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Relatório & Contas 2010 2010

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Relatório & Contas 2010

2010

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2 · Relatório & Contas · 2010

BanCo naCional de angolaAv. 4 de Fevereiro nº 151, Luanda, AngolaCaixa Postal 1243Telefone/Fax: (+244) 222 67 92 00

www.bna.ao

2 · Relatório & Contas · 2010

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1Enquadramento Macroeconómico ·

Índice

APRESENTAÇÃO

ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO

DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA FINANCEIRO E DE PAGAMENTOS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

2 18 23 27

1Índice ·

DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

28

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

295

RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE

52

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2 · Relatório & Contas · 2010

Apresentação

Este Relatório e Contas apresenta, para além da situação patrimonial e financeira do Banco

Nacional de Angola (BNA) no exercício económico de 2010, o contexto macroeconómico do país,

em matéria de política monetária, cambial e creditícia, tendo em conta a função principal do

BNA, como Banco Central e Emissor da República de Angola.

O ano de 2010 pode ser caracterizado como o ano da retoma económica, após os efeitos

conturbados resultantes da crise económico-financeira mundial ocorrida em finais de 2008

e de que a economia nacional se ressentiu profundamente. O produto interno bruto cresceu

3,4%, superando os 2,7% de 2009, marcado pela recuperação do sector não-petrolífero que no

ano atingiu 7,8%.

Em termos administrativos importa realçar a aprovação da nova Lei do Banco Nacional de

Angola, a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho, e a nomeação do actual Governador do Banco Nacional de

Angola através do Despacho Presidencial n.º 227/10, de 5 de Outubro.

Portanto, este Relatório reflecte a transição de uma norma jurídica, alicerçada na então Lei

do Banco Nacional de Angola (Lei n.º 6/97, de 11 de Julho), para outra, enquadrada na moldura

jurídica da nova Constituição da República de Angola, promulgada em 5 de Fevereiro de 2010.

Em termos de composição dos órgãos sociais do Banco Nacional de Angola verificou-se, tal como

referido anteriormente, a alteração do seu Governador em Outubro de 2010, com a substituição

do Dr. Abrahão Pio dos Santos Gourgel no cargo de Governador. Nesta altura deixou também de

exercer as funções de Vice-Governadora, a Dra. Laura Maria Alcântara Monteiro.

Assim, o exercício económico de 2010 terminou com os seguintes membros do Conselho

de Administração:

• José de Lima Massano – Governador

• Ricardo Daniel Sandão Viegas de Abreu – Vice-Governador

• António André Lopes – Administrador

• Celestino Eliseu Kanda – Administrador

• Manuel Piedade dos Santos Júnior – Administrador

2 · Relatório & Contas · 2010

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3Enquadramento Macroeconómico ·

ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO

Economia Mundialevolução do PRoduto Mundial

Em 2010, fruto das medidas tomadas pelas

principais economias mundiais para fazer

face à crise, a economia mundial mostrou

sinais de recuperação. De acordo com o

FMI, em 2010 o PIB mundial registou um

crescimento de 5% contra -0,5% em 2009,

em grande parte justificado pelo aumento

do consumo privado e do investimento nos

EUA e no Japão, bem como pela recuperação

das trocas internacionais pelas economias

asiáticas.

A recuperação da economia mundial

continuou a fortalecer-se no segundo

semestre do ano, mas a ritmos diferentes nas

várias regiões, com as economias avançadas

da Ásia na liderança (excepto o Japão), cujo

sector das indústrias transformadoras

beneficiaram da recuperação global do

comércio. Assim, os indicadores já se situam

acima dos níveis anteriores à crise, a exemplo

do PIB da região asiática que cresceu cerca de

9,5% em 2010.

Os EUA atingiram os níveis anteriores à

crise, com o PIB a registar um crescimento

de 2,8% em 2010. O consumo tem crescido

desde o terceiro trimestre de 2009; os preços

continuam baixos, devido à profundidade

da retracção; não se verifica ainda uma

recuperação sustentada do emprego (a taxa

de desemprego atingiu 9,4% em Dezembro);

e a actividade imobiliária continuou fraca.

O Japão e a Zona Euro demonstraram um

nível de recuperação mais lento. No Japão, o

estímulo fiscal e a recuperação do comércio

mundial surtiram algum efeito nos primeiros

meses, mas a actividade económica ainda

continuou fraca, o PIB cresceu 3,4%, o mais

baixo entre as economias mais dinâmicas da

região.

A crise nos mercados financeiros europeus,

com a situação da dívida soberana

deteriorada em alguns países, concorreu

para que houvesse a depreciação do euro

e gerou factores de incerteza diante de um

crescimento de apenas 1,7% em 2010.

A China, cujo PIB cresceu 10,3% em 2010,

para além de condições favoráveis de procura

interna e externa, beneficiou da fixação

sistemática de empresas estrangeiras,

com destaque para o sector automóvel

e electrónica. O investimento directo

estrangeiro (IDE) na China verificou um

crescimento de 15,6% em 2010, atingindo

o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões.

PIB global, 2008 – 2011(Taxas de Crescimento Reais, %)

Projecção

2008 2009 2010 2011

Mundo 2,8 -0,5 5,0 4,4

Economias Avançadas 0,2 -3,4 3,0 2,4

Estados Unidos 0,0 -2,6 2,8 2,8

Zona Euro 0,5 -4,1 1,7 1,6

África Sub-sahariana 5,5 2,8 5,0 5,5

angola 1 13,8 2,7 3,4 3,7

Médio Oriente e Norte de África 5,0 1,8 3,8 4,1

América Central e do Sul 4,3 -1,7 6,1 4,7

Ásia em desenvolvimento 7,7 7,2 9,5 8,4

Comunidade dos Países Independentes 5,3 -6,4 4,6 5,0Fonte: Fundo Monetário Internacional (World Economic Outlook, Jan-11)1 Ministério do Planeamento

De acordo com o FMI, em 2010 o PIB mundial registou um crescimento de 5% contra -0,5% em 2009

Taxa de crescimento do PIB global (Variação homóloga, %)

Fonte: World Economic Outlook, Jan-11

10

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-5 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2015

Mundo Economias avançadasEconomias emergentes e em desenvolvimento

África Sub-Sahariana

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4 · Relatório & Contas · 2010

CoMéRCio inteRnaCional

O comércio internacional evoluiu

favoravelmente, registando taxas de

crescimento acima dos dois dígitos, 12% em

2010, contrariamente à queda acentuada de

-10,7% registada em 2009. A recuperação

no comércio internacional deveu-se,

essencialmente, à forte expansão do comércio

das economias asiáticas (com destaque para

a China e a Índia), do Brasil e da Rússia,

apresentando boas perspectivas para 2011.

As economias emergentes e em

desenvolvimento registaram um maior

crescimento das exportações, na ordem

dos 12,8%, quando comparadas com as

economias avançadas, onde o crescimento

foi de 11,4%. As importações registaram,

igualmente, uma evolução positiva, tendo

crescido em 11,1% nas economias avançadas

e em 13,8% nas economias emergentes e em

desenvolvimento.

inflação

A recapitalização dos bancos e os gastos

públicos efectuados em 2009 deram lugar

a défices orçamentais, o que provocou

um aumento generalizado da inflação em

todas as economias em 2010 (excepto na

África Sub-Sahariana), depois da redução

significativa registada em 2009.

Nas economias avançadas, a inflação

aumentou de 0,1% em 2009 para 1,5% em

2010, enquanto nas economias emergentes

e em desenvolvimento atingiu 6,2% contra

os 5,2% em 2009. A inflação média na África

Sub-Sahariana caiu de 10,4% em 2009 para

7,5% em 2010.

Exportações (Taxas de Crescimento Anuais %)

Economias avançadasEconomias emergentes e em desenvolvimento

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Méd.93-02

2003 2005 20122007 20112009

Economias avançadasEconomias emergentes e em desenvolvimento

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-5-10-15

Méd.93-02

2003 2005 20122007 20112009

Importações (Taxas de Crescimento Anuais %)

Fonte: FMI - World Economic Outlook, Jan-11

Índice de Preços no Consumidor15%

10%

5%

0%

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2015

Economias emergentes e em desenvolvimento

Ásia em desenvolvimento Zona Euro

Economias avançadas

África Sub-Sahariana

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5Enquadramento Macroeconómico ·

evolução dos MeRCados finanCeiRos

Os mercados financeiros, segundo o FMI,

registaram em termos gerais uma melhoria,

durante o segundo semestre de 2010, não

obstante persistir alguma vulnerabilidade.

Quanto às tendências para as taxas de juro,

verifica-se que se mantiveram nos mesmos

níveis observados em 2009, tanto para a

Reserva Federal Americana, como para o

Banco Central Europeu, enquanto que o

Banco Central da China aumentou a taxa de

juro em 0,25 pontos percentuais, medida que,

entre outras, visava evitar o aquecimento

excessivo da economia.

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Fonte: Reuters

Taxas de Juro de Referência

Evolução das Taxas de Juro - 2010

CDS Soberanos US$ a 5 Anos

EUA: Fed funds rateECB: MROUK: Repo rateJapão: Overnight target rate

Fonte: Reuters

Fonte: Bloomberg

LIBOR USD 3MEURIBOR 3M

PortugalItáliaIrlanda

Reino UnidoGrécia

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Fonte: Reuters

Taxas de Juro de Referência

Evolução das Taxas de Juro - 2010

CDS Soberanos US$ a 5 Anos

EUA: Fed funds rateECB: MROUK: Repo rateJapão: Overnight target rate

Fonte: Reuters

Fonte: Bloomberg

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Jan Fev Mar Mai Jun Ago Set Nov Dez

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Fonte: Reuters

Taxas de Juro de Referência

Evolução das Taxas de Juro - 2010

CDS Soberanos US$ a 5 Anos

EUA: Fed funds rateECB: MROUK: Repo rateJapão: Overnight target rate

Fonte: Reuters

Fonte: Bloomberg

LIBOR USD 3MEURIBOR 3M

PortugalItáliaIrlanda

Reino UnidoGrécia

AlemanhaEspanha

As pressões nos mercados da dívida

soberana persistiram em 2010. No início

do ano, assistiu-se a um aumento das taxas

de juro praticadas para os Credit Default

Swaps (CDS) com maturidade de 5 anos de

algumas economias periféricas da Zona Euro,

nomeadamente Grécia, Irlanda, Espanha

e Portugal. Entre Janeiro e Dezembro os

maiores aumentos registaram-se na Irlanda

(312%), seguida por Portugal (213%), Espanha

(182%), Grécia (170%) e Itália (99%).

Em 2010, o euro depreciou-se de forma

bastante significativa em relação às

principais moedas (18,4% face ao yen, 7,3%

em relação ao dólar e 3,1% face à libra), como

reflexo da crise da dívida soberana em alguns

países da Zona Euro.

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6 · Relatório & Contas · 2010

Nos períodos de maior turbulência, o

aumento da aversão ao risco provocou

uma expansão da procura de dólares como

moeda de refúgio, o que influenciou a sua

subida face ao euro e à libra em 7,3% e 4,5%,

respectivamente, durante o ano. O iene

foi ainda mais procurado do que o dólar

como moeda de refúgio devido à expansão

monetária sem precedentes da Reserva

Federal, tendo registado um máximo de 12%

em 2010. A difícil situação económica

e orçamental do Reino Unido contribuiu para

a descida da libra face ao euro e ao dólar em

2010.

No seguimento de uma política cambial

menos rígida e das pressões dos E.U.A, que

exigiram uma maior flexibilidade cambial

da parte da China, a taxa de câmbio USD/CNY

(Dólar por Yuan) registou níveis mínimos

desde finais de 1993. A valorização do yuan,

que para a China deve ser vista como um

processo de longo prazo, poderia melhorar

o desequilíbrio comercial americano cujo

défice atingiu um valor recorde de US$ 57 mil

milhões em Novembro de 2010, dos quais

cerca de US$ 25,6 mil milhões (ou seja, 45%)

correspondiam ao saldo comercial com a

China.

A recuperação do mercado global das

commodities continuou positiva ao longo

do ano, apesar da adopção de medidas

proteccionistas em alguns países durante

algum tempo e não obstante as flutuações

devido às mudanças nas expectativas acerca

da evolução da economia global.

O preço do petróleo (brent) subiu cerca de

23%, comparativamente ao fecho de 2009,

tendo atingido os USD 91,5/barril. Durante

o ano, o gás natural negociou dentro dos

limites observados no ano anterior, mas

fechou o período nos USD 4,3/milhões de

BTU’s, representando uma queda de 20% face

a 2009.

1,2

1,4

1,5

1,6

1,7

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Jan Fev Mar Mai Jun Ago Set Nov Dez

1,3

Abr Jul Out

Evolução das Taxas de Câmbio - 2010

Fonte: Reuters

EUR/US$ US$/CNY (esc. direita)GBP/US$

A recuperação do mercado global das commodities continuou positiva ao longo do ano

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7Enquadramento Macroeconómico ·

Relativamente ao sector agrícola, as

mudanças climáticas influenciaram a queda

da rentabilidade dos campos, provocando

ondas inesperadas de aumento nos preços

dos principais produtos agrícolas. No

final do ano, as economias emergentes

enfrentaram pressões de aumento dos preços

dos alimentos, embora tal tendência não

tenha significado necessariamente o perigo

de uma elevação permanente destes preços.

Para o médio prazo, a expectativa é de que

os preços dos produtos de base aumentem,

permanecendo historicamente elevados,

especialmente se o crescimento mundial

continuar a ser incentivado pela procura nos

países emergentes. Este aumento é temido

pela necessidade de tempo em investimento

e exploração dos recursos, antes da sua

colocação no mercado.

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Fonte: Reuters e Bloomberg

Commodities - Sector Energético

Commodities - Sector Agrícola

Evolução dos principais índices accionistas(Fev -06 = 100)

BrentWTIGás Natural (esc.direita)

MilhoTrigoArroz

S&P500FTSE100EUROSTOXXMSCI Ásia

DAXNIKKEI225MSCI Mercados Emergentes

Fonte: Reuters e Bloomberg

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Fonte: Reuters e Bloomberg

Commodities - Sector Energético

Commodities - Sector Agrícola

Evolução dos principais índices accionistas(Fev -06 = 100)

BrentWTIGás Natural (esc.direita)

MilhoTrigoArroz

S&P500FTSE100EUROSTOXXMSCI Ásia

DAXNIKKEI225MSCI Mercados Emergentes

Fonte: Reuters e Bloomberg

A evolução do mercado accionista, em 2010,

teve globalmente um desempenho positivo,

registando-se na maior parte dos mercados

retornos acima dos dois dígitos, reflexo das

políticas monetárias e da perspectiva de

crescimento económico mundial.

Os mercados accionistas da Indonésia,

Filipinas e da Turquia lideraram a tabela

de ganhos de 2010, com valorizações

superiores a 40, 30 e 20%, respectivamente.

Na Zona Euro, a bolsa alemã de Frankfurt foi

a que apresentou melhor performance, +18%,

a larga distância das suas congéneres. Nos

EUA, os índices Dow Jones, Nasdaq e S&P500

acumularam ganhos compreendidos entre

10 e 15%.

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8 · Relatório & Contas · 2010

Economia angolanaevolução do PiB

Em 2010, o Produto Interno Bruto registou

um crescimento de 3,4%, influenciado

pelo desempenho positivo do sector não

petrolífero, como resultado dos esforços de

diversificação da economia levados a cabo

pelo Governo. O sector petrolífero, apesar

de ter recuperado da crise, com a evolução

favorável do preço do petróleo, registou uma

contracção de 3%.

O sector não petrolífero, embora fortemente

afectado pelos constrangimentos observados

na execução dos pagamentos do Estado a

fornecedores e prestadores de serviços em

geral, foi o impulsionador do crescimento

económico em 2010.

Os sectores da Construção, dos Serviços

Mercantis e da Indústria Transformadora,

que nos últimos anos têm aumentado a sua

quota na composição do PIB, terão sido os

motores do crescimento com taxas de 16,1%,

10,9% e 10,7%, respectivamente.

Indicadores Macroeconómicos2008 2009 2010 var.10/09

Inflação (%) 13,2 14,0 15,3 1,31 p.p

Saldo Fiscal (%PIB) 11,1 -5,2 5,8 11,0 p.p

Saldo da Conta Corrente (%PIB) 8,5 -11,3 9,0 20,3 p.p

Crescimento do PIB (%) 13,8 2,4 3,4 1,0 p.p

Sector Petrolífero 12,3 -5,1 -3,0 2,1 p.p

Sector não Petrolífero 14,0 8,3 7,8 -0,5 p.p

Reservas Internacionais Líquidas (milhões US$) 17 499 12 621 17 327 37%

Vendas de US$ no BNA (milhões US$) 9 105 10 636 11 613 9%

Taxa de Câmbio (fim de período) 75,169 89,398 92,643 4%Fonte: Ministério das Finanças, Ministério do Planeamento e BNA

Composição do Produto Interno Bruto2008 2009 2010

PIB a preços correntes (mil milhões Akz)

6 316 5 989 7 580

Composição (%)

Agricultura 6,6 10,2 9,9

Pescas e derivados 0,2 0,2 0,2

Petróleo 57,9 45,6 45,9

Diamantes e Outras Indústrias extractivas

1,1 0,9 1,0

Indústria transformadora

4,9 6,2 6,3

Energia 0,1 0,1 0,1

Construção 5,2 7,7 8,1

Serviços Mercantis 17,9 21,2 21

Outros 6,1 7,8 7,4Fonte: Ministério do Planeamento

Fonte: Ministério do Planeamento

2005 2006 2007 2008 2010

PIB petrolifero

Angola – Evolução do PIB

30

25

20

15

10

5

0

-5

-10 2009

PIB não petrolifero PIB global

Page 11: 201058ba8587-d91b-47de-be21-ab0f9fc580a5}.pdf · O produto interno bruto cresceu ... o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões. PIB global, ... uma expansão da procura de dólares

9Enquadramento Macroeconómico ·

exeCução fisCal

Em 2010 a execução orçamental foi

inferior ao programado, especialmente no

primeiro semestre do ano, reflectindo os

esforços de reestruturação e saneamento

dos pagamentos do Tesouro. A saída de

recursos foi limitada, pelo menos até ao 3º

Trimestre, quando o Governo deu início à

regularização de pagamentos devidos aos

seus fornecedores.

A arrecadação de receitas do petróleo acima

do programado contribuiu significativamente

para a melhoria da situação orçamental,

tendo o saldo global registado melhorias

substanciais, passando de um défice de

5,2% do PIB em 2009 para um excedente

de 5,8% em 2010. Em 2010, as receitas

fiscais atingiram Kz 3.295,5 mil milhões,

correspondente a um aumento de 59,2%

face a 2009. Para este aumento contribuiu

essencialmente a evolução do preço de

exportação de petróleo bruto, tendo o valor

médio anual aumentado 36,4% (passando de

57,0 US$/bbl em 2009 para 78,0 US$/bbl em

2010), uma vez que a quantidade exportada

diminuiu 0,5% (644,7 milhões de barris em

2009 para 641,5 milhões de barris em 2010).

O reforço da situação fiscal criou espaço

para a liquidação de parte substancial

dos atrasados acumulados entre 2008

e 2009 estimados em US$ 6,8 mil milhões.

Na sequência do processo de verificação

e confirmação desses atrasados, o Governo

liquidou até ao final do ano cerca de 50% do

montante inicial de atrasados certificados,

que era de US$ 3,6 mil milhões, incluindo

todos os pagamentos a “pequenos”

fornecedores, devendo o resto ser liquidado

através de uma combinação de pagamentos

em dinheiro e dívida titularizada.

O Fundo Monetário Internacional, no âmbito

do Acordo Stand-By celebrado em Novembro

de 2009, que visa aliviar as pressões de

liquidez imediata, aumentar a confiança

do mercado e restaurar uma situação

macroeconómica sustentável, avaliou de

forma positiva a implementação das políticas

económicas necessárias para fortalecer

o desempenho macroeconómico, que

demonstrou em linhas gerais, estar de acordo

com as expectativas, tendo disponibilizado

no 2º trimestre a 2ª tranche da linha de

financiamento no valor de US$ 171 milhões,

elevando assim o montante concedido para

US$ 514,5 milhões.

