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DR. JOSÉ ERMIRIO . DE MORAIS FILHO N.3 AN01

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Page 1: DR. JOSÉ ERMIRIO . DE MORAIS FILHO · milhões 'de US dólares, esperando-se que em 1987 dita cifra atinja os 809 milhões de US dólares. Por exemplo, a produção de detergen tes

DR. JOSÉ ERMIRIO . DE MORAIS FILHO

N.3 AN01

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S!!J~~~tUn~ ~ b/UJ e mocúJ. S!!aW. 9~ CJ. acak­~ J~~ tmd ~d ádt:M eJdai~­t:h e aúu/a~ ~ aJFfl?/a~ ~Hle&Z & aJ~ e coúnenóJ

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S!! J~~aúu/a tUn ~#F-~ & aidiJ/énaá ~ a dea1 c&nh.

g~J~~CJ.~ ~&dea1~d.

EM ACABAMENTOS TEXTEIS, INPAL ESTÁ NA MODA.

l/tAL1

INPAL S.A. INDÚSTRIAS QU:MICAS

FÁBRICA: Av. Brasil 42401 - Te!. 394-3434 - Campo Grande -Rio de Janeiro FILIAL: 5. Paulo: Av. João Carlos da Silva Borges, 255 - Te!. 246-0164 - St~ Amaro

REPRESENTANTES EM FORTALEZA, RECIFE, SALVADOR, B. HORIZONTE, JUIZ DE FORA, BLUMENAU E PORTO ALEGRE.

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NOTíCllS DI 18QCT VII CONGRESSOLATINO·AMERICANO

DE aUfMICA nXTIL

De 2 à 6 de outubro de 1978 teve lugar em Monte­vidéu o VII Congresso Latinoamericano de Química Têxtil, wb auspício da FLAQT (Federação Latinoamericana de Químicos Têxteis).

As Associações de Químicos Têxteis da Argentina , Ch ile, Colombia, Equador, México, Perú , Uruguai e Vene­zuela estão afiliadas à dita Federação.

Durante o Congresso realizou-se uma revisão e atua­lização das últ imas pesquisas e trabalhos técnicos quí­micos da Indústria Têxtil , que são de importância principal para a América Latina.

Estiveram programadas as seguintes atividades :

• 16 conferências sobre temas referentes à Química Têxti l, com a participação de têcnicos internacionais ;

• um simpósio sobre o Uso Racional de Agua e Energia, bem como a Contaminação Ambiental derivada da atividade da Química Têxtil, que será dirigido por um especialista de alto nível da UNESCO;

• um trabalho especial sobre a fibra de poliester;

• visitas às indústrias têxteis uruguais de maior importância;

• eventos sociais , incluindo a difusão do acêrvo artís­tico, histórico e cultural uruguaio.

Atendendo a reiterado convite do comitê organizador a ABQCT se fez representar por uma delegação especial e integrou-se nos quadros da FLAQT como Sócio Coope­rador.

Para maiores informações, consultar a secretaria da ABQCT.

ELEIÇOES 1978 PARA COMPOSIÇAO

DA DIRETORIA NACIONAL

De acordo com os estatutos da ABQCT, cap. V, que determina o seguinte:

Art. 44 - Renovação do mandato dos membros da Diretoria Nacional a cada 2 anos, em forma alternada.

Art. 45 - A eleição será por chapas e não por cargos Individualmente. Sérá eleita a chapa que obtiver a maioria simples de votos em assembléia.

Parágrafo 1 - As inscrições de chapas serão feitas na Diretoria Naci~nal dentro de prazo de 120 à 90 dias antes do término do mandato.

Solicitamos, portanto, aos Srs. sócios ativos que for­mem suas chapas e as apresentem dentro do prazo deter­minado pelos estatutos, para concorrerem aos seguintes cargos:

Presidente 1.° Secretário 1: Tesoureiro Diretor Técnico

cargos que ficarão vagos a partir de 15-12-1978.

·ORGÃO OFICIAL DA A.B .O.C .T.

Propriedade da :

Associação Brasileira de Ouímicos

e Coloristas Têxteis

C. P. 4419 - CEP 04709

Editor:

M.L. Silva Haydu & Cia. Ltda. Rua Paraná, 136 - Brás - CEP 03041 - P.O.B. 10675

Redação:

. Romano Italo Maximo Naldonl Ogenildo Bezerra Falcão Domingos T. Borrelly Jr. Frits V. Herbold

Produção:

Art-Impress Produções e Pub licidade Ltda. Rua Paraná, 136 - 2.° andar - Brás - CEP 03041

Composição:

Linotipadora Silvess Ltda.

Impressão: Inter-Gráfica Industrial Ltda.

Sl:.lM-ARIO

Editorial .. .. ....... ...... . .. . ... .

Nossa Capa

Atual idades

Beneficiamento de tecidos em largo

e em corda

Clima Tropical: é viável a utilização

2

4

4

6

de sintético no vestuário .... .. 18

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NOSSA CAPA: DR. JOS~ ERMIRIO DE MORAES FILHO

"Curriculum Vitae"

Nasceu na Capital do Estado de São Paulo no dia 26 de novembro de 1926, filho do Senador José Ermírio de Moraes e de Dona. Helena Pereira de Moraes.

10 casado com Dona Neyde Ugoline de Moraes e tem três filhos: José Ermírio, casado com Liana Maria Carraro de Moraes; Neide Helena, casada com Oswaldo Pereira de Barros Neto e José Roberto, solteiro; um neto, José Ermírio de Moraes, filho de José Ermírio e Liana Maria.

Iniciou seus estudos no Colégio Rio Branco, em São Paulo, e posteriormente estudou na Colorado School of Mines, em Golden, Colorado, USA, pela qual se graduou engenheiro metalúrgico em 1948. Atividades: - Diretor-Presidente do Grupo Votorantim. - Presidente Emérito da Federação das Indústrias do

Estado de São Paulo, da qual foi 1.· vice-presidente durante 6 anos, tendo exercido inúmeras vezes a presidência.

- Presidente da Associação Brasileira de Cimento Por­tland, Fundação de Rotarianos de São Paulo e Fundação Antonio Prudente.

- Presidente do Rotary Club de São Paulo no período de 1959/ 1960.

- Ex-presidente do Sindicato Nacional da Indúsria do Cimento, do qual é Presidente de Honra.

- Foi presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicos do Estado de São Paulo.

- 10 vice-presidente da Confederação Brasileira de Des­portos desde janeiro de 1975.

- Durante nove anos exerceu a vice-presidência da Federação Paulista de Futebol e foi presidente dessa mesma Entidade de janeiro/ 1970 à janeiro/ 1976.

- Em 1962 presidente da Campanha Financeira da Asso­ciação de Assistência à Criança Defeituosa .

- Presidente da Campanha de Fundos da A CM. - Mesário da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

- No período de 1967/1973 presidente da Orquestra Filar­mônica de São Paulo.

- Ex-vice-presidente e presidente em exercício da Cruz Vermelha Brasileira.

- Conselheir.o da Liga das Senhoras Católicas. Filiado ao American Institute of Mining and Metalur­

gical Engineers. Honrarias, condecorações, titulos e medalhas: - Cavalheiro da Ordem de São Silvestre Papa; - Título de Presidente Emérito da FIESP, outorgado em

18/11/1977; Benemérito da União Cultural Brasil-Estados Unidos;

- Benemérito da Cruz Vermelha Brasileira; - Benemérito da Real e Benemérita Sociedade Portu-

guesa de Beneficência; - Benemérito da Confederação Brasileira de Desportos; - Grande Benemérito da Federação Paulista de Futebol; - CIDADAO VOTORANTlNENSE, em 23/01/1971; - CIDADAO ITAPEVENSE, em 20/09/1971; - CIDADAO SOROCABANO, em 28/04/73; - CIDADAO ARARAQUARENSE, em 13/05/1973; - CIDADAO BOITUVENSE, em 16/01/78; -CIDADAO RIBEIRAOPRETANO, em 23/04/1978; - CIDADAO CANTAGALENSE (RJ) em 01/10/78; - Símbolo Honorífico do Círculo Militar de São Paulo; - Medalha Anchieta, da Câmara Municipal de São Paulo

outorgada em 11 / 05/1973; - Medalha MMDC, recebida da Sociedade Veteranos de

32, em 23/05/ 1973; - Sócio Benemérito da Sociedade Veteranos de 32, em

09/ 07/ 73; - Medalha Independência, da Assembléia Legislativa de

São Paulo, em abril/1974; - Medalha Governador Pedro de Toledo, da Sociedade

de Veteranos de 32, em 26/04/1974; - Ordem do Mérito Circulista, outorgado em 24/ 05/ 1974; - Ordem Eqüestre do Santo Sepulcro; - Prêmio Tendência "Indústria · da Bloch Editores, em

19/ 06/ 1976; - Personalidade do Ano de 1977/ 1978 do Rotary Club de

São Paulo, por serviços prestados à comunidade. - Roquete Pinto de Prata. " Indústria" , a 3 outubro 1978.

A TUALIDADES Boas perspectivas para os produtos químicos têxteis

Enquanto pers iste uma situação geral recessiva na indústria têxtil européia, paradoxalmente esta não afeta do mesmo modo o setor de matérias quí­micas. Segundo dados estatísticos, em 1977 se consumiram na Europa produ­tos qu ímicos têxteis no valor de 595 milhões 'de US dólares , esperando-se que em 1987 dita cifra atinja os 809 milhões de US dólares. Por exemplo, a produção de detergen­tes sintéticos deverá alcançar os 27 milhões de US dólares , aguardando-se um rítmo de crescimento similar para branqueadores óticos, resinas, solven­tes , estabilizadores, etc. - Técnica Têxtil Internacional 3/ 1978

(Barcelona) .

Eliminação de gomas à base de amido com Persulfato

A degradação oxidativa de engoma­gens à base de amido com Persulfato é possível, submetendo o tecido a um tratamento alcalino, ou seja, empre­gando uma prelavagem com soda e em seguida uma impregnação com Persul­fato . No artigo de E. Naujoks e P. Ney encontra-se todo o processo detalhado . - Melliand Textilber ichte . 5/ 1976.

págs. 401 / 405 .

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Tingimento diferencial por transferência

Uma recente patente britânica cobre uma técnica por meio da qual um material é prétratado por um processo de transferência de calor seco, com um componente que aumenta a absor­ção do corante mediante modificação das fibras . O tingimento subsequente produz efeitos surpreendentes de duas ou múltiplas tonalidades. Também f ios podem ser tratados, em segUida trico­tados ou tecidos e posteriormente tintos.

- Text lles Panamericanos. 2/ 1978.

Novos efeitos de acabamento para artigos domésticos

No artigo de G. Schmuck, são dis­cutidos os diversos tipos de fibras utilizadas nos vários setores do mer­cado europeu de produtos têxteis para uso doméstico. São analisados os pro­cessos de revestimento de tecidos para cortinas, estofamento, pano para colchões e acolchoados. toldos, etc. Entre as características almejadas atra­vés das técnicas de revestimento estão: economia, aspecto, toque, opa­cidade. estabilidade dimensional, peso leve e propriedades anti-esgarçantes.

São apresentados procesos executa­dos em espumadeiras mecânicas com pastas convencionais , a aplicação de espumas demonstra vantagens econô­micas (consumo de menos energia e maior produtividade) , simplicidade (não há necessidade de espessantesl. boa respi ração do tecido atratado, e uso de polímeros mais duros que propor­cionam propriedades técnicas melho­res mantendo, porém, um toque macio.

- Te intex. 10/ 1977. M . 42 . págs. 469-491 .

A evolução estrutural da indústria têxtil mundial '

A indústria têxtil mundial, nos últimos dez anos, submeteu-se a uma profun­da evolução. Enquanto os países indus­trializados tradicionais dispunham em 1965 ainda de mais de 45% dos fusos e teares instalados no mundo, este percentual até 1975 caiu para 33% . De 1965 à 1975 reduziram-se na indús­tria têxtil da Europa Ocidental fusos e teares num percentual de 32 a 46%, respectivamente. O Japão diminuiu suas instalações de fiação em 10% e seus teares em 12%. Nos E.U .A . redu­ziram-se também o número de fusos embora não nos percentuais acima. Ao mesmo tempo elevaram-se o número de teares .

OUfMICA T~){Tll

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POLIFINISH o ACABAMENTO DA TERCEIRA GERAÇÃO

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BENEFICIAMENTO DE TECIDOS EM LARGO E EM CORDA

1 - GENERALIDADES

Nos últimos anos no Brasil, muito se tem dado enfase ao desenvolvi­mento dos processos de descruda­gem, e alvejamento em largo. Os tratamentos de beneficiamento de tecidos até hoje conhecidos e empre­gados em nosso País, diziam respeito ao sistema em corda por autoclave. Nesses últimos 10 anos, introduziu-se o primeiro sistema em largo denomi­nado Pad-RolI, o qual, bem controlado, nos dá resultados satisfatórios, não deixando porém, de se enquadrar co­mo sistema semi-continuo e, conse­quentemente, tendo capacidade rela­tiva de produção.

