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INFORMATIVO OFICIAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS | ANO 2 – NÚMERO 6 – OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016 DRG, O FUTURO DOS HOSPITAIS NO BRASIL? INFORMA Páginas 6 e 7 OPINIÃO: CUSTOS DA SAÚDE, PROBLEMA GRAVE E RECORRENTE Página 12 VEJA ARTIGO JURÍDICO SOBRE DECISÃO FAVORÁVEL AO SINDHOMG Página11 Modelos de gestão são temas que perpassam por várias atividades. Não é diferente na área hospitalar. Novos desafios se colocam nas escolhas de processos administrativos e surgem outras ferramentas que podem ser alternativas para o setor.

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INFORMATIVO OFICIAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS | ANO 2 – NÚMERO 6 – OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016

DRG, O FUTURO DOS HOSPITAIS NO BRASIL?

INFORMA

P ág i n a s 6 e 7

OPINIÃO: CUSTOS DA SAÚDE, PROBLEMA GRAVE E RECORRENTE

P ág i n a12

VEJA ARTIGO JURÍDICO SOBRE DECISÃO FAVORÁVEL AO SINDHOMG

P ág i n a11

Modelos de gestão são temas que perpassam por várias atividades. Não é diferente na área hospitalar. Novos desafios se colocam nas escolhas de processos administrativos e surgem outras

ferramentas que podem ser alternativas para o setor.

CONTA-GOTAS

2 JORNAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS • OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016

Justiça de Brasília suspende o registro do Sindicato de Três Corações

Tendo em vista a liminar proferida, os estabelecimentos de saúde de Minas Gerais, com exceção de Uberlândia/MG, permanecem sendo repre-sentados pelo Sindhomg. Esses estabelecimentos continuam recolhendo as contribuições sindical, patronal e a confederativa para o Sindhomg, o mesmo ocorrendo com as Convenções Coletivas que deverão ser firmadas com este sindicato. A ação foi proferida pela Justiça do Trabalho de Brasília e teve como embasamento suspender o registro do Sindicato Patronal dos Hospitais e Clínicas de Saúde de Três Corações/Minas Gerais, antes defe-rido pela União. A 11ª Vara Trabalhista de Brasília/DF atendeu ao pleito do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde de Minas Gerais.

Vice-Presidente Castinaldo Bastos SantosDiretor Comercial Otávio Pinto de CarvalhoDiretor Administrativo/ Financeiro Fábio Botelho de CarvalhoDiretora de Interiorização Simone Gonçalves RauschDIRETORIA EXECUTIVA DO SINDHOMGPresidente Castinaldo Bastos Santos1º Vice-Presidente Márcia Salvador Géo2º Vice-Presidente Otávio Pinto de Carvalho

1º Secretário Gilmar Ferraz de Oliveira2º Secretário Wagner Neder Issa1º Tesoureiro Reginaldo Teófanes Ferreira de Araújo2º Tesoureiro Cláudio Lage MoretzsohnDiretor de Relações com o Interior Jorge Montessi

CONSELHO FISCAL – TITULARES Maria das Mercês Quintão Fróes Eduardo Mendes Duarte Cláudio Augusto Junqueira de Carvalho

CONSELHO FISCAL – SUPLENTES Luiz Eduardo Grisolia de Oliveira Jacob Lansky Vespasiano de Cerqueira Luz Neto

INFORMATIVO DA CENTRAL DOS HOSPITAIS DE MINAS GERAIS

Associação de Hospitais e Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Estado de Minas Gerais

Rua Carangola, 225, Santo Antônio Belo Horizonte, MG - Cep 30330-240Telefone (31) 3326-8001 www.centraldoshospitais.com.br

PRESIDENTE Castinaldo Bastos SantosVICE-PRESIDENTE Reginaldo Teófanes Ferreira de Araújo

DIRETORIA EXECUTIVA DA AHMGPresidente Reginaldo Teófanes Ferreira de Araújo

Produção Editorial: Fazito Comunicação

Jornalista Responsável: Vilma Fazito – 1988MT/JP

Reportagem e Edição: Luciano Alkmim

Fotografia: Déa Tomich

Projeto Gráfico: Grupo de Design Gráfico

Gráfica: Companhia da Cor

Tiragem: 6.700 exemplares

CNS entra com ADIN contra a lei das gestantes

No dia 05 de outubro, a Confederação

Nacional de Saúde – CNS ingressou com

uma Ação Direta de Inconstitucionalidade

contra a Lei 13.287/2016, em vigor desde

11 de maio deste ano. A lei determina

que “a empregada gestante ou lactante

seja afastada, enquanto durar a gestação

e a lactação, de quaisquer atividades,

operações ou locais insalubres, devendo

exercer suas atividades em local salubre”.