Execução Fiscal 2009 - 2010Mil Milhões de akz % PiB

2009 2010 2009 2010

Receitas 2 069,7 3 295,5 34,6 43,5

Impostos 1 988,2 3 094,5 33,2 40,8

Petrolíferos 1 449,2 2 500,4 24,2 33,0

Não petrolíferos 539,0 594,1 9,0 7,8

Outras (Cont. Sociais, Doações, etc) 81,5 201,0 0,3 1,0

Despesa Total 2 363,4 2 779,5 39,5 36,7

Despesas Correntes 1 620,1 2 046,2 27,1 27

Aquisição de Activos não Financeiros 743,3 733,3 12,4 9,7

Variação de Atrasados -17,3 -73,4 -0,3 -1,0

Saldo Global (caixa) -311 442,5 -5,2 5,8

Financiamento Líquido 311 -442,5 5,2 -5,8

Financiamento Interno (líquido) 171,7 -458,5 2,9 -6,0

Financiamento Externo (líquido) 137,3 15,9 2,3 0,2Fonte: Ministério das Finanças

Impostos Excluindo da Concessionária

Impostos do Sector Petrolífero – Evolução mensal 2010

Impostos da Concessionária

Preço Médio de Exportação (US$/barril-escala da direita)

US$

100

80

60

40

20

0

Dez

-10

Dez

-09

Jan

-10

Fev-

10

Mar

-10

Abr

-10

Mai

-10

Jun

-10

Jul-

10

Ago

-10

Set

-10

Ou

t-10

Nov

-10

US$ Milhões

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

500

0

Page 12: 201058ba8587-d91b-47de-be21-ab0f9fc580a5}.pdf · O produto interno bruto cresceu ... o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões. PIB global, ... uma expansão da procura de dólares

10 · Relatório & Contas · 2010

Em Maio, as agências de rating Moody’s,

Standard & Poor’s e Fitch atribuíram

notações favoráveis à dívida soberana

do país, B1, B+ e B+, respectivamente, com

perspectiva estável. As fortes perspectivas

de crescimento e a melhoria das dívidas

pública interna e externa sustentaram a nota

atribuída ao país.

As reformas macroeconómicas continuaram

a merecer a confiança do FMI no 3º trimestre

do ano, tendo por isso desembolsada a 3ª

tranche no valor de US$ 353,1 milhões. Em 31

de Dezembro, o valor total dos desembolsos

correspondeu a US$ 891,8 milhões.

exeCução MonetáRia

Durante o ano de 2010, as autoridades

monetárias procuraram restabelecer a

confiança nos mercados, o alcance de níveis

adequados de reservas internacionais,

bem como o controlo da inflação, através

do controlo da liquidez na economia e da

estabilidade da moeda nacional. Neste

sentido, o Banco Nacional de Angola

continuou a focar a sua intervenção na

emissão de Títulos do Banco Central (TBC),

através de operações de mercado aberto,

como um dos principais mecanismos para

gestão da liquidez. O Banco continuou a usar

reservas obrigatórias e a taxa de redesconto

como instrumentos para orientar a actividade

creditícia dos bancos comerciais.

O cenário externo foi favorável na medida em

que o aumento das reservas internacionais

líquidas, em função da subida do preço do

petróleo, conferiu solidez à execução da

política monetária. Contudo, o aumento dos

preços das matérias-primas condicionou-a,

tendo em conta o comportamento da inflação,

em contraste com a desaceleração do ritmo de

crescimento dos agregados monetários.

Das medidas de política monetária e cambial

adoptadas em 2010, destacam-se:

1. O ajustamento da regulamentação

relacionada com os leilões de divisas;

2. A alteração da composição das

reservas obrigatórias, passando

o seu cumprimento a ser efectuado

na moeda de captação de acordo com

os coeficientes definidos em 25% para

a moeda nacional e 15% para moeda

estrangeira;

3. A introdução da facilidade permanente

de cedência de liquidez;

4. A redução da taxa de redesconto de 30

para 25% ao ano;

5. O aperfeiçoamento da regulamentação

das casas de câmbio;

6. A redução progressiva da exposição

cambial dos bancos, cujo limite deverá

ser de 20% dos Fundos Próprios

Regulamentares (FPR) para as posições

activas e passivas a partir de Junho de

2012.

Meios de PagaMento

A massa monetária, medida pelo M3, teve

uma expansão de apenas 7,1%, a mais baixa

dos últimos anos, reflectindo, em parte,

o ajustamento fiscal referido anteriormente.

O M2 cresceu 14,0%, ao passo que o M

1

registou uma expansão de 4%. O aumento

dos depósitos a prazo em moeda nacional

e moeda estrangeira foi de 58% e 31%,

respectivamente, ao passo que os outros

instrumentos financeiros (empréstimos

e acordos de recompra) contraíram em 58%.

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11Enquadramento Macroeconómico ·

A expansão dos meios de pagamento cujo

valor absoluto foi de Akz 180.437,9 milhões

explica-se, essencialmente, pelo efeito

multiplicador do crédito à economia que

cresceu 27,8% correspondente, em termos

absoluto, Akz 369.806,8 milhões.

A base monetária, variável operacional da

política monetária, registou um crescimento

de 14% em 2010. Este comportamento esteve

em linha com o crescimento dos depósitos

dos bancos comerciais no BNA em moeda

estrangeira em 67%, como resultado do

cumprimento, a partir de Junho, das reservas

obrigatórias na moeda de captação. Assim, a

expansão da base monetária ampla em 2010

derivou, essencialmente, da acumulação de

reservas externas, uma vez que os activos

internos líquidos exerceram, globalmente,

um efeito contraccionista.

Meios de PagamentoMil Milhões de akz

% PiBvar.12 meses %

dez 09 Mar 10 Jun 10 set 10 dez 10 dez 09 dez 1o

Meios de Pagamento (M3) 2 548,0 2 489,6 2 505,6 2 641,2 2 728,4 21,5 7,1

Meios de Pagamento (M2) 2 303,8 2 192,1 2 219,2 2 429,9 2 626,2 62,6 14,0

Moeda (M1) 1 635,3 1 524,1 1 532,6 1 633,5 1 700,1 32,4 4,0

Notas e Moedas em Poder Público 169,7 133,5 122,1 121,5 171,6 34,6 1,1

Notas e Moedas em Circulação 213,9 168,3 162,0 166,4 229,4 27,1 7,2

- Caixa nos Bancos Comerciais -44,2 -34,8 -39,9 -44,9 -57,8 4,5 30,7

Depósitos à Ordem – MN 609,0 630,6 661,3 643,0 733,4 19,3 20,4

Depósitos à Ordem – ME 856,6 760,1 749,2 869,0 795,1 43,2 -7,2

Quase-moeda 668,5 667,9 686,6 796,4 926,1 266,5 38,5

Depósitos a Prazo – MN 259,7 238,1 287,4 345,2 409,4 514,9 57,6

Outras Obrigações – ME 32,0 28,7 15,9 10,8 15,3 163,4 -52,2

Depósitos a Prazo – ME 376,8 401,1 383,3 440,3 501,4 194,3 33,1

Outros Instrumentos Financeiros 244,1 297,5 286,4 211,4 102,2 -64,1 -58,1

Empréstimos e Acordos de Recompra – MN 232,2 286,4 273,3 199,5 87,4 -59,1 -62,4

Empréstimos e Acordos de Recompra – ME 11,9 11,1 13,1 11,8 14,8 -89,4 24,3

Dez

-08

Dez

-10

Fev-

09

Abr

-09

Jun

-09

Ago

-09

Ou

t-0

9

Dez

-09

Fev-

10

Abr

-10

Jun

-10

Ago

-10

Ou

t-10

020

4060

100

140%

120

80

0

8

20%

16

4

Base monetária (esc. esquerda)

M3, Base Monetária (MN e ME) e InflaçãoTaxas de crescimento anual (t.v.homóloga)

Massa monetária (esc. esquerda)Inflação (IPC) 12 meses (esc. direita)

Dez

-08

Dez

-10

Fev-

09

Abr

-09

Jun

-09

Ago

-09

Ou

t-0

9

Dez

-09

Fev-

10

Abr

-10

Jun

-10

Ago

-10

Ou

t-10

0

30

60

90

150

210

Mil milhões Akz

180

120

-10%

10%

30%

20%

0%

Venda de divisas

Esterilização Monetária

Venda de títulos (TBC e BT)Base monetária (variação mensal) (esc. direita)

Dez

-08

Dez

-10

Fev-

09

Abr

-09

Jun

-09

Ago

-09

Ou

t-0

9

Dez

-09

Fev-

10

Abr

-10

Jun

-10

Ago

-10

Ou

t-10

020

4060

100

140%

120

80

0

8

20%

16

4

Base monetária (esc. esquerda)

M3, Base Monetária (MN e ME) e InflaçãoTaxas de crescimento anual (t.v.homóloga)

Massa monetária (esc. esquerda)Inflação (IPC) 12 meses (esc. direita)

Dez

-08

Dez

-10

Fev-

09

Abr

-09

Jun

-09

Ago

-09

Ou

t-0

9

Dez

-09

Fev-

10

Abr

-10

Jun

-10

Ago

-10

Ou

t-10

0

30

60

90

150

210

Mil milhões Akz

180

120

-10%

10%

30%

20%

0%

Venda de divisas

Esterilização Monetária

Venda de títulos (TBC e BT)Base monetária (variação mensal) (esc. direita)

A execução da política monetária continuou

assente no princípio de esterilização da

liquidez na economia, tendo em conta a

necessidade de manutenção da estabilidade

dos preços e o equilíbrio das contas externas

do país. Em 2010, as vendas de Títulos do

Banco Central (TBC’s) triplicaram e a venda

de divisas aumentou em 8% face a 2009.

A partir de Junho, com a alteração das

reservas obrigatórias, o comportamento

da base monetária passou também a

ser influenciado pelo cumprimento das

reservas em moeda estrangeira, tendo

tido maior impacto em Agosto e Dezembro

(meses em que a base monetária teve o

maior crescimento no ano de 10% e 14%,

respectivamente).

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12 · Relatório & Contas · 2010

A taxa de inflação homóloga atingiu o

pico em 16,1% em Outubro, um mês após

a redução pelo Governo dos subsídios

ao preço dos combustíveis (os preços da

gasolina e do gasóleo subiram em 50 e 38%,

respectivamente).

A análise da contribuição por classes de

despesas revela que a classe Alimentação

e Bebidas não Alcoólicas continuou a ter

maior peso, apesar de ter diminuído de 68%

em 2009 para 59% em 2010. No período em

análise, as classes que registaram maior

crescimento foram os Transportes e os

Hotéis, Cafés e Restaurantes, tendo crescido

cerca 3 p.p. e 2 p.p., respectivamente.

O aumento do peso da classe dos Transportes

deveu-se ao ajustamento do preço dos

combustíveis, conforme referido acima.

O comportamento dos preços da classe

Hotéis, Cafés e Restaurantes poderá ser

explicado pelo aumento da procura durante

a realização do Campeonato Africano das

Nações no início do ano e na época da quadra

festiva, bem como pela redução da oferta

de produtos e serviços desta classe na zona

urbana, devido à eliminação de certos pontos

de restauração informal.

0

2

10

18

%

14

6

Inflação Homóloga

Comportamento da Taxa de InflaçãoEvolução mensal 2009-2011

Inflação Média últimos 12 meses

Jan

-09

Fev-

09

Mar

-09

Abr

-09

Mai

-09

Jun

-09

Jul-

09

Ago

-09

Set

-09

Ou

t-0

9

Nov

-09

Dez

-09

Jan

-10

Fev-

10

Mar

-10

Abr

-10

Mai

-10

Jun

-10

Jul-

10

Ago

-10

Set

-10

Ou

t-10

Nov

-10

Dez

-10

Alimentação e Bebidas não Alcólicas

Bebidas Alcoólicas e Tabaco

Vestuário e Calçados

Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis

Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção

Saúde

Transportes

Lazer, Recriação e Cultura

Hotéis, Cafés e Restaurantes

Bens e Serviços Diversos

2009 2010

68% 59%

2%

5%

4%

2%1%

12%

1%

5%

0%0%0%

3%7%0%1%0%

15%

1%2%

5%

5%

2%

Contribuição das Classes de Despesa na Inflação

Fonte: Instituto nacional de Estatística

taxa de inflação

O objectivo de inflação estimada de 13% para

2010 não foi possível de alcançar, apesar

da contenção fiscal e da melhoria da

posição externa, devido ao aumento do

preço dos combustíveis, à depreciação da

taxa de câmbio e aos problemas estruturais

que ainda persistem. A taxa de inflação

acumulada, medida pelo Índice de Preços

ao Consumidor (IPC) da Cidade de Luanda

em 2010 foi de 15,31% contra 13,99% em 2009.

O comportamento dos preços foi mais

acentuado nos últimos meses do ano.

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13Enquadramento Macroeconómico ·

títulos PúBliCos

No período de Janeiro a Outubro de 2010

apenas foram emitidos Títulos do Banco

Central (TBC) para fins de política monetária,

levando o BNA a aumentar o seu stock de

títulos no mercado. A partir de Novembro,

com o objectivo de financiar os gastos

programados do Tesouro e permitir a redução

do stock de TBC’s no mercado, o Ministério

das Finanças retomou a emissão de Bilhetes

do Tesouro, mas para as maturidades mais

longas (91, 182 e 364 dias). O BNA passou

a emitir títulos com maturidades inferiores

a 91 dias (14, 28 e 63 dias).

As taxas de juro dos títulos até um ano, que

se situaram em 25% no 1º trimestre de 2010,

tiveram um decréscimo no 2º trimestre,

estabilizaram ao longo do 3º trimestre e

voltaram a cair no 4º trimestre. No final

do ano, as taxas de juro para as maturidades

até 182 dias situavam-se abaixo de 12%

e em 13,7% para a maturidade de 364 dias.

CRédito

O crédito concedido ao Estado pelos bancos

comerciais, composto por Obrigações do

Tesouro (OT’s) e Bilhetes do Tesouro (BT’s),

diminuiu 1,3% no ano. A diminuição está

relacionada com o vencimento das carteiras

de títulos e a sua não renovação subsequente.

A partir de Novembro, verificou-se um

aumento do crédito ao Estado com a emissão

de BT’s (Akz 102,7 mil milhões) e de OT’s

indexadas ao dólar (US$ 1,3 mil milhões).

Em 2010, o crédito à economia concedido

pelos bancos comerciais aumentou 26%

contra um crescimento de 56% no ano

anterior. A desaceleração do crédito à

economia é explicada pelos reembolsos

efectuados em Dezembro na sequência

da regularização pelo Estado de parte das

dívidas em atraso aos seus fornecedores.

Repartição Sectorial do CréditoMil Milhões de akz var. (%)

dez 09 Mar 10 Jun 10 set 10 dez 10dez

09/10

Governo Geral 633,4 641,3 530,5 430,1 557,4 -12,0

Sector Público Empresarial (não financeiro) 27,3 38,0 50,5 63,9 61,9 126,3

Sector Privado 450,7 502,3 530,9 520,7 561,5 24,6

Total MN 1 111,5 1 181,6 1 111,9 1 014,6 1 180,8 6,2

Governo Geral 278,2 274,5 311,9 368,9 342,0 22,9

Sector Público Empresarial (não financeiro) 36,8 36,9 37,3 58,8 33,1 -10,2

Sector Privado 814,4 816,2 908,1 953,9 1 019,8 25,2

Total ME 1 129,4 1 127,7 1 257,3 1 381,6 1 394,9 23,5

Governo Geral 911,6 915,8 842,4 799,0 899,4 -1,3

Sector Público Empresarial (não financeiro) 64,2 74,9 87,8 122,7 94,9 47,9

Sector Privado 1 265,1 1 318,5 1 439,0 1 474,6 1 581,3 25,0

Total MN+ME 2 240,9 2 309,3 2 369,2 2 396,3 2 575,6 14,9

Crédito ao Estado (MN+ME) 911,6 915,8 842,4 799,0 899,4 -1,3

Crédito à Economia (MN+ME) 1 329,3 1 393,4 1 526,7 1 597,3 1 676,2 26,1Nota: Crédito à economia = Crédito ao Sector Público Empresarial + Sector Privado

Crédito por Sectores de ActividadePeso% var. (%)

dez 09 dez 10 dez 09/10

Agricultura e Pescas 1,8% 1,9% 37,0%

Indústria Extrativa 5,4% 2,2% (-)48,0%

Indústrias Transformadoras 4,9% 7,4% 91,0%

Construção 8,1% 7,5% 16,0%

Comércio por Grosso e a Retalho 18,9% 19,0% 27,0%

Transportes, Armazenagem e Comunicações 5,0% 4,6% 16,0%

Activ. Financeiras, Seguros e Fundos de Pensões 0,0% 2,4% ___

Activ. Imob., Alugueres e Serv. Prest. às Empresas 6,6% 10,0% 91,0%

Educação, Saúde, Acção Social e Outras 7,2% 10,6% 86,0%

Organismos Internacionais e Outras Instituições 0,0% 11,5% ___

Particulares e Famílias com Empregados 42,1% 22,8% (-)31,0%

total 100,0% 100,0% 26,0%

0

50

100

150

200

250

300

1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T

10

15

20

25

30

0

5

2009 2010

Mil

hõe

s de

AK

Z

Venda de TBC e BT - Volume Trimestral

TBC BT

Dez

-08

Taxas de Juros dos TBC/BT (%)

Mar

-09

Jun

-09

Set

-09

Dez

-09

Mar

-10

Jun

-10

Set

-10

Dez

-10

28 dias63 dias91 dias182 dias364 dias

0

600900

1.2001.5001.8002.100

Dez

-08

300

Mar

-09

Jun

-09

Set

-09

Dez

-09

Mar

-10

Jun

-10

Set

-10

Dez

-10

Crédito ao Estado

Crédito à economia

Crédito – Bancos ComerciaisMil milhões de Akz

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14 · Relatório & Contas · 2010

Em Dezembro de 2010 a taxa de juro do

crédito ao sector empresarial até 3 meses

em moeda nacional aumentou em 3,3 pontos

percentuais para 18,9% face ao ano anterior,

enquanto a taxa de juro para maturidades

superiores a 1 ano seguiu a mesma tendência

e situou-se em 23,7% no final do ano. A taxa

de juro para o mesmo sector em moeda

estrangeira até 3 meses subiu 3,5 pontos

percentuais, face a Dezembro de 2009, e para

as maturidades acima de 1 ano registaram

ligeiros aumentos, tendo passado, em média,

de 8,6% para 9,7%.

A taxa de juro do crédito a particulares até

3 meses em moeda nacional oscilou entre

22 e 19,1% durante o ano e situou-se em

19,4% no final do ano, ao passo que para as

maturidades superiores a 1 ano mantiveram-

-se estáveis durante o ano, não obstante

terem registado ligeiras subidas no início do

último trimestre e caírem em Dezembro para

18,5%.

A análise do crédito por sectores de

actividade revela que o crédito a Particulares

passou a representar 23% do total de

crédito concedido contra mais de 42% no

ano anterior. O sector com maior peso na

distribuição do crédito continuou a ser o

Comércio (19%), enquanto que a Agricultura

e Pescas foi o sector com menor peso (1,9%).

O peso do crédito em moeda estrangeira

sobre o total de crédito (moeda nacional e

estrangeira) diminui de 63% em Dezembro

de 2009 para 58% em Dezembro de 2010.

O aumento do crédito concedido à economia

em 2010, face a 2009, implicou o aumento do

rácio de intermediação financeira (crédito

sobre depósitos) no final do ano em 3 pontos

percentuais, para 61%.

A análise do rácio de crédito vencido sobre

o total de crédito revela que houve uma

tendência de agravamento ao longo de

2010, tendo o rácio aumentado de 2,6% em

Dezembro de 2009 para 8,7% em Dezembro

de 2010. No entanto, verificou-se uma

melhoria do rácio no último mês do ano, face

a Novembro, em que atingiu 10%, devido à

regularização de parte das dívidas do Estado.

1 A significativa redução do peso do sector Particulares deve-se fundamentalmente à reclassificação do mapa publicado pelo Departamento de Estatísticas.