Em um sistema de preparação em largo a úmido, devemos destacar 4 fases distintas e de igual importância, a saber:

a) Desengomagem

b) 'Mercerização

c) Descrudagem

d) Alvejamento

2 - DESENGOMAGEM

A desengomagem sempre se deve­ria fazer, e isto necessariamente, em primeira etapa a úmido, onde trans­formamos e retiramos a goma empre­gada nos fios de urdume para melhor rentabilidade na tecelagem.

O processo de desengomagem-é normalmente feito com enzimas, que

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METODOS E AVALIAÇÃO

com a fermentação transformam o amido em dextrina, solúvel em água.

Há outros tipos de gomas sintéticas que não necessitam deste processo e requerem tão somente uma lavagem.

Quanto as fases seguintes, muito se tem discutido sobre qual deveria ser a anterior ou posterior.

3 - MERCERIZAÇAO

Sabemos que a mercerlzação é um processo delicado é que exige muito controle operaCional. Este processo poderá ser muito bem empregado en­tre a desengomagem e a descruda­gem, como entre a descrudagem e o alvejamento, bem como após o alve­jamento.

Estes detalhes sempre dependerão das condições locais, do tipo do ma­quinário disponivel, da parcela da pro­dução a ser mercerizada, etc.

Sabemos que a mercerização é um processo físico - químico, onde se trata o algodão com Soda Cáustica concentrada para melhorar o brilho, aumentar a sua afinidade para os co­rantes e adquirir melhor resistência a tensão e a abrasão.

Os métodos empregados para se conseguir os ótimos efeitos de mer­cerização variam, tanto como variam as opiniões da literatura técnica.

Os temas de maior controvérsia são os que se referem a mercerização em crú, com a mercerização em tecido descrudado; mercerização com corren­tes, com a mercerização sobre rolos.

Arnaldo Scotto

Q inglês Marsh· prefere a merce­rização em tecido descrudado, que, conforme ele, o argumento fundamen­tai contra a mercerização em crú é a lentidão e a dificuldade de umecta­ção por Soda Cáustica. Embora os agentes umectantes especiais para a mercerização diminuam um pouco este problema na mercerização a altas velocidades a operação pode ser in­completa.

Rosh • já admite o problema de pe­netração da Soda Cáustica, porém, afirma por sua vez que a mercerização em crú produz um maior brilho que a' mercerização depois da descrudagem ou alvejamento.

Embora as opiniões difiram bastante, a mercerização do algodão é um dos processos de fixação da largura, e por esta razão compartilhamos com o seu emprego em crú, onde o tecido tem maior largura.

A causa destas controversias pode ser a dificuldade em interpretar as diferentes medidas empregadas para avaliar um material mercerizado. Te­mos pois, como diz Celmins·, que confiar na combinação de provas, tais como : brilho, índi'ce de distorção, número de bário, capacidade de absor­ção, etc., cada uma das quais mede só uma parte do efeito total da mer­cerização.

O processo de mercerização empre­ga três fases distintas: mercerização, estabilização, lavagem.

QUrMICA TEXTlL

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TABELA I

TECIDOS EMPREGADOS PARA AS PROVAS

- CONSTRUÇAO

Tecido Algodão N.· de Fios Flos/ Batldas/ AlgOdão Peso Crú

(Peruano) Urdo + Trama Polegada It-olegada O/o Urdume G/M2

Sarja 3/1 Tangüis Cardado 15 16 110 60 19 290

Popelina Pima Penteado 40 40 132 70 17 125

2 - CARACTERrSTICAS DO ALGODAO

Algodão

Tangüis Pima

Comprimento de Fibra Polegada

Peso/Polegadas Microgramas

4,32 2,83

Ceras %

0,66 0,86

Ca %

0,027 0,016

Mg %

0,100 0,196

Cinzas %

1,27 1,77

3 - FÓRMULA DE ENGOMAGEM

Sarja Popellne

3 . 1 - Compartimento de mercerlzação

Na primeira fase empregamos solu­ção de Soda Cáustica de 29° - 30° Bé, quando introd'uzimos tecido seco, e a concentração do reforço é de 32° Bé para compensar o conteúdo de umi­dade natural do algodão.

Durante a mercerização grande quantidade de solução de Soda Cáus­tica circula através da máquina cons­tantemente. Esta quantidade de pro­duto químico chegará a se contaminar com o amido que acompanha o tecido crú. Por esta r;lzão sempre que possí­vel a desengo'magem anterior é inte­ressante. Ouando não for possível de­vemos instalar um separador na linha de retorno, no sistema de circulação.

O conteúdo de Carbonato de Sódio (Na2CO:J na solução de Soda Cáusti­ca em circulação, está em torno de 0,7%, enquanto que o reforço tem ca. de 0,4%.

A temperatura é também tema de grande polemica. O efeito de difusão da Soda Cáustica na fibra de algodão tem uma reação exotermica, isto é, gera grande quantidade de calor.

De acordo com Edelstein· à maior concentração de Soda Cáustica, (7,0 a

QUfMICA T~XTIL

Amido de Milho G/L

120 80

10,0 nl, a temperatura tem somente um pequeno efeito sobre o brilho.

Por outro lado, as diferenças são ocasionadas pelas diferentes qualida­des de fibras, principalmente em nos­so país, onde com dimensões conti­nel,tais, as diferenças são bastante acentuadas.

Os europeus preferem a merceriza­ção na faixa de temperatura entre 9 e 14°C, porém queremos destacar que muito mais importante que a faixa de temperatura a ser escolhida, é a ma­nutenção de uma estreita faixa con­tinua durante o processo.

O tempo para a mercerização em cru varia de 50 a 60 segundos, porém, Marsh· considera necessário 30 a 50 segundos para a mercerização com tecido alvejado.

A máquina de mercerização sobre rolos cria tensão e mudanças dimen­sionais no tecido ao esticá-lo longitudi­nalmente e ao evitar seu encolhimento na largura.

O alongamento medido sobre o tecido é de ca. 4 - 5%, dependendo da estrutura do tecido. Comparando a largura em cru e a largura sanfo­rizada, encontramos uma perda de ca. 6 - 12%.

lubrificante G/L

7 4

3 .2 - Estabilização.

A estabilização é a segunda fase do processo de mercerização. Nesta etapa gradativamente abaixamos o teor de Soda Cáustica do tecido por meio de lavagem intensiva, levando com isto à estabilidade dimensional do tecido.

Ao sair do último compartimento de estabilização a tela deverá ter retido ca. 4 - 5% de Soda Cáustica residual.

De acordo com Marsh·, quando se tira a tensão, o tecido não deve conter mais de 5% de Soda Cáustica residual. Do contrário repercutiria adversa­mente sobre a estabilidade dimensio­nai do tecido.

O conteúdo de tecido no sistema de estabilização deverá ser ca. 50% do conteúdo de mercerização.

Com a lavagerrl em contra fluxo, nesta fase efetuada, conseguimos uma recuperação de Soda Cáustica, se bem que em concentrações inferiores, de até 60% da quantidade empregada na mercerização.

A estabilização poderá se dividir em diversas seções, conforme sua capa­cidade de conteúdo de tecido.

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A recuperação de Soda Cáustica poderá iniciar com uma única injeção de água no recuperador de lixivia, sen­do recolhida em contra corrente e alimentado ao tanque auxiliar da ter­ceira estabilização_ Este líquido f icará circulando por meio de uma bomba

-com a estabilização caindo · por trans­bordo para o tanque auxiliar da sé-gunda estabilização. As operações se repetem até atingir a primeira estabili­zação, onde uma bomba auxiliar frans­porta o recuperado ao tanque depo­sitado.

A entrada de líquido para a estabi­lização poderá ser efetuada automatica­mente, por m~io de controladores de condutividade, que por sua vez acio­narão uma válvula magnética ou pneu­mática para a entrada de líquido.

Com isto podemos pré determinar a concentração que necessitamos do banho recuperado.

, Da me,sma forma, a alimentação de Soda Cá~stica no compartimento de mercerização poderá ser automatizada por meio do controle automático de condutividade. Neste caso o controle emite sinais a um aparelho de função proporcional , comandando três válvu­las magnéticas ou pneumáticas, das alimentações de NaOH 50' Bé, NaOH 15° Bé (recuperado) e água_ A refrigeração poderá ser instalada

ao lado do tanque auxiliar de circula­ção da mercerização, por meio de bom­ba, ou receber o transbordo da cir­

. culação.

Como dissemos anteriormente, o processo de mercerização exige um aprimorado controle. No caso da ten­são do tecido em processo, uma má­quina é equipada com controladores de tensão nos próprios motores de acio­namento_

3 ,3 - Lavagem Quando a mercerizadeira é planejada

para uma operação isolada, isto é, não em linha continua, temos o extrator de lixivia, ou recuperador, seguido de uma lavadeira intensiva.

O recuperador trabalha em sistema de contracorrente de líquido, em tem­peratura de 90°C, e neste comparti­mento também injetamos vapor vivo no tecido, afim de extrair o máximo a Soda Cáustica. Como dissemos ante­riormente o tecido deverá sair da es­tabilização com um"máximo de 5% de Soda Cáustica, e aqui, na saída do re­cuperador, o tecido deverá conter ca. 1 %de Soda Cáustica.

Quanto à lavagem, esta deverá ser em contracorrente, a quente e inten­siva, dando margem para que o tecido saia o mais próximo ao pH neutro.

Devemos lembrar que, se o tecido sair da máquina de lavar com forte alcalinidade e repousando algum tem­po antes do próximo processo, dará margem ao ressecamento e conse­quente formação de faixas de carbo­natação no tecido. Isto fatalmente apa­recerá no tingimento ou estampagem, principalmente ao se empregar coran­tes reativos.

TABELA II

A neutralização com' ácidos na lava­gem, poderá ser empregado com mui­ta cautela, pois, de um lado além da neutraliz.ação propriamente dita dos residuos de Soda Cáustica,

4 - M~TODOS E AVALlAÇAO Entre os vários métodos desenvol­

vidos para medir o efeito de merceri­zação, foram selecionados três se­guintes:

- Valor de brilho - metodo de Richter· com Fotómetro Pulfrich

- Número de Bário - AATCC mé­todo 89

- Indice de Distorção

Por ser um efeito de superfície, o brilho em um tecido mercerizado tem a maior importância comercial.

Por um lado, a concentração de Soda Cáustica e a tensão aumentam o bri­lho, por'\ outro lado, estes mesmos parâmetros tem um efeito adverso sobre a penetração da Soda Cáustica na tela. A penetração se controla me­lhor com o número de Bário e Indice de Distorção.

Em lugar de um valor de efeito peri­férico, ambos métodos medem o efeito no sentido transversal de um tecido mercerizado.

Da mesma maneira que o Indice de Distorção reflete as alterações visuais na fibra, o número de Bário indica uma mudança na reatividade do algo­dão e na capacidade ' de absorção do mesmo.

GRAU DE MERCERIZAÇAO SEGUNDO OS MnODOS EMPREGADOS NO PROCESSAMENTO

Soda Pene- Tempo de Tretamento Tecido Brilho Número DI.tor-Equipamento Cáustica trante Mercerlzação • Prévio de çlo

°86 Gi l Segundos Longltudlnal-Trl\Mversal B6rlo %

Não Mercerlzado Descrudado Sarja 1,17 1,10 100 11

290g/m2

Mercerlz. Rolos 30 8 66 Crú 1,30 1,10 116 26

Merceriz. Rolos 30 8 66 Desengomado 1,28 1,10 119 30

Merceriz. Rolos 30 8 50 Descrudado -1,28 1,12 126 29

Merc. com Corrente 30 5 48 1,30 1,09 124 29

Merc. Rolos (2 vezes) 30 8 60 + 50 Crú 1,32 1,14 130 31

Não Mercerizado Descrudado Popellne 1,11 1,07 100 5

125g/m2

Merceriz. Rolos 30 8 60 Crú 1,22 1,12 115 19

Merceriz. Rolos 30 8 60 Desengomado 1,13 1,12 115 22

Merceriz. Rolos 30 8 50 Descrudado 1,21 1,12 121 19

Merc. com Corrente 30,5 5 44 Descrudado 1,14 1,11 125 20

8 QUfMICA T~XTlL

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Pente de puas e cavalete do pente Entrega a seco

'\'~ \ TI I

Dispositivo para encerar

Fileta porta·carretéis Caixa de engomagem Cabeçote G3H

No sistema de engomagem da Barber Colman são levados em consideração os mínimos detalhes requisitados pelos clientes.

Cada componente da Engomadeira é fabricado para satisfazer às necessidades particulares dê cada indústria, cujo resultado é a composição adequada a cada caso, ' obtendo-se o màximo de produção e de Qualidade nos rolos de urdume.

A versatilidade da engomadeira permite que se trabalhe tanto com fibras naturais como sintéticas, ou suas mesclas, sempre com a mesma eficiência e qualidade.

o sistema de transmissão é provido de um controle de tensão exato, que mantém a porcentagem de estiramento requerida do começo ao fim do rolo de urdume.