A CNS entende que a lei, ao instituir que a

empregada gestante ou lactante não possa

trabalhar em local insalubre durante a ges-

tação e lactação, acaba por limitar indireta-

mente a atuação das mulheres no ambiente

hospitalar. Isso dificulta ainda mais a sua

entrada no mercado de trabalho, uma vez

que o empregador ao avaliar a contratação

de uma mulher, acaba por contratar um

funcionário do sexo masculino.

Programa FarolA segurança do paciente agora conta com uma poderosa ferramenta

para tomada de decisão, trata-se do Programa Farol, do Sindhrio. A Central

dos Hospitais sugere aos seus associados que conheçam a metodologia.

Trata-se de um módulo de indicadores para monitorar a segurança do

paciente que já está sendo utilizado pelos hospitais do Brasil. Você pode

inserir seus dados e acompanhar a evolução e comparação de diversos

indicadores.

O Programa Farol é totalmente gratuito, todo o processo de inserção

de dados é online. Para participar ou para maiores informações, entre em

contato com: Joao Lucena, pelo email [email protected] ou entre no

site www.programafarol.com.br.

Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de SaúdeFILIADA:

PALAVRA DOS PRESIDENTES

EDITORIAL

Estamos chegando ao fim de mais um ano de trabalhos e avanços entre os Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde de Minas Gerais. Além de três importantes eventos realizados pela Central para discutir assuntos de interesse do setor hospitalar em Minas, estivemos presentes em todos os encontros de instituições nacionais tais como a Confederação Nacional da Saúde (CNS), a Federação Brasileira de Hospitais (FBH) e a Federação Nacional de Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess), instituições que nos representam junto às demais entidades superiores de todos os setores produtivos e aos órgãos governamentais.

A Central esteve presente também em todos os momentos relevantes para a prestação de serviços hospitalares à população, como as epidemias da dengue e outras que o país enfrentou, quando buscamos encontrar soluções adequadas para todos os casos.

A grave crise política e econômica por que passa o país trouxe reflexos importantes para todos nós, como aumento de demanda e a dificuldade de correção de nossos serviços na Saúde Suplementar, isto sem falar da obrigatoriedade governamental de prestar assistência integral a toda população, eximindo-se da responsabilidade de custeá-los adequadamente, defeito crônico de nosso Sistema de Saúde.

Participamos de vários encontros e congressos onde foi discutida a situação frágil da rede hospitalar brasileira. Temos um grande número de pequenos hospitais (maioria) com menos de 100 leitos, com grande dificuldade de atender às atuais exigências para seu funcionamento – nível de qualificação e regras de Vigilância Sanitária, para citar somente esses dois itens. A Central acredita que, para os hospitais ainda não consolidados, o agrupamento em associações para compartilhar serviços com queda do custo operacional seria a melhor solução.

Desejamos a todos um alegre Natal e que o próximo ano seja bom para todos.

ENTRE AVANÇOS E VITÓRIAS, MUITO AINDA A SER PERCORRIDO

OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016 • JORNAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS 3

Castinaldo Bastos SantosPRESIDENTE DA CENTRAL DOS HOSPITAIS DE MINAS GERAIS

Reginaldo TeófanesVICE-PRESIDENTE DA CENTRAL DOS HOSPITAIS DE MINAS GERAIS

Otávio Pinto de CarvalhoEDITOR

V ivemos um momento em que novos desafios se apresentam como soluções às adversidades dos últimos anos. É necessário conhecer bem os problemas que estamos atravessando para definir quais as estratégias a serem seguidas.

Chegam até nós novas propostas de metodologias que prometem incluir gestões diferenciadas em nossos processos e fluxos de trabalho. É nossa tarefa tentar entender essas ferramentas e verificar suas viabilidades. O ano que agora acaba aponta para novas formas de gestão que precisam ser testadas ou, pelo menos, estudadas em profundidade. Precisamos entender novas ferramentas e mecanismos de gestão para enxergar as soluções. A Central de Hospitais vem buscando esse caminho.

Para sugerir pautas e assuntos diversos para o Jornal da Central dos Hospitais de MG, envie um e-mail para [email protected]

Não deixe de participar!