20%

40%

60%

80%

100%

Crédito ME Crédito MN

Repartição do Crédito à Economiapor moeda

0%

Dez

-09

Mar

-10

Jun

-10

Set

-10

Dez

-10

37% 41% 40% 39% 42%

Crédito Vencido/Crédito Total

6%

9%

12%

15%

18%

0%

3%

Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

20%

40%

60%

80%

100%

Crédito ME Crédito MN

Repartição do Crédito à Economiapor moeda

0%

Dez

-09

Mar

-10

Jun

-10

Set

-10

Dez

-10

37% 41% 40% 39% 42%

Crédito Vencido/Crédito Total

6%

9%

12%

15%

18%

0%

3%

Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

Taxas de Juro Crédito ao sector empresarial (MN)

Dez

-09

Jan

-10

Fev-

10

Mar

-10

Abr

-10

Mai

-10

Jun

-10

Jul-

10

Ago

-10

Até 180 dias

Mais de 1 ano

Set

-10

Ou

t10

Nov

-10

Dez

-10

0%

20%

30%

10%

Taxas de Juro Crédito a particular (MN)

Dez

-09

Jan

-10

Fev-

10

Mar

-10

Abr

-10

Mai

-10

Jun

-10

Jul-

10

Ago

-10

Até 180 dias

Mais de 1 ano

Set

-10

Ou

t10

Nov

-10

Dez

-10

0%

20%

30%

10%

Taxas de Juro Crédito ao sector empresarial (MN)

Dez

-09

Jan

-10

Fev-

10

Mar

-10

Abr

-10

Mai

-10

Jun

-10

Jul-

10

Ago

-10

Até 180 dias

Mais de 1 ano

Set

-10

Ou

t10

Nov

-10

Dez

-10

0%

20%

30%

10%

Taxas de Juro Crédito a particular (MN)

Dez

-09

Jan

-10

Fev-

10

Mar

-10

Abr

-10

Mai

-10

Jun

-10

Jul-

10

Ago

-10

Até 180 dias

Mais de 1 ano

Set

-10

Ou

t10

Nov

-10

Dez

-10

0%

20%

30%

10%

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15Enquadramento Macroeconómico ·

O comportamento da taxa de juro para

maturidades acima de 1 ano, em moeda

estrangeira, foi ligeiramente oscilando entre

8% e 9%, tendo terminado nos 9,3%.

As taxas de juro dos depósitos a prazo em

moeda nacional registaram uma queda a

partir do segundo semestre do ano, tendo a

maturidade de até 90 dias caído de 12 para

8%, ao passo que a maturidade acima de 1

ano, que chegou a atingir 12% em Abril, caiu

para 1,7%. As taxas de juro dos depósitos

a prazo em moeda estrangeira também

registaram quedas no segundo semestre

do ano.

seCtoR exteRno

Balança de PagaMentos

No período em análise, a conta corrente

apresentou um superavit de US$ 7.421,0

milhões, que reflecte um crescimento relativo

em cerca de 198% e absoluto de US$ 14.992,7

milhões, comparativamente ao ano anterior,

cujo défice foi de US$ 7.571,6 milhões. Esta

melhoria é justificada, fundamentalmente,

pelo crescimento da conta de bens e pela

contracção do saldo deficitário da conta

de serviços na ordem dos 86,7% e 3,5%,

respectivamente. Tal resultado foi possível

apesar do agravamento do défice das contas

de rendimentos e de transferências correntes

na ordem dos 19,8% e 18,2%, respectivamente.

Fruto da recuperação dos preços dos

principais produtos de exportação de Angola

no mercado externo, a conta de bens registou

um excedente de US$ 33.928 milhões,

representando um crescimento de 86,7% em

relação ao período anterior em que atingiu

o valor de US$ 18.168,0 milhões, devido aos

efeitos da crise económica e financeira que

abalou o mundo.

O ano de 2010 foi marcado pela recuperação

do preço médio do barril de petróleo, bem

como, dos outros produtos que compõem

a estrutura das exportações de Angola,

permitindo o aumento das receitas do país,

comparativamente ao ano de 2009, conforme

ilustra o quadro abaixo.

Exportações Totais 2009 2010 var (%)

Exportações Totais 40.827,9 50.594,9 23,9

Petróleo Bruto 39.270,8 48.629,1 23,8

Refinados de Petróleo 313,7 422,9 34,8

Gás 218,3 299,5 37,2

Diamantes 813,6 976,3 20,0

*Outras Exportações 211,6 267,1 26,2*Inclui Café, Madeira, Pesca, etc

Taxas de Juro Depósitos a prazo (MN)

Dez

-09

Jan

-10

Fev-

10

Mar

-10

Abr

-10

Mai

-10

Jun

-10

Jul-

10

Ago

-10

DP até 90 dias

DP mais de 1 ano

Set

-10

Ou

t10

Nov

-10

Dez

-10

0%

16%

20%

12%

8%

4%

Conta CorrenteUS$ Milhões

2006- 10.000

10.000

15.000

5.000

0

- 5.000

2007 2008 2009 2010

Taxas de Juro Depósitos a prazo (MN)

Dez

-09

Jan

-10

Fev-

10

Mar

-10

Abr

-10

Mai

-10

Jun

-10

Jul-

10

Ago

-10

DP até 90 dias

DP mais de 1 ano

Set

-10

Ou

t10

Nov

-10

Dez

-10

0%

16%

20%

12%

8%

4%

Conta CorrenteUS$ Milhões

2006- 10.000

10.000

15.000

5.000

0

- 5.000

2007 2008 2009 2010

Conta de BensUS$ Milhões

0

30.000

50.000

10.000

40.000

20.000

2006 2007 2008 2009 2010

Page 18: 201058ba8587-d91b-47de-be21-ab0f9fc580a5}.pdf · O produto interno bruto cresceu ... o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões. PIB global, ... uma expansão da procura de dólares

16 · Relatório & Contas · 2010

Apesar da queda de 3,4%, registada no

volume das exportações de petróleo bruto,

que passaram de 646,8 milhões em 2009 para

625,1 milhões de barris em 2010, as receitas

de exportação deste produto registaram um

aumento de 23,8% em relação ao período

homólogo, fruto da subida do seu preço médio

no mercado internacional em cerca de 28,1%.

Quanto aos outros produtos exportados,

registou-se um aumento no nível de receitas

de 37,2%, 34,8%, 26,2%, 20% para o gás,

refinados, outras exportações e diamantes,

respectivamente.

O sector diamantífero, depois de ter sido

duramente afectado no ano passado, devido

aos efeitos da crise económica e financeira

internacional já mencionados, voltou a

registar um crescimento durante o período

em análise, fruto da recuperação da economia

mundial, que permitiu o relançamento deste

sector, aumentando assim, as suas receitas

de exportação de US$ 813,6 milhões em

2009 para US$ 976,3 milhões em 2010, um

incremento de 20,0%, explicado pela variação

positiva do preço por quilate de diamante em

32,6%, tendo passado de US$ 88,1 em 2009

para US$ 116,7 em 2010.

Apesar dos esforços para diversificar a

economia nacional, o gráfico acima mostra

que o petróleo bruto continuou a dominar

o quadro das exportações, representando

96,1% do total das exportações. Os diamantes

tiveram um peso de 1,9% e as outras

exportações, 2%, demonstrando, deste

modo, que a economia de Angola continua

vulnerável a choques externos, devido à

sua excessiva dependência a dois produtos

minerais.

As despesas para compra de mercadorias,

que deram entrada no território nacional

com vista à cobertura da procura interna,

passaram de US$ 22.659,9 milhões em

2009 para US$ 16.666,9 milhões em 2010,

representando uma contracção de 26,4%

em relação ao período homólogo, o que

contribuiu para a melhoria da conta de bens.

Não obstante verificar-se a redução das

importações de mercadorias, mantém-se a

predominância em bens de consumo corrente,

que representaram 58,9% das importações

globais, revelando ainda a fraca capacidade

da produção interna, em satisfazer a

demanda do mercado nacional, facto que tem

impulsionado o recurso ao mercado externo.

Segundo o quadro acima, constata-se que, no

geral, houve uma ligeira melhoria na Conta

de serviços, apesar de se apurar um défice

na ordem dos US$ 17.897,5 milhões no ano

em análise, representando uma redução de

3,5% comparativamente ao ano de 2009 em

que se cifrou em US$ 18.546,2 milhões. O

comportamento positivo desta conta é fruto

da redução do nível de despesas, com especial

realce para as rubricas de transportes,

comunicações e seguros, com quedas de

25,7%, 40,4% e 21,8%, respectivamente,

embora o ónus por elas acarretado continue

a ser bastante representativo no cômputo das

despesas nacionais.

Para a redução do défice, contribuiu também

o crescimento relativo das receitas, passando

de US$ 623,1 milhões em 2009, para US$

856,9 milhões em 2010, representando uma

variação de 37,5%.

O quadro favorável da balança de pagamentos

em 2010 proporcionou uma acumulação

Classificação Económica das Importações (US$ Milhões)

2009 2010 var (%)

Mercadorias 22 659,9 16 666,9 -26,4

Bens de Consumo Corrente 13 270,8 9 824,0 -26,0

Bens de Consumo Intermédio 2 769,5 1 955,0 -29,4

Bens de Capital 6 619,6 4 887,8 -26,2

Evolução da Conta de Serviços2009 2010 variação relativa variação absoluta

Serviços (Liq) -18 546,2 -17 897,5 -3,5 648,7

Total Crédito 623,1 856,9 37,5 233,8

Total Débito -19 169,4 -18 754,4 -2,2 415

Petróleo bruto

Estrutura das Exportações em 2010

Diamantes

Outras exportações(Gás, Refinados, Café, Madeira, etc.)

96,1%

2,0%1,9%

Page 19: 201058ba8587-d91b-47de-be21-ab0f9fc580a5}.pdf · O produto interno bruto cresceu ... o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões. PIB global, ... uma expansão da procura de dólares

17Enquadramento Macroeconómico ·

de reservas brutas de US$ 6.100,9 milhões,

correspondentes a uma cobertura de 6,6

meses de importações de bens e serviços não

factoriais.

dívida exteRna

O Stock da Dívida Externa, incluindo os

atrasados, passou de US$ 15.125,2 milhões

em 2009 para US$ 17.858,9 milhões em

2010, representando um aumento em termos

absoluto de US$ 2.733,7 milhões e relativo de

18,1%.

Em termos de estrutura, o stock da dívida

externa em 2010 era composto por 59,9% de

dívida comercial, 32,7% de dívida bilateral e

7,4% de dívida multilateral. À semelhança do

ocorrido em 2009 observou-se uma grande

concentração da dívida global na dívida

comercial, representando cerca de 60% do

stock global. Esta situação foi acentuada

no período em análise com uma expansão

da dívida comercial em 18,8%.

MeRCado CaMBial

Com vista a dar resposta à procura por

cambias, o Banco Nacional de Angola vendeu

divisas à economia, através dos bancos

comerciais, num total de USD 11.612,64

milhões, representando um aumento absoluto

de USD 976,59 milhões, correspondente

a 9% em relação ao ano anterior.

Durante o período em referência, devido

à escassez e elevada procura de divisas no

mercado, decorrente do risco imposto pela

crise, os bancos comerciais não efectuaram

venda de divisas ao BNA. O total de vendas

líquidas em 2010 permitiu esterilizar

a liquidez no valor de Akz 1.071.079,47

milhões, o que, seguramente, contribuiu para

a preservação do valor da moeda nacional.

A taxa de câmbio manteve-se relativamente

estável durante a maior parte do ano,

flutuando entre Akz 90,0 e Akz 94,4, por

dólar norte-americano. A depreciação

acumulada em 2010 foi de 4% contra os 18,4%

verificados no ano anterior.

Em 2010, foram tomadas medidas para

melhorar o funcionamento dos leilões

e procedeu-se ao ajustamento dos limites

de exposição cambial .

2 Aviso nº 05/2010 – Altera o limite de exposição ao risco cambial para 20% dos Fundos Próprios Regulamentares para as posições activas e passivas cujo regime transitório se estende até 30 de Junho de 2012.

Stock Global da Dívida (US$ Milhões)2009 2010 variação %

total da dívida incluindo atrasados 15 125,2 17 858,9 18,1

Comercial 9 002,0 10 697,7 18,8

Bancos (Títulos e Obrigações) 8 114,4 9 862,5 21,5

Empresas (Provedores) 887,6 835,1 - 5,9

Bilateral 5 385,5 5 832,6 8,3

Multilateral 737,7 1 328,7 80,1

Venda de divisas e taxa de câmbio2010

Vendas mensais

Taxa média venda (esc. direita)

0

1200

1500

900

600

300

88

94

95

93

92

90

89

91

US$ Milhões 1US$ = AKZ

J F M A M J J A S O N D

Dez

-08

Fev-

o9

Abr

-09

Jun

-09

Ago

-09

Ou

t-0

9

Dez

-09

Fev-

10

Abr

-10

Jun

-10

Ago

-10

Ou

t-10

Dez

-10

Reservas internacionais líquidas US$ mil milhões

0

15

20

10

5

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18 · Relatório & Contas · 2010

DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA

FINANCEIRO E DE PAGAMENTOS

Desenvolvimento do Sistema FinanceiroCompete ao Banco Nacional de Angola, nos

termos do artigo 20º da Lei Nº 16/10 de 15

de Julho, “Velar pela estabilidade e confiança

do Sistema Financeiro Nacional”. Assim,

foram desenvolvidas acções de carácter

organizativo e prudencial visando melhorar

o funcionamento do Sistema Financeiro

para fazer face às novas exigências que a

economia do país apresenta, tendo havido

a preocupação de os adequar aos padrões

internacionais.

Actualmente estão autorizadas 23 (vinte e

três) Instituições Financeiras Bancárias,

das quais estão em funcionamento 21

(vinte e uma), sendo que duas iniciaram as

suas actividades no corrente ano. Conta-se

igualmente com 30 (trinta) Casas de Câmbio

autorizadas, sendo que 29 (vinte e nove) estão

em funcionamento. O sistema conta ainda

com uma sociedade de remessa de valores e

com uma sociedade de micro crédito.

I. Central de Informação e Risco de

Crédito (CIRC) - Conclusão e entrada

em funcionamento;

II. Sistema de Supervisão das instituições

Financeiras (SSIF) - Conclusão

e entrada em funcionamento do

aplicativo informático (SSIF) que

substituiu o BSA (Bank Supervision

Application). É através desse sistema

que os bancos enviam a informação

para o BNA. Também é utilizado como

base de dados e ferramenta de análise

e acompanhamento do sistema

bancário;

III. Novo Plano de Contas das Instituições

Financeiras - Entrada em vigor do

novo Plano de Contas das Instituições

Financeiras (CONTIF), cuja aplicação

visa responder às exigências

normativas internacionais em termos

de uniformização dos registos e

procedimentos contabilísticos das

instituições financeiras.

análise do sisteMa BanCáRio

Balanço

O activo total do sistema bancário no final

de 2010, ascendeu a cerca de Akz 4,3 mil

milhões, representando uma variação de 20%

face a 2009.

Estrutura do ActivoMil milhões de AKZ

Dez

-09

Mar

-10

Jun

-10

Set

-10

Dez

-10

3,5 3,43,6

3,94,3

Evolução do Activo

20

40

60

80

100

0%

%

Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

Caixa e disponib. s/BCTítulos PúblicosImobilizado LíquidasDisponib. e aplicações MECrédito à economiaOutros Activos

Estrutura do Passivo

20

40

60

80

100

0%

%

Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

Recursos I.C.Resp. Títulos (Repos)Outras resp./ProvisõesDepósitos de ClientesDep. Gov. CentralFundos próprios

Page 21: 201058ba8587-d91b-47de-be21-ab0f9fc580a5}.pdf · O produto interno bruto cresceu ... o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões. PIB global, ... uma expansão da procura de dólares

19Desenvolvimento do Sistema Financeiro e de Pagamentos ·

A expansão do activo deveu-se ao:

I. Aumento do Crédito de Akz 1,3 mil

milhões em Dezembro de 2009 para

Akz 1,6 mil milhões em Dezembro de

2010;

II. Aumento dos Títulos e Valores

Mobiliários de Akz 1,0 mil milhões em

Dezembro de 2009 para Akz 1,1 mil

milhões em Dezembro 2010;

III. Aumento das Disponibilidades de Akz

0,7 mil milhões em Dezembro de 2009

para Akz 0,8 mil milhões em Dezembro

de 2010.

Do lado do passivo, destaca-se a retracção

dos Depósitos na ordem dos 5%, o aumento

das Captações para Liquidez em 8 pontos

percentuais e o aumento das Obrigações

no Sistema de Pagamentos em 4 pontos

percentuais.

RendiBilidade e liquidez

A rentabilidade dos activos (ROA) diminuiu

ligeiramente em 2010 e atingiu 3% contra

os 3,4% registados no ano anterior. Tal

diminuição deve-se essencialmente ao

aumento do activo em 20%, conforme referido

acima.

A análise da liquidez através dos depósitos

que os bancos comerciais mantêm junto do

BNA revela que o sistema bancário manteve

níveis de liquidez em Kwanzas reduzidos no

1º e 3º trimestre do ano, levando assim ao

aumento do recurso às tomadas no MMI e ao

redesconto no BNA.

Decorrente do pagamento pelo Governo

de parte das dívidas em atraso, o sistema

bancário registou níveis de reservas

excedentárias no 4º trimestre.

Estrutura do ActivoMil milhões de AKZ

Dez

-09

Mar

-10

Jun

-10

Set

-10

Dez

-10

3,5 3,43,6

3,94,3

Evolução do Activo

20

40

60

80

100

0%

%

Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

Caixa e disponib. s/BCTítulos PúblicosImobilizado LíquidasDisponib. e aplicações MECrédito à economiaOutros Activos

Estrutura do Passivo

20

40

60

80

100

0%

%

Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

Recursos I.C.Resp. Títulos (Repos)Outras resp./ProvisõesDepósitos de ClientesDep. Gov. CentralFundos próprios

0

20

40%

Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

Rendibilidade do Capital (ROE)Rendibilidade dos Activos (ROA)

Rendibilidade do Sistema Bancário

0

60

80

20

40

%

Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

Activos Liquidos/ Activo TotalActivos Liquidos/ Passivo de Curto Prazo

Liquidez do Sistema Bancário

0

60

80

20

40

%

Mil milhões de AKZ

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

20092010

Liquidez do Sistema Bancário(Média Mensal)

Dez

-10

Dez

-09

Jun

-10

Ago

-10

Abr

-10

Mar

-10

Mai

-10

Jul-

10

Set

-10

Ou

t-10

Nov

-10

Jan

-10

Fev-

10

0

300

600

900

1200

1500

1800

2100 35

30

20

10

25

15

5

0

Redesconto versus Cedências no MMI AKZ

Montante negociado - RedescontoMontante negociado - CedênciasTaxa de juro - RedescontoTaxa de juro - Cedências

%

0

20

40%

Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

Rendibilidade do Capital (ROE)Rendibilidade dos Activos (ROA)

Rendibilidade do Sistema Bancário

0

60

80

20

40

%

Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

Activos Liquidos/ Activo TotalActivos Liquidos/ Passivo de Curto Prazo

Liquidez do Sistema Bancário

0

60

80

20

40

%

Mil milhões de AKZ

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

20092010

Liquidez do Sistema Bancário(Média Mensal)

Dez

-10

Dez

-09

Jun

-10

Ago

-10

Abr

-10

Mar

-10

Mai

-10

Jul-

10

Set

-10

Ou

t-10

Nov

-10

Jan

-10

Fev-

10

0

300

600

900

1200

1500

1800

2100 35

30

20

10

25

15

5

0

Redesconto versus Cedências no MMI AKZ

Montante negociado - RedescontoMontante negociado - CedênciasTaxa de juro - RedescontoTaxa de juro - Cedências

%

Page 22: 201058ba8587-d91b-47de-be21-ab0f9fc580a5}.pdf · O produto interno bruto cresceu ... o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões. PIB global, ... uma expansão da procura de dólares

20 · Relatório & Contas · 2010

Em termos gerais, a análise da liquidez em

moeda estrangeira dos bancos demonstra

uma ligeira melhoria desta em 2009.

