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Relatório & Contas 2010
2010
2 · Relatório & Contas · 2010
BanCo naCional de angolaAv. 4 de Fevereiro nº 151, Luanda, AngolaCaixa Postal 1243Telefone/Fax: (+244) 222 67 92 00
www.bna.ao
2 · Relatório & Contas · 2010
1Enquadramento Macroeconómico ·
Índice
APRESENTAÇÃO
ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA FINANCEIRO E DE PAGAMENTOS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
2 18 23 27
1Índice ·
DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
28
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
295
RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE
52
2 · Relatório & Contas · 2010
Apresentação
Este Relatório e Contas apresenta, para além da situação patrimonial e financeira do Banco
Nacional de Angola (BNA) no exercício económico de 2010, o contexto macroeconómico do país,
em matéria de política monetária, cambial e creditícia, tendo em conta a função principal do
BNA, como Banco Central e Emissor da República de Angola.
O ano de 2010 pode ser caracterizado como o ano da retoma económica, após os efeitos
conturbados resultantes da crise económico-financeira mundial ocorrida em finais de 2008
e de que a economia nacional se ressentiu profundamente. O produto interno bruto cresceu
3,4%, superando os 2,7% de 2009, marcado pela recuperação do sector não-petrolífero que no
ano atingiu 7,8%.
Em termos administrativos importa realçar a aprovação da nova Lei do Banco Nacional de
Angola, a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho, e a nomeação do actual Governador do Banco Nacional de
Angola através do Despacho Presidencial n.º 227/10, de 5 de Outubro.
Portanto, este Relatório reflecte a transição de uma norma jurídica, alicerçada na então Lei
do Banco Nacional de Angola (Lei n.º 6/97, de 11 de Julho), para outra, enquadrada na moldura
jurídica da nova Constituição da República de Angola, promulgada em 5 de Fevereiro de 2010.
Em termos de composição dos órgãos sociais do Banco Nacional de Angola verificou-se, tal como
referido anteriormente, a alteração do seu Governador em Outubro de 2010, com a substituição
do Dr. Abrahão Pio dos Santos Gourgel no cargo de Governador. Nesta altura deixou também de
exercer as funções de Vice-Governadora, a Dra. Laura Maria Alcântara Monteiro.
Assim, o exercício económico de 2010 terminou com os seguintes membros do Conselho
de Administração:
• José de Lima Massano – Governador
• Ricardo Daniel Sandão Viegas de Abreu – Vice-Governador
• António André Lopes – Administrador
• Celestino Eliseu Kanda – Administrador
• Manuel Piedade dos Santos Júnior – Administrador
2 · Relatório & Contas · 2010
3Enquadramento Macroeconómico ·
ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO
Economia Mundialevolução do PRoduto Mundial
Em 2010, fruto das medidas tomadas pelas
principais economias mundiais para fazer
face à crise, a economia mundial mostrou
sinais de recuperação. De acordo com o
FMI, em 2010 o PIB mundial registou um
crescimento de 5% contra -0,5% em 2009,
em grande parte justificado pelo aumento
do consumo privado e do investimento nos
EUA e no Japão, bem como pela recuperação
das trocas internacionais pelas economias
asiáticas.
A recuperação da economia mundial
continuou a fortalecer-se no segundo
semestre do ano, mas a ritmos diferentes nas
várias regiões, com as economias avançadas
da Ásia na liderança (excepto o Japão), cujo
sector das indústrias transformadoras
beneficiaram da recuperação global do
comércio. Assim, os indicadores já se situam
acima dos níveis anteriores à crise, a exemplo
do PIB da região asiática que cresceu cerca de
9,5% em 2010.
Os EUA atingiram os níveis anteriores à
crise, com o PIB a registar um crescimento
de 2,8% em 2010. O consumo tem crescido
desde o terceiro trimestre de 2009; os preços
continuam baixos, devido à profundidade
da retracção; não se verifica ainda uma
recuperação sustentada do emprego (a taxa
de desemprego atingiu 9,4% em Dezembro);
e a actividade imobiliária continuou fraca.
O Japão e a Zona Euro demonstraram um
nível de recuperação mais lento. No Japão, o
estímulo fiscal e a recuperação do comércio
mundial surtiram algum efeito nos primeiros
meses, mas a actividade económica ainda
continuou fraca, o PIB cresceu 3,4%, o mais
baixo entre as economias mais dinâmicas da
região.
A crise nos mercados financeiros europeus,
com a situação da dívida soberana
deteriorada em alguns países, concorreu
para que houvesse a depreciação do euro
e gerou factores de incerteza diante de um
crescimento de apenas 1,7% em 2010.
A China, cujo PIB cresceu 10,3% em 2010,
para além de condições favoráveis de procura
interna e externa, beneficiou da fixação
sistemática de empresas estrangeiras,
com destaque para o sector automóvel
e electrónica. O investimento directo
estrangeiro (IDE) na China verificou um
crescimento de 15,6% em 2010, atingindo
o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões.
PIB global, 2008 – 2011(Taxas de Crescimento Reais, %)
Projecção
2008 2009 2010 2011
Mundo 2,8 -0,5 5,0 4,4
Economias Avançadas 0,2 -3,4 3,0 2,4
Estados Unidos 0,0 -2,6 2,8 2,8
Zona Euro 0,5 -4,1 1,7 1,6
África Sub-sahariana 5,5 2,8 5,0 5,5
angola 1 13,8 2,7 3,4 3,7
Médio Oriente e Norte de África 5,0 1,8 3,8 4,1
América Central e do Sul 4,3 -1,7 6,1 4,7
Ásia em desenvolvimento 7,7 7,2 9,5 8,4
Comunidade dos Países Independentes 5,3 -6,4 4,6 5,0Fonte: Fundo Monetário Internacional (World Economic Outlook, Jan-11)1 Ministério do Planeamento
De acordo com o FMI, em 2010 o PIB mundial registou um crescimento de 5% contra -0,5% em 2009
Taxa de crescimento do PIB global (Variação homóloga, %)
Fonte: World Economic Outlook, Jan-11
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Mundo Economias avançadasEconomias emergentes e em desenvolvimento
África Sub-Sahariana
4 · Relatório & Contas · 2010
CoMéRCio inteRnaCional
O comércio internacional evoluiu
favoravelmente, registando taxas de
crescimento acima dos dois dígitos, 12% em
2010, contrariamente à queda acentuada de
-10,7% registada em 2009. A recuperação
no comércio internacional deveu-se,
essencialmente, à forte expansão do comércio
das economias asiáticas (com destaque para
a China e a Índia), do Brasil e da Rússia,
apresentando boas perspectivas para 2011.
As economias emergentes e em
desenvolvimento registaram um maior
crescimento das exportações, na ordem
dos 12,8%, quando comparadas com as
economias avançadas, onde o crescimento
foi de 11,4%. As importações registaram,
igualmente, uma evolução positiva, tendo
crescido em 11,1% nas economias avançadas
e em 13,8% nas economias emergentes e em
desenvolvimento.
inflação
A recapitalização dos bancos e os gastos
públicos efectuados em 2009 deram lugar
a défices orçamentais, o que provocou
um aumento generalizado da inflação em
todas as economias em 2010 (excepto na
África Sub-Sahariana), depois da redução
significativa registada em 2009.
Nas economias avançadas, a inflação
aumentou de 0,1% em 2009 para 1,5% em
2010, enquanto nas economias emergentes
e em desenvolvimento atingiu 6,2% contra
os 5,2% em 2009. A inflação média na África
Sub-Sahariana caiu de 10,4% em 2009 para
7,5% em 2010.
Exportações (Taxas de Crescimento Anuais %)
Economias avançadasEconomias emergentes e em desenvolvimento
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Economias avançadasEconomias emergentes e em desenvolvimento
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Importações (Taxas de Crescimento Anuais %)
Fonte: FMI - World Economic Outlook, Jan-11
Índice de Preços no Consumidor15%
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Economias emergentes e em desenvolvimento
Ásia em desenvolvimento Zona Euro
Economias avançadas
África Sub-Sahariana
5Enquadramento Macroeconómico ·
evolução dos MeRCados finanCeiRos
Os mercados financeiros, segundo o FMI,
registaram em termos gerais uma melhoria,
durante o segundo semestre de 2010, não
obstante persistir alguma vulnerabilidade.
Quanto às tendências para as taxas de juro,
verifica-se que se mantiveram nos mesmos
níveis observados em 2009, tanto para a
Reserva Federal Americana, como para o
Banco Central Europeu, enquanto que o
Banco Central da China aumentou a taxa de
juro em 0,25 pontos percentuais, medida que,
entre outras, visava evitar o aquecimento
excessivo da economia.
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Fonte: Reuters
Taxas de Juro de Referência
Evolução das Taxas de Juro - 2010
CDS Soberanos US$ a 5 Anos
EUA: Fed funds rateECB: MROUK: Repo rateJapão: Overnight target rate
Fonte: Reuters
Fonte: Bloomberg
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Fonte: Reuters
Taxas de Juro de Referência
Evolução das Taxas de Juro - 2010
CDS Soberanos US$ a 5 Anos
EUA: Fed funds rateECB: MROUK: Repo rateJapão: Overnight target rate
Fonte: Reuters
Fonte: Bloomberg
LIBOR USD 3MEURIBOR 3M
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Fonte: Reuters
Taxas de Juro de Referência
Evolução das Taxas de Juro - 2010
CDS Soberanos US$ a 5 Anos
EUA: Fed funds rateECB: MROUK: Repo rateJapão: Overnight target rate
Fonte: Reuters
Fonte: Bloomberg
LIBOR USD 3MEURIBOR 3M
PortugalItáliaIrlanda
Reino UnidoGrécia
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As pressões nos mercados da dívida
soberana persistiram em 2010. No início
do ano, assistiu-se a um aumento das taxas
de juro praticadas para os Credit Default
Swaps (CDS) com maturidade de 5 anos de
algumas economias periféricas da Zona Euro,
nomeadamente Grécia, Irlanda, Espanha
e Portugal. Entre Janeiro e Dezembro os
maiores aumentos registaram-se na Irlanda
(312%), seguida por Portugal (213%), Espanha
(182%), Grécia (170%) e Itália (99%).
Em 2010, o euro depreciou-se de forma
bastante significativa em relação às
principais moedas (18,4% face ao yen, 7,3%
em relação ao dólar e 3,1% face à libra), como
reflexo da crise da dívida soberana em alguns
países da Zona Euro.
6 · Relatório & Contas · 2010
Nos períodos de maior turbulência, o
aumento da aversão ao risco provocou
uma expansão da procura de dólares como
moeda de refúgio, o que influenciou a sua
subida face ao euro e à libra em 7,3% e 4,5%,
respectivamente, durante o ano. O iene
foi ainda mais procurado do que o dólar
como moeda de refúgio devido à expansão
monetária sem precedentes da Reserva
Federal, tendo registado um máximo de 12%
em 2010. A difícil situação económica
e orçamental do Reino Unido contribuiu para
a descida da libra face ao euro e ao dólar em
2010.
No seguimento de uma política cambial
menos rígida e das pressões dos E.U.A, que
exigiram uma maior flexibilidade cambial
da parte da China, a taxa de câmbio USD/CNY
(Dólar por Yuan) registou níveis mínimos
desde finais de 1993. A valorização do yuan,
que para a China deve ser vista como um
processo de longo prazo, poderia melhorar
o desequilíbrio comercial americano cujo
défice atingiu um valor recorde de US$ 57 mil
milhões em Novembro de 2010, dos quais
cerca de US$ 25,6 mil milhões (ou seja, 45%)
correspondiam ao saldo comercial com a
China.
A recuperação do mercado global das
commodities continuou positiva ao longo
do ano, apesar da adopção de medidas
proteccionistas em alguns países durante
algum tempo e não obstante as flutuações
devido às mudanças nas expectativas acerca
da evolução da economia global.
O preço do petróleo (brent) subiu cerca de
23%, comparativamente ao fecho de 2009,
tendo atingido os USD 91,5/barril. Durante
o ano, o gás natural negociou dentro dos
limites observados no ano anterior, mas
fechou o período nos USD 4,3/milhões de
BTU’s, representando uma queda de 20% face
a 2009.
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Abr Jul Out
Evolução das Taxas de Câmbio - 2010
Fonte: Reuters
EUR/US$ US$/CNY (esc. direita)GBP/US$
A recuperação do mercado global das commodities continuou positiva ao longo do ano
7Enquadramento Macroeconómico ·
Relativamente ao sector agrícola, as
mudanças climáticas influenciaram a queda
da rentabilidade dos campos, provocando
ondas inesperadas de aumento nos preços
dos principais produtos agrícolas. No
final do ano, as economias emergentes
enfrentaram pressões de aumento dos preços
dos alimentos, embora tal tendência não
tenha significado necessariamente o perigo
de uma elevação permanente destes preços.
Para o médio prazo, a expectativa é de que
os preços dos produtos de base aumentem,
permanecendo historicamente elevados,
especialmente se o crescimento mundial
continuar a ser incentivado pela procura nos
países emergentes. Este aumento é temido
pela necessidade de tempo em investimento
e exploração dos recursos, antes da sua
colocação no mercado.
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Fonte: Reuters e Bloomberg
Commodities - Sector Energético
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Evolução dos principais índices accionistas(Fev -06 = 100)
BrentWTIGás Natural (esc.direita)
MilhoTrigoArroz
S&P500FTSE100EUROSTOXXMSCI Ásia
DAXNIKKEI225MSCI Mercados Emergentes
Fonte: Reuters e Bloomberg
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Fonte: Reuters e Bloomberg
Commodities - Sector Energético
Commodities - Sector Agrícola
Evolução dos principais índices accionistas(Fev -06 = 100)
BrentWTIGás Natural (esc.direita)
MilhoTrigoArroz
S&P500FTSE100EUROSTOXXMSCI Ásia
DAXNIKKEI225MSCI Mercados Emergentes
Fonte: Reuters e Bloomberg
A evolução do mercado accionista, em 2010,
teve globalmente um desempenho positivo,
registando-se na maior parte dos mercados
retornos acima dos dois dígitos, reflexo das
políticas monetárias e da perspectiva de
crescimento económico mundial.
Os mercados accionistas da Indonésia,
Filipinas e da Turquia lideraram a tabela
de ganhos de 2010, com valorizações
superiores a 40, 30 e 20%, respectivamente.
Na Zona Euro, a bolsa alemã de Frankfurt foi
a que apresentou melhor performance, +18%,
a larga distância das suas congéneres. Nos
EUA, os índices Dow Jones, Nasdaq e S&P500
acumularam ganhos compreendidos entre
10 e 15%.
8 · Relatório & Contas · 2010
Economia angolanaevolução do PiB
Em 2010, o Produto Interno Bruto registou
um crescimento de 3,4%, influenciado
pelo desempenho positivo do sector não
petrolífero, como resultado dos esforços de
diversificação da economia levados a cabo
pelo Governo. O sector petrolífero, apesar
de ter recuperado da crise, com a evolução
favorável do preço do petróleo, registou uma
contracção de 3%.
O sector não petrolífero, embora fortemente
afectado pelos constrangimentos observados
na execução dos pagamentos do Estado a
fornecedores e prestadores de serviços em
geral, foi o impulsionador do crescimento
económico em 2010.
Os sectores da Construção, dos Serviços
Mercantis e da Indústria Transformadora,
que nos últimos anos têm aumentado a sua
quota na composição do PIB, terão sido os
motores do crescimento com taxas de 16,1%,
10,9% e 10,7%, respectivamente.
Indicadores Macroeconómicos2008 2009 2010 var.10/09
Inflação (%) 13,2 14,0 15,3 1,31 p.p
Saldo Fiscal (%PIB) 11,1 -5,2 5,8 11,0 p.p
Saldo da Conta Corrente (%PIB) 8,5 -11,3 9,0 20,3 p.p
Crescimento do PIB (%) 13,8 2,4 3,4 1,0 p.p
Sector Petrolífero 12,3 -5,1 -3,0 2,1 p.p
Sector não Petrolífero 14,0 8,3 7,8 -0,5 p.p
Reservas Internacionais Líquidas (milhões US$) 17 499 12 621 17 327 37%
Vendas de US$ no BNA (milhões US$) 9 105 10 636 11 613 9%
Taxa de Câmbio (fim de período) 75,169 89,398 92,643 4%Fonte: Ministério das Finanças, Ministério do Planeamento e BNA
Composição do Produto Interno Bruto2008 2009 2010
PIB a preços correntes (mil milhões Akz)
6 316 5 989 7 580
Composição (%)
Agricultura 6,6 10,2 9,9
Pescas e derivados 0,2 0,2 0,2
Petróleo 57,9 45,6 45,9
Diamantes e Outras Indústrias extractivas
1,1 0,9 1,0
Indústria transformadora
4,9 6,2 6,3
Energia 0,1 0,1 0,1
Construção 5,2 7,7 8,1
Serviços Mercantis 17,9 21,2 21
Outros 6,1 7,8 7,4Fonte: Ministério do Planeamento
Fonte: Ministério do Planeamento
2005 2006 2007 2008 2010
PIB petrolifero
Angola – Evolução do PIB
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PIB não petrolifero PIB global
9Enquadramento Macroeconómico ·
exeCução fisCal
Em 2010 a execução orçamental foi
inferior ao programado, especialmente no
primeiro semestre do ano, reflectindo os
esforços de reestruturação e saneamento
dos pagamentos do Tesouro. A saída de
recursos foi limitada, pelo menos até ao 3º
Trimestre, quando o Governo deu início à
regularização de pagamentos devidos aos
seus fornecedores.
A arrecadação de receitas do petróleo acima
do programado contribuiu significativamente
para a melhoria da situação orçamental,
tendo o saldo global registado melhorias
substanciais, passando de um défice de
5,2% do PIB em 2009 para um excedente
de 5,8% em 2010. Em 2010, as receitas
fiscais atingiram Kz 3.295,5 mil milhões,
correspondente a um aumento de 59,2%
face a 2009. Para este aumento contribuiu
essencialmente a evolução do preço de
exportação de petróleo bruto, tendo o valor
médio anual aumentado 36,4% (passando de
57,0 US$/bbl em 2009 para 78,0 US$/bbl em
2010), uma vez que a quantidade exportada
diminuiu 0,5% (644,7 milhões de barris em
2009 para 641,5 milhões de barris em 2010).
O reforço da situação fiscal criou espaço
para a liquidação de parte substancial
dos atrasados acumulados entre 2008
e 2009 estimados em US$ 6,8 mil milhões.
Na sequência do processo de verificação
e confirmação desses atrasados, o Governo
liquidou até ao final do ano cerca de 50% do
montante inicial de atrasados certificados,
que era de US$ 3,6 mil milhões, incluindo
todos os pagamentos a “pequenos”
fornecedores, devendo o resto ser liquidado
através de uma combinação de pagamentos
em dinheiro e dívida titularizada.
O Fundo Monetário Internacional, no âmbito
do Acordo Stand-By celebrado em Novembro
de 2009, que visa aliviar as pressões de
liquidez imediata, aumentar a confiança
do mercado e restaurar uma situação
macroeconómica sustentável, avaliou de
forma positiva a implementação das políticas
económicas necessárias para fortalecer
o desempenho macroeconómico, que
demonstrou em linhas gerais, estar de acordo
com as expectativas, tendo disponibilizado
no 2º trimestre a 2ª tranche da linha de
financiamento no valor de US$ 171 milhões,
elevando assim o montante concedido para
US$ 514,5 milhões.
