drenos

27
1 Enfermagem UNIP Jundiaí-SP Prof.: LEANDRO FONSECA DE AZEVEDO DRENOS, SONDAS e CATETERES A origem da palavra drenar vem do inglês drain – esgoto, escoar. Os objetivos do dreno são: evitar o acúmulo de líquidos em sítios onde se deseja o fechamento de espaços vazios promover saída de líquidos ou ar que se acumulam (seromas, hematomas, pus, secreções digestivas) controle hídrico, como por exemplo o cateter vesical Principais complicações dos drenos Hemorragia Inflamação Migração ascendente de microorganismos Saída acidental Dor Perda de fluidos, proteínas e eletrólitos “Tanto o uso apropriado quanto a retirada recente tendem a reduzir as complicações.” CLASSIFICAÇÃO DRENOS Estrutura (laminar, tubular) Material Forma de ação Tipos de sistema de drenagem 1- Quanto à estrutura:

Upload: aline-medeiros

Post on 24-Apr-2015

272 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: DRENOS

1

Enfermagem UNIP Jundiaí-SP Prof.: LEANDRO FONSECA DE AZEVEDO

DRENOS, SONDAS e CATETERES

A origem da palavra drenar vem do inglês drain – esgoto, escoar.

Os objetivos do dreno são:

evitar o acúmulo de líquidos em sítios onde se deseja o fechamento de espaços vazios

promover saída de líquidos ou ar que se acumulam (seromas, hematomas, pus, secreções digestivas)

controle hídrico, como por exemplo o cateter vesical

Principais complicações dos drenos

Hemorragia

Inflamação

Migração ascendente de microorganismos

Saída acidental

Dor

Perda de fluidos, proteínas e eletrólitos

“Tanto o uso apropriado quanto a retirada recente tendem a reduzir as complicações.”

CLASSIFICAÇÃO DRENOS

Estrutura (laminar, tubular)

Material

Forma de ação

Tipos de sistema de drenagem

1- Quanto à estrutura:

Laminares – em forma de duas lâminas finas e flexíveis unidas entre si, tipo dedo de luva, ex.: Penrose

Tubular – tubo , com comprimento e diâmetro variável, amplamente utilizado, exemplo: dreno de tórax, cateter foley, tubo de Malecot

2. Quanto ao material:

Page 2: DRENOS

2

Borracha – são macios e maleáveis, porem são mais propensos a colonização bacteriana (superfície irregular de sua parede) e depósito de fibrina. Ex.: sonda foley, drenos de Malecot, cateter de nelaton

Cloreto de polivinil (PVC) – rígido, tende a endurecer com o tempo de uso, pode ocasionar traumas mecânicos, irritação e necrose, seu uso como cateter venoso não está indicado, devido risco de trombose e flebite; para drenagem gástrica, descompresssão, lavagem deverá ser usado por curto período de tempo. Ex.; sonda Levin

Polietileno – material plástico (polímero) pouco irritante, extremidade multi-fenestrado, geralmente radiopacos. Ex.: pericardiocentese (“pig tail”), marca-passo (ponta em J) e Malecot

Politetrafluoretileno (teflon) – utilizado em alguns tipos de cateter venoso, superfície lisa e hidrofóbica, baixa adesividade e resistente a enzimas, porem não indicado para uso prolongado, pois sua rigidez pode levar a lesão da íntima e formação de trombose.

Poliuretano e silicone – flexíveis, biocompatíveis, radiopacos, menos rígidos do que o polietileno e menos relacionado a contaminação bacteriana em relação ao látex. Muito utilizado em cateter venoso de longa permanência (silicone e poliuretano-Vialon), cateter enteral e de gastrostomia (ambos) foley e malecot (silicone)

3. Forma de Ação:

Capilaridade – saída da secreção através da superfície adjacente ao dreno. ex.: Penrose

Gravitacional – é posicionado o frasco coletor a baixo do nível a que se deseja evacuar, o líquido tende para o ponto mais baixo pela força de gravitação. Ex.: drenagem do cateter levin, torácica, biliar;

Aspiração – drenagem através de pressão negativa por sucção ou dreno com sistema de vácuo, importante que o dreno tenha múltiplas fenestrações ou suspiro. Ex.: sonda Salem Sump, dreno tórax com pressão negativa, sistema de drenagem Portovac

Algumas literaturas referem ao sistema de drenagem como ativo (presença de sucção) e passivo (ausência de sucção).

4. Sistemas de drenagem:

Aberto - é aquele que possui interação com o meio, ou seja,necessário entrada de ar para bom funcionamento do sistema, risco aumentado de infecção dependendo da cavidade a que se destina drenar

Fechado – é aquele na qual não há interação com o meio, ou seja, não requer elementos externos adicionais para seu perfeito funcionamento, como por exemplo o ar, evitando infecções por microorganismos, utiliza-se um sistema

Page 3: DRENOS

3

vedado, estéril conectado a extremidade do dreno, pode ser um frasco ou uma bolsa. Ex.: sistema coletor para cateter vesical, dreno de Kehr, dreno de tórax.

