dramaturgia e teatralidade !

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DRAMATURGIA Dramaturgia é a arte de escrever textos dramáticos, conhecida também como arte de pensar e de construir uma história em cena, ela procura estabelecer a construção da obra, através de um conjunto de regras teatrais, que é indispensável para escrever uma peça e analisa-la corretamente. (PATRICE PAVIS, Dicionário de Teatro, pág.113e pág.114). Também pode ser entendida como uma noção chave da cultura e da prática teatral tanto do ponto de vista do palco quanto do ponto de vista da plateia. Juntamente com as noções de espetáculo e representação. Dramaturgia, espetáculo, representação, são sistematicamente recorrentes, ao que reflete uma complexa teia de diferentes conceitos criativos. Esses procedimentos se modificam com a capacidade de conhecimento e habilidade de cada um. De maneira geral, empregamos o termo dramaturgia para quando descrevemos à produção de um autor teatral como a dramaturgia de Shakespeare, ou Bertold Brecht. Emprega-se também o termo dramaturgia na tentativa de definir certo conjunto de obras como na, dramaturgia clássica, épica, aristotélica, tragédia, a do absurdo, contemporânea, romântica, entre outras. Segundo Aristóteles, a dramaturgia era definida pela organização de ações humanas de forma coerente que provocava fortes emoções ou um estado irreprimível de gozo ou maravilhamento . A um conjunto de escolhas estéticas e ideológicas que a equipe de realização cênica, desde o encenador até o ator, foi levada a fazer. Esse trabalho abrange a elaboração e a representação da fábula, a escolha do espaço cênico, a montagem, a interpretação do ator, a representação ilusionista ou distanciada do espetáculo. Em

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Page 1: Dramaturgia e Teatralidade !

DRAMATURGIA

Dramaturgia é a arte de escrever textos dramáticos, conhecida também como arte de pensar e de construir uma história em cena, ela procura estabelecer a construção da obra, através de um conjunto de regras teatrais, que é indispensável para escrever uma peça e analisa-la corretamente. (PATRICE PAVIS, Dicionário de Teatro, pág.113e pág.114).

Também pode ser entendida como uma noção chave da cultura e da prática teatral tanto do ponto de vista do palco quanto do ponto de vista da plateia. Juntamente com as noções de espetáculo e representação.

Dramaturgia, espetáculo, representação, são sistematicamente recorrentes, ao que reflete uma complexa teia de diferentes conceitos criativos. Esses procedimentos se modificam com a capacidade de conhecimento e habilidade de cada um.

De maneira geral, empregamos o termo dramaturgia para quando descrevemos à produção de um autor teatral como a dramaturgia de Shakespeare, ou Bertold Brecht. Emprega-se também o termo dramaturgia na tentativa de definir certo conjunto de obras como na, dramaturgia clássica, épica, aristotélica, tragédia, a do absurdo, contemporânea, romântica, entre outras.

Segundo Aristóteles, a dramaturgia era definida pela organização de ações humanas de forma coerente que provocava fortes emoções ou um estado irreprimível de gozo ou maravilhamento.

A um conjunto de escolhas estéticas e ideológicas que a equipe de realização cênica, desde o encenador até o ator, foi levada a fazer. Esse trabalho abrange a elaboração e a representação da fábula, a escolha do espaço cênico, a montagem, a interpretação do ator, a representação ilusionista ou distanciada do espetáculo. Em resumo, a dramaturgia se pergunta como são dispostos os materiais da fábula no espaço textual e cênico e de acordo com qual temporalidade. A dramaturgia, no seu sentido mais recente, tende, portanto ultrapassar o âmbito de um estudo do texto dramático para englobar texto e realização cênica.

A palavra drama vem do grego e significa ação. Desse modo, o texto dramatúrgico é aquele que é escrito especificamente para representar a ação. O que se dedica a essa tarefa é o dramaturgo.

Os textos escritos pelos dramaturgos da Grécia Antiga eram caracterizados pela tragédia e pela comedia. Mais tarde, os dois estilos passaram a estarem presentes em um mesmo texto. Alguns dramaturgos gregos notáveis na composição de tragédia são Sófocles, Eurípedes e Ésquilo. Aristófanes é considerado o maior representante da comedia na Grécia Antiga. Alguns nomes de dramaturgos brasileiros são Ariano Suassuna, Dias Gomes, Domingos de Oliveira, Gianfrancesco Guarnieri, Gilberto Braga, Maria Adelaide Amaral, Nelson Rodrigues, entre outros.

