farol siga

EspecialINDICADORES

Litoral Norte

2012

Gestão Pública 02Meio Ambiente, Consumo e Atitude Responsável 03Segurança Pública, Equidade e Justiça Social 04Planejamento Urbano e Habitação 05Ação Local para Saúde 06

Educação 08 Turismo e Economia Sustentável 09Mobilidade Urbana 10Esporte e Lazer 11Cultura 11

O SIGA/LN – Sistema de Indicadores e Informações Georeferenciadas e Ambientais do Litoral Norte do Estado de São Paulo tem o objetivo de oferecer aos cidadãos dados atualizados dos Indicadores Sociais, Econômicos, Ambientais e de Capacidade da Gestão Pública dos municípios de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.Divididos em dez eixos temáticos, descritos no índice abaixo, os Indicadores consolidados até o momento estão disponíveis no site www.litoralnortesustentavel.org.br e serão atualizados à medida que novos dados forem fornecidos pelas administrações municipais e demais órgãos responsáveis.Além das tabelas com centenas de Indicadores e de gráficos que apontam as diferenças entre os quatro municípios, o site também traz mapas temáticos que detalham características importantes da região, como Gerenciamento Costeiro, Setores Sensitários, Bacias Hidrográficas e Núcleos de Ocupação Desordenada, entre outros.A construção e manutenção de uma base de dados atualizada e contínua oferecerá à sociedade civil mais uma importante ferramenta de acompanhamento e controle social, permitindo que cada cidadão possa conhecer melhor as políticas públicas de seu município e influenciar o futuro da cidade onde vive.

Especial Indicadores (02) Litoral Norte

Caracterização dos Municípios

O Litoral Norte Paulista é uma das regiões que apresenta alto índice de crescimento populacional, perto de 2,5% ao ano, o dobro da média do estado de São Paulo.

No município de Ilhabela, que tem a maior taxa, este índice chega a 3,12%.Os domicílios de uso ocasional (2ª residência), ocupam perto de 40% do total dos imóveis residenciais, mostrando que o maior percentual da atividade turística é baseado em residências de veraneio. Isso traz impacto na economia imobiliária, com altos custos de moradias.Também vale destacar que o grande contingente de veranistas, que utiliza parte da infra-estrutura pública, não tem participação efetiva nas diretrizes da cidade, primeiramente por passarem apenas finais de semana e feriados, segundo porque poucos votam na região. Destaca-se também que a região tem em torno de 75% de seu território ocupado por UCs – Unidades de Conservação. A densidade demográfica é baixa, se compararmos com municípios mais urbanizados, ainda que se excluam as áreas de UCs, que não são urbanizáveis.

Gestão Pública

Com base no orçamento dos quatro municípios, constatamos que a arrecadação das prefeituras é bem superior à média nacional. Enquanto a

maioria dos municípios brasileiros está na faixa de 1 mil reais de receita por habitante, a média do Litoral Norte é mais que quatro vezes maior, com destaque para São Sebastião com 7,4 mil e Ilhabela com 4,8 mil. Principalmente nesses dois municípios, isso se dá graças aos royalties recebidos pela atividade de exploração de Petróleo e Gás. Como já detectado no diagnóstico efetuado pelo Instituto Polis, as gestões locais utilizam de forma incipiente instrumentos como Metas e Indicadores de Avaliação de Desempenho, fato que pode ser observado nos PPAs – Planos Plurianuais e nas LOAs – Leis de Orçamento Anual de cada município.Apesar de um dos maiores problemas da região ser a habitação e ocupação desordenada, pode-se notar que as prefeituras destinam verbas irrisórias para esse fim, e o mesmo ocorre com a área de Saneamento, havendo, portanto, total dependência do Estado para solução desses problemas.

São Sebastião

Ilhabela

Caraguatatuba

Ubatuba


Meio Ambiente, Consumo e Atitude Responsável

Dentro dos indicadores ambientais, vale destacar o indicador de Município Verde e Azul, que é medido pela Secretaria Estadual

de Meio Ambiente, mediante análise de uma série de informações ambientais dos municípios. Destaque para o município de Ubatuba com a melhor colocação, sendo que Ilhabela tem o pior índice entre as quatro cidades. Já quanto ao número de crimes e ocorrência ambientais, analisados proporcionalmente à população, Ilhabela tem o menor valor.

