UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT
DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO CIVIL - HABILITAÇÃO EM
EDIFÍCIOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
NAYANNE MARIA GONÇALVES LEITE
REVESTIMENTO INTERNO DE GESSO – COMPARATIVO COM
REVESTIMENTO DE ARGAMASSA NA REGIÃO DO CARIRI
JUAZEIRO DO NORTE – CE
2015
NAYANNE MARIA GONÇALVES LEITE
REVESTIMENTO INTERNO DE GESSO – COMPARATIVO COM REVESTIMENTO DE
ARGAMASSA NA REGIÃO DO CARIRI
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Comissão Examinadora do Curso de Tecnólogo
da Construção Civil com habilitação em
Edifícios, da Universidade Regional do Cariri –
URCA, como requisito parcial para obtenção do
título de Tecnólogo.
Orientador: Professor Especialista Paulo de
Souza
JUAZEIRO DO NORTE – CE
2015
NAYANNE MARIA GONÇALVES LEITE
REVESTIMENTO INTERNO DE GESSO – COMPARATIVO COM REVESTIMENTO DE
ARGAMASSA NA REGIÃO DO CARIRI
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________________________
PROFESSOR ESP. PAULO DE SOUZA (ORIENTADOR), URCA.
__________________________________________________________________________
PROFESSOR ME. JEFFERSON LUIZ ALVES MARINHO (AVALIADOR), URCA.
__________________________________________________________________________
PROFESSOR ESP. VANGIVALDO DE CARVALHO FILHO (AVALIADOR), URCA.
DATA DE APROVAÇÃO: _______ DE OUTUBRO DE 2015
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida e pelas oportunidades que me fizeram chegar até aqui.
Aos meus pais, Jucely e Evaldo, por serem a base das minhas conquistas, sempre me
apoiando e me incentivando, pelos ensinamentos, pela dedicação, por tudo o que fizeram e
sempre farão na minha vida.
Aos meus avós paternos, Ercília e José de Olímpio (in memoriam), e maternos,
Zuleide e José de Ciro (in memoriam), pelo exemplo de caráter e honestidade.
À minha madrinha e tia, Evandra (in memoriam), que certamente estaria muito feliz
com esta conquista.
Ao meu orientador, Professor Especialista Paulo de Souza, pela paciência e
fundamental ajuda no desenvolvimento deste trabalho.
Ao meu namorado, Michel David, pela paciência e pelo apoio nesta caminhada.
Ao meu irmão, Eriky Ryan, que mesmo em momentos de raiva consegue me alegrar.
Ao meu primo, Hugo, pelos conselhos em dias difíceis.
A turma 2012.1 de Tecnologia da Construção Civil da URCA, pelo maravilhoso
tempo de convivência.
A todos que contribuíram, direta e indiretamente, na construção da minha vida pessoal
e acadêmica.
“Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas
do que parecia impossível.”
(Charles Chaplin)
RESUMO
A atual crise econômica do país intensifica a busca por alternativas que possam reduzir custos
nos diversos setores, inclusive na construção civil. O presente trabalho tem como objetivo
fazer uma análise comparativa entre o revestimento convencional (chapisco, emboço e reboco
ou chapisco mais emboço paulista) e o revestimento à base de pasta de gesso, em construções
da região do Cariri cearense, indicando qual destes possui melhor custo-benefício. Foram
analisados os dois revestimentos, destacando sua aplicação e suas vantagens. A viabilidade
financeira do revestimento à base de pasta de gesso foi analisada com a utilização de
composições de preço. O mesmo ocorreu em relação ao revestimento convencional. Ambas
tiveram por base o mercado de Juazeiro do Norte, maior cidade da região do Cariri. Verificou-
se, através de questionário, que a falta de conhecimento da técnica e a escassez de mão de
obra são os principais motivos pelos quais a utilização do revestimento em gesso ainda não é
muito difundida. Com isso, percebeu-se que se os empreendedores investirem no
conhecimento, qualificando os trabalhadores, isso refletirá positivamente na redução de
despesas da obra.