Execução Fiscal 2009 - 2010Mil Milhões de akz % PiB
2009 2010 2009 2010
Receitas 2 069,7 3 295,5 34,6 43,5
Impostos 1 988,2 3 094,5 33,2 40,8
Petrolíferos 1 449,2 2 500,4 24,2 33,0
Não petrolíferos 539,0 594,1 9,0 7,8
Outras (Cont. Sociais, Doações, etc) 81,5 201,0 0,3 1,0
Despesa Total 2 363,4 2 779,5 39,5 36,7
Despesas Correntes 1 620,1 2 046,2 27,1 27
Aquisição de Activos não Financeiros 743,3 733,3 12,4 9,7
Variação de Atrasados -17,3 -73,4 -0,3 -1,0
Saldo Global (caixa) -311 442,5 -5,2 5,8
Financiamento Líquido 311 -442,5 5,2 -5,8
Financiamento Interno (líquido) 171,7 -458,5 2,9 -6,0
Financiamento Externo (líquido) 137,3 15,9 2,3 0,2Fonte: Ministério das Finanças
Impostos Excluindo da Concessionária
Impostos do Sector Petrolífero – Evolução mensal 2010
Impostos da Concessionária
Preço Médio de Exportação (US$/barril-escala da direita)
US$
100
80
60
40
20
0
Dez
-10
Dez
-09
Jan
-10
Fev-
10
Mar
-10
Abr
-10
Mai
-10
Jun
-10
Jul-
10
Ago
-10
Set
-10
Ou
t-10
Nov
-10
US$ Milhões
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
10 · Relatório & Contas · 2010
Em Maio, as agências de rating Moody’s,
Standard & Poor’s e Fitch atribuíram
notações favoráveis à dívida soberana
do país, B1, B+ e B+, respectivamente, com
perspectiva estável. As fortes perspectivas
de crescimento e a melhoria das dívidas
pública interna e externa sustentaram a nota
atribuída ao país.
As reformas macroeconómicas continuaram
a merecer a confiança do FMI no 3º trimestre
do ano, tendo por isso desembolsada a 3ª
tranche no valor de US$ 353,1 milhões. Em 31
de Dezembro, o valor total dos desembolsos
correspondeu a US$ 891,8 milhões.
exeCução MonetáRia
Durante o ano de 2010, as autoridades
monetárias procuraram restabelecer a
confiança nos mercados, o alcance de níveis
adequados de reservas internacionais,
bem como o controlo da inflação, através
do controlo da liquidez na economia e da
estabilidade da moeda nacional. Neste
sentido, o Banco Nacional de Angola
continuou a focar a sua intervenção na
emissão de Títulos do Banco Central (TBC),
através de operações de mercado aberto,
como um dos principais mecanismos para
gestão da liquidez. O Banco continuou a usar
reservas obrigatórias e a taxa de redesconto
como instrumentos para orientar a actividade
creditícia dos bancos comerciais.
O cenário externo foi favorável na medida em
que o aumento das reservas internacionais
líquidas, em função da subida do preço do
petróleo, conferiu solidez à execução da
política monetária. Contudo, o aumento dos
preços das matérias-primas condicionou-a,
tendo em conta o comportamento da inflação,
em contraste com a desaceleração do ritmo de
crescimento dos agregados monetários.
Das medidas de política monetária e cambial
adoptadas em 2010, destacam-se:
1. O ajustamento da regulamentação
relacionada com os leilões de divisas;
2. A alteração da composição das
reservas obrigatórias, passando
o seu cumprimento a ser efectuado
na moeda de captação de acordo com
os coeficientes definidos em 25% para
a moeda nacional e 15% para moeda
estrangeira;
3. A introdução da facilidade permanente
de cedência de liquidez;
4. A redução da taxa de redesconto de 30
para 25% ao ano;
5. O aperfeiçoamento da regulamentação
das casas de câmbio;
6. A redução progressiva da exposição
cambial dos bancos, cujo limite deverá
ser de 20% dos Fundos Próprios
Regulamentares (FPR) para as posições
activas e passivas a partir de Junho de
2012.
Meios de PagaMento
A massa monetária, medida pelo M3, teve
uma expansão de apenas 7,1%, a mais baixa
dos últimos anos, reflectindo, em parte,
o ajustamento fiscal referido anteriormente.
O M2 cresceu 14,0%, ao passo que o M
1
registou uma expansão de 4%. O aumento
dos depósitos a prazo em moeda nacional
e moeda estrangeira foi de 58% e 31%,
respectivamente, ao passo que os outros
instrumentos financeiros (empréstimos
e acordos de recompra) contraíram em 58%.
11Enquadramento Macroeconómico ·
A expansão dos meios de pagamento cujo
valor absoluto foi de Akz 180.437,9 milhões
explica-se, essencialmente, pelo efeito
multiplicador do crédito à economia que
cresceu 27,8% correspondente, em termos
absoluto, Akz 369.806,8 milhões.
A base monetária, variável operacional da
política monetária, registou um crescimento
de 14% em 2010. Este comportamento esteve
em linha com o crescimento dos depósitos
dos bancos comerciais no BNA em moeda
estrangeira em 67%, como resultado do
cumprimento, a partir de Junho, das reservas
obrigatórias na moeda de captação. Assim, a
expansão da base monetária ampla em 2010
derivou, essencialmente, da acumulação de
reservas externas, uma vez que os activos
internos líquidos exerceram, globalmente,
um efeito contraccionista.
Meios de PagamentoMil Milhões de akz
% PiBvar.12 meses %
dez 09 Mar 10 Jun 10 set 10 dez 10 dez 09 dez 1o
Meios de Pagamento (M3) 2 548,0 2 489,6 2 505,6 2 641,2 2 728,4 21,5 7,1
Meios de Pagamento (M2) 2 303,8 2 192,1 2 219,2 2 429,9 2 626,2 62,6 14,0
Moeda (M1) 1 635,3 1 524,1 1 532,6 1 633,5 1 700,1 32,4 4,0
Notas e Moedas em Poder Público 169,7 133,5 122,1 121,5 171,6 34,6 1,1
Notas e Moedas em Circulação 213,9 168,3 162,0 166,4 229,4 27,1 7,2
- Caixa nos Bancos Comerciais -44,2 -34,8 -39,9 -44,9 -57,8 4,5 30,7
Depósitos à Ordem – MN 609,0 630,6 661,3 643,0 733,4 19,3 20,4
Depósitos à Ordem – ME 856,6 760,1 749,2 869,0 795,1 43,2 -7,2
Quase-moeda 668,5 667,9 686,6 796,4 926,1 266,5 38,5
Depósitos a Prazo – MN 259,7 238,1 287,4 345,2 409,4 514,9 57,6
Outras Obrigações – ME 32,0 28,7 15,9 10,8 15,3 163,4 -52,2
Depósitos a Prazo – ME 376,8 401,1 383,3 440,3 501,4 194,3 33,1
Outros Instrumentos Financeiros 244,1 297,5 286,4 211,4 102,2 -64,1 -58,1
Empréstimos e Acordos de Recompra – MN 232,2 286,4 273,3 199,5 87,4 -59,1 -62,4
Empréstimos e Acordos de Recompra – ME 11,9 11,1 13,1 11,8 14,8 -89,4 24,3
Dez
-08
Dez
-10
Fev-
09
Abr
-09
Jun
-09
Ago
-09
Ou
t-0
9
Dez
-09
Fev-
10
Abr
-10
Jun
-10
Ago
-10
Ou
t-10
020
4060
100
140%
120
80
0
8
20%
16
4
Base monetária (esc. esquerda)
M3, Base Monetária (MN e ME) e InflaçãoTaxas de crescimento anual (t.v.homóloga)
Massa monetária (esc. esquerda)Inflação (IPC) 12 meses (esc. direita)
Dez
-08
Dez
-10
Fev-
09
Abr
-09
Jun
-09
Ago
-09
Ou
t-0
9
Dez
-09
Fev-
10
Abr
-10
Jun
-10
Ago
-10
Ou
t-10
0
30
60
90
150
210
Mil milhões Akz
180
120
-10%
10%
30%
20%
0%
Venda de divisas
Esterilização Monetária
Venda de títulos (TBC e BT)Base monetária (variação mensal) (esc. direita)
Dez
-08
Dez
-10
Fev-
09
Abr
-09
Jun
-09
Ago
-09
Ou
t-0
9
Dez
-09
Fev-
10
Abr
-10
Jun
-10
Ago
-10
Ou
t-10
020
4060
100
140%
120
80
0
8
20%
16
4
Base monetária (esc. esquerda)
M3, Base Monetária (MN e ME) e InflaçãoTaxas de crescimento anual (t.v.homóloga)
Massa monetária (esc. esquerda)Inflação (IPC) 12 meses (esc. direita)
Dez
-08
Dez
-10
Fev-
09
Abr
-09
Jun
-09
Ago
-09
Ou
t-0
9
Dez
-09
Fev-
10
Abr
-10
Jun
-10
Ago
-10
Ou
t-10
0
30
60
90
150
210
Mil milhões Akz
180
120
-10%
10%
30%
20%
0%
Venda de divisas
Esterilização Monetária
Venda de títulos (TBC e BT)Base monetária (variação mensal) (esc. direita)
A execução da política monetária continuou
assente no princípio de esterilização da
liquidez na economia, tendo em conta a
necessidade de manutenção da estabilidade
dos preços e o equilíbrio das contas externas
do país. Em 2010, as vendas de Títulos do
Banco Central (TBC’s) triplicaram e a venda
de divisas aumentou em 8% face a 2009.
A partir de Junho, com a alteração das
reservas obrigatórias, o comportamento
da base monetária passou também a
ser influenciado pelo cumprimento das
reservas em moeda estrangeira, tendo
tido maior impacto em Agosto e Dezembro
(meses em que a base monetária teve o
maior crescimento no ano de 10% e 14%,
respectivamente).
12 · Relatório & Contas · 2010
A taxa de inflação homóloga atingiu o
pico em 16,1% em Outubro, um mês após
a redução pelo Governo dos subsídios
ao preço dos combustíveis (os preços da
gasolina e do gasóleo subiram em 50 e 38%,
respectivamente).
A análise da contribuição por classes de
despesas revela que a classe Alimentação
e Bebidas não Alcoólicas continuou a ter
maior peso, apesar de ter diminuído de 68%
em 2009 para 59% em 2010. No período em
análise, as classes que registaram maior
crescimento foram os Transportes e os
Hotéis, Cafés e Restaurantes, tendo crescido
cerca 3 p.p. e 2 p.p., respectivamente.
O aumento do peso da classe dos Transportes
deveu-se ao ajustamento do preço dos
combustíveis, conforme referido acima.
O comportamento dos preços da classe
Hotéis, Cafés e Restaurantes poderá ser
explicado pelo aumento da procura durante
a realização do Campeonato Africano das
Nações no início do ano e na época da quadra
festiva, bem como pela redução da oferta
de produtos e serviços desta classe na zona
urbana, devido à eliminação de certos pontos
de restauração informal.
0
2
10
18
%
14
6
Inflação Homóloga
Comportamento da Taxa de InflaçãoEvolução mensal 2009-2011
Inflação Média últimos 12 meses
Jan
-09
Fev-
09
Mar
-09
Abr
-09
Mai
-09
Jun
-09
Jul-
09
Ago
-09
Set
-09
Ou
t-0
9
Nov
-09
Dez
-09
Jan
-10
Fev-
10
Mar
-10
Abr
-10
Mai
-10
Jun
-10
Jul-
10
Ago
-10
Set
-10
Ou
t-10
Nov
-10
Dez
-10
Alimentação e Bebidas não Alcólicas
Bebidas Alcoólicas e Tabaco
Vestuário e Calçados
Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis
Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção
Saúde
Transportes
Lazer, Recriação e Cultura
Hotéis, Cafés e Restaurantes
Bens e Serviços Diversos
2009 2010
68% 59%
2%
5%
4%
2%1%
12%
1%
5%
0%0%0%
3%7%0%1%0%
15%
1%2%
5%
5%
2%
Contribuição das Classes de Despesa na Inflação
Fonte: Instituto nacional de Estatística
taxa de inflação
O objectivo de inflação estimada de 13% para
2010 não foi possível de alcançar, apesar
da contenção fiscal e da melhoria da
posição externa, devido ao aumento do
preço dos combustíveis, à depreciação da
taxa de câmbio e aos problemas estruturais
que ainda persistem. A taxa de inflação
acumulada, medida pelo Índice de Preços
ao Consumidor (IPC) da Cidade de Luanda
em 2010 foi de 15,31% contra 13,99% em 2009.
O comportamento dos preços foi mais
acentuado nos últimos meses do ano.
13Enquadramento Macroeconómico ·
títulos PúBliCos
No período de Janeiro a Outubro de 2010
apenas foram emitidos Títulos do Banco
Central (TBC) para fins de política monetária,
levando o BNA a aumentar o seu stock de
títulos no mercado. A partir de Novembro,
com o objectivo de financiar os gastos
programados do Tesouro e permitir a redução
do stock de TBC’s no mercado, o Ministério
das Finanças retomou a emissão de Bilhetes
do Tesouro, mas para as maturidades mais
longas (91, 182 e 364 dias). O BNA passou
a emitir títulos com maturidades inferiores
a 91 dias (14, 28 e 63 dias).
As taxas de juro dos títulos até um ano, que
se situaram em 25% no 1º trimestre de 2010,
tiveram um decréscimo no 2º trimestre,
estabilizaram ao longo do 3º trimestre e
voltaram a cair no 4º trimestre. No final
do ano, as taxas de juro para as maturidades
até 182 dias situavam-se abaixo de 12%
e em 13,7% para a maturidade de 364 dias.
CRédito
O crédito concedido ao Estado pelos bancos
comerciais, composto por Obrigações do
Tesouro (OT’s) e Bilhetes do Tesouro (BT’s),
diminuiu 1,3% no ano. A diminuição está
relacionada com o vencimento das carteiras
de títulos e a sua não renovação subsequente.
A partir de Novembro, verificou-se um
aumento do crédito ao Estado com a emissão
de BT’s (Akz 102,7 mil milhões) e de OT’s
indexadas ao dólar (US$ 1,3 mil milhões).
Em 2010, o crédito à economia concedido
pelos bancos comerciais aumentou 26%
contra um crescimento de 56% no ano
anterior. A desaceleração do crédito à
economia é explicada pelos reembolsos
efectuados em Dezembro na sequência
da regularização pelo Estado de parte das
dívidas em atraso aos seus fornecedores.
Repartição Sectorial do CréditoMil Milhões de akz var. (%)
dez 09 Mar 10 Jun 10 set 10 dez 10dez
09/10
Governo Geral 633,4 641,3 530,5 430,1 557,4 -12,0
Sector Público Empresarial (não financeiro) 27,3 38,0 50,5 63,9 61,9 126,3
Sector Privado 450,7 502,3 530,9 520,7 561,5 24,6
Total MN 1 111,5 1 181,6 1 111,9 1 014,6 1 180,8 6,2
Governo Geral 278,2 274,5 311,9 368,9 342,0 22,9
Sector Público Empresarial (não financeiro) 36,8 36,9 37,3 58,8 33,1 -10,2
Sector Privado 814,4 816,2 908,1 953,9 1 019,8 25,2
Total ME 1 129,4 1 127,7 1 257,3 1 381,6 1 394,9 23,5
Governo Geral 911,6 915,8 842,4 799,0 899,4 -1,3
Sector Público Empresarial (não financeiro) 64,2 74,9 87,8 122,7 94,9 47,9
Sector Privado 1 265,1 1 318,5 1 439,0 1 474,6 1 581,3 25,0
Total MN+ME 2 240,9 2 309,3 2 369,2 2 396,3 2 575,6 14,9
Crédito ao Estado (MN+ME) 911,6 915,8 842,4 799,0 899,4 -1,3
Crédito à Economia (MN+ME) 1 329,3 1 393,4 1 526,7 1 597,3 1 676,2 26,1Nota: Crédito à economia = Crédito ao Sector Público Empresarial + Sector Privado
Crédito por Sectores de ActividadePeso% var. (%)
dez 09 dez 10 dez 09/10
Agricultura e Pescas 1,8% 1,9% 37,0%
Indústria Extrativa 5,4% 2,2% (-)48,0%
Indústrias Transformadoras 4,9% 7,4% 91,0%
Construção 8,1% 7,5% 16,0%
Comércio por Grosso e a Retalho 18,9% 19,0% 27,0%
Transportes, Armazenagem e Comunicações 5,0% 4,6% 16,0%
Activ. Financeiras, Seguros e Fundos de Pensões 0,0% 2,4% ___
Activ. Imob., Alugueres e Serv. Prest. às Empresas 6,6% 10,0% 91,0%
Educação, Saúde, Acção Social e Outras 7,2% 10,6% 86,0%
Organismos Internacionais e Outras Instituições 0,0% 11,5% ___
Particulares e Famílias com Empregados 42,1% 22,8% (-)31,0%
total 100,0% 100,0% 26,0%
0
50
100
150
200
250
300
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
10
15
20
25
30
0
5
2009 2010
Mil
hõe
s de
AK
Z
Venda de TBC e BT - Volume Trimestral
TBC BT
Dez
-08
Taxas de Juros dos TBC/BT (%)
Mar
-09
Jun
-09
Set
-09
Dez
-09
Mar
-10
Jun
-10
Set
-10
Dez
-10
28 dias63 dias91 dias182 dias364 dias
0
600900
1.2001.5001.8002.100
Dez
-08
300
Mar
-09
Jun
-09
Set
-09
Dez
-09
Mar
-10
Jun
-10
Set
-10
Dez
-10
Crédito ao Estado
Crédito à economia
Crédito – Bancos ComerciaisMil milhões de Akz
14 · Relatório & Contas · 2010
Em Dezembro de 2010 a taxa de juro do
crédito ao sector empresarial até 3 meses
em moeda nacional aumentou em 3,3 pontos
percentuais para 18,9% face ao ano anterior,
enquanto a taxa de juro para maturidades
superiores a 1 ano seguiu a mesma tendência
e situou-se em 23,7% no final do ano. A taxa
de juro para o mesmo sector em moeda
estrangeira até 3 meses subiu 3,5 pontos
percentuais, face a Dezembro de 2009, e para
as maturidades acima de 1 ano registaram
ligeiros aumentos, tendo passado, em média,
de 8,6% para 9,7%.
A taxa de juro do crédito a particulares até
3 meses em moeda nacional oscilou entre
22 e 19,1% durante o ano e situou-se em
19,4% no final do ano, ao passo que para as
maturidades superiores a 1 ano mantiveram-
-se estáveis durante o ano, não obstante
terem registado ligeiras subidas no início do
último trimestre e caírem em Dezembro para
18,5%.
A análise do crédito por sectores de
actividade revela que o crédito a Particulares
passou a representar 23% do total de
crédito concedido contra mais de 42% no
ano anterior. O sector com maior peso na
distribuição do crédito continuou a ser o
Comércio (19%), enquanto que a Agricultura
e Pescas foi o sector com menor peso (1,9%).
O peso do crédito em moeda estrangeira
sobre o total de crédito (moeda nacional e
estrangeira) diminui de 63% em Dezembro
de 2009 para 58% em Dezembro de 2010.
O aumento do crédito concedido à economia
em 2010, face a 2009, implicou o aumento do
rácio de intermediação financeira (crédito
sobre depósitos) no final do ano em 3 pontos
percentuais, para 61%.
A análise do rácio de crédito vencido sobre
o total de crédito revela que houve uma
tendência de agravamento ao longo de
2010, tendo o rácio aumentado de 2,6% em
Dezembro de 2009 para 8,7% em Dezembro
de 2010. No entanto, verificou-se uma
melhoria do rácio no último mês do ano, face
a Novembro, em que atingiu 10%, devido à
regularização de parte das dívidas do Estado.
1 A significativa redução do peso do sector Particulares deve-se fundamentalmente à reclassificação do mapa publicado pelo Departamento de Estatísticas.