O aumento das disponibilidades sobre

o exterior acima do aumento dos depósitos

em moeda estrangeira implicou o aumento

do rácio de liquidez em moeda estrangeira

de 38% em Dezembro de 2009 para 54% em

2010.

A posição cambial do sistema bancário, que

se apresentava curta em US$ -500 milhões

em Dezembro de 2009, teve uma inversão a

partir do 2º trimestre de 2010 tendo ficado

longa em US$ 3,5 mil milhões em Dezembro.

A variação da posição cambial entre

Dezembro de 2009 e 2010 é explicada

pelo aumento das disponibilidades em

moeda estrangeira em 38% para US$ 7,8

mil milhões e pelo aumento do crédito

em moeda estrangeira em 20%. Deste

aumento do crédito, US$ 0,6 mil milhões

foram direccionados para o Governo e o

remanescente para a economia.

Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

-20

-10

0

10

20

30 100

40

70

10

-20

-50

Posição Cambial e Liquidez em MEConsolidado dos Bancos Comerciais

Activos MEPassivos MEPosição CambialPosição Cambial/Fundos Próprios (esc. dir.)Rácio de Liquidez ME (esc. dir.)

%US$ Mil milhões

Dez

-09

0

5

10

15

Liquidez em Moeda EstrangeiraConsolidado dos Bancos Comerciais

Caixa e Disponibilidades s/ExteriorCrédito à EconomiaDepósitos

US$ Mil milhões

Dez

-10

Jun

-10

Ago

-10

Abr

-10

Mar

-11

Mai

-10

Jul-

10

Set

-10

Ou

t-10

Nov

-10

Jan

-11

Fev-

11

-0,5 -0,2

1,7 3,0 3,5

Page 23: 201058ba8587-d91b-47de-be21-ab0f9fc580a5}.pdf · O produto interno bruto cresceu ... o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões. PIB global, ... uma expansão da procura de dólares

21

Desenvolvimento do Sistema de PagamentosDurante o ano de 2010, foram levadas a cabo

várias acções no âmbito do desenvolvimento

do Sistema de Pagamentos nacional.

i. aCções RelaCionadas

CoM a eMPResa inteRBanCáRia

de seRviços (eMis)

a. Certificação da Rede Multicaixa (MCX)

para as marcas internacionais

• Marca VISA – Conclusão do Projecto

de Internacionalização da Rede

Multicaixa na vertente de aceitação

da marca;

• Marca MasterCard – encontra-se

concluída do ponto de vista técnico,

restando a admissão da EMIS como

membro desta marca e a abertura do

projecto de certificação.

b. Novo Centro Informático Seguro (NCIS)

• Conclusão das obras de construção

civil e realização da 1ª fase de testes

de aceitação geral.

c. Nova Plataforma de Emissão e Gestão

de Cartões (NPEGC) – que visa substituir

a actual plataforma de emissão de

cartões de débito por uma plataforma

multi-marca, suportando cartões de

crédito, débito e pré-pagos, de modo a

transformar a EMIS num processador

universal. Este projecto compreende

três fases, nomeadamente cartão de

crédito pré-pago internacional, cartão

pré-pago nacional e aperfeiçoamento

da integração com os bancos e cartão

multicaixa EMV.

d. Câmara de Compensação Automatizada

de Angola (CCAA) – desenvolvimento das

acções conducentes à implementação

do STC (Sistema de Transferências

a Crédito) em 2011 e do SCC

(Compensação Electrónica de Cheques)

em 2012, o que permitirá viabilizar e

reduzir significativamente o tempo de

compensação e liquidação das operações

interbancárias suportadas por aqueles

subsistemas de pagamentos.

ii. PRoJeCto de PagaMentos de

saláRios da função PúBliCa (PPsfP)

As acções conjuntas levadas a cabo pelo

MINFIN/BNA criaram as condições para a

publicação pelo MINFIN dos instrumentos

legais que permitiram a selecção de 3

Unidades Orçamentais (Ministérios das

Finanças, Economia e Planeamento) que

num regime piloto iniciaram o pagamento

de salários aos seus funcionários através do

sistema bancário a partir de Outubro de 2010.

Decorre presentemente a nível nacional

o processo de abertura de contas pelos

funcionários públicos, com a previsão do

pagamento de salários através do sistema

bancário, a nível nacional, a ocorrer a

partir de Janeiro de 2011. Paralelamente, o

BNA procedeu à elaboração dos termos de

referência da interface SIGFE-SPTR para

permitir a automatização dos pagamentos

com origem no MINFIN.

iii. análise estátiCa e dinâMiCa

dos indiCadoRes do sPa

Em 2010, cerca de 61% dos ATM’s que operam

no país estavam localizados na província de

Luanda, o que implica um acompanhamento

por parte do banco central, uma vez que a

excessiva concentração da oferta de serviços

é tida como um risco característico dos

sistemas electrónicos de pagamentos.

A disseminação dos terminais pelas

Províncias tem sido progressiva e requer

um esforço conjugado com a promoção do

uso do cartão. Este é um dos aspectos tidos

em conta no âmbito do programa de educação

financeira.

MoxicoK. Kubango

L. SulBié

L. NorteK. Norte

ZaireCuneneNamibe

UígeBengo

CabindaMalange

K. SulHuambo

HuílaBenguela

Luanda

Nº de ATM's por Província - 2010

0 400200 600 800 1000

MoxicoK. Kubango

L. SulBié

L. NorteK. Norte

ZaireCuneneNamibe

UígeBengo

CabindaMalange

K. SulHuambo

HuílaBenguela

Luanda

Nº de TPA's por Província - 2010

0 40002000 6000 8000 10000

Dez

-10

Jun

-10

Ago

-10

Abr

-10

Mar

-10

Mai

-10

Jul-

10

Set

-10

Ou

t-10

Nov

-10

Jan

-10

Fev-

10

0

500

1000

1500

2000

2500

Milhares

Cartões Activos versus Cartões Válidos

Nº de Cartões VálidosNº de Cartões Activos

Dez

-10

Jun

-10

Ago

-10

Abr

-10

Mar

-10

Mai

-10

Jul-

10

Set

-10

Ou

t-10

Nov

-10

Jan

-10

Fev-

10

0

200

400

600

800

1000

1200

1400 94

92

90

88

86

ATM's Matriculados versus Activos

Nº de ATM's Matriculados Nº de ATM's ActivosTaxa de operacionalidade média da rede (%)

%

Desenvolvimento do Sistema Financeiro e de Pagamentos ·

Page 24: 201058ba8587-d91b-47de-be21-ab0f9fc580a5}.pdf · O produto interno bruto cresceu ... o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões. PIB global, ... uma expansão da procura de dólares

22 · Relatório & Contas · 2010

A concentração tanto dos ATM’s como dos

TPA’s na capital do país é uma consequência

da concentração da actividade económica

assim como da população bancarizada.

Verifica-se, durante o ano de 2010, um

elevado número de cartões produzidos e

não utilizados, denotando-se aqui alguma

ineficiência na promoção deste instrumento

de pagamento. Quanto aos AMT’s, a relação

entre matriculados e activos melhorou no

final do ano, situando-se próximo de 100%.

A disponibilidade do Sistema de Pagamentos

em Tempo Real situou-se, durante o ano,

próxima de 100%. O desempenho positivo

deste subsistema permitiu que a liquidação

das operações ao nível nacional fosse

possível dentro dos prazos contratados,

facilitando assim as transacções entre

os agentes económicos.

Os cheques continuaram a ser o segundo

meio de pagamento mais utilizado depois das

transferências SPTR. Os níveis de utilização

dos cartões de débito/crédito ainda são

insignificantes comparados com os níveis

internacionais.

MoxicoK. Kubango

L. SulBié

L. NorteK. Norte

ZaireCuneneNamibe

UígeBengo

CabindaMalange

K. SulHuambo

HuílaBenguela

Luanda

Nº de ATM's por Província - 2010

0 400200 600 800 1000

MoxicoK. Kubango

L. SulBié

L. NorteK. Norte

ZaireCuneneNamibe

UígeBengo

CabindaMalange

K. SulHuambo

HuílaBenguela

Luanda

Nº de TPA's por Província - 2010

0 40002000 6000 8000 10000

Dez

-10

Jun

-10

Ago

-10

Abr

-10

Mar

-10

Mai

-10

Jul-

10

Set

-10

Ou

t-10

Nov

-10

Jan

-10

Fev-

10

0

500

1000

1500

2000

2500

Milhares

Cartões Activos versus Cartões Válidos

Nº de Cartões VálidosNº de Cartões Activos

Dez

-10

Jun

-10

Ago

-10

Abr

-10

Mar

-10

Mai

-10

Jul-

10

Set

-10

Ou

t-10

Nov

-10

Jan

-10

Fev-

10

0

200

400

600

800

1000

1200

1400 94

92

90

88

86

ATM's Matriculados versus Activos

Nº de ATM's Matriculados Nº de ATM's ActivosTaxa de operacionalidade média da rede (%)

%

Cartões1%

Cheques2%

Ordens de Saque

0%

Doc. de Crédito0%

98

98

99

99

100

100%

Instrumentos de Pagamento

Disponibilidade do SPTR

SPTR97%

Jan

-09

Mar

-09

Mai

-09

Jul-

09

Set

-09

Nov

-09

Jan

-10

Mar

-10

Mai

-10

Jul-

10

Set

-10

Nov

-10

Jan

-10

0

5

10

15

20

25%

SPTR - Liquidação das Operações ao Longo do Dia

07h

30

08

h30

09

h30

10h

30

11h

30

12h

30

13h

30

14h

30

15h

30

16h

30

Valor das operações Nº de operações

Cartões1%

Cheques2%

Ordens de Saque

0%

Doc. de Crédito0%

98

98

99

99

100

100%

Instrumentos de Pagamento

Disponibilidade do SPTR

SPTR97%

Jan

-09

Mar

-09

Mai

-09

Jul-

09

Set

-09

Nov

-09

Jan

-10

Mar

-10

Mai

-10

Jul-

10

Set

-10

Nov

-10

Jan

-10

0

5

10

15

20

25%

SPTR - Liquidação das Operações ao Longo do Dia

07h

30

08

h30

09

h30

10h

30

11h

30

12h

30

13h

30

14h

30

15h

30

16h

30Valor das operações Nº de operações

Page 25: 201058ba8587-d91b-47de-be21-ab0f9fc580a5}.pdf · O produto interno bruto cresceu ... o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões. PIB global, ... uma expansão da procura de dólares

23

Relações InternacionaisNo domínio das Relações Internacionais

o Banco Nacional de Angola fez incidir a

sua acção nas organizações de carácter

regional, com realce para a SADC (Southern

Africa Development Community) e

cooperação com os países de língua oficial

portuguesa. Das acções no âmbito da SADC

realizadas durante o período em análise,

há a realçar a participação do BNA na 30ª

e 31ª reuniões do Comité dos Governadores

dos Bancos Centrais (CCBG). De entre

os assuntos discutidos nessa reunião,

destaca-se o documento “Instantâneo

sobre Desenvolvimentos Económicos

Recentes”, que serviu de plataforma para a

discussão sobre o estado da convergência

macroeconómica na região.

O documento reflecte o resultado de

uma avaliação preliminar do estado da

convergência macroeconómica na região

em 2009, com destaque para as seguintes

médias: (i) Inflação (excluindo o Zimbabwe):

12,9% em 2009, contra 13,3% em 2008;

(ii) Critérios de convergência: três países

estiveram dentro da meta da inflação; (iii)

Crescimento económico: 3,0% em 2009,

contra 4,2% em 2008; e (iv) Saldo da conta

corrente: -10,9% em 2009 contra -10,5% em

2009.

Ainda no âmbito da SADC, destaca-se a

participação do Banco Nacional de Angola

em fóruns realizados sob a égide de diversos

subcomités afectos ao CCBG, nomeadamente:

I. Reunião Anual do Fórum de Formação

e Desenvolvimento dos Bancos

Centrais da SADC, realizada de 2 a 3

de Fevereiro, em Pretória, África do

Sul. Nessa reunião, foi feito o balanço

das acções de formação realizadas

até à data, em que se destacam os

cursos sobre sistemas de pagamento,

gestão de projectos de TIC e política

monetária.

II. Conferência Anual do Fórum de

Tecnologias de Informação, realizada

de 2 a 6 de Março, nas Ilhas Maurícias.

Trata-se de uma conferência anual

em que os Directores de Informática

dos Bancos Centrais da região da

SADC analisam a cooperação entre

as áreas dos Sistemas e Tecnologias

de Informação, bem como fazem o

balanço das acções realizadas no

âmbito dos distintos projectos em

curso.

III. Reunião do Subcomité de Mercados

Financeiros, realizada de 17 a 19 de

Março, nas Ilhas Maurícias. Nessa

reunião, o Subcomité analisou o

grau de cumprimento pelos Estados

Membros, dos Padrões Internacionais

de Contabilidade (39 e 41) e o

documento intitulado “Sistemas

Financeiros da SADC: Políticas,

Mercados e Estruturas”, actualizado

anualmente pelos bancos centrais.

IV. Reunião Anual do Subcomité dos

Supervisores Bancários da SADC,

realizada de 7 a 8 de Abril, em

Kinshasa, RDC. De entre os vários

assuntos discutidos o Subcomité

procedeu ao realinhamento dos

seus projectos com o Protocolo de

Finanças e Investimentos (FIP), à

actualização do Projecto de Aplicação

para a Supervisão Bancária (BSA),

analisou os Princípios Chave de

Basileia para uma Supervisão

Efectiva e a cooperação com o Grupo

de Supervisores Bancários da África

Austral e do Leste (ESAAMLG).

V. Reunião do Comité de Controlo

Cambial, realizada de 7 a 8 de Junho,

em Gaberone, Botswana.

VI. Reunião do Comité Director para os

Quadros Legais e Operacionais dos

Relações Internacionais ·

Page 26: 201058ba8587-d91b-47de-be21-ab0f9fc580a5}.pdf · O produto interno bruto cresceu ... o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões. PIB global, ... uma expansão da procura de dólares

24 · Relatório & Contas · 2010

Bancos Centrais, realizada de 26 a 27

de Julho, em Pretória, na África do Sul.

O objectivo dessa reunião foi rever

o programa de trabalho do Comité e

analisar alguns anteprojectos de lei

modelo, tais como os dos Sistemas de

Pagamentos e de Supervisão Bancária.

VII. Reuniões do Subcomité Macro-

económico do CCBG, realizadas de

3 a 5 de Agosto, em Kinshasa, RDC,

e de 29 a 30 de Novembro, em Pretória,

África do Sul, respectivamente. Nessas

reuniões, o Subcomité analisou o

progresso alcançado pelos países,

no tocante ao cumprimento das metas

de convergência macroeconómica da

SADC e os documentos de pesquisa que

se encontram em fase de elaboração

pelos bancos centrais.

VIII. O Banco Nacional de Angola participou

nos tradicionais encontros de Lisboa

que antecedem as reuniões anuais do

FMI e do Banco Mundial anualmente

realizados pelo Banco de Portugal.

O objectivo desses encontros é, de um

modo geral, estreitar a cooperação

entre os bancos centrais dos países de

lingua oficial portuguesa.

Durante o período em análise, responsáveis

e técnicos do BNA participaram em diversos

fóruns, de que destacamos:

I. 4º Encontro sobre Sistemas de

Pagamento dos Bancos Centrais dos

Países de Língua Portuguesa, realizado

de 22 a 26 de Março, em Luanda,

Angola.

II. XII Fórum sobre Sistemas

e Tecnologias de Informação

e Comunicação dos Bancos Centrais

dos países de Língua Portuguesa,

realizado de 16 a 19 de Maio, em

Maputo, Moçambique.

III. 6º Encontro sobre Sistemas

Estatísticos Nacionais dos Bancos

Centrais dos Países de Língua

Portuguesa, realizado de 15 a 17 de

Junho, no Funchal, Portugal.

IV. 5º Encontro de Governadores,

realizado a 26 de Agosto, em S. Tomé,

coincidindo com as festividades

alusivas ao 18º aniversário do Banco

Central de S. Tomé e Príncipe.

O encontro realizou-se sob o tema

“Impacto do Sector Financeiro no

Desenvolvimento Económico e

Social”, sobre o qual os Governadores

reflectiram e apresentaram os seus

pontos de vista.

V. 20º Encontro de Lisboa, realizado

a 4 de Outubro, em Lisboa, Portugal.

O encontro foi como habitualmente,

precedido de uma mesa-redonda

subordinada ao tema Os instrumentos

do Banco Europeu

de Investimentos para o financiamento

do desenvolvimento, no quadro da

Convenção de Cotonou, apresentado

pelo Prof. Plutarchos Sakellaris, Vice-

Presidente do Banco Europeu

de Investimentos, o qual foi objecto

de debate pelos Governadores.

Da integração ao Instituto de Gestão

Macroeconómica e Financeira da África

Austral e do Leste (MEFMI) destaca-se a

realização nos dias 4 e 5 de Outubro, em

Washington, da 14ª Reunião do Conselho

de Governadores e Fórum Combinado

do MEFMI. De entre os vários assuntos

discutidos na reunião do Conselho, os

Governadores procederam à análise e à

aprovação dos relatórios e contas auditadas

do MEFMI referentes ao exercício financeiro

terminado em 31 de Dezembro de 2009, e do

programa de trabalho para 2011 e respectivo

orçamento.

A seguir enumeram-se outras realizações

de âmbito regional e que contaram com a

participação de Angola, por intermédio do

Banco Nacional de Angola:

Grupo Banco Africano de Desenvolvimento

(BAD):

I. 45ª Assembleia Anual do Conselho de

Governadores do BAD e 36ª Assembleia

Anual do Conselho de Governadores do

Fundo Africano de Desenvolvimento

(FAD), realizadas de 24 a 29 de Maio,

em Abidjan, Côte d’Ivoire.

Banco Africano de Importação

e Exportação (AFREXIMBANK ):

I. Assembleia-Geral Extraordinária dos

Accionistas (AGEA), realizada a 5 de

Junho em Gaberone, no Botswana, em

que participaram representantes das

três categorias de Accionistas que

integram o Banco.

II. 17ª Assembleia-Geral dos Accionistas

(AGA), realizada no dia 24 de Julho, em

Yaoundé, nos Camarões, que contou

com a participação dos representantes

das três categorias de Accionistas

que integram o Banco. Como tem sido

tradição todos os anos, a Assembleia-

Geral foi antecedida de dois eventos.

No dia 22 de Julho, teve lugar a

Page 27: 201058ba8587-d91b-47de-be21-ab0f9fc580a5}.pdf · O produto interno bruto cresceu ... o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões. PIB global, ... uma expansão da procura de dólares

25

abertura oficial da exposição comercial

subordinada ao tema “Normas e padrões

internacionalmente reconhecidos

dos produtos de exportação”, que

decorreu durante os três dias do

certame. No dia 24 de Julho de 2010

realizou-se um colóquio sob a égide

do Grupo Consultivo do Banco sobre

o Financiamento do Comércio e o

Desenvolvimento das Exportações

em África, subordinado ao tema

“Crises económicas internacionais,

diversificação e acesso aos

financiamentos do comércio: lições

das experiências recentes e passadas

e implicações para a África”.

Associação dos Bancos Centrais Africanos

(ABCA):

I. Seminário continental da Associação

dos Bancos Centrais Africanos – ABCA,

subordinado ao tema “Lições que a

África pode aprender da crise financeira

internacional: mecanismos de prevenção

e coordenação de respostas”, realizado

de 10 a 12 de Maio de 2010, Lilongwe,

no Malawi. Participaram no evento 21

Bancos Centrais membros da ABCA,

cujas delegações integraram, secretários

gerais, conselheiros, directores

gerais, administradores, directores,

subdirectores, chefes de divisão e

economistas seniores. Participaram

ainda no evento representantes de

organizações regionais e internacionais

que tratam de questões monetárias,

financeiras e de integração económica.

II. 34ª Assembleia Ordinária do Conselho

de Governadores, realizada no dia 20

de Agosto em Dakar, no Senegal. A

anteceder o evento, teve lugar no dia

19 de Agosto de 2010, um simpósio

subordinado ao tema “O papel dos

Bancos Centrais na regulação e

estabilidade do sistema financeiro”.

