo de Sua missão sobre um novo reino vindouro. Ele usou seus meios para difundir essa informação a todas as províncias sob seu domínio no mundo. Os planos foram traçados e estratégias revisadas para garantir que o objetivo fosse alcançado.

Mas não! Esse não seria o processo. Ao contrário, Seu primo, um eremita do deserto conhecido por suas vestes grosseiras, alimentação estranha e pregação extremista, foi quem O apresentou ao mundo, bem como Sua pregação. Pouco tempo depois, esse primo foi decapitado pelo rei. Em seguida, Ele reuniu Sua base de recursos humanos. Escolheu pescadores e pessoas com má reputação, como Mateus, o coletor de impostos, que oferecia festas para Ele, para as quais só a escória da sociedade era convidada. Escolheu como subordinados o recurso humano que venderia Sua missão para todo o mundo, no mundo inteiro, um grupo reduzido de doze homens semianalfabetos. Ele não sabia, mas o Pai já havia definido o tempo de Sua missão, e em três anos e meio O levaria de volta para as ruas não poluídas do Céu, deixando para esse grupo a tarefa de completar a missão.

Ele não tinha orçamento. Os doze homens e também várias mulheres começaram andando de cidade em cidade. Elas gastavam seu dinheiro com eles. Porém, muitas vezes, Ele não tinha nenhum planejamento para alimentação, hospeda­gem ou outras despesas.

Ele enviou os doze para cumprir a missão por eles mesmos, e os instruiu: Não levem nada para a viagem; procurem pessoas dignas e hospedem-se na cada delas até saírem da cidade; fiquem onde vocês são bem-vindos, e, se não os receberem, sacudam a poeira dos pés quando saírem de lá (veja Mt 10:5-14; Me 6:7-11; Lc 9:1-5). Em meu país isso equivale a alguém que trabalha em Nairóbi, e a matriz o envia para avaliar as filiais em Mandera, Nyeri ou Machakos, por um mês; mas o departamento de Recursos Humanos em Nairóbi e das filiais, não tem nem um plano para seu transporte, hospedagem, alimentação e outras despesas. O empregado deve procurar acomodação com alguma família hospitaleira: a missão para salvar o mundo foi lançada com um orçamento inadequado.

O clímax da missão

Espera-se que uma organização, com a missão de salvar o mundo inteiro da condenação iminente, tivesse uma estra­tégia de treinamento sólido e a formação apropriada de uma cadeia de comando. A estrutura hierárquica seria formada para o sucesso. Mas o plano desse Mestre era simplesmente "Segue-Me": observe, imite e ore pedindo capacitação espiritual e a conversão de todo o ser para abraçar o projeto de corpo e alma. Em relação à hierarquia, o Mestre declarou que o menor na Terra seria o maior em Seu reino, e que o último seria o primeiro. O primeiro ser o último, é muito desanimador para nós, que queremos ser os primeiros em tudo - primeiros a conseguir trabalho, a casar, a comprar um carro, uma casa, a conseguir aquela promoção, até ser o pri­meiro da fila para a refeição, como você vai descobrir quando for comer durante o próximo retiro de que participar.

Então, a caminho de Seu clímax, o Mestre teve a audácia de Se ajoelhar e lavar os pés dos Seus subordinados. Em nosso mundo, beijamos os pés dos que estão acima na escada corporativa. Mas esse Mestre humilde, que não chamava Seus subordinados de servos, mas de amigos (veja ]o 15:15) quis que soubessem que Ele os amava tanto que seria capaz de dar a vida por eles. Ele o fez Se sentindo tão desconfortável como Seu Pai Se sentiu por ocasião do Seu nascimento. Pelo menos tudo é muito coerente: o nascimento foi em uma caixa de alimentar gado e o sacrifício para salvar Seus amigos e o mundo foi sobre uma cruz vergonhosa.

No entanto, após lavar os pés dos amigos e antes de morrer, Ele disse que iria embora, mas retornaria para ficar com eles. Porém não sabia quando seria Seu retorno, somente o Pai sabia. Ele confortou seus amigos, orou com eles e prometeu que estaria ao seu lado por meio do Espírito Santo até que viesse pessoalmente. Durante Sua ausência, eles não avança­riam com o projeto sozinhos. Depois que morreu e retornou da morte, eles souberam que nada O poderia impedir de voltar para eles. Se o Mestre foi capaz de voltar da morte, também seria capaz de voltar de qualquer coisa, de qualquer lugar. •

Certa vez, esse Líder sem posses disse aos futuros __....-, seguidores que Ele não tinha onde reclinar a cabeça. Aquela deve ter sido uma entrevista muito curta. Imagino quem de nós adotaria ou até aceitaria uma estratégia "perdedora" como essa.

Joy Maganga mora em Nairóbi, Quênia.

Dezembro 2015! AovENTIST WoRLD 13

C R E N Ç AS F U N D A M E N TAIS

"Alô?" "Alô, Sr. Nugent, esta é urna ligação

para lembrá-lo da sua consulta odon­tológica na semana que vem. Tenha um bom dia."

Você pode perguntar: Qual é a utili­dade dessa mensagem"? É uma ligação para a ação (na próxima semana). É uma ligação para levar a escova de dentes e o fio dental para o trabalho (na próxima semana). É uma ligação para deixar de lado todos os doces e guloseimas (na próxima semana). O dia do julgamento está próximo!

Quantas vezes já empregamos essa estratégia e mesmo assim falhamos? Ape­sar de todo nosso esforço para camuflar, os instrumentos do dentista ainda são capazes de passar pela capa e desvendar a verdadeira condição de nossa boca.

Resposta errada

Infelizmente, muitas vezes somos tentados a reagir dessa maneira quando se trata do juízo investigativo. Somos tentados a considerá-lo um convite para escondermos a verdadeira condição de nosso coração, acrescentando um esfor­ço extra às nossas ações - começando a fazer isso, deixando de fazer aquilo, fazendo menos daquilo outro. Embora

- . essas açoes possam ser essenc1ms, assun como o fio dental, os instrumentos de Deus são ainda mais penetrantes do que os do dentista. "Pois a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada do que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração. Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos dAquele a quem havemos de prestar contas" (Hb 4:12, 13 ).1 Se essas ações são uma tenta­tiva de encobrir a verdadeira situação de nosso coração, nossa falha será pior do que o lembrete de nosso dentista, com sete dias de antecedência.

Uma pergunta

Quando defendemos essa doutrina singular, enfatizamos corretamente as muitas referências bíblicas sobre a rea­lidade do exame celestial, pré-advento, de cada ação de todo ser humano que professa ter fé em Deus. Infelizmente, às vezes falhamos quando não enfatizamos da mesma forma os muitos textos que se referem à natureza desse exame. Às vezes não respondemos à seguinte pergtmta: "O que a inteligência celestial

EAN NUGENT

está procurando determinar ao exami­nar nossas obras?"

Tanto o Antigo como o Novo Testa­mento testificam sobre uma qualidade pela qual os seres humanos poderão ser considerados dignos da vida eterna. Nas Palavras de Paulo: "Em Cristo Jesus nem circuncisão nem incircuncisão tem efeito algum, mas sim a fé que a tua pelo amor" (Gl 5:6). Ao examinar nossas obras, a inteligência celestial está pro­curando determinar se é a fé em Jesus que governa nosso coração. Os grupos de louvor dos quais participamos, os folhetos que distribuímos, os desa­brigados que alimentamos, os cargos que ocupamos na igreja, ou qualquer outra coisa que pensamos ter valor para Deus, por si só, sem a única coisa que conta, que é a fé, se amontoam como "refugo" (FI 3:4-9). Nos livros do Céu, os que são crentes desde o nascimento (e obreiros) encontrarão a seguinte nota de rodapé em uma longa lista de "obras maravilhosas": "Sem fé é impossível agradar a Deus" (Mt 7:22, 23; Hb 11:6). Ao examinar nossas obras, a inteligência celestial não ficará distraída com obras superficiais de justiça. Irá considerar todas as nossas obras. Irá considerar a profundidade de nossa vida de oração,

N Ú M f R O 24

_omo o en rentaremos?

14 AovENTIST WoRLD J Dezembro 2015

quão aplicada é nossa vida devocional e a sinceridade de nossa vida pública. Tudo isso será examinado com uma pergunta em mente: "Será que é a fé em Jesus que governa o coração?"

A resposta certa

Qual então seria a resposta apro­priada para essa mensagem? Para resistir à tentação de confiar na justiça encoberta, devemos fazer mesma per­gunta: "É a fé em Jesus que governa meu coração?" Antes de perguntar, devemos examinar nossas obras para descobrir a resposta para essa pergunta (veja 2Co 13:5). Ao examinarmos nosso serviço, nosso testemunho, nossas doações, nossa adoração, nossa maneira de guar­dar os mandamentos, devemos fazer a pergunta que será feita: "É a fé em Jesus que motiva tudo isso?"

Embora essa seja a resposta apro­priada, não está livre de perigo. Se iniciarmos esse trabalho de autoexame sem Jesus, cairemos em pelo menos um de dois poços. Sem Jesus, talvez nunca possamos discernir a verdadeira rebeldia de nosso coração, o que pode nos levar a concluir que ele não precisa de reparo -o poço do engano. Além disso, sem Jesus, nunca realmente avan­çaremos na correção da desobediência de nosso coração. Isso pode nos levar a concluir que é impossível repará-lo - o poço do desespero.