20%
40%
60%
80%
100%
Crédito ME Crédito MN
Repartição do Crédito à Economiapor moeda
0%
Dez
-09
Mar
-10
Jun
-10
Set
-10
Dez
-10
37% 41% 40% 39% 42%
Crédito Vencido/Crédito Total
6%
9%
12%
15%
18%
0%
3%
Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10
20%
40%
60%
80%
100%
Crédito ME Crédito MN
Repartição do Crédito à Economiapor moeda
0%
Dez
-09
Mar
-10
Jun
-10
Set
-10
Dez
-10
37% 41% 40% 39% 42%
Crédito Vencido/Crédito Total
6%
9%
12%
15%
18%
0%
3%
Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10
Taxas de Juro Crédito ao sector empresarial (MN)
Dez
-09
Jan
-10
Fev-
10
Mar
-10
Abr
-10
Mai
-10
Jun
-10
Jul-
10
Ago
-10
Até 180 dias
Mais de 1 ano
Set
-10
Ou
t10
Nov
-10
Dez
-10
0%
20%
30%
10%
Taxas de Juro Crédito a particular (MN)
Dez
-09
Jan
-10
Fev-
10
Mar
-10
Abr
-10
Mai
-10
Jun
-10
Jul-
10
Ago
-10
Até 180 dias
Mais de 1 ano
Set
-10
Ou
t10
Nov
-10
Dez
-10
0%
20%
30%
10%
Taxas de Juro Crédito ao sector empresarial (MN)
Dez
-09
Jan
-10
Fev-
10
Mar
-10
Abr
-10
Mai
-10
Jun
-10
Jul-
10
Ago
-10
Até 180 dias
Mais de 1 ano
Set
-10
Ou
t10
Nov
-10
Dez
-10
0%
20%
30%
10%
Taxas de Juro Crédito a particular (MN)
Dez
-09
Jan
-10
Fev-
10
Mar
-10
Abr
-10
Mai
-10
Jun
-10
Jul-
10
Ago
-10
Até 180 dias
Mais de 1 ano
Set
-10
Ou
t10
Nov
-10
Dez
-10
0%
20%
30%
10%
15Enquadramento Macroeconómico ·
O comportamento da taxa de juro para
maturidades acima de 1 ano, em moeda
estrangeira, foi ligeiramente oscilando entre
8% e 9%, tendo terminado nos 9,3%.
As taxas de juro dos depósitos a prazo em
moeda nacional registaram uma queda a
partir do segundo semestre do ano, tendo a
maturidade de até 90 dias caído de 12 para
8%, ao passo que a maturidade acima de 1
ano, que chegou a atingir 12% em Abril, caiu
para 1,7%. As taxas de juro dos depósitos
a prazo em moeda estrangeira também
registaram quedas no segundo semestre
do ano.
seCtoR exteRno
Balança de PagaMentos
No período em análise, a conta corrente
apresentou um superavit de US$ 7.421,0
milhões, que reflecte um crescimento relativo
em cerca de 198% e absoluto de US$ 14.992,7
milhões, comparativamente ao ano anterior,
cujo défice foi de US$ 7.571,6 milhões. Esta
melhoria é justificada, fundamentalmente,
pelo crescimento da conta de bens e pela
contracção do saldo deficitário da conta
de serviços na ordem dos 86,7% e 3,5%,
respectivamente. Tal resultado foi possível
apesar do agravamento do défice das contas
de rendimentos e de transferências correntes
na ordem dos 19,8% e 18,2%, respectivamente.
Fruto da recuperação dos preços dos
principais produtos de exportação de Angola
no mercado externo, a conta de bens registou
um excedente de US$ 33.928 milhões,
representando um crescimento de 86,7% em
relação ao período anterior em que atingiu
o valor de US$ 18.168,0 milhões, devido aos
efeitos da crise económica e financeira que
abalou o mundo.
O ano de 2010 foi marcado pela recuperação
do preço médio do barril de petróleo, bem
como, dos outros produtos que compõem
a estrutura das exportações de Angola,
permitindo o aumento das receitas do país,
comparativamente ao ano de 2009, conforme
ilustra o quadro abaixo.
Exportações Totais 2009 2010 var (%)
Exportações Totais 40.827,9 50.594,9 23,9
Petróleo Bruto 39.270,8 48.629,1 23,8
Refinados de Petróleo 313,7 422,9 34,8
Gás 218,3 299,5 37,2
Diamantes 813,6 976,3 20,0
*Outras Exportações 211,6 267,1 26,2*Inclui Café, Madeira, Pesca, etc
Taxas de Juro Depósitos a prazo (MN)
Dez
-09
Jan
-10
Fev-
10
Mar
-10
Abr
-10
Mai
-10
Jun
-10
Jul-
10
Ago
-10
DP até 90 dias
DP mais de 1 ano
Set
-10
Ou
t10
Nov
-10
Dez
-10
0%
16%
20%
12%
8%
4%
Conta CorrenteUS$ Milhões
2006- 10.000
10.000
15.000
5.000
0
- 5.000
2007 2008 2009 2010
Taxas de Juro Depósitos a prazo (MN)
Dez
-09
Jan
-10
Fev-
10
Mar
-10
Abr
-10
Mai
-10
Jun
-10
Jul-
10
Ago
-10
DP até 90 dias
DP mais de 1 ano
Set
-10
Ou
t10
Nov
-10
Dez
-10
0%
16%
20%
12%
8%
4%
Conta CorrenteUS$ Milhões
2006- 10.000
10.000
15.000
5.000
0
- 5.000
2007 2008 2009 2010
Conta de BensUS$ Milhões
0
30.000
50.000
10.000
40.000
20.000
2006 2007 2008 2009 2010
16 · Relatório & Contas · 2010
Apesar da queda de 3,4%, registada no
volume das exportações de petróleo bruto,
que passaram de 646,8 milhões em 2009 para
625,1 milhões de barris em 2010, as receitas
de exportação deste produto registaram um
aumento de 23,8% em relação ao período
homólogo, fruto da subida do seu preço médio
no mercado internacional em cerca de 28,1%.
Quanto aos outros produtos exportados,
registou-se um aumento no nível de receitas
de 37,2%, 34,8%, 26,2%, 20% para o gás,
refinados, outras exportações e diamantes,
respectivamente.
O sector diamantífero, depois de ter sido
duramente afectado no ano passado, devido
aos efeitos da crise económica e financeira
internacional já mencionados, voltou a
registar um crescimento durante o período
em análise, fruto da recuperação da economia
mundial, que permitiu o relançamento deste
sector, aumentando assim, as suas receitas
de exportação de US$ 813,6 milhões em
2009 para US$ 976,3 milhões em 2010, um
incremento de 20,0%, explicado pela variação
positiva do preço por quilate de diamante em
32,6%, tendo passado de US$ 88,1 em 2009
para US$ 116,7 em 2010.
Apesar dos esforços para diversificar a
economia nacional, o gráfico acima mostra
que o petróleo bruto continuou a dominar
o quadro das exportações, representando
96,1% do total das exportações. Os diamantes
tiveram um peso de 1,9% e as outras
exportações, 2%, demonstrando, deste
modo, que a economia de Angola continua
vulnerável a choques externos, devido à
sua excessiva dependência a dois produtos
minerais.
As despesas para compra de mercadorias,
que deram entrada no território nacional
com vista à cobertura da procura interna,
passaram de US$ 22.659,9 milhões em
2009 para US$ 16.666,9 milhões em 2010,
representando uma contracção de 26,4%
em relação ao período homólogo, o que
contribuiu para a melhoria da conta de bens.
Não obstante verificar-se a redução das
importações de mercadorias, mantém-se a
predominância em bens de consumo corrente,
que representaram 58,9% das importações
globais, revelando ainda a fraca capacidade
da produção interna, em satisfazer a
demanda do mercado nacional, facto que tem
impulsionado o recurso ao mercado externo.
Segundo o quadro acima, constata-se que, no
geral, houve uma ligeira melhoria na Conta
de serviços, apesar de se apurar um défice
na ordem dos US$ 17.897,5 milhões no ano
em análise, representando uma redução de
3,5% comparativamente ao ano de 2009 em
que se cifrou em US$ 18.546,2 milhões. O
comportamento positivo desta conta é fruto
da redução do nível de despesas, com especial
realce para as rubricas de transportes,
comunicações e seguros, com quedas de
25,7%, 40,4% e 21,8%, respectivamente,
embora o ónus por elas acarretado continue
a ser bastante representativo no cômputo das
despesas nacionais.
Para a redução do défice, contribuiu também
o crescimento relativo das receitas, passando
de US$ 623,1 milhões em 2009, para US$
856,9 milhões em 2010, representando uma
variação de 37,5%.
O quadro favorável da balança de pagamentos
em 2010 proporcionou uma acumulação
Classificação Económica das Importações (US$ Milhões)
2009 2010 var (%)
Mercadorias 22 659,9 16 666,9 -26,4
Bens de Consumo Corrente 13 270,8 9 824,0 -26,0
Bens de Consumo Intermédio 2 769,5 1 955,0 -29,4
Bens de Capital 6 619,6 4 887,8 -26,2
Evolução da Conta de Serviços2009 2010 variação relativa variação absoluta
Serviços (Liq) -18 546,2 -17 897,5 -3,5 648,7
Total Crédito 623,1 856,9 37,5 233,8
Total Débito -19 169,4 -18 754,4 -2,2 415
Petróleo bruto
Estrutura das Exportações em 2010
Diamantes
Outras exportações(Gás, Refinados, Café, Madeira, etc.)
96,1%
2,0%1,9%
17Enquadramento Macroeconómico ·
de reservas brutas de US$ 6.100,9 milhões,
correspondentes a uma cobertura de 6,6
meses de importações de bens e serviços não
factoriais.
dívida exteRna
O Stock da Dívida Externa, incluindo os
atrasados, passou de US$ 15.125,2 milhões
em 2009 para US$ 17.858,9 milhões em
2010, representando um aumento em termos
absoluto de US$ 2.733,7 milhões e relativo de
18,1%.
Em termos de estrutura, o stock da dívida
externa em 2010 era composto por 59,9% de
dívida comercial, 32,7% de dívida bilateral e
7,4% de dívida multilateral. À semelhança do
ocorrido em 2009 observou-se uma grande
concentração da dívida global na dívida
comercial, representando cerca de 60% do
stock global. Esta situação foi acentuada
no período em análise com uma expansão
da dívida comercial em 18,8%.
MeRCado CaMBial
Com vista a dar resposta à procura por
cambias, o Banco Nacional de Angola vendeu
divisas à economia, através dos bancos
comerciais, num total de USD 11.612,64
milhões, representando um aumento absoluto
de USD 976,59 milhões, correspondente
a 9% em relação ao ano anterior.
Durante o período em referência, devido
à escassez e elevada procura de divisas no
mercado, decorrente do risco imposto pela
crise, os bancos comerciais não efectuaram
venda de divisas ao BNA. O total de vendas
líquidas em 2010 permitiu esterilizar
a liquidez no valor de Akz 1.071.079,47
milhões, o que, seguramente, contribuiu para
a preservação do valor da moeda nacional.
A taxa de câmbio manteve-se relativamente
estável durante a maior parte do ano,
flutuando entre Akz 90,0 e Akz 94,4, por
dólar norte-americano. A depreciação
acumulada em 2010 foi de 4% contra os 18,4%
verificados no ano anterior.
Em 2010, foram tomadas medidas para
melhorar o funcionamento dos leilões
e procedeu-se ao ajustamento dos limites
de exposição cambial .
2 Aviso nº 05/2010 – Altera o limite de exposição ao risco cambial para 20% dos Fundos Próprios Regulamentares para as posições activas e passivas cujo regime transitório se estende até 30 de Junho de 2012.
Stock Global da Dívida (US$ Milhões)2009 2010 variação %
total da dívida incluindo atrasados 15 125,2 17 858,9 18,1
Comercial 9 002,0 10 697,7 18,8
Bancos (Títulos e Obrigações) 8 114,4 9 862,5 21,5
Empresas (Provedores) 887,6 835,1 - 5,9
Bilateral 5 385,5 5 832,6 8,3
Multilateral 737,7 1 328,7 80,1
Venda de divisas e taxa de câmbio2010
Vendas mensais
Taxa média venda (esc. direita)
0
1200
1500
900
600
300
88
94
95
93
92
90
89
91
US$ Milhões 1US$ = AKZ
J F M A M J J A S O N D
Dez
-08
Fev-
o9
Abr
-09
Jun
-09
Ago
-09
Ou
t-0
9
Dez
-09
Fev-
10
Abr
-10
Jun
-10
Ago
-10
Ou
t-10
Dez
-10
Reservas internacionais líquidas US$ mil milhões
0
15
20
10
5
18 · Relatório & Contas · 2010
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA
FINANCEIRO E DE PAGAMENTOS
Desenvolvimento do Sistema FinanceiroCompete ao Banco Nacional de Angola, nos
termos do artigo 20º da Lei Nº 16/10 de 15
de Julho, “Velar pela estabilidade e confiança
do Sistema Financeiro Nacional”. Assim,
foram desenvolvidas acções de carácter
organizativo e prudencial visando melhorar
o funcionamento do Sistema Financeiro
para fazer face às novas exigências que a
economia do país apresenta, tendo havido
a preocupação de os adequar aos padrões
internacionais.
Actualmente estão autorizadas 23 (vinte e
três) Instituições Financeiras Bancárias,
das quais estão em funcionamento 21
(vinte e uma), sendo que duas iniciaram as
suas actividades no corrente ano. Conta-se
igualmente com 30 (trinta) Casas de Câmbio
autorizadas, sendo que 29 (vinte e nove) estão
em funcionamento. O sistema conta ainda
com uma sociedade de remessa de valores e
com uma sociedade de micro crédito.
I. Central de Informação e Risco de
Crédito (CIRC) - Conclusão e entrada
em funcionamento;
II. Sistema de Supervisão das instituições
Financeiras (SSIF) - Conclusão
e entrada em funcionamento do
aplicativo informático (SSIF) que
substituiu o BSA (Bank Supervision
Application). É através desse sistema
que os bancos enviam a informação
para o BNA. Também é utilizado como
base de dados e ferramenta de análise
e acompanhamento do sistema
bancário;
III. Novo Plano de Contas das Instituições
Financeiras - Entrada em vigor do
novo Plano de Contas das Instituições
Financeiras (CONTIF), cuja aplicação
visa responder às exigências
normativas internacionais em termos
de uniformização dos registos e
procedimentos contabilísticos das
instituições financeiras.
análise do sisteMa BanCáRio
Balanço
O activo total do sistema bancário no final
de 2010, ascendeu a cerca de Akz 4,3 mil
milhões, representando uma variação de 20%
face a 2009.
Estrutura do ActivoMil milhões de AKZ
Dez
-09
Mar
-10
Jun
-10
Set
-10
Dez
-10
3,5 3,43,6
3,94,3
Evolução do Activo
20
40
60
80
100
0%
%
Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10
Caixa e disponib. s/BCTítulos PúblicosImobilizado LíquidasDisponib. e aplicações MECrédito à economiaOutros Activos
Estrutura do Passivo
20
40
60
80
100
0%
%
Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10
Recursos I.C.Resp. Títulos (Repos)Outras resp./ProvisõesDepósitos de ClientesDep. Gov. CentralFundos próprios
19Desenvolvimento do Sistema Financeiro e de Pagamentos ·
A expansão do activo deveu-se ao:
I. Aumento do Crédito de Akz 1,3 mil
milhões em Dezembro de 2009 para
Akz 1,6 mil milhões em Dezembro de
2010;
II. Aumento dos Títulos e Valores
Mobiliários de Akz 1,0 mil milhões em
Dezembro de 2009 para Akz 1,1 mil
milhões em Dezembro 2010;
III. Aumento das Disponibilidades de Akz
0,7 mil milhões em Dezembro de 2009
para Akz 0,8 mil milhões em Dezembro
de 2010.
Do lado do passivo, destaca-se a retracção
dos Depósitos na ordem dos 5%, o aumento
das Captações para Liquidez em 8 pontos
percentuais e o aumento das Obrigações
no Sistema de Pagamentos em 4 pontos
percentuais.
RendiBilidade e liquidez
A rentabilidade dos activos (ROA) diminuiu
ligeiramente em 2010 e atingiu 3% contra
os 3,4% registados no ano anterior. Tal
diminuição deve-se essencialmente ao
aumento do activo em 20%, conforme referido
acima.
A análise da liquidez através dos depósitos
que os bancos comerciais mantêm junto do
BNA revela que o sistema bancário manteve
níveis de liquidez em Kwanzas reduzidos no
1º e 3º trimestre do ano, levando assim ao
aumento do recurso às tomadas no MMI e ao
redesconto no BNA.
Decorrente do pagamento pelo Governo
de parte das dívidas em atraso, o sistema
bancário registou níveis de reservas
excedentárias no 4º trimestre.
Estrutura do ActivoMil milhões de AKZ
Dez
-09
Mar
-10
Jun
-10
Set
-10
Dez
-10
3,5 3,43,6
3,94,3
Evolução do Activo
20
40
60
80
100
0%
%
Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10
Caixa e disponib. s/BCTítulos PúblicosImobilizado LíquidasDisponib. e aplicações MECrédito à economiaOutros Activos
Estrutura do Passivo
20
40
60
80
100
0%
%
Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10
Recursos I.C.Resp. Títulos (Repos)Outras resp./ProvisõesDepósitos de ClientesDep. Gov. CentralFundos próprios
0
20
40%
Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10
Rendibilidade do Capital (ROE)Rendibilidade dos Activos (ROA)
Rendibilidade do Sistema Bancário
0
60
80
20
40
%
Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10
Activos Liquidos/ Activo TotalActivos Liquidos/ Passivo de Curto Prazo
Liquidez do Sistema Bancário
0
60
80
20
40
%
Mil milhões de AKZ
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
20092010
Liquidez do Sistema Bancário(Média Mensal)
Dez
-10
Dez
-09
Jun
-10
Ago
-10
Abr
-10
Mar
-10
Mai
-10
Jul-
10
Set
-10
Ou
t-10
Nov
-10
Jan
-10
Fev-
10
0
300
600
900
1200
1500
1800
2100 35
30
20
10
25
15
5
0
Redesconto versus Cedências no MMI AKZ
Montante negociado - RedescontoMontante negociado - CedênciasTaxa de juro - RedescontoTaxa de juro - Cedências
%
0
20
40%
Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10
Rendibilidade do Capital (ROE)Rendibilidade dos Activos (ROA)
Rendibilidade do Sistema Bancário
0
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%
Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10
Activos Liquidos/ Activo TotalActivos Liquidos/ Passivo de Curto Prazo
Liquidez do Sistema Bancário
0
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%
Mil milhões de AKZ
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
20092010
Liquidez do Sistema Bancário(Média Mensal)
Dez
-10
Dez
-09
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-10
Abr
-10
Mar
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Nov
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Jan
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0
300
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1500
1800
2100 35
30
20
10
25
15
5
0
Redesconto versus Cedências no MMI AKZ
Montante negociado - RedescontoMontante negociado - CedênciasTaxa de juro - RedescontoTaxa de juro - Cedências
%
20 · Relatório & Contas · 2010
Em termos gerais, a análise da liquidez em
moeda estrangeira dos bancos demonstra
uma ligeira melhoria desta em 2009.
O aumento das disponibilidades sobre
o exterior acima do aumento dos depósitos
em moeda estrangeira implicou o aumento
do rácio de liquidez em moeda estrangeira
de 38% em Dezembro de 2009 para 54% em
2010.
A posição cambial do sistema bancário, que
se apresentava curta em US$ -500 milhões
em Dezembro de 2009, teve uma inversão a
partir do 2º trimestre de 2010 tendo ficado
longa em US$ 3,5 mil milhões em Dezembro.