Palavras-chave: Reduzir custos, revestimento, gesso.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES/FIGURAS
Figura 01- Frente de lavra de gipsita da Mineração Campo Belo em Araripina – PE ........... 15
Figura 02 – Aplicação de gesso desempenado ........................................................................ 19
Figura 03 – Aplicação de gesso sarrafeado ............................................................................. 20
Figura 04 - Camadas do revestimento em argamassa ............................................................. 21
Figura 05 - Chapisco convencional ......................................................................................... 23
Figura 06 - Chapisco desempenado ......................................................................................... 23
Figura 07 - Chapisco rolado .................................................................................................... 23
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 - Profissão .............................................................................................................. 29
Gráfico 02 - Utilização do revestimento à base de pasta de gesso .......................................... 29
Gráfico 03 - Motivo da utilização do revestimento à base de pasta de gesso ......................... 30
Gráfico 04 - Retorno do uso da técnica ................................................................................... 30
Gráfico 05 - Motivo da não utilização do revestimento à base de pasta de gesso ................... 31
Gráfico 06 - Interesse em conhecer e empregar o revestimento à base de pasta de gesso ...... 31
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Reserva e produção mundial de gipsita ............................................................... 14
Tabela 02 – Exigências físicas do gesso para construção civil ............................................... 16
Tabela 03 – Exigências físicas e mecânicas do gesso para construção civil ........................... 17
Tabela 04 – Composição de custo do revestimento convencional .......................................... 27
Tabela 05 – Composição de custo do revestimento à base de pasta de gesso ......................... 28
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10
2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 11
3. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 13
3.1. Geral .................................................................................................................................. 13
3.2. Específicos ......................................................................................................................... 13
4. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 14
4.1. Gipsita ................................................................................................................................ 14
4.2. Processo de produção do gesso ......................................................................................... 15
4.3. O gesso na construção civil ............................................................................................... 15
4.4. Revestimento à base de pasta de gesso .............................................................................. 17
4.4.1. Preparo do substrato ....................................................................................................... 17
4.4.2. Aplicação ........................................................................................................................ 18
4.4.2.1. Revestimento desempenado ........................................................................................ 18
4.4.2.2. Revestimento sarrafeado.............................................................................................. 19
4.4.2.3. Gesso projetado ........................................................................................................... 20
4.4.3. Vantagens ....................................................................................................................... 20
4.5. Revestimento convencional ............................................................................................... 21
4.5.1. Preparo do substrato ....................................................................................................... 22
4.5.1.1. Chapisco ...................................................................................................................... 22
4.5.2. Aplicação ........................................................................................................................ 22
4.5.2.1. Chapisco ...................................................................................................................... 22
4.5.2.2. Emboço ........................................................................................................................ 24
4.5.2.3. Reboco ......................................................................................................................... 24
4.5.2.4. Massa única ................................................................................................................. 25
5. REFERENCIAL METODOLÓGICO .................................................................................. 26
5.1. Análise de custos ............................................................................................................... 26
5.2. Questionário....................................................................................................................... 29
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 33
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 33
APÊNDICES ............................................................................................................................ 35
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1. INTRODUÇÃO
Com avanço da crise econômica no Brasil, a busca por soluções que impliquem em
redução de custos em todas as cadeias produtivas tem-se acentuado bastante nos últimos dias.
No setor de construção civil, com o surgimento de novas tecnologias, é crescente o número de
alternativas economicamente mais viáveis que estão sendo adotadas nas mais diversas áreas.
Segundo Costa e Silva (2008), a edificação, tal qual o corpo humano, pode ser
considerada como constituída por diversos sistemas. Cada um desses sistemas (fundação,
estrutura, vedação, revestimentos, instalações, etc.) pode ser analisado em separado,
considerando a sua importância e peculiaridades mais significativas, para que em seguida
possa ser estudado o comportamento global.
O revestimento é uma das etapas de grande importância na edificação, podendo ser
feito utilizando-se diversas técnicas e materiais. Com o desenvolvimento destes, estão cada
vez mais presentes nas construções práticas com elementos diferentes dos tradicionais,
buscando-se aliar, muitas vezes, a economia e a praticidade.
Material como o gesso é uma das alternativas para a redução de custos, tornando as
atividades essenciais da obra mais viáveis, aliando qualidade e economia. Neste trabalho,
analisaremos a vantagem de custo-benefício do revestimento à base de pasta de gesso,
comparando-o com o revestimento convencional.
11
2. JUSTIFICATIVA
Os setores produtivos do Brasil, de um modo geral, estão sofrendo os efeitos da
inflação desenfreada que vem atingindo o País, concorrendo para um descontrole de custos
em todas as áreas. Na esfera da Construção Civil não poderia ser diferente, motivo por que os
executivos das empresas buscam a cada dia soluções para minimizar os efeitos negativos da
inflação. Qualquer esforço neste sentido tem sido considerado importante.
Dentre as diversas etapas da construção de edificações, o item Revestimentos Internos
responde por aproximadamente 10 % (dez por cento) do custo total da obra.
Segundo Abunahman (2008), a distribuição de percentuais referentes aos custos de
revestimentos internos para os principais tipos de obra assim se apresenta;
Edifícios com 10 pavimentos, fundações em estacas e com
rebaixamento do lençol d’água: 9.7 %.
Edifícios com 10 pavimentos, fundações diretas e sem rebaixamento do
lençol de águas: 10,0 %.
Edifícios com 4 pavimentos, fundações diretas e sem rebaixamento do
lençol de água: 10,0 %.
Casas: 9,5 %
Com base nestes dados, conclui-se que vale a pena um estudo que aponte a redução de
custo nesta etapa da obra, pois esta terá boa repercussão no valor final da construção.
Como se sabe, o Brasil possui grande reserva de gipsita principalmente no Nordeste,
destacando-se a da região do Araripe (Araripina, Bodocó, Ipubi, Ouricuri, Trindade e Exu) em
Pernambuco. Esta é responsável por cerca de 92,8% da produção nacional de gipsita, segundo
dados do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral (2013)).
Por tal motivo, a utilização do gesso como alternativa para revestimentos na
construção civil no Nordeste parece poder contribuir significativamente para a redução dos
custos com esta etapa da obra.