Participaram no certame cerca de 31

Bancos Centrais membros da ABCA,

num total de 38, cujas delegações

foram conduzidas pelos respectivos

Governadores, Vice-Governadores ou

plenipotenciários em representação

dos Governadores que não puderam

comparecer. Estiveram também

presentes representantes das

instituições regionais e internacionais,

tais como a União Africana (UA), o Fundo

Monetário Internacional (FMI) e a

Comunidade Económica dos Estados da

África Ocidental (CEDEAO).

Associação das Instituições Africanas de

Financiamento ao Desenvolvimento (AIAFD):

I. Fórum Anual dos Directores Gerais

(CEOs) da Associação das Instituições

Africanas de Financiamento ao

Desenvolvimento – AIAFD, realizado

de 1 a 3 de Dezembro de 2010, em Dar-

es-Salam, na Tanzânia. O fórum foi

organizado pelo Tanzânia Investment

Bank (TIB), com a colaboração do

Banco Africano de Desenvolvimento

(BAD) e enquadrou-se nas actividades

alusivas à comemoração dos 40 anos

de existência do TIB. O tema do evento

foi “Financiamento do desenvolvimento

em África: 50 anos depois: Realizações,

Desafios e Perspectivas para

as Instituições de Financiamento

ao Desenvolvimento IFD”. Participaram

no certame a maior parte das

instituições africanas de financiamento

ao desenvolvimento, cujas delegações

foram chefiadas pelos seus respectivos

Directores Gerais ou Presidentes.

Estiveram também representadas

instituições regionais, sub-regionais

e internacionais de financiamento

ao desenvolvimento, tais como o BAD,

BADEA, PTA Bank, Exim-Bank of India,

Funds CEDEAO, EAC, SADC.

Fundo Monetário Internacional (FMI):

II. Reunião do Grupo de Governadores

Africanos junto ao FMI/BM “African

Caucus Meeting”, realizada de 16 a

17 de Agosto, em Freetown, na Serra

Leoa. A reunião, que contou com a

participação de cerca de 47 países, teve

como objectivo principal a elaboração

de um Memorando a ser submetido aos

dirigentes das Instituições de Bretton

Woods (IBW) – o Fundo Monetário

Internacional (FMI) e o Banco Mundial

(BM), durante as Reuniões Anuais,

realizadas de 8 a 10 de Outubro, em

Washington, nos EUA.

III. Assembleias Anuais do FMI/BM,

realizadas de 8 a 10 de Outubro, em

Washington, D.C. e Reunião Anual do

Banco de Pagamentos Internacionais

(BIS), realizada de 26 a 30 de Junho em

Zurique, na Suíça.

Relações Internacionais ·

Page 28: 201058ba8587-d91b-47de-be21-ab0f9fc580a5}.pdf · O produto interno bruto cresceu ... o valor recorde de US$ 105,7 mil milhões. PIB global, ... uma expansão da procura de dólares

26 · Relatório & Contas · 2010

Desenvolvimento organizacionalO ano de 2010 fica marcado pela aprovação

da nova Lei do Banco Nacional de Angola

que procura conformar a acção do Banco

Central a nova constituição da República

de Angola e pela adopção de um programa

de desenvolvimento estratégico em que se

realça o reforço da capacidade institucional

do Banco Nacional de Angola face aos

desafios de preservação do valor da moeda

e estabilidade do sistema financeiro que

fundamentam a acção e propósito do BNA.

Foi desencadeado, por isso mesmo, um vasto

e profundo programa reestruturação da

orgânica do BNA, com ênfase para as funções

de gestão do risco financeiro e operacional.

Procedeu-se a segregação de funções

de pagamento, gestão de reservas e de

intervenção no mercado cambial. No

domínio das reservas, há ainda que

destacar a institucionalização do Comité de

Investimentos e a aprovação dos ‘guidelines’

de gestão das reservas internacionais.

Foi assim criada uma unidade de estrutura

com responsabilidade exclusiva para a gestão

de reservas, tendo a função de intervenção

no mercado cambial transitado para o

Departamento de Mercado e Activos.

A execução de pagamentos ficou centrada

no novo Departamento de Operações

Bancárias, juntando numa mesma

unidade a moeda nacional e estrangeira e

libertando-se o Departamento de Sistemas de

Pagamentos para as funções de supervisão e

desenvolvimento do sistema de pagamentos.

Ainda em 2010 foi criado o Gabinete de

Gestão de Risco, com responsabilidades

sobre a supervisão permanente sobre os

procedimentos operacionais de controlo

interno.

Anexo I – Regulamentação Aprovada Durante o Ano de 2010Mês dia Regulamento

Março 16 Instrutivo nº 01/2010 – Alteração dos procedimentos para a realização de operações de invisíveis correntes

Abril 2 Instrutivo nº 2/2010 – Plano de contas – Coexistência do PCIF e CONT até 30 de Junho

Junho 4 Instrutivo nº 03/2010 – Altera o cálculo das R.O.’s (coeficiente MN 25% e ME 15%)

4 Instrutivo nº 04/2010 – Alteração dos procedimentos para a compra e venda de ME

4 Directiva 10/DGR/2010 a 12/DGR/2010 – Actualização dos procedimentos para a preparação dos leilões de divisas

Julho 9 Lei nº 12/2010 – Lei do Branqueamento de Capitais e do Combate ao Financiamento do Terrorismo

Outubro 4 Aviso nº 01/2010 – Implementação da Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC)

4 Instrutivo nº 5/2010 – Regras para o funcionamento da CIRC

6 Directiva nº 11/DSP/2010 – Ajusta os procedimentos de cálculo e adequa a metodologia de controlo das R.O.’s.

20 Aviso nº 02/2010 – Implementação da CIRC – Revoga Aviso nº 01/2010

Novembro 3 Aviso nº 03/2010 – Política Cambial – Importação, exportação e reexportação de notas e moedas estrangeiras e de cheques de viagens

10 Aviso nº 04/2010 – Regulamento sobre a Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez

10 Aviso nº 05/2010 – Altera o Limite de exposição ao risco cambial para 20% dos Fundos Próprios Regulamentares para as posições activas e passivas cujo regime transitório se estende até 30 de Junho de 2012

10 Directiva nº 13/DSP/2010 – Altera a taxa de redesconto overnight para 25% a.a.

10 Instrutivo nº 07/2010 – Regula os termos e condições em que as Casas de Câmbio podem realizar a compra e venda de notas estrangeiras e cheques de viagem

17 Directiva nº 14/DSP/2010 – Estabelece os procedimentos sobre as operações de Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez

23 Directiva nº 15/DSP/2010 – Ajusta e revoga o ponto 3.1 da Directiva nº 14/2010 de 17 de Novembro sobre a Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez

25 Directiva nº 16/DSP/2010 – Ajusta os horários de acesso às operações de Redesconto e Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez

26 Decreto Presidencial nº 265/10 – Regulamenta os procedimentos de licenciamento das operações de mercadorias (revoga Decreto nº 55/00)

Dezembro 6 Aviso nº 07/2010 – Regula as operações de compra de notas e moeda estrangeira, cheques de viagem e outros meios de pagamento pelas unidades hoteleiras

28 Directiva nº 3/DSI/2010 – Cálculo da exposição cambial

28 Directiva nº 04/DSI/2010 – Define o SSIF (Sistema de Supervisão das Instituições Financeiras) como mecanismo de reporte de informação contabilística, estatística e de gestão

30 Directiva nº 02/DSI/2010 – Estabelece os requisitos a serem observados no âmbito dos processos de pedidos de Parecer - Concessão de Vistos de Trabalho.

A nova Lei do Banco Nacional de Angola

emerge da necessidade de se clarificar a

autonomia operacional da instituição para,

deste modo, assegurar a preservação da

moeda nacional e garantir a estabilidade dos

preços e do sistema financeiro nacional.

Uma última referência no capítulo das

acções administrativas refere-se à produção

de dois despachos do Governador do Banco

Nacional de Angola, no domínio da Política

Cambial, nomeadamente, o Despacho nº

179/10 de 18 de Novembro, sobre a Delegação

de Competências da Aplicação das Reservas

Internacionais, e o Despacho n.º 181 de 23 de

Novembro, sobre o Regulamento do Comité

de Investimentos.

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27Enquadramento Macroeconómico ·

Recursos HumanosNa componente recursos humanos, o Banco

Nacional de Angola tem vindo a implementar

uma política de desenvolvimento de recursos

humanos, objectivando o reforço das suas

competências em áreas críticas e chave do

seu objecto social e de gestão.

Em matéria da satisfação das condições

sociais e de bem-estar aos trabalhadores,

o BNA também tem uma política concreta,

que se consubstancia na garantia da

assistência médica aos seus trabalhadores

e dependentes, na assistência aos filhos

menores através do Centro Infantil e no apoio

à aquisição de habitação própria.

Os itens abaixo descrevem em detalhe cada

um dos pontos aqui abordados.

I) Quadro de pessoal

No final de 2010, o quadro de recursos

humanos do BNA era de 3.445

trabalhadores, sendo 1.914 activos e

1.531 reformados.

II) Distribuição geográfica do efectivo por

género

Os quadros abaixo, descrevem o

efectivo de trabalhadores por género,

distribuídos geograficamente.

III) Evolução do Efectivo

Verificou-se a continuidade na

diminuição do efectivo, tal como vem

acontecendo nos últimos três anos,

tendo em conta o maior número de

trabalhadores que foram adquirindo o

direito à reforma durante o período em

análise.

Assim sendo, a evolução do efectivo

tende a alcançar um nível equilibrado

pois que, com a redução gradual do

número de trabalhadores, poder-se-á

efectuar uma dotação de quadros

de acordo com a quantidade que foi

estipulada para cada unidade de

estrutura, tendo em atenção as novas

competências do Banco Central.

O quadro abaixo demonstra tal

tendência.

Quantidade de Trabalhadoresexistência quantidade

Efectivo 1 914

Reformado 1 531

Total 3 445

Evolução do Efectivo

ano quantidadediferença

do ano anterior

2007 1 978 30

2008 1 940 -38

2009 1 929 -11

2010 1 914 -15

Distribuição geográfica do efectivo e por géneroHomens Mulheres

totallocalização quant. % quant. %

Luanda 887 46,34 733 38,3 1 620

Benguela 71 3,71 47 2,46 118

Cabinda 27 1,41 9 0,47 36

Huíla 35 1,83 23 1,2 58

Malange 27 1,41 10 0,52 37

Huambo 24 1,25 21 1,1 45

Total Geral 1 071 55,95 843 44,05 1 914

LuandaBenguelaCabindaHuílaMalangeHuambo

Distribuição geográfica do efectivo e por género

46,34%

3,71%1,41%

1,83%1,41%

1,25% Evolução do Efectivo

0

1400

1800

2200

1000

600

200

2007 2008 2009 2010

1914192919401978

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28 · Relatório & Contas · 2010

VI) Formação

Durante este período foram realizadas

61 acções de formação, onde

participaram 1.025 trabalhadores

provenientes de diversas unidades de

estrutura, sendo 962 no País e 63 no

estrangeiro, conforme os quadros a

seguir ilustram.

V) Assistência à Infância

Durante o ano de 2010, o Centro

Infantil assistiu a 216 crianças, com

idades compreendidas entre os 6

meses e os 5 anos, conforme se pode

observar no quadro subsequente.

Foram também realizadas várias

acções de âmbito pedagógico com vista

a apoiar o desenvolvimento psicomotor

e a preparação da criança para a sua

inserção social/escolar.

Acções de Formação Realizadasacções Participantes

No País 45 962

No Estrangeiro 16 63

Total 60 1025

Pacientes consultados no Centro Médico nas diversas especialidadesespecialidades total %

Banco Urgência 8 822 45,2

Clínica Geral 984 5

Pediatria 5 937 30,4

Cirurgia 1 469 7,5

Ginecologia e Obstetrícia 1 972 10,1

Cardiologia 343 1,8

Total 19 527 100

Vacinastipo de vacinas Casos

Febre-amarela 9

Hepatite B Adulto 1

Pentavalente 65

BCG 3

Pólio 66

Sarampo 28

Tese Mantoux 10

Tétano 202

Vitamina A 48

Total 432

Acções de Formação Realizadas

45No País

16No Estrangeiro

Quantidade de crianças por idade e sexosexo

totalidade Masculino feminino

6 Meses 4 1 5

1 Ano 11 3 14

2 Anos 25 16 41

3 Anos 29 21 50

4 Anos 26 24 50

5 Anos 27 29 56

Total 122 94 216

VI) Assistência Médica e Medicamentosa

No âmbito da assistência médica, o

BNA dispõe de um Centro Médico,

para atender os seus trabalhadores e

seus dependentes directos. No período

em análise, foram atendidos 19.527

pacientes nas diversas especialidades

disponíveis, tendo sido diagnosticadas

várias patologias, com destaque

para Malária, doenças respiratórias

agudas, hipertensão arterial, infecções

urinárias e doenças diarreicas, como

mostra o quadro abaixo.

No âmbito da saúde preventiva, foram

realizadas vários actos vacinais, resumidos

no seguinte quadro:

Pacientes consultados no Centro Médico nas diversas especialidades

0

20

25

30

15

40

45

50

35

10

5

7,5210,1

1,76

30,4

5,04

45,18

Banco UrgênciaClínica GeralPediatria

CirurgiaGinecologia e ObstetríciaCardiologia

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29Demonstrações Financeiras ·

Índice

INTRODUÇÃO

BALANÇO

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

30 33 34

DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS FINANCEIROS

35 36

Demonstrações Financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

29Demonstrações Financeiras ·

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30 · Relatório & Contas · 2010

Introdução

ApResentAção

De acordo com o previsto no artigo 86.º da sua Lei Orgânica nº.16/10 publicada no Diário

da República nº. 132-I série de 15 de Julho são apresentadas as Demonstrações Financeiras

do Banco Nacional de Angola, relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, que

compreendem o Balanço, a Demonstração de Resultados, o Mapa dos Fluxos de Caixa e as

respectivas Notas às Contas, aprovadas pelo Conselho de Administração.

As Demonstrações Financeiras foram certificadas pelos auditores externos que, para o efeito,

emitiram o parecer que se anexa.

A preparação e apresentação de Demonstrações Financeiras em conformidade com os

procedimentos e normas internacionais de contabilidade, constitui um desafio a que o Banco

Nacional de Angola se propõe alcançar de forma gradual e consistente, e reflecte o sentido da

trajectória seguida pelo Conselho de Administração, tendo em vista à modernização do Modelo

de Governação e de Gestão.

Para atingir tal desiderato, os esforços da Administração estiveram particularmente centrados

na adequação e consolidação dos instrumentos de controlo interno e dos mecanismos

de saneamento e confirmação de saldos junto das contrapartes, para permitir que as

Demonstrações Financeiras apresentem de forma verdadeira e apropriada a situação financeira

da Instituição e o resultado das suas operações e fluxos de caixa.

As Demonstrações Financeiras são apresentadas em milhares de Kwanzas (m AOA), porém, para

possibilitar uma análise comparativa da informação de forma mais facilitada, são igualmente

expressas em milhares de dólares americanos (m USD), enquanto unidade de referência a nível

internacional.

30 · Relatório & Contas · 2010

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31Demonstrações Financeiras ·

pRinCipAis mutAções

nA Composição do BAlAnço

As principais rubricas do Balanço tiveram

a seguinte evolução durante o ano:

O Passivo do Banco conheceu um acrés-

cimo significativo de 61,8%, ao passar de

1.271.330.166 milhares de AOA (em 31 Dezem-

bro de 2009), para 2.056.969.629 milhares de

AOA (em 31 de Dezembro de 2010), explicado

essencialmente pelas seguintes situações:

i) Um incremento das rubricas de notas

e moedas em circulação e de títulos do

Banco Central, tendo atingido um per-

centual de crescimento na ordem dos

7,0% e 92,5%, respectivamente, o que

reflecte o impacto do incremento dos

activos externos líquidos sobre a base

monetária, e de uma maior intervenção

do Banco no controlo da liquidez, por

via de operações de tomada e cedência

de liquidez;

ii) Um aumento de 50,7% na rubrica de

Depósitos de Residentes, que passou de

839.600.149 milhares de AOA (em 31

Dezembro de 2009) para 1.266.153.441

milhares de AOA (em 31 de Dezembro

de 2010), devido ao efeito conjugado

do aumento de 341.781.371 de AOA nos

depósitos do Tesouro no BNA, e do

incremento de 84.771.921 de AOA nos

depósitos de instituições financeiras

bancárias;

(em milhares de AoA)

2010 2009 %

Activo 2.121.634.209 1.367.302.963 55,2

Activos sobre o Exterior 1.792.050.704 1.183.872.247 51,4

Crédito Interno 185.532.725 152.801.428 21,6

Imobilizações 16.598.524 14.992.076 10,7

Outros Activos 127.452.256 15.637.212 716,6

passivo 2.056.969.629 1.271.330.166 61,8

Notas e moedas em circulação 229.389.326 213.937.176 7,0

Títulos do Banco Central 281.460.106 145.817.579 92,5

Depósitos de residentes 1.266.153.441 839.600.149 50,7

Outros passivos 279.966.756 71.975.262 289,3

Capitais próprios 64.664.580 95.972.797 -32,3

iii) Um incremento de 288,9% na rubrica

de outros passivos, determinado pelo

aumento das responsabilidades exter-

nas sobre não residentes, nomeada-

mente o FMI.

Os capitais próprios ficaram reduzidos em

32,3%, tendo transitado de 95.972.797 mi-

lhares de AOA (em 31 de Dezembro de 2009)

para 64.664.580 milhares de AOA (em 31 de

Dezembro de 2010), em consequência, funda-

mentalmente, do seguinte:

i) Incorporação de reservas de reavalia-

ção de 65.051.018 milhares de AOA.

ii) Resultado líquido do período de

33.742.801 milhares de AOA.

O Activo do Banco apresenta, em 31 de

Dezembro de 2010, um saldo de 2.121.634.209

milhares de AOA, traduzindo um acréscimo

de 754.331.246 milhares de AOA, relativa-

mente ao valor observado em 31 de Dezembro

de 2009. Esta variação de 55,2% é explicada

através de:

i) Um acréscimo de 51,4% observado nos

activos sobre o exterior, em consequên-

cia do aumento das reservas interna-

cionais que passaram de 13.242.715

milhares de USD (31 Dezembro 2009)

para 19.344.617 milhares de USD (31

Dezembro de 2010);

ii) Um aumento de 21,6% no crédito in-

terno líquido, de 152.801.428 milhares

de AOA (em 31 Dezembro 2009) para

185.532.725 milhares de AOA (em De-

zembro de 2010);

iii) Um expressivo incremento de crédito

ao Ministério das Finanças por virtu-

de dos acordos Stand By referentes às

posições com o FMI, e um acréscimo

de aproximadamente 717% nos outros

activos, determinado pela subscrição e

consequente registo contabilístico da

quota do FMI e dos direitos especiais

de saque.

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32 · Relatório & Contas · 2010

evolução dos ResultAdos

Os principais indicadores da conta de

resultados evoluíram do seguinte modo,

em milhares de kwanzas (m AOA):

Os proveitos do exercício superaram em

33,6% os registados no ano de 2009, ao passa-

rem de 130.984.203 milhares de AOA (em 31

de Dezembro de 2009) para 175.277.401 mi-

lhares de AOA (em 31 de Dezembro de 2010),

decorrente da conjugação dos seguintes

factores:

i) Aumento dos juros e proveitos equipa-

rados (84,8%), influenciado pelo efeito

conjugado do aumento das nossas

disponibilidades externas e conse-

quente aumento das nossas aplicações

externas;

ii) Decréscimo de 17,9% no valor da rubri-

ca de comissões;

iii) Aumento de 25,2% nos lucros em opera-

ções financeiras, motivado principal-

mente pela incorporação das reservas

de reavaliação financeira registadas

em 31 Dezembro de 2009.