A variação da posição cambial entre
Dezembro de 2009 e 2010 é explicada
pelo aumento das disponibilidades em
moeda estrangeira em 38% para US$ 7,8
mil milhões e pelo aumento do crédito
em moeda estrangeira em 20%. Deste
aumento do crédito, US$ 0,6 mil milhões
foram direccionados para o Governo e o
remanescente para a economia.
Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10
-20
-10
0
10
20
30 100
40
70
10
-20
-50
Posição Cambial e Liquidez em MEConsolidado dos Bancos Comerciais
Activos MEPassivos MEPosição CambialPosição Cambial/Fundos Próprios (esc. dir.)Rácio de Liquidez ME (esc. dir.)
%US$ Mil milhões
Dez
-09
0
5
10
15
Liquidez em Moeda EstrangeiraConsolidado dos Bancos Comerciais
Caixa e Disponibilidades s/ExteriorCrédito à EconomiaDepósitos
US$ Mil milhões
Dez
-10
Jun
-10
Ago
-10
Abr
-10
Mar
-11
Mai
-10
Jul-
10
Set
-10
Ou
t-10
Nov
-10
Jan
-11
Fev-
11
-0,5 -0,2
1,7 3,0 3,5
21
Desenvolvimento do Sistema de PagamentosDurante o ano de 2010, foram levadas a cabo
várias acções no âmbito do desenvolvimento
do Sistema de Pagamentos nacional.
i. aCções RelaCionadas
CoM a eMPResa inteRBanCáRia
de seRviços (eMis)
a. Certificação da Rede Multicaixa (MCX)
para as marcas internacionais
• Marca VISA – Conclusão do Projecto
de Internacionalização da Rede
Multicaixa na vertente de aceitação
da marca;
• Marca MasterCard – encontra-se
concluída do ponto de vista técnico,
restando a admissão da EMIS como
membro desta marca e a abertura do
projecto de certificação.
b. Novo Centro Informático Seguro (NCIS)
• Conclusão das obras de construção
civil e realização da 1ª fase de testes
de aceitação geral.
c. Nova Plataforma de Emissão e Gestão
de Cartões (NPEGC) – que visa substituir
a actual plataforma de emissão de
cartões de débito por uma plataforma
multi-marca, suportando cartões de
crédito, débito e pré-pagos, de modo a
transformar a EMIS num processador
universal. Este projecto compreende
três fases, nomeadamente cartão de
crédito pré-pago internacional, cartão
pré-pago nacional e aperfeiçoamento
da integração com os bancos e cartão
multicaixa EMV.
d. Câmara de Compensação Automatizada
de Angola (CCAA) – desenvolvimento das
acções conducentes à implementação
do STC (Sistema de Transferências
a Crédito) em 2011 e do SCC
(Compensação Electrónica de Cheques)
em 2012, o que permitirá viabilizar e
reduzir significativamente o tempo de
compensação e liquidação das operações
interbancárias suportadas por aqueles
subsistemas de pagamentos.
ii. PRoJeCto de PagaMentos de
saláRios da função PúBliCa (PPsfP)
As acções conjuntas levadas a cabo pelo
MINFIN/BNA criaram as condições para a
publicação pelo MINFIN dos instrumentos
legais que permitiram a selecção de 3
Unidades Orçamentais (Ministérios das
Finanças, Economia e Planeamento) que
num regime piloto iniciaram o pagamento
de salários aos seus funcionários através do
sistema bancário a partir de Outubro de 2010.
Decorre presentemente a nível nacional
o processo de abertura de contas pelos
funcionários públicos, com a previsão do
pagamento de salários através do sistema
bancário, a nível nacional, a ocorrer a
partir de Janeiro de 2011. Paralelamente, o
BNA procedeu à elaboração dos termos de
referência da interface SIGFE-SPTR para
permitir a automatização dos pagamentos
com origem no MINFIN.
iii. análise estátiCa e dinâMiCa
dos indiCadoRes do sPa
Em 2010, cerca de 61% dos ATM’s que operam
no país estavam localizados na província de
Luanda, o que implica um acompanhamento
por parte do banco central, uma vez que a
excessiva concentração da oferta de serviços
é tida como um risco característico dos
sistemas electrónicos de pagamentos.
A disseminação dos terminais pelas
Províncias tem sido progressiva e requer
um esforço conjugado com a promoção do
uso do cartão. Este é um dos aspectos tidos
em conta no âmbito do programa de educação
financeira.
MoxicoK. Kubango
L. SulBié
L. NorteK. Norte
ZaireCuneneNamibe
UígeBengo
CabindaMalange
K. SulHuambo
HuílaBenguela
Luanda
Nº de ATM's por Província - 2010
0 400200 600 800 1000
MoxicoK. Kubango
L. SulBié
L. NorteK. Norte
ZaireCuneneNamibe
UígeBengo
CabindaMalange
K. SulHuambo
HuílaBenguela
Luanda
Nº de TPA's por Província - 2010
0 40002000 6000 8000 10000
Dez
-10
Jun
-10
Ago
-10
Abr
-10
Mar
-10
Mai
-10
Jul-
10
Set
-10
Ou
t-10
Nov
-10
Jan
-10
Fev-
10
0
500
1000
1500
2000
2500
Milhares
Cartões Activos versus Cartões Válidos
Nº de Cartões VálidosNº de Cartões Activos
Dez
-10
Jun
-10
Ago
-10
Abr
-10
Mar
-10
Mai
-10
Jul-
10
Set
-10
Ou
t-10
Nov
-10
Jan
-10
Fev-
10
0
200
400
600
800
1000
1200
1400 94
92
90
88
86
ATM's Matriculados versus Activos
Nº de ATM's Matriculados Nº de ATM's ActivosTaxa de operacionalidade média da rede (%)
%
Desenvolvimento do Sistema Financeiro e de Pagamentos ·
22 · Relatório & Contas · 2010
A concentração tanto dos ATM’s como dos
TPA’s na capital do país é uma consequência
da concentração da actividade económica
assim como da população bancarizada.
Verifica-se, durante o ano de 2010, um
elevado número de cartões produzidos e
não utilizados, denotando-se aqui alguma
ineficiência na promoção deste instrumento
de pagamento. Quanto aos AMT’s, a relação
entre matriculados e activos melhorou no
final do ano, situando-se próximo de 100%.
A disponibilidade do Sistema de Pagamentos
em Tempo Real situou-se, durante o ano,
próxima de 100%. O desempenho positivo
deste subsistema permitiu que a liquidação
das operações ao nível nacional fosse
possível dentro dos prazos contratados,
facilitando assim as transacções entre
os agentes económicos.
Os cheques continuaram a ser o segundo
meio de pagamento mais utilizado depois das
transferências SPTR. Os níveis de utilização
dos cartões de débito/crédito ainda são
insignificantes comparados com os níveis
internacionais.
MoxicoK. Kubango
L. SulBié
L. NorteK. Norte
ZaireCuneneNamibe
UígeBengo
CabindaMalange
K. SulHuambo
HuílaBenguela
Luanda
Nº de ATM's por Província - 2010
0 400200 600 800 1000
MoxicoK. Kubango
L. SulBié
L. NorteK. Norte
ZaireCuneneNamibe
UígeBengo
CabindaMalange
K. SulHuambo
HuílaBenguela
Luanda
Nº de TPA's por Província - 2010
0 40002000 6000 8000 10000
Dez
-10
Jun
-10
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Ou
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Milhares
Cartões Activos versus Cartões Válidos
Nº de Cartões VálidosNº de Cartões Activos
Dez
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-10
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Ou
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Jan
-10
Fev-
10
0
200
400
600
800
1000
1200
1400 94
92
90
88
86
ATM's Matriculados versus Activos
Nº de ATM's Matriculados Nº de ATM's ActivosTaxa de operacionalidade média da rede (%)
%
Cartões1%
Cheques2%
Ordens de Saque
0%
Doc. de Crédito0%
98
98
99
99
100
100%
Instrumentos de Pagamento
Disponibilidade do SPTR
SPTR97%
Jan
-09
Mar
-09
Mai
-09
Jul-
09
Set
-09
Nov
-09
Jan
-10
Mar
-10
Mai
-10
Jul-
10
Set
-10
Nov
-10
Jan
-10
0
5
10
15
20
25%
SPTR - Liquidação das Operações ao Longo do Dia
07h
30
08
h30
09
h30
10h
30
11h
30
12h
30
13h
30
14h
30
15h
30
16h
30
Valor das operações Nº de operações
Cartões1%
Cheques2%
Ordens de Saque
0%
Doc. de Crédito0%
98
98
99
99
100
100%
Instrumentos de Pagamento
Disponibilidade do SPTR
SPTR97%
Jan
-09
Mar
-09
Mai
-09
Jul-
09
Set
-09
Nov
-09
Jan
-10
Mar
-10
Mai
-10
Jul-
10
Set
-10
Nov
-10
Jan
-10
0
5
10
15
20
25%
SPTR - Liquidação das Operações ao Longo do Dia
07h
30
08
h30
09
h30
10h
30
11h
30
12h
30
13h
30
14h
30
15h
30
16h
30Valor das operações Nº de operações
23
Relações InternacionaisNo domínio das Relações Internacionais
o Banco Nacional de Angola fez incidir a
sua acção nas organizações de carácter
regional, com realce para a SADC (Southern
Africa Development Community) e
cooperação com os países de língua oficial
portuguesa. Das acções no âmbito da SADC
realizadas durante o período em análise,
há a realçar a participação do BNA na 30ª
e 31ª reuniões do Comité dos Governadores
dos Bancos Centrais (CCBG). De entre
os assuntos discutidos nessa reunião,
destaca-se o documento “Instantâneo
sobre Desenvolvimentos Económicos
Recentes”, que serviu de plataforma para a
discussão sobre o estado da convergência
macroeconómica na região.
O documento reflecte o resultado de
uma avaliação preliminar do estado da
convergência macroeconómica na região
em 2009, com destaque para as seguintes
médias: (i) Inflação (excluindo o Zimbabwe):
12,9% em 2009, contra 13,3% em 2008;
(ii) Critérios de convergência: três países
estiveram dentro da meta da inflação; (iii)
Crescimento económico: 3,0% em 2009,
contra 4,2% em 2008; e (iv) Saldo da conta
corrente: -10,9% em 2009 contra -10,5% em
2009.
Ainda no âmbito da SADC, destaca-se a
participação do Banco Nacional de Angola
em fóruns realizados sob a égide de diversos
subcomités afectos ao CCBG, nomeadamente:
I. Reunião Anual do Fórum de Formação
e Desenvolvimento dos Bancos
Centrais da SADC, realizada de 2 a 3
de Fevereiro, em Pretória, África do
Sul. Nessa reunião, foi feito o balanço
das acções de formação realizadas
até à data, em que se destacam os
cursos sobre sistemas de pagamento,
gestão de projectos de TIC e política
monetária.
II. Conferência Anual do Fórum de
Tecnologias de Informação, realizada
de 2 a 6 de Março, nas Ilhas Maurícias.
Trata-se de uma conferência anual
em que os Directores de Informática
dos Bancos Centrais da região da
SADC analisam a cooperação entre
as áreas dos Sistemas e Tecnologias
de Informação, bem como fazem o
balanço das acções realizadas no
âmbito dos distintos projectos em
curso.
III. Reunião do Subcomité de Mercados
Financeiros, realizada de 17 a 19 de
Março, nas Ilhas Maurícias. Nessa
reunião, o Subcomité analisou o
grau de cumprimento pelos Estados
Membros, dos Padrões Internacionais
de Contabilidade (39 e 41) e o
documento intitulado “Sistemas
Financeiros da SADC: Políticas,
Mercados e Estruturas”, actualizado
anualmente pelos bancos centrais.
IV. Reunião Anual do Subcomité dos
Supervisores Bancários da SADC,
realizada de 7 a 8 de Abril, em
Kinshasa, RDC. De entre os vários
assuntos discutidos o Subcomité
procedeu ao realinhamento dos
seus projectos com o Protocolo de
Finanças e Investimentos (FIP), à
actualização do Projecto de Aplicação
para a Supervisão Bancária (BSA),
analisou os Princípios Chave de
Basileia para uma Supervisão
Efectiva e a cooperação com o Grupo
de Supervisores Bancários da África
Austral e do Leste (ESAAMLG).
V. Reunião do Comité de Controlo
Cambial, realizada de 7 a 8 de Junho,
em Gaberone, Botswana.
VI. Reunião do Comité Director para os
Quadros Legais e Operacionais dos
Relações Internacionais ·
24 · Relatório & Contas · 2010
Bancos Centrais, realizada de 26 a 27
de Julho, em Pretória, na África do Sul.
O objectivo dessa reunião foi rever
o programa de trabalho do Comité e
analisar alguns anteprojectos de lei
modelo, tais como os dos Sistemas de
Pagamentos e de Supervisão Bancária.
VII. Reuniões do Subcomité Macro-
económico do CCBG, realizadas de
3 a 5 de Agosto, em Kinshasa, RDC,
e de 29 a 30 de Novembro, em Pretória,
África do Sul, respectivamente. Nessas
reuniões, o Subcomité analisou o
progresso alcançado pelos países,
no tocante ao cumprimento das metas
de convergência macroeconómica da
SADC e os documentos de pesquisa que
se encontram em fase de elaboração
pelos bancos centrais.
VIII. O Banco Nacional de Angola participou
nos tradicionais encontros de Lisboa
que antecedem as reuniões anuais do
FMI e do Banco Mundial anualmente
realizados pelo Banco de Portugal.
O objectivo desses encontros é, de um
modo geral, estreitar a cooperação
entre os bancos centrais dos países de
lingua oficial portuguesa.
Durante o período em análise, responsáveis
e técnicos do BNA participaram em diversos
fóruns, de que destacamos:
I. 4º Encontro sobre Sistemas de
Pagamento dos Bancos Centrais dos
Países de Língua Portuguesa, realizado
de 22 a 26 de Março, em Luanda,
Angola.
II. XII Fórum sobre Sistemas
e Tecnologias de Informação
e Comunicação dos Bancos Centrais
dos países de Língua Portuguesa,
realizado de 16 a 19 de Maio, em
Maputo, Moçambique.
III. 6º Encontro sobre Sistemas
Estatísticos Nacionais dos Bancos
Centrais dos Países de Língua
Portuguesa, realizado de 15 a 17 de
Junho, no Funchal, Portugal.
IV. 5º Encontro de Governadores,
realizado a 26 de Agosto, em S. Tomé,
coincidindo com as festividades
alusivas ao 18º aniversário do Banco
Central de S. Tomé e Príncipe.
O encontro realizou-se sob o tema
“Impacto do Sector Financeiro no
Desenvolvimento Económico e
Social”, sobre o qual os Governadores
reflectiram e apresentaram os seus
pontos de vista.
V. 20º Encontro de Lisboa, realizado
a 4 de Outubro, em Lisboa, Portugal.
O encontro foi como habitualmente,
precedido de uma mesa-redonda
subordinada ao tema Os instrumentos
do Banco Europeu
de Investimentos para o financiamento
do desenvolvimento, no quadro da
Convenção de Cotonou, apresentado
pelo Prof. Plutarchos Sakellaris, Vice-
Presidente do Banco Europeu
de Investimentos, o qual foi objecto
de debate pelos Governadores.
Da integração ao Instituto de Gestão
Macroeconómica e Financeira da África
Austral e do Leste (MEFMI) destaca-se a
realização nos dias 4 e 5 de Outubro, em
Washington, da 14ª Reunião do Conselho
de Governadores e Fórum Combinado
do MEFMI. De entre os vários assuntos
discutidos na reunião do Conselho, os
Governadores procederam à análise e à
aprovação dos relatórios e contas auditadas
do MEFMI referentes ao exercício financeiro
terminado em 31 de Dezembro de 2009, e do
programa de trabalho para 2011 e respectivo
orçamento.
A seguir enumeram-se outras realizações
de âmbito regional e que contaram com a
participação de Angola, por intermédio do
Banco Nacional de Angola:
Grupo Banco Africano de Desenvolvimento
(BAD):
I. 45ª Assembleia Anual do Conselho de
Governadores do BAD e 36ª Assembleia
Anual do Conselho de Governadores do
Fundo Africano de Desenvolvimento
(FAD), realizadas de 24 a 29 de Maio,
em Abidjan, Côte d’Ivoire.
Banco Africano de Importação
e Exportação (AFREXIMBANK ):
I. Assembleia-Geral Extraordinária dos
Accionistas (AGEA), realizada a 5 de
Junho em Gaberone, no Botswana, em
que participaram representantes das
três categorias de Accionistas que
integram o Banco.
II. 17ª Assembleia-Geral dos Accionistas
(AGA), realizada no dia 24 de Julho, em
Yaoundé, nos Camarões, que contou
com a participação dos representantes
das três categorias de Accionistas
que integram o Banco. Como tem sido
tradição todos os anos, a Assembleia-
Geral foi antecedida de dois eventos.
No dia 22 de Julho, teve lugar a
25
abertura oficial da exposição comercial
subordinada ao tema “Normas e padrões
internacionalmente reconhecidos
dos produtos de exportação”, que
decorreu durante os três dias do
certame. No dia 24 de Julho de 2010
realizou-se um colóquio sob a égide
do Grupo Consultivo do Banco sobre
o Financiamento do Comércio e o
Desenvolvimento das Exportações
em África, subordinado ao tema
“Crises económicas internacionais,
diversificação e acesso aos
financiamentos do comércio: lições
das experiências recentes e passadas
e implicações para a África”.
Associação dos Bancos Centrais Africanos
(ABCA):
I. Seminário continental da Associação
dos Bancos Centrais Africanos – ABCA,
subordinado ao tema “Lições que a
África pode aprender da crise financeira
internacional: mecanismos de prevenção
e coordenação de respostas”, realizado
de 10 a 12 de Maio de 2010, Lilongwe,
no Malawi. Participaram no evento 21
Bancos Centrais membros da ABCA,
cujas delegações integraram, secretários
gerais, conselheiros, directores
gerais, administradores, directores,
subdirectores, chefes de divisão e
economistas seniores. Participaram
ainda no evento representantes de
organizações regionais e internacionais
que tratam de questões monetárias,
financeiras e de integração económica.
II. 34ª Assembleia Ordinária do Conselho
de Governadores, realizada no dia 20
de Agosto em Dakar, no Senegal. A
anteceder o evento, teve lugar no dia
19 de Agosto de 2010, um simpósio
subordinado ao tema “O papel dos
Bancos Centrais na regulação e
estabilidade do sistema financeiro”.
Participaram no certame cerca de 31
Bancos Centrais membros da ABCA,
num total de 38, cujas delegações
foram conduzidas pelos respectivos
Governadores, Vice-Governadores ou
plenipotenciários em representação
dos Governadores que não puderam
comparecer. Estiveram também
presentes representantes das
instituições regionais e internacionais,
tais como a União Africana (UA), o Fundo
Monetário Internacional (FMI) e a
Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO).
Associação das Instituições Africanas de
Financiamento ao Desenvolvimento (AIAFD):
I. Fórum Anual dos Directores Gerais
(CEOs) da Associação das Instituições
Africanas de Financiamento ao
Desenvolvimento – AIAFD, realizado
de 1 a 3 de Dezembro de 2010, em Dar-
es-Salam, na Tanzânia. O fórum foi
organizado pelo Tanzânia Investment
Bank (TIB), com a colaboração do
Banco Africano de Desenvolvimento
(BAD) e enquadrou-se nas actividades
alusivas à comemoração dos 40 anos
de existência do TIB. O tema do evento
foi “Financiamento do desenvolvimento
em África: 50 anos depois: Realizações,
Desafios e Perspectivas para
as Instituições de Financiamento
ao Desenvolvimento IFD”. Participaram
no certame a maior parte das
instituições africanas de financiamento
ao desenvolvimento, cujas delegações
foram chefiadas pelos seus respectivos
Directores Gerais ou Presidentes.