Neste segmento, o maior problema da região é a destinação de resíduos sólidos, que é totalmente transbordada (transportada para outros municípios no planalto), gerando um alto custo (estimado em 20 milhões/ano) apenas com o transporte e disposição final, problema que urge uma solução regional integrada. Além das altas

despesas, a contratação deste transporte também gera outro problema alarmante: 1,5% dos acidentes registrados envolvem os caminhões que operam o transbordo, sendo a maioria na Rodovia dos Tamoios. Ressalta-se também o baixo percentual de coleta seletiva, onde o melhor município, Ilhabela, consegue coletar apenas 10% dos resíduos destinados a reciclagem.

O percentual de economias (prédio ou subdivisão de um prédio com ocupações comprovadamente independentes entre si que utilizam uma única instalação de água

ou esgoto) ligadas à rede de água tratada (em relação ao número total de domicílios) é em média de 70%, e o percentual de economias conectadas à rede de coleta de esgoto é uma das menores entre as regiões do estado de São Paulo, em torno de 39%. Mesmo com a atuação do programa estadual Onda Limpa, que tem trabalhado para aumentar esse indicador, possivelmente, o crescimento populacional, bem como as ocupações desordenadas, que vêm causando poluições nos córregos, não tem melhorado a balneabilidade das praias, sendo uma séria ameaça ao turismo da região.

Nota-se que o percentual das praias monitoradas que permanecem impróprias para banho não tem melhorado, e mesmo com o programa Onda Limpa o crescimento populacional e a poluição dos córregos contribuem para essa falta de balneabilidade. O pior indicador fica para o município de Ilhabela (15,09% em média do tempo com falta de balneabilidade), que coincidentemente tem o pior percentual de ligações de esgoto na rede.

Vale destacar que a região é classificada eminentemente como área de preservação, que tem 75% de seu território protegido por UCs, além de vários parques municipais e RPPNs (Reserva Particular de Patrimônio Natural). Não obstante a isso, vemos que as UCs carecem de infra-estrutura que permita aumentar a visitação, bem como dificuldades de fiscalização ambiental.


Segurança Pública, Equidade e Justiça Social

Alguns números chamam atenção na área de segurança. Entre eles o alto volume de furtos, que proporcionalmente, é maior que a região do ABC Paulista, por exemplo. Com 43 casos de vítimas de homicídios em 2011, a cidade de Caraguatatuba possui um dos piores indicadores de segurança do estado. São Sebastião e Ubatuba contam com a Guarda Municipal, o que não ocorre em Ilhabela e Caraguatatuba.

Os indicadores mostrados pelo SAMU apontam São Sebastião como a cidade com o trânsito mais violento da região. Números bastante expressivos, proporcionalmente, também são observados em Ilhabela, apontando uma urgente necessidade de um programa de educação e aumento da fiscalização.Conforme informações do SIAP – Sistema de Informações da Administração Pública, o número total de policiais (incluindo Polícias Civil, Militar e Guarda Municipal), são respectivamente 45 em Ilhabela, 212 em Caraguatatuba, 274 em São Sebastião e 207 em Ubatuba.

A ONU recomenda um policial para cada 250 habitantes, e fazendo-se a proporção pelo número de habitantes temos em Ilhabela 1 para 644, em Caraguatatuba 1 para 481, em São Sebastião 1 para cada 275 e em Ubatuba 1 para cada 385, portanto apenas São Sebastião tem um número aproximado ao recomendado.Além disso, devido ao alto volume de processos fundiários, há uma deficiência no poder judiciário, com destaque para Ilhabela cujo juiz em exercício tem um volume de processos 5 a 6 vezes maior que a média brasileira tornando moroso o julgamento dos processos, fato que levou a sociedade civil a solicitar a criação de uma nova vara.

A expansão do Porto de São Sebastião e consequente aumento do volume de embarque/desembarque de tripulações, bem como aumento do fluxo de transporte por caminhões serão vetores de criminalidade e insegurança e, portanto, demandarão um aumento da infra-estrutura desse setor.


Planejamento Urbano e Habitação

O maior desafio da região é conter o aumento populacional que deverá chegar em 25% nos próximos 10 anos

e solucionar os problemas de ocupação desordenada que já somam 183 focos ou núcleos de ocupação (denominados como AEIS - Áreas Especiais de Interesse Social), alguns já em zona de amortecimento das UCs – Unidades de Conservação. O déficit habitacional para acomodar toda essa população chega próximo a 13 mil unidades habitacionais em toda a região.