Se nosso real propósito é evitar esses poços, devemos manter nossos olhos fixos no "Autor e Consumador da nossa fé" (Hb 12:2 NVI). Jesus está conosco do início ao fim, dando tudo de Si para nos manter e fortalecer nossa fé. Tudo que temos a fazer é cooperar com Ele. Ao estudarmos Sua Palavra, em vez de ficar tentando encontrar maneiras de nos esconder, peçamos que Ele fortaleça nossa fé.

Ellen White descreveu a fé muito bem, com as seguintes palavras: "A fé é a confiança em Deus, ou seja, a crença de que Ele nos ama e conhece perfeita­mente o que é para nosso bem. Assim ela nos leva a escolher Seu caminho

O Ministério de Cristo no Santuário Celestial

Há um santuário no Céu, o verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem. Nele Cristo ministra em nosso favor, tornando acessíveis aos crentes os

benefícios de Seu sacrifício expiatório oferecido uma vez por todas na cruz. Ele

foi empossado como nosso grande Sumo Sacerdote e começou Seu ministério intercessor por ocasião de Sua ascensão. Em 1844, no fim do período profético dos

2.300 dias, Ele iniciou a segunda e última etapa de Seu ministério expiatório. É uma

obra de juízo investigativo, a qual faz parte da eliminação final de todo pecado, prefigurada pela purificação do antigo santuário hebraico, no Dia da Expiação.

Nesse serviço típico, o santuário era purificado com o sangue de sacrifícios de ani­

mais, mas as coisas celestiais são purificadas com o perfeito sacrifício do sangue de Jesus. O juízo investigativo revela aos seres celestiais quem entre os mortos

dorme em Cristo, sendo, portanto, nEle, considerado digno de ter parte na primeira

ressurreição. Também torna manifesto quem, entre os vivos, permanece em Cristo, guardando os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, estando, portanto, nEle,

preparado para a trasladação ao Seu reino eterno. Esse julgamento vindica a justiça

de Deus em salvar os que creem em Jesus. Declara que os que permaneceram leais a Deus receberão o reino. A terminação do ministério de Cristo assinalará o fim

do tempo da graça para os seres humanos, antes do segundo advento (Lv 16;

Nm 14:34; Ez 4:6; Dn 7:9-27; 8:13, 14; 9:24-27; Hb 1 :3; 2:16, 17; 4:14-16; 8:1-5; 9:11-28; 10:19-22; Rv 8:3-5; 11:19; 14:6, 7; 20:12; 14:12; 22:11, 12.) - Crenças Fundamentais dos

Adventistas do Sétimo Dia, nº 24

em lugar do nosso próprio. Em lugar da nossa ignorância, ela aceita Sua sabedoria; em lugar de nossa fraqueza, aceita Sua força; em lugar de nossa pecaminosidade, Sua justiça."2

Se a fé nos leva a crer no amor de Deus, a escolher Seus caminhos, a aceitar Sua sabedoria, força e justiça, concentramos nosso tempo na Bíblia e nessas coisas que fortalecem nossa fé.

desobediência a Ele, mesmo que ainda estejamos crescendo nessa área, pode­mos crer que, no julgamento, seremos cobertos por Sua justiça.

Como enfrentaremos então o julga­mento? Somente pela fé e não pelas nos­sas obras. Só podemos enfrentá-lo por meio de Jesus e não por nós mesmos. •

1 Todos os textos biblicos foram atraidos da Nova Versão

InternacionaL 2 Ellen G. White. Educaçiio (Casa Publkadorn Brasileira). p. 153.

..,.

Nós também podemos cooperar com Jesus, discutindo honestamente qual é a situação de nosso coração para com Ele. Quando Sua Palavra expõe a

_...., desobediência de nosso coração em r .. uma determinada área, devemos reco­nhecer humildemente e pedir que Ele cumpra Sua promessa de nos perdoar e nos limpar ( lJo 1:9). Ao assumirmos o compromisso de submeter nossa

. ,;tl : � ' .

Ean Nugent é programador da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia e mora em

Maryland, Estados Unidos.

Dezembro 2015! AovENTIST WoRLD 15

A R T I G O D E C A PA

No mundo em que vivemos, a linha entre o certo e o errado, na melhor das hipóteses, é

embaçada. Líderes políticos, do mundo económico e até religiosos falam de transparência e da necessidade urgente de uma liderança ética. No entanto, o que vemos com mais frequência é a ganância, a justiça própria, sede por mais poder e o flagrante desrespeito pelos absolutos éticos. O que mais pode explicar o fato de, por vários anos, as grandes corporações contornarem habilmente os regulamentos governamentais para fazer atalhos e aumentar seu faturamento? A mensagem é clara: Se você não for apanhado por ninguém, siga em frente.

Como seguidores de Jesus, não estamos isentos dos desafios éticos nem das tentações. De fato, as coisas ficam aparentemente mais complicadas, quando decidimos realmente seguir Jesus de todo o coração. Pense nos milhares de adventistas que lutam para guardar o sábado e têm que escolher entre a fidelidade ao seu Senhor e o sus­tento da família. Em algumas partes do mundo, parece que o suborno é a única maneira de fazer negócio- qualquer negócio. Muitas vezes, a vida é compli­cada e desordenada e, como seguidores de Cristo, frequentemente lutamos para encontrar o caminho mapeado pelos absolutos das Escrituras.

A ética e as Escrituras

A ética é geralmente compreendida como princípios morais que norteiam o comportamento de uma pessoa ou de um grupo. É crucial, devido à nossa ma­neira de viver e trabalhar juntos. É nosso guia de princípios ao nos relacionarmos com o mundo ao nosso redor, e, para os cristãos, ela é enraizada nas Escrituras. De fato, a ética cristã é a teologia camu­flada. Conforme o antigo ditado, "a ética cristã é a teologia em traje de trabalho".

Muitas vezes, quando pensamos em ética, vêm à nossa mente as leis ou declarações explícitas que regem as pessoas e os seus relacionamentos com a comunidade maior. No entanto,

16 AovENTIST WORLD I Dezembro 2015

podemos encontrar nas histórias uma fonte importante de princípios éticos. Na verdade, na maioria das culturas, aprendemos como devemos viver, ouvindo histórias. As histórias das Es­crituras estão cheias de estudos de fatos que requerem muita atenção. A melhor maneira de irlteriorizar a ética não é memorizar wna lista de "faça isso" e "não faça aquilo'� Aprendemos melhor quando conhecemos os princípios e os

aplicamos à vida real Foi por isso que Deus deu apenas dez mandamentos, mas incluiu centenas de histórias nas quais vemos Seu povo enfrentando desafios éticos. Vemos suas vitórias e sentimos sua dor quando erram.

Uma história da pobreza

à riqueza

A história de José, relatada em Gênesis 37 a 50, oferece uma rica

tapeçaria de experiências que nos ajudam a lidar com desafios éticos, tanto pessoais como corporativos. Você se lembra da essência: José, filho favorito de seu pai Jacó, um dia foi atacado por seus irmãos e vendido como escravo. Quando chegaram ao Egito, ele iniciou uma carreira meteórica na casa do cor­tesão egípcio Potifar, tornando-se, final­mente, a segunda pessoa na direção dos negócios daquela família importante. No entanto, logo o brio de José foi testado pelas insinuações sexuais e assédio ex­plicito da Sra. Potifar (a ausência de seu nome na narrativa dá ao leitor uma pista sobre sua real importância), que, após ter sido rejeitada várias vezes, acusou José de estupro. Consequentemente, José foi preso -e, mais uma vez, precisou começar de baixo. Reconhecendo os dons administrativos aparentemente raros no prisioneiro, o carcereiro confiou o ftm­cionamento da prisão nas mãos de José. A narrativa continua com outra revira­volta: José, o prisioneiro e mão direita do carcereiro, de repente foi chamado por Faraó, quando os mágicos e sábios do reino não consegtúram interpretar dois sonhos intrigantes do monarca. A interpretação convincente dos dois sonhos o levou para outro tipo de

administração -essa é, realmente, uma história da pobreza à riqueza, digna de Hollywood, que culminou com José se tornando a segw1da pessoa mais pode­rosa do Egito. É nesse ponto que a histó­ria de José interage mais uma vez com a história do povo de Deus, com a família de Jacó morando em Canaã. Uma fome severa levou seus dez irmãos em busca de alimento, no Egito. De repente, José se confrontou com seu passado. Você se

lembra do restante da história. Ao considerarmos a história de José

com seus dilemas e desafios éticos, des­tacamos quatro momentos importantes em sua vida, que nos ajudam a desen­volver uma ética centrada em Deus.