FIQUE POR DENTRO

4 JORNAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS • OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016

O presidente da Central dos Hospitais de Minas Gerais e 1º vice-presidente da Fenaess, Castinaldo Bastos Santos, e o vice da Central, Reginaldo Teófanes, estiveram em Manaus nos dias 15 e 16 de setembro para participar do 5º Congresso Brasileiro Fenaess e do Encontro de Labo-ratórios Fenaess. Organizado pela Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess) e

A Associação dos Hospitais do Paraná- Ahopar, a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Fehospar) e a Federação Brasileira de Hospitais (FBH) realizaram o 6º Encontro Paranaense da Saúde e a 11ª Convenção Brasileira de Hospitais. Com o intuito de fortalecer o setor e ampliar a representatividade, o evento reuniu grandes líderes e instituições como a CNS, com o objetivo de agregar conhecimento e expandir a atuação nesse segmento que necessita de novos rumos e perspectivas para os hospitais privados do país.

Líderes do setor de saúde de todo o país estiveram presentes no evento, entre eles os representantes da Central dos Hospitais, Castinaldo Bastos Santos e Re-ginaldo Teófanes.

O tema central “Aprendendo com a crise”, foi debatido durante todos os dias para mais de 600 inscritos entre gestores, administradores, advogados, profissionais das diversas áreas de atuação na saúde, além de estudantes.

Diretores da Central no 5º Congresso Brasileiro da Fenaess

Novos rumos para os hospitais privados do país

Estiveram na cerimônia oficial de abertura o presidente da Fenaess, Breno de Figueiredo Monteiro (discursando), o presidente do Sinessam e do congresso, Adriano Terrazas, o secretário de Saúde de Manaus, Pedro Elias de Souza, o presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Luiz Aramicy Bezerra Pinto, o presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNS), Tércio Egon Kasten e o presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos Abrahão.

Luiz Aramicy Pinto, presidente da FBH

pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Saúde do Estado do Amazonas (Sinessam), o evento é um dos maiores do setor no Brasil. Entre os temas discutidos, destacaram-se: “Judicialização na Saúde”; “Tendências e Perspectivas na Saúde Suplementar no Brasil”; “Carga Tributária e Em-pregabilidade do Setor Saúde”; e a “A Sustentabilidade da Saúde no Brasil”.

OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016 • JORNAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS 5

ENTREVISTA

O Jornal da Central entrevista nesta edição o cardiologista Samuel Flam, presidente da Unimed-BH. Para ele, a rede própria da cooperativa é a principal plataforma para inovar a gestão e a atenção à saúde e espaço reconhecido para a formação médica.

A Rede Credenciada da Uni-med-BH atende a demanda ou faltam leitos? – Mesmo com a perda de clientes evidenciada em 2015, em razão do cenário econômico adverso, nossa carteira segue robusta e tem se mantido estável em 2016. São mais de 1,2 milhão de clientes, com quem assumimos o compromisso do cuida-do. Assim, temos grande demanda por assistência. Há outros elementos que impactam o atendimento de qualidade, como as condições de saúde dos nossos clientes e o próprio processo de envelhecimento popu-lacional. Ao lado disso, temos, tam-bém, a forte regulação pela Agência Nacional de Saúde Suplementar. Isso nos traz desafios constantes, é preciso rever estratégias para que possamos cumprir o nosso compromisso, es-tar presente e disponível quando o cliente precisar, gerando trabalho e renda para nosso cooperado e tam-bém mantendo a sustentabilidade da Unimed-BH.

E como vencer esses de-safios? – Nesse processo, conta-mos com a parceria permanente com nossa rede credenciada. A Unimed-BH acompanha a utiliza-ção dos clientes, para avaliar as dificuldades de acesso e monitorar as lacunas de oferta. Se gaps são evidenciados, nosso primeiro movi-

Unimed-BH, grande demanda por assistência

mento é feito com nossos parceiros, para verificar a possibilidade de am-pliar a capacidade de atendimento ou a oferta do serviço. Caso isso se mostre inviável, pode ser necessá-rio investir, seja por meio de novas parcerias ou por meio de unidades e serviços próprios. Ou seja, temos uma grande parceria com a nossa rede credenciada, para que possa-mos atender às necessidades, no momento em que se apresentam.

Existe algum projeto de ex-pandir os serviços próprios em SADT? – Temos oferta de serviços de saúde de qualidade e geografi-camente distribuídos. Assim como em toda a rede, acompanhamos a demanda de utilização dos serviços, verificamos existência de lacunas e agimos de acordo com o desafio, lembrando que temos uma legislação a seguir quanto à distribuição e tempo de agendamento. Sempre buscamos nossos parceiros, consultando sobre a possibilidade de ampliação dos atendimentos. Quando sinalizado que não isso não é possível, então buscamos outros meios, seja com credenciamento de novos serviços ou investimentos em unidades próprias.