Estiveram também representadas
instituições regionais, sub-regionais
e internacionais de financiamento
ao desenvolvimento, tais como o BAD,
BADEA, PTA Bank, Exim-Bank of India,
Funds CEDEAO, EAC, SADC.
Fundo Monetário Internacional (FMI):
II. Reunião do Grupo de Governadores
Africanos junto ao FMI/BM “African
Caucus Meeting”, realizada de 16 a
17 de Agosto, em Freetown, na Serra
Leoa. A reunião, que contou com a
participação de cerca de 47 países, teve
como objectivo principal a elaboração
de um Memorando a ser submetido aos
dirigentes das Instituições de Bretton
Woods (IBW) – o Fundo Monetário
Internacional (FMI) e o Banco Mundial
(BM), durante as Reuniões Anuais,
realizadas de 8 a 10 de Outubro, em
Washington, nos EUA.
III. Assembleias Anuais do FMI/BM,
realizadas de 8 a 10 de Outubro, em
Washington, D.C. e Reunião Anual do
Banco de Pagamentos Internacionais
(BIS), realizada de 26 a 30 de Junho em
Zurique, na Suíça.
Relações Internacionais ·
26 · Relatório & Contas · 2010
Desenvolvimento organizacionalO ano de 2010 fica marcado pela aprovação
da nova Lei do Banco Nacional de Angola
que procura conformar a acção do Banco
Central a nova constituição da República
de Angola e pela adopção de um programa
de desenvolvimento estratégico em que se
realça o reforço da capacidade institucional
do Banco Nacional de Angola face aos
desafios de preservação do valor da moeda
e estabilidade do sistema financeiro que
fundamentam a acção e propósito do BNA.
Foi desencadeado, por isso mesmo, um vasto
e profundo programa reestruturação da
orgânica do BNA, com ênfase para as funções
de gestão do risco financeiro e operacional.
Procedeu-se a segregação de funções
de pagamento, gestão de reservas e de
intervenção no mercado cambial. No
domínio das reservas, há ainda que
destacar a institucionalização do Comité de
Investimentos e a aprovação dos ‘guidelines’
de gestão das reservas internacionais.
Foi assim criada uma unidade de estrutura
com responsabilidade exclusiva para a gestão
de reservas, tendo a função de intervenção
no mercado cambial transitado para o
Departamento de Mercado e Activos.
A execução de pagamentos ficou centrada
no novo Departamento de Operações
Bancárias, juntando numa mesma
unidade a moeda nacional e estrangeira e
libertando-se o Departamento de Sistemas de
Pagamentos para as funções de supervisão e
desenvolvimento do sistema de pagamentos.
Ainda em 2010 foi criado o Gabinete de
Gestão de Risco, com responsabilidades
sobre a supervisão permanente sobre os
procedimentos operacionais de controlo
interno.
Anexo I – Regulamentação Aprovada Durante o Ano de 2010Mês dia Regulamento
Março 16 Instrutivo nº 01/2010 – Alteração dos procedimentos para a realização de operações de invisíveis correntes
Abril 2 Instrutivo nº 2/2010 – Plano de contas – Coexistência do PCIF e CONT até 30 de Junho
Junho 4 Instrutivo nº 03/2010 – Altera o cálculo das R.O.’s (coeficiente MN 25% e ME 15%)
4 Instrutivo nº 04/2010 – Alteração dos procedimentos para a compra e venda de ME
4 Directiva 10/DGR/2010 a 12/DGR/2010 – Actualização dos procedimentos para a preparação dos leilões de divisas
Julho 9 Lei nº 12/2010 – Lei do Branqueamento de Capitais e do Combate ao Financiamento do Terrorismo
Outubro 4 Aviso nº 01/2010 – Implementação da Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC)
4 Instrutivo nº 5/2010 – Regras para o funcionamento da CIRC
6 Directiva nº 11/DSP/2010 – Ajusta os procedimentos de cálculo e adequa a metodologia de controlo das R.O.’s.
20 Aviso nº 02/2010 – Implementação da CIRC – Revoga Aviso nº 01/2010
Novembro 3 Aviso nº 03/2010 – Política Cambial – Importação, exportação e reexportação de notas e moedas estrangeiras e de cheques de viagens
10 Aviso nº 04/2010 – Regulamento sobre a Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez
10 Aviso nº 05/2010 – Altera o Limite de exposição ao risco cambial para 20% dos Fundos Próprios Regulamentares para as posições activas e passivas cujo regime transitório se estende até 30 de Junho de 2012
10 Directiva nº 13/DSP/2010 – Altera a taxa de redesconto overnight para 25% a.a.
10 Instrutivo nº 07/2010 – Regula os termos e condições em que as Casas de Câmbio podem realizar a compra e venda de notas estrangeiras e cheques de viagem
17 Directiva nº 14/DSP/2010 – Estabelece os procedimentos sobre as operações de Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez
23 Directiva nº 15/DSP/2010 – Ajusta e revoga o ponto 3.1 da Directiva nº 14/2010 de 17 de Novembro sobre a Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez
25 Directiva nº 16/DSP/2010 – Ajusta os horários de acesso às operações de Redesconto e Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez
26 Decreto Presidencial nº 265/10 – Regulamenta os procedimentos de licenciamento das operações de mercadorias (revoga Decreto nº 55/00)
Dezembro 6 Aviso nº 07/2010 – Regula as operações de compra de notas e moeda estrangeira, cheques de viagem e outros meios de pagamento pelas unidades hoteleiras
28 Directiva nº 3/DSI/2010 – Cálculo da exposição cambial
28 Directiva nº 04/DSI/2010 – Define o SSIF (Sistema de Supervisão das Instituições Financeiras) como mecanismo de reporte de informação contabilística, estatística e de gestão
30 Directiva nº 02/DSI/2010 – Estabelece os requisitos a serem observados no âmbito dos processos de pedidos de Parecer - Concessão de Vistos de Trabalho.
A nova Lei do Banco Nacional de Angola
emerge da necessidade de se clarificar a
autonomia operacional da instituição para,
deste modo, assegurar a preservação da
moeda nacional e garantir a estabilidade dos
preços e do sistema financeiro nacional.
Uma última referência no capítulo das
acções administrativas refere-se à produção
de dois despachos do Governador do Banco
Nacional de Angola, no domínio da Política
Cambial, nomeadamente, o Despacho nº
179/10 de 18 de Novembro, sobre a Delegação
de Competências da Aplicação das Reservas
Internacionais, e o Despacho n.º 181 de 23 de
Novembro, sobre o Regulamento do Comité
de Investimentos.
27Enquadramento Macroeconómico ·
Recursos HumanosNa componente recursos humanos, o Banco
Nacional de Angola tem vindo a implementar
uma política de desenvolvimento de recursos
humanos, objectivando o reforço das suas
competências em áreas críticas e chave do
seu objecto social e de gestão.
Em matéria da satisfação das condições
sociais e de bem-estar aos trabalhadores,
o BNA também tem uma política concreta,
que se consubstancia na garantia da
assistência médica aos seus trabalhadores
e dependentes, na assistência aos filhos
menores através do Centro Infantil e no apoio
à aquisição de habitação própria.
Os itens abaixo descrevem em detalhe cada
um dos pontos aqui abordados.
I) Quadro de pessoal
No final de 2010, o quadro de recursos
humanos do BNA era de 3.445
trabalhadores, sendo 1.914 activos e
1.531 reformados.
II) Distribuição geográfica do efectivo por
género
Os quadros abaixo, descrevem o
efectivo de trabalhadores por género,
distribuídos geograficamente.
III) Evolução do Efectivo
Verificou-se a continuidade na
diminuição do efectivo, tal como vem
acontecendo nos últimos três anos,
tendo em conta o maior número de
trabalhadores que foram adquirindo o
direito à reforma durante o período em
análise.
Assim sendo, a evolução do efectivo
tende a alcançar um nível equilibrado
pois que, com a redução gradual do
número de trabalhadores, poder-se-á
efectuar uma dotação de quadros
de acordo com a quantidade que foi
estipulada para cada unidade de
estrutura, tendo em atenção as novas
competências do Banco Central.
O quadro abaixo demonstra tal
tendência.
Quantidade de Trabalhadoresexistência quantidade
Efectivo 1 914
Reformado 1 531
Total 3 445
Evolução do Efectivo
ano quantidadediferença
do ano anterior
2007 1 978 30
2008 1 940 -38
2009 1 929 -11
2010 1 914 -15
Distribuição geográfica do efectivo e por géneroHomens Mulheres
totallocalização quant. % quant. %
Luanda 887 46,34 733 38,3 1 620
Benguela 71 3,71 47 2,46 118
Cabinda 27 1,41 9 0,47 36
Huíla 35 1,83 23 1,2 58
Malange 27 1,41 10 0,52 37
Huambo 24 1,25 21 1,1 45
Total Geral 1 071 55,95 843 44,05 1 914
LuandaBenguelaCabindaHuílaMalangeHuambo
Distribuição geográfica do efectivo e por género
46,34%
3,71%1,41%
1,83%1,41%
1,25% Evolução do Efectivo
0
1400
1800
2200
1000
600
200
2007 2008 2009 2010
1914192919401978
28 · Relatório & Contas · 2010
VI) Formação
Durante este período foram realizadas
61 acções de formação, onde
participaram 1.025 trabalhadores
provenientes de diversas unidades de
estrutura, sendo 962 no País e 63 no
estrangeiro, conforme os quadros a
seguir ilustram.
V) Assistência à Infância
Durante o ano de 2010, o Centro
Infantil assistiu a 216 crianças, com
idades compreendidas entre os 6
meses e os 5 anos, conforme se pode
observar no quadro subsequente.
Foram também realizadas várias
acções de âmbito pedagógico com vista
a apoiar o desenvolvimento psicomotor
e a preparação da criança para a sua
inserção social/escolar.
Acções de Formação Realizadasacções Participantes
No País 45 962
No Estrangeiro 16 63
Total 60 1025
Pacientes consultados no Centro Médico nas diversas especialidadesespecialidades total %
Banco Urgência 8 822 45,2
Clínica Geral 984 5
Pediatria 5 937 30,4
Cirurgia 1 469 7,5
Ginecologia e Obstetrícia 1 972 10,1
Cardiologia 343 1,8
Total 19 527 100
Vacinastipo de vacinas Casos
Febre-amarela 9
Hepatite B Adulto 1
Pentavalente 65
BCG 3
Pólio 66
Sarampo 28
Tese Mantoux 10
Tétano 202
Vitamina A 48
Total 432
Acções de Formação Realizadas
45No País
16No Estrangeiro
Quantidade de crianças por idade e sexosexo
totalidade Masculino feminino
6 Meses 4 1 5
1 Ano 11 3 14
2 Anos 25 16 41
3 Anos 29 21 50
4 Anos 26 24 50
5 Anos 27 29 56
Total 122 94 216
VI) Assistência Médica e Medicamentosa
No âmbito da assistência médica, o
BNA dispõe de um Centro Médico,
para atender os seus trabalhadores e
seus dependentes directos. No período
em análise, foram atendidos 19.527
pacientes nas diversas especialidades
disponíveis, tendo sido diagnosticadas
várias patologias, com destaque
para Malária, doenças respiratórias
agudas, hipertensão arterial, infecções
urinárias e doenças diarreicas, como
mostra o quadro abaixo.
No âmbito da saúde preventiva, foram
realizadas vários actos vacinais, resumidos
no seguinte quadro:
Pacientes consultados no Centro Médico nas diversas especialidades
0
20
25
30
15
40
45
50
35
10
5
7,5210,1
1,76
30,4
5,04
45,18
Banco UrgênciaClínica GeralPediatria
CirurgiaGinecologia e ObstetríciaCardiologia
29Demonstrações Financeiras ·
Índice
INTRODUÇÃO
BALANÇO
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
30 33 34
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS FINANCEIROS
35 36
Demonstrações Financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
29Demonstrações Financeiras ·
30 · Relatório & Contas · 2010
Introdução
ApResentAção
De acordo com o previsto no artigo 86.º da sua Lei Orgânica nº.16/10 publicada no Diário
da República nº. 132-I série de 15 de Julho são apresentadas as Demonstrações Financeiras
do Banco Nacional de Angola, relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, que
compreendem o Balanço, a Demonstração de Resultados, o Mapa dos Fluxos de Caixa e as
respectivas Notas às Contas, aprovadas pelo Conselho de Administração.
As Demonstrações Financeiras foram certificadas pelos auditores externos que, para o efeito,
emitiram o parecer que se anexa.
A preparação e apresentação de Demonstrações Financeiras em conformidade com os
procedimentos e normas internacionais de contabilidade, constitui um desafio a que o Banco
Nacional de Angola se propõe alcançar de forma gradual e consistente, e reflecte o sentido da
trajectória seguida pelo Conselho de Administração, tendo em vista à modernização do Modelo
de Governação e de Gestão.
Para atingir tal desiderato, os esforços da Administração estiveram particularmente centrados
na adequação e consolidação dos instrumentos de controlo interno e dos mecanismos
de saneamento e confirmação de saldos junto das contrapartes, para permitir que as
Demonstrações Financeiras apresentem de forma verdadeira e apropriada a situação financeira
da Instituição e o resultado das suas operações e fluxos de caixa.
As Demonstrações Financeiras são apresentadas em milhares de Kwanzas (m AOA), porém, para
possibilitar uma análise comparativa da informação de forma mais facilitada, são igualmente
expressas em milhares de dólares americanos (m USD), enquanto unidade de referência a nível
internacional.
30 · Relatório & Contas · 2010
31Demonstrações Financeiras ·
pRinCipAis mutAções
nA Composição do BAlAnço
As principais rubricas do Balanço tiveram
a seguinte evolução durante o ano:
O Passivo do Banco conheceu um acrés-
cimo significativo de 61,8%, ao passar de
1.271.330.166 milhares de AOA (em 31 Dezem-
bro de 2009), para 2.056.969.629 milhares de
AOA (em 31 de Dezembro de 2010), explicado
essencialmente pelas seguintes situações:
i) Um incremento das rubricas de notas
e moedas em circulação e de títulos do
Banco Central, tendo atingido um per-
centual de crescimento na ordem dos
7,0% e 92,5%, respectivamente, o que
reflecte o impacto do incremento dos
activos externos líquidos sobre a base
monetária, e de uma maior intervenção
do Banco no controlo da liquidez, por
via de operações de tomada e cedência
de liquidez;
ii) Um aumento de 50,7% na rubrica de
Depósitos de Residentes, que passou de
839.600.149 milhares de AOA (em 31
Dezembro de 2009) para 1.266.153.441
milhares de AOA (em 31 de Dezembro
de 2010), devido ao efeito conjugado
do aumento de 341.781.371 de AOA nos
depósitos do Tesouro no BNA, e do
incremento de 84.771.921 de AOA nos
depósitos de instituições financeiras
bancárias;
(em milhares de AoA)
2010 2009 %
Activo 2.121.634.209 1.367.302.963 55,2
Activos sobre o Exterior 1.792.050.704 1.183.872.247 51,4
Crédito Interno 185.532.725 152.801.428 21,6
Imobilizações 16.598.524 14.992.076 10,7
Outros Activos 127.452.256 15.637.212 716,6
passivo 2.056.969.629 1.271.330.166 61,8
Notas e moedas em circulação 229.389.326 213.937.176 7,0
Títulos do Banco Central 281.460.106 145.817.579 92,5
Depósitos de residentes 1.266.153.441 839.600.149 50,7
Outros passivos 279.966.756 71.975.262 289,3
Capitais próprios 64.664.580 95.972.797 -32,3
iii) Um incremento de 288,9% na rubrica
de outros passivos, determinado pelo
aumento das responsabilidades exter-
nas sobre não residentes, nomeada-
mente o FMI.
Os capitais próprios ficaram reduzidos em
32,3%, tendo transitado de 95.972.797 mi-
lhares de AOA (em 31 de Dezembro de 2009)
para 64.664.580 milhares de AOA (em 31 de
Dezembro de 2010), em consequência, funda-
mentalmente, do seguinte:
i) Incorporação de reservas de reavalia-
ção de 65.051.018 milhares de AOA.
ii) Resultado líquido do período de
33.742.801 milhares de AOA.
O Activo do Banco apresenta, em 31 de
Dezembro de 2010, um saldo de 2.121.634.209
milhares de AOA, traduzindo um acréscimo
de 754.331.246 milhares de AOA, relativa-
mente ao valor observado em 31 de Dezembro
de 2009. Esta variação de 55,2% é explicada
através de:
i) Um acréscimo de 51,4% observado nos
activos sobre o exterior, em consequên-
cia do aumento das reservas interna-
cionais que passaram de 13.242.715
milhares de USD (31 Dezembro 2009)
para 19.344.617 milhares de USD (31
Dezembro de 2010);
ii) Um aumento de 21,6% no crédito in-
terno líquido, de 152.801.428 milhares
de AOA (em 31 Dezembro 2009) para
185.532.725 milhares de AOA (em De-
zembro de 2010);
iii) Um expressivo incremento de crédito
ao Ministério das Finanças por virtu-
de dos acordos Stand By referentes às
posições com o FMI, e um acréscimo
de aproximadamente 717% nos outros
activos, determinado pela subscrição e
consequente registo contabilístico da
quota do FMI e dos direitos especiais
de saque.
32 · Relatório & Contas · 2010
evolução dos ResultAdos
Os principais indicadores da conta de
resultados evoluíram do seguinte modo,
em milhares de kwanzas (m AOA):
Os proveitos do exercício superaram em
33,6% os registados no ano de 2009, ao passa-
rem de 130.984.203 milhares de AOA (em 31
de Dezembro de 2009) para 175.277.401 mi-
lhares de AOA (em 31 de Dezembro de 2010),
decorrente da conjugação dos seguintes
factores:
i) Aumento dos juros e proveitos equipa-
rados (84,8%), influenciado pelo efeito
conjugado do aumento das nossas
disponibilidades externas e conse-
quente aumento das nossas aplicações
externas;
ii) Decréscimo de 17,9% no valor da rubri-
ca de comissões;
iii) Aumento de 25,2% nos lucros em opera-
ções financeiras, motivado principal-
mente pela incorporação das reservas
de reavaliação financeira registadas
em 31 Dezembro de 2009.
Os custos do exercício registaram uma
redução de 12,1%, ao passarem de 116.195.246
milhares de AOA (em 31 Dezembro de 2009)
para 101.598.169 milhares de AOA (em 31 de
Dezembro de 2010), não obstante o aumento
de 266,2% nos juros e custos equiparados
fundamentalmente relacionados com os juros
dos TBC’s. Entretanto, passamos a mencio-
nar a evolução de cada uma das rubricas em
causa:
i) Um aumento de 266,2% verificado nas
rubricas de juros e custos equipara-
dos, relacionados com os juros com a
emissão de TBC’s;
ii) Um decréscimo de 69,7% registado
na rubrica de prejuízos em operações
financeiras, motivado sobretudo
pela estabilidade das taxas de câmbio
durante o ano de 2010;
iii) Um incremento de 33,3% nos custos de
exploração, motivado pelo aumento de
todas as rubricas que compõem estes
custos, nomeadamente: custos com
o pessoal, fornecimentos e serviços
de terceiros, custos com a emissão de
notas e outros custos e prejuízos.
(em milhares de AoA)
2010 2009 %
proveitos 175.277.401 130.984.203 33,6
Juros e proveitos equiparados 29.737.701 16.087.624 84,8
Comissões recebidas 6.133.937 7.469.741 -17,9
Lucros em operações financeiras 134.250.024 106.900.906 25,2
Outros proveitos e ganhos 5.155.739 525.932 880,3
Custos 101.598.169 116.195.246 -12,1
Juros e custos equiparados 45.567.634 12.441.874 266,2
Prejuízos em operações financeiras 22.576.891 76.327.096 -69,7
Custos de exploração 32.223.728 24.300.160 33,3
Outros custos e perdas extraordinárias 1.229.916 3.126.116 -60,7
Resultado do exercício 73.679.232 14.788.957 398,2
Os resultados do exercício de 2010, que tra-
duzem um lucro no montante de 73.679.232
milhares de AOA, foram influenciados pela
incorporação de reservas de reavaliação
cambial registadas em 31 de Dezembro de
2009, reflexo da desvalorização do Kwanza
nos últimos meses de 2009.