Excetuando-se o município de Caraguatatuba, os outros três possuem baixo estoque de áreas para expansão e áreas para Programas de Habitação, além de outras dificuldades enfrentadas para adesão a esses programas, que é a regularização fundiária e alto custo da infra-estrutura que tem que ser provida pelas prefeituras. Por outro lado, ao analisarmos os orçamentos municipais, vemos claramente que o setor de habitação não é prioritário nas administrações, cujos valores orçados são irrisórios.

A região tem em torno de 185 mil domicílios, sendo que aproximadamente

1/3 (mais de 60 mil) são domicílios de 2ª residência que estão a maior parte do tempo desocupadas, não obstante a isso, necessitam também toda infra-estrutura urbana. A população flutuante (que inclui turistas e veranistas) chega a dobrar em finais de semana, feriados e temporada, utilizando todo o sistema público (hospitais, serviços, coleta de lixo, água e esgoto), o que dificulta o planejamento urbano.

O único município que possui um Plano Diretor em operação há algum tempo é Ilhabela, sendo que os outros municípios estão em fase final ou em fase de implantação dos mesmos.

Foi estimado pela AAI - Avaliação Ambiental Integrada, feita pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente em 2009, que a população de saturação é de 289 mil para Caraguatatuba, 132 mil para Ubatuba, 102 mil para são Sebastião e 49 mil para Ilhabela, considerando estoque de área bem como limite de capacidade hídrica (disponibilidade de água potável).O grande desafio da região portanto, é compatibilizar o crescimento e desenvolvimento, reduzir a dependência da Construção Civil, fugir da lógica de crescimento imobiliário e evitar os loteamentos irregulares.

Costa Bela15 famílias/domicílios

Núcleos de ocupação desordenada mapeados


Ação Local para Saúde

Diversos são os indicadores que têm por objetivo avaliar o estado de saúde de

uma comunidade. Alguns referem-se à estrutura administrativa e operacional disponível para atender as ações de promoção, preservação e recuperação da saúde, especialmente na área de medicina preventiva e curativa.Neste aspecto, normalmente a escolha de alguns indicadores como os elencados abaixo, permite ter uma ideia da estrutura governamental ou eventualmente particular (caso dos hospitais privados) destinada a operacionalizar a política de saúde de um município.

•Gastos público per capita com a saúde;•Nº de unidades para atendimento à saúde;•Nº de leitos hospitalares.

Outros indicadores são selecionados com vistas a aferir a qualidade da saúde de uma população. Alguns são internacionalmente estabelecidos, como a Mortalidade Infantil, Mortalidade Materna, morbidades e mortalidade por algumas patologias ou agravos, considerando-se que estão relacionadas à condições de desenvolvimento, hábitos de vida e políticas públicas voltadas à prevenção (imunização e programas de educação).Um dos principais indicadores utilizados em todo o mundo é o Coeficiente de Mortalidade Infantil, obtido pela razão entre o nº de óbitos de crianças < 1 ano/ 1.000 nascidos vivos da população residente em uma determina região geográfica (município, estado, país).Este coeficiente foi desagregado em Mortalidade Infantil Precoce ou Neonatal e Mortalidade Infantil Tardia, tendo em vista as possíveis causas relacionadas a estes tipos de mortalidade.

•O Coeficiente de Mortalidade Infantil Neonatal refere-se aos óbitos de nascidos vivos ocorrido no período de 0 a 27 dias. É o fator mais significativo da mortalidade infantil, pois suas principais causas estão relacionadas à qualidade da assistência ao parto, à gestação de alto risco, ao pré-natal deficiente, à causas congênitas, etc.•O Coeficiente de Mortalidade Infantil Tardia refere-se aos óbitos de nascidos vivos ocorrido no período de 28 dias a 1 ano. Suas principais causas estão relacionadas a fatores externos tais como carência de higiene e saneamento precário, cuidados da mãe com o bêbe, etc.


Todos os municípios do Litoral Norte gastam na área de saúde mais que o percentual exigido pela LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal (15% das Receitas Correntes).

A maioria dos municípios brasileiros tem orçamento anual per capita entre R$ 200,00 a R$ 450,00. O único município da região nesse patamar é Ubatuba, sendo que São Sebastião tem aproximadamente três vezes esse valor e Ilhabela duas vezes. A região dispõe em média de 1,2 leitos para cada 1000 habitantes, muito próximo da média nacional que é de 1,3. Segundo diagnóstico do Instituto Polis na região, estima-se que aproximadamente 1/5 da população possui planos privados de saúde.Devido a distância de grandes metrópoles, a região carece de um hospital regional que possa atender as especialidades e desonerar os municípios desses tipos de serviços.A região possui 63 UBS - Unidades Básicas de Saúde, sendo que o município de Ilhabela, com 12 UBS tem a maior quantidade proporcionalmente ao número de habitantes.Entre os quatro municípios, em 2011, Ilhabela teve o melhor Índice de Desempenho do SUS, com nota 6,34.