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Toda ação em cena depende do conflito e da maneira como os diferentes personagens agem para atingir seus diferentes objetivos. O dramaturgo pode atuar na tragédia, na comédia, no drama histórico, no drama burguês, no melodrama, na farsa e até mesmo no gênero musical, o dramaturgo consagra-se tanto a redação dos textos como a concepção da peça. O dramaturgo esta encarregado principalmente de efetuar pesquisas de documentação sobre e em torno da obra, adaptar ou modificar o texto, escolher as peças, intervir de tempos em tempos, durante os ensaios, e etc. É como um observador critica cujo olhar é mais ‘’fresco’’ do que o encenador, o dramaturgo é então o primeiro critico interno do espetáculo em elaboração. Entretanto, a dramaturgia não está relacionada somente ao texto teatral, ela está presente em toda obra escrita para as artes cênicas: roteiros cinematográficos, telenovelas, sitcons ou minisséries. As obras podem ser escritas especificamente para ser representada ou podem ser adaptadas por um dramaturgo. Sua principal característica é a composição de histórias “faladas” no palco, já que se trata de um estudo dramático propriamente dito, em que o dramaturgo ao escrever uma peça teatral, cria as personagens e os conflitos. Todavia a arte da dramaturgia não está relacionada apenas ao texto teatral, mas é encontrada em toda obra escrita com o propósito de contar uma história, como em roteiros cinematográficos, romances, contos e telenovelas. (PATRICE PAVIS, Dicionário de Teatro, pag.116 e pág.117).

Contemporaneamente, encontram-se diversos espetáculos teatrais ou de criadores cênicos que reivindicam o desenvolvimento de uma “dramaturgia própria”: seja por meio de uma “dramaturgia corporal” sem necessariamente se ater à “composição de um personagem” no sentido psicológico; seja por conta de trabalhos que repousam sobre uma “dramaturgia do ator” que explora sua própria biografia como resíduo para cena; seja com encenações que são elaboradas segundo uma dramaturgia oriunda de “processos colaborativos”, entre outras denominações. Portanto, o uso do termo dramaturgia não está mais restrito ao trabalho do autor dramático como agente criativo, e sim dissolvido entre a técnica de composição da própria cena e a concepção do que os atores “falam” sobre o palco em situação de exibição.

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TEATRALIDADE

A teatralidade pode-se construir-se a partir do adjetivo teatral, também designa algo ostentório para gerar um efeito. Stanislávski usava termos para designar expressões que não soassem verdadeiro, quanto mais natural menos teatral, quanto mais teatral menos natural. Já Vsevolod Meyerhold ressaltava nas cenas, características que poderia ser tomada como símbolos. A teatralidade surge então, como uma virtude artística, há uma forte dimensão visual que pode ser observado tanto no teatro, no cinema, circo, televisão, etc.

É nesse sentido que a teatralidade destaca até este momento através de suas características enquanto jogo psicológico, o teatro é tomado como um núcleo organizado de mecanismos de produção e efeitos simbólicos, facetas que a corporificação adquire no tempo e espaço das sociedades históricas. A teatralidade seria aquilo que, na representação ou no texto dramático, é especificamente teatral ou cênico.

A teatralidade pode opor-se ao texto dramático lido ou concebido sem a representação mental de uma encenação. Em vez de achatar o texto dramático por uma leitura, a espacialização, isto é, a visualização dos enunciadores, permite fazer ressaltar a potencialidade visual e auditiva do texto, apreender sua teatralidade. (BRECHT, Bertold. Poemas, 1913-1956).

O teatro e o texto estão ligados em uma só espessura de signos e de sensações que se edifica em cena a partir do argumento escrito, uma espécie de percepção de signos, gestos, sons, figurinos, maquiagem, luzes, que submerge o texto sob a plenitude de sua linguagem exterior. É preciso buscar a teatralidade na forma da expressão, na maneira pela qual o texto fala do mundo exterior e do qual representa e evoca pelo texto e pela cena. Deparamos com o olhar, atribuímos a teatralidade ao olhar, a algo implacável, mas que nos proteja no mundo sensível, provocando estados, ativando imagens, manifestando algo oculto e misterioso.

Este olhar nos permitiria recriar, através da realidade imaginaria, transpondo limites físicos e psíquicos, explorando e avançando para além das convenções de espaço e tempo. Tendo que nos desprendermos da realidade para percebê-las e senti-las, aguçam nossos sentidos e provocam sensações diversas somente se nos a permitirmos.

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