12
Diante dessa perspectiva, optou-se pela realização deste estudo, que visa analisar a
relação custo-benefício do revestimento à base de pasta de gesso em substituição aos
revestimentos tradicionais em argamassa: chapisco, emboço e reboco ou chapisco mais
emboço paulista.
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3. OBJETIVOS
3.1. Geral:
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise comparativa entre o
revestimento convencional (chapisco, emboço e reboco ou chapisco mais emboço paulista) e
o revestimento à base de pasta de gesso, em construções da região, quando aplicados em áreas
secas, enfatizando o fator custo- benefício.
3.2. Específicos:
Identificar, através de estudo bibliográfico, as vantagens e desvantagens dos
revestimentos em estudo;
Verificar, dentre os revestimentos em estudo, qual o mais utilizado, observando
os motivos dessa utilização.
Apresentar, dentre os revestimentos em estudo, o que possui melhor custo-
benefício.
14
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1. Gipsita
A gipsita é o sulfato de cálcio di-hidratado (CaSO4.2H2O). Mineral de baixa dureza,
pode ser desidratado e reidratado facilmente. De acordo com um estudo realizado pelo
CETEM (Centro de Tecnologia Mineral – Ministério da Ciência e Tecnologia) durante o
processo de calcinação, quando o material é submetido à alta temperatura, a gipsita perde
cerca de ¾ da água de cristalização, transformando-se em um sulfato hemidratado de cálcio
(CaSO4.1/2H2O) que, quando misturado com água, pode ser moldado e trabalhado antes de
endurecer e adquirir a consistência mecânica da forma estável reidratada.
A gipsita é rocha sedimentar química, formada pela evaporação de água salobra.
Esse processo é propício em regiões áridas, onde as elevadas temperaturas permitem a rápida
evaporação da água e a formação de uma salmoura, originando assim a gipsita.
Além da utilização na fabricação do gesso, o mineral é bastante utilizado, na sua
forma natural, na agricultura e na indústria de cimento. A gipsita calcinada, gesso, entre
outras aplicações, pode ser usada na odontologia e na construção civil.
A gipsita pode ser encontrada em diversos países. O Brasil possui uma das maiores
reservas do mineral. Segundo a pesquisa realizada pelo DNPM (Departamento Nacional de
Produção Mineral), em 2013, o Brasil era o maior produtor de gipsita da América do Sul e o
11º do mundo, com cerca de 2,1% da produção mundial (aproximadamente 3,3 Mt).
Tabela 1: Reserva e produção mundial de gipsita
Fonte: DNPM/DIPLAM/AMB; USGS: Mineral Commodity Summaries – 2014. (p) dado preliminar;
(r) revisado; (nd) dado não disponível.
15
4.2. Processo de produção do Gesso
O processo de produção do gesso se inicia com a lavra da gipsita, podendo esta ser
subterrânea ou a céu aberto. O método de lavra para extração da gipsita utilizado no Brasil é a
céu aberto, por meio de bancada simples. Segundo o CETEM (Centro de Tecnologia Mineral
– Ministério da Ciência e Tecnologia, 2005), esse tipo de extração é recomendado para
minerar corpos com dimensões horizontais que permitam altas taxas de produção e baixos
custos unitários de produção.
Figura 1: Frente de lavra de gipsita da Mineração Campo Belo em Araripina – PE
Fonte: CETEM (Centro de Tecnologia Mineral – Ministério da Ciência e Tecnologia) (2005)
O processo de mineração, geralmente, se inicia com o decapeamento, onde se retira a
camada de terra que se encontra sob a rocha, em seguida a perfuração da rocha, na qual se
inserem explosivos, que ao serem detonados resultam na fragmentação do mineral, este é
transportado para a indústria, onde ocorre o processo de britagem e calcinação, originando
assim, o gesso.
4.3. O Gesso na Construção Civil
Nos Estados Unidos, a utilização do gesso na construção civil começou em 1835,
mas só se desenvolveu por volta de 1885, com a descoberta de um método comercial para
retardar o tempo de pega (Oliveira et al, 2012). No Brasil, sua aplicação na construção civil
vem crescendo significativamente nos últimos anos, impulsionado pelas diversas técnicas e
aplicações.
16
O emprego do aglomerante na construção civil vai além do tradicional forro de
gesso. Segundo a NBR 13207 (ABNT, 1994) – gesso para a construção civil, existem dois
tipos do material para este setor: o utilizado em fundição e o que se usa para revestimento.
O gesso para fundição é usado na fabricação de pré-moldados (blocos, placas,
divisórias, elementos decorativos, entre outros). Ele pode ser classificado de acordo com a sua
granulometria: gesso fino para fundição e gesso grosso para fundição. Já o gesso para
revestimento pode ser utilizado em paredes, tetos e lajes. Também é classificado conforme o
módulo de finura, em: gesso fino para revestimento e gesso grosso para revestimento. Ambos
devem atendem as exigências físicas estabelecidas na NBR 13207 – gesso para construção
civil.
Tabela 2: Exigências físicas do gesso para construção civil
Fonte: NBR 13207 – Gesso para construção civil (ABNT, 1994).