A Unimed-BH implantou o DRG? Neste caso, como passará a funcionar a atual Auditoria de Contas/Glosas? – Há cerca de oito anos, a Unimed-BH iniciou estudos sobre a metodologia DRG. Nos pri-

meiros cinco anos, contratamos uma empresa, responsável pela entrega dos dados diretamente aos hospitais. Há três anos, começamos a implantar uma nova metodologia para a coleta dos dados DRG, iniciando pelas nos-sas unidades hospitalares próprias.Em 2015, iniciamos a implantação na nossa rede credenciada, a partir da adesão voluntária dos parceiros. Até julho de 2016, quase a totalidade dos hospitais da nossa rede já havia aderido.

Existe ou existirá um “refe-renciamento”, por patologia, por custo, por resultado etc., para o encaminhamento do paciente para a Rede? Existe um “referen-ciamento” para encaminhamen-to para os Serviços Próprios? – O objetivo da ação do DRG é prover os parceiros de um novo instrumento de avaliação de resultados, propondo a abertura de um diálogo com a Uni-med-BH em prol da melhoria contínua dos processos assistenciais. Justamen-te esse diálogo entre a Cooperativa e os parceiros é que vai definir os próximos passos e projetos.

SAMUEL FLAM

‘A Unimed-BH acompanha a utilização dos clientes, para avaliar as dificuldades de acesso

e monitorar as lacunas de oferta.’

Divulgação Unimed-BH

6 JORNAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS • OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016

MATÉRIA DE CAPA

Você já ouviu falar em DRG? O DRG é a sigla de Diagnosis Related Groups e promete melhor gestão dos negócios da área de saúde baseada em governança clínica, programa de produtividade e qualidade assistencial. Processo utilizado nos Estados Unidos e na Europa há décadas, a ferramenta é uma metodologia que classifica os pacientes internados em hospitais por complexidade assistencial. A partir das informações de idade, diagnóstico principal,diagnósticos secundários e procedimentos realizados durante a internação, coletadas na alta hospitalar, o paciente é colocado em uma categoria de complexidade. São 784 categorias cada uma tendo um consumo de diárias, materiais, medicamentos e resultados assistenciais esperados.

As informações são do consultor Renato Couto, diretor de desenvolvimento do Instituto de Acreditação e Gestão em Saúde de Belo Horizonte (IAG), que falou sobre o “DRG – como Ferramenta de Gestão Hospitalar” para representantes do setor hospitalar em palestra promovida pela Central dos Hospitais, em Belo Horizonte.

“As operadoras que cobrem 5,2 milhões de usuários bra-sileiros usam o DRG na sua rede de 3.050 hospitais. Destes, 204 têm acesso ao DRG disponibilizado pelas operadoras. Algumas instituições fazem uso independente das opera-doras é o caso dos hospitais Mãe de Deus, no Rio Grande do Sul, Biocor, Márcio Cunha e o Hospital Santa Rita, em Minas Gerais”, diz o consultor Renato Couto.

Embora a metodologia venha sendo usada no mundo inteiro para gestão e pagamento, no Brasil, ela não é uti- Renato Couto

O Hospital Santa Rita de Belo Horizonte é um dos hospitais mineiros que utilizam o DRG. Segundo Reginaldo Teófanes, diretor do Hospital e vice-presidente da Central dos Hospitais, a utilização do método em seu hospital teve início em 2012, com a coleta de dados e segue em 2016 com o gerenciamento de controle. Segundo o di-retor, ao utilizar a metodologia, o hospital perde menos porque é importante quebrar paradigmas e trabalhar com informação. É necessário, no entanto dialogar e conversar sobre o melhor para todas as partes envol-vidas no negócio “hospital”. Ele alerta que o DRG pode ser usado, como ferramenta de gestão, tanto pelo hospital quanto pela operadora. Porém, a operadora inclui no seu custo/preço, através de cálculos atuariais, todo o risco da operação, o que o hospital não tem. “Temos que tomar cuidado para que este risco não nos seja transferido”, diz.

Hospital Santa Rita

MATÉRIA DE CAPA

OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016 • JORNAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS 7

‘Em todo mundo as relações de compra e venda de serviços

hospitalares ocorrem usando o DRG, que traz mais segurança, transparência

e é capaz de alinhar interesses do paciente/hospital/fonte pagadora,

informa o consultor.‘

lizada para pagamento. Em todo mundo as relações de compra e venda de serviços hospitalares ocorrem usando o DRG, que traz mais segurança, transparência e é capaz de alinhar interesses do paciente/hospital/fonte pagadora, informa o consultor.

Sobre a “dicotomia” de utilização simultânea da fer-ramenta pela prestadora de serviços e pela operadora de planos de saúde, o consultor afirma que essa dicotomia é inexistente, pois o setor é composto por uma cadeia pro-dutiva que para ser sustentável necessita estar integrada em relações transparentes, centradas nas necessidades do paciente e com ganho para todas as partes.