Crise e crescimento

Dizem que o crescimento é o resultado da superação de obstáculos e crises, com sucesso. Independentemente da forma que essa "prova" assumir, quando fazemos boas escolhas, anda­mos mais eretos e com mais segurança. Há muito, os estudiosos da Bíblia acham que o motivo das provas na história de José, parecem ecoar outra história de provas profundas no Gêne­sis, quando Abrão recebeu a ordem para sacrificar seu próprio filho (Gn 22).1

No início de Gênesis 37, José é descrito como "dedo duro" mimado, que recebia atenção preferencial do pai e vivia em uma família separada por fissuras e deslealdades. Quando José foi vendido como escravo por seus próprios irmãos, seu mundo desabou. A posição de escravo de Potifar (Gn 37:36; 39:1) aparentemente não oferecia nenhuma oportunidade de liderança - mesmo assim, reconhecendo que "o Senhor estava com José" ( Gn 39:2), Potifar acre­ditou no potencial do seu novo escravo e fez dele seu mordomo. Essa mudança de circunstâncias era parte da prova de Deus e se repetiu por duas vezes na história de José. A participação ativa de Deus na narrativa é visível nas muitas referências às Suas bênçãos (versos 2, 3, 5, 21, 23) - Ele estava lá, mesmo tendo que residir na senzala de Potifar.

Nos capítulos 42-45, o foco principal da narrativa são as provas e envolve a prova dos irmãos de José. Um dos principais verbos do domínio semântico da prova, bakhan, aparece em Gênesis 42:15, 16, quando José, após ter reconhecido seus irmãos (verso 8),

estabeleceu um procedimento público para determinar se eles eram espiões cananeus. É interessante como o teste

Como podemos descobrir princípios éticos nas histórias?

Muitos questionam como podemos encontrar princípios éticos relevantes nas histórias do Antigo Testamento, algumas delas com conteúdo impróprio para menores de idade. A seguir estão seis princípios que talvez possam contribuir nessa jornada importante:4

1. Considere a narrativa completa: Na história de José, lembre-se do desenvolvi­mento do seu caráter, transformando o filho preferido e mimado em alguém capaz de perdoar radicalmente. 2. Busque consistência na informação

disponível: Em vez de considerar o fato de Davi ter comido pão sagrado (1 Sm 21 ), o

dilema moral em que a sobrevivência supera a honestidade, lembre-se de que Aimeleque, o principal sacerdote de Nob, ofereceu o pão após receber a orientação de Deus (1 Sm 22:10). 3. Preste atenção para compreender as

implicações contextuais: não leia muito nem pouco sobre a história. 4. Mantenha em mente a sequência

cronológica e o desenvolvimento do caráter:

Davi foi chamado de "o homem segundo coração de Deus" (1 Sm 13:14) antes de seus casamentos polígamos e adultério. S. Considere a ligação importante com o

Decálogo: uma história bíblica cujo protagonista não vive em harmonia com o Decálogo pode ser uma realidade, mas não uma aprovação. 6. Considere o exemplo de Cristo: "O que Jesus faria?" não é apenas uma frase famosa e até mesmo um pouco desgastada, mas certamente representa o "teste de girassol" do viver ético.

4·Adaptado de Ron du Preez, "Oelights and Oangers of Using Stories for Sermons: Howto lnterpret and Appty Biblical Narrative,w in The Word of6od for the Peop/e of God:A

Tribute to the Ministry of Jack J. Blanco, ed. Ron du Preez et ai. (Collegedale, Tenn.: School of Religion., Southem Advemist University, 2004). p. 508·518.

Dezembro 2015! AovENTIST WoRLD 1 7

A R T I G O D E C A PA

assumiu formas e aspectos diferentes. Abraão teve sua fé provada no Moriá (Gn 22), enquanto que a resistência de Israel foi provada no deserto.2 Essa experiência de refinamento estava alinhada com outra experiência de "prova" e serviu para aumentar a fé e a fidelidade de José. O fofoqueiro mima­do foi transformado no líder maduro e equilibrado de Gênesis 42. A crise e a prova o levaram ao crescimento e à transformação - duas características importantes em todo seguidor de Jesus.

O texto bíblico sugere que, tanto José como seus irmãos cresceram quando en­frentaram a prova e as crises. A resposta dos irmãos sobre sua identidade (verso 13) foi verdadeira -mesmo não tendo mencionado porque aquele irmão "já não existe': O reconhecimento verbal de sua culpa (verso 21) incluindo o diálogo entre eles como o fato de que, mais tarde, Judá intercedeu por Benjamim durante a segunda visita ao Egito (Gn 44:18-34), tudo realça um progresso na maturidade e um crescimento individual.

Tentação e vitória

Desde a queda, a tentação se tornou nossa companhia constante. As tentações também caracterizam a história de José. Após sua ascensão meteórica para ser o segundo na casa de Potifar, um dia José ouviu um convite inconfundível: "Deita-te comigo" (Gn 39:7, 12). Em hebraico essa é uma proposta sexual de duas palavras concisas. A resposta de José foi bem mais longa e contêm uma e;..:plicação para sua rejeição à proposta da Sra. Potifar. Além de trair a confiança do seu patrão, o maior argumento contra a proposta da mulher foi o reconhecimento de que qualquer pecado não afeta apenas os relacionamentos humanos mas invade e distorce primariamente a esfera humano­divina, centrada em Deus: "Como, pois, cometeria eu tamanha maldade e peca­ria contra Deus?" (verso 9). Ela emprega a terminologia que muitas vezes é usada em declarações confessionais ( cf. 1Rs 8:47; 2Cr 6:37; Jr 14:20). O peca­do destrói os relacionamentos em todos os níveis; o adultério, pecado previsto

18 AovENTIST WoRLD J Dezembro 2015

em Gênesis 39, era considerado ofensa capital na lei do Antigo Testamento, cuja penalidade era morte por apedrejamen­to (Lv 20:10; Dt 22:22).

A tentação geralmente requer uma resposta e uma decisão. Tanto pode­mos "cair" em tentação como vencer a tentação. A rejeição consistente de José, "todos os dias" (Gn 39:10) e sua decisão em perder um item do seu vestuário a ser vencido pela tentação (literalmente) serve como um grande exemplo para os leitores contemporâ­neos que reconhecem a força destrutiva do pecado - pessoal e coletivo -nos relacionamentos. A maioria dos leitores

ocidentais não perceberá as fortes im­plicações socioculturais de um homem fugindo de uma mulher e a vergonha associada a tal ação. No entanto, para José, a vergonha era menos maléfica do que os efeitos destrutivos do pecado nos relacionamentos. Assim, a honra de Deus superou a honra de José.

Entretanto, há mais ten tação na história de José. A tentação também se esconde em sua interação com seus irmãos quando foram ao Egito à procura de alimento para a sobrevivência. Sendo o segundo homem mais poderoso do Egito, seria muito fácil executar seus irmãos forjando alguma acusação. Seu poder quase absoluto teria sido suficien­te para acertar as contas com eles. No entanto, embora haja aí um elemento de prova (veja acima), nessa narrativa não há nem sombra de vingança ou de acerto de contas. O abuso do poder, in­felizmente, é uma triste realidade-tanto dentro como fora do povo de Deus. Ele representa um tentação vívida e forte para qualquer líder, especialmente nos

contextos em que o poder é concentrado. A vitória sobre essa verdadeira tentação marcou a carreira de José e também é uma demonstração da liderança bíblica. Curiosamente, os profetas clássicos em Israel e Judá muitas vezes falavam contra o uso abusivo do poder -especialmente considerando os grupos mais fracos da sociedade como as viúvas, órfãos e estrangeiros (Is 1:23; 10:2; Jr 7:6; 22:3; Ez 22:7; Zc 7:1 O; cf. caracterização de Deus em Dt 10:18).

Meu e seu As coisas podem tomar a direção

dos relacionamentos saudáveis. O

fato de José exibir sua capa especial, provocava profundo ódio e inveja em seus irmãos (Gn 37:8, 11). O que é muito bem ilustrado pelo uso de pronomes possessivos. A frase de Judá, "nosso irmão" (verso 26) levou à venda de José aos mercadores de escravos (pelo menos sua vida foi poupada) e ao apresentar ao pai Jacó, a túnica "do seu filho" manchada com o sangue "dele" (verso 32).

"Meu" e "seu" também é visível na sedução pretendida pela Sra. Potifar. "Deita-te comigo" é uma questão de "eu" e "meu". A resposta de José enfatiza "seu"- se referindo ao seu patrão e ao seu Deus. Entretanto, no meio de sua batalha entre caprichos egoístas e uma vitória em Deus sobre o pecado, estava Deus, cujo envolvimento nas questões de José é mencionado repetidamente, porque foi Deus quem deu a ele (José) mercê (Gn 39:21) e que estava com ele (verso 23) -o tempo todo.

Meu e seu não é uma questão de egoísmo, apenas. É o reconhecimento

de que fazemos parte de algo maior do que nós mesmos. É um lembrete de que, na verdade, Deus sempre é parte da equação. Deus está sempre envolvido com este mundo, tanto publicamente como nos bastidores. Depois do Gólgo­ta, não mais podemos fingir ignorância, pois Ele tornou visível e tangível Seu compromisso com este mundo. Deus Se tornou parte do cenário, do processo, do propósito e da perspectiva final.

Foi Deus Alguns perguntam: Onde está Deus

na história de José? A presença de Deus é complexa e muitas vezes escondida. Afi­nal, Ele é o Deus que permite que coisas ruins aconteçam a pessoas boas, ou pelo menos "razoavelmente boas". Deus não tirou José do poço, e não protegeu Seu filho de sofrer injustiças e enfrentar ten­tações. Sua presença (e bênção) muitas vezes foi provisória e mediada por José. Deus abençoou Potifar e a prisão de Faraó por causa de José. A voz serena de Deus pode ser ouvida enquanto comu­nica vida e morte aos que sonham Seus sonhos (Gn 37; 40; 41 ). O fato de José reconhecer esse conceito original pode ser visto várias vezes (cf. Gn 41: 16); no entanto, há wn que se destaca.