Os custos do exercício registaram uma

redução de 12,1%, ao passarem de 116.195.246

milhares de AOA (em 31 Dezembro de 2009)

para 101.598.169 milhares de AOA (em 31 de

Dezembro de 2010), não obstante o aumento

de 266,2% nos juros e custos equiparados

fundamentalmente relacionados com os juros

dos TBC’s. Entretanto, passamos a mencio-

nar a evolução de cada uma das rubricas em

causa:

i) Um aumento de 266,2% verificado nas

rubricas de juros e custos equipara-

dos, relacionados com os juros com a

emissão de TBC’s;

ii) Um decréscimo de 69,7% registado

na rubrica de prejuízos em operações

financeiras, motivado sobretudo

pela estabilidade das taxas de câmbio

durante o ano de 2010;

iii) Um incremento de 33,3% nos custos de

exploração, motivado pelo aumento de

todas as rubricas que compõem estes

custos, nomeadamente: custos com

o pessoal, fornecimentos e serviços

de terceiros, custos com a emissão de

notas e outros custos e prejuízos.

(em milhares de AoA)

2010 2009 %

proveitos 175.277.401 130.984.203 33,6

Juros e proveitos equiparados 29.737.701 16.087.624 84,8

Comissões recebidas 6.133.937 7.469.741 -17,9

Lucros em operações financeiras 134.250.024 106.900.906 25,2

Outros proveitos e ganhos 5.155.739 525.932 880,3

Custos 101.598.169 116.195.246 -12,1

Juros e custos equiparados 45.567.634 12.441.874 266,2

Prejuízos em operações financeiras 22.576.891 76.327.096 -69,7

Custos de exploração 32.223.728 24.300.160 33,3

Outros custos e perdas extraordinárias 1.229.916 3.126.116 -60,7

Resultado do exercício 73.679.232 14.788.957 398,2

Os resultados do exercício de 2010, que tra-

duzem um lucro no montante de 73.679.232

milhares de AOA, foram influenciados pela

incorporação de reservas de reavaliação

cambial registadas em 31 de Dezembro de

2009, reflexo da desvalorização do Kwanza

nos últimos meses de 2009.

No decorrer do ano de 2010, a cada venda

efectiva resultante de leilões de moeda o

Banco foi apropriando o equivalente a apro-

ximadamente 7,85 Akz/Usd ( ou coeficiente

de reavaliação), por cada USD efectivamente

vendido.

Em resumo, pode-se concluir que os resul-

tados do exercício foram determinados por

factores decorrentes da política cambial

adoptada no último trimestre de 2009 e que

conduziram a uma forte depreciação da moe-

da nacional nesse ano.

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33Demonstrações Financeiras ·

31.12.2010 31.12.2009

notas m AoA m usd

(não auditado) m AoA m usd

(não auditado)

Activo

Activos sobre o exterior 3 1.792.050.704 19.343.617 1.183.872.247 13.242.715

Crédito interno 4 185.532.725 2.002.663 152.801.428 1.709.226

Imobilizações 5 16.598.524 179.167 14.992.075 167.700

Participações 6 78.305.883 845.243 106.313 1.189

Outros valores activos 7 49.146.373 530.492 15.530.899 173.728

total do Activo 2.121.634.209 22.901.182 1.367.302.963 15.294.559

passivo

Notas e moedas em circulação 8 229.389.326 2.476.057 213.937.176 2.393.087

Títulos do Banco Central 9 281.460.106 3.038.115 145.817.579 1.631.106

Depósitos de residentes 10 1.266.153.441 13.667.017 839.600.149 9.391.711

Outras responsabilid. - residentes - - - 1.930.339 21.593

Respons. externas - não residentes 11 186.705.077 2.015.318 57.107.333 638.799

Provisões 12 40.315.013 435.165 616.721 6.899

Outros valores passivos 13 52.946.666 571.513 12.320.868 137.820

total do passivo 2.056.969.629 22.203.185 1.271.330.166 14.221.014

Capital próprio

Capital 14 5.000 54 5.000 56

Reservas 14 44.302.319 478.204 109.353.337 1.223.219

Ajustamentos 14 - - - -

Resultado de Reavaliação Cambial 14 - - - -

Resultados transitados 14 (13.385.540) (144.485) ( 28.174.497) ( 315.158)

Resultado do exercício 14 33.742.801 364.224 14.788.957 165.428

total do Capital próprio 64.664.580 697.997 95.972.797 1.073.545

total do passivo e Capitais próprios 2.121.634.209 22.901.182 1.367.302.963 15.294.559

Contas extrapatrimoniais

Garantias prestadas e outros passivos eventuais 15 456.868.808 493.149 551.426.453 6.168.219

Responsabilidades por prestação de serviços 15 1.554.114.003 16.775.299 1.472.831.498 16.474.994

Compromissos perante terceiros 15 36.251.632 391.305 3.732.924 41.756

Garantias e avales recebidos 15 2.158.289 23.297 823.162 9.208

Balanço em 31 de Dezembro de 2010 e 2009(valores expressos em milhares de Kwanzas (m AoA) e em milhares de dólares dos estados unidos (m usd))

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34 · Relatório & Contas · 2010

Demonstração de Resultados do Exercício findo em 31 de Dezembro de 2010 e 2009(valores expressos em milhares de Kwanzas (m AoA) e em milhares de dólares dos estados unidos (m usd))

31.12.2010 31.12.2009

notas m AoA m usd

(não auditado) m AoA m usd

(não auditado)a

Juros e proveitos

Juros e proveitos equiparados 29.737.701 320.992 16.087.624 179.955

Juros e custos equiparados 45.567.634 491.863 12.441.874 139.174

Margem financeira 17 (15.829.933) ( 170.870) 3.645.750 40.781

Comissões (Líquido) 18 6.133.937 66.210 7.469.741 83.556

Rendimentos de participações - - 6.218 70

Resultados de operações financeiras 17 111.673.133 1.205.414 30.573.810 341.997

Outros proveitos 23 5.155.739 55.652 525.932 5.883

Resultado financeiro 107.132.876 1.156.406 42.221.452 472.286

Custos de exploração

Custos com o pessoal 20 18.854.656 203.526 13.856.512 154.998

Fornecimento e serviços de terceiros 21 9.460.062 102.116 7.670.561 85.802

Custos com a emissão de notas 1.842.135 19.885 1.180.701 13.207

Impostos e taxas 22 638.442 6.892 1.003.212 11.222

Outros custos e prejuízos 23 523.468 5.651 134.937 1.509

Amortizações do exercício 5 904.965 9.769 454.238 5.081

Total dos custos de exploração 32.223.728 347.838 24.300.160 271.820

Resultado antes de provisões e perdas extraordinárias 74.909.148 808.579 17.921.291 200.466

Perdas exercícios anteriores 24 ( 1.229.916) (13.276) (3.132.334) (35.038)

Resultado antes de provisões 73.679.232 795.303 14.788.957 165.428

Provisões 12 (39.936.431) (431.079) - -

Resultado do exercício 33.742.801 364.224 14.788.957 165.428

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35Demonstrações Financeiras ·

Demonstração de Fluxos de Caixa para o Exercício findo em 31 de Dezembro de 2010 e 2009(valores expressos em milhares de Kwanzas (m AoA) e em milhares de dólares dos estados unidos (m usd))

31.12.2010 31.12.2009

m AoA m usd m AoA m usd

Actividades operacionais

Resultado antes de Provisões 73.679.232 795.303 14.788.957 165.428

Ajustamentos:

Resultado de Reavaliação Cambial (65.051.018) (702.169) 167.764.345 1.877

Amortizações 904.965 9.768 454.238 5.081

Var. de outros activos e passivos 6.772.225 73.100 16.047.818 179.510

Fluxos das actividades operacionais 16.305.404 176.003 199.055.358 351.896

Actividades de investimento

Aumento de depósitos e aplicações - não residentes (113.775.704) (1.228.109) (163.551.356) (1.829.474)

Aumento de crédito interno líquido (32.731.295) (353.306) (121.868.772) (1.363.216)

Aumento do imobilizado (2.511.413) (27.109) (1.212.551) (13.564)

Compra de participações financeiras 0 0 (46.449) (520)

Fluxos das actividades de investimento (149.018.412) (1.608.523) (286.679.129) (3.206.774)

Actividades de Financiamento

Aumento da emissão de notas e moedas 15.452.150 166.792 45.564.557 509.682

Aumento dos títulos do Banco Central 135.642.527 1.464.142 52.041.949 582.138

Aumento/(Diminuição) dos depósitos de residentes 426.553.291 4.604.269 (357.798.462) (4.002.309)

Aumento/(Diminuição) de outras resp. - residentes (1.930.339) (20.836) 180.263 2.016

Aumento Respons. externas - não resid. 51.398.133 554.798 27.665.748 309.467

Fluxo das actividades de financiamento 627.115.762 6.769.165 (232.345.945) (2.599.006)

variação de caixa e seus equivalentes 494.402.754 5.336.644 (319.969.716) (5.453.884)

Caixa e seus equiv. no início do período 842.568.626 9.094.790 1.162.538.342 14.992.400

Caixa e seus equiv. no fim do período 1.336.971.380 14.431.434 842.568.626 9.538.516

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36 · Relatório & Contas · 2010

Anexo às Demonstrações Financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 notA intRodutóRiA

A origem do Banco de Nacional de Angola re-

monta a 14 de Agosto de 1926, data da criação

do Banco de Angola, com sede em Lisboa. Até

1957 o Banco de Angola deteve, em exclusivo,

o comércio bancário, altura em que surgiu

no mercado o Banco Comercial de Angola,

de direito estritamente Angolano, represen-

tando um novo marco na história do país. No

panorama das transformações político-econó-

micas que se sucederam até à década de 80,

e tendo em atenção a importância do sistema

monetário e financeiro do País, foi desenvol-

vido em Agosto de 1974 o chamado processo

da tomada da Banca, que levou ao confisco

do activo e o passivo do Banco de Angola e à

criação do Banco Nacional de Angola, um ano

após a independência nacional, através da Lei

nº 69/76, publicada no Diário da República

Nº 266 – 1ª Série de 10 de Novembro de 1976 o

Banco Nacional de Angola (adiante designado

por “BNA”ou “Banco Central”).

A partir de 1978 e através da Lei nº 4/78, de

25 de Fevereiro, a actividade bancária passou

a ser exclusivamente exercida pelos bancos

do Estado, na medida em que foram formal-

mente encerrados os bancos comerciais

privados, facilitando assim a extensão da

rede de balcões do BNA por todo o território

nacional.

Em 1991 e com base na Lei n.º 5/91 de 20

de Abril - Lei das Instituições Financeiras,

iniciou-se um novo passo na implementação

de um sistema bancário de dois níveis, pelo

que o BNA passa a exercer a função de Banco

Central consagrado como autoridade monetá-

ria e agente da autoridade cambial, retirando-

se assim das funções comerciais que exercia

até então.

Neste momento, o BNA está presente através

das suas delegações regionais nas províncias

de (i) Cabinda; (ii) Huíla; (iii) Benguela; (iv)

Malange; e (v) Huambo.

De acordo com a Lei nº 16/10, de 15 de Julho

– Lei do Banco Nacional de Angola, que es-

tabelece a sua Lei orgânica, as suas funções

passaram a ter dois vectores principais: i)

assegurar a preservação do valor da moeda

nacional e, ii) como Banco Central:

a) actuar como banqueiro único do Estado;

b) aconselhar o Estado nos domínios mone-

tários, financeiro e cambial;

c) colaborar na definição e executar a

política cambial bem como o respectivo

mercado;

d) gerir as disponibilidades externas do

País ou as que lhe sejam cometidas;

e) agir como intermediário, nas relações

monetárias internacionais do Estado;

f) velar pela estabilidade do sistema finan-

ceiro nacional, assegurando, com essa

finalidade, a função de financiador de

última instância;

g) garantir e assegurar um sistema de

informação, compilação e tratamento

das estatísticas monetárias, financeira

e cambiais e demais documentação, nos

domínios da sua actividade de forma a

servir como instrumento eficiente de

coordenação, gestão e controlo; elaborar

e manter actualizado o registo completo

da dívida externa do País, assim como

efectuar a sua gestão;

h) elaborar a balança de pagamentos exter-

nos do país.

O Conselho de Administração, enquanto

órgão responsável pela definição das polí-

ticas de gestão e administração do BNA, é

responsável pela preparação e apresentação

das demonstrações financeiras e demais

informações constantes do presente relatório,

velando pela sua integralidade e objectivi-

dade, para que as operações e transacções

decorrentes da sua missão, sejam realizadas

e processadas de acordo com o estabelecido

nas normas e procedimentos em vigor.

BAses de ApResentAção

e Resumo dAs pRinCipAis

polítiCAs ContABilístiCAs

As demonstrações financeiras foram prepa-

radas no pressuposto da continuidade das

operações, com base nos livros e registos

mantidos pelo BNA, de acordo com os prin-

cípios contabilísticos estabelecidos no seu

Plano de Contas. Estes princípios poderão

diferir dos geralmente aceites em outros

países, dado que as Normas Internacionais

de Contabilidade, ainda não são formalmente

aplicadas pelo BNA.

As demonstrações financeiras do BNA em 31

de Dezembro de 2010 encontram-se expressas

em milhares de Kwanzas, tendo os activos e

passivos denominados em outras moedas,

sido convertidos para a moeda nacional, com

base nas taxas de câmbios médios indicativos

que se seguem:

2010 2009

1 Dólar Norte Americano (USD) 92,643 89,398

1 Euro (EUR) 122,700 128,202

1 Dólar Canadiano (CAD) 92,638 85,170

1 Rand da África do Sul (RAD) 14,030 12,025

1 Libra Estrelina (GBP) 143,780 142,139

Além dos princípios contabilísticos aplicá-

veis a certas rubricas das demonstrações

financeiras, descritas especificamente ao lon-

go do presente Anexo, de uma forma geral o

BNA utiliza na preparação das suas demons-

trações financeiras os seguintes princípios

contabilísticos e critérios valorimétricos:

a) especialização de exercícios

Os proveitos e os custos são reconheci-

dos em função do período de vigência

das operações, de acordo com o prin-

cípio contabilístico da especialização

de exercícios, independentemente do

momento do seu recebimento ou paga-

mento.

b) transacções em moeda estrangeira

As operações em moeda estrangeira

são registadas de acordo com os princí-

pios do sistema “multi-currency”, sen-

do cada operação registada em função

das respectivas moedas de denomina-

ção. Os activos e passivos expressos

em moeda estrangeira são converti-

dos para Kwanzas à taxa de câmbio

média publicada à data do balanço. As

diferenças cambiais potenciais são re-

gistadas na situação líquida na rubrica

de “Reservas de reavaliação”, enquanto

as diferenças cambiais efectivamente

realizadas, quer sejam negativas ou

positivas, registam-se na demonstra-

ção dos resultados do exercício em que

ocorrem, nas respectivas rubricas de

prejuízos e lucros em operações finan-

ceiras.

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37Demonstrações Financeiras ·

c) participações

As participações são registadas ao

custo de aquisição, sendo registadas

provisões quando existem perdas de

carácter permanente.

d) notas e moedas em circulação

A responsabilidade de colocar notas e

moedas em circulação, como meio de

troca nas relações comerciais em An-

gola, é da exclusiva responsabilidade

do BNA. A dotação de notas de Kwan-

zas em circulação é revelada na rubrica

de “Notas e moedas em circulação” (ver

Nota 8). Os custos com a sua produção

são reconhecidos linearmente ao longo

do período de vida útil das notas, actu-

almente estimado em cerca de 5 anos.

e) provisões

As provisões criadas com vista à

cobertura das desvalorizações dos

activos são apresentadas no balanço

a deduzir especificamente ao valor

contabilístico destes, sendo que as

destinadas à cobertura de riscos

contingentes futuros são apresentadas

no balanço como rubricas passivas.

A definição dos montantes referentes

a estas provisões, resulta da melhor

estimativa apurada pela gestão do BNA

para as perdas associadas aos activos

e critérios de prudência para outros

elementos patrimoniais e extrapatri-

moniais.

Ver na Nota 12 o detalhe das provisões

constituídas pelo BNA.

f) imobilizações incorpóreas e corpóreas

As imobilizações incorpóreas, que cor-

respondem principalmente aos custos

de desenvolvimento e despesas com

software, são registadas ao custo de

aquisição, deduzido das amortizações

lineares ao longo do período de vida

útil, estimado em 3 anos.

As imobilizações corpóreas são regis-

tadas ao custo de aquisição reavaliado

ao abrigo do disposto no Decreto-Lei

nº 6/96, de 26 de Janeiro, de modo a

reflectir o efeito da desvalorização da

moeda nacional, sendo deduzido das

respectivas amortizações.

As depreciações são calculadas glo-

balmente de acordo com o critério das

quotas constantes anuais às taxas má-

ximas fiscalmente aceites como custo,

de acordo com o Código do Imposto

Industrial, que correspondem aos

seguintes anos de vida útil estimada:

O imobilizado em curso encontra-se

registado pelo valor total dos custos já

facturados ao BNA, sendo transferido

para imobilizado firme quando efec-

tivamente entra em funcionamento,

iniciando-se então a sua amortização.

Os custos incorridos com a manuten-

ção e reparação de imobilizado cor-

póreo e incorpóreo são reconhecidos

como custo do exercício.

g) Responsabilidades com pensões

de reforma

Em matéria de pensões, o BNA tem

dois tipos de responsabilidades. Por

um lado, o BNA assumiu o compromis-

so de conceder aos seus empregados,

ou às suas famílias, prestações pecu-

niárias a título de complementos de

reforma por velhice, invalidez, reforma

antecipada e pensões de sobrevivên-

cia, relativamente às pensões a que os

trabalhadores têm direito pelo facto

de estarem inscritos no regime da

Segurança Social. O BNA ainda não

terminou a definição dos componentes

do salário auferido que contribuem

para a definição dos complementos.

Por outro lado, e de acordo com a Lei nº

2/2000 e os artigos 218º e 262º da Lei

Geral do Trabalho, a compensação a

pagar pelo BNA no caso de caducidade

do contrato de trabalho por reforma do

trabalhador, determina-se multipli-

cando 25% do salário base mensal,

praticado na data em que o trabalhador

atinge a idade legal de reforma, pelo

número de anos de antiguidade. Estas

responsabilidades têm sido reconheci-

das no momento do seu pagamento.

Para o apuramento destas responsabi-

lidades, o BNA pretende encomendar

um estudo actuarial completo com o

objectivo de estimar as responsabilida-

des por serviços passados relativamen-

te à totalidade dos seus colaboradores.

No entanto o BNA constituiu uma pro-

visão no exercício de 2010 para iniciar

a cobertura destas responsabilidades

(ver Nota 12).

h) Carteira de títulos

As Obrigações do Tesouro, adquiridas

ao valor descontado, são regista-

das pelo valor de reembolso (valor

nominal). A diferença entre o custo

de aquisição e o valor nominal destes

títulos, corresponde ao desconto

verificado no momento da compra, é

reconhecida contabilisticamente como

proveito entre a data de aquisição e

a data de vencimento dos títulos. Os

juros corridos relativos a estes títulos

são contabilizados na rubrica de ”Pro-

veitos a receber”.

Conforme publicado em Diário da

República, as Obrigações do Tesouro

emitidas em moeda nacional desa-

gregam-se em duas categorias e são

valorizadas da seguinte forma:

i) Indexadas à taxa de câmbio do Dó-

lar dos Estados Unidos e sujeitas a

actualização cambial. O resultado

da actualização cambial do valor

nominal do título, do desconto

e do juro corrido, é registado na

situação líquida na rubrica de

“Reservas de reavaliação”.

ii) Indexadas à variação do Índice de

preços ao consumidor na cidade

de Luanda, divulgado mensal-

mente pelo Instituto Nacional de

Estatística – INE. O resultado da

actualização do valor nominal do

titulo, do desconto e do juro corri-

do, é reflectido na demonstração

de resultados do exercício em que

ocorre.