IMA s. A. I N O Ú S , R I A O E M A QUI NAS

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5 - RESULTADOS E COMENTARIOS

Os resultados foram obtidos tanto

da produção diária como também das

provas especialmente efetuadas. Em

nenhum caso foram processados me­

nos de 1000 m para uma condição.

5 .1 - Brilho

Em geral, as provas de brilho pare­

cem confirmar as opiniões anterior­

mente citadas que a mercerização em

cru produz um maior brilho que a mer­

cerização em tecido previamente des­

crudado.

Podemos supor que o alto valor de

brilho (130) da Sarja mercerizada, se

deve pelo menos parcialmente à mer­

cerização em cru, pois as medições de

brilho foram efetuadas sobre material

não descrudado, o tratamento subse­

quente de descrudagem poderia redu­

zir o brilho.

O caso da Sarja não há, ou existe

muito pouca diferença a favor da mer­

cerização em cru.

Um valor médio de brilho para mer­

cerização em cru é de 130, para merce­

rização em tela descrudada 128.

Com respeito à Popeline, a diferença

entre a mercerização em cru e em

descrudado é mais pronunciado, como

podemos notar na Tabela II, em que

o valor do brilho do mercerizado em

cru é 122 ' e na mercerização com cor­

rente é de somente 114. A mesma tela

descrudada, porém mercerizada em

mercerizadeira de rolos tem brilho

de 121 .

Relativamente, o baixo brilho produ­

zido na mercerizadeira de corrente

pode ser devido a maior transparência

da tela mercerizada e a conseguinte

perda de luz refleti da.

A desengomagem prévia não melho­

ra o brilho, mas tão somente melhora

as condições da Soda Cáustica em

circulação. Uma amostra desengomada

tem um valor de brilho de 113

10

Quando se submete uma Sarja a

uma dupla mercerização (mercerização

em cru + descrudagem + merceriza­

ção) se consegue um ligeiro aumento

no brilho {132), porém, não suficiente

para absorver os custos do novo pro­

cesso.

5 . 2 - Penetração

Os parâmetros mais importantes para se medir a penetração na merce­rização, são os seguintes:

- Grau de Inchamento

- Concentração de Alcali (Viscosi­dade)

- Temperatura

- Tempo

- Tensão

- Pressão de espremeduras inter­mediárias

A penetração da Soda Cáustica é obstaculizada pelo inchamento das fibras sobre a superfíCie da tela, pela baixa temperatura, pela viscosidade da solução de Soda Cáustica e pela alta tensão. Em troca está favorecida pelo aumento de tempo de contato e pelas espremeduras iJltermediárias nos rolos.

No tecido cru ,o problema da pene­tração é agravado tanto pelas ceras naturais da fibra como também pela engomagem do urdume que contém alguns lubrificantes além do amido.

Peters" expressa que para a mer­cerização, completa de fios, o índice de Distorção deveria ser de 70, e o número de Bário de 150 - 160; para tecidos o [ndice de Distorção deveria

Sarja Tangüis Crua

Sarja Tangüis Descrudada

ser maior que 20 e o número de Bário de 116 - 130.

O fio de algodão Pi ma mercerizado tem um número de Bário 156 e um [ndice de Distorção 53. Ambas cifras são muito superiores aos resultados obtidos na tela mercerizada, ' confir­mando assim as observações acerca do problema de penetração de Soda Cáustica, com análises feitas por Celmins ".

Comparando a tela crua mercerizada com a sarja desengomada e merceri­zada em seco, esta última tElm um número de Bário ligeiramente supe­rior (119) e um aumento do [ndice de Distorção (30). A sarja desengomada, porém, mercerizada sobre umido, não melhora seu número de Bário.

A Popeline desengomada e merceri­zada em seco tem o mesmo número de Bário (115) que o mercerizado em cru. O [ndice de Distorção é ligeira­mente maior (22).

A sarja duas vezes mercerizada tem melhor penetração da Soda Cáustica que a mesma mercerizada em cru ou em alvejado; o número de Bário é 130, [ndice de Distorção 31.

~ óbvio que durante a mercerização, a penetração de Soda Cáustica na tela crua é inferior a aquela em tela des­cru dada. Isto também se afirma na se­guinte prova feita por Celmins".

Sarja Tangüis crua e descrudada fo­ram mercerizadas a 44, 66 e 98 se­gundos de contato em solução de Soda Cáustica. As amostras foram recolhi­das após a última espremedura do compartimento de mercerização, isto é, antes da Estabilização e se determi­nou o conteúdo de Sôda Cáustica so­bre o tecido.

Tempo de imersão em Soda Cáustica

44 sego 66 sego 98 sego

29 26 23 % NaOH

32 31 32 % NaOH

QUfMICA TtXTlL

Page 11: DR. JOSÉ ERMIRIO . DE MORAIS FILHO · milhões 'de US dólares, esperando-se que em 1987 dita cifra atinja os 809 milhões de US dólares. Por exemplo, a produção de detergen tes

Podemos deduzir que enquanto o conteúdo de Soda Cáustica na tela descrudada é uma constante de 32% para cada velocidade da máquina, a absorção de Soda Cáustica para o tecido cru varia de 23% a 28% de­pendendo do tempo de imersão na solução.

Entretanto, medições repetidas de· monstram que a uma velocidade dada, a quantidade de Soda Cáustica absor­vida na impregnação da tela crua per­manece constante.

Podemos dizer que, embora a pene­tração da Soda Cáustica na tela mercerizada permaneça constante, terá aparentemente pouco efe ito sobre o lustre ou sobre a uniformidade do tingimento.

Nessas circunstâncias, existe a pos­sibilidade de que um processo que não tenha terminado em sua totalidade, pode ser errado devido a falha de não manter estritamente constante as con­dições do mesmo.

Não seria prático resolver o proble­ma por uma simples redução de velo­cidade da máquina ou aumentando o tamanho da mesma.

Deve-se conseguir a penetração da Soda Cáustica antes que tenha lugar o inchamento das fibras de algodão. Isto se podia melhorar impregnando com Soda Cáustica a 50°C em um Foulard imediatamente antes da mero cerização. Hoje, conseguimos uma total penetração da Soda Cáustica antes do inchamento das fibras de algodão por meio de um dispositivo de vácuo. Este dispositivo da firma Kleinewefers, e denominado VACUUM PAD, retira todo o ar acumulado nos espaços inter-fibras que é o responsá­vel pela contrapressão a penetração, e temos assim uma melhor penetração ao primeiro contato do tecido na Soda Cáustica.

6 - DESCRUDAGEM

A uniformidade e a reproduzibilidade em um tingimento, depende da prepa­ração do tecido.

Vários autores de artigos técnicos, avaliam o efeito da descrudagem pelo grau de brancura depois que o tecido descrudado tenha sido alvejado. Ist~ é uma interpretação a posteriori, e não é válida quando se tinge sobre tecido descrudada.

Ao mesmo tempo admitem que o alvejamento pode ser conseguido sem se obter um material absorvente.

QUfMICA T~XTlL

Parece que o fatar primordial para um tingimento é o grau de absorção do tecido. Se o tecido recebeu um tratamento alcalino, uma boa absorção, geralmente, se associa a um baixo conteúdo de cera residual.

Em menor grau, o matiz de um tino gimento se vê influenciado pela cor original do tecido e pelo conteúdo residual de amido, ambos resultantes da preparação.

Para evitar as condições extremas dos métodos de processamento, de­ve-se controlar a degradação química e física do tecido.

Para avaliar os efeitos de descruda­gem e alvejamento, se devem efetuar as seguintes medições:

- Absorção (reumectação)

- Conteúdo residual de cera

- Eliminação de cascas

- Amido residual

- Grau de brancura

- Fluidez de cuoxam (DP)

- Resistência a tensão e ao des· garramento

6. 1 - Resultados e discussão

Reumectação e eliminação de ceras Mesmo que no caso do Alvejamento

com Clorito de Sódio (NaCI02 ) se pode obter uma boa absorção sem eliminar as ceras do algodão, uma des. crudagem em meio alcalino não produz um tecido absorvente, até que a cera residual seja, na maioria dos casos, menor que 0,2%. Dependendo da es­trutura e origem do algodão, o tempo de umectação correspondente, determi­nado pelo método da • queda de gota", de 2 - 5 segundos. Numa tela prepa­rada com este standard deve estar satisfatória para qualquer tipo de tingimento.

A facilidade para remover as ceras de algodão durante o tempo de des­crude depende da origem das fibras. Devemos salientar que é fácil o des­crude de alguns tipos de algodão, e difícil em outros casos, sempre em relação direta com seu conteúdo de cera. 110 constante ver-se após a des­crudagem de uma partida de algodão em uma autoclave, tipo Caldeira, uma reserva de manchas escuras, que é o resultado de uma circulação imperfeita do líquido e pela precipitação das im­purezas emulsificadas do algodão.

A razão disto 'pode ser a grande di­ferença dos conteúdos de cera, magné­sio e cálcio entre os tipos de fibra.

Podemos observar em provas que elaboramos, ql,Je o Algodão Pima Pe· ruano contém ca. 0,855% de ceras, 0,16% de Mg e 0,016 % Ca, enquanto o tipo Tangüis contém ca. 0,657% ce· ras, 0,100% Mg e 0,027% Ca.

Estas observações podem ser de grande valor para a compreensão e definição do tipo de descrude e alve­jamento com os diversos tipos de algodão.

Podemos dizer que uma tela bem preparada para um tingimento, deverá ter índices residuais de cera na escala de ca. 0,09 a 0,15%, e a sua reumec­tação em torno de 1,5 a 4,0 segundos.

A concentração de Soda Cáustica para uma boa descrudagem está entre 5 e 7%. Condições mais drásticas, por exemplo, + 1 %, podem causar pro­blemas nos processos subsequentes.

Nas provas efetuadas, a sarja conti· nha 19% de goma no urdume, e a popeline 17%. A goma consistia basi­camente em amido de milho não mo­dificada. Se usamos desengomagem por enzima, o conteúdo de amido resi­dual posterior ao mercerizado e des­crudado é de aproximadamente 0,1% para ambos tecidos.

No processo de mercerizado em cru e descrudado a alta temperatura, p0-

de-se omitir a desengomagem por enzima. Depois deste processo a po­peline tem mais ou menos a mesma quantidade de amido residual (Tabela IV) que a tela desengomada por enzi­ma. A sarja que tem maior peso, ficou entre 0,2 e 0,3% de amido residual. Não há indicação de que este residuo ' possa afetar o processo de tingimento subsequente.

7 - ALVEJAMENTO

7. 1 - Processos

O alvejamento do algodão depende de muitos fatores para se determinar o tipo de maquinário e o processo a ser usado, e entre eles citamos :

- Estrutura do tecido

- Peso por m2

- Tipo de algodão

- Produção

- I.argura do tecido, etc.

-Processo subsequente

Isto é tão válido, que podemos co­mentar a impossibilidade de se tratar (descrude e alvejamento) um tecido de estrutura sarja (brim) em sistema em corda para um posterior tingimento continuo.

11

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TABELA III

DESCRUDAGEM E ALVEJAMENTO

Máquinas Desengomagem Descrudagem Alvajarnento Fórmula

Tecido Absorção Segundos Enzimática Fórmula·Tempo

Cru

Merc+AT Pad·RolI + Merc Merc+AT+AT

Cru

Merc+AT Pad·RolI + Merc Autoclave (Caldeira) Merc+AT+AT

não sim não

não sim

sim não

1 2

2

3

Seg.

60 5 hs.

60

53 5 hs.

5 hs. 53

não não

4

não não

não 4

Sarja 290 g/m2

idem idem idem

Popeline 125 g/m2

Idem idem

idem idem

1,5 0,7 1,2

5,0 3,6

2,9 2,9

FÓRMULAS EMPREGADAS

2 3

6,5% NaOH 4,0% NaOH 1,0% NaOH

10,0 g/ I Lufibrol KB 3,0 g/I Detergente 0,8 g/ I Detergente

2,0 g/ I Leofen KB 9,0 g/I Polifosfato 0,8 g/I Poli fosfato

3,0 g/ I Polifosfato Temp. = 90"C Temp. = 125°C Temp. = 142"C

acldulado

Entre os processos usados em largo, para o tratamento de descrude e alve· jamento de tecido de algodão, citamos:

- Descrude • Pré Alvejamento • Alvejamento

- Descrude . Alvejamento (NaCI02 )

- Descrude - Alvejamento (H20 2 )

- Descrude e Alvejamento simul· tâneo

As máquinas empregadas para esta f inalidade são as mais variadas no mercado, tais como: Pad·RolI, Va,pori· zador, "J ' Box, " U' Box, Conveyor Belt, Autoclave Continua, Câmaras 100 Plus, etc.