No decorrer do ano de 2010, a cada venda
efectiva resultante de leilões de moeda o
Banco foi apropriando o equivalente a apro-
ximadamente 7,85 Akz/Usd ( ou coeficiente
de reavaliação), por cada USD efectivamente
vendido.
Em resumo, pode-se concluir que os resul-
tados do exercício foram determinados por
factores decorrentes da política cambial
adoptada no último trimestre de 2009 e que
conduziram a uma forte depreciação da moe-
da nacional nesse ano.
33Demonstrações Financeiras ·
31.12.2010 31.12.2009
notas m AoA m usd
(não auditado) m AoA m usd
(não auditado)
Activo
Activos sobre o exterior 3 1.792.050.704 19.343.617 1.183.872.247 13.242.715
Crédito interno 4 185.532.725 2.002.663 152.801.428 1.709.226
Imobilizações 5 16.598.524 179.167 14.992.075 167.700
Participações 6 78.305.883 845.243 106.313 1.189
Outros valores activos 7 49.146.373 530.492 15.530.899 173.728
total do Activo 2.121.634.209 22.901.182 1.367.302.963 15.294.559
passivo
Notas e moedas em circulação 8 229.389.326 2.476.057 213.937.176 2.393.087
Títulos do Banco Central 9 281.460.106 3.038.115 145.817.579 1.631.106
Depósitos de residentes 10 1.266.153.441 13.667.017 839.600.149 9.391.711
Outras responsabilid. - residentes - - - 1.930.339 21.593
Respons. externas - não residentes 11 186.705.077 2.015.318 57.107.333 638.799
Provisões 12 40.315.013 435.165 616.721 6.899
Outros valores passivos 13 52.946.666 571.513 12.320.868 137.820
total do passivo 2.056.969.629 22.203.185 1.271.330.166 14.221.014
Capital próprio
Capital 14 5.000 54 5.000 56
Reservas 14 44.302.319 478.204 109.353.337 1.223.219
Ajustamentos 14 - - - -
Resultado de Reavaliação Cambial 14 - - - -
Resultados transitados 14 (13.385.540) (144.485) ( 28.174.497) ( 315.158)
Resultado do exercício 14 33.742.801 364.224 14.788.957 165.428
total do Capital próprio 64.664.580 697.997 95.972.797 1.073.545
total do passivo e Capitais próprios 2.121.634.209 22.901.182 1.367.302.963 15.294.559
Contas extrapatrimoniais
Garantias prestadas e outros passivos eventuais 15 456.868.808 493.149 551.426.453 6.168.219
Responsabilidades por prestação de serviços 15 1.554.114.003 16.775.299 1.472.831.498 16.474.994
Compromissos perante terceiros 15 36.251.632 391.305 3.732.924 41.756
Garantias e avales recebidos 15 2.158.289 23.297 823.162 9.208
Balanço em 31 de Dezembro de 2010 e 2009(valores expressos em milhares de Kwanzas (m AoA) e em milhares de dólares dos estados unidos (m usd))
34 · Relatório & Contas · 2010
Demonstração de Resultados do Exercício findo em 31 de Dezembro de 2010 e 2009(valores expressos em milhares de Kwanzas (m AoA) e em milhares de dólares dos estados unidos (m usd))
31.12.2010 31.12.2009
notas m AoA m usd
(não auditado) m AoA m usd
(não auditado)a
Juros e proveitos
Juros e proveitos equiparados 29.737.701 320.992 16.087.624 179.955
Juros e custos equiparados 45.567.634 491.863 12.441.874 139.174
Margem financeira 17 (15.829.933) ( 170.870) 3.645.750 40.781
Comissões (Líquido) 18 6.133.937 66.210 7.469.741 83.556
Rendimentos de participações - - 6.218 70
Resultados de operações financeiras 17 111.673.133 1.205.414 30.573.810 341.997
Outros proveitos 23 5.155.739 55.652 525.932 5.883
Resultado financeiro 107.132.876 1.156.406 42.221.452 472.286
Custos de exploração
Custos com o pessoal 20 18.854.656 203.526 13.856.512 154.998
Fornecimento e serviços de terceiros 21 9.460.062 102.116 7.670.561 85.802
Custos com a emissão de notas 1.842.135 19.885 1.180.701 13.207
Impostos e taxas 22 638.442 6.892 1.003.212 11.222
Outros custos e prejuízos 23 523.468 5.651 134.937 1.509
Amortizações do exercício 5 904.965 9.769 454.238 5.081
Total dos custos de exploração 32.223.728 347.838 24.300.160 271.820
Resultado antes de provisões e perdas extraordinárias 74.909.148 808.579 17.921.291 200.466
Perdas exercícios anteriores 24 ( 1.229.916) (13.276) (3.132.334) (35.038)
Resultado antes de provisões 73.679.232 795.303 14.788.957 165.428
Provisões 12 (39.936.431) (431.079) - -
Resultado do exercício 33.742.801 364.224 14.788.957 165.428
35Demonstrações Financeiras ·
Demonstração de Fluxos de Caixa para o Exercício findo em 31 de Dezembro de 2010 e 2009(valores expressos em milhares de Kwanzas (m AoA) e em milhares de dólares dos estados unidos (m usd))
31.12.2010 31.12.2009
m AoA m usd m AoA m usd
Actividades operacionais
Resultado antes de Provisões 73.679.232 795.303 14.788.957 165.428
Ajustamentos:
Resultado de Reavaliação Cambial (65.051.018) (702.169) 167.764.345 1.877
Amortizações 904.965 9.768 454.238 5.081
Var. de outros activos e passivos 6.772.225 73.100 16.047.818 179.510
Fluxos das actividades operacionais 16.305.404 176.003 199.055.358 351.896
Actividades de investimento
Aumento de depósitos e aplicações - não residentes (113.775.704) (1.228.109) (163.551.356) (1.829.474)
Aumento de crédito interno líquido (32.731.295) (353.306) (121.868.772) (1.363.216)
Aumento do imobilizado (2.511.413) (27.109) (1.212.551) (13.564)
Compra de participações financeiras 0 0 (46.449) (520)
Fluxos das actividades de investimento (149.018.412) (1.608.523) (286.679.129) (3.206.774)
Actividades de Financiamento
Aumento da emissão de notas e moedas 15.452.150 166.792 45.564.557 509.682
Aumento dos títulos do Banco Central 135.642.527 1.464.142 52.041.949 582.138
Aumento/(Diminuição) dos depósitos de residentes 426.553.291 4.604.269 (357.798.462) (4.002.309)
Aumento/(Diminuição) de outras resp. - residentes (1.930.339) (20.836) 180.263 2.016
Aumento Respons. externas - não resid. 51.398.133 554.798 27.665.748 309.467
Fluxo das actividades de financiamento 627.115.762 6.769.165 (232.345.945) (2.599.006)
variação de caixa e seus equivalentes 494.402.754 5.336.644 (319.969.716) (5.453.884)
Caixa e seus equiv. no início do período 842.568.626 9.094.790 1.162.538.342 14.992.400
Caixa e seus equiv. no fim do período 1.336.971.380 14.431.434 842.568.626 9.538.516
36 · Relatório & Contas · 2010
Anexo às Demonstrações Financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 notA intRodutóRiA
A origem do Banco de Nacional de Angola re-
monta a 14 de Agosto de 1926, data da criação
do Banco de Angola, com sede em Lisboa. Até
1957 o Banco de Angola deteve, em exclusivo,
o comércio bancário, altura em que surgiu
no mercado o Banco Comercial de Angola,
de direito estritamente Angolano, represen-
tando um novo marco na história do país. No
panorama das transformações político-econó-
micas que se sucederam até à década de 80,
e tendo em atenção a importância do sistema
monetário e financeiro do País, foi desenvol-
vido em Agosto de 1974 o chamado processo
da tomada da Banca, que levou ao confisco
do activo e o passivo do Banco de Angola e à
criação do Banco Nacional de Angola, um ano
após a independência nacional, através da Lei
nº 69/76, publicada no Diário da República
Nº 266 – 1ª Série de 10 de Novembro de 1976 o
Banco Nacional de Angola (adiante designado
por “BNA”ou “Banco Central”).
A partir de 1978 e através da Lei nº 4/78, de
25 de Fevereiro, a actividade bancária passou
a ser exclusivamente exercida pelos bancos
do Estado, na medida em que foram formal-
mente encerrados os bancos comerciais
privados, facilitando assim a extensão da
rede de balcões do BNA por todo o território
nacional.
Em 1991 e com base na Lei n.º 5/91 de 20
de Abril - Lei das Instituições Financeiras,
iniciou-se um novo passo na implementação
de um sistema bancário de dois níveis, pelo
que o BNA passa a exercer a função de Banco
Central consagrado como autoridade monetá-
ria e agente da autoridade cambial, retirando-
se assim das funções comerciais que exercia
até então.
Neste momento, o BNA está presente através
das suas delegações regionais nas províncias
de (i) Cabinda; (ii) Huíla; (iii) Benguela; (iv)
Malange; e (v) Huambo.
De acordo com a Lei nº 16/10, de 15 de Julho
– Lei do Banco Nacional de Angola, que es-
tabelece a sua Lei orgânica, as suas funções
passaram a ter dois vectores principais: i)
assegurar a preservação do valor da moeda
nacional e, ii) como Banco Central:
a) actuar como banqueiro único do Estado;
b) aconselhar o Estado nos domínios mone-
tários, financeiro e cambial;
c) colaborar na definição e executar a
política cambial bem como o respectivo
mercado;
d) gerir as disponibilidades externas do
País ou as que lhe sejam cometidas;
e) agir como intermediário, nas relações
monetárias internacionais do Estado;
f) velar pela estabilidade do sistema finan-
ceiro nacional, assegurando, com essa
finalidade, a função de financiador de
última instância;
g) garantir e assegurar um sistema de
informação, compilação e tratamento
das estatísticas monetárias, financeira
e cambiais e demais documentação, nos
domínios da sua actividade de forma a
servir como instrumento eficiente de
coordenação, gestão e controlo; elaborar
e manter actualizado o registo completo
da dívida externa do País, assim como
efectuar a sua gestão;
h) elaborar a balança de pagamentos exter-
nos do país.
O Conselho de Administração, enquanto
órgão responsável pela definição das polí-
ticas de gestão e administração do BNA, é
responsável pela preparação e apresentação
das demonstrações financeiras e demais
informações constantes do presente relatório,
velando pela sua integralidade e objectivi-
dade, para que as operações e transacções
decorrentes da sua missão, sejam realizadas
e processadas de acordo com o estabelecido
nas normas e procedimentos em vigor.
BAses de ApResentAção
e Resumo dAs pRinCipAis
polítiCAs ContABilístiCAs
As demonstrações financeiras foram prepa-
radas no pressuposto da continuidade das
operações, com base nos livros e registos
mantidos pelo BNA, de acordo com os prin-
cípios contabilísticos estabelecidos no seu
Plano de Contas. Estes princípios poderão
diferir dos geralmente aceites em outros
países, dado que as Normas Internacionais
de Contabilidade, ainda não são formalmente
aplicadas pelo BNA.
As demonstrações financeiras do BNA em 31
de Dezembro de 2010 encontram-se expressas
em milhares de Kwanzas, tendo os activos e
passivos denominados em outras moedas,
sido convertidos para a moeda nacional, com
base nas taxas de câmbios médios indicativos
que se seguem:
2010 2009
1 Dólar Norte Americano (USD) 92,643 89,398
1 Euro (EUR) 122,700 128,202
1 Dólar Canadiano (CAD) 92,638 85,170
1 Rand da África do Sul (RAD) 14,030 12,025
1 Libra Estrelina (GBP) 143,780 142,139
Além dos princípios contabilísticos aplicá-
veis a certas rubricas das demonstrações
financeiras, descritas especificamente ao lon-
go do presente Anexo, de uma forma geral o
BNA utiliza na preparação das suas demons-
trações financeiras os seguintes princípios
contabilísticos e critérios valorimétricos:
a) especialização de exercícios
Os proveitos e os custos são reconheci-
dos em função do período de vigência
das operações, de acordo com o prin-
cípio contabilístico da especialização
de exercícios, independentemente do
momento do seu recebimento ou paga-
mento.
b) transacções em moeda estrangeira
As operações em moeda estrangeira
são registadas de acordo com os princí-
pios do sistema “multi-currency”, sen-
do cada operação registada em função
das respectivas moedas de denomina-
ção. Os activos e passivos expressos
em moeda estrangeira são converti-
dos para Kwanzas à taxa de câmbio
média publicada à data do balanço. As
diferenças cambiais potenciais são re-
gistadas na situação líquida na rubrica
de “Reservas de reavaliação”, enquanto
as diferenças cambiais efectivamente
realizadas, quer sejam negativas ou
positivas, registam-se na demonstra-
ção dos resultados do exercício em que
ocorrem, nas respectivas rubricas de
prejuízos e lucros em operações finan-
ceiras.
37Demonstrações Financeiras ·
c) participações
As participações são registadas ao
custo de aquisição, sendo registadas
provisões quando existem perdas de
carácter permanente.
d) notas e moedas em circulação
A responsabilidade de colocar notas e
moedas em circulação, como meio de
troca nas relações comerciais em An-
gola, é da exclusiva responsabilidade
do BNA. A dotação de notas de Kwan-
zas em circulação é revelada na rubrica
de “Notas e moedas em circulação” (ver
Nota 8). Os custos com a sua produção
são reconhecidos linearmente ao longo
do período de vida útil das notas, actu-
almente estimado em cerca de 5 anos.
e) provisões
As provisões criadas com vista à
cobertura das desvalorizações dos
activos são apresentadas no balanço
a deduzir especificamente ao valor
contabilístico destes, sendo que as
destinadas à cobertura de riscos
contingentes futuros são apresentadas
no balanço como rubricas passivas.
A definição dos montantes referentes
a estas provisões, resulta da melhor
estimativa apurada pela gestão do BNA
para as perdas associadas aos activos
e critérios de prudência para outros
elementos patrimoniais e extrapatri-
moniais.
Ver na Nota 12 o detalhe das provisões
constituídas pelo BNA.
f) imobilizações incorpóreas e corpóreas
As imobilizações incorpóreas, que cor-
respondem principalmente aos custos
de desenvolvimento e despesas com
software, são registadas ao custo de
aquisição, deduzido das amortizações
lineares ao longo do período de vida
útil, estimado em 3 anos.
As imobilizações corpóreas são regis-
tadas ao custo de aquisição reavaliado
ao abrigo do disposto no Decreto-Lei
nº 6/96, de 26 de Janeiro, de modo a
reflectir o efeito da desvalorização da
moeda nacional, sendo deduzido das
respectivas amortizações.
As depreciações são calculadas glo-
balmente de acordo com o critério das
quotas constantes anuais às taxas má-
ximas fiscalmente aceites como custo,
de acordo com o Código do Imposto
Industrial, que correspondem aos
seguintes anos de vida útil estimada:
O imobilizado em curso encontra-se
registado pelo valor total dos custos já
facturados ao BNA, sendo transferido
para imobilizado firme quando efec-
tivamente entra em funcionamento,
iniciando-se então a sua amortização.
Os custos incorridos com a manuten-
ção e reparação de imobilizado cor-
póreo e incorpóreo são reconhecidos
como custo do exercício.
g) Responsabilidades com pensões
de reforma
Em matéria de pensões, o BNA tem
dois tipos de responsabilidades. Por
um lado, o BNA assumiu o compromis-
so de conceder aos seus empregados,
ou às suas famílias, prestações pecu-
niárias a título de complementos de
reforma por velhice, invalidez, reforma
antecipada e pensões de sobrevivên-
cia, relativamente às pensões a que os
trabalhadores têm direito pelo facto
de estarem inscritos no regime da
Segurança Social. O BNA ainda não
terminou a definição dos componentes
do salário auferido que contribuem
para a definição dos complementos.
Por outro lado, e de acordo com a Lei nº
2/2000 e os artigos 218º e 262º da Lei
Geral do Trabalho, a compensação a
pagar pelo BNA no caso de caducidade
do contrato de trabalho por reforma do
trabalhador, determina-se multipli-
cando 25% do salário base mensal,
praticado na data em que o trabalhador
atinge a idade legal de reforma, pelo
número de anos de antiguidade. Estas
responsabilidades têm sido reconheci-
das no momento do seu pagamento.
Para o apuramento destas responsabi-
lidades, o BNA pretende encomendar
um estudo actuarial completo com o
objectivo de estimar as responsabilida-
des por serviços passados relativamen-
te à totalidade dos seus colaboradores.
No entanto o BNA constituiu uma pro-
visão no exercício de 2010 para iniciar
a cobertura destas responsabilidades
(ver Nota 12).
h) Carteira de títulos
As Obrigações do Tesouro, adquiridas
ao valor descontado, são regista-
das pelo valor de reembolso (valor
nominal). A diferença entre o custo
de aquisição e o valor nominal destes
títulos, corresponde ao desconto
verificado no momento da compra, é
reconhecida contabilisticamente como
proveito entre a data de aquisição e
a data de vencimento dos títulos. Os
juros corridos relativos a estes títulos
são contabilizados na rubrica de ”Pro-
veitos a receber”.
Conforme publicado em Diário da
República, as Obrigações do Tesouro
emitidas em moeda nacional desa-
gregam-se em duas categorias e são
valorizadas da seguinte forma:
i) Indexadas à taxa de câmbio do Dó-
lar dos Estados Unidos e sujeitas a
actualização cambial. O resultado
da actualização cambial do valor
nominal do título, do desconto
e do juro corrido, é registado na
situação líquida na rubrica de
“Reservas de reavaliação”.
ii) Indexadas à variação do Índice de
preços ao consumidor na cidade
de Luanda, divulgado mensal-
mente pelo Instituto Nacional de
Estatística – INE. O resultado da
actualização do valor nominal do
titulo, do desconto e do juro corri-
do, é reflectido na demonstração
de resultados do exercício em que
ocorre.
Os Títulos do Banco Central (TBC’s)
são emitidos ao valor descontado e
registados pelo seu valor de reembolso
(valor nominal). A diferença entre este
e o custo de emissão, que constitui a
remuneração do título, é reflectida no
activo na rubrica “Despesas com custo
diferido” (Nota 5), sendo reconhecida
contabilisticamente como custo ao
longo do período compreendido entre a
data de compra e a data de vencimento
dos títulos.
j) Contribuição industrial
O BNA encontra-se isento da tributa-
ção em sede de Imposto Industrial, não
sendo os seus rendimentos sujeitos ao
pagamento de imposto.
k) Caixa e equivalentes de caixa
Os valores de caixa e equivalentes de
caixa reflectem os valores líquidos até
um prazo de 180 dias.