A maioria das aplicações para o gesso envolve adição de água para a moldagem da
pasta e obtenção de peças pré-moldadas (Côrte real, 2009). Durante anos, a utilização do
gesso na construção civil não foi possível, uma vez que o tempo de pega do aglomerante era
muito pequeno. Com o desenvolvimento deste setor, descobriram-se alguns aditivos para
retardar ou acelerar o seu tempo de pega.
A velocidade do endurecimento do gesso depende da temperatura e tempo de
calcinação, da finura de suas partículas, da quantidade de água no amassamento e da presença
de impurezas ou uso de aditivos (YAZIGI, 1999, p. 559-560).
A resistência mecânica do gesso está diretamente relacionada à sua porosidade. A
água adicionada para a obtenção da pasta evapora, originando poros. Quanto maior a
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quantidade de água presente na mistura, maior a porosidade do gesso e, consequentemente,
menor a sua resistência. Assim, ao diminuir a adição de água, menor será a porosidade e
maior a resistência do gesso. A quantidade ótima se aproxima da quantidade teórica de água
necessária à hidratação (18,6%) (YAZIGI, 1999, p. 560).
De acordo com a NBR 13207 – Gesso para construção civil, o aglomerante deve
atender algumas exigências físicas e mecânicas para viabilizar seu uso, conforme a tabela 3.
Tabela 3: Exigências físicas e mecânicas do gesso para construção civil
Fonte: NBR 13207 – Gesso para construção civil
4.4. Revestimento à base de pasta de gesso
4.4.1. Preparo do substrato
Antes de iniciar a aplicação da pasta de gesso é necessário preparar a base que
receberá o revestimento. Yazigi (1999, p. 561-562) recomenda remover a sujeira ou
incrustações, como óleos, desmoldantes e eflorescências com vassouras de piaçaba, escova de
aço ou equipamento portátil de água pressurizada, retirar pregos, arames, pedaços de madeira
e outros materiais estranhos. As caixas de derivação e as tubulações hidráulica e elétrica
devem estar chumbadas e protegidas com bucha de papel amassado. Devem-se preencher os
vazios provenientes de rasgos, quebra parcial de blocos, depressões localizadas (acima de 1
cm) e outros defeitos com argamassa industrializada para revestimento. Em casos de rasgos
maiores para embutimento de instalações, é necessário colocar tela de aço zincada fio 1,65
mm malha 15 mm x 15 mm ou similar.
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A pasta de gesso funciona bem em superfícies ásperas e absorventes. Se a parede for
lisa deve-se fazer aplicação de argamassa de chapisco ou emulsões adesivas; se for caiada ou
pintada, deve-se remover completamente estes acabamentos (SINDUSGESSO, 2012).
De acordo com Yazigi (1999, p. 562), a pasta de gesso deve ser preparada da
seguinte maneira:
Para cada saco de 40 kg de gesso, adicionar 36 l a 40 l
de água. Têm de ser usados recipientes e água limpos.
Polvilhar o gesso em pó sobre a água, distribuindo-o em
toda a extensão. Após o período de embebição (cerca de
15 minutos), a pasta estará pronta para
homogeneização. Nunca remisturar a pasta.
Antes de iniciar a aplicação, deve-se posicionar sobre o piso uma lona plástica ou
material semelhante para conservação da área e reaproveitamento total da pasta. Para este
aproveitamento, a cada etapa de preparação da pasta, recolhem-se as sobras do gesso já
endurecido, mas ainda úmidas para adicionar a uma nova mistura. Em local limpo trituram-se
os pedaços de gesso com um apiloador de madeira até que eles estejam com,
aproximadamente, 5 mm. Em seguida, realiza-se o preparo da pasta. No polvilhamento
adicionam-se as sobras sobre metade da masseira na proporção de no máximo um galão e
meio de água para 40 kg de gesso para revestimento; mistura-se com a colher de pedreiro até
o ponto de pega. Esta pasta deve ser utilizada para o enchimento da parede ou na primeira
camada. A outra metade da masseira sem a adição das sobras deve ser usada na execução do
acabamento (SINDUSGESSO, 2014).
4.4.2. Aplicação
A aplicação da pasta deve começar pelo teto. Em seguida é revestida a metade
superior da parede. O revestimento à base de pasta de gesso, de acordo com seu modo de
aplicação, pode ser manual com acabamento desempenado ou sarrafeado, ou por projeção
mecânica.
4.4.2.1. Revestimento desempenado
De acordo com Yazigi (1999), este tipo de revestimento é aplicado com
desempenadeira de PVC. O gesso é colocado sobre a ferramenta com o auxílio de um pegador
19
do material. Deve-se deslizar a desempenadeira sobre a superfície em movimentos de baixo
para cima, pressionando-a para que, desta forma, haja a aderência inicial da pasta. As faixas
de aplicação são determinadas pela largura da desempenadeira. A segunda camada da pasta
tem de ser aplicada na direção oposta da anterior, ou seja, se a primeira camada foi na
vertical, a próxima deve ser na direção horizontal. Cada faixa deve ser iniciada com uma
pequena superposição da faixa anterior. A espessura da camada deve estar entre 1 mm a 3
mm, sendo aplicada em até quatro camadas. Depois do endurecimento do revestimento,
realiza-se a regularização da superfície, consertando as imperfeições com o auxílio de uma
colher de pedreiro e uma desempenadeira de aço. O acabamento pode ser feito com uma
camada de 1 mm a 10 mm de pasta fluida, que deve ser aplicada com desempenadeira de aço,
deslizada com certa pressão sobre a superfície. Após a aplicação do revestimento é indicada a
colocação de cantoneiras de alumínio nos cantos vivos das paredes para proteção contra
choques acidentais. Em seguida, realiza-se a limpeza da área de trabalho. É necessário
aguardar de uma a duas semanas a secagem do revestimento para iniciar os serviços de
pintura.
