Download - Trabalho completo de Ciborgues e a História
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
CAMPUS MARQUÊS DE PARANAGUÁ
Departamento de Ciências da Computação
Tecnologia e Mídias Digitais
1º Semestre / 2010
CIBORGUES: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
CIBORGUES E A HISTÓRIA
Cultura Digital – Prof Fábio Fernandes
Gabriela de Sá Teles Freitas RA 00062791
Gerson Victor do Santos RA 00062813
Leonardo Lauricella RA 00066367
Thiago Mittermayer RA 00062807
1. Introdução
Embora haja um sistema lingüístico subjacente a cada língua, ele não
impede a variação1. Todo vocábulo pode sofrer ampliações ou restrições de sentido, até
ser necessária a criação de novos termos. Esse fenômeno lingüístico é visto
freqüentemente, principalmente em áreas ligadas à tecnologia. Com o termo “cyborg”
não foi diferente.
A palavra cyborg – em português, ciborgue – cunhada por Manfred Clynes
e Nathan Kline em 1960, na publicação do artigo “Cyborgs and Space”, é a união das
palavras cybernetic organism. Cyber provém do grego “Khyber” que significa orientação.
Assim, ao pé da letra, cyborg seria o resultado da ciência do controle empregada em um
organismo. Mas, na sua origem, o termo ciborgue foi criado para designar aquele que,
deliberadamente, incorpora componentes exógenos utilizados para estender as funções
humanas, com o objetivo de adaptá-lo a novos ambientes. Por fim, o termo cyborg foi
incorporado no nosso cotidiano para designar os seres compostos parcialmente por
materiais orgânicos e parcialmente por materiais inorgânicos, os quais melhorariam as
funções naturais destes organismos.
O cyborg é conhecido por sua veiculação nos meios artísticos,
especialmente na ficção literária e nos filmes. Um bom exemplo é o seriado americano,
produzido e exibido entre 1974 e 1979, “Ciborgue, O Homem de Seis Milhões de
Dólares” (The Six Million Dollar Man), inspirado no livro Cyborg, de Martin Caidin
(1972). Apesar disso, esse termo é freqüentemente empregado em estudos e na vida real.
1 [2005] MARCUSCHI, Luiz Antônio e XAVIER, Antônio Carlos: Hipertexto e Gêneros Digitais – Novas formas de construção de sentido. Editora Lucerna. – pág. 30.
O termo ciborgue, a primeira vista, remete a uma união entre humanos e
tecnologias, porém, essa visão é um tanto parcial. Há muito mais a explorar sobre o termo
ciborgue. Poderíamos começar a analisar desde as variedades dos equipamentos e
computadores de vestir até as variedades dos tipos de próteses e implantes existentes na
área da cibernética que cabe à biomedicina. Por exemplo: em 1997, a Creapole École de
Création et de Design e o cientista Alex Pentland produziram, em Paris, uma Mostra de
Moda de Roupa Inteligente (Smart Clothes Fashion Show). O objetivo era prever o
casamento iminente da moda com os computadores para vestir. Mas, com isso,
estariamos nos distanciando do nosso foco principal: por meio de pesquisas em sites
confiáveis da internet, vídeos disponíveis na internet, artigos de revistas, consulta em
livros e uma entrevista realizada por nós com o Prof. Dr. Antônio Quevedo – engenheiro
elétrico responsável pelo Laboratório de Reabilitação Sensório-motora do Centro de
Engenharia Biomédica (CEB) da UNICAMP – por Skype; analisamos a história do
cyborg, a evolução das teorias e das tecnologias desenvolvidas que envolvem os cyborgs
e os estudos e realizações nessa área, com a finalidade de especular sobre o futuro, o
próximo passo da história: seriam os cyborgs o próximo passo da evolução humana? Em
suma: analisamos o passado para entender o presente e especular sobre o futuro.
2. Desenvolvimento
2.1. Passado
2.1.1. Principais Conceitos / Estudos
O primeiro ciborgue – antes mesmo de existir esse termo, no final dos
anos 50 – foi um rato de laboratório do Hospital Estadual de Rockland, em Nova York.