Anos de vida útil
imóveis 50
equipamento:
Mobiliário e material 10
Máquinas e ferramentas 10
Equipamento informático 3 a 10
Instalações interiores 10
Material de transporte 3
Equipamento de segurança 3 a 10
Outro equipamento 10
38 · Relatório & Contas · 2010
Da rubrica Notas e moedas estrangeiras,
fazem parte os meios físicos depositados
nas casas forte (central de Luanda e de cada
uma das delegações regionais), sendo o seu
controlo efectuado regularmente por meio
de inventários físicos. O saldo apresentado
encontra-se maioritariamente denominado
em Dólares dos Estados Unidos da América.\
ACtivos soBRe o exteRioR
A rubrica de Depósitos à ordem no estran-
geiro apresenta a seguinte decomposição:
(em milhares de AoA)
2010 2009
Depósitos à ordem no estrangeiro 250.279.228 158.639.555
Notas e moedas estrangeiras 405.618 1.343.797
Aplicações sobre não residents
- Reserva do Banco Central 1.060.662.165 584.753.944
- Reserva de gestão - 93.264.646
- Reserva colateral 25.624.369 4.566.684
1.086.286.534 682.585.274
total Caixa e equivalentes de caixa 1.336.971.380 842.568.626
Outros depósitos a prazo - não residentes 454.683.738 307.077.942
Outras aplicações M/L prazo - não residentes - 33.843.950
Activos sobre Organismos Internacionais 395.586 381.729
455.079.324 341.303.621
disponibilidades em moeda estrangeira 1.792.050.704 1.183.872.247
(em milhares de AoA)
2010 2009
Standard Chartered Bank - New York 219.923.572 -
Republic National Bank - HSBC USA - 111.910.605
Bank for International Settlements 12.039 23.605.696
Banco Espírito Santo – Dubai - 13.422.316
HSBC - New York 12.959.885 46
Banco Esp.Santo e Comercial – Londres 12.107.407 6.023.588
Commerzbank 4.054.219 -
Credit Agricole – Geneve 904.345 -
Outros 317.761 3.677.304
total 250.279.228 158.639.555
A rubrica de Aplicações sobre não residentes,
representa as aplicações do BNA em bancos
internacionais que se caracterizam pela con-
tratação a curto prazo remunerados a taxas
de juro de mercado, conforme se detalha no
quadro ao lado:
(em milhares AOA)
2010 2009
BESCL London 268.800.014 172.085.079
BAI Europa 140.138.677 62.338.639
Standard Chartered Bank - New York 138.189.353 -
Federal Reserve Bank - New York - 98.659.633
Credit Agricole 92.418.147 -
Banco BIC Portugal 84.830.106 17.330.888
Fortis Bank 66.243.497 23.016.422
ES Bankers (Dubai) Limited 52.185.802 158.026.073
Bank for International Settlements 37.305.864 31.507.080
Standard Bank - Londres 33.129.613 57.814.988
CommerzBank 32.436.738 -
Millennium BCP 30.240.565 -
HSBC – Mauritius - 25.096.760
HSBC – Nassau - 23.146.675
SMBC (Sumitomo Mitsui Banking Corporation Europe Limited) 27.827.427 13.466.252
Gazprombank 27.794.753 -
Banco Português de Negócios 26.570.290 -
Banco Português de Investimento 23.684.457 -
Outros 4.491.231 96.785
total 1.086.286.534 682.585.274
O montante de 93.264.646 m AOA, evidencia-
do em 2009 na rubrica reserva de gestão, foi
transferido em 2010 para a rubrica reserva
do Banco Central. Este valor dizia respeito a
aplicações no HSBC Mauritius, ES Bankers
(Dubai) e Standard Bank Londres, todas elas
em USD.
Em 2010, o saldo da rubrica de reserva colate-
ral respeita exclusivamente a Depósitos a pra-
zo no BPN, que se apresentavam classificados
em 2009 na rubrica de outras aplicações a
M/L prazo – não residentes.
39Demonstrações Financeiras ·
(valores em milhares de AOA)
Prazo até à Maturidade a 31 de Dezembro de 2010
até 1 mês entre 1 a 3 meses entre 3 a 6 meses indeterminado totaltaxa média
ponderada
Reserva do Banco Central 389.082.588 557.152.084 114.427.493 - 1.060.662.165 1,02%
Reserva de Gestão - - - - - -
Reserva de Colateral - 20.733.171 4.891.198 - 25.624.369 0,13%
389.082.588 577.885.255 119.318.691 - 1.086.286.534
Prazo até à Maturidade a 31 de Dezembro de 2009 (valores em milhares de AOA)
até 1 mês entre 1 a 3 meses entre 3 a 6 meses indeterminado totaltaxa média
ponderada
Reserva do Banco Central 257.275.245 169.351.593 - 158.127.106 584.753.944 1,11%
Reserva de Gestão 68.369.706 - 1.709.551 22.915.389 92.994.646 0,79%
Reserva de Colateral - 96.784 - 4.469.900 4.566.684 1,98%
325.644.951 169.448.377 1.709.551 185.512.395 682.315.274
Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, a compo-
sição das Aplicações sobre não residentes em
termos de prazos residuais até ao vencimento
é a seguinte:
Os outros depósitos a prazo – não residen-
tes, referem-se a montantes sob gestão nas
seguintes entidades:
(em milhares de AoA)
2010 2009
Quantum Wealth 198.724.567 132.792.666
Atrium Investimentos 48.888.166 46.882.344
Golden Assets 40.993.206 38.572.642
Swank Group 39.345.655 29.739.479
Carlyle Group 39.065.429 20.624.570
Crédit Agricole 34.824.772 -
Riverstone Group 29.602.757 16.242.261
Union Bank Swiss 12.707.271 12.070.922
HSBC Corporation 10.419.246 10.044.334
Outros 112.670 108.724
total 454.683.738 307.077.942
Os activos em organismos internacionais
dizem respeito à participação financeira
no African Import-Export Bank, através da
aquisição de acções efectuada pelo BNA no
exercício de 2002.
40 · Relatório & Contas · 2010
CRédito inteRno
Esta rubrica tem a seguinte composição:
(em milhares de AoA)
2010 2009
Obrigações do Tesouro 54.749.186 55.437.557
Ministério das Finanças 93.126.279 12.738.184
Operações de redesconto 37.657.260 84.627.027
sub-total 185.532.725 152.802.768
Provisões para créditos – Nota 12 (12.738.184) (1.340)
total Crédito interno 172.794.541 152.801.428
Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, a rubrica
Obrigações do Tesouro, corresponde a um
valor nominal de 590.989 milhares de USD
e 598.419 milhares de USD respectivamente,
dos títulos em carteira subscritos pelo BNA.
O saldo relativo ao Ministério das Finanças
refere-se a: i) celebração de um protocolo
com esta entidade em 2002 (num total de
AOA 12.738.184 milhares) ainda não titulado
e; ii) o remanescente ao contra valor de três
tranches do FMI relacionados com os acordos
Stand-By, cuja regularização ocorreu em
Abril de 2011.
(em milhares de AoA)
2010
valor Bruto ReavaliaçãoAmortiz.
Acumulada valor líquido
imobilizações incorpóreas
Sistema de tratamento de dados 139.897 - (87.733) 52.164
imobilizações corpóreas
Imóveis 8.161.205 - (1.163.504) 6.997.701
Equipamento 3.529.046 5.450.595 (3.186.502) 5.793.138
Património artistico 51.418 (24.736) 26.682
11.741.669 5.450.595 (4.374.742) 12.817.521
imobilizações em curso
Imóveis 3.728.839 - - 3.728.839
total imobilizado 15.610.405 5.450.595 (4.462.475) 16.598.524
2009
valor Bruto ReavaliaçãoAmortiz.
Acumulada valor líquido
imobilizações incorpóreas
Sistema de tratamento de dados 64.676 - (60.463) 4.213
imobilizações corpóreas
Imóveis 7.895.382 - (1.005.513) 6.889.869
Equipamento 1.855.663 5.450.595 (2.475.929) 4.830.329
Património artistico 51.103 (19.595) 31.508
9.802.148 5.450.595 (3.501.037) 11.751.706
imobilizações em curso
Imóveis 3.236.156 - - 3.236.156
total imobilizado 13.102.980 5.450.595 (3.561.499) 14.992.075
imoBilizAçõesEm 31 de Dezembro de 2010, esta rubrica apresenta a seguinte composição:
Durante o processo de regularização dos
registos do imobilizado, levado a cabo nos
exercícios de 2009 e 2010, o BNA registou o
abate de diversos equipamentos assim como
regularizou os saldos de reavaliação e amorti-
zações acumuladas associadas a estes.
Em 31 de Dezembro de 2010, o saldo da
rubrica Operações de redesconto refere-se
aos montantes solicitados pelos bancos
comerciais ao BNA, para o cumprimento das
reservas mínimas de caixa por via de opera-
ções de cedência de liquidez. Estas operações
são regularizadas em 24 horas, sendo que
o montante reflectido nesta conta refere-se
ao valor contratado no último dia do ano e
regularizado no primeiro dia útil do exercício
seguinte pelo que os juros associados são
devidamente especializados em proveitos.
41Demonstrações Financeiras ·
As imobilizações em curso em 31 de Dezem-
bro de 2010 são referentes às seguintes obras
em curso por delegação:
(em milhares de AoA)
2010 2009
Luanda 165.513 702.984
Benguela 2.786.496 2.321.842
Outros 776.830 211.330
3.728.839 3.236.156
pARtiCipAções
A rubrica de participações é detalhada como
segue:
(em milhares de AoA)
2010 2009
EMIS, SARL 217.432 106.304
ENAVE, Lda 9 9
Quota FMI 40.444.708 -
SDR FMI 37.643.733 -
participações 78.305.883 106.313
Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o BNA
detém a participação maioritária na EMIS -
Empresa Interbancária de Serviços SA, cujo
objecto social é a gestão da Rede Multicaixa e
a consolidação do sistema de pagamentos de
retalho em Angola. O BNA iniciou a parti-
cipação no capital desta empresa em 2001,
autorizado pela Lei nº 5/01, tendo na altura
sido adoptada a estratégia de manter uma
participação não inferior a 51%, de modo a
assegurar o controlo da empresa. Assim, a
variação ocorrida no valor da participação é
explicada pela introdução de novas insti-
tuições financeiras no mercado Angolano e
por um aumento no capital social ocorrido
durante o ano de 2010.
Em 2010 o BNA procedeu à contabilização
da sua participação no Fundo Monetário
Internacional (“FMI”), no montante de
286.300.000 Direitos de Saque Especiais
(“DSE”), o que corresponde a 40.444.708 mi-
lhares de AOA. Resultante desta participação
o Banco tem direito a um montante de DSE.
Este foi um mecanismo utilizado pelo FMI de
modo possibilitar aos Bancos Centrais obter
moeda. Os DSE não existem fisicamente, con-
tudo os países, via Bancos Centrais podem
trocar posições de DSE com outros países e
obter moeda (USD, EUR, etc.) em troca. Em 31
de Dezembro de 2010 o Banco detém um mon-
tante de 266.472.459 DSE (correspondente a
37.643.733 milhares de AOA).
(em milhares de AoA)
2010 2009
Créditos ao pessoal 1.900.704 1.745.759
Devedores diversos 24.167.797 1.400.992
Proveitos a Receber 1.311.879 2.111.345
Juros de Títulos do Banco Central 18.470.492 4.066.562
Custos com emissão em stock 2.306.926 6.638.943
outras contas de regularização
Controlo do imobilizado 2.889.279 674.630
Diversos - 553.893
51.047.077 17.192.124
Provisão para riscos de crédito ( 1.900.704 ) (1.661.226 )
49.146.373 15.530.899
O BNA, concedeu no passado, linhas de
crédito aos seus funcionários, para aquisição
de bens pessoais e para comparticipação em
encargos médicos.
O BNA assumiu o compromisso de suportar
parte destas despesas, tendo para este efeito
criado uma provisão no valor total da expo-
sição, que se encontra registada na rubrica
Provisões para devedores diversos – residen-
tes (Nota 12).
outRos vAloRes ACtivos
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
42 · Relatório & Contas · 2010
O valor acima referido como Ministério das
Finanças corresponde a 250.000.000 USD
relativos a um pedido de transferência que
apenas foi regularizado nos primeiros dias
de 2011.
O saldo da rubrica Condomínio das Flores cor-
responde ao investimento efectuado pelo BNA
em 2004 num empreendimento imobiliário de
100 habitações para os seus colaboradores. Os
custos suportados pelo Banco com o referido
projecto serão liquidados pelos colaboradores
que beneficiam destas construções, durante
um período de 20 anos, através de amortiza-
ções mensais descontadas dos seus salários.
A rubrica Outras contas de regularização –
controlo de imobilizado, refere-se à aquisição
de um conjunto de bens que aguardam a
respectiva conferência física e/ou a fac-
tura do fornecedor, sendo posteriormente
transferidos para a rubrica de imobilizações
corpóreas.
(em milhares de AoA)
2010 2009
Condominio das Flores
783.909 820.065
Ministério das Finanças
23.160.750 318.022
EMIS Suprimentos
103.614 103.614
BNA Fundo Social
- 28.941
Complexo Nova Vida
119.524 -
Outros - 130.350
total 24.167.797 1.400.992
A rubrica de devedores diversos apresenta o seguinte detalhe:
notAs e moedAs em CiRCulAçãoEsta rubrica tem a seguinte composição:
Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, as notas
e moedas em circulação representam a pro-
dução que Banco Nacional de Angola colocou
no mercado como instrumento de troca nas
relações comerciais do País, deduzido dos
valores faciais que o BNA detém nas suas
casas fortes e que aguardam a entrada em
circulação no mercado ou que aguardam a
entrada no processo de destruição, por já não
apresentarem as condições físicas necessá-
rias para circulação.
A variação registada na rubrica Notas emi-
tida em 31 de Dezembro de 2010 é originada
pela política de renovação do stock de notas
em circulação definida pelo BNA, enquanto
entidade emissora.
Os custos associados à depreciação anual das
notas, tal como descrito na Nota 2, alínea d),
estão reflectidos na rubrica de Despesas com
custo diferido – custos com emissão em stock.
(em milhares de AoA)
2010 2009
Notas emitidas 610.445.241 636.423.305
Notas na sede e delegações regionais (354.495.255) (356.873.811)
Notas para inutilizar (26.560.660) (65.612.318)
notas e moedas em Circulação 229.389.326 213.937.176
43Demonstrações Financeiras ·
títulos do BAnCo CentRAl
Em 31 de Dezembro de 2010, a responsabi-
lidade do BNA pela emissão de Títulos do
Banco Central (TBC’s) ascendia a 281.460.106
milhares de AOA (em 2009 o valor era de
145.817.579 milhares de AOA), sendo detidos
pelas seguintes instituições financeiras, tal
como se detalha:
(em milhares de AOA)
31-12-2010
maturidade
Bancos até 14 dias até 28 dias até 63 dias até 91 dias até 182 dias até 364 dias total
Banco Africano de Investimentos 5.145.199 4.099.624 10.383.072 4.729.941 24.946.029 29.978.656 79.282.521
Banco Angolano de Negócios e Comércio 271.368 14.906 294.359 10.901 13.621 48.369 653.524
Banco BAI Microfinanças 2.500 460.089 49.020 236.476 - 74.013 822.098
Banco Caixa Geral Totta de Angola 510.330 1.531.630 2.028.590 1.004.220 2.595.000 4.503.350 12.173.120
Banco Comercial Angolano - 64.769 105.381 350.740 622.700 1.500.000 2.643.590
Banco de Comércio e Indústria 269.128 2.321.266 343.922 191.272 90.838 97.994 3.314.420
Banco de Desenvolvimento Angolano - - - - 6.708.500 - 6.708.500
Banco de Fomento de Angola 4.557.595 5.633.044 12.564.008 8.738.394 35.577.377 29.528.717 96.599.135
Banco de Negócios Internacional 2.530 505.150 5.405.490 2.126.320 31.440 3.076.687 11.147.617
Banco de Poupança e Crédito 116.974 300.013 4.287.675 152.005 13.190.590 368.632 18.415.889
Banco Espírito Santo de Angola 7.140 - 16.540 7.280 77.301 - 108.261
Banco Millennium Angola 3.420 1.210 1.638.202 2.181.216 1.920.610 3.686.159 9.430.817
Banco Privado Atlântico - - 1.249.234 11.900 1.165.447 7.000.000 9.426.581
Banco Regional do Keve - 2.030 - 13.860 855.500 6.530 877.920
Banco Sol 3.401.340 6.173.690 1.104.240 16.993 10.704.190 3.641.340 25.041.793
Banco VTB África 460.000 - - - 120.000 - 580.000
Finibanco Angola - 200.000 700.000 - 1.500.370 850.000 3.250.370
Standard Bank Angola 983.950 - - - - - 983.950
15.731.474 21.307.421 40.169.733 19.771.518 100.119.513 84.360.447 281.460.106
A emissão destes títulos enquadra-se no
âmbito das medidas de política monetária,
servindo como instrumento de controlo dos
níveis de liquidez no mercado monetário.
depósitos de Clientes
Esta rubrica apresenta a seguinte
composição:
(em milhares de AoA)
2010 2009
Tesouro Nacional
Moeda nacional 126.500.999 142.026.823
Moeda estrangeira 566.682.097 209.374.903
693.183.096 351.401.726
instituições Financeiras
Moeda nacional 389.705.331 378.181.512
Moeda estrangeira 183.265.014 110.016.912
572.970.344 488.198.424
depósitos de Residentes 1.266.153.441 839.600.149
A rubrica Tesouro Nacional está inserida
no âmbito do protocolo celebrado em 2002
com o Ministério das Finanças, referente
à gestão da Política Fiscal e Monetária, na
qual o Tesouro deposita entre outras receitas,
os impostos da exploração de petróleo e os
financiamentos obtidos.
Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, os depó-
sitos em moeda nacional e moeda estrangeira
efectuados pelas instituições financeiras
angolanas, visam satisfazer as exigências
legais relativamente aos níveis mínimos de
reservas obrigatórias definidos pelo Banco
Central, os quais não são remunerados.
44 · Relatório & Contas · 2010
ResponsABilidAdes exteRnAs
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Em 31 de Dezembro de 2010 o saldo com o
Fundo Monetário Internacional (FMI) repre-
senta as responsabilidades assumidas pelo
BNA no âmbito do Stand by Agreement. Este
valor diz respeito aos saldos das contas D.O.
nºs 1 e 2, a Atribuição dos Direitos de Saque
Especiais e Ajustamentos.
O valor referente a empréstimos obtidos a
médio e longo prazo refere-se ao valor em
dívida ao African Bank Import/Export, pelo
facto de ainda não ter ocorrido a chamada da
realização do capital social subscrito.
(em milhares de AoA)
2010 2009
Depósitos em moeda nacional
Fundo Monetário Internacional 185.848.351 51.515.919
Bancos estrangeiros – BIRD 2.233 2.233
185.850.584 51.518.152
Empréstimos obtidos a m/l prazos 237.351 229.038
Outros 617.141 5.360.142
854.493 5.589.181
Responsabilidades externas 186.705.077 57.107.333
pRovisões
Em 31 de dezembro de 2010 e 2009 as provi-
sões apresentam-se como segue no quadro
ao lado:
(em milhares de AoA)
2010 2009
Provisões para aplicações - residentes
- Para crédito – residentes - 1.339
- Para devedores diversos – residentes (a deduzir ao activo) 1.900.704 1.661.226
1.900.704 1.662.565
Provisões para outros riscos e encargos (passivo)
- Para crédito – residentes 12.738.184 -
- Para pensões de reforma e sobrevivência 18.500.000 -
- Para riscos diversos 9.076.829 616.721
40.315.013 616.721
O movimento das provisões no exercício
de 2010 foi o seguinte:
(em milhares de AoA)
2009 Reforços transfer 2010
Provisões para aplicações - residentes
- Para crédito - residentes 1.339 12.738.184 (1.339) 12.738.184
- Para devedores diversos – residentes (a deduzir ao activo) 1.661.226 239.478 - 1.900.704
Provisões para outros riscos e encargos (passivo)
- Para pensões de reforma e sobrevivência - 18.500.000 - 18.500.000
- Para riscos diversos 616.721 8.458.769 1.339 9.076.829
2.279.286 39.936.431 - 42.215.717
A Provisão para crédito – residentes, refere-se
a uma provisão constituída em 2010 para fa-
zer face ao risco de crédito de uma operação
antiga , que o Conselho de Administração
considera de difícil recuperabilidade.