Figura 2: Aplicação de gesso desempenado
Fonte: Pérola Gesso, s/d.
4.4.2.2. Revestimento sarrafeado
Inicialmente, devem-se executar faixas mestras de argamassa industrializada entre as
taliscas, garantindo o alinhamento e espessura do revestimento. Com o esquadro e o prumo
define-se a espessura do revestimento. A distância entre as mestras é, em média, 1,60 m,
sendo o primeiro ponto assentado 0,30 m acima do piso e o segundo entre 1,80 m e 2,00 m.
Aplica-se a pasta de gesso com a desempenadeira de PVC em várias camadas, até obter a
espessura desejada do revestimento. Tendo como referência as mestras, confere-se a espessura
20
do revestimento com a régua de alumínio. Após a conclusão da etapa, é feito o sarrafeamento
com o auxílio da régua de alumínio. Desta maneira são retiradas as rebarbas e os excessos da
pasta. Adiciona-se mais pasta nos vazios e imperfeições, a fim de eliminar as ondulações. Em
seguida, faz-se o acabamento aplicando uma camada de 1 mm a 10 mm de pasta fluida.
Figura 3: Aplicação de gesso sarrafeado
Fonte: Gesso Amaral, s/d.
4.4.2.3. Gesso projetado
É um sistema de aplicação por projeção mecanizada, com etapas semelhantes aos
demais tipos de aplicação, porém a pasta é lançada mecanicamente sobre a alvenaria. Este
tipo de técnica é pouco utilizada no Brasil. A produção média diária é de 200 m²/dia, levando-
se em consideração a utilização de uma máquina de projeção e o trabalho de quatro
profissionais (SILVA, 2011).
4.4.3. Vantagens
O revestimento à base de pasta de gesso é aplicado em uma única camada,
dispensando o chapisco e o emboço. Esta camada não deve ultrapassar a espessura de
10 mm. Espessuras elevadas propiciam o aparecimento de trincas e tornam-se
antieconômicas;
Possui boa trabalhabilidade, possibilitando fácil aplicação;
A superfície revestida apresenta acabamento fino e liso;
21
Apresenta pequeno tempo de cura, podendo receber a pintura uma ou duas semanas
após a execução do serviço.
É bom isolante térmico e acústico, apresentando considerável resistência ao fogo;
Depois de endurecida, a pasta de gesso atinge resistência à tração de 7 kg/cm² a 35
kg/cm² e à compressão de 50 kg/cm² a 150 kg/cm², enquanto, as argamassas com
proporção exagerada de areia apresentam resistência muito mais reduzida (YAZIGI,
1999).
Segundo Yazigi (1999), o rendimento por profissional é de até 15 m² por dia, sendo o
consumo de gesso em pó, na aplicação sobre alvenaria de blocos silicocalcários, da
ordem de 5 kg/m².
Redução do peso das edificações. Este tipo de revestimento pesa em média 8 kg/m²
com espessura de 10 mm, enquanto o revestimento argamassado com 20 mm atinge
cerca de 30 kg/m² (VALE GESSO, s/d).
4.5. Revestimento convencional
De acordo com a NBR 13529 (ABNT, 2013), o revestimento argamassado pode ser
definido como “o cobrimento de uma superfície com uma ou mais camadas superpostas de
argamassa, apto a receber acabamento decorativo ou constituir-se em acabamento final,
decorativo ou não”. As etapas deste tipo de revestimento são: o chapisco, o emboço e o
reboco (Figura 2), podendo ser as duas últimas, substituídas pela massa única, o tradicional
emboço paulista.
Figura 4: Camadas do revestimento em argamassa
Fonte: ABCP, s/d.
22
4.5.1. Preparo do substrato
4.5.1.1. Chapisco
Inicialmente, deve-se preparar a base que receberá o revestimento. Para Yazigi
(1999), esta etapa começa com a remoção de desmoldantes aderidos (com escova e/ou jato de
água, se possível quente), eflorescências, óleos e outras sujeiras, também retirando pregos,
arames, pedaços de madeira e outros materiais estranhos. Antes de iniciar os serviços de
revestimento, todos os dutos e redes de gás, água e esgoto deverão ser ensaiados sob pressão
recomendada para cada caso, procedendo-se da mesma forma para os aparelhos e válvulas
embutidos. É preciso preencher os vazios provenientes de rasgos, quebra parcial de blocos,
depressões localizadas (de pequenas dimensões) e outros defeitos com argamassa do mesmo
traço da que será utilizada no revestimento. Em caso de rasgos maiores para embutimento de
instalações, é recomendada a colocação de tela de aço zincado fio 1,65 mm malha 15 mm x
15 mm ou similar. Antes de receber o chapisco, o substrato precisa ser abundantemente
molhado, para que não ocorra absorção, principalmente pelos blocos, da água necessária à
cura da argamassa do chapisco. Esta deve ser preferencialmente industrializada, tendo em
vista que este tipo proporciona melhor aderência do que a preparada na obra. Quando não
executado com argamassa industrializada, é necessário que o chapisco seja feito com
argamassa fluida de cimento e areia no traço 1:3 em volume, à qual é adicionado aditivo
adesivo. Devem-se aguardar, no mínimo, três dias para a execução da próxima camada.