Os Títulos do Banco Central (TBC’s)

são emitidos ao valor descontado e

registados pelo seu valor de reembolso

(valor nominal). A diferença entre este

e o custo de emissão, que constitui a

remuneração do título, é reflectida no

activo na rubrica “Despesas com custo

diferido” (Nota 5), sendo reconhecida

contabilisticamente como custo ao

longo do período compreendido entre a

data de compra e a data de vencimento

dos títulos.

j) Contribuição industrial

O BNA encontra-se isento da tributa-

ção em sede de Imposto Industrial, não

sendo os seus rendimentos sujeitos ao

pagamento de imposto.

k) Caixa e equivalentes de caixa

Os valores de caixa e equivalentes de

caixa reflectem os valores líquidos até

um prazo de 180 dias.

Anos de vida útil

imóveis 50

equipamento:

Mobiliário e material 10

Máquinas e ferramentas 10

Equipamento informático 3 a 10

Instalações interiores 10

Material de transporte 3

Equipamento de segurança 3 a 10

Outro equipamento 10

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38 · Relatório & Contas · 2010

Da rubrica Notas e moedas estrangeiras,

fazem parte os meios físicos depositados

nas casas forte (central de Luanda e de cada

uma das delegações regionais), sendo o seu

controlo efectuado regularmente por meio

de inventários físicos. O saldo apresentado

encontra-se maioritariamente denominado

em Dólares dos Estados Unidos da América.\

ACtivos soBRe o exteRioR

A rubrica de Depósitos à ordem no estran-

geiro apresenta a seguinte decomposição:

(em milhares de AoA)

2010 2009

Depósitos à ordem no estrangeiro 250.279.228 158.639.555

Notas e moedas estrangeiras 405.618 1.343.797

Aplicações sobre não residents

- Reserva do Banco Central 1.060.662.165 584.753.944

- Reserva de gestão - 93.264.646

- Reserva colateral 25.624.369 4.566.684

1.086.286.534 682.585.274

total Caixa e equivalentes de caixa 1.336.971.380 842.568.626

Outros depósitos a prazo - não residentes 454.683.738 307.077.942

Outras aplicações M/L prazo - não residentes - 33.843.950

Activos sobre Organismos Internacionais 395.586 381.729

455.079.324 341.303.621

disponibilidades em moeda estrangeira 1.792.050.704 1.183.872.247

(em milhares de AoA)

2010 2009

Standard Chartered Bank - New York 219.923.572 -

Republic National Bank - HSBC USA - 111.910.605

Bank for International Settlements 12.039 23.605.696

Banco Espírito Santo – Dubai - 13.422.316

HSBC - New York 12.959.885 46

Banco Esp.Santo e Comercial – Londres 12.107.407 6.023.588

Commerzbank 4.054.219 -

Credit Agricole – Geneve 904.345 -

Outros 317.761 3.677.304

total 250.279.228 158.639.555

A rubrica de Aplicações sobre não residentes,

representa as aplicações do BNA em bancos

internacionais que se caracterizam pela con-

tratação a curto prazo remunerados a taxas

de juro de mercado, conforme se detalha no

quadro ao lado:

(em milhares AOA)

2010 2009

BESCL London 268.800.014 172.085.079

BAI Europa 140.138.677 62.338.639

Standard Chartered Bank - New York 138.189.353 -

Federal Reserve Bank - New York - 98.659.633

Credit Agricole 92.418.147 -

Banco BIC Portugal 84.830.106 17.330.888

Fortis Bank 66.243.497 23.016.422

ES Bankers (Dubai) Limited 52.185.802 158.026.073

Bank for International Settlements 37.305.864 31.507.080

Standard Bank - Londres 33.129.613 57.814.988

CommerzBank 32.436.738 -

Millennium BCP 30.240.565 -

HSBC – Mauritius - 25.096.760

HSBC – Nassau - 23.146.675

SMBC (Sumitomo Mitsui Banking Corporation Europe Limited) 27.827.427 13.466.252

Gazprombank 27.794.753 -

Banco Português de Negócios 26.570.290 -

Banco Português de Investimento 23.684.457 -

Outros 4.491.231 96.785

total 1.086.286.534 682.585.274

O montante de 93.264.646 m AOA, evidencia-

do em 2009 na rubrica reserva de gestão, foi

transferido em 2010 para a rubrica reserva

do Banco Central. Este valor dizia respeito a

aplicações no HSBC Mauritius, ES Bankers

(Dubai) e Standard Bank Londres, todas elas

em USD.

Em 2010, o saldo da rubrica de reserva colate-

ral respeita exclusivamente a Depósitos a pra-

zo no BPN, que se apresentavam classificados

em 2009 na rubrica de outras aplicações a

M/L prazo – não residentes.

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39Demonstrações Financeiras ·

(valores em milhares de AOA)

Prazo até à Maturidade a 31 de Dezembro de 2010

até 1 mês entre 1 a 3 meses entre 3 a 6 meses indeterminado totaltaxa média

ponderada

Reserva do Banco Central 389.082.588 557.152.084 114.427.493 - 1.060.662.165 1,02%

Reserva de Gestão - - - - - -

Reserva de Colateral - 20.733.171 4.891.198 - 25.624.369 0,13%

389.082.588 577.885.255 119.318.691 - 1.086.286.534

Prazo até à Maturidade a 31 de Dezembro de 2009 (valores em milhares de AOA)

até 1 mês entre 1 a 3 meses entre 3 a 6 meses indeterminado totaltaxa média

ponderada

Reserva do Banco Central 257.275.245 169.351.593 - 158.127.106 584.753.944 1,11%

Reserva de Gestão 68.369.706 - 1.709.551 22.915.389 92.994.646 0,79%

Reserva de Colateral - 96.784 - 4.469.900 4.566.684 1,98%

325.644.951 169.448.377 1.709.551 185.512.395 682.315.274

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, a compo-

sição das Aplicações sobre não residentes em

termos de prazos residuais até ao vencimento

é a seguinte:

Os outros depósitos a prazo – não residen-

tes, referem-se a montantes sob gestão nas

seguintes entidades:

(em milhares de AoA)

2010 2009

Quantum Wealth 198.724.567 132.792.666

Atrium Investimentos 48.888.166 46.882.344

Golden Assets 40.993.206 38.572.642

Swank Group 39.345.655 29.739.479

Carlyle Group 39.065.429 20.624.570

Crédit Agricole 34.824.772 -

Riverstone Group 29.602.757 16.242.261

Union Bank Swiss 12.707.271 12.070.922

HSBC Corporation 10.419.246 10.044.334

Outros 112.670 108.724

total 454.683.738 307.077.942

Os activos em organismos internacionais

dizem respeito à participação financeira

no African Import-Export Bank, através da

aquisição de acções efectuada pelo BNA no

exercício de 2002.

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40 · Relatório & Contas · 2010

CRédito inteRno

Esta rubrica tem a seguinte composição:

(em milhares de AoA)

2010 2009

Obrigações do Tesouro 54.749.186 55.437.557

Ministério das Finanças 93.126.279 12.738.184

Operações de redesconto 37.657.260 84.627.027

sub-total 185.532.725 152.802.768

Provisões para créditos – Nota 12 (12.738.184) (1.340)

total Crédito interno 172.794.541 152.801.428

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, a rubrica

Obrigações do Tesouro, corresponde a um

valor nominal de 590.989 milhares de USD

e 598.419 milhares de USD respectivamente,

dos títulos em carteira subscritos pelo BNA.

O saldo relativo ao Ministério das Finanças

refere-se a: i) celebração de um protocolo

com esta entidade em 2002 (num total de

AOA 12.738.184 milhares) ainda não titulado

e; ii) o remanescente ao contra valor de três

tranches do FMI relacionados com os acordos

Stand-By, cuja regularização ocorreu em

Abril de 2011.

(em milhares de AoA)

2010

valor Bruto ReavaliaçãoAmortiz.

Acumulada valor líquido

imobilizações incorpóreas

Sistema de tratamento de dados 139.897 - (87.733) 52.164

imobilizações corpóreas

Imóveis 8.161.205 - (1.163.504) 6.997.701

Equipamento 3.529.046 5.450.595 (3.186.502) 5.793.138

Património artistico 51.418 (24.736) 26.682

11.741.669 5.450.595 (4.374.742) 12.817.521

imobilizações em curso

Imóveis 3.728.839 - - 3.728.839

total imobilizado 15.610.405 5.450.595 (4.462.475) 16.598.524

2009

valor Bruto ReavaliaçãoAmortiz.

Acumulada valor líquido

imobilizações incorpóreas

Sistema de tratamento de dados 64.676 - (60.463) 4.213

imobilizações corpóreas

Imóveis 7.895.382 - (1.005.513) 6.889.869

Equipamento 1.855.663 5.450.595 (2.475.929) 4.830.329

Património artistico 51.103 (19.595) 31.508

9.802.148 5.450.595 (3.501.037) 11.751.706

imobilizações em curso

Imóveis 3.236.156 - - 3.236.156

total imobilizado 13.102.980 5.450.595 (3.561.499) 14.992.075

imoBilizAçõesEm 31 de Dezembro de 2010, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

Durante o processo de regularização dos

registos do imobilizado, levado a cabo nos

exercícios de 2009 e 2010, o BNA registou o

abate de diversos equipamentos assim como

regularizou os saldos de reavaliação e amorti-

zações acumuladas associadas a estes.

Em 31 de Dezembro de 2010, o saldo da

rubrica Operações de redesconto refere-se

aos montantes solicitados pelos bancos

comerciais ao BNA, para o cumprimento das

reservas mínimas de caixa por via de opera-

ções de cedência de liquidez. Estas operações

são regularizadas em 24 horas, sendo que

o montante reflectido nesta conta refere-se

ao valor contratado no último dia do ano e

regularizado no primeiro dia útil do exercício

seguinte pelo que os juros associados são

devidamente especializados em proveitos.

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41Demonstrações Financeiras ·

As imobilizações em curso em 31 de Dezem-

bro de 2010 são referentes às seguintes obras

em curso por delegação:

(em milhares de AoA)

2010 2009

Luanda 165.513 702.984

Benguela 2.786.496 2.321.842

Outros 776.830 211.330

3.728.839 3.236.156

pARtiCipAções

A rubrica de participações é detalhada como

segue:

(em milhares de AoA)

2010 2009

EMIS, SARL 217.432 106.304

ENAVE, Lda 9 9

Quota FMI 40.444.708 -

SDR FMI 37.643.733 -

participações 78.305.883 106.313

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o BNA

detém a participação maioritária na EMIS -

Empresa Interbancária de Serviços SA, cujo

objecto social é a gestão da Rede Multicaixa e

a consolidação do sistema de pagamentos de

retalho em Angola. O BNA iniciou a parti-

cipação no capital desta empresa em 2001,

autorizado pela Lei nº 5/01, tendo na altura

sido adoptada a estratégia de manter uma

participação não inferior a 51%, de modo a

assegurar o controlo da empresa. Assim, a

variação ocorrida no valor da participação é

explicada pela introdução de novas insti-

tuições financeiras no mercado Angolano e

por um aumento no capital social ocorrido

durante o ano de 2010.

Em 2010 o BNA procedeu à contabilização

da sua participação no Fundo Monetário

Internacional (“FMI”), no montante de

286.300.000 Direitos de Saque Especiais

(“DSE”), o que corresponde a 40.444.708 mi-

lhares de AOA. Resultante desta participação

o Banco tem direito a um montante de DSE.

Este foi um mecanismo utilizado pelo FMI de

modo possibilitar aos Bancos Centrais obter

moeda. Os DSE não existem fisicamente, con-

tudo os países, via Bancos Centrais podem

trocar posições de DSE com outros países e

obter moeda (USD, EUR, etc.) em troca. Em 31

de Dezembro de 2010 o Banco detém um mon-

tante de 266.472.459 DSE (correspondente a

37.643.733 milhares de AOA).

(em milhares de AoA)

2010 2009

Créditos ao pessoal 1.900.704 1.745.759

Devedores diversos 24.167.797 1.400.992

Proveitos a Receber 1.311.879 2.111.345

Juros de Títulos do Banco Central 18.470.492 4.066.562

Custos com emissão em stock 2.306.926 6.638.943

outras contas de regularização

Controlo do imobilizado 2.889.279 674.630

Diversos - 553.893

51.047.077 17.192.124

Provisão para riscos de crédito ( 1.900.704 ) (1.661.226 )

49.146.373 15.530.899

O BNA, concedeu no passado, linhas de

crédito aos seus funcionários, para aquisição

de bens pessoais e para comparticipação em

encargos médicos.

O BNA assumiu o compromisso de suportar

parte destas despesas, tendo para este efeito

criado uma provisão no valor total da expo-

sição, que se encontra registada na rubrica

Provisões para devedores diversos – residen-

tes (Nota 12).

outRos vAloRes ACtivos

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

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42 · Relatório & Contas · 2010

O valor acima referido como Ministério das

Finanças corresponde a 250.000.000 USD

relativos a um pedido de transferência que

apenas foi regularizado nos primeiros dias

de 2011.

O saldo da rubrica Condomínio das Flores cor-

responde ao investimento efectuado pelo BNA

em 2004 num empreendimento imobiliário de

100 habitações para os seus colaboradores. Os

custos suportados pelo Banco com o referido

projecto serão liquidados pelos colaboradores

que beneficiam destas construções, durante

um período de 20 anos, através de amortiza-

ções mensais descontadas dos seus salários.

A rubrica Outras contas de regularização –

controlo de imobilizado, refere-se à aquisição

de um conjunto de bens que aguardam a

respectiva conferência física e/ou a fac-

tura do fornecedor, sendo posteriormente

transferidos para a rubrica de imobilizações

corpóreas.

(em milhares de AoA)

2010 2009

Condominio das Flores

783.909 820.065

Ministério das Finanças

23.160.750 318.022

EMIS Suprimentos

103.614 103.614

BNA Fundo Social

- 28.941

Complexo Nova Vida

119.524 -

Outros - 130.350

total 24.167.797 1.400.992

A rubrica de devedores diversos apresenta o seguinte detalhe:

notAs e moedAs em CiRCulAçãoEsta rubrica tem a seguinte composição:

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, as notas

e moedas em circulação representam a pro-

dução que Banco Nacional de Angola colocou

no mercado como instrumento de troca nas

relações comerciais do País, deduzido dos

valores faciais que o BNA detém nas suas

casas fortes e que aguardam a entrada em

circulação no mercado ou que aguardam a

entrada no processo de destruição, por já não

apresentarem as condições físicas necessá-

rias para circulação.

A variação registada na rubrica Notas emi-

tida em 31 de Dezembro de 2010 é originada

pela política de renovação do stock de notas

em circulação definida pelo BNA, enquanto

entidade emissora.

Os custos associados à depreciação anual das

notas, tal como descrito na Nota 2, alínea d),

estão reflectidos na rubrica de Despesas com

custo diferido – custos com emissão em stock.

(em milhares de AoA)

2010 2009

Notas emitidas 610.445.241 636.423.305

Notas na sede e delegações regionais (354.495.255) (356.873.811)

Notas para inutilizar (26.560.660) (65.612.318)

notas e moedas em Circulação 229.389.326 213.937.176

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43Demonstrações Financeiras ·

títulos do BAnCo CentRAl

Em 31 de Dezembro de 2010, a responsabi-

lidade do BNA pela emissão de Títulos do

Banco Central (TBC’s) ascendia a 281.460.106

milhares de AOA (em 2009 o valor era de

145.817.579 milhares de AOA), sendo detidos

pelas seguintes instituições financeiras, tal

como se detalha:

(em milhares de AOA)

31-12-2010

maturidade

Bancos até 14 dias até 28 dias até 63 dias até 91 dias até 182 dias até 364 dias total

Banco Africano de Investimentos 5.145.199 4.099.624 10.383.072 4.729.941 24.946.029 29.978.656 79.282.521

Banco Angolano de Negócios e Comércio 271.368 14.906 294.359 10.901 13.621 48.369 653.524

Banco BAI Microfinanças 2.500 460.089 49.020 236.476 - 74.013 822.098

Banco Caixa Geral Totta de Angola 510.330 1.531.630 2.028.590 1.004.220 2.595.000 4.503.350 12.173.120

Banco Comercial Angolano - 64.769 105.381 350.740 622.700 1.500.000 2.643.590

Banco de Comércio e Indústria 269.128 2.321.266 343.922 191.272 90.838 97.994 3.314.420

Banco de Desenvolvimento Angolano - - - - 6.708.500 - 6.708.500

Banco de Fomento de Angola 4.557.595 5.633.044 12.564.008 8.738.394 35.577.377 29.528.717 96.599.135

Banco de Negócios Internacional 2.530 505.150 5.405.490 2.126.320 31.440 3.076.687 11.147.617

Banco de Poupança e Crédito 116.974 300.013 4.287.675 152.005 13.190.590 368.632 18.415.889

Banco Espírito Santo de Angola 7.140 - 16.540 7.280 77.301 - 108.261

Banco Millennium Angola 3.420 1.210 1.638.202 2.181.216 1.920.610 3.686.159 9.430.817

Banco Privado Atlântico - - 1.249.234 11.900 1.165.447 7.000.000 9.426.581

Banco Regional do Keve - 2.030 - 13.860 855.500 6.530 877.920

Banco Sol 3.401.340 6.173.690 1.104.240 16.993 10.704.190 3.641.340 25.041.793

Banco VTB África 460.000 - - - 120.000 - 580.000

Finibanco Angola - 200.000 700.000 - 1.500.370 850.000 3.250.370

Standard Bank Angola 983.950 - - - - - 983.950

15.731.474 21.307.421 40.169.733 19.771.518 100.119.513 84.360.447 281.460.106

A emissão destes títulos enquadra-se no

âmbito das medidas de política monetária,

servindo como instrumento de controlo dos

níveis de liquidez no mercado monetário.

depósitos de Clientes

Esta rubrica apresenta a seguinte

composição:

(em milhares de AoA)

2010 2009

Tesouro Nacional

Moeda nacional 126.500.999 142.026.823

Moeda estrangeira 566.682.097 209.374.903

693.183.096 351.401.726

instituições Financeiras

Moeda nacional 389.705.331 378.181.512

Moeda estrangeira 183.265.014 110.016.912

572.970.344 488.198.424

depósitos de Residentes 1.266.153.441 839.600.149

A rubrica Tesouro Nacional está inserida

no âmbito do protocolo celebrado em 2002

com o Ministério das Finanças, referente

à gestão da Política Fiscal e Monetária, na

qual o Tesouro deposita entre outras receitas,

os impostos da exploração de petróleo e os

financiamentos obtidos.

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, os depó-

sitos em moeda nacional e moeda estrangeira

efectuados pelas instituições financeiras

angolanas, visam satisfazer as exigências

legais relativamente aos níveis mínimos de

reservas obrigatórias definidos pelo Banco

Central, os quais não são remunerados.

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44 · Relatório & Contas · 2010

ResponsABilidAdes exteRnAs

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Em 31 de Dezembro de 2010 o saldo com o

Fundo Monetário Internacional (FMI) repre-

senta as responsabilidades assumidas pelo

BNA no âmbito do Stand by Agreement. Este

valor diz respeito aos saldos das contas D.O.

nºs 1 e 2, a Atribuição dos Direitos de Saque

Especiais e Ajustamentos.

O valor referente a empréstimos obtidos a

médio e longo prazo refere-se ao valor em

dívida ao African Bank Import/Export, pelo

facto de ainda não ter ocorrido a chamada da

realização do capital social subscrito.

(em milhares de AoA)

2010 2009

Depósitos em moeda nacional

Fundo Monetário Internacional 185.848.351 51.515.919

Bancos estrangeiros – BIRD 2.233 2.233

185.850.584 51.518.152

Empréstimos obtidos a m/l prazos 237.351 229.038

Outros 617.141 5.360.142

854.493 5.589.181

Responsabilidades externas 186.705.077 57.107.333

pRovisões

Em 31 de dezembro de 2010 e 2009 as provi-

sões apresentam-se como segue no quadro

ao lado:

(em milhares de AoA)

2010 2009

Provisões para aplicações - residentes

- Para crédito – residentes - 1.339

- Para devedores diversos – residentes (a deduzir ao activo) 1.900.704 1.661.226

1.900.704 1.662.565

Provisões para outros riscos e encargos (passivo)

- Para crédito – residentes 12.738.184 -

- Para pensões de reforma e sobrevivência 18.500.000 -

- Para riscos diversos 9.076.829 616.721

40.315.013 616.721

O movimento das provisões no exercício

de 2010 foi o seguinte:

(em milhares de AoA)

2009 Reforços transfer 2010

Provisões para aplicações - residentes

- Para crédito - residentes 1.339 12.738.184 (1.339) 12.738.184

- Para devedores diversos – residentes (a deduzir ao activo) 1.661.226 239.478 - 1.900.704

Provisões para outros riscos e encargos (passivo)

- Para pensões de reforma e sobrevivência - 18.500.000 - 18.500.000

- Para riscos diversos 616.721 8.458.769 1.339 9.076.829

2.279.286 39.936.431 - 42.215.717

A Provisão para crédito – residentes, refere-se

a uma provisão constituída em 2010 para fa-

zer face ao risco de crédito de uma operação

antiga , que o Conselho de Administração

considera de difícil recuperabilidade.