A expressão "foi Deus" de Génesis 45:5-8 realmente representa o coração teológico da narrativa de José, quando

finalmente ele revelou sua verdadeira identidade para seus irmãos e eles ficam apavorados e estarrecidos diante dele. José sussurrou: "Foi Deus". "Foi Deus" significa comunicar boa-vontade e o principal conceito cristão de que, final­mente, Deus tem o controle de nossa vida. Embora os seres humanos pla­nejem, esqueçam e se lembrem, Deus está silenciosa e de maneira competente agindo nos bastidores- por meio da escravidão, períodos de provas, encar­ceramento e, finalmente, no reconheci­mento público e na conquista dos mais altos escalões do poder. Deus planejou tudo para preservar uma família, um povo e um mundo. Por meio de José, Deus transformou o que era destrutivo em algo que mantém e constrói (cf. Pv 16:4, 7; 19:21; Rm 8:28).

Curiosamente, quando Deus age, começamos a reconhecer nossa posição, muitas vezes às margens, em Seus pla­nos. José nunca destacou sua contribui­ção para os planos de Deus, mas sempre começava com Deus. Como observado por um comentarista: "José fala mais sobre Deus do que sobre José."3

"Foi Deus" representa o reconhe­cimento saudável de que até nossas melhores intenções contribuem pouco para o sucesso. Deixa espaço para Deus agir, guiar, dirigir e trabalhar nos bastidores.

Concluindo

A história de José oferece um ma­ravilhoso panorama que nos ajuda a considerar nossa própria história e nos­sas falhas e vitórias éticas. Vemos que a crise é o catalizador do crescimento, que a tentação nos leva para a vitória, ou para a derrota, e que o "meu" e "seu" muitas vezes são distrações que tiram nossa atenção da verdade de que o crescimento real do caráter acontece em uma comunidade maior que me ajuda a olhar além de mim mesmo. Finalmente, o ângulo do "foi Deus" precisa se tornar a força propulsora de cada plano, ativi­dade e decisão. Quando Deus Se torna parte da equação, ficamos livres para nos esquecer de nós mesmos e começar a viver uma vida centrada em Deus e que transmita os princípios do Céu. •

1 Cr<gory S. Smhh. Tl1�· Ü"ilillg of Gotl's Som:: Tl1e Refinit•g of Fílith (IJ tr Wlllit:'al Tllt"IJU' (N:l.shvillc: B&H Publishing, 20 14). r: <19·67.

O livro de NúmcrQ$ documC"nta repe-tidamente essas provas. l V. P. 1-l:amilton, Tht' Book ofGenesis: CllapUN 18-50, NtCOT (Cr11nd R:.��pids: Ecrdmans, 1995), p. 577.

Gerald A. Klingbeil é editor associado da Adventist World e espera ver a Deus, diariamente,

na essência de sua vida.

Dezembro 2015 ! AovENTIST WoRLD 19

D A A D V E N T IS T A

uando fui buscar minha filha na escola, naquela tarde de segunda-feira, ela estava mais eufórica do que o normal. Os últimos dois meses tinham sido

especialmente difíceis para ela.

Mudança missionária Nossa família se havia mudado de nosso país natal para ser­

mos missionários em uma nação islâmica. Minha filha caçula não ficou feliz com a mudança. A experiência

Ser cristã em uma escola muçulmana

Além de todas as mudanças e ajustes, havia o problema de ser cristã em uma escola muçulmana. Embora o Corão se refira aos cristãos como o povo do Livro e crentes, na prática as meninas eram maltratadas.

A cultura do Oriente Médio, na região em que estamos, é como de uma tribo. Na sala de aulas há sempre um líder que comanda o que o restante do grupo deve ou não fazer. Nossa

de deixar para trás os amigos, a famí­lia e a vovó, não foi nada agradável. Mais tarde, nossas duas filhas

PEDRO LEOPOLDO"

nos disseram a que se parecia uma mudança como essa: "a destruição do seu castelo". Ela só tinha cinco anos quando se viu em uma nova cidade, nova escola, nova igreja, novo idioma e novo ambiente.

Nesse novo país, a única I N E S P E R A D A S

escola que aceitou as duas no meio do ano letivo, não tinha um assento disponível para ela. Como não tinha vaga dis­

Muitas vezes as crianças testemunham melhor

ponível na série apropriada à sua idade, ela teve que ser transferida para a série seguinte e "caiu de para­quedas" naquela sala de aulas, sendo a mais

do que os adultos. nova e incapaz de se comunicar em inglês, lingua oficial na escola.

Rapidamente, ela descobriu que o restante da sala já sabia ler e escrever frases, enquanto ela lutava com o ABC. Pelo menos ela estava na mesma escola que sua irmã mais velha, e uma apoiava a outra durante o período escolar. Mas, após duas semanas, ficou claro que aquela solução estava sen­do prejudicial ao seu desenvolvimento e ficamos cada vez mais convictos de que ela não devia permanecer naquela escola.

Três meses após nossa chegada ao novo país, ela foi enviada para a segunda escola. A única opção que tivemos foi transferi-la para uma escola mais próxima, que tinha uma vaga disponível na série apropriada à sua idade. Mais uma vez ela precisou enfrentar outra escola nova. Ela ainda estava aprendendo inglês, mas nessa escola as aulas eram alternadas, um dia em inglês, e no outro em árabe. Pelo menos os alunos tinham a mesma idade.

Pela graça de Deus, ela sobreviveu, aprendeu a língua e estava pronta para acompanhar o restante da classe. Cinco meses depois, ela se formou no jardim da infância. Estávamos orgulhosos e felizes com seu sucesso, mas ela queria voltar para a primeira escola, para ficar perto da irmã outra vez. No início do ano seguinte ela foi transferida.

20 AovENTIST WoRLD J Dezembro 2015

filha nos contou sobre muitas situações em que a garota que era a líder, dizia às outras que não brincassem com ela. Às vezes ela era chutada, empurrada e beliscada.

A situação só mudou quando ela pôde se comunicar em árabe e começou a interagir com as outras crianças. Durante o intervalo do almoço, o líder da classe e do grupo de meninas, disse que brincariam com ela se falasse "AI Hamdu Lillah", que quer dizer, "graças a Deus". Ela teve que repetir umas duas vezes antes de ter permissão para brincar com o grupo. Desse dia em diante, ela foi aceita na "tribo'�

Embora as coisas tivessem melhorado com a aceitação social, havia a diferença de religião. Quando voltava para casa, muitas vezes ela nos perguntava sobre o profeta do Islã, Muhammad. Começamos a ensinar a introdução ao islamis­mo para nossa filha de cinco anos de idade. Por outro lado, aquela era uma grande oportunidade de ensiná-la sobre o cristianismo, e isso fortaleceu sua fé.

Encontrando a BFF

Depois de duas semanas após nossa caçula ter voltado para a primeira escola com a irmã mais velha, fui buscá-las no fim das aulas, e ela estava muito eufórica. Quando voltávamos

P H O T O : G U S T A V O O L G I A T I

para casa, na maioria das vezes ela simplesmente ficava calada ou choramingando. Mas dessa vez ela estava elétrica.

"Encontrei minha BFF, encontrei minha BFF", repetia sem parar. Perguntamos o que significava BFF, e as duas riram e se entreolharam como que dizendo: "Mamãe e papai não sabem de nada." BFF é a sigla para "Best Friends Forever" (Melhor Amiga para Sempre), explicou.

Ela estava brincando com uma colega de classe (cujo nome significa Luz, e é assim que vou me referir a ela) quando, aparentemente, do nada, Luz perguntou sobre sua religião cristã.

Antes de ir para o Oriente Médio, nossa família trabalhava principalmente entre pessoas seculares, nas cidades grandes. Nossas filhas frequentavam escolas seculares e tinham vizinhos e amigos secula­res. Por essa razão, tivemos que ensiná-las, desde bem cedo, sobre o que é ser um adventista do sétimo

dia e um missionário. Desde muito cedo elas eram capazes de falar, com suas próprias palavras, sobre sua

fé. Nessa nova situação tivemos que falar a elas sobre o Islã e explicar as diferenças e similaridades entre as duas religiões.

Minha filha explicou sua fé em Jesus para Luz. Para sua surpresa, Luz disse que também acreditava em Jesus. Ela é mulçumana, e tinhamos conhecido seus pais em uma das atividades da escola. A família não se encaixa no estereótipo ocidental de um mulçumano. Entre­tanto, são uma familia muçulmana tradicional. Minha filha reagiu com alegria. Elas se abraçaram e passaram juntas o restante do intervalo do almoço, falando a res­peito de como Jesus fez todas as coisas e como criou a elas e as famílias. Desde aquele dia, passaram a ser BFF.

Essa era a razão de tanta euforia.

Verdadeiros missionários

Hoje nós questionamos quem realmente é missionário em nossa casa. O episódio mudou nossa compreensão e nos lembramos de que "dos lábios das crianças e dos recém-nascidos firmaste o Teu nome como fortaleza" (SI 8:2, NVI).

Estamos admirados ao ver o que o Senhor está fazendo na vida das nossas filhas por meio das provações enfrentadas. A luz do céu brilha de maneira inesperada, por meio de agentes inesperados, produzindo testemu­nhos inesperados. •

1 Psntdónimo

Pedro Leopoldo* e família são missionários no Oriente Méd1o.