A Provisão para devedores diversos – resi-
dentes, foi constituída em consequência de o
BNA ter decidido assumir créditos concedi-
dos a empregados no âmbito do fundo social.
As Provisões para pensões de reforma e so-
brevivência são provisões que o Conselho de
Administração do BNA decidiu constituir no
exercício de 2010, com o objectivo de iniciar
a cobertura das responsabilidades com servi-
ços passados relativas a pensões por velhice,
reforma antecipada e de sobrevivência dos
seus colaboradores. Esta estimativa foi
apurada tendo por base um estudo actuarial
preliminar efectuado com referência a 31 de
Dezembro de 2009. É intenção do Conselho
de Administração do BNA rever, a curto
prazo, os beneficios com pensões de reforma
exigiveis por lei e assumidos perante os seus
colaboradores, o universo da população que
beneficia, o plano de pensões e de contribui-
ção desses compromissos e os pressupostos
actuariais (financeiros e demográficos) a
aplicar no estudo actuarial a realizar.
45Demonstrações Financeiras ·
outRos vAloRes pAssivos
(em milhares de AoA)
2010 2009
encargos a liquidar
Reforma dos funcionários - 513.702
Outros 2.551.043 255.922
Sobras de caixa 450.886 378.628
Tesouro Nacional - 279.705
Capital Social Bancos Comerciais - 224.488
Custos a pagar a empregados 629.959 -
Fornecedores 4.402.954 -
8.034.842 1.652.446
direcção de contabilidade 9.299.110 10.564.946
outras exigibilidades 35.612.714 103.477
52.946.666 12.320.868
Em 31 de Dezembro de 2010, a rubrica Direc-
ção de contabilidade integra essencialmente
valores de operações cambiais efectuadas
entre o BNA e os Bancos comerciais no final
do exercício de 2010 e que apenas tiveram
liquidação financeira no inicio de 2011.
A rubrica de Outras exigibilidades, inclui
um saldo de 34.770.261 milhares de AOA,
referente ao valor em dívida perante terceiros
relativos a depósitos a prazo que o BNA apli-
cou, por conta
As Provisões para riscos diversos correspon-
dem ao montante estimado pelo Conselho de
Administração do BNA para cobrir potenciais
riscos ou responsabilidades de natureza es-
pecífica, nomeadamente: execução de garan-
tias prestadas ou de outros compromissos,
realização de determinados activos, facturas
não recepcionadas, cobertura de contingên-
cias relativas operações cambiais antigas e
outras responsabilidade ou contingências
legais.
CapitalReservas de reavaliação Ajustamentos
Resultados transitados
Resultados do exercício
total dos capitais próprios
saldo a 31-12-2008 5.000 (25.828.990) - (13.277.967) (47.302.313) (86.404.270)
Transferência de resultados de 2008 - - - (47.302.313) - (47.302.313)
Cobertura de prejuizos acumulados - - - 32.405.785 - 32.405.785
Diferenças de câmbio não realizadas - 135.182.327 - - - 135.182.327
Resultado líquido do exercício - - - - 14.788.957 14.788.957
saldo a 31-12-2009 5.000 109.353.337 - (28.174.497) 14.788.957 95.972.798
Transferência de resultados de 2009 - - - 14.788.957 - 14.788.957
Diferenças de câmbio não realizadas - (65.051.018) - - - (65.051.018)
Resultado líquido do exercício - - - - 33.742.801 33.742.801
saldo a 31-12-2010 5.000 44.302.319 - -(13.385.540) 33.742.801 64.664.580
CApitAis pRópRiosO movimento nas rubricas de capitais pró-prios no exercício de 2010 e 2009 foi como segue:
Tal como tinha acontecido em 31 de Dezembro
de 2009, a 31 de Dezembro de 2010, a situação
líquida do BNA apresenta saldo positivo.
Em 2009, de forma a dar cumprimento ao
artigo 87º da então Lei Orgânica do Banco,
foram efectuadas emissões de Obrigações
do Tesouro pelo Estado no montante total de
32.405.784 milhares AOA, no sentido de fazer
face aos prejuízos acumulados em exercícios
anteriores.
À data do presente relatório, o Ministério das
Finanças ainda não concretizou a operação
de subscrição do aumento de capital do
Banco, no montante de 270.000.000 milhares
AOA, para cumprir com o definido no Artigo
4º da nova Lei do Banco Nacional de Angola
(Lei nº 16/10 de 15 de Julho).
46 · Relatório & Contas · 2010
extRApAtRimoniAis
Estas rubricas têm a seguinte composição
(em milhares de AOA):
(em milhares de AoA)
2010 2009
Garantias prestadas e outros passivos eventuais 456.868.808 551.426.453
Resp. por prestação de serviços 1.554.114.003 1.472.831.498
Compromissos perante terceiros 36.251.632 3.732.924
Garantias e avales recebidos 2.158.289 823.162
2.049.392.731 2.028.814.037
Na rubrica Responsabilidades por prestação
de serviços encontram-se, essencialmente,
as responsabilidades do BNA actuando como
custodiante dos títulos emitidos pelo Minis-
tério das Finanças (Bilhetes do Tesouro e das
Obrigações do Tesouro).
Esta rubrica apresenta a seguinte decompo-
sição
(em milhares de AoA)
2010 2009
Obrigações do Tesouro – MN 852.637.674 743.649.084
Obrigações do Tesouro – ME 296.413.131 288.712.629
Bilhetes do Tesouro 102.407.254 162.321.030
Promissórias definitivas - linha Brasil 114.471.763 129.480.853
Promissórias provisórias - linha Brasil 146.329.205 102.845.546
Outros 41.854.976 45.822.356
1.554.114.003 1.472.831.498
A rubrica Garantias prestadas e outros pas-
sivos eventuais refere-se a promissórias as-
sumidas pelo BNA, as quais se encontram ga-
rantidas pelo Ministério das Finanças. Estas
responsabilidades encontram-se suportadas
no Protocolo sobre a Gestão da Política Fiscal
e Monetária celebrado com o Ministério das
Finanças, que refere explicitamente que esse
Ministério é o responsável pelo seu paga-
mento, sendo o Banco Nacional de Angola o
garante da dívida em caso de incumprimento
por parte do Ministério das Finanças.
BAlAnço em moedA
Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o balanço
por moeda do Banco apresenta a seguinte
estrutura:
(em milhares de AOA)
2010
ActivoMoeda
NacionalMoeda
Estrangeira Total
Activos sobre o exterior - 1.792.050.704 1.792.050.704
Crédito interno 185.532.725 - 185.532.725
Imobilizações 16.598.524 - 16.598.524
Participações 78.305.883 78.305.883
Outros valores activos 24.673.744 24.472.629 49.146.373
total do activo 305.110.876 1.816.523.333 2.121.634.209
Passivo
Notas e moedas em circulação 229.389.326 - 229.389.326
Títulos do Banco Central 281.460.106 - 281.460.106
Depósitos de Residentes 516.206.330 749.947.111 1.266.153.441
Outras responsabilidades de residentes
Responsabilidades externas - 186.705.077 186.705.077
Provisões para riscos e encargos
Outros passivos 52.946.666 - 52.946.666
total do passivo 1.120.317.441 936.652.188 2.056.969.629
47Demonstrações Financeiras ·
(em milhares de AOA)
2009
ActivoMoeda
NacionalMoeda
Estrangeira Total
Activos sobre o exterior 6.998 1.183.865.249 1.183.872.24
Crédito interno 152.801.428 - 152.801.428
Imobilizações 14.992.075 - 14.992.075
Participações 106.313 - 106.313
Outros valores activos 13.752.191 1.778.708 15.530.899
total do activo 181.659.005 1.185.643.957 1.367.302.962
Passivo
Notas e moedas em circulação 213.937.175 - 213.937.176
Títulos do Banco Central 145.817.579 - 145.817.579
Depósitos de residentes 520.208.335 319.391.815 839.600.150
Outras responsabilidades de residentes - 1.930.339 1.930.339
Responsabilidades externas 54.613.564 2.493.769 57.107.333
Provisões para riscos e encargos 616.721 - 616.721
Outros passivos 12.320.868 - 12.320.868
total do passivo 947.514.242 323.815.923 1.271.330.166
JuRos e Custos/pRoveitos
equipARAdos
Estas rubricas apresentam a seguinte
composição:
Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 a rubrica
de Juros de aplicações sobre não residentes
apresenta o seguinte detalhe:
(em milhares de AOA)
2010 2009
Juros de aplicações sobre não residentes
Aplicações das reservas de gestão 2.272.390 2.498.090
Aplicações das Reservas do Banco Central 6.235.406 5.958.624
Aplicações das reservas colaterais 2.030 38.169
Outras aplicações a prazo - 275.997
8.509.827 8.770.880
(em milhares de AOA)
2010 2009
Juros e proveitos equiparados
Juros de aplicações sobre não residentes 8.509.827 8.770.880
Juros de operações de compra com acordo de revenda 14.899.937 3.866.310
Juros de crédito interno 2.702.414 2.847.214
Juros de disponibilidades s/ não residentes 3.625.523 603.220
29.737.701 16.087.624
Juros e custos equiparados
Juros de títulos do Banco Central 44.118.788 11.385.413
Juros de responsabilidades externas 1.448.845 783.238
Juros de responsabilidades do Fundo Social - 273.223
45.567.634 12.441.874
Margem Financeira (15.829.933) 3.645.750
48 · Relatório & Contas · 2010
Em 31 de Dezembro de 2010 a rubrica de “Ju-
ros de operações de compra com acordo de re-
venda” é respeitante aos juros recebidos pelo
BNA referentes às operações de redesconto
efectuadas com os Bancos Comerciais.
A rubrica de “Juros de responsabilidades
externas” diz respeito a juros de aplicações a
muito curto prazo, pelas diferenças tempo-
rais existentes entre as datas contratadas
para as aplicações de reservas e as datas das
transferências financeiras efectivas.
ComissõesEsta rubrica apresenta a seguinte composição:
O montante de Comissões recebidas refere-se a comissões cobradas com referência aos pedidos de movimentação efectuadas pelo Tesouro Nacional, no âmbito do protocolo celebrado com o Ministério das Finanças.
ResultAdos de opeRAções
FinAnCeiRAsEsta rubrica apresenta a seguinte composição:
A partir de 31 de Dezembro de 2007, e tendo
como base uma deliberação constante da acta
n.º 08/A/2008 de 26 de Julho, do Conselho de
Administração do BNA que também alterou
o Plano de Contas, apenas as variações cam-
biais realizadas passaram a ser reflectidas
nas rubricas de Prejuízos e diferenças de
reavaliação de divisas e Lucros e diferenças
de reavaliação de divisas. As diferenças cam-
biais potenciais, passaram a ser registadas
na rubrica de Reservas de reavaliação
(Nota 14).
(em milhares de AOA)
2010 2009
Lucros em operações financeiras
Lucros cambiais realizados 95.210.098 79.268.479
Lucros em outras aplicações 33.361.291 22.731.311
Lucros em Obrigações do Tesouro 5.678.635 4.901.115
134.250.024 106.900.906
Prejuízos em operações financeiras
Prejuízos e diferenças de reavaliação de divisas 7.488.784 68.748.595
Preujízos de outros depósitos a prazo de não residentes 15.088.107 7.514.682
Prejuízos em títulos da dívida pública - Obrigações do Tesouro - 63.818
22.576.891 76.327.096
111.673.133 30.573.810
(em milhares de AOA)
2010 2009
Comissões recebidas 8.050.904 7.618.257
Comissões pagas 1.916.968 148.516
Comissões líquidas 6.133.937 7.469.741
49Demonstrações Financeiras ·
(em milhares de AOA)
2010 2009
Centro Infantil 1.367 4.348
Refeitório 235.609 204.847
Serviços Clínicos 2.548.548 334.508
Cantina 1.470.035 1.451.245
Fundo de Pensões 890 -
Encargos c/Obras Sociais-Outros 17.181 33.723
Outros Encargos Sociais Facultativos 1.022.866 717.100
5.296.497 2.745.771
(em milhares de AOA)
2010 2009
Remunerações de empregados 9.083.010 7.904.183
Encargos sociais facultativos 5.296.497 2.745.771
Encargos sociais obrigatórios 3.154.825 2.861.766
Remuneração dos Órgãos do Governo 668.275 227.792
Outros custos com Pessoal 24.593 5.466
Encargos com cooperantes 627.456 111.534
18.854.656 13.856.512
Custos Com o pessoAlEsta rubrica apresenta o seguinte detalhe:
O saldo da rubrica “Encargos sociais faculta-tivos” apresenta o seguinte detalhe:
O Banco assumiu o compromisso de conceder
aos seus empregados, ou às suas famílias,
prestações pecuniárias a título de com-
plemento de reforma por velhice, reforma
antecipada e pensões de sobrevivência. Em
2006 o BNA iniciou o processo que visa a
constituição de um fundo de pensões, a fim
de garantir as suas responsabilidades futuras
pela reforma dos seus funcionários. Dado
que ainda não dispunha do estudo actuarial,
o Banco ainda não fez qualquer contribuição
para o fundo, de forma a garantir as respon-
sabilidades passadas.
Assim, até à data actual, estes encargos têm
sido assumidos pelo BNA e registados como
custo na demonstração dos resultados no
momento do seu pagamento, não existindo
uma estimativa das responsabilidades por
serviços prestados relativamente à totalidade
do pessoal. (Nota 12).
(em milhares de AOA)
2010 2009
Fundo de Segurança Social 517.933 532.269
Pensões de Reforma 2.087.977 1.697.105
Pensões e Subsídio a Viúvas e Menores 209.506 180.441
Subsídio de Familia 6.413 6.770
Subsídio de Funeral e Luto 12.518 14.370
Seguros de Acidente de Trabalho 119 147.502
Compensação à Reforma 318.437 50.327
Outros Encargos Sociais Obrigatórios 1.920 4.633
Seguros de vida - 228.349
3.154.825 2.861.766
O saldo da rubrica Encargos sociais obrigató-
rios apresenta o seguinte detalhe:
A rubrica de Pensões de reforma, corresponde
às contribuições realizadas para o Fundo
de Pensões do Banco Poupança e Crédito,
correspondente ao protocolo que define a
atribuição de uma reforma complementar ao
sistema nacional de segurança social para os
trabalhadores que já integraram os quadros
do BNA e que transitaram para o BPC, e às
contribuições que se encontram sobre res-
ponsabilidade directa do BNA.
A rubrica de Seguros de acidentes de traba-
lho, integra os custos incorridos pelo BNA
para a cobertura dos riscos resultantes do
exercício das funções dos seus funcionários,
que passou a ser obrigatório a partir do
exercício de 2007 ao abrigo da Lei Geral do
Trabalho.
50 · Relatório & Contas · 2010
FoRneCimento e seRviços
de teRCeiRos
Esta rubrica apresenta a seguinte
composição:
(em milhares de AOA)
2010 2009
Fornecimentos de terceiros
Impressos e materiais de consumo corrente 110.561 143.180
Água, energia e combustíveis 84.294 64.735
Material de higiene e limpeza 38.067 28.046
Publicações 18.745 47.587
Material para assistência e reparação 13.672 12.765
Material de decoração e conforto 14.720 9.662
Outros fornecimentos de terceiros 515.674 222.129
795.734 528.105
Serviços de terceiros
Custos com trabalho independente 2.192.184 2.494.148
Deslocações, estadas e representação 429.149 271.746
Conservação e reparação 888.060 470.126
Comunicação e despesas de expediente 819.350 235.631
Publicidade e edição de publicações 311.324 124.995
Rendas e alugueres 189.135 34.347
Seguros 40.102 29.392
Judiciais, contencioso e notariado 199 6.334
Outros serviços de terceiros 3.794.825 3.475.737
8.664.328 7.142.456
9.460.062 7.670.561
A rubrica Outros serviços de terceiros tem a seguinte decomposição:
(em milhares de AOA)
2010 2009
Impostos aduaneiros 18.377 772.242
Taxas aduaneiras 574.211 -
Impostos de selo 414 153
Impostos de circulação 2 23
Outros impostos indirectos 45.438 230.794
638.442 1.003.212
(em milhares de AOA)
2010 2009
Transporte de valores 280.110 447.002
Informática 151.907 120.248
Mão de obra eventual 142.250 116.359
Segurança e vigilância 246.635 204.791
Serviços especializados de terceiros 2.695.787 2.503.406
Outros 278.136 83.931
3.794.825 3.475.737
A rubrica Serviços especializados de tercei-
ros regista, essencialmente, os custos da
manutenção de máquinas automáticas de
contagem de moeda bem como custos rela-
tivos a consultorias económicas efectuadas
durante o exercício de 2010.
impostos e tAxAsEsta rubrica apresenta a seguinte composição:
Em 31 de Dezembro de 2010, a rubrica Taxas
aduaneiras integra essencialmente os custos
incorridos pelo BNA com taxas de desalfande-
gamento de bens importados.
51Demonstrações Financeiras ·
outRos Custos e gAnhos
de exploRAção
Estas rubricas apresentam a seguinte
composição:
Em 31 de Dezembro de 2010, a rubrica Quoti-
zações e donativos regista essencialmente a
contribuição do BNA no projecto de restauro
e requalificação de vários locais e pontos de
interesse histórico, arquitectónico, ambiental
e paisagístico, assim como o apoio a projectos
de âmbito educacional e cultural.
As Receitas de contra-ordenações são
referentes às penas aplicadas pelo BNA aos
bancos comerciais e casas de câmbio, pelo
incumprimento das disposições em vigor de
manutenção de reservas mínimas obrigató-
rias exigidas em moeda nacional, conforme
o previsto no Instrutivo nº 10/2003, de 11 de
Julho, substituído no decorrer de 2010 pelo
Instrutivo nº03/2010 de 4 de Junho.
(em milhares de AOA)
2010 2009
Outros custos e prejuízos
Quotizações e donativos 451.015 123.259
Custos com a alienação de imobilizado 2.288 4.589
Custos e prejuízos diversos 70.165 7.089
523.468 134.937
Outros proveitos
Receitas de contra-ordenações 4.606.050 209.674
Receitas suplementares 350.390 86.296
Receitas de serviços de compensação de valores 52.935 107.552
Receitas do Fundo Social 29.602 21.589
Reembolsos de despesas 70.524 56.282
Outras 46.238 38.354
Ganhos com a alienação de imobilizado - 6.184
5.155.739 525.932
peRdAs e gAnhos extRAoRdináRios
O saldo desta rubrica apresenta o seguinte
detalhe:
Em 31 de Dezembro de 2010 o saldo da rubrica
Perdas relativas a exercícios anteriores inclui
um ajustamento referente aos juros dos Títu-
los do Banco Central pagos em 2009.
Em 31 de Dezembro de 2010 o saldo da rubrica
Ganhos relativos a exercícios anteriores é re-
ferente ao desreconhecimento de uma dívida
ao Banco Mundial relativa à modernização
das instituições bancárias em Angola que se
encontrava a ser liquidada pelo BNA e que,
durante o exercício de 2010, foi assumida
pelo Governo de Angola.
(em milhares de AOA)
2010 2009
Perdas extraordinárias
Perdas relativas a exercícios anteriores 3.012.532 789.538
Outras perdas extraordinárias - 2.342.796
3.012.532 3.132.334
Ganhos extraordinários
Ganhos relativos a exercícios anteriores 1.782.616 -
Outros ganhos extraordinários - -
1.782.616
52 · Relatório & Contas · 2010
Demonstrações Financeiras Relatório do Auditor Independente
52 · Relatório & Contas · 2010
56 · Relatório & Contas · 2010
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