“Vantagens: mínima trauma tecidual, acurácia na drenagem e reduzido risco infecção.”

Quando na região a ser drenada possuir um grande volume de drenagem, poderá ser utilizado um sistema de drenagem com aspiração, conectando-se o tubo a uma fonte de pressão negativa, podendo ser por sistema de aspiração ou pêra de borracha (hemovac® , portovac®)

Tipos de drenos

Penrose – amplamente utilizado, duas finas lâminas flexíveis, funcionamento por capilaridade, encontrados nos tamanhos 1,2,3 e 4, quanto maior a numeração, maior o diâmetro.

Tubular – tubo de diversos tamanhos e comprimentos, é a forma da maioria dos drenos e cateteres, siliconizado ou não, muito utilizado em associação com o Penrose. Funcionam por capilaridade se forem mantidos com folga na cavidade. Ex.: drenos de tórax, cateter foley ou outro material tubular

Cateter Foley - material é borracha siliconizada ou silicone , geralmente utilizado para cirurgias urológicas, cateterismo vesical de demora, como dreno tubular ou para gastrostomia e jejunostomia para drenagem ou alimentação.

O calibre varia entre 6 a 26 Fr, pode ter 2 ( balão e drenagem)ou 3 saídas (balão, irrigação e drenagem), volume do balão varia 1,5 cc (pediatria) e 30 cc (adulto).

Page 4: DRENOS

4

Pode ser utilizado no caso de diarréia, atentar para lesão na mucosa pela insuflação do balão ou retenção de fezes pela obstrução da sonda.

Cateter Levine – material PVC, geralmente utilizado para descompressão gástrica e lavagem, em cirurgias abdominais

Cateter de Foley (borracha e silicone)

Cateter de Levine

Cateter nelaton (borracha vermelha) – macio e flexível, fácil manuseio durante cirurgia, porém induz a intensa reação tecidual. Geralmente utilizado para aspiração traqueal (calibre 10-12 Fr), como tubo retal no caso de diarréia

Page 5: DRENOS

5

(calibre 32-38 Fr) e gastrostomia cirúrgica (calibre 18-26 F), sofrem degradação com suco gástrico

Dreno de Kehr – também conhecido como tubo em T, devido ao seu formato, onde a travessão permanece no ducto biliar

comum, geralmente é utilizado no transplante de fígado e cirurgias de vesícula, podem ser de plástico ou de borracha, inseridos nas vias biliares para drenagem ou descompressão.

Cateter/ sonda de Malecot – o material poderá ser borracha ou silicone, apresenta um bulbo em sua extremidade a ser colocada internamente a cavidade a ser drenada, que impede a migração do tubo para o meio externo

Page 6: DRENOS

6

Cateter/ sonda Pezzer ou cateter cogumelo – instalado através de cirurgia ou percutâneo, geralmente de látex, utilizado em nefrostomias, cistostomias e gastrostomias (menos comum). Sua extremidade interna possui um dispositivo em forma de cogumelo

Jackson Pratt/ Blake – geralmente utilizado em drenagem abdominal, feito de Teflon, não irritante, com extremidade interna multifenestrado, conectado externamente a um bulbo ou pêra, o bulbo geralmente permanece colapsado para criar constante pressão de sucção. Geralmente utilizado na cavidade abdominal para drenagem da ferida cirúrgica.

Page 7: DRENOS

7

Page 8: DRENOS

8

Blake

Jackson Pratt

Page 9: DRENOS

9

Dreno tubular para aspiração continua (sump tube) - tipo de dreno tubular específico para drenagem de ferida cirúrgica, presença de 3 sistemas: drenagem contínua, irrigação e aspiração.

Tipos de sondas

Page 10: DRENOS

10

Sonda de Fouchet - para lavagem na intoxicação exógena

Freka Trelumina - sonda com dupla função, lumen distal para alimentação-jejunal e proximal para drenagem – gástrico, material poliuretano, custo alto

Page 11: DRENOS

11

Entérica

Page 12: DRENOS

12

Page 13: DRENOS

13

OSTOMIAS

Page 14: DRENOS

14

Page 15: DRENOS

15

Sonda Retal

Page 16: DRENOS

16

CUIDADOS COM DRENOS

Importante checarmos a localização do dreno, quais os cuidados a serem ministrados pela equipe, se está suturado a pele ou não, tipo de dreno utilizado, como manter a permeabilidade do mesmo, o volume esperado de drenagem e principais complicações com o dispositivo.

Instalação de sistema de drenagem adequada: aberto ou fechado.

Fixar a parte externa do dreno a pele para evitar tração exagerada e desposicionamento.

Avaliar o aspecto do curativo externo. Caso necessário a troca, certificar-se com a equipe cirúrgica, se poderá ser realizada pela enfermagem ou requer avaliação do cirurgião

Sempre que tiver presente uma incisão cirúrgica, próximo de um estoma, devemos isolar o estoma para evitar contaminação da ferida operatória, geralmente utiliza-se bolsa de colostomia.