O consultor explica que a implantação da metodologia para casos clínicos ainda não é eficaz porque o paciente clinico é especialmente dependente de um bom sistema de saúde após a alta hospitalar. “Todo o sistema de saúde terá que melhorar sua operação e integração. Temos inefi-ciências em todas as etapas. Problema? Não,oportunidade.Podemos melhorar o sistema com melhores entregas ao usuário e economia de recursos a serem compartilhados por todos”, explica.

Para Renato, as operadoras incluem em seu custo, e, consequentemente em seu preço, o fator “risco”

por meio de elaborados cálculos atuariais que não existem nos hospitais. Como os prestadores de serviços gerenciam os riscos, então, já que os hospitais não os incluem ? Conforme Couto, os dados mostram que as operadoras não são tão boas em suas contas para ge-renciamento de riscos. Mais da metade das operadoras fecharam na ultima década. É muita conta para pouco resultado. “Os riscos não me parecem estar localizados na assimetria da capacidade de calcular riscos e sim na assimetria do conhecimento do método DRG”, finaliza Renato Couto.

O Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, inicou a primeira fase do DRG, em maio de 2015. Após a pre-paração, que incluiu o alinhamento entre o serviço de tecnologia da informação e a capacitação da equipe, a Fundação São Francisco Xavier – entidade que administra o hospital – iniciou a codificação de 100% das altas hos-pitalares. “Passamos a acompanhar todas as informações fornecidas por meio de relatórios, que nos permitiram aperfeiçoar nosso benchmarking com hospitais nacionais e internacionais, e ainda a refinar as oportunidades de melhoria em relação aos resultados alcançados. Dessa forma, dada a relevância dessas informações, apresen-tamos para o corpo clínico de forma transparente e pas-samos a incluí-las em nossa avaliação de desempenho,

Hospital Márcio Cunhaaprimorando tam-bém a governança”, explica Mauro Os-car Soares de Souza Lima, superintenden-te geral de Hospitais da Fundação São Francisco Xavier.

Recentemente, a Fundação deu início à segunda fase do projeto no Hospital Márcio Cunha, quan-do foi incluída a apli-cação também em to-das as admissões hos-pitalares, permitindo um ajuste fino com acompanhamento em tempo real em relação ao tempo de permanência dos casos admitidos e seus desfechos. Ressalta-se que estas informações também são baseadas nos registros de Classificação Internacional de Doenças (CID) prin-cipais e secundários, fornecidos pelo médico solicitante da internação, fator primordial para a codificação ade-quada. Atualmente, o Hospital Márcio Cunha trabalha na vertente de custos por procedimentos alinhados ao DRG.

Mauro Oscar Soares

Elvira Nascimento

Elvira Nascimento

8 JORNAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS • OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016

EQUIPE QUE FAZ

Socor, um hospital moderno na busca pelo melhor atendimento ao paciente

Com um movimento diário de 2 mil pessoas, o Hospital Socor é uma pequena cidade do interior dentro da capital do estado. Instituição com 48 anos de existência, pioneira em urgências e emergências cardiológi-cas em Minas Gerais, ampliou sua área de atuação, transformando-se em um Hospital Geral e tornando-se referência em atendimentos de alta qualidade nas mais diversas áreas da medicina, como cardiologia, or-topedia, neurologia, cirurgia geral, vascular, urologia e clínica médica dentre outras.

Com certificado de acreditação máxima conferido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), o Socor conta com ampla estrutura físi-ca. Tem área de Pronto Atendimento, unidades de internação, ambulató-

rios próprios, laboratório, estrutura completa de serviços de apoio de diagnóstico e terapia (SADT), diag-nósticos por imagem e salas cirúrgicas modernas, entre outros espaços. Seu corpo clínico, extremamente qualifi-cado, é composto por mais de 400 médicos, além de recursos humanos e tecnológicos capazes de atender à todas as exigências e necessidades médicas e legais.

Atualmente o hospital possui 117 leitos em sua unidade de internação, distribuídos entre 93 apartamentos e 19 leitos de CTI, além de um andar es-pecífico (cinco leitos) para transplante de medula óssea. O diretor Castinaldo Bastos Santos explica que o Socor é o único hospital privado do estado autorizado pelo Ministério da Saúde a realizar o Transplante de Medula

Óssea (TMO) não aparentado. Todas as instalações da unidade de TMO contam com um sistema moderno e especial de filtragem do ar (Filtro Hepa), além do parque tecnológico específico para esse tratamento: “Nunca é demais repetir que a cer-tificação nível III obtida pela nossa empresa atesta o reconhecimento da ONA pela qualidade, pela segurança dos pacientes e pela excelência na prestação de nossos serviços”, finaliza o diretor.