4.5.2. Aplicação
4.5.2.1. Chapisco
É a camada de preparação do substrato, sendo responsável pela uniformização da
superfície quanto à absorção e pelo melhoramento da aderência do revestimento (ABCP, s/d).
Há diversas maneiras de aplicação do chapisco, destacando-se:
a) Chapisco convencional: Este é aplicado com a colher de pedreiro. A argamassa deve
ser lançada energicamente, de baixo para cima, na superfície a ser revestida,
resultando em uma película rugosa que não deve ultrapassar 5 mm (Yazigi, 1999).
23
Figura 5: Chapisco convencional
Fonte: ABCP, s/d
b) Chapisco desempenado (industrializado): Aplicado com desempenadeira denteada, é
habitualmente empregado sobre a estrutura de concreto, sendo feito com uma
argamassa industrializada para esse fim; é necessário acrescer somente água (ABCP,
s/d).
Figura 6: Chapisco desempenado
Fonte: ABCP, s/d
c) Chapisco rolado: Utilizado geralmente em revestimento interno, a argamassa fluida é
produzida pela mistura de cimento e areia, com adição de água e polímero, usualmente
de base de PVAC. A parte liquida deve ser misturada aos sólidos até obter
consistência de “sopa”. Deve-se atentar para a homogeneização constante durante a
aplicação, a qual é feita com um rolo de textura acrílica (ABCP, s/d).
Figura 7: Chapisco rolado
Fonte: ABCP, s/d
24
4.5.2.2. Emboço
Esta camada deverá ser aplicada após a pega completa do chapisco. É constituída de
argamassa no traço 1:2:8 de cimento, cal e areia, em volume (Mãos à obra, 2012), ou outra
que apresente resistência e características semelhantes. Para Yazigi (1999), nunca poderá ser
utilizada areia salitrada, nem é recomendada a areia cava, sendo mais indicada a areia de rio,
lavada. No preparo da argamassa, os componentes devem ser misturados a seco, revolvendo
os materiais com a enxada até que a mescla adquira coloração uniforme, em seguida, dispõe-
se a mistura em forma de vulcão (coroa), adicionando gradualmente, no centro, a água
necessária.
Inicialmente, executam-se as faixas-mestras; nelas são fixadas taliscas de madeira,
com cerca de 1 cm de espessura, para dar o plano vertical das faixas-mestras, alinhando-as
pela face dos batentes ou por pontos mais salientes da parede, com o auxílio de réguas de
alumínio (Yazigi, 1999). O espaçamento entre as faixas-mestras não deve ultrapassar 1,5 m,
com 15 cm a 20 cm de largura. Para evitar que as mestras sejam arrancadas durante o
sarrafeamento do emboço, recomenda-se aguardar o endurecimento das faixas (cerca de 8
horas) (Cichinelli, 2013). A aplicação é feita com uma colher de pedreiro. Depois desta etapa
é feito o desempeno da argamassa com uma régua de alumínio. As taliscas são retiradas, os
vazios preenchidos e sarrafeados. A espessura do emboço deve ser em torno de 20 mm.
4.5.2.3. Reboco
O reboco somente poderá ser aplicado após 24 horas da pega do emboço (Yazigi,
1999). A camada de acabamento é feita com argamassa no traço 1:1,5 de cimento e areia fina,
em volume. Sua espessura, dependendo da superfície, pode ser fina de até 5 mm (Mãos à
obra, 2012). Primeiramente, deve-se umedecer a base que receberá o reboco, dessa forma a
argamassa espalhará bem. Depois esta é aplicada com o auxílio da desempenadeira. Com a
brocha aplica-se mais água na superfície alisando-a com a desempenadeira, cobrindo os
vazios. Quando a base é muito extensa, a camada de reboco deve ser sarrafeada com régua de
alumínio. O acabamento é feito com a desempenadeira revestida de espuma. Deve-se
aguardar a argamassa secar cerca 25 dias para execução do acabamento do revestimento.