Dezembro 2015 I AovENTIST WoRLD 21

A o chegar de volta aos Estados Unidos, sua terra natal, após nove anos de serviço

na Austrália e na Nova Zelândia, Ellen White deve ter imaginado que finalmente, desfrutaria o tão merecido descanso da aposentadoria. Era setembro de 1900, e em algumas semanas ela comemoraria seu septuagésimo-terceiro aniversário. No entanto, na primeira década do novo século ela teria que dar atenção a alguns desafios importantes da estrutura da igreja, nas suas maiores instituições e pilares teológicos.

Reforma organizacional

Seis meses após seu retorno, quando ainda estava se acomodando em sua nova residência em Elmshaven, Califórnia, Ellen White viajou para Battle Creek, Michigan, para a assembleia da Asso­ciação Geral (AG) de 1901. A assem­bleia foi iniciada oficialmente no dia 2 de abril, mas, já nas reuniões prévias, ficou evidente a necessidade de refor­mas organizacionais importantes. Ellen White sabia que os desafios seriam imensos. Ela confidenciou aos delega­dos: "Antes de deixar a Califórnia, eu estava preocupada. Não queria vir a Battle Creek. Tinha medo de que os problemas que eu teria de enfrentar custariam minha vida."1

Hoje, ao olharmos para trás do nosso ponto de vista privilegiado, reconhecemos a direção de Deus nas mudanças organizacionais realizadas na assembleia da AG de 190 I - e aperfeiçoadas na assembleia de 1903 - enquanto os líderes respondiam aos apelos por reforma destacados por Ellen White. Ela exclamou: "Nunca em minha vida fiquei tão impressionada com o rumo que as coisas tomaram nessas reuniões. Essa obra não é nossa. Deus nos trouxe até aqui."2

22 AovENTIST WORLO I Dezembro 2015

TIM POIRIER

M ENSAGE I RA DE DEUS nos

os Vida e legado de Ellen White

entre 1900-1915 Crise institucional

Em apenas um ano, a igreja perdeu duas das suas principais instituições, por incêndio: o Sanatório Battle Creek, renomado internacionalmente (18 de fevereiro de 1902) e o prédio da Review and Herald {30 de dezembro de 1902).

Foi dito a Ellen White que lições deviam ser aprendidas dessas catástrofes, que ela associou à perda da missão espirituaJ.3

Seguindo as instruções de Ellen White, os lideres da igreja tentaram transferir a sede da igreja para fora de Battle Creek e, finalmente, se estabe­leceram em Takoma Park, Maryland, não muito distante de Washington, D.C., capital dos Estados Unidos. Ellen White foi ftmdamental na abertura de um novo colégio e sanatório naquela cidade, hoje conhecido como Washing­ton Adventist University e Washington Adventist Hospital.

Além da insistência para estabe­lecer novos sanatórios "em todas as partes da Terra"4, Ellen White também reconheceu a importância de a igreja possuir sua própria escola de Medicina, oferecendo uma educação com base religiosa, especialmente após a perda do Sanatório de Battle Creek. Apesar de a liderança da igreja hesitar, pelo fato de não perceber como viabilizar financei­ramente o projeto, Ellen White insistiu na aquisição imediata do terreno em Loma Linda, Califórnia. Quando visitou o local, em junho de 1905, Ellen White "disse repetidamente que reconhecia aquele lugar como sendo exatamente o

que foi mostrado a ela em visão, quatro anos antes."5 As bênçãos de Deus sobre aquela compra ficaram evidentes por meio de uma série de providências marcantes com a provisão do custo total da propriedade, em menos de seis meses após a oferta inicial.6 Como pode ser dito de dezenas de instituições da igreja, a Universidade Loma Linda e seu centro médico não existiriam hoje, não fosse a direção de Deus por meio de Sua mensageira.

Ameaças teológicas

Enquanto ainda estava na Austrália, sete meses antes de voltar para sua pátria a bordo do Moana, foi mostrado a Ellen White "que seriam introduzidos em nossas reuniões campais teorias e métodos errôneos."7 Na mesma assem­bleia da AG, em 1901, em que ela ape­lou por uma reorganização, Ellen White foi compelida a confrontar um ensino perfeccionista fanático referente à santificação do crente, conhecido como "carne santa".8 Em meio às instruções corretivas ela também compartilhou essa gema memorável: "Não devemos estar ansiosos acerca do que Cristo e Deus pensam de nós, mas do que Deus pensa de Cristo, nosso Substituto."9

Entretanto, havia ainda maiores desa­fios pela frente. As divisões entre a visão do Dr. John Harvey Kellogg - repre­sentando a obra médica da igreja - e o ministério da igreja, em geral. Elevando ainda mais a controvérsia estava a publicação do livro The Living Temple

"Nos últimos anos do seu ministério, Ellen White deu mais importância à maneira pela qual os membros da igreja tratavam uns aos outros."

(1903) (O Templo Vivo), pelo Dr. Kello­gg, cujas ideias sobre a personalidade de Deus alarmaram os principais líderes da igreja. Ellen White reconheceu que os ensinamentos de Kellogg estavam pen­dendo para o mesmo tipo de fanatismo que ela havia encontrado no início do seu ministério, após o Grande Desa­pontamento de 1844. Ela denunciou enfaticamente suas teorias, enquanto se esforçava para salvá-lo do perigo espiri­tual no qual se encontrava.10

I -

O testemunho inequívoco de Ellen White contra a teoria panteísta, manteve a igreja em seu fundamento bíblico, mas ao longo dos sete anos seguintes a atra­ção dessa "nova luz" ameaçou mais duas vezes a missão de unidade da igreja­primeiro pelos ensinos de A. F. Ballenger em relação ao ministério de Cristo no santuário, e segundo, devido ao debate apai.xonado entre Líderes proeminentes da igreja sobre o significado da expressão como "o diário" em Daniel 8, 11 e 12.11

Embora Ellen White tenha assumido uma posição clara e pública contra os ensinos de Kellogg e Ballenger, evitou entrar na discussão sobre "o diário" que

favorecesse uma opinião sobre a outra. Em contraste àquelas primeiras here­sias, Ellen White declarou que ela "não teve nenhuma instrução sobre o ponto em discussão", exceto de que "nada se deve fazer para aumentar a agitação sobre esse ponto."12

"Pelos seus frutos os

conhecereis"

O apelo de Ellen White pela unidade e o redirecionamento resultante das

energias da igreja em relação à sua missão, cumprem um dos propósitos dos dons do Espírito como descritos em Efésios 4:11-16.

completou a série Conflito dos Séculos. Ela também lançou os volumes 6 a 9 dos Testemunhos para a Igreja, entre outros títulos, além dos artigos regula­res para as revistas da igreja.

Em sua última mensagem dirigida à assembleia da Associação Geral -da qual não pôde participar devido à idade - Ellen White refletiu sobre sua ligação com o povo de Deus durante os últimos 70 anos.

"Aumentarão as perplexidades; como crentes em Deus, porém, enco­rajemo-nos uns aos outros. Não abai­xemos a bandeira, antes conservemo-la alçada bem alto, olhando Àquele que é

z o Autor e Consumador de nossa fé. [ ... J Sou animada e beneficiada ao compre­

� ender que o Deus de Israel ainda guia Seu povo, e que continuará a ser com eles, até ao fim."14•

1 Elkn C. WhiiC'. no Boklim dtl A.Norill(.io �mi. 12 de abf-i.l ck I liO I, p. 20-1.

2/biJ •• 25 dC' abra ck 1901. p. 46-1. )\'c� fJic:n C. White:, 'Ihlt'mwJlt.M pdfll lllgtrjn (c.u.a. Publica­dora Bruíkir•), v. 8, p. 97-103.

:! 'lbiJ .. v. 7. p. 51. a: ) O. E.. Robinson, 'TJN' Story of Our HMilh Mt"S.Sagt' (N�villc:

Southcrn Pub. A.un., 190), p. 350. •vcj� R.td\ard A. Schufer, Ugnty ( Lq;acy Pub. Assn.,1005), pp. 139·144: Ard,ur L White, F.lll'n G. Whitll": Th� l.Atn­Elmslutt't'n l'rnr1 (\.V.a.s:hington, D.C.: Rn•icw and Hen!d, 1981), v, 6, p. 22·28. 7 E.llcn C. \Vhitc co1r1a 132, 1900 (cm Mt',sogm.s EscolhidRs ICau P'ub1icóldora l�r.utleira, \'. 2, p. 37). 11J,ar·a uma rf'visiio dc,;,;n cn.liinos c a refutação de El)cn \Vhite, vc:j3 Mr�mr,(mS F.sMI111dou (Srluud Mcssngc•s), v. 2, p. 31-39; Ar1hur 1�. White, Ellrn G. WMtr: T1u Bnrly Elmslrnveu }�nrs (Wa,;hing1on, I). C.: Re\•kw ólnd He-rald J>ub. Assn., 1981), v. 5, p. 91 .. 1 I 3: O. f'ortin and J. �·foon, 71u• Ellm G. Wllilt-' Encydop�din ( Hagt"rlitown, rvld.: Rt"\'ÍCW and Hcrald l,lrb. AJôsn., 20 13), p. 873� 8?4. IIJ:Wen C. White, no 1Jol1·llm ria Assoclí�çiio Gemi, 23 de abril de 1901. p. 420 (••cpublicodo cnl Mt'flstlgem Escolhidrrs, v. 2, p. )2, 33). 111 Veja A. 1.. White, T/u· Enrly Elmslwvcn \'énrs, v. 5, p. 280-306. 1 1 Em H�tllcngcr, veja ibid,, p. 405-413, 425-428. Em "the dai! r ... vc:j.l A. 1. \Vhitc, ·nu· Laur Elmshn·wtl \'t'nrs, v. 6, p. 246-261. and O. Fortin lln<l J. Moon, p. 751-?54. U Ellen C. White manus.crilo 11, 191 O, e c.-.rta 62. 1910 (cm Mt'lllltg••nl F.1rolhitlm, v. I, p. I M-168). I) Vcj.J, por exemplo., F.. C. White, Ti'stt•mutr/tos parn a lgujn, v. 9, p. 17!<-226. te Ellcn C. White, no Bol.-tim d, AuoâtJfÕO Ge-rnl, 1.7 dc maio de 1913, p. lM (rtpublicado cm M�s B<olhidds. v. l. p. 406).