Pertencente a um programa experimental, foi implantado nele uma bomba osmótica. Sua
função era a de injetar doses controladas de substâncias químicas, alterando diversos dos
seus padrões fisiológicos. Ele foi usado como um dos exemplos no artigo “Cyborg and
Space”, de 1960 – época auge da corrida espacial pela qual o mundo bipolarizado
passava. Artigo no qual Manfred Clynes e Nathan Kline usaram o termo cyborg pela
primeira vez, para designar um “homem ampliado”; um homem melhor adaptado aos
rigores da viagem espacial: o objetivo dos autores era tornar automático e inconsciente a
união entre o sistema cibernético e o orgânico de um astronauta no espaço, assim, ele não
teria que se preocupar com os ajustes feitos por uma máquina para continuar vivo,
tornando-se escravo dela. Imaginavam um austronauta com um coração controlado por
anfetaminas e, no lugar dos pulmões, haveria uma “célula energética inversa”, a qual
seria alimentada por energia nuclear.
Nobert Wiener, em 1947, definiu a cibernética como “a particularidade de
sistemas em que a retroalimentação (o feedback) é fundamental”. Anos mais tarde,
Marcela Antelo – aplicando essa idéia em seu artigo “O corpo se anima” – defendeu que
o ciborgue implicaria em um governo do corpo, em que o governante e o governado são,
ambos, partes fundamentais do sistema. Com isso, é possível concluir que a auto-
regulação é uma característica definidora do conceito de cyborg – afinal, ela se manteve
desde a concepção da idéia até os dias de hoje.
Donna Haraway, professora de História da Consciência na Universidade
da Califórnia, foi uma das primeiras pensadoras a refletir sobre a relação antagônica de
amor e ódio entre pessoas e máquinas. Entre suas idéias, ela defende que todos os seres
humanos já podem ser considerados ciborgues, pois há uma relação tão profunda entre o
homem e as máquinas que já não se sabe quando um começa e outro termina.
Para ela, vivemos em um mundo de conexões em que é importante saber
quem é que é feito e desfeito, pois tanto o ser humano está dentro do resultado de suas
ações como esse está dentro do ser humano; vivemos em um mundo que é um
entrelaçado de redes híbridas – redes com partes humanas e partes máquinas, acabando
com conceitos como “natural” e artificial” – as quais não apenas nos cercam como nos
incorporam. Essas redes híbridas são os ciborgues. Para Donna Haraway, um ciborgue é
uma criatura de ficção e também de realidade social – a qual constitui das relações sociais
vividas, da construção política mais importante e da ficção que tem a capacidade de
mudar o mundo – tendo a onipresença e a invisibilidade como características.
Em 1985, ela escreveu o ensaio “A Cyborg Manifesto: Science,
Technology, and Socialist-Feminism in the Late Twentieth Century” no qual usou a
imagem do ciborgue não como ícone de soberania, como ele era visto na época da Guerra
Fria, mas como um símbolo de libertação feminina: “se as mulheres (e os homens) não
são naturais [seus papéis não podem ser mudados], mas construídos, tal como um
ciborgue, então dados os instrumentos adequados, todos nós podemos ser reconstruídos”
(1997, KUNZRU, Hari. “Você é um ciborgue”). Os dualismos foram mantidos em nossa
cultura como instrumento de dominação, não só da mulher, como dos trabalhadores,
pessoas de cor e etc. O ciborgue destrói o dualismo. Em suma, ela acredita que, a partir
do final do século XX, todos podiam ser considerados ciborgues, sendo esse um símbolo
da junção ocorrida da realidade material e da imaginação, pontos que estruturam qualquer
possibilidade de transformação histórica. Além disso, defende que a natureza e a cultura
foram reestruturadas com o advento do ciborgue, não havendo mais uma relação
hierárquica ou de dominância entre elas.
Hari Kunzru, crítico britânico, diz que a característica essencial que torna
os ciborgues de hoje diferentes de seus ‘ancestrais mecânicos’ é a informação. Essa seria
a chave do sistema de feedback proposto por Wiener. Ele se baseia, mais uma vez, em
Donna Haraway, quando esta explica que os ciborgues “são máquinas de informação.