Unidades de saúde de Ilhabela


Educação

No Eixo Educação é possível visualizar os investimentos de cada Município, população em idade escolar, quantidade de

unidades de ensino e a respectiva de alunos e professores por etapa de ensino. Neste eixo também são apresentados indicadores nacionais e estaduais de qualidade como o SARESP e IDEB, permitindo identificar o nível de aprendizagem dos alunos de cada município, bem como acompanhar a evolução da qualidade da educação ao longo dos anos.Os investimentos em educação dos Municípios do Litoral Norte são bastante peculiares. Entre eles, São Sebastião apresenta o maior investimento per capita (aprox. R$4.000,00 por habitante em idade escolar, 0 a 19 anos), 50% acima do menor, Ubatuba. Caraguatatuba apresenta o segundo menor investimento, 36% acima do de Ubatuba e 22% abaixo do de Ilhabela, que assume o segundo maior investimento. Estes números demonstram uma aparente otimização dos recursos em Caraguatatuba, uma ineficiência dos investimentos de São Sebastião, baixo investimento em Ubatuba e investimentos adequados em Ilhabela, como mostram os indicadores a seguir. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, IDEB, é um indicador de qualidade educacional de abrangência nacional obtido pelos estudantes ao final das etapas do ensino fundamental I e II e ensino médio, e que combina informações de desempenho em exames padronizados (Prova Brasil ou Saeb) com informações sobre rendimento escolar (aprovação).O IDEB é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, tenha nota 6 em 2022, correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos.No Litoral Norte de São Paulo, Caraguatatuba e Ilhabela apresentam o melhor resultado IDEB com notas entre 4,5 e 5,0 (2009 e 2011), mostrando desempenho positivo se comparado a média nacional (4,1) e Estadual (5,0). Ilhabela, com metas mais ousadas, apresenta dificuldades em atingir a pontuação necessária, principalmente nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Ubatuba e São Sebastião possuem menores notas, entre 4,0 e 4,5,

apresentando dificuldades em atingir as metas, principalmente nos anos finais do ensino fundamental. O sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo, SARESP, é um sistema que verifica o desempenho dos alunos do ensino Fundamental e Médio, semelhante ao IDEB, porém é realizado anualmente e apenas no Estado de São Paulo. As notas obtidas, seguindo a metodologia de avaliação do SARESP, classificam e determinam os níveis de proficiência e o encaminhamento pedagógico necessário.O Litoral Norte demonstra nível de proficiência BÁSICO (2011), embora o padrão de desempenho esperado pelo sistema de

educação paulista seja um nível acima, o ADEQUADO. As etapas de ensino iniciais apresentam melhores resultados mantendo-se 20% a 30% acima da menor nota necessária para estar no nível BÁSICO, sendo que nas etapas finais e principalmente no ensino médio, permanecem apenas com margem entre 2% e 17% acima do BÁSICO e, em alguns casos, dentro da faixa de proficiência de nível ABAIXO DO BÁSICO. Assim no Litoral Norte o encaminhamento pedagógico sugerido pela metodologia de avaliação com resultados dentro do nível BÁSICO de proficiência, é de uma RECUPERAÇÃO CONTÍNUA e para aqueles resultados na faixa ABAIXO DO BÁSICO, RECUPERAÇÃO INTENSIVA.


Turismo e Economia Sustentável

Os Planos Diretores e Leis Orgânicas dos quatro municípios apontam o turismo como principal vocação

econômica, ainda que a base da região esteja ainda centrada principalmente no veraneio ou 2ª residência.

Apesar da natureza exuberante da região, que tem parques, cachoeiras e belas praias, o ecoturismo ainda é incipiente e poderá ser uma alternativa ao já consolidado turismo de sol e praia.

O trade turístico ainda é pouco organizado, carece de uma governança regional, ainda que já tenha algum esforço com apoio do Sebrae para a criação de um Circuito Turístico, porém a passos lentos, faltam pesquisas que demonstrem claramente o perfil turístico e um calendário consolidado de eventos.

Assim outras atividades como, por exemplo, a construção civil, acabam aparecendo como grandes empregadores.

A taxa de desemprego da região gira em torno de 7% (acima da média brasileira que é de 5,6%).