Sabemos que em todo e qualquer tratamento químico empregado no ai· godão, levamos a fibra a uma degene· ração, isto é, a uma degradação do Polimero da Celulose, e seu conse­quente enfraquecimento. Por essa ra· zão os processos deverão ser bem calculados e escolhidos, e os testes do fndice DP (Fluidez Rhes) deverão ser controlados.

12

acidulado

Esses processos estão balanceados por quatro fatores principais:

- Tempo

- Temperatura

- Concentração de Produtos Quí· micos

- Pressão

Em condições de pressão normal, a diminuição da temperatura levará a um aumento de tempo de reação e vice·versa. Quanto menor o tempo, maior a concentração de produtos quí­micos, a uma mesma temperatura.

Como vemos, em condições de preso são normais, o tempo de reação é fa­tor primordial, pois temperatura pode· ria ser considerada em segundo plano sendo muito fácil trabalharmos a 70°C ou 98°C numa reação.

Como o fator tempo implica direta· mente na concentração de produtos químicos, e este por sua vez implica­rá na maior ou menor degradação da fibra, conclulmos que o processo tanto

Cera %

0,66

0,09 0,06 0,07

0,86

0,18 0,08

0,04 0,18

Amido %

4

0,25 0,07 0,10

0,10 0,06

0,12 0,04

8,0 g/I H20 2

Fluidez Grau em de

Cuóxam Brancura RhM

1,8 63

3,0 66 2,5 70 5,0 88

1,8 56

2,0 56 2,7 67

2,0 78 5,0 82

15,0 g/I Silicato de Sódio 2,5 g/I NaOH 0,1 g}1 Mg cl2

Temp. = 142"C Tempo = 53 sego

é mais seguro quanto maior for o tempo de reação.

Estando o tecido em trabalho con· tinuo isto é, entrando e saindo de uma câmara de reação, permanecendo nela um tempo pré-determinado, pode· mos entre outros fatores, avaliar uma Câmara de Reação pelo conteúdo em peso de tecido seco, em cada metro de largura da câmara.

Assim podemos exemplificar que uma câmara' de reação que comporta 600 kg de tecido seco por metro de largura, para trabalhar com tecido de 150 g/ m2 , tem:

600 -= 4000 metros de capacidade 0,150

.De outra forma para sabermos a que velOCidade deveremos trabalhar para uma reação de 60 minutos den­tro da câmara, ' teremos:

600 66,67 m/mln.

0,150 x 60

QUrMICA T~XTlL

L,

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Somente desta maneira poderemos calcular o tempo de reação. Isto não é válido se fosse indicada a capaci­dade da câmara em metros de tecido' sem o respectivo peso desse tecido.

7.2 - Consumos

Como dissemos que o tempo é in­versamente proporcional à concentra­ção de produtos químicos a uma de­terminada temperatura, podemos ana­lisar o consumo desses produtos quí­micos em função do tempo de reação, com base nos seguintes parâmetros :

- Produção diária 10.000 kg

- Tempo de reação 30 e 60 minutos

- Tecido descrudado previamente

- Analisando consumo de Água Oxigenada 50%

Para um tecido previamente descru­dado as concentrações de água oxige­nada para se obter um branco ótimo seriam :

30 minutos

60 minutos

6 g/ litro

3 g/ Iitro

Temos assim o seguinte cálculo, tendo em conta uma absorção de 100% de banho :

30 minutos

6 X 10.000 X 25 2.508 l / mês

598

60 minutos

3 X 10.000 X 25 1.254 l/mês

598

Calculando-se o preço de água oxi­genada a Cr$ 10,00/ litro temos:

30 minutos = 2.508 X 10,00 X 12 Cr$ 300.960,00/ ano

60 minutos = 1.254 X 10,00 X 12 = Cr$ 150.480,00/ ano

Vemos pois, que o tempo de reação mal dimensionado, poderá levar a re­sultados econômicos pouco interes­santes.

O alvejamento e a descrudagem são processos que em alguns casos pode­rão ser efetuados simultaneamente, isto quer dizer, com o emprego de um único banho e a um só tempo na câ­mara de reação. Esse processo é denominado solomatic.

Podemos dizer que tecidos com es­trutura tela e peso até 150 g/ m2 poderão ser beneficiados desta ma-

14

neira, porém, isto não é válido para estruturas de sarja, com pesos su­periores . a 200 g/ m2 e que se des­tinem ao tingimento continuo ou semi­continuo.

No processo Solomatic, como não temos a Descrudagem anterior, que é um tratamento com Soda Cáustica entre 5 - 7%, isentando a fibra dos produtos naturais que a envolvem e tornando-a hidrófila, e levando-se em conta que o banho alvejante não admi­te muita alcalinidade de Soda Cáustica, pois isto iria decompor a água oxige­nada em tempo reduzido, temo's que lançar mão de uma adição superior de água oxigenada.

Para verificarmos o que isto repre­senta no processo, baseado na afirma­tiva que o tempo de reação é inver­samente proporcional a concentração de produtos químicos, poderemos re­produzir o exemplo anterior em seus dados, baseando-nos nas seguintes concentrações de água oxigenada a 50%.

30 minutos = 35 cc/ I ou 20,9 g/ I H20 2

60 minutos = 15 cc/ I ou 8,97 g/ I H20 2

Temos assim o seguinte cálculo:

30 minutos = 20,9 X 10.000 X 25 ------- = 8.737 litros/mês

598

60 minutos = 8,97 X 10.000 X 25

598 3.750 litros/mês

Com o valor de Cr$ 10,00 o litro de H20 2 , temos:

8.737 X 10,00 X 12

3.750 X 10,00 X 12

Cr$ 1.0~8.440,00

Cr$ 450.000,00

Uma diferença anual a mais de Cr$ 598.440,00, somente em água oxi­genada, que poderia amortizar uma instalação em poucos anos.

7 .3 - Cor e grau de brancura

As fibras em geral tem baixa colo­ração (grau de brancura 56 a 61,1).

Parece raro que, por mais eficiente seja a extração de elementos de en­gomagem e ceras do algodão, ades­crudagem pouco altera a cor residual.

Os prúcessos de descrude em Pad­RolI e especialmente em Autoclave (Caldeira), são mais efetivos para eli­minar os pigmentos da fibra.

Os resultados são:

Pad-RolI = 67 - 70 Autoçlave (Caldeira) = 78

A ineficiente destruição da pigmen­tação na descrudagem continua a alta temperatura (56 - 66), se manifesta em dificuldades em obter um branco com­pleto (grau 88), no alvejamento poste­rior, e isto pode ser o resultado do baixo tempo de reação (1 minuto).

Para se obter um maior grau de brancura, o fato r primordial é uma boa descrudagem. Como já sabemos que todo processo químico leva a uma crescente degradação da fibra, quando usamos de má descrudagem, necessá­rio se tornam maiores concentrações no banho alvejante, para compensar o mesmo efeito final, porém, com maior degradação.

7.4 - Degradação química

As condições do processo no des­crude e alvejamento a alta tempera­tura são extremas e, por conseguinte se poderia assumir que as margens de segurança para produzir tecidos sem degradação química são mais estreitas.

O algodão processado por qualquer dos métodos clássicos de descrude, tem uma fluidez em cuoxam de 2 - 3. A provas em descrude a alta tempe­ratura, indicam que a fluidez pode osci lar de 1,6 a 4,0, dependendo do tipo de tratamento e da fibra (tabela III e IV).

Sendo que a tela é perfeitamente boa quando tem fluidez 4, quando alve­jada, a fluidez pode exceder de 6,0 Rhes. Fluidez de mais de 6,0 Rhes · (correspondentes a DP 1400) indicam que a preparação foi excessiva.

A aCidulação posterior a descrudagem não afeta a fluidez, somente quando o tecido é. alvejado, como demonstram as provas com popeline (tabela IV), um menor dano químico ocorre quando se omite a aCidulação posterior ao descrude (amostras 5 e 15).

A absorção dessas amostras é po­bre (11 segundos e menos de 1 mi­nuto), o conteúdo residual de cera é relativamente alto (0,22 e 0,29%), mas quando alvejadas (amostras 5.1 e 15.1), a fluidez se mantém normal (5,0 e 5,4 ou DP 1530 e 1550) e o grau de branco é tão bom (82,1 e 81,0) como o pro­duzido nas amostras que receberam uma melhor descrudagem (amostras 2.1 - 20.1 e 9.1) com fluidez maior que 6.0).

QUíMICA TtXTIL

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TABELA tv

CONDIÇOES DE DESCRUDAGEM E SEUS EFEITOS SOBRE O ALVEJAMENTO COM H20 2

Sequência de Processo Lufibrol Acido Alvejado Prova n." Absorção Ceras Amido Fluidez DP Tensão Grau de

KB sego % % Rhes Urdo Trama Alvejto

Crudo 0,86 1,8 2330 96 45 56,7

AT AT + Merc não nAo não 5 11,0 0,22 0,09 1,6 2790 93 47 57,0

AT Merc + AT não não não 15 60 ,0 0,29 0,17 1,6 2590 97 43 55,7

AT AT + Mero não sim não 2 5,8 0,19 0,18 1,5 2710 97 44 56,4

AT Merc + AT não sim não 20 9,0 0,16 0,21 3,1 2050 100 42 55,5 .

AT AT + Mero sim sim não 9 4 ,3 0,20 0,08 2,0 2650 96 46 55,3

AT Mero + AT sim sim não 12 7,0 0,18 O,OS 2,0 2500 107 44 56,1

Pad·RolI PR + Mero não 6 3,6 0,08 0,06 2,6 67,0

Autoolave Deso + Mero não 21 2,9 0,02 0,13 2,0 2230 94 45 78 ,6

AT + AT AT + Mero não não sim 5,1 4,2 0,13 0,09 5,0 1530 97 42 82,1

AT + AT Mero + AT não não sim 15,1 3,2 0,17 0,15 5,4 1550 96 39 81,0

AT + AT AT + Merc não sim sim 2 ,1 4 ,5 0,15 0,00 6,6 1280 92 40 81,4

AT + AT Mero + AT não sim sim 20,1 3,4 0,18 0,09 7,9 1270 99 42 81,3

AI + AT AT + Mero sim sim sim 9,1 3,8 0,07 0,00 7,1 1250 90 43 80,0

AT + AT Mero + AT sim sim sim 12,1 2,9 0,18 0,04 4,6 1510 98 39 81,6

Autoolave

+ AT Deso + Merc sim 21 ,1 2,4 0,05 0,14 20 ,0 600 78 38 88,4

Autoclave Deso + Mero sim (CI2

) 23 2,7 0,20 0,18 1820 87 41 86,7

Fórmulas Empregadas 1 • Descrudagem alta Temperatura 2 - Pad-RolI 3 - Autoo I ave 4 - Alvejamento alta Alvejamento com NaCI02

(veja Tabela III) Tempo 53 seg o

8 - PROCESSOS ACOPLADOS EM CONTINUO

Os processos particulares de merce­rização, descrudagem e alvejamento, uma vez definidas as instalações po­derão, na maioria dos casos serem acoplados. Isto tem razão de ser, uma vez analizado o montante de produção, tipos de tecidos, etc., tornando a ins­talação de maior rentabilidade, menor custo operacional, e menor investi­mento inicial.

Quando o processo iniciar-se com a mercerização seguido da descrudagem, eliminamos a lavagem após a merceri­zação, tornando o investimento inicial menor.

Neste caso, o' tecido sairá da esta­bilização com um índice de 4 - 5% de Soda Cáustica e na impregnação ime­diatamente após, receberá uma recon­centração para 5 - 7%, entrando em estágio de descrudagem.

Neste caso evitaremos o transporte de rolões de máquina a máquina, como também teremos uma sensível diminui­ção de 'não de obra.

Também o alvejamento, como fase seguinte (se necessário) poderá ser acoplado a esta instalação, bem como, a secagem final.

Aqui damos alguns exemplos de ins­talações continuas, com esses aco­plamentos.

QUfMICA T~XTIL

(Caldeira)

Cada estágio poderia trabalhar in­dependentemente, como totalmente continuo.

9 - ALVEJAMENTO CONTINUO EM CORDA

Podemos considerar que o Alveja­mento continuo em Corda é o sistema de maior rentabilidade hoje existente, bem como, o de menor custo opera­cional.

As fases do processo são distintas e em continuo, cada uma com uma câmara de reação individual, como por exemplo : Descrudagem, Pré-Alve­jamento, Alvejamento.

O sistema é totalmente isento de tensão, podendo operar com tecidos de algodão dos mais delicados. A única objeção que se faz a esse sistema, é para os tecidos de grande peso (su­periores a 200 - 250 g/ m2) e estruturas de brins, quando posteriormente se tinge em continuo, o que poderá re­sultar em marcas longitudinais.

As câmaras de reação são do siste­ma "J", e denominadas "J" Box, com capacidade de tecido sêco, entre 800 a 4.000 kgs. de conformidade com a produção requerida e o' tempo de per­manência para a reação. Os tipos mais usualmente empregados são de 1.250, 1600, 2000 e 2500 kgs. de tecido sêco. Devemos salientar que referimo-nos a tecido sêco para base de cálculo e que

Temperatura 1,4 g/ I CI2

allvo.

calculado com absorção de 100% de banho teremos o dobro de peso.