Eles trazem dentro de si sistemas causais circulares, mecanismos autônomos de controle,
processamento de informação – são autônomos com uma autonomia imbutida”. Hari
Kunzru compara o ser humano com um ‘computador de carne’ que executa diversos
sistemas de informação que se auto-ajustam para adaptarem-se a outros sistemas e ao
ambiente. O sonho médico de construir um corpo melhor implicaria em melhorar os
mecanismos de feedback ou em conectar o corpo a um outro sistema, um melhor
(exemplo: olho biônico).
Em 1995, os autores Gray, Mentor e Figueroa-Sarriera apresentaram uma
proposta taxonomica das tecnologias-ciborgues, separando-as em: restauradoras
(responsáveis pela restauração de algumas funções, com a substituição membros e órgãos
perdidos); normalizadoras (dão novamente ao organismo uma indiferente normalidade);
reconfiguradoras (criação de pós-humanos, termo que veremos no item 2.3.1.); e
melhoradoras (criação de organismos relativamente melhores do que o padrão).
Em 1997, Alec McHoul em “Cyberbeing and ~Space”, diz que: "O cyber
não é atual nem virtual simplesmente; reside mais num entre-dois, em espaços que não
são nem aqui nem ali, nem presente nem ausente, nem material nem imaterial, (...)".
Assim como ele, muitos autores definem cyborg como um ser híbrido. Em 2001, Marko
Monteiro diz no seu artigo “O Ciborgue como recurso heurístico” que o conceito de
ciborgue – tal como explorado por alguns autores – caracteriza uma pessoa que escapa
das distinções tão comuns difundidas em nossa sociedade, como humano/máquina ou
natureza/cultura, que parecem fazer cada vez menos sentido em nosso mundo.
Tomaz Tadeu da Silva abordou em seu artigo questionador “Nós,
ciborgues: o corpo elétrico e a dissolução do Humano” (publicado no livro
“Antropologia do ciborgue – as vertigens do pós-humano”, em 2000) as conseqüências
sofridas pelos humanos com a realidade dos ciborgues. Ele defende que, com os
ciborgues, nós deixamos questões subjetivas, cujas respostas buscávamos há anos, como
“quem é o sujeito?” para nos focar em questões como “queremos ser apenas sujeitos?” e
“quem vem depois do sujeito?”. Apesar disso, ele acredita que a realidade do ciborgue é,
para muitas pessoas, aterrorizante por ela acabar com a ‘originalidade’ do ser humano, e
não por pôr em dúvida a sua origem ‘divina’. Ele defende que o ciborgue é a intersecção
do conjunto de organismos (o qual contém seres humanos cada vez mais artificiais) e do
conjunto de máquinas (as quais não simulam características humanas, mas se apresentam
como uma “versão melhorada dos ‘apenas’ humanos”). Para ele, a questão mais
importante que aflinge o nosso tempo é: onde termina o homem e onde começa a
máquina? Essa questão, desse jeito, já foi abordada por vários autores antes dele, como a
Donna Haraway, já vista anteriormente, mas ele propõe que nós consideremos a
onipresença da tecnologia para analisarmos, também, o sentido inverso da questão: onde
termina a máquina e onde começa o homem?
Com base nesses conceitos, vemos que o termo ciborgue é associado a
duas características principais: a hibridização entre homem e máquina, natureza e cultura
de modo que não sabemos mais ver a fronteira que separa os dois; e a auto-regulação do
sistema homem-máquina. No começo como uma vestimenta, mais tarde, como implantes
de chips e próteses mecânicas. No começo para ajudar aqueles que não tinham corpos
capazes para realizar algumas funções, mais tarde, também para ajudar os que tem mais
dificuldade na realização de tarefas diárias, talvez, no futuro, também para libertar os
humanos de suas capacitações limitadas. Também é possível perceber que o ciborgue não
é usado apenas para estudos científicos, militares e medicinais, mas também como um
recurso heurístico e como uma ferramenta de estudo ontológico.
2.1.2. Exoesqueletos
O Exoskeleton é um projeto de um exoesqueleto robótico que, quando
vestido pelo usuário, garante a ele força extra. Ele está sendo desenvolvido pela Raytheon
(EUA) desde 2000. Através de sensores, a roupa percebe movimentos mínimos no corpo
do usuário e ela aumenta em 20 vezes a força deste. O principal objetivo da criação do
Exoskeleton é para uso militar (cf. Foto 1).