O IFDM – Indice Firjam de Desenvolvimento Municipal, aponta Caraguatatuba como o melhor entre os quatro municípios.

A região tem 15.628 empresas cadastradas no CAGED – Cadastro Geral de Emprego e Desemprego, 49.795 empregos formais, dando uma média de 3,2 empregos formais por empresa, caracterizando uma região de pequenas empresas, e uma média salarial entre todos os setores de R$ 1.400,00, ou seja, 2,2 Salários Mínimos. Considerando a População Economicamente Ativa (PEA) e considerando também que

a região tem um volume considerável de profissionais liberais, ainda assim, estima-se uma taxa de informalidade acima de 40%, possivelmente alocados na Construção Civil e serviços como caseiros e jardineiros.

Portanto, o desafio da região é impulsionar e compatibilizar a vocação turística com os setores de exploração de petróleo e gás e portuário, com risco de perder a identidade em curto espaço de tempo. A região é destino de lazer, frequentada principalmente por pessoas provindas das grandes cidades paulistas.


Mobilidade Urbana

O indicador que mais chama atenção é o tamanho da frota (que inclui veículos e motocicletas). Estima-se que

cresceu cinco vezes nos últimos 10 anos e já apresenta impactos na região, que começa enfrentar trânsito em diversos pontos dos municípios.

Não obstante a isso, a malha viária não acompanhou esse crescimento, sendo composta geralmente por uma linha principal beira mar, com poucas alternativas de crescimento paralelo. Portanto, será um grande desafio das administrações públicas conciliar esse crescimento da frota com o tráfego local.

Os níveis de acidentes demonstrados pelos indicadores do SAMU também mostram um aumento na violência do trânsito.

Em função dos grandes empreendimentos previstos para a região, como a possível expansão do Porto de São Sebastião e o consequente aumento do fluxo de

caminhões, além da duplicação da Rodovia dos Tamoios, bem como a implantação das Rodovias do Contorno Norte e Sul, o fluxo de veículos na região sofrerá ainda um grande acréscimo.

Portanto, para evitar um colapso na mobilidade, novas alternativas devem ser buscadas, como o incremento do transporte aquaviário, que vai demandar uma infra-estrutura de píeres em todos os municípios.

Há ainda a necessidade de priorizar investimentos em ciclovias. Apesar da falta de informações gerais sobre a malha cicloviária, há a percepção de que os municípios começam a considerar a bicicleta como alternativa de transporte, porém ainda de maneira muito insipiente. Notadamente, o município de Ubatuba tem o maior número de bicicletas per capita, porém não há um indicador formal para medir tal índice.

Zoneamento Urbano (de acordo com o Plano Diretor)e Zoneamento do Parque Estadual(de acordo com Plano de Manejo)


Esporte e Lazer

Como em qualquer outra política, o tipo de órgão gestor é um indicador da relevância assumida pela atividade na administração

municipal, uma vez que informa sobre a estrutura organizacional existente para o encaminhamento das políticas públicas (IBGE 2009). Nesse sentido, os quatro Municípios do Litoral Norte apresentam indicador positivo no ESPORTE, possuindo Secretarias exclusivas, assim favorecendo a garantia dos direitos fundamentais para o desenvolvimento social e contribuindo para a qualidade de vida da população.

Além de constituir secretaria exclusiva, outra maneira de perceber as prioridades de um município em determinada política é observarmos o investimento per capita, por exemplo, no caso do ESPORTE, Ubatuba tem o menor investimento per capita, mesmo com incremento de 22% no orçamento de 2012, disponibilizando apenas R$26,00 por habitante. No outro extremo temos São Sebastião investindo cerca de R$121,00, seguido de Ilhabela (R$ 74,00) e Caraguatatuba (R$ 43,40). Vale destacar que no contexto do Litoral Norte a atividade esportiva

trás a oportunidade de valorização do relacionamento homem/natureza, que se acentua cada vez mais em virtude da necessidade do ser humano estar em contato com espaços verdes, muitas vezes decorrente de um estresse causado pelo crescimento dos grandes centros e urbanização de ambientes.Assim, a promoção turística esportiva da região pode consolidar a ideia de que o atrativo é passível de visitação durante o ano inteiro e não apenas durante uma estação do ano, sendo uma opção turística contra a sazonalidade