Neste tipo de instalação, velocida­des de 200 m/min, são usuais, po­dendo inclusive atingir 250 m/ mino

Dissemos que a instalação é de operação totalmente sem tensão, por­quanto cada unidade do sistema traba­lfia com o sistema de depósito de tecido.

DESCRIÇAO DO SISTEMA

Os tecidos após serem chamusca­dos, recebem banho enzimático, sendo depositados em cordas aos tanques de alvenaria, para a reação de desengo­magem.

Terminado o ciclo enzimático, a corda é levada em uma máquina de lavar denominada Multiflex, que consiste de prensas Aeroflex e Jotas de lavar. Cada espremedura em um Aeroflex corresponde a uma lavagem em um Jota.

Cada Jota tem capacidade de 150 kg. de tecido sêco. A prensa Aeroflex é do sistema de um pneu, ou seja, in­flada, para poder acomodar melhor a corda de tecido garantir melhor espre­medura, evitando marcas no tecido.

,Após a lavagem, a corda é transpor­em continuo a um Saturador (ou impregnação) que consiste de prensa de introdução de três rolos, sendo 1 Aeroflex, e prensas de saída de 2 rOo

15

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los. Entre as 2 prensas temos um depósito de tecidO' submerso no banho químico de descrudagem.

A quantidade de banho em circula­ção é de 400 I, e a quantidade de tecido ca. 200 kg.

Após receber os produtos químicos, a corda é transportada e depOSitada no • J . Box, para o tempo de reação, fa­zendo esse tempo entre a parte supe­rior do depósito e a saída do Jota. Nesta câmara é mantida com exatidão a temperatura de reação, isenta de pressão.

Findo o tempo de reação pelo per­curso da câmara, a corda é levada na Multiflex seguinte e a continuação no Saturador e J. Box para a fase seguin­te, e assim sucessivamente por quan­tas etapas compuser o processo. Ao término da última fase, a corda é empilhada em caixas de alvenaria, para posterior secagem.

No sistema de descrudagem, para maior segurança do processo, o • J. Box mantém um nível de solução de Soda Cáustica, que em circulação por meio de uma bomba a um tanque ex­terno, permite nivel e concentração constante. Temos assim garantida uma perfeita descrudagem.

Cada etapa está equipada com uma Estação-Química para dosagem e a circulação dos produtos ao Saturador. Desta maneira temos ao lado do Satu­rador, um tanque com capaCidade de 300 litros, onde a solução é circulada com o Saturador, e equipado com telas inox para eliminação de eventuais fiapos de algodão.

Uma bomba dosadora, que recebe acionamento de motor de corrente continua, em sincronismo com a insta­lação, recebe o banho de reforço de um tanque de 1.500 litros, e dosa con­tinuamente ao tanque de Circulação de 300 litros. Desta maneira temos pela própria circulação a homogenização do sistema imediato.

BIBLIOGRAFIA

(Referências)

1 - Marsh. J.T., mercerising , Chapman &

Hall , Ltd . London 1951.

2 - Peters, R.H., Textile Chemistry, Else­vier Publishing Co., London 1967.

3 - Rõsch, M., Me ll. Textilbericht, 40 , 1959.

4 - Celmins, A .I., Sistema combinado de mercerizado - descrudado a alta tem­peratura - Perú 1969.

5 - Edelstein, S.M ., Amer . Dyest. Rep ., 1937.

16

Para a fase de descrudagem a bom­ba dosadora é equipada com uma ca­beça, enquanto que para a fase de alvejamento com água oxigenada, a bomba é de dupla cabeça isto é, faz dupla dosagem sendo uma de produ­tos auxiliares e a outra de água oxi­genada. Assim evitamos o banho de reforço pré-misturado com água oxige­nada, possível .de desconcentração durante o tempo de uso, e principal­mente decomposição à alta concen­tração.

Os sistemas de alvejamento em corda mais empregados, são os de duas e três fases, como segue:

2 fases

3 fases

Descrudagem Alvejamento Descrudagem Pré-Alvejamento Alvejamento

Para calcularmos a velocidade ope­racional da instalação, calculamos o fator de velocidade que é o do quo­ciente da capacidade do J. Bo~ pelo tempo de reação. Como exemplo te­mos um Jota com capacidade de 2.000 kg. de tecido sêco, com tempo de reação de 90 minutos. Assim:

2000 kg = 22,22 kg/mino 90 mino

Tendo um tecido com peso de 150 g/ metro linear, temos: 22,22 = 148 m/mino 0,150

se o tecido for de pouca espessura e peso de ca. 100 g/metro linear tere­mos a velocidade de:

22,22 = 222 m/ mino 0,100

CONSUMO DE PRODUTOS QUfMICOS

Se considerarmos o sistema de 2 fases, descrudagem e alvejamento, para se obter um bom alvejamento, os seguintes consumos são necessários, de acordo com a prática:

Descrudagem = 40 g NaOH/ kg tecido

Alvejamento

Numa produção de 10.000 kg diários, teremos:

NaOH = 40 X 10.000 = 400 kg/ dia (normalmente zadeira)

recuperada na merceri-

H20 2 = 4.;.....X.;.....;1~O:o:.0:-::0..;.0_-.;6..;.7 litros/dia 598 a 50%

Deixamos de lado .o cálculo dos produtos auxiliares, visto serem propor-cionais às concentrações.

\ii. Com o sistema de 3 fases, Descrudagem, Pré-Alvejamento e Alvejamento,

os seguintes consumos são necessários:

Descrudagem Pré-Alvejamento Alvejamento

40 g NaOH/kg tecido 1,7 g Cl2 ativo/ kg tecido 2,0 g H20 2 /kg tecido

Com a produção acima exemplificada de 10.000 kg. teremos os seguintes consumos:

NaOH

Cl'2 ativo

= 40 X 10.000 = 400

1,7 X 10.000 = 114 149

kg/ dia (recuperada)

litros/dia NaCIO a 10% de Cl2 ativo

= 2 X 10.000 598

33,4 litros/dia a 50%

Se agora compararmos estes consumos, com 'qualquer tipo de preparação em largo teremos diferenças alarmantes.

Muitas vezes, uma firma tem a totalidade de sua linha de produção tecidos de baixo peso, estrutura tela, ou seja condições favoráveis ao Alvejamento em corda. Porém, como hoje se fala muito em Alvejamento em Aberto, todas as idéias são direcionadas a isto. O caso poderá ter um mesmo investimento inicial, porém, para a nova compra deverá esta firma arcar sempre com os onus do custo de produtos químicos.

Da mesma forma, uma determinada firma produz em média 120.000 m/dia, como exemplo, e dessa produção, 10.000 m não permite o processo em corda. Neste caso é mais interessante usar para esses 10.000 m/dia uma pequena instalação em largo, como por exemplo, Pad-RolI com 1 carro térmico, ou mesmo, um alvejamento a frio de 12 horas do que adicionar custo aos 110.000 metros, todos os dias com uma instalação em aberto.

QUIMICA T~XTIL

J 1

I

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Informação do Departamento de Aplicação Técnica de Corantes

Tingimento de misturas de fibras poliéster/celulose em um só banho com corantes Samaron/Remazol Há mais de 10 anos este processo foi lançado no mercado, tendo até hoje alcan­çado um lugar firme na indústria têxtil, devido à economia em tempo, água e energia. Basea-se este tingimento na resistência da ligação eter do corante Remazol com a fibra celulósica ao meio ácido. Assim tinge-se primeiramente a fibra celulósica com o corante Remazol, passando-se a seguir o banho de tingimento a um pH le­vemente ácido e elevando-se então a temperatura a 125-130°C para a fixação do corante Samaron sobre a fibra Poliester.

Processo de tingimento:

10' 5' 20°C (1) (2)

(3) 90°C Lavagem Normal

(1) - % Corante Samaron - % Corante Remazol

(2) 1·2 mlll Sóda Cáustica 38°Bé (3) 1·2 mlll ,Ácido Acético Glacial

1 g/l Solegal P líq. 30·50 gll Sulfato de Sódio

1 g/l Sulfato de Amonio

Aquece-se o banho contendo os corantes e auxiliares a 45°C, tingindo-se a esta temperatura durante 40 minutos. A seguir o banho é neutralizado a um" pH 5-5,5 elevando-se a seguir a temperatura a 130°C. Tinge-se a parte do Poliester durante 45 minutos a esta temperatura, após o qual esfria-se o banho, fazendo-se a pos­terior lavagem do material tinto. Resumindo, temos de enumerar as seguintes vantagens deste processo: • economia em tempo, água e energia. • igual rendimento ao processo de dois banhos. • iguais propriedades de solidez alcançadas pelo processo de dois banhos.

,;

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HISTÓRICO:

Tem-se conhecimento de que a existência de tecidos confec­cionados a partir de fibras na­turais data há aproximadamente 6.000 anos.

O emprego da fibra animal (lã). para fabricação de vesti­menta, se originou na região da Ásia Menor, ou seja, nas Terras Bíblicas da Babilônia, remontan­do há 4.000 anos a.C.

Naturalmente a lã não foi somente extraída das ovelhas e sim a partir de diversas peles de animais, tais como: dÇl camelo, da cabra, da alpaca, da vicunha e dalhama.

No continente Sul-Americano a introdução dos primeiros ovi­nos data de 1535 com a vinda da armada de D. Pedro de Mendon­ça para Buenos Aires. Em 1548 o Màrechal Alonso de Alvarado desembarcou na baía de São Mateus, no Peru, conduzindo ovi­nos de procedência espanhola .

A expansão dos rebanhos ovi­nos, até meados de 1600, acon­tecia nas terras conquistadas pelos espanhóis, sendo introdu­zidos no Brasil, após esta data, pela vinda dos Padres Jesuítas com a incumbência da fundação de suas missões.

Documentos históricos nar­ram que em 1634, com a funda­ção das missões no Paraguai, os Padres Jesuítas, preocupados

18

Clima Tropical:

É viável a utilização

de sintético no vestuário? RHODIA - Indústrias Químicas e Têxteis Sj A.

Gerência de Desenvolvimento das Aplicações

com a nudez dos índios, bem como com o frio intenso que reinava em certas regiões do sul, foram levados a introduzir a utilização da lã na vestimenta, construíndo os primeiros teares e ensinando os índios a tecer o fio e confeccionar, manualmen­te, suas próprias vestimentas.

A primeira raça espanhola de ovinos presume-se ser a Chur­ra, da qual deriva a atual raça Crioula. Admite-se que a primei­ra raça definida melhorada de ovinos foi a Merina.

Mais tarde, foram introduzi­das no Brasil outras raças, como as Caras Negras que., cruzadas com as nossas Cribulas e Me­rinas, oriundas da Argentina e Uruguai e melhoradas com o adicionamento de raças lingle­sas, tais como: Romney Marsnu e Lincoln, vieram a formar os nossos atuais rebanhos, dos quais é extraída a atual qualida­de brasileira de lã.

A lã brasileira alcançou ex­pressão econômica após a dé­cada de 1940, onde o Rio Grande do Sul ocupa, atualmente, a po­sição de primeiro produtor de lãs, com 95% da produção na­cional.

Sobre a fibra vegetal {algo­dão). os primeiros indícios de sua existência foram descober­tos tanto na Ásia como na Amé~ rica há aproximadamente 3.000

"anos a.C.

Tem-se encontrado vestígios da cultura do algodão no Impé­rio dos Incas há aproximadamen­te 4.000 anos. Portanto pode-se deduzir, não existindo fontes fi­dedignas no Brasil, que a exis­tência do algodão brasileiro data também já há milênios.

No Brasil, mesmo antes de seu descobrimento, já existia a cultura do algodão efetuada pelo nosso índio, a partir de um algodão rudimentar, conhecido atualmente pelo nome de "Rim de Boi". "

O antropólogo, Hans Staden, em 1544 na sua passagem por Pernambuco, bem como em 1548 quando foi prisioneiro dos ín­dios no litoral paulista , já fazia referências sobre a util iza~ão da fibra de algodão como um produto mercantil, negociado pelos nativos com os tripulantes dOl? navios franceses.

Os estudiosos, Spix e Von Martius indicaram que as espé­cies "Hirsutum" (verdão); "Pe­ruvianum" (mocó); "Brasilien­sis" (rim de boi) e "Vitifolium" (quebradinho). do gênero Gossi­pium, são nativas do Brasil.

As referências, sobre o uso do algodão, citam que já nos séculos XVI e XVII eram fabrica­dos tecidos grosseiros a partir de fibra de algodão. No século XVIII no Vale do " Itapicuru, no Maranhão, foi implantada a

aurMlcA TEXTIL

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PRODUÇ1í,O LÃ

0-

+--

Produção (lã bruta)

Consumo (lã lavada)

40

35

25

20

10

,5

64 66

primeira plantação de Gossi­pi um Barbadense, para a explo­ração industrial do algodão. Em 1770 o Maranhão já exportava 25.473 arrobas de algodão. Per­nambuco exportou, em 1778,

Quadro 2

67 68 70 71

a primeira remessa de algodão para Portugal.