A Estrutura chamada HAL, desenvolvida por Yoshiyuki Sankai pela
empresa japonesa Cyberdyne, consiste no mesmo princípio que o Exoskeleton, mas com
algumas diferenças básicas: seu principal objetivo é para o uso de idosos e pessoas com
limitações físicas (principalmente para as pessoas que sofreram derrame ou tem um dano
na medula espinhal); seu design é bem mais bonito; ele está disponível para venda desde
2008 – apenas no Japão – e ele pode aumentar a força do usuário de 2 a 10 vezes.
Segundo o site da empresa (em inglês), o “HAL” suporta seu próprio peso, foi criado
para ser usado na escalada de montanhas e no trabalho com condições adversas, como a
neve, mas, mesmo assim, eles recomendam que os usuários usem o traje dentro de casa
(cf Foto 2).
Em 2007, antes do “HAL” sair no mercado, foi feita uma exposição em
Tóquio para a apresentação de robôs criados para ajudar a cuidar de pacientes doentes,
idosos e pessoas com limitações físicas. Algo que chamou a atenção foi a “Roupa
Robótica” apresentada pelos pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Kanagawa. O
exoesqueleto motorizado é movido a ar comprimido, permitindo que um enfermeiro, por
exemplo, carregue um paciente em seu colo, como se ele tivesse metade do seu peso real.
São necessários 10 minutos para vestir o traje de 30 kg. Ele só é produzido por
encomenda e também pode ser usado para trabalhadores em construções civis e etc.
O “Assistente de Gerenciamento de Passada”, ou “Walking Assist Device”
(cf. Foto 3) e o “Assistente de Suporte de Peso Corporal” (cf. Foto 4) são os gadgets mais
recentes no mercado, lançados em 2009, apesar de estarem em desenvolvimento desde
1999, produzidos pela Divisão de Robótica e Tecnologia da Honda. Derivados das
pesquisas realizadas para a construção do robô Asimo, o objetivo desses gadgets é
mobilizar e reabilitar a população de idosos. O primeiro regula a passada e a velocidade
do passo da caminhada da pessoa, tornando o andar muito mais fácil, ao mesmo tempo
em que fortalece os músculos e melhora a postura do usuário. Já o segundo, reduz a carga
sobre as pernas da pessoa, fazendo com que atividades como subir escadas e agachar se
tornem mais fáceis. Isso se deve aos dois sensores de pegada que existem nas solas dos
tênis embutidos e aos dois sensores de alçamento nas pernas, os quais reagem
instantaneamente aos movimentos do usuário, sem controlá-los. O design é polido e seu
peso é leve, apesar de não ser discreto.
Com a pequena taxa de natalidade e a crescente expectativa de vida, o
Japão tem um número cada vez maior de idosos, os quais necessitam de cuidados
especiais. Essa é uma realidade já presente na maioria dos países desenvolvidos e tende a
se espalhar e se agravar cada vez mais. O desenvolvimento de ferramentas para ajudá-los
em diversas tarefas cotidianas, como os trajes robotizados, é um mercado promissor.
Enquanto isso, os EUA – que se tornou o pólo mundial durante a 2ª Guerra Mundial
quando vendia mercadorias para uma Europa destruída e, desde então, deixa sua Indústria
Bélica dominar sua economia, o principal fator de soberania de uma nação – investe em
exoesqueletos para seu exército.
2.2. Presente
2.2.1. Ciborgue hoje: Popularidade
Para saber como o cyborg é visto atualmente, é necessário fazer um estudo
de toda sua história, como foi feito no item 2.1.. É preciso ter em mente, também, que,
desde sua concepção, a idéia do ciborgue tem sido um projeto técnico, uma espécie de
sonho científico e militar. Nos anos 70, milhões de dólares da Força Aérea
estadounidense foram aplicados em P&D (Pesquisa & Desenvolvimento) e em projetos
de construção de exoesqueletos, braços robóticos do tipo mestre-escravo, dispositivos de
biofeedback e sistemas especializados. Ciborgues representavam um grande negócio: nas
pesquisas militares, na ficção literária, nos seriados da TV e na medicina. A chance de
melhorar as capacidades humanas estava mais perto de