A Provisão para devedores diversos – resi-

dentes, foi constituída em consequência de o

BNA ter decidido assumir créditos concedi-

dos a empregados no âmbito do fundo social.

As Provisões para pensões de reforma e so-

brevivência são provisões que o Conselho de

Administração do BNA decidiu constituir no

exercício de 2010, com o objectivo de iniciar

a cobertura das responsabilidades com servi-

ços passados relativas a pensões por velhice,

reforma antecipada e de sobrevivência dos

seus colaboradores. Esta estimativa foi

apurada tendo por base um estudo actuarial

preliminar efectuado com referência a 31 de

Dezembro de 2009. É intenção do Conselho

de Administração do BNA rever, a curto

prazo, os beneficios com pensões de reforma

exigiveis por lei e assumidos perante os seus

colaboradores, o universo da população que

beneficia, o plano de pensões e de contribui-

ção desses compromissos e os pressupostos

actuariais (financeiros e demográficos) a

aplicar no estudo actuarial a realizar.

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45Demonstrações Financeiras ·

outRos vAloRes pAssivos

(em milhares de AoA)

2010 2009

encargos a liquidar

Reforma dos funcionários - 513.702

Outros 2.551.043 255.922

Sobras de caixa 450.886 378.628

Tesouro Nacional - 279.705

Capital Social Bancos Comerciais - 224.488

Custos a pagar a empregados 629.959 -

Fornecedores 4.402.954 -

8.034.842 1.652.446

direcção de contabilidade 9.299.110 10.564.946

outras exigibilidades 35.612.714 103.477

52.946.666 12.320.868

Em 31 de Dezembro de 2010, a rubrica Direc-

ção de contabilidade integra essencialmente

valores de operações cambiais efectuadas

entre o BNA e os Bancos comerciais no final

do exercício de 2010 e que apenas tiveram

liquidação financeira no inicio de 2011.

A rubrica de Outras exigibilidades, inclui

um saldo de 34.770.261 milhares de AOA,

referente ao valor em dívida perante terceiros

relativos a depósitos a prazo que o BNA apli-

cou, por conta

As Provisões para riscos diversos correspon-

dem ao montante estimado pelo Conselho de

Administração do BNA para cobrir potenciais

riscos ou responsabilidades de natureza es-

pecífica, nomeadamente: execução de garan-

tias prestadas ou de outros compromissos,

realização de determinados activos, facturas

não recepcionadas, cobertura de contingên-

cias relativas operações cambiais antigas e

outras responsabilidade ou contingências

legais.

CapitalReservas de reavaliação Ajustamentos

Resultados transitados

Resultados do exercício

total dos capitais próprios

saldo a 31-12-2008 5.000 (25.828.990) - (13.277.967) (47.302.313) (86.404.270)

Transferência de resultados de 2008 - - - (47.302.313) - (47.302.313)

Cobertura de prejuizos acumulados - - - 32.405.785 - 32.405.785

Diferenças de câmbio não realizadas - 135.182.327 - - - 135.182.327

Resultado líquido do exercício - - - - 14.788.957 14.788.957

saldo a 31-12-2009 5.000 109.353.337 - (28.174.497) 14.788.957 95.972.798

Transferência de resultados de 2009 - - - 14.788.957 - 14.788.957

Diferenças de câmbio não realizadas - (65.051.018) - - - (65.051.018)

Resultado líquido do exercício - - - - 33.742.801 33.742.801

saldo a 31-12-2010 5.000 44.302.319 - -(13.385.540) 33.742.801 64.664.580

CApitAis pRópRiosO movimento nas rubricas de capitais pró-prios no exercício de 2010 e 2009 foi como segue:

Tal como tinha acontecido em 31 de Dezembro

de 2009, a 31 de Dezembro de 2010, a situação

líquida do BNA apresenta saldo positivo.

Em 2009, de forma a dar cumprimento ao

artigo 87º da então Lei Orgânica do Banco,

foram efectuadas emissões de Obrigações

do Tesouro pelo Estado no montante total de

32.405.784 milhares AOA, no sentido de fazer

face aos prejuízos acumulados em exercícios

anteriores.

À data do presente relatório, o Ministério das

Finanças ainda não concretizou a operação

de subscrição do aumento de capital do

Banco, no montante de 270.000.000 milhares

AOA, para cumprir com o definido no Artigo

4º da nova Lei do Banco Nacional de Angola

(Lei nº 16/10 de 15 de Julho).

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46 · Relatório & Contas · 2010

extRApAtRimoniAis

Estas rubricas têm a seguinte composição

(em milhares de AOA):

(em milhares de AoA)

2010 2009

Garantias prestadas e outros passivos eventuais 456.868.808 551.426.453

Resp. por prestação de serviços 1.554.114.003 1.472.831.498

Compromissos perante terceiros 36.251.632 3.732.924

Garantias e avales recebidos 2.158.289 823.162

2.049.392.731 2.028.814.037

Na rubrica Responsabilidades por prestação

de serviços encontram-se, essencialmente,

as responsabilidades do BNA actuando como

custodiante dos títulos emitidos pelo Minis-

tério das Finanças (Bilhetes do Tesouro e das

Obrigações do Tesouro).

Esta rubrica apresenta a seguinte decompo-

sição

(em milhares de AoA)

2010 2009

Obrigações do Tesouro – MN 852.637.674 743.649.084

Obrigações do Tesouro – ME 296.413.131 288.712.629

Bilhetes do Tesouro 102.407.254 162.321.030

Promissórias definitivas - linha Brasil 114.471.763 129.480.853

Promissórias provisórias - linha Brasil 146.329.205 102.845.546

Outros 41.854.976 45.822.356

1.554.114.003 1.472.831.498

A rubrica Garantias prestadas e outros pas-

sivos eventuais refere-se a promissórias as-

sumidas pelo BNA, as quais se encontram ga-

rantidas pelo Ministério das Finanças. Estas

responsabilidades encontram-se suportadas

no Protocolo sobre a Gestão da Política Fiscal

e Monetária celebrado com o Ministério das

Finanças, que refere explicitamente que esse

Ministério é o responsável pelo seu paga-

mento, sendo o Banco Nacional de Angola o

garante da dívida em caso de incumprimento

por parte do Ministério das Finanças.

BAlAnço em moedA

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o balanço

por moeda do Banco apresenta a seguinte

estrutura:

(em milhares de AOA)

2010

ActivoMoeda

NacionalMoeda

Estrangeira Total

Activos sobre o exterior - 1.792.050.704 1.792.050.704

Crédito interno 185.532.725 - 185.532.725

Imobilizações 16.598.524 - 16.598.524

Participações 78.305.883 78.305.883

Outros valores activos 24.673.744 24.472.629 49.146.373

total do activo 305.110.876 1.816.523.333 2.121.634.209

Passivo

Notas e moedas em circulação 229.389.326 - 229.389.326

Títulos do Banco Central 281.460.106 - 281.460.106

Depósitos de Residentes 516.206.330 749.947.111 1.266.153.441

Outras responsabilidades de residentes

Responsabilidades externas - 186.705.077 186.705.077

Provisões para riscos e encargos

Outros passivos 52.946.666 - 52.946.666

total do passivo 1.120.317.441 936.652.188 2.056.969.629

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47Demonstrações Financeiras ·

(em milhares de AOA)

2009

ActivoMoeda

NacionalMoeda

Estrangeira Total

Activos sobre o exterior 6.998 1.183.865.249 1.183.872.24

Crédito interno 152.801.428 - 152.801.428

Imobilizações 14.992.075 - 14.992.075

Participações 106.313 - 106.313

Outros valores activos 13.752.191 1.778.708 15.530.899

total do activo 181.659.005 1.185.643.957 1.367.302.962

Passivo

Notas e moedas em circulação 213.937.175 - 213.937.176

Títulos do Banco Central 145.817.579 - 145.817.579

Depósitos de residentes 520.208.335 319.391.815 839.600.150

Outras responsabilidades de residentes - 1.930.339 1.930.339

Responsabilidades externas 54.613.564 2.493.769 57.107.333

Provisões para riscos e encargos 616.721 - 616.721

Outros passivos 12.320.868 - 12.320.868

total do passivo 947.514.242 323.815.923 1.271.330.166

JuRos e Custos/pRoveitos

equipARAdos

Estas rubricas apresentam a seguinte

composição:

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 a rubrica

de Juros de aplicações sobre não residentes

apresenta o seguinte detalhe:

(em milhares de AOA)

2010 2009

Juros de aplicações sobre não residentes

Aplicações das reservas de gestão 2.272.390 2.498.090

Aplicações das Reservas do Banco Central 6.235.406 5.958.624

Aplicações das reservas colaterais 2.030 38.169

Outras aplicações a prazo - 275.997

8.509.827 8.770.880

(em milhares de AOA)

2010 2009

Juros e proveitos equiparados

Juros de aplicações sobre não residentes 8.509.827 8.770.880

Juros de operações de compra com acordo de revenda 14.899.937 3.866.310

Juros de crédito interno 2.702.414 2.847.214

Juros de disponibilidades s/ não residentes 3.625.523 603.220

29.737.701 16.087.624

Juros e custos equiparados

Juros de títulos do Banco Central 44.118.788 11.385.413

Juros de responsabilidades externas 1.448.845 783.238

Juros de responsabilidades do Fundo Social - 273.223

45.567.634 12.441.874

Margem Financeira (15.829.933) 3.645.750

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48 · Relatório & Contas · 2010

Em 31 de Dezembro de 2010 a rubrica de “Ju-

ros de operações de compra com acordo de re-

venda” é respeitante aos juros recebidos pelo

BNA referentes às operações de redesconto

efectuadas com os Bancos Comerciais.

A rubrica de “Juros de responsabilidades

externas” diz respeito a juros de aplicações a

muito curto prazo, pelas diferenças tempo-

rais existentes entre as datas contratadas

para as aplicações de reservas e as datas das

transferências financeiras efectivas.

ComissõesEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

O montante de Comissões recebidas refere-se a comissões cobradas com referência aos pedidos de movimentação efectuadas pelo Tesouro Nacional, no âmbito do protocolo celebrado com o Ministério das Finanças.

ResultAdos de opeRAções

FinAnCeiRAsEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

A partir de 31 de Dezembro de 2007, e tendo

como base uma deliberação constante da acta

n.º 08/A/2008 de 26 de Julho, do Conselho de

Administração do BNA que também alterou

o Plano de Contas, apenas as variações cam-

biais realizadas passaram a ser reflectidas

nas rubricas de Prejuízos e diferenças de

reavaliação de divisas e Lucros e diferenças

de reavaliação de divisas. As diferenças cam-

biais potenciais, passaram a ser registadas

na rubrica de Reservas de reavaliação

(Nota 14).

(em milhares de AOA)

2010 2009

Lucros em operações financeiras

Lucros cambiais realizados 95.210.098 79.268.479

Lucros em outras aplicações 33.361.291 22.731.311

Lucros em Obrigações do Tesouro 5.678.635 4.901.115

134.250.024 106.900.906

Prejuízos em operações financeiras

Prejuízos e diferenças de reavaliação de divisas 7.488.784 68.748.595

Preujízos de outros depósitos a prazo de não residentes 15.088.107 7.514.682

Prejuízos em títulos da dívida pública - Obrigações do Tesouro - 63.818

22.576.891 76.327.096

111.673.133 30.573.810

(em milhares de AOA)

2010 2009

Comissões recebidas 8.050.904 7.618.257

Comissões pagas 1.916.968 148.516

Comissões líquidas 6.133.937 7.469.741

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49Demonstrações Financeiras ·

(em milhares de AOA)

2010 2009

Centro Infantil 1.367 4.348

Refeitório 235.609 204.847

Serviços Clínicos 2.548.548 334.508

Cantina 1.470.035 1.451.245

Fundo de Pensões 890 -

Encargos c/Obras Sociais-Outros 17.181 33.723

Outros Encargos Sociais Facultativos 1.022.866 717.100

5.296.497 2.745.771

(em milhares de AOA)

2010 2009

Remunerações de empregados 9.083.010 7.904.183

Encargos sociais facultativos 5.296.497 2.745.771

Encargos sociais obrigatórios 3.154.825 2.861.766

Remuneração dos Órgãos do Governo 668.275 227.792

Outros custos com Pessoal 24.593 5.466

Encargos com cooperantes 627.456 111.534

18.854.656 13.856.512

Custos Com o pessoAlEsta rubrica apresenta o seguinte detalhe:

O saldo da rubrica “Encargos sociais faculta-tivos” apresenta o seguinte detalhe:

O Banco assumiu o compromisso de conceder

aos seus empregados, ou às suas famílias,

prestações pecuniárias a título de com-

plemento de reforma por velhice, reforma

antecipada e pensões de sobrevivência. Em

2006 o BNA iniciou o processo que visa a

constituição de um fundo de pensões, a fim

de garantir as suas responsabilidades futuras

pela reforma dos seus funcionários. Dado

que ainda não dispunha do estudo actuarial,

o Banco ainda não fez qualquer contribuição

para o fundo, de forma a garantir as respon-

sabilidades passadas.

Assim, até à data actual, estes encargos têm

sido assumidos pelo BNA e registados como

custo na demonstração dos resultados no

momento do seu pagamento, não existindo

uma estimativa das responsabilidades por

serviços prestados relativamente à totalidade

do pessoal. (Nota 12).

(em milhares de AOA)

2010 2009

Fundo de Segurança Social 517.933 532.269

Pensões de Reforma 2.087.977 1.697.105

Pensões e Subsídio a Viúvas e Menores 209.506 180.441

Subsídio de Familia 6.413 6.770

Subsídio de Funeral e Luto 12.518 14.370

Seguros de Acidente de Trabalho 119 147.502

Compensação à Reforma 318.437 50.327

Outros Encargos Sociais Obrigatórios 1.920 4.633

Seguros de vida - 228.349

3.154.825 2.861.766

O saldo da rubrica Encargos sociais obrigató-

rios apresenta o seguinte detalhe:

A rubrica de Pensões de reforma, corresponde

às contribuições realizadas para o Fundo

de Pensões do Banco Poupança e Crédito,

correspondente ao protocolo que define a

atribuição de uma reforma complementar ao

sistema nacional de segurança social para os

trabalhadores que já integraram os quadros

do BNA e que transitaram para o BPC, e às

contribuições que se encontram sobre res-

ponsabilidade directa do BNA.

A rubrica de Seguros de acidentes de traba-

lho, integra os custos incorridos pelo BNA

para a cobertura dos riscos resultantes do

exercício das funções dos seus funcionários,

que passou a ser obrigatório a partir do

exercício de 2007 ao abrigo da Lei Geral do

Trabalho.

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50 · Relatório & Contas · 2010

FoRneCimento e seRviços

de teRCeiRos

Esta rubrica apresenta a seguinte

composição:

(em milhares de AOA)

2010 2009

Fornecimentos de terceiros

Impressos e materiais de consumo corrente 110.561 143.180

Água, energia e combustíveis 84.294 64.735

Material de higiene e limpeza 38.067 28.046

Publicações 18.745 47.587

Material para assistência e reparação 13.672 12.765

Material de decoração e conforto 14.720 9.662

Outros fornecimentos de terceiros 515.674 222.129

795.734 528.105

Serviços de terceiros

Custos com trabalho independente 2.192.184 2.494.148

Deslocações, estadas e representação 429.149 271.746

Conservação e reparação 888.060 470.126

Comunicação e despesas de expediente 819.350 235.631

Publicidade e edição de publicações 311.324 124.995

Rendas e alugueres 189.135 34.347

Seguros 40.102 29.392

Judiciais, contencioso e notariado 199 6.334

Outros serviços de terceiros 3.794.825 3.475.737

8.664.328 7.142.456

9.460.062 7.670.561

A rubrica Outros serviços de terceiros tem a seguinte decomposição:

(em milhares de AOA)

2010 2009

Impostos aduaneiros 18.377 772.242

Taxas aduaneiras 574.211 -

Impostos de selo 414 153

Impostos de circulação 2 23

Outros impostos indirectos 45.438 230.794

638.442 1.003.212

(em milhares de AOA)

2010 2009

Transporte de valores 280.110 447.002

Informática 151.907 120.248

Mão de obra eventual 142.250 116.359

Segurança e vigilância 246.635 204.791

Serviços especializados de terceiros 2.695.787 2.503.406

Outros 278.136 83.931

3.794.825 3.475.737

A rubrica Serviços especializados de tercei-

ros regista, essencialmente, os custos da

manutenção de máquinas automáticas de

contagem de moeda bem como custos rela-

tivos a consultorias económicas efectuadas

durante o exercício de 2010.

impostos e tAxAsEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

Em 31 de Dezembro de 2010, a rubrica Taxas

aduaneiras integra essencialmente os custos

incorridos pelo BNA com taxas de desalfande-

gamento de bens importados.

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51Demonstrações Financeiras ·

outRos Custos e gAnhos

de exploRAção

Estas rubricas apresentam a seguinte

composição:

Em 31 de Dezembro de 2010, a rubrica Quoti-

zações e donativos regista essencialmente a

contribuição do BNA no projecto de restauro

e requalificação de vários locais e pontos de

interesse histórico, arquitectónico, ambiental

e paisagístico, assim como o apoio a projectos

de âmbito educacional e cultural.

As Receitas de contra-ordenações são

referentes às penas aplicadas pelo BNA aos

bancos comerciais e casas de câmbio, pelo

incumprimento das disposições em vigor de

manutenção de reservas mínimas obrigató-

rias exigidas em moeda nacional, conforme

o previsto no Instrutivo nº 10/2003, de 11 de

Julho, substituído no decorrer de 2010 pelo

Instrutivo nº03/2010 de 4 de Junho.

(em milhares de AOA)

2010 2009

Outros custos e prejuízos

Quotizações e donativos 451.015 123.259

Custos com a alienação de imobilizado 2.288 4.589

Custos e prejuízos diversos 70.165 7.089

523.468 134.937

Outros proveitos

Receitas de contra-ordenações 4.606.050 209.674

Receitas suplementares 350.390 86.296

Receitas de serviços de compensação de valores 52.935 107.552

Receitas do Fundo Social 29.602 21.589

Reembolsos de despesas 70.524 56.282

Outras 46.238 38.354

Ganhos com a alienação de imobilizado - 6.184

5.155.739 525.932

peRdAs e gAnhos extRAoRdináRios

O saldo desta rubrica apresenta o seguinte

detalhe:

Em 31 de Dezembro de 2010 o saldo da rubrica

Perdas relativas a exercícios anteriores inclui

um ajustamento referente aos juros dos Títu-

los do Banco Central pagos em 2009.

Em 31 de Dezembro de 2010 o saldo da rubrica

Ganhos relativos a exercícios anteriores é re-

ferente ao desreconhecimento de uma dívida

ao Banco Mundial relativa à modernização

das instituições bancárias em Angola que se

encontrava a ser liquidada pelo BNA e que,

durante o exercício de 2010, foi assumida

pelo Governo de Angola.

(em milhares de AOA)

2010 2009

Perdas extraordinárias

Perdas relativas a exercícios anteriores 3.012.532 789.538

Outras perdas extraordinárias - 2.342.796

3.012.532 3.132.334

Ganhos extraordinários

Ganhos relativos a exercícios anteriores 1.782.616 -

Outros ganhos extraordinários - -

1.782.616

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52 · Relatório & Contas · 2010

Demonstrações Financeiras Relatório do Auditor Independente

52 · Relatório & Contas · 2010

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56 · Relatório & Contas · 2010

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