Atualmente, predomina o al­godão paulista, seguido do algo­dão Seridó e Sertão, alcançando, em 1975, 533.000 toneladas .

PRoooÇXO AWoIlXo EM PWMA

x 1.000 ton

800 + Produção

• Conau.o

Quadro 1

72 73 74 75 Ano

Paralelamente , as fibras arti­ficiais e sintéticas, comparadas às fibras naturais, têm uma existência bastante jovem.

As fibras artificiais foram apresentadas, pela primeira vez

700 (II Exportação

/V\ 600

--. 500

400 "'-.

'00

6--,.---~

200

100

55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 ." 74 7'

QUrMICA T~XTlL 19

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ao mundo, em 1889, passando por diversas transformações até 1920, tendo-se, a partir desta data, as mesmas sido consumi­das sob a denominação comer­ciai de viscose e acetato.

As fibras sintéticas deram entrada no mercado mundial, com o aparecimento das fibras : poliamida (nylon) em 1939, po-

j ~ § ... H

150 • Art i r1eialo

140 . Sintético.

1,0

120

110

100

90

80

70

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50

100

,o

20

10

" 65

Contudo, somente há aproxi­madamente 10 anos é que a fibra sintética foi mais divulgada no Brasi I, tanto sob o ponto de vista técnico como mercadoló­gico.

Se compararmos as curvas de

8

7

,

liester, logo após a II Guerra Mundial sob a marca Terilene fabricada pela ICI e a fibra acrí­lica em 1958, com a finalidade de reproduzi r as características da lã.

Existindo há praticamente 30 anos , a fibra sintética tomou um tal vulto no mercado internacio-

l'RODUÇlo m: ARTIFICIAIS E Slll'ftrICOS

66 67 68 70 n

produção, per capita, do algodão ' em pluma, da lã bruta e da fibra artifical + sintética((ver quadro 4), vamos ver que na fibra na­tural ocorre uma nítida estabili­zação e até uma ligeira queda, enquanto que nas fibrasartifi-

+ Art1ticiai. + Sintético.

,

2

1

+-.-+_._~ ~ .... __ ._---- + , •

nal, que foi imprescindível uma análise mais objetiva sobre o que se poderia obter, aliando-se a fibra sintética à natural.

Em 1929 surgiu a primeira produção nacional de fibra ace­tato , seguindo-se da viscose em 1949, da nylon em 1955, da po­liester, em 1961 e da acrílica em 1968.

72 74 Ano

ciais + sintéticas nota-se uma acentuada ascendência, demons­trando claramente que elas vie­ram para dominar certas apl ica­ções, das quais vamos descre­ver a principal, ou seja, a vesti­menta.

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OIHI\llIr.A T~)(TII

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INTRODUÇÃO

Com a utilização da maquina­ria têxtil em escala industrial (fiação, tecelagem e acabamen­to) há aproximadamente 200 anos, toda revolução tecnológi­ca surgiu naturalmente em de­corrência da utilização de fibras naturais .

Portanto, os tecidos confec­cionados a partir do algodão, linho e lã chegaram, até a pre­sente data, com uma série de inovações que permitiram a realização de vestimentas de ótima qualidade.

O aparecimento da fibra sin­tética, desenvolvida inicialmen­te através da técnica utilizada para fibra natural, resultou em tecidos de boa qualidade, como: durabilidade, facilidade de ma­nuseio e uma série de outras vantagens adicionais.

Porém, no que se referia ao conforto ao uso, surgiu uma opi­nião pública, inexata, que dizia: "Vestimenta de fibra sintética é quente" . Atualmente esta divul­gação já foi em grande parte superada, mas ainda circulam comentários similares.

Assim, nos incumbimos da tarefa de desvendar alguns pon­tos obscuros que existem na aplicação correta da fibra sinté­tica e suas misturas.

A título ilustrativo, damos abaixo a tabela extraída da Re­vista Textile Research JQurnal - 1955 - um trabalho de A. M. Sookne (tabela I). Esta tabela trata especificamente das pro­priedades quanto à facilidade de manuseio de tecidos confeccio­nados a partir de fibras naturais, sintéticas e artificiais, como também das propriedades quan~ to ao conforto ao uso, demons­trando claramente a oplnlao existente naquela época.

Esta tabela assinala também uma simplificação errada, alian­do o conforto proporcionalmen­te à propriedade de intumesci­mento, ou seja, higroscopicida­de da fibra. Sem dúvida a subdi­visão do conforto foi equiparada às propriedades de passagem de umidade ou vapor, através dos tecidos realizados a partir das fibras citadas nesta tabela.

22

Tabela I

Fibras Grupos de Viscose Absorção

Lã ++ Algodão ++ Seda ++ Acetato ++ Pol iacri lonitri lo + Poliamida + Poliester + Pol ivinilclorídrico

Pergunta-se: será que a pas­sagem de umidade aumenta com o intumescimento das fi­bras em água? será que existem outras formas positivas que possam também resultar na passagem de umidade? como se comporta uma camada de tecido entre a pele úmida e o clima ambiente?

Os fatos apontados na tabe­la I não se sucedem. Sabemos, através de resultados práticos que, antigamente, da forma que era produzida uma camisa de viscose não se obtinha realmen­te um bom conforto ao uso. Por outro lado, colocamos hoje, no mercado mundial, tecidos a par­tir de fibras sintéticas, com excelentes propriedades de con­forto, principalmente depois que se modificou a tecnologia que era aplicada às fibras naturais.

Pergunta-se: QUAIS SÃO, REALMENTE, OS PONTOS CHAVES QUE INFLUEM SOBRE A VESTIMENTA?

Nos climas tropicais, as pro­priedades de transporte de umi­dade, nos tecidos, são de impor­tância básica e, por isto, devem ser exam inados os princípios de construção existentes, para que, sob estas condições, funcionem otimamente os tecidos confec­cionados a partir de fibras sin­téticas e suas misturas .

Intumescimento %

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1 . Regulagem térmica do corpo humano

o t o .... e:: o C,,)

A principal tarefa de um vestuário é apoiar o processo de regulagem térmica do corpo humano. ~

O homem, como ser homeo­termo, necessita de uma tempe­ratura interna constante, o que significa que toda perda calorí­fica deve ser reposta por uma nova produção de calor.

Conforme o grau de intensida­de de trabalho, o homem des­prende de 100 a 600kcal/h. A perda de calor também varia de acordo com o clima ambiente. Para tanto, o homem dispõe de um mecanismo de regulagem térmica bastante eficiente.

Em um trabalho forçado ou em um ambiente quente , o des­prendimento de massa térmica é bem maior. Portanto, surge o fenômeno de transferência de massas caloríficas, através da transpiração. O refrescamento do corpo consiste na evapora­ção do suor.

Embora a pele sempre conte­nha umidade, a mesma despren­de, mesmo em ambientes fres­cos, uma evaporação de água (mínimo de 10g/h). As secre­ções das glândulas sudoríparas somente entram em ação quan­do a temperatura chega acima de 35°C. O homem pode forne­cer, sem dificuldades, de 0,5 a 1 litro de água de evaporação/h. Em certos casos· até 4 I itros de

QUIMICA TI:XTIL

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água . Conseqüentemente, em 24 horas poderão ser despren­didos 10 a 12 litros de água .

Para cada litro de suor evapo­rado, são retiradas 580kcal em calor latente. Este número signi­fica que o homem está em con­dições de desprender toda a sua produção calorífica, somente através da evaporação da água . Isto, porém, é necessário em ambientes bastante quentes . Mesmo a temperaturas baixas há desprendimento de calor através da evaporação de suor, quando executadas tarefas pe­sadas (600kcal/h).

As condições para o mecanis­mo de refrescamento residem na capacidade de absorção do ar ambiente, para a evaporação da água. Isto se traduz numa satu­ração da umidade relativa do ar e numa queda de pressão par­cial do vapor d'água, entre a superfície do corpo e do meio ambiente.

Quanto mais baixa for a umi­dade relativa do ar, no meio am­biente do homem, mais água pode ser evaporada e o corpo será refrescado mais ativamen­te. Porém se a umidade relativa do ar, no meio ambiente, for próxima a 100%, não poderá mais se realizar o refrescamento do corpo através da evaporação do suor.

Contudo, 90% da superfície do corpo humano não está ex­posta ao clima ambiente e sim ao micro-clima, localizado sob sua vestimenta, cujos índices de umidade não mais dependem do clima ambiente e sim, essen­cialmente, da propriedade do vestuário em transportar para fora o calor e o vapor d'água. Então, o vestuário deve apoiar perfeitamente os processos de

. regulagens térmicas do corpo, principalmente em condições climáticas tropicais ou em tra­balhos pesados, através do mi­cro-clima bastante seco entre o corpo e a vestimenta, a fim de facilitar a passagem de umidade desprendida pela pele. Isto já é conseguido, em grande parte, através da modelagem do ves­tuário e forma de utilização, permitindo assim uma troca de

QU1MICA TEXTIL

f i g . a

fig. c

ar do micro-clima para o meio ambiente.

Assim, um vestuário inade­quado, ou seja, com pouca pas­sagem de umidade, tem uma influência fundamental. Através de pesquisas fisiológicas de trabalho chegou-se à conclusão não só da desagradável sensa­ção que a vestimenta provoca, como também do impedimento, em maior ou menor escala, da capacidade física e moral.

2. Passagem de umidade através dos tecidos

A importância da passagem de umidade através dos tecidos desempenha uma função primor­dial, pOrém não podemos con­ceber, simplesmente, que uma camada de tecido tenha resis­tência variável à difusão de vapor d'água, do micro-clima para o meio ambiente.

Muitas vezes, aceita-se, su­postamente, que a passagem de ar de uma vestimenta seja pro­porcionai à passagem de vapor d'água, porém existe aí um erro fundamental, conforme ilustração no quadro 5, a seguir.

fig. b

fig. d

Se a vestimenta fosse uma peneira, a passagem de ar teria de um lado a outro uma certa resistência (figura a - quadro 5). Esta resistência, a princípio, é obtida através do teste de permeabilidade do tecido. Per­manecendo uma mesma área transversal da peneira e aumen­tando-se somente a espessura (figura b - quadro 5), o que corresponderia a um tecido mais grosso, a resistência à correnteza de ar teria um au­mento mínimo.

No caso da difusão do vapor d'água através das camadas de tecido (figura c - quadro $, não existe o fato de se assoprar pela peneira, porém o vapor d'água precisa se difundir nas camadas de ar, que permanecem entre ps ligamentos dos tecidos. Neste caso, a espessura da pe­neira ou a espessura do tecido é de grande importância, dire­tamente proporcional. Quanto ao processo de difusão do vapor d'água, através dos canais da peneira, ou seja, através dos poros do tecido, ainda não exis­te uma literatura que descreva a passagem de umidade através das camadas da vestimenta.

23

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Na maioria dos casos , a ves­ti menta se encontra entre o deslocamento de temperatura que existe na superfície do corpo (relativo ao micro-clima) e do meio ambiente. Sob estas

condições pode iniciar-se uma condensação de água dentro das camadas da vestimenta.

Se obser'{armos o nosso qua­dro 6, à esquerda, figura a, a passagem de temperatura atra-

vés de uma camada de tecido praticamente homogênea, com uma diferença de temperatura de 40°C de um lado a outro, podemos conceber, então, uma queda de temperatura linear.

Quadro 6: Condensação da água nas camadas de tecidos com queda de temperatura.

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Camada de t ecido

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~~---2O~·--~1~O----~---_~10 5 3::5:--30~------~2O;-'------~10 .te

Assim , podemos agora trans­ferir as temperaturas da ordena­da para abscissa, que também é subdividida de forma equidis­tante.

Na figura b, do quadro 6, as temperaturas medidas através das espessuras do tecido de cima são transferidas para a abscissa. Na ordenada, encon­tramos um índice de vapor d'água no ar de O (zero) a 30 g/m3 . A curva II é a curva de saturação, o que significa que ela dá a quantidade de saturação do vapor d'água no ar, em rela­ção à temperatura das camadas da vestimenta.

Se determinarmos, no lado interno da vestimenta uma tem­peratura de 30°C e 70% de umi­dade relativa, teremos uma con­centração de evaporação d'água

24

no ar de aproximadamente 22 g/m3 . Para o clima 'ambiente, determinamos 10°C com 50% de umidade relativa, ou seja, 1 g de vapor d'água/m3 . Também po­demos supor uma queda linear de concentração de vapor d'água, através da espessura do tecido , conectando os dois últi­mos pontos através de uma li­nha e temos a curva III. Encon­tramos na altura dos 18°C, um ponto de intersecção com a cur­va II. Neste ponto, acontece a condensação! Forma-se uma ca­mada de água paralela à super­fície do tecido. O que vai acon­tecer com esta água iremos tratar mais adiante.