Nos últimos anos do seu ministério, Ellen White deu mais importância na maneira pela qual os membros da igreja tratavam uns aos outros, se era com a verdadeira cortesia cristã - começando pelo lar - e como a unidade em Cristo também remove barreiras que surgem do nacionalismo e do racismo. 13

--

Entre 1900 e sua morte em 16 de julho de 1915, Ellen Wlúte publicou clássicos como o livro Educação (1903)

e A Ciência do Bom Viver ( 1905), e

Tim Poirier é vice-diretor do Ellen G. White Estate em Si1ver Spring, Maryland, Estados Unidos.

Dezembro 2015 ! AovENTIST WoRLD 23

H E R A N Ç A ADVE N T I S TA

D e! Delker, famosa solista contralto da Voz da Profecia, Lawrence T. Geraty, arqueólogo

reconhecido e presidente emérito da Universidade La Sierra e os ilustres filhos do Tio Artur Maxwell, Lawrence, editor, e Mervyn, historiador da igreja, todos têm algo em comum - na realidade alguém em comum. Todos tiveram como professor, mentor, ou pai, o missionário adventista e extraordinário educador, Thomas Sinclair Geraty.

Thomas Geraty. aventureiro A façanha de Geraty, quando jovem,

de subir até o topo da uma das torres da Golden Bridge (ponte famosa em Nova Iorque) em 31 de dezembro de 1936, e repetir a façanha no ano seguinte, em 1 o de janeiro de 1937, foi um prenúncio e preparação para uma vida que trans­bordaria com aventuras - exceto que suas aventuras missionárias seriam de muito mais significado.

Após viajar para Shangai a bordo do navio Asama Maru, para assumir uma missão na China, não muito tempo de­pois, teve que se mudar para a Birmânia, devido à eclosão da II Guerra Mundial e a ocupação japonesa da costa da China. Quando Rangoon foi bombardeada, Geraty e a família precisaram mudar de novo, dessa vez de avião para o centro da

Thomas Garaty,

em Hong Kong,

no Instituto de

Treinamento

Chinês logo após

os comunista s

o terem retirado

de Nanjing, em

1950.

China. Lá, ele e a esposa Hazel, leciona­ram na faculdade adventista, Sung Pao, próximo a Chungking. Mas suas aven­turas emocionantes abrangeram mais do que navios e aviões, resgates aéreos e fugas. Como diretor administrativo do colégio em Sung Pao, Geraty aprendeu a fazer do arroz a moeda corrente. Quando uma inflação galopante transformou o câmbio de 20 dólares chineses para cada dólar americano em 56 mil dólares chi­neses para cada dólar americano, Geraty decidiu que era sensato aceitar arroz como pagamento das mensalidades escolares dos alunos em vez de dólares chineses cujo valor era imprevisível, e de fato, de quase nenhum valor.

Em Sung Pao, ele e Hazer ensinavam em chinês, que aprenderam durante a guerra, enquanto moravam na Birmânia. Eles também aprenderam a amar seus alunos, a lembrar com carinho de Chungking, tanto pela experiência esco­lar como por ter sido o lugar em que ele foi ordenado ao ministério evangélico junto com outros colegas, Carl Currie, James Wang e Herbert Liu.

Após a guerra, pouco depois de ter ido de férias para a Califórnia, a família Geraty, então constituída de quatro pesso­as, depois da chegada de Ronald Douglas, retornou à China para dirigir a constru­ção de um colégio de ensino superior em Chiou-Tou-Tseng, próximo a Nanking. Seu segtmdo filho, Edwin McVicker, havia

nascido em Chungking. Mas devido à falta de cuidados médicos apropriados no período da guerra, ele faleceu ainda bebê e foi sepultado em Shangai.

Em Chiou-Tou-Tseng, o drama continuou presente na vida de Geraty. Logo após ter construído vários prédios e trabalhar para que as coisas funcio­nassem bem, os exércitos comunistas de Mao Tse-tung começaram a avançar em sua direção, forçando sua família a abandonar Yangtze Ri ver e ir para Shangai e dali para Hong Kong. Lá, soli­citaram que Thomas dirigisse o colégio adventista de ensino superior em Clear Water Bay, que continua ativo como o Colégio Adventista de Hong Kong.

Seguindo para o Oriente Médio

Em 1951, Thomas aceitou um chamado da Associação Geral para se mudar para Beirute, Líbano, e a tua r como presidente do Colégio do Oriente Médio, uma responsabilidade muito apreciada por ele. Por algum tempo, ele também foi o diretor de educação da Divisão Oriente Médio e viajava para todos os países do seu território, cons­truindo a obra educacional e recrutan­do alunos para o colégio. Uma de suas aventuras que o deixou mais próximo da morte aconteceu quando ele perdeu um voo, em Beirute, indo para o Irã. Contrariado, tomou o voo seguinte e ficou chocado ao descobrir que o voo

THOMAS GERATY: •

na

Educação Adventista A aventura mais compensadora para Thomas era o serviço. LAEL CAESAR

perdido havia sofrido um acidente quando aterrissava em Teerã, causando a morte de todos a bordo. Geraty sabia que havia sido poupado por um pro­pósito. Kathleen Marie, quarta e última filha do casal- finalmente uma menina! - nasceu no Hospital Universitário Americano, em Beirute, e trouxe uma alegria especial para a família.

Mais acadêmico

Durante as férias longas, subsequen­tes (que acontecia a cada três anos), Thomas completou dois mestrados e um doutorado em educação pela Uni­versidade do Sul da Califórnia. Então qualificado, ele aceitou o chamado como associado do Departamento de Educação da Associação Geral, para a educação superior, em !960. Além de editor do fournal of Adventist Education (Revista da Educação Adventista), um desafio compensador para ele, pois visitava as instituições de ensino superior da igreja ao redor do mundo, especialmente para ajudá-los na oficia­lização da escola. Ele também começou a realizar conferências acadêmicas para os professores de nivel superior dos co­légios adventistas, abordando uma área específica a cada quadriénio.

Em 1970, se tornou o diretor da Escola de Educação da Universidade Andrews (um departamento, na época), onde instituiu o curso de doutorado, o primeiro da denominação, e fortaleceu seu alcance para os campos do mundo.

Geraty se aposentou do trabalho

� O T O S : C O R T [ S I A 0 5 L A W R '- N C '- T. G ' A A T Y

oficial da igreja, em 1977, se estabeleceu em Angwin, Califórnia, para ficar próxi­mo do pai, já idoso. Durante esse período, trabalhou como voluntário em sua alma mate r, o Pacific Union College e o Weimar College. Após o falecimento do pai, começou a pintar, especial­mente ao ar livre, no Napa Valley. Sua famllia tem, pelo

menos, 200 dos seus quadros. Depois de aposentado e após absorver todos os anos de eventos dramáticos na vida, podia reinterpretar e recriar o mundo artisticamente. Ao mesmo tempo serviu como superintendente de educação voluntário da Associação do Havaí, de 1982 a 1985. Ele e a esposa apreciavam receber e hospedar seus familiares quan­do eram por eles visitados nas ilhas.

Drama na saúde

Enquanto estava no Havaí, Thomas desenvolveu um câncer no cólon. Ele se mudou para Massachusetts para ficar perto de Ron, o filho médico e receber o apoio da filha Kathleen, que o levou ao Hospital Memorial da Nova Inglaterra para ser beneficiado pelo talento cirúrgi­co de Allan Bock. Esse episódio acabou sendo mais um drama inesquecível na vida desse indomável filho de Deus.