25
4.5.2.4. Massa única
Também chamado de emboço paulista, a massa única é executada em apenas uma
camada, cumprindo as funções do emboço e do reboco (ABCP, s/d). Para Yazigi (1999), a
argamassa deve ter boa trabalhabilidade. Para isto se mantém coesa ao ser transportada, mas
não adere na colher de pedreiro ao ser projetada, deixando esta penetrar, porém sem ser
fluida. Distribui-se facilmente, preenchendo todos os vazios do substrato, além de não
endurecer rapidamente quando aplicada. Antes de iniciar a aplicação, devem-se identificar,
com auxilio do esquadro e do prumo, os pontos de maior e menor espessura. Em seguida, com
a mesma argamassa do revestimento, assentam-se as taliscas, de preferência nos pontos de
menor espessura. Transfere-se o plano definido pelas taliscas para o restante do ambiente,
assentando assim as demais. Para acabamento dos cantos vivos, posicionam-se e chumbam-se
as cantoneiras metálicas. As mestras devem ser executadas e a argamassa de revestimento
aplicada com desempenadeira de madeira, espalhando-a até a espessura necessária e
comprimindo-a fortemente com a colher de pedreiro. Deve-se aguardar o puxamento;
momento em que, pressionam-se os dedos sobre argamassa, e estes não conseguem penetrar,
permanecendo limpos; para executar o sarrafeamento, usa-se a régua de alumínio, apoiando-a
sobre as mestras, movimentando-a de baixo para cima, recobrindo todas as falhas. Para o
acabamento, utiliza-se a desempenadeira de madeira e/ou feltrada (ou de espuma densa). A
espessura dessa camada deve ser entre 1,5 cm e 2,5 cm. Acima de 2,5 cm, a aplicação deve
ser feita em duas camadas. Neste tipo de argamassa, a textura acabada é a do reboco.
26
5. REFERENCIAL METODOLÓGICO
Inicialmente, fez-se um estudo aprimorando o conhecimento sobre o gesso, sua
matéria-prima, seu processo de produção e industrialização e suas aplicações na construção
civil. Mostrou-se a reserva e produção de gesso no Brasil, enfatizando a região do Araripe, em
Pernambuco. Dessa maneira, foi possível entender algumas vantagens do gesso na construção
civil, na região do Cariri cearense.
Em seguida, analisou-se a utilização do revestimento à base de pasta de gesso e do
revestimento de argamassa convencional (chapisco, emboço e reboco, ou a camada única de
emboço paulista), separadamente, mostrando suas vantagens e desvantagens através de
composição de custo dos serviços.
Paralelamente, foi elaborada uma pesquisa quantitativa e uma análise situacional,
visando identificar o motivo pelo qual, o revestimento à base de pasta de gesso é pouco
utilizado na região.
Desta forma, fez-se uma análise do custo-benefício dos revestimentos em estudo,
indicando a melhor forma de aplicação desta etapa da obra.
5.1. Análise de Custos
Considerando todos os processos necessários para a execução do revestimento
convencional (chapisco mais emboço paulista, mais emassamento), analisou-se o custo desta
etapa, comparando-o com o revestimento à base de pasta de gesso.
As tabelas a seguir, mostram os quantitativos de ambos os revestimentos, incluindo a
mão de obra. Os custos foram baseados nos preços de mercado da cidade de Juazeiro do
Norte-CE, sendo adotada a taxa de encargos sociais de 88,81%, que é adotada pela
SEINFRA-CE.
27
TABELA 04 – COMPOSIÇÃO PARA REVESTIMENTO CONVENCIONAL
CHAPISCO
DESCRIÇÃO UNID. CONSUMOS PREÇOS
TABELA
VALOR
TOTAL
(R$)M²
Pedreiro H 0,25 7,17 1,79
Servente H 0,25 5,27 1,32
Areia lavada tipo média M³ 0,0061 30,00 0,18
Cimento Portland CP II-E
(resistência: 32,00 Mpa) KG 2,43 0,48 1,17
Encargos 2,76 2,76
Total da camada 7,22
EMBOÇO
DESCRIÇÃO UNID. CONSUMOS PREÇOS
TABELA
VALOR
TOTAL
(R$)M²
Pedreiro H 0,6 7,17 4,30
Servente H 0,6 5,27 3,16
Areia lavada tipo média M³ 0,0244 30,00 0,73
Cimento Portland CP II-E-32
(resistência: 32,00 MPa) Kg 9,72 0,48 4,67
Encargos 6,63 6,63
Total da camada 19,49
EMASSAMENTO
DESCRIÇÃO UNID. CONSUMOS PREÇOS
TABELA
VALOR
TOTAL
(R$)M²
Pedreiro H 0,30 7,17 2,15
Servente H 0,20 5,27 1,05
Massa Corrida base PVA KG 0,70 2,71 1,90
Lixa para superfície
madeira/massa
grana 100
UN 0,40 0,90 0,36
Encargos 2,84 2,84
Total 8,30
TOTAL GERAL 35,01
28
TABELA 05 – COMPOSIÇAO PARA REVESTIMENTO À BASE DE PASTA DE
GESSO
GESSO DESEMPENADO
DESCRIÇÃO UNID. CONSUMOS PREÇOS
TABELA
VALOR
TOTAL
(R$)M²
Gesseiro H 0,39 7,17 2,80
Servente H 0,10 5,27 0,53
Gesso Kg 6,20 0,30 1,86
Encargos 2,96 2,96
TOTAL 8,15
GESSO SARRAFEADO
DESCRIÇÃO UNID. CONSUMOS PREÇOS
TABELA
VALOR
TOTAL
(R$)M²
Gesseiro H 0,61 7,17 4,37
Servente H 0,15 5,27 0,79
Gesso Kg 14,20 0,30 4,26
Encargos 4,58 4,58
TOTAL 14,00
TOTAL GERAL 22,15
As planilhas acima mostram a diferença considerável no custo dos revestimentos em
estudo, sendo que o revestimento à base de pasta de gesso apresenta valor significativamente
inferior, se comparado com o revestimento convencional: chapisco, emboço paulista, mais
emassamento. Levando em consideração que na região é mais comum o emprego da massa
única ou emboço paulista, optou-se pela utilização desta na comparação de preço. Ressalte-se
que a este tipo de revestimento deve-se somar o custo do emassamento preparatório para a
pintura.