Na figura c e d, do quadro 6, temos esquemas análogos, para pequenas diferenças de tempe­ratura, porém com maior umi-

dade do micro-clima e do meio ambiente. Esta apresentação, corresponde às quantidades cli­máticas de temperaturas mé­dias. Acontece lá também a con­densação e uma conseqüente camada de água no tecido. Também nas temperaturas mais elevadas, os efeitos de conden­sação são esperados. Com se­gurança, podemos excluir a con­densação, somente quando a superfície do tecido tão tiver nenhuma diferença de tempera­tura ou quando a concentração da evaporação da água, sobre toda a extensão do tecido, for bastante baixa.

O princípio de passagem de umidade através dos tecidos, por evaporação d'água, foi con­firmado experimentalmente num trabalho feito, em .1970, por Me­cheels.

QUfMICA T~XTlL

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Mecheels desenvolveu um apa­relho com características repre­sentativas da pele humana, ou seja, uma placa termorregulado­ra aquecida a 35°C, que podia desprender temperaturas e umi­dades quantitativas, através de um detector para o meio am­biente .

A passagem de temperatura e umidade através de diversos tecidos , foi verificada por detec­tores, cujos resultados puderam confirmar o princípio acima ci­tado.

Constatou-se, no momento do desprendimento de umidade e calor através da evaporação, que houve uma queda de temperatu-

Quadro 1

ra na placa termorreguladora. Após a evaporação da umidade, verificou-se a secagem dos teci­dos, reproduzindo assim fenô­meno similar ao da pele hu­mana.

No quadro 7, a seguir, a placa termorreguladora começa com o desprendimento da água e con­seqüente evaporação. A estabi­lização da temperatura começa no ponto O (zero). Isto se expres­sa numa redução de temperatu­ra da placa. Continuando a expe­riência, até que foi consumida toda a quantidade de água, a evaporação da água cessa, mar­cada pelo ponto E, seguindo-se da secagem dos tecidos .

Neste quadro, mostramos três experiências, como segue:

Ensaio A - uti I ização de três camadas de tecido de fibra de vidro com temperatura ambiente de 10°C;

Ensaio B - utilização de três camadas de tecido de fibra de vidro com temperatura ambiente de 30°C;

Ensaio C - utilização de três camadas de tecido de nylon com tem­peratura ambiente de 30°C.

I Tecido de Nylon I Placa Medidora

15

l

t Temperatura Ambiente

'09C

Tempelltura Ambiente

l09C '

roSAIO B

I Tecido de fibra de vidro I

r---,z---:sif§: :: , Malha plastica

• Placa medidora

~ Placa Medidora

E1'ISAIO A

ITecido de fibra de vidro I

~T---------r---------~--------~--------T---------r---------r-________ ~ ______ ~ o 10 20

Ensaio A - as curvas foram detectadas numa temperatura ambiente de 10°C, ou seja, numa temperatura média, que permite a condensação da água. Nota-se que na iniciação da evaporação da água, no ponto O (zero), a temperatura cai, detectada pela placa medidora. Além disto,

26

surgem picos de temperatura em todas as camadas dos ted­dos. Isto pode ser explicado pela liberação de calor conden­sado. Na seqüência , a água con­densada se evapora novamente e estabelece-se um equilíbrio entre a condensação e o efeito calorífico de evaporação. Por

60 10 Mia _ ..

isto é que as temperaturas re­tornam ao ponto inicial. No ponto E (tempo) pára a evapora­ção da água na placa medidora e a conseqüente condensação da água, bem como nas camadas dos tecidos. As temperaturas se abaixam, porque ainda existe um consumo de calor para a se-

QUfMICA T~XTlL

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cagem dos tecidos. No final, as temperaturas novamente atin­gem os pontos iniciais dos te­cidos secos.

Ensaio B - as curvas foram determinadas numa temperatura ambiente de 30°C. Podemos ve­rificar que no início do despren­dimento da água surgem somen­te pequenas irregularidades com pequenos picos de temperatura. Os pontos característicos da curva só podem ser determina­dos no final do período de seca­gem. Aí a condensação e a re­evaporação da água não são vi­síveis, ou seja, o vapor d'água atravessa para fora, através dos poros e superfícies das fibras dos tecidos. Realmente pode­mos constatar a evaporação da água pela queda da temperatura das placas medidoras.

Ensaio C - também neste caso, a temperatura de 30°C não apresenta índices de con­densação, porém após o início do desprendimento da água sur­gem, visivelmente, picos de tem­peratura. Isto não pode ser de­vido à condensação da água, po­rém ao fato de absorção da água na fibra poliamídica. Os picos de temperatura são condi­cionados pelo aparecimento de calor de absorção. Após a cessa­ção da evaporação da água (pon­to E) vê-se uma queda sensível de temperatura nas camadas dos tecidos, procedente da per­da calorífica por desorpção.

É compreensível que o com­portamento dos tecidos, tem uma influência bastante impor­tante nas propriedades de pas­sagem de umidade, quando colo­cados próximos à água.

Por exemplo: o tecido do en­saio A é hidrófobo. Se ele fosse absorvente então seria possível que no mesmo lugar pudesse se estabelecer um equilíbrio entre a condensação e a evaporação. A água poderia se condensar muito mais num ponto e aí au­mentar a temperatura. A água líquida só seria possível ser ab­sorvida, para uma outra camada de tecido, através de uma que­da de temperatura e, lá, se eva­porar.

Se numa camada de tecido, com propriedades de filtrar o

QUfMICA T~XTlL

vapor d'água, tiver de um lado o vapor d'água - que está sendo exposto ao ar - e do outro lado da superfície existir um clima com deficiência de saturação a um baixo teor de vapor d'água, este vapor passa facilmente através das camadas dos tecidos.

Mecheels procurou definir qual o mecanismo mais impor­tante no transporte da umidade de um lado a outro do tecido e encontrou quatro mecanismos fundamentais, como segue: 1. Difusão do vapor d'água,

através dos 'poros de ar contidos nas camadas de tecidos;

2. Absorção da água para o in­terior da fibra - transporte através da matéria prima, bem como desorpção para o lado oposto do tecido. O mecanismo pode também apresentar-se num processo parcelado;

3. Transporte capilar da água ' condensada, através dos es­paços das fibrilas e ligamen­to dos tecidos;

4 . A absorção da água para a superfície da fibra por migra­ção das quantidades de água ao longo da superfície e de­sorpção do lado seco.

O 1.° mecanismo, o da difusão do vapor d'água através do ar contido no tecido é de suma importância.

Existindo, em todos os teci­dos, malhas e mantas, uma maior parte em volume de ar, a constante de difusão do vapor d'água no ar é, porém, relativa­mente pequena, não podendo se subjugar a resistência destas camadas de ar contra a passa­gem do vapor d'água. Estas mas­sas de água, que através desta forma atravessam os tecidos, só podem ser influenciadas pela estrutura do tecido, ou seja, a espessura do tecido e as formas dos canais de ar originados em função dos fios e construção do tecido. Não podemos efetuar ne­nhuma influência através de uma escolha de fibras nem através de um acabamento, en­quanto- a estrutura geométrica não for modificada.

O 2.° mecanismo que se refe­re ao transporte de água através do intumescimento das fibras, citado anteriormente como o fator mais importante da vesti­menta, pôde ser provado, por Mecheels, ,ser de importância secundária, pois a quantidade de água que passa através da fibra, por este processo, é muito pe­quena.

Através de ensaios realizados com tecidos de algodão alveja­do, algodão hidrófugo e algodão hidráfobo, constatou-se que a passagem de calor umedecido era idêntica nos tecidos de al­godão alvejado e hidrófugo, en­quanto que nos tecidos de al­godão hidrófobo a mesma era bem menor. Também, foi medi­da a passagem da quantidade de umidade e constatou-se que o tecido hidrófugo permitiu maior índice de passagem de umidade.

Um ensaio paralelo foi feito com tecido de viscose e cons­tatou-se que a viscose, com alto teor de intumescimento, teve o melhor resultado de passagem de calor e umidade nos tecidos hidrofugados.

Portanto, através desses re­sultados, deve-se conferir uma grande importância ao transpor­te de água através da superfície da fibra e do umedecimento da mesma, ou seja, o transporte de água através da capilaridade dos fios e tecidos. Este seria o 3.° mecanismo.

Como é conhecido, a força de sucção, ou seja, a capacidade de sucção de um capilar depende de seu diâmetro e da umectação de sua superfície. Os tecidos possuem uma série de capilares, onde não estamos nos referindo aos filamentos capilares dos fios sintéticos e sim aos espa­ços e vãos entre as fibras uni­tárias e dos fios.

Desde que haja uma quantida­de (citada anteriormente) de condensação de água dentro da camada de tecido, através da ultrapassagem do ponto de sa­turação da pressão do vapor, a água condensada deverá, sem dúvida, ser retirada do lugar da condensação para fora, confor­me a capacidade capilar, ou seja,

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a propriedade de sucção do tecido.

A condutibilidade capilar pode variar pela formação geométrica dos capilares, como também pela estrutura do tecido e ume-

decimento da superfície das fibras, através de acabamento.

A capaCidade de aumentar a absorção, aumenta o transporte da umidade nos tecidos (ver tabela II) .

Tabela II: Transporte de umidade e calor de cada tecido de poliester com diferentes capaCidades de umedecimento

N.O de passagem de calor ume­decido (kcal/m2 . h . °C)

Transporte de umidade (g/água/m2 h)

Num tecido de poliester hi­drófilo, foi dado um tratamento para que fosse diminuída a ten-

Tecido de Tecido de poliester poliester hidrófobo hidrófilo

11,7 16,2

7,8 13,9

são superftcial e no outro foi dado um tratamento hidrófobo. As quantidades de umidade pas-

sadas através das camadas, bem com as quantidades retira­das de calor, através do trans­porte de umidade da superfície de medição, são mais elevadas no tecido hidrófilo que no- teci­do hidrófobo. Uma superfície de fibras com tratamento anti-ten­são superficial e com uma boa condutibilidade capilar traz van­tagens, como já foi confirmado numa série de casos.

A tabela III, a seguir, mostra um outro ensaio realizado com tecido de fibra de vidro, apli­cando-se o mesmo acabamento, ou seja, hidrófilo e hidrófobo, cujos resultados são surpreen­dentes quando se coloca a' tem­peratura ambiente externa a 35°C, onde conseqüentemente tem-se a temperatura idêntica em ambos os lados.

Tabela III: Transporte de umidade através do teci do de fibra de vidro

Clima externo 35°C 35°C 75%HR 50%HR

Camadas cores­pondentes de ar conf. Turl(3)

Passagem de umidade Passagem de umidade g H20/m2h. torr sem diferença de temperatura

g H20j2h. toorcom diferença de t~mperatura

Hidrófilo sem tratamento

Hidrófobo acabado c/ silicones

Mesmo com uma umidade re­lativa do ar que está longe da saturação, o tecido hidrófilo' apresenta um maior índice de transporte de umidade que o tecido htdrófobo. Porém, sob estas condições, não há possi­bilidade de uma condensação por ultrapassagem da pressão de vapor saturado.

Todavia, como podem proprie­dades capilares ou capacidade de umedecimento da fibra te­rem um papel importante no transporte da umidade, quando a condensação da água nem apa· rece e se só podemos esperar o vapor d'água na parte interna da camada do tecido?

Seguindo o raciocínio, encon­tramos o efeito de migração da

28

16,1 17,5 18,0

10,7 10,9 15,6

superfície, o que significa um deslocamento da água retida na superfície. Realmente, as super­fícies hidrófilas apresentam uma camada de água em forma de gases bidemensionais, que permitem possivelmente trans­portar quantidades de água através da superfície das fibras, por migração. Neste caso, a ca­pacidade de transporte também depende da capacidade de ume­decimento da superfície das fibras, ou seja, migração da su­perfície. Este seria o 4.° meca­nismo.

Para provar o 4.° mecanismo, devemos considerar a fórmula para quantidades substanciais, na qual deve-se levar em consi­deração os seguintes parâme-

11,5 12,9

12,9 16,3

cm.

0,19

6,31

tros: a medição geométrica dos capilares, as grandezas termo­dinâmicas e a unidade por área de quantidade de água absorvi­da entre o lado seco e o úmido da superfície.

Testes realizados sobre teci­dos de fibra de vidro com tra­tamento hidrófilo e hidrófobo, resultaram em maior quantidade de umidade transportada nos tecidos hidrófilos em relação aos hidrófobos, devido à migra­ção da superfície.

Quando constatamos em am­bos os tecidos, que o . transpor­te de umidade conforme meca­nismo 1 (difusão do vapor d'água através do ar enclausura­do no tecido) era idêntico, e que o mecanismo 2 (transporte

QurMICA TI:XTIL

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de água no interior da fibra) era eliminado na fibra de vidro, e que o mecanismo 3 (condensa­ção capilar) era insignificante em ambos os tecidos, então as diferenças encontradas com tais efeitos de migração da super­fície se sobrepuseram.