Quando o Dr. Bock saiu da sala de cirurgia, explicou quanto havia sido difkil e complicado o procedimento. Além disso, não podia garantir que Thomas Geraty viveria mais do que alguns meses. Mas o Deus a quem Bock havia dedicado suas habilidades médi-cas e o Deus para quem Geraty viveu para servir, ainda tinha muito mais para ele desfrutar na vida. Ele ainda alcançou a benção de viver por quase 30 anos! Esses anos incluíram seu vo­luntariado no Atlantic Union College, onde Lawrence Thomas Geraty, seu

(LSU), seu pai o seguiu para a Califór­nia. Lá, Thomas organizou a Amigos do Extremo Oriente, com a esperança de manter os naturais no Oriente Médio envolvidos com suas raízes. Após a mor­te da esposa, em 2001, Geraty voltou às salas de aula na Universidade do Oriente Médio, no Líbano, para desfrutar de mais um ano como professor de facul­dade, dessa vez, aos 86 anos de idade! Quando essa passagem pelo Oriente Médio terminou, Geraty retornou à Califórnia em busca de outras aventuras missionárias. LSU recompensou sua busca com duas atividades: três anos como diretor do Residencial Vida, no Gladwyn Hall, residencial de alunos da pós-graduação, dando a ele a grande ale­gria de poder ajudar alunos doutorandos chineses a escrever sua dissertação.

Aposentadoria outra vez

Após sua primeira aposentadoria, Geraty se aposentou outra vez, aos 94 anos de idade, para passar seus cinco últimos anos de vida lendo sua Bíblia em chinês, ocasionalmente escrevendo poesias com base em seus estudos bíbli­cos, se exercitar na bicicleta ergo métrica e pintar. Além disso, no Linda Valley Care Center (que acabou sendo seu últi­mo lar), às vezes tinha até dez compro­missos de palestras por semana, dando estudos bíblicos e realizando leitura de poesias para os residentes. Ele descansou no dia 23 de dezembro de 2013.

No entanto, Geraty não será lembrado pela euforia das subidas à ponte em sua juventude, pelas muitas fugas da guerra ou por escapar de um acidente aéreo. Mas, como nas palavras de Beverly Rum­ble, por muito tempo editora da Revista da Ed11cação Adventista, que, de forma mais sucinta e efetiva, expressa a verdade sobre sua vida e contribuições: "Um gigante da educação adventista." •

filho mais velho, era o presidente. Foi quando criou o manual das diretrizes �­de educação para a Divisão do Ex-tremo Oriente dos Adventistas do Sétimo Dia.

lael Caesar. é editor associado da Adventist World, e admira gigantes. Mais tarde, após Lawrence aceitar a

presidência da Universidade La Sierra

Dezembro 2015 1 ADVENTIST WORLD 25

R E S P O S TAS A P E R G U N TAS B I B L I C AS

a1s c • - i , .

É verdade que o título ••redentor•• no Antigo Testamento é dado

do que um lf

. , . ao parente mazs proxtmo

Tanto o título "redentor", como os verbos usual­mente traduzidos como "redimir", são teologi­camente ricos. Aqui só de uma pessoa? podemos falar sobre o título

e seu significado. A princípio, redenção é um termo legal. O

redentor (go'el no hebraico) está usualmente associado ao parente mais próximo de alguém ("um tio, primo, ou algum parente

de sangue [L v 25:49, NIVJ) que necessitasse de redenção. Examinaremos o papel do redentor, discutiremos sua aplicação a Deus e, finalmente, diremos algo sobre seu significado cristológico.

1 . O papel do redentor: O redentor age no contexto de extrema necessidade. Primeiro, quando um israelita era tão pobre que precisava vender sua propriedade para sobreviver, era esperado que o redentor comprasse de volta a proprie­dade para o israelita (L v 25:25; cf. Rt 2:20; 3:12). Essa prática tinha por base a convicção de que Deus é o dono da terra, e que Ele a dividiu entre os israelitas, para que a usassem. Ela não devia ser tomada de um irmão israelita e desapropriada permanentemente por ninguém. Segundo, se um israelita não pudesse pagar seus débitos, podia vender a si mesmo como escravo para o credor. Mais uma vez, era esperado que o redentor comprasse de volta sua liberdade (L v 47-49). Como o Senhor tinha resgatado Seu povo do cativeiro do Egito, todos pertenciam a Ele e, consequentemente, não deviam ser escravizados por ninguém, outra vez. Em certo sentido, o redentor representava a poderosa redenção de Deus tirando Seu povo do Egito. Terceiro, quando alguém matava um israelita, era responsabilidade do redentor exe­cutar o assassino (Nm 35:12, 19). As cidades de refúgio eram criadas para assegurar que o assassino era realmente culpado (Nm 35:12,24, 25; Dt 19:6, 12). A vida era considerada um dom divino e pertencia exclusivamente a Deus. Nesse caso,

2. Deus como Redentor: Esse título no Antigo Testa­mento, é metaforicamente aplicado a Deus. Ele redimiu das adversidades pessoais (Gn 48:16) e das experiências coletivas do exílio, ao destruir Babilônia (Is 41:14; 43:14; 44:6) como o redentor que persegue o inimigo e o destrói. Embora a ideia de parente mais próximo nem sempre esteja presente, em alguns casos Deus é descrito como Pai (Is 63:16) ou esposo (Is 54:5) que redime Seu povo. Estamos proftmdamente ligados a Ele como Seus "parentes de sangue': Os laços que nos tmem a Ele são mais fortes do que os da mãe verdadeira (Sl 27:10). Talvez, o mais importante seja que o Senhor redime do peca­do (Is 44:22-24), como fenômeno universal (Is 59:20) governa sobre os seres humanos (Sl 19:13, 14), e até mesmo de Sua ira (Is 54:5-8) e da morte (Sl 103:4; 49:8, 9, 15). Como Criador e Redentor, Ele realmente pode restaurar a harmonia cósmica.

3. Cristo, nosso Redentor: A imagem de Deus como Redentor é incorporada e cumprida na obra de Cristo por Seu povo (Lc 1:68, 71; 2:38). Ele realmente foi Aquele"que ia trazer redenção a Israel" (Lc 24:21). Os seres humanos foram escravizados pelos poderes do pecado e da morte e estavam extremamente necessitados de redenção. O Redentor veio e compartilhou de nossa humanidade, tornando-Se nosso parente mais próximo, nos libertando do poder da morte (Hb 2:14, 15) e do pecado (Rm 3:23, 24; Tt 2:14; Cl 1:14). Sua obra redentora também inclui o mundo natural que está se deteriorando e em extrema necessidade de libertação (Rm 8:19-21; cf. Gn 1:26). Ele pagou todas as nossas dívidas não com "prata ou ouro'� mas com Seu "precioso sangue" (lPe 1:18, 19; Ef 1:7). A fim de nos libertar do pecado e da morte, Cristo os tomou sobre Si, como nosso substituto, e para "dar a Sua vida em resgate por muitos [ Gr. anti, 'no lugar de']" (Me 10:45). Cristo não redimiu nossa vida perdida pela destruição de nosso inimigo espiritual, apenas, mas para que a tivéssemos de volta Ele entregou a própria vida. Só Jesus, nosso parente mais próximo, poderia realizar essa obra maravilhosa de graça. •

o redentor tirava a vida do assassino substituindo a do seu ..--­parente. A responsabilidade básica do redentor poderia ser eliminar as anomalias sociais que perturbavam e interrom­

Angel Manuel Rodríguez. é professor de Teologia aposentado. Ele responde as perguntas bíblicas de sua casa, no Texas. piam a harmonia social, espiritual, e integridade estabelecida

em Israel pelo Deus da aliança.

26 AovENTIST WoRLD J Dezembro 2015

E S T UDO B f B L I C O

MARK A. FINLEY

raao Testado e Aprovado

A história de Abraão (Abrão) apresenta um dos heróis de Deus na fé. As Escrituras declaram que "Abraão creu em Deus" (Rm 4:3; veja também Gn 15:6). Fé é

simplesmente confiar em Deus crendo que Ele fará exatamente o que disse. Fé é se relacionar com Deus como com um amigo em quem temos absoluta confiança de que cumprirá Sua palavra.

Ao estudarmos a vida de Abraão percebemos que sua fé por vezes vacilou. Deus permitiu que ele passasse por várias provas para aprofundar sua fé. Esse é um dom dado por Deus, alimentado pelo Espírito Santo, que resulta em urna confiança profunda e permanente no cuidado e amor imutá­vel de Deus por nós.

O Em sua opinião, por que Deus chamou Abraão

do conforto de sua terra natal para uma terra

totalmente desconhecida para ele? Reflita em

Gênesis 12 :1-3. Essa passagem nos dá alguma ideia

de como Deus lida conosco hoje? Deus tinha planos maiores para a vida de Abraão. Há momentos em que Deus também tem grandes planos para nossa vida. Às vezes, Ele nos conduz para fora de nossa zona de conforto para realizar Seu objetivo maior. Às vezes, o conforto e a conveniência podem ser obstáculos na realização dos Seus planos para nossa vida.

€) Qual foi a resposta de Abraão ao chamado de

Deus? Encontre a resposta em Gênesis 12:4. A resposta de Abraão para Deus foi clássica. O registro diz simplesmente: "Partiu Abrão, como lhe ordenara o Senhor:' Que lição para todos os crentes! Deus fala por meio de Sua Palavra e nós respondemos de boa vontade.

e Embora a fé que Abraão tinha estivesse

crescendo constantemente, que problema sério de caráter ele revelou em sua viagem ao Egito? leia

Gênesis 12:10-14. Em um momento de fraqueza, Abraão cedeu à tentação. Ele incentivou Sara (Sarai) a mentir em vez de confiar em Deus. Unicamente pela intervenção de Deus, Abraão e Sara foram

A R T � : J Ô Z S ' I= M O L N A R

salvos do desastre. Meias verdades, falsidade e engano nunca resolveram problemas.