Planejamento estratégico – O superitendente executivo do Hospital Socor, Luis Gustavo Batista, acredita, que uma gestão profissional, voltada para a qualidade, resolutividade e excelência, é de extrema importân-cia para as instituições hospitalares, que, por natureza, são empresas de altíssima complexidade.

Além dos serviços de qualidade oferecidos, o hospital se modernizou, implantando todo o planejamento estratégico da instituição. Seus ob-jetivos e metas são elaborados pelo Conselho de Administração e pela Diretoria Executiva, sendo depois re-passados para as mais diversas esferas operacionais.

Números do hospital/mês•520 cirurgias

•6 mil atendimentos de urgência

•30 mil exames

•5 mil consultas

•2,5 mil internaçõesO Socor implantou o Planejamento Estratégico, um grande passo para a sua modernização

OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016 • JORNAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS 9

Plano de Gestão de Resíduos Sólidos de BH discute o lixo hospitalar

O recolhimento e destinação do lixo hospitalar são motivos de preocupação das autoridades res-ponsáveis pelo assunto em Belo Ho-rizonte, incluindo o setor hospitalar. A Central dos Hospitais tem partici-pado das discussões sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), em fase de elaboração na capital.

Até 2014, a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) promovia a coleta dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) em estabelecimentos prestadores de serviços de saúde públicos e privados e os destinava à célula de aterro de RSS localizada

na Central de Tratamento de Resí-duos Sólidos, na BR-040, com base no disposto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010 e Lei Municipal 10.534/2012).

Desde 2014 a SLU não faz mais coleta de resíduos hospitalares em Belo Horizonte, com exceção das instituições de saúde da prefeitura. Todas as outras unidades ligadas ao governo do estado, governo federal e particulares são responsáveis pelas suas próprias coletas.

Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saú-de – A coleta e a destinação dos Resíduos de Serviços de Saúde estão

sujeitas aos serviços de elaboração, implementação,operacionalização e monitoramento do Plano de Geren-ciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) que devem ser aprovados pela autoridade municipal competente. O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Belo Horizonte (PMGIRS-BH), que avançou esse ano para sua quarta etapa, continua seguindo na dis-cussão sobre a questão dos resíduos hospitalares em BH.

Conforme Maria Esther de Castro e Silva, chefe do Departamento de Planejamento da SLU, essa fase do Plano é de proposição de diretrizes, metas, estratégias e ações, para um horizonte de 20 anos da gestão am-bientalmente adequada e sustentável dos resíduos gerados na capital. Tudo isso a partir da análise crítica das informações coletadas ao longo do estágio anterior, correspondente ao diagnóstico.

Segundo Maria Esther, esse é um trabalho conjunto entre a Secretaria Municipal de Saúde, a SLU e a Secre-taria Municipal de Meio Ambiente.

FIQUE POR DENTRO

TRIBUTO Contribuição sindical

A Confederação Nacional da Saúde comunica aos seus associados que a contribuição sindical pode ser recolhida no período de 1º de janeiro a 30 de janeiro de 2017. Veja a tabela abaixo e como calcular o imposto de seu estabelecimento, que varia con-forme o capital social:

Linha Classe de Capital Social – R$ Alíquota (%) Parcelas a Adicionar - R$

1ª 0,01 A 24.913,24 Cont. Mínima 199,31

2ª 24.913,25 A 49.826,48 0,8% -

3ª 49.826,49 A 498.264,75 0,2% 298,96

4ª 498.264,76 A 49.826.475,00 0,1% 797,22

5ª 49.826.475,01 A 265.741.200,00 0,02% 40.658,40

6ª 265.741.200,01 em diante Cont. Máxima 93.806,64

Como calcular: 1) Enquadre o capital social na “classe de capital” correspondente;2) Multiplique o capital social pela alíquota correspondente à linha onde for enquadrado o capital; e3) Adicione ao resultado encontrado o valor constante da coluna “parcela a adicionar”, relativo a linha do enquadramento do capital.

NOTÍCIAS GERAIS

10 JORNAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS • OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016

Acreditação, como funcionaO processo de Acreditação no Brasil vem crescendo nos

últimos anos e muitos dos estabelecimentos do setor de saúde já possuem a certificação expedida pela Organiza-ção Nacional de Acreditação (ONA), instituição que avalia gestão hospitalar, índices de qualidade, processos desenvol-vidos, envolvimento do corpo clínico, parque tecnológico, instalações e arquitetura hospitalares e recursos humanos, dentre outros fatores.