Na presença de vários drenos, convém identificar a localização através de adesivo no frasco coletor ou na bolsa.

Registrar separadamente o volume de cada dreno na folha de balanço hídrico, isto possibilita avaliação da redução ou aumento anormal da drenagem.

Registrar de forma precisa o aspecto da secreção drenada.

Caso uso de cateter Levin para drenagem gástrica certificar-se da ausência de obstrução, caso cesse a drenagem, injetando ar ou 20 ml de água pela sonda; também poderá ocorrer acotovelamento do sistema. Manter o sistema de drenagem abaixo do nível do abdome, não necessariamente no chão.

Caso o paciente esteja com dreno de Kehr, conectar a um coletor estéril, sistema fechado, atentar para a coloração e aspecto. Lembrar que o dreno muitas vezes não é suturado a pele do paciente, porém sua exteriorização não é comum (formato do dreno), sua drenagem é altamente irritante da pele; pode permanecer no local por períodos de 6 semanas ou mais.

Caso se utilize um dreno tubular juntamente com um Penrose, a opção mais adequada é a utilização de uma bolsa de colostomia. Muito cuidado na realização do curativo, pois geralmente este dreno não é suturado e poderá ser desposicionado, simplesmente na retirada do curativo anterior

Page 17: DRENOS

17

Quando saber a hora de retirar o dreno?

A hora de retirar o dreno será quando cumprido o objetivo esperado:

• Possível deiscência ou fístula – avaliar retirada após 4 dias

• Possível sangramento local – avaliar retirada dentro 24 horas

• Drenagem seromas ou cavidades –avaliar retirada quando o volume for < 50 ml/dia

GASTROSTOMIA com sonda de FOLEY

GASTROSTOMIA com sonda PEG

Page 18: DRENOS

18

GASTROSTOMIA com sonda MANELOT

GASTROSTOMIA com PEG J

Page 19: DRENOS

19

Paracentese/ Peritoneocentese

Objetivo: retirada de volume de liquido.Pode ser retirado imediatamente ou mantido para evacuação lenta.

Conseqüências do excesso de líquidos:

Aumento da PIA e da distensão abdominal

Dor intratável

Compressão diafragmática

Insuficiência respiratória

Diminuição do retorno venoso

Complicações:

Sangramento

Infecção

Perfuração de alça intestinal

Extravasamento persistente

Page 20: DRENOS

20

Drenagem Biliar

Dreno torácico

Plástico transparente

Marcadores de distâncias

Vários orifícios de drenagem

Linha radiopaca que marca o orifício proximal de drenagem

Diâmetro das sondas de 12 a 40 French para adultos. 12-26 pneumotórax e 28-40 drenagem de fluidos.

Cateteres menores pigtail

Qual o objetivo dos drenos torácicos?

Inseridos no espaço pleural para drenagem de: ar, sangue ou fluido.

Inseridos no pericárdio para remoção de sangue do mediastino.

Page 21: DRENOS

21

Quais são as avaliações no cuidado de pacientes com dreno torácico?

Page 22: DRENOS

22

Estado hemodinâmico e respiratório

A quantidade, a cor e a consistência da drenagem

Datar e cronometrar a drenagem no frasco

A freqüência da documentação é ditada pelo estado clínico do paciente e pelo procedimento a que foi submetido

O local de inserção deve ser avaliado no mínimo a cada 6 horas

Observar a flutuação do liquido no frasco de selo d´água enquanto o paciente respira:

1. O fluido aumenta na inspiração e diminui na expiração

2. Ocorre o inverso na ventilação por pressão positiva

3. Caso a flutuação fique ausente o pulmão terá se expandido ou o sistema de drenagem está obstruído.

Observação do frasco com formação de bolhas:

1. Borbulhar intermitente na expiração representa ar na cavidade pleural

2. Borbulhar continuo durante a inspiração e a expiração indica vazamento no sistema ou fístula

O que deve-se procurar na inserção de um dreno torácico?

Sinais de infecção (vermelhidão, calor, odor, secreção...)

Sinais de infiltração de ar (enfisema subcutâneo)

Vazamento de ar

Como localizar um vazamento no sistema de drenagem de dreno torácico?

Colocar um clampe no dreno:

1. Se a formação de bolhas parar quando o clampe estiver próximo ao tórax o vazamento é pleural;

2. Se a formação de bolhas continuar o vazamento é no sistema.

De que maneira é feita a manutenção do dreno torácico?

Page 23: DRENOS

23

Conexões com fita adesiva.

Unidade de drenagem abaixo da inserção do dreno de 60,9 a 91,2 cm.

Sem dobras e sem alças.

Posição perfeita do látex é reto .

Curativos oclusivos.

Evitar deslocamentos acidentais

Page 24: DRENOS

24