Sob este raciocínio hipotético, foram realizados os ensaios abaixo, como segue:

Um maço de fibras poliamídi­cas (retiradas de um cabo) foi acomodado dentro de um tubo de vidro. Este tubo e as fibras poliamídicas tinham 5 cm. de comprimento, com uma superfí­cie plana nas pontas. O tubo de vidro, com as fibras abertas de cada lado, foi colocado em dois ambientes com a mesma tempe­ratura, porém com umidades di­ferentes, ou seja, 95% de umi­dade relativa e 40% de umidade relativa.

Pôde-se calcular, através da quantidade de fibras, do peso específico e da medida do tubo, qual era a área do corte trans­versal do ar entre as fibras que

estavam à disposição, para o transporte do vapor d'água, con­forme mecanismo 1. Através da constante de difusão (já conhe­cida) para o vapor d'água no ar, pudemos calcular que quant ida­de de água deve passar, através do espaço de ar existente entre as fibras, num determinado tempo. Neste ensaio, encontra­mos maior quantidade de água que a esperada.

A tabela IV, abaixo, mostra os valores calculados e encontra­dos para o corte transversal do ar. O excesso de 'água corres­pende à migração da superfície , pois as quantidades de água ad i­cionais podem ter sido trans­portadas através da superfície. No 3.° item, desta tabela, são dados os valores de transporte de água, conforme a constante de difusão de: Fourt, Craig e Rutherford, calculados sobre as amostras de fibras em corte transversal. Podemos verificar que através das f ibras {em po­tências decimais) passa menos água que através das áreas de ar pj superfície.

Tabela IV: Difusão de vapor d'água através de um punhado de fibras nylon gjh

encontrado pelo corte transversal do ar

calculado pelo corte transversal do ar

calculado pelo corte tranversa l das f ibras conf. Furt, Cra ig e Rutherford

0,22.10-2 g/h 0,16.1 0 2 g/h

Testes práticos comprovam que, com o aumento da densida­de de compactação, a difusão do vapor nas fibras, através do ar disponível para o corte trans­versal, é reduzida . Conseqüen­temente, se o mecanismo 1 fos­se eficiente o transporte ' de vapor d'água seria diminuído. Porém mostra-se que há uma tendência em continuar a pas­sagem de umidade, que conf ir­ma perfeitamente a migração da superfície, pois a superfície das fi bras disponíveis aumenta com maior densidade.

3 . Considerações Gerais

Os fatos mostram o seguinte: Para passagem do vapor d'água,

30

0,11 .10-7 g/h

através de uma camada de teci­do, o intumesci menta das fibras tem uma importância ' relativa­mente secundária. Uma capaci­dade muito maior de transporte é possível nas superfícies das fibras , ou seja , a condensação da água nas camadas de tecido em condições correspondentes, ou seja, a capilaridade. Estes dois mecanismos são influencia­dos sens ivelmente pelas pro­priedades estas que não depen­dem somente da matéria prima, porém do estado de sua super­fície. Isto pode ser sensivelmen­te influenciado pelos processos de acabamento.

A capacidade cap~lar dos te­cidos é influenciada pelo forma­to geométrico dos capilares (es-

I

paço livre entre as fibras) que poderá, por sua vez, ser modifi­cada através de técnicas de fia­ção e tecelagem. O ponto certo é possível ser obtido pelas me­dições da capilaridade de suc­ção ou capacidade de transfe­rência de umidade (condutibili­dade).

Estabelecendo-se para artigos de vestimenta uma alta capaci­dade de umedecimento da su­perfície e uma boa condutibili­dade capi lar, conhece-se algu­mas idéias contrárias , que con­sideram a condutibilidade capi­lar e conseqüentemente a capa­cidade de sucção de um tecido de importância secundária. Es­tas opiniões são de que a água do suor deve ser evaporada na pele e atravessar, em forma de vapor, os te'cidos do vestuár io. Só assim realmente seria pos­sível um refrescamento da pele, através da evaporação. Caso contrário numa vestimenta com propriedade de sucção, a água seria sugada da pele e evapora­da no lado externo da vestimen­ta que, todavia , iria refrescar o ar e não a pele.

Testes realizados, no Inst itu­to Fisiológico de Vestimenta de Hohenstein, com tecidos com acabamento hidrófilo, hidrófugo e hidrófobo, revelaram que a maior capaCidade de sucção foi verificada nas amostras hidró­filas e hidrófugas que, conse­qüentemente, mostraram uma redução significativa da tempe­ratura sob a pele, através da evaporação do suor.

No quadro 8, abaixo, foi reali­zado um ensaio, onde vemos a decorrência da curva de tempe­ratura, dentro de diversas com­binações de tecido de fibra de vidro, com início repentino de suor no "modelo da pele". Ana­logamente, como mostramos inicialmente (quadro 6) no en­sa io sobre o " modelo da pe le ", havia um separador em forma de uma fina malha plástica, se­guindo-se três camadas de um tecido de fibra de vidro não in­tumescível. No ponto O (zero) iniciava o "modelo da pele" com o desprendimento de vapor

QUfMICA TEXTIL

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d'água, após InJeção de uma certa quantidade de água. Ime-

diatamente, a temperatura da placa medidora caía, o que per-

mitiu deduzir um refrescamento real do corpo.

Quadro 8: Decorrência de temperatura entre aI , ~amadal de 'tec~dol de t!bra de vidro , com diferentes índices --- de 1lIIIidade durante o início do proeello de luor e apos cessac;ao do suor.

'5 Clima Ambiente : 10'1C e aot: !IR.

,o

te. 25

20

1

'5

,o

te.

25

20

15 E

o 10

Tecido de fibra de vidro hidrófilo

Tecido de fibra de vidro hidrófobo

60 Mia.

• Placa Medidora • Sobre 19 e.-da • Sobre '9 Camada

~ Sobre Malha Pláltica * Sobre 29 eaada

Os termômetros, colocados entre as diversas camadas, re­gistraram, primeiramente, um aumento de temperatura, o que mostra uma concentração de água nas diversas camadas de tecido de fibra de vidro. Porém, após um curto período de tempo inicia-se a evaporação da água condensada, para fora, e caem novamente os picos de tempe­ratura. Desta forma, encontra­mos na curva um equilíbrio entre a evaporação e a conden­sação no decorrer da temperatu­ra paralela. No ponto E, a água injetada está completamente evaporada. As camadas secam­se novamente e o calor de eva­poração necessário traz uma queda de temperatura. No final, todas as camadas estão secas e a temperatura inicial é nova­mente alcançada.

Examinamos agora as diferen­ças entre as curvas inferiores e superiores, Para o ensaio infe-

QUIMICA T~XTIL

rior foi utilizado um tecido de fibra de vidro hidrófobo. Para o ensaio superior um tecido de fibra de vidro hidrófilo. Sem en­trar em maiores detalhes sobre este ensaio bastante conclusivo, reconhecemos iimediatamente o seguinte:

1. A evaporação da água nos tecidos hidrófilos é mais rá­pida que nos tecidos hidrófo­bos, o que torna possível re­conhecer a tendência do tempo zero e E.

2 . no tecido hidrófilo, o calor é retirado da pele mais rapida­mente, o que resulta numa maior redução de temperatu­ra na placa medidora (curva superior).

1) Hidrófobos - são tecidos normal­mente constituidos de fibras sintéti· cas, de baixa absorção de umidade.

2) Hidrófugos - são tecidos tratados com auxiliares quími,cas que os tor­nam repelentes à água.

A conclusão é que o homem quando precisa externa r calor adicional, através do suor, o faz melhor através dos tecidos hi­drófilos. Vale a pena observar o seguinte: 3.A camada de tecido mais

próxima da pele é mais fria, no início da transpiração, nos tecidos hidrófilos que nos tecidos hidrófobos. Isto é exprimido na 2." curva supe­r.ior (sobre uma tela plástica) que no tecido de fibra de vidro hidrófilo o pico de tem­peratura é de 3°C mais baixo ao valor inicial antes do pon­to zero, enquanto que no te­cido hidrófobo é somente PC.

4. Após a cessação da evapora­ção do suor {ponto E) a tem­peratura abaixa nas camadas de tecido próximas à pele,

3) Hidrófilos - são os tecidos absor­ventes de umidade ou água.

31

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que permanece no tecido hi­drófilo num curto espaço de tempo, enquanto que no hi­drófobo num longo período de tempo. Isto resulta numa redução de temperatura quando o homem realmente não quer mais liberar nenhu­ma quantia de calor adicio­naI.

Conclui mos, . através destes resultados, que é viável produ­zir vestimenta para climas tro­picais, a partir de fibras sintéti­cas, porém devemos observar os seguintes princípios de cons­trução: 1. Boa capacidade de umedeci­

mento da superfície das fi­bras, conseguida através do acabamento;

2. Condutibilidade capilar favo­rável, através da construção do fio e do tecido;

3. Camadas finas de tecido para climas tropicais.

Estes pontos permitem ser de­duzidos, através do trabalho acima, porém podemos reco­nhecer duas outras exigências, através . de outros trabalhos como: 4. Uti lização de fios descontí­

nuos ou fios texturados; 5. Moldes de vestimenta mais

folgados. Para que haja uma continuida­

de de transporte de água líquida, como também uma absorção e desorpção ' dos capilares, a construção capi lar dos tecidos, pode ser melhor obtida, através d;:l utilização de fios descontí­nuos ou texturados, em relação aos fios contínuos (filamento liSO).

Quanto á modelagem dos te­cidos de material sintético, muitas vezes cometem-se erros, principalmente nos artigos de malha que, em relação as ma­lhas de fibras naturais, possuem melhor elasticidade, o que é uma motivação para diminuir o tamanho na modelagem. Porém, a vestimenta colante ao corpo

reduz bastante o conforto ao uso. Deve-se confeccionar os artigos de malha a partir de sin­téticos de forma que haja uma pequena camada de ar entre a pele e a vestimenta.

Se estes princípios de cons­trução forem aplicados correta­mente poderá se obter, a partir da fibra sintética e suas mistu­ras, excelentes tecidos para vestimenta, indicados para o clima tropical. Contudo, para cada aplicação definida deve-se procurar aperfeiçoar os princí­pios acima citados.

Infelizmente, a fisiologia de vestimenta, atualmente aplica­da, ainda não possui todas as bases para prever testes práti­cos sobre tecidos que permitam definir a aplicação correta para um tecido analisado. Portanto só se poderá definir a aplicação correta, através de uma medição escolhida sobre diferentes cons­truções de um tecido.

Tanto a Enka Glanzstoff como a Rhone Poulenc realizaram en­saios a partir de fio poliester texturado, os quais comparati­vamente com tecidos de fios contínuos não texturados, apre­sentaram e confirmaram que a construção eficaz de um tecido, uti I izando-se o fio texturado, engloba todas as exigências necessárias para um tecido de bom conforto ao uso, através da passagem de umidade e calor exigido sobre o produto.

Observações finais

Pôde-se concluir, que a vesti­menta para climas tropicais, realizada há centenas de anos, a partir do algodão, do linho e da lã, apresentou, com o desen­volvimento de tecnologias ade­quadas, boas propriedades ao uso, no que tange ao conforto.

Porém, algumas desvantagens surgem na fibra natural, aponta­das pelos diversos mecanismos já citados. Por outro lado, atra-

vés de pesquisas realizadas, constatou-se que as misturas das fibras sintéticas com as na­turais, conseguem produzir teci­dos que podem exercer perfeita­mente as funções citadas neste trabalho, de tal forma que pode­mos atualmente afirmar, com toda convicção que a fibra sinté­tica tem a sua participação asse­gurada na vestimenta. Um novo processo de fiação desenvolvido recentemente, ou seja, o siste­ma Open-End, confere ao fio ex­celentes características, das quais se destaca a propriedade de absorção de umidade, im­prescindível para um artigo con­fortável.

Devemos nos concientizar que para nosso clima, que é bastante variável de norte a sul, as exigências climáticas deter­minam que certas misturas te­nham suas aplicações mais di­vulgadas tais como: poliesterl algodão, da região setentrional para o norte, enquanto que a mistura pol iester Ilã e acríl ico tem a sua preferência na região setentrional sul.

Iremos apresentar alguns te­cidos desenvolvidos especifica­mente para o maior conforto ao uso, acatando as observações apresentadas em nosso trabalho.

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3. J.E. Kennedy, L.H. Turl; Seventh Commonwealth Defense Conferen· ce on Clothing and General Stores, United Kingdom 1961, DRML Report n.<> 121 - 6.

4. J.H. Mecheels, Kleidung aus Che­miefasern für heisse Klimabedin­gungen - IX Internationale Chemie­fasertagung in Dornbirn.

5 . A.W. Ly,kow, Experimente/le und theoretische Grundlagen der Trock­nung, 1.Auf/., S. 74, VEB Verlag Technik Berlin, 1955.

6. W.M. Jones: Transactions of The Faraday Society 47. 381 (1951).

7. H.P.Boehm, G. Kampf; Z.f. physik. Chemie, Neue Folge 23, 265 (1960).

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