Toda essa evolução de conceitos dos hospitais para a importância da Acreditação foi possível não somente pelo crescimento de um mercado cada vez mais competitivo, mas, em especial por uma sociedade que demanda a cada dia serviços mais qualificados. Tudo isso tem permitido a conscientização dos gestores de instituições hospitalares para a importância de promover a Acreditação de suas instituições.

Equipes altamente qualificadas, especializadas em auditoria, são destacadas e endossadas pela ONA para avaliar hospitais, clínicas e casas de saúde brasileiras, cuja participação é voluntária. Mesmo não sendo obrigatória, a cada dia o setor hospitalar se interessa mais por essa Acreditação, informa Castinaldo Bastos Santos, presidente da Central dos Hospitais de Minas.

“Apesar das dificuldades de se implantar as exigências para obter Acreditações e selos de qualidade, em função das adequações necessárias, como modernização de equi-pamentos e instalação de espaços, o importante é lembrar

que todos os custos envolvidos são investimentos e não gastos”, informa o presidente.

Para o diretor da Central, Otávio Pinto de Carvalho, em um futuro próximo o mercado não terá mais espaço para instituições hospitalares sem Acreditação: “Muitas delas já estão buscando a Acreditação internacional”, finaliza o diretor.

Tipos de AcreditaçãoAcreditado - Para instituições que atendem aos

critérios de segurança do paciente em todas as áreas de atividade, incluindo aspectos estruturais e assis-tenciais. O tempo de validade do selo é de dois anos.

Acreditado Pleno - Para instituições que, além de atender aos critérios de segurança, apresenta gestão integrada, com processos ocorrendo de maneira flui-da e plena comunicação entre as atividades. Válido por dois anos.

Acreditado com Excelência - O princípio deste nível é a “excelência em gestão”. Uma Organização ou Programa da Saúde Acreditado com excelência atende aos níveis 1 e 2 , além dos requisitos espe-cíficos de nível 3. A instituição já deve demonstrar uma cultura organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional. Válido por três anos.

Fonte: www.ona.com.br

OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016 • JORNAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS 11

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Belo Horizonte (Sindeess), em 2015, ajuizou Ação Civil Pública contra o Sin-dicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Estado de Minas Gerais (Sindhomg) pretendendo, no exercício da representação de sua categoria, o pagamento, por parte dos representados pelo Sindhomg, de diferenças salariais decorrentes do não suposto reajuste dos salários em 2013 e em 2014, bem como o pagamento das supostas diferenças sa-lariais decorrentes do não distanciamento dos pisos salariais em 2013 e em 2014.

O Sindeess pediu, também, a con-denação do Sindhomg ao pagamento de indenização por dano moral coletivo a ser arbitrada em valor não inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de re-ais) e que fosse determinado ao Sindicado patronal e aos seus representados, que não firmaram Acordo Coletivo de Trabalho para 2013 e 2014, que parassem de praticar jor-nada de 12 horas em turnos ininterruptos de revezamento e praticassem jornada de 6 horas de trabalho.

O processo tramitou em primeira instância perante a 33ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. Após realizada a instrução processual em primeira instância, na sentença, os pedidos formulados pelo Sindeess foram julgados par-cialmente procedentes, sendo determinada a recomposição salarial a todos os empregados representados pelo Sindica-to Autor, a partir de abril de 2014, bem como o pagamento das diferenças salariais decorrentes do não distanciamento dos pisos salariais em 2014. Na sentença, o Sindhomg e seus representados foram condenados, ainda, a parar de praticar a jornada de 12 x 36, em turnos ininterruptos de revezamento, sob pena de multa diária. O Sindhomg, por fim, foi condenado a pagar R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) a serem revertidos ao Fundo de Amparo ao Tra-balhador (Fat), a título de indenização por danos morais coletivos, bem como custas e honorários advocatícios de sucumbência.

Em 18/11/2016, o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, através de sua Quinta Turma, apreciou e julgou os recursos ordinários interpostos pelas partes e à unanimidade, conheceram de ambos os recursos e DERAM PROVIMENTO AO RECURSO ORDINÁRIO interposto

pelo Sindhomg, reformando, assim, a sen-tença anteriormente proferida. O trabalho realizado no tribunal foi conduzido pelo es-critório Aroldo Plínio e Teixeira Advogados.

O Tribunal Regional do Trabalho jul-gou extinto o processo, sem julgamento do mérito, no tocante aos pedidos de aplicação dos índices de correção salarial pretendidos, referentes aos períodos de 2013 e 2014 e de pagamento de diferen-ças salariais decorrentes do não distan-ciamento dos pisos salariais previstos no instrumento coletivo anterior, de 2012, por entender inadequada a via eleita pelo Sindeess, uma vez que a Ação Civil Pública não se presta a criar normas de regência, função típica, específica e exclusiva da

sentença normativa.