O revestimento de gesso sarrafeado necessita de um acabamento desempenado para
melhor aparelhamento da superfície. Por este motivo, somaram-se os dois tipos de
revestimentos de gesso. A economia conseguida é da ordem de 36,73%, o que por si só
justificaria a adoção do revestimento em gesso como sistema padrão. Observe-se que ao se
aplicar o gesso sarrafeado, a quantidade do material usada no desempeno é menor do que a
utilizada no tradicional revestimento de gesso desempenado.
29
5.2. Questionário
Buscando entender o comportamento da utilização do revestimento à base de pasta de
gesso na região do Cariri, foi elaborado um questionário, destinado aos profissionais da
construção civil (apêndice A). Este foi disponibilizado no sistema de pesquisa online do
Survio (survio.com), no período de 31 de agosto a 28 de setembro de 2015, recebendo
respostas de um total de 25 entrevistados. Com isso, foram obtidos os seguintes resultados.
Gráfico 1: Profissão
Fonte: Survio, 2015
O Gráfico indica a profissão dos entrevistados. Foram ouvidos engenheiros, arquitetos,
tecnólogos, técnicos e outros profissionais da construção civil, sendo que mais de 50% dos
profissionais ouvidos são tecnólogos.
Gráfico 2: Utilização do revestimento à base de pasta de gesso
Fonte: Survio, 2015
30
A pesquisa mostra que 60% dos entrevistados já utilizou o revestimento à base de
pasta de gesso em substituição do revestimento convencional, na região do Cariri cearense.
Gráfico 3: Motivo da utilização do revestimento à base de pasta de gesso
Fonte: Survio, 2015
O gráfico acima informa que os profissionais utilizaram a pasta de gesso como
alternativa de revestimento atraídos principalmente pela rapidez de sua aplicação, seguida
pelo custo desse revestimento e por sua qualidade.
Gráfico 4: Retorno do uso da técnica
Fonte: Survio, 2015
31
Dos profissionais que já empregaram o gesso em revestimento, apenas 13,3% não
voltariam a adotar esta técnica por motivo não especificado.
Gráfico 5: Motivo da não utilização do revestimento à base de pasta de gesso
Fonte: Survio, 2015
O gráfico acima apresenta o motivo, pelo qual o revestimento à base de pasta de gesso
não é empregado. Do percentual de entrevistados (40%) que ainda não adotaram esta
alternativa, 60% atribuíram a decisão à falta de conhecimento da técnica, seguida da escassez
de mão de obra qualificada (20%).
Gráfico 6: Interesse em conhecer e empregar o revestimento à base de pasta de gesso
Fonte: Survio, 2015
32
Apenas 10% dos entrevistados que ainda não adotaram o gesso como alternativa de
revestimento afirmam não ter interesse em conhecer e empregar a técnica.
33
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de comparar o revestimento
convencional (chapisco, emboço e reboco) com o revestimento à base de pasta de gesso,
tendo em vista a redução de custos e as demais vantagens que este último pode proporcionar a
esta etapa da obra.
Tomando como base, a pesquisa desenvolvida, conclui-se que o emprego do
revestimento à base de pasta de gesso, na região do Cariri, pode reduzir o custo com esta
etapa de serviço e, consequentemente, o custo total da obra. Porém, para o crescimento desta
alternativa na região, as construtoras e, até mesmo o governo, devem investir na
popularização da técnica e na qualificação da mão de obra.
34
REFERÊNCIAS
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construção civil. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.
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Resíduos de gesso na construção civil: coleta, armazenagem e destinação para
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35
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YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. 10. ed. rev. e atual. São Paulo: Pini: SindusCon,
1999.
36
APÊNDICE A – Questionário
1- Profissão:
( ) Engenheiro
( ) Arquiteto
( ) Tecnólogo
( ) Técnico
( ) Outro Profissional da Construção Civil
2- Você já utilizou revestimento vertical à base de pasta de gesso?
( ) Sim
( ) Não
SE SIM:
3- O que o levou a usar este tipo de revestimento?
( ) Rapidez na aplicação
( ) Qualidade do serviço
( ) Custo do revestimento
( ) Todas as alternativas
( ) Outros
4- Utilizaria este tipo de revestimento novamente?
( ) Sim
( ) Não
SE NÃO UTILIZOU:
5- Por qual motivo ainda não adotou o revestimento à base de pasta de gesso?
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( ) Escassez de mão-de-obra qualificada
( ) Custo da matéria-prima
( )Exigência do cliente
( ) Falta de conhecimento da técnica
( ) Outros
6- Tem interesse em conhecer e empregar esse tipo de revestimento?
( ) Sim
( ) Não