A mensuração da incidência de equipamentos culturais, meios de comunicação e Conselhos Municipais de Cultura são

indicadores básicos da estrutura cultural existente em um município (IBGE, 2009). Além disso, aspectos relevantes para avaliação da gestão municipal também se refletem na caracterização do órgão gestor, ou seja, como a função da Cultura situa-se na administração municipal, indicando a sua importância. Em 2009, os municípios brasileiros mostravam sua função cultural em sua maior parte (70,9%) formalmente exercida em secretarias municipais em conjunto com outras políticas (principalmente educação, turismo e esportes), mostrando, segundo o IBGE, o quanto é estrito ainda o reconhecimento da função da Cultura, um indicativo da precariedade do tratamento desta função.No Litoral Norte, os municípios de Ilhabela e Caraguatatuba possuem Secretaria de Cultura exclusiva, o que permite uma

melhor visualização e análise da estrutura disponível neste setor. São Sebastião e Ubatuba têm a função cultural e do turismo juntas na mesma estrutura administrativa, tornando imprecisa qualquer análise.Dentro do universo do Litoral Norte, São Sebastião possui o maior aporte per capita, quase R$ 200,00, embora alguns números demonstrem ineficiência dos investimentos, como por exemplo, apenas 2% de participação da população em programas culturais (artesanato, dança, música). Nesta mesma linha de análise, Ilhabela apresenta um melhor aproveitamento, com aporte de aproximadamente R$ 100,00 per capita e 6% de participação e, semelhante a Ilhabela, Caraguatatuba, com investimentos em torno de R$ 25,00 per capita, tem 2% de participação da população em programas culturais.No Brasil, historicamente, não existe uma estrutura que defina funções ou composição das políticas culturais, e quando muito

passam de meras instâncias formais sem o exercício de uma prática efetiva. Em outros casos, são controlados pelo poder executivo municipal, sem uma autonomia ou exercício baseado na articulação com os setores da sociedade civil (IBGE 2009).Com a recente criação do Sistema Nacional de Cultura (SNC) o Governo Federal pretende viabilizar uma estrutura que integre, articule e organize a gestão cultural no país, aproximando as administrações federal, estaduais e municipais com a sociedade civil, assegurando transparência e controle social do setor cultural. Essa integração é baseada na implementação de conselhos de cultura, fundos de cultura e outras formas de participação nas políticas públicas de produtores culturais e da comunidade em geral. Ilhabela aderiu ao SNC e está elaborando seu plano municipal de políticas públicas culturais, assim como Ubatuba. Os municípios de Caraguatatuba e São Sebastião ainda não aderiram ou estão discutindo sua participação.

Cultura


INDICADORES PROPOSTOSIndicadores Sociais: São formas de medida de programas sociais que permitem efetuar julgamento continuado e eficaz acerca do desempenho das políticas públicas voltadas à qualidade de vida do ser humano e da sociedade como um todo. São eles:

Indicadores econômicos: O crescimento econômico do município gera efeitos benéficos para toda a camada da população, se não diretamente, no mínimo através do que se denomina “vazamento do crescimento, que é quando os benefícios se espalham para todas as camadas sociais. Esses indicadores avaliam a capacidade do Município de crescer economicamente.

Indicadores de capacidade de Gestão Pública: Eles mostram a capacidade do Município de gerar receitas suficientes para financiar as despesas resultantes da provisão de bens e serviços públicos oferecidos à população. Os resultados favoráveis desses indicadores garantem o bom desempenho dos indicadores sociais. Esses indicadores medem a capacidade, suficiência e autonomia fiscal do Município.

Indicadores Ambientais: São parâmetros que descrevem um fenômeno do Ambiente. Eles buscam medir o impacto das atividades empresariais, governamentais e da sociedade como um todo no meio ambiente. Esses indicadores contribuem para formulação de políticas de Desenvolvimento Sustentável e ajudam na transparência das informações aos órgãos interessados.

Rua Olímpio Leite da Silva, 77 Perequê tel (12) 3896 3015Ilhabela SP Brasil 11.630-000

www.nossailhamaisbela.org.br [email protected]

Projeto Gráfico e Editoração:Ilha EditorialTiragem: 1.000 exemplaresDISTRIBUIÇÃO GRATUITA

O Farol da Ilha é um informativo sem fins lucrativos do Instituto Ilhabela Sustentável.

As opiniões dos nossos colaboradores não são necessariamente as opiniões deste informativo.

SIGA/LN - Sistema de Indicadores e Informações Georeferenciadas e Ambientais do Litoral Norte do Estado de São Paulo

Realização: Apoio:

Agradecimento:

www.litoralnortesustentavel.org.br

farol siga

Documents