O Que promessa Deus deu a Abraão em

Gênesis 15:1 e 5?

@ Como Abraão respondeu à promessa de Deus? O que encontramos em Gênesis 15:2, 6 e 8? Abraão estava crescendo na fé, mas ainda tinha muitos questionamentos. Ter a fé em crescimento não significa que todas as nossas perguntas serão respondidas.

()Como Abraão e Sara decidiram "ajudar" Deus a resolver o problema da inferti lidade de Sara? leia

Gênesis 16:1-4. É maravilhoso que Abraão acreditasse em Deus, mas ele achou que tinha de ajudar Deus a resolver o problema da idade de Sara no que ele pensava ser urna incapacidade de ter um filho. Quando Deus nos faz uma promessa, Ele é totalmente capaz de cumprir Sua Palavra, não importa quão grandes sejam os obstáculos.

Ü Qual foi o resultado da falta de fé de Abraão e

Sara? leia Gênesis 16:5 e 6. A falta de fé e má escolha de Abraão e Sara os levou a um sério conflito dentro de sua própria casa. Nossas escolhas sempre nos trazem consequências.

O Como Deus animou Hagar em sua tristeza? Observe cuidadosamente a maneira gentil pela qual

Deus lidou com Hagar, em Gênesis 16:7-17. A falta de fé de Abraão e Sara não destruiu o plano de Deus para a vida deles, e Ele também não Se esqueceu de Hagar em sua tristeza devido aos maus tratos de Sara sobre ela. Em absoluta alegria, em meio às lágrimas, Hagar exclamou: "Tu és o Deus que me vê" (verso 13).

Que testemunho incrível! O testemunho de Hagar pode ser o nosso testemunho. Nas alegrias e tristezas da vida, Ele é o Deus que nos vê. Essa é uma grande e maravilhosa notícia! •

Dezembro 2015 I AovENTIST WoRLD 27

Cartas Cristãos adultos

Gostei muito de ler o artigo de Elizabeth Camp, "Cristãos adultos" (outubro de 2015). A ênfase em sermos como Cristo foi estimulante. Eu cresci em um tempo quando os adventistas tendiam a descrever o comportamento cristão em termos de como nos vestimos, o que comemos, e como nos recreamos. Não minimizando essas coisas, mas é muito mais importante refletir delibera­damente o caráter de Cristo em tudo o que fazemos.

Obrigado por abordar esse assunto. J. J. ARAGON Chicago, Illinois, Estados Unidos

Extremos e equipes

Estou escrevendo a respeito do artigo de Tom Ish 'Transformação Total: Mais um Caminho para a Saúde" (outubro de 2015). Jesus cuidava primeiro das

Que p gio ver o amor do povo de Deus em ação.

- KEN REETZ, Bea1,erton, Oregon, Estados Unidos

necessidades físicas, e então as pessoas se interessavam pelo aspecto espiritual.

O artigo de Joanna Ratsara, "Organização Mundial da Saúde faz parceria com Adventistas no Global Firsts", mostra que essa é uma forma de evangelizar. É louvável que nós, adventistas, estejamos tentando salvar vidas, mas a que custo? Precisamos nos lembrar de que a OMS é uma entidade secular e parte das Nações Unidas.

JIM SMITH

Spokane, Washington, Estados Unidos

Muito obrigado por publicar o artigo de Tom Ish. A bondade para com os outros é tão milagre quanto a cura instantânea. Por favor, continuem a publicar histórias animadoras como essa! Que privilégio ver o amor do povo de Deus em açao.

KEN REETZ Beaverton, Oregon, Estados Unidos

Aprecio a revista mensal Adventist World. Agradeço a Deus por ela. Sei que

muitos etíopes a leem todos os meses. BEREKET fELEKE Addis Ababa, Etiópia

Por favor, ore

Trabalho como enfermeiro profissional em uma prisão, cuidando de presidiários. Muito obrigado pela Adventist Worldl Essa revista sempre me reaviva e me anima a seguir com minhas tarefas diárias.

Sou ancião de minha igreja local. Estamos trabalhando na construção de nossa igreja mas não temos recursos suficientes para concluí-la. Por isso, há dez anos realizamos nossos cultos em uma escola. Por favor ore pela nossa igreja; ore para conseguirmos mais material que nos ajude a estudar com os presidiários.

MusA SJBISI Africa do Sul

Como enviar cartas: fetterst!J advencisrworfd.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque tambêm seu nome_, cidade, estado e pais de onde você estâ escrevendo. As canas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ra ao GRATIDÃO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Por favor, ore pela União-Missão da Uganda e suas entidades locais.

lsiNGOMA, Uganda

Alguns dos meus familiares estão "trabalhando na vinha do inimigo". Por favor, ore por eles.

CATALEYA, Zâmbia

28 AovENTIST WoRLD J Dezembro 2015

Minha ilha foi atingida pela tempes­tade tropical Érika; pelo menos 30 pessoas morreram e muitas ainda estão desaparecidas. Muitas, muitas pessoas perderam suas casas. Por favor ore por nós!

ANDINA, Dominica

Estou lutando para encontrar um emprego. Está havendo uma recessão, e os empregos são raros. Mas sei que para Deus nada é impossível, portanto, por favor ore para que o Senhor me ajude a encontrar um bom trabalho. Tenho família para sustentar, e estou com dívidas. Não sei o que fazer.

REUBEN, Índia

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Sou mãe solteira com dois filhos gêmeos; por favor junte-se a mim em oração. Já não aguento mais o comportamento deles.

ARLEEN, Filipi11as

Por favor, ore para que Deus me dê mais saúde.

STEPH, Haiti

Por favor, ore por mim. Estou encar­cerado e pedindo pela paz no lugar em que me encontro. Recentemente tem havido a tos de violência.

DANIEL, Estados Unidos

Oraçio & Gratldio: Envie seus pedidos de oração ou agradeci­mentos lgratldlo por otaçóes respondidas} para prayer0ad4

ventistwOIId.org. As pattidpações devem ser curtas e concisas,

de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por

questlo de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por lavor. lnctua seu nome e o nome do seu pais. Os pedidos 1ambém podem ser enviados por fax para o número: 1·31)1·680·6638; ou por carta para Adventisr World. 1�1 Old Columbla Pite, Siver Spring, MO 20904-6600, EUA.

Dezembro 2015 ! AovENTIST WoRLD 29

• •

Há anos

No dia 2 de dezembro de 1958, a rainha Sirkit, da Tailândia, participou da inauguração de um prédio moderno, de três andares, destinado à Escola de Enfermagem do Hospital Adventista Bangkok, com dormitório para 120 estudantes, escritórios, biblioteca e salas de aulas.

O Hospital Adventista Bangkok (ex-Sanatório e Hospital Bangkok) é um hospital geral com 200 leitos, de propriedade e operado pela Fundação Médica Cristã da Igreja Adventista do Sétimo Dia, na Tailândia.

A instituição atual iniciou suas atividades no dia 2 de maio de 1937, como Clú1ica Missionária Bangkok, instalada num prédio alugado financiado pelo Capitão Thomas Hall, um comerciante do mar, natural do México. O Dr. Ralph F. Waddell e sua esposa Ellen, Nai Pleng Vitiamyalaksna, e Kon Vui-leong dirigiram a reforma no hospital cuja capacidade original era de 12 leitos com um depar­tamento de pacientes externos, transformando-o em uma clillica com 50 leitos.

Em 1940, à medida que a obra médica crescia em Bangkok, alugaram e reformaram uma casa enorme, a 1,6 km da clínica original, para oferecer 30 leitos adicionais, que ficou conhecida como o Anexo. Assim, a capacidade do hospital saltou para 80 leitos. Fizeram o possível para abrir uma Escola de Enfermagem, o que aconteceu em maio de 1941, sob a direção de Ruth Munroe.

'

E o número de vulcões ativos

em El Salvador, um dos lugares

mais sismicamente ativos do

Hem isfério Ocidental. Fonte: The Rotarian

I M A G .;: M : P I X A B A Y / N E L S O N G O N Ç A L V ' S

Os colonos puritanos da América do Norte colonial se opuseram a qualquer atividade de

celebração do nascimento de Cristo. Em 1644,

os deputados de Massachusetts aprovaram uma lei que multava em cinco shillings quem

fosse pego comemorando o Natal.

As dúvidas sobre a data não impediram que os cristãos, em todo o mundo, comemorem

o milagre de quando "o Verbo se fez carne e

habitou entre nós" (Jo 1:14).

Fonte: History.com

A cólera é responsável por aproximada­

mente 100 a 120 mil mortes por ano, princi­

palmente nos países em desenvolvimento devido a fontes inadequadas de água potável

limpa. Segundo a The Lancet, uma vacina

barata chamada Shanchol aumenta a proteção contra a cólera e diminui a incidên­

cia da doença em 40%, se combinada com

intervenção comportamental entre os 270 mil habitantes de Dhaka, Bangladesh.

Fonte·: The Rotarian

I M A G ( M : W I K I P f O I A / R O N A L O T A Y L O R /

T O M K I R N / L O U I S A I-I O W A R D

"E· d h " ts que ce o ven o . . . Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo. unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença. missão. estilo de vida e esperança.

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V.11,n'12

Dezembro 2015! AovENTIST WoRLD 31

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Ela acabou de nos contar em que está pensando. E você?