Assim decidindo, considerou que a sentença, equi-vocadamente, fixou cláusula normativa de natureza econômica, concedendo, inclusive, reajustes. Contudo, a via adequada pertinente à solução do litígio é o Dissídio Coletivo.

Através da decisão proferida pela 5ª Turma do Tribu-nal Regional do Trabalho da 3ª Região, o Sindhomg foi absolvido da condenação que lhe foi imposta na sentença, de pagar, a título de danos morais coletivos, indenização no valor arbitrado de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). A decisão proferida pelo TRT-3ª Região, ainda, dando provimento ao recurso interposto pelo Sindhomg, reformou a sentença no tocante a jornada de 12 x 36, que determinou que fosse aplicada a jornada de trabalho de 6 horas para os trabalhadores que trabalham em turnos ininterruptos de revezamento.

TRT julga favoravelmente recursos do Sindhomg contra Ação Civil Pública do Sindeess

COLUNA LEGAL

Cláudio Campos Assessor Jurídico do Sindhomg

‘O TRT - 3ª Região deu provimento ao recurso ordinário interposto pelo

Sindhomg e reformou a sentença.‘

A RECORRENTE CRISE DOS CUSTOS DA SAÚDE!OPINIÃO

Embora seja visível o aprofundamento da crise de-

corrente do impacto relacionado aos indicadores de

inflação, o setor vem convivendo há décadas com

uma política de preços dos serviços e insumos hospitala-

res sem qualquer sintonia com as referências de custeio

da produção das referidas atividades assistenciais. Neste

sentido, os serviços hospitalares, em geral as diárias e

taxas de sala (apenas para citar alguns exemplos) estão

longe de manter uma relação favorável entre custos e

preços – raros os hospitais que não registram perdas

com a venda desses serviços. No passado recente ainda

poderia se argumentar que essa defasagem estaria sendo

compensada pela margem de lucro obtida com a venda

de materiais e medicamentos. Como foram promovidas

adequações nos indicadores dos resultados desses insumos,

a referida compensação foi extinta sem, todavia, ter sido

restabelecido o equilíbrio nos preços dos serviços – logo,

uma razão a mais para o aprofundamento das dificuldades

das organizações de saúde.

Não bastasse essas questões de ordem econômica,

com crise ou sem crise, as relações negociais entre os

prestadores de serviços e operadoras de planos de saúde

estão ainda desprotegidas de fundamentações básicas

no âmbito da remuneração dos serviços. Além da pouca

consistência do modelo que predomina – “fee-for-service,

conta aberta” – que, por si só já reúne claras deficiências,

em geral os preços são objeto de negociação sem levar

em conta os indicadores de custos e, muito menos, clareza

quanto à intensidade dos serviços e insumos utilizados

nos tratamentos. Portanto, também é a oportunidade de

reflexão sobre avanços quanto aos mecanismos de paga-

mento, através de um ciclo consistente que se inicia com

a organização do cuidado, passa pelo custeio dos serviços

e permite progressos no âmbito da remuneração.

Em suma, não há mais como ignorar: esforços redobra-

dos não apenas visando atenuar as profundas feridas de-

correntes de uma crise econômica inusitada, mas também

12 JORNAL DA CENTRAL DOS HOSPITAIS • OUTUBRO/DEZEMBRO DE 2016

Raras vezes presenciamos uma crise econômica tão profunda como esta que atingiu o país nesses últimos dois anos. Sinalizações favoráveis estão indicando retomada do crescimento a partir de 2017, porém é consenso entre os especialistas que será lento e gradual. Alguns economistas estão projetando que somente em 2020 o Brasil conseguirá restabelecer o PIB que foi registrado em 2014. Não há como ignorar que o setor da saúde também sofre, ainda mais com uma crise dessa magnitude. Mesmo em períodos de estabilidade econômica, como o verificado nos anos anteriores à presente recessão econômica, o segmento hospitalar sempre foi vítima de desequilíbrios econômico-financeiros.

Afonso José de Matos - Diretor Presidente da Planisa

fazer da própria crise uma oportunidade para estabelecer

algumas premissas de gestão, tão básicas em qualquer

outra atividade empresarial. Somente com essas iniciativas

é que conseguiremos promover maior sustentabilidade ao

segmento da saúde.

Sabemos que “mudar é difícil, porém não mudar pode

ser fatal”.

‘O setor vem convivendo há décadas com uma política de preços dos

serviços e insumos hospitalares sem qualquer sintonia com as referências de custeio da produção das referidas

atividades assistenciais.‘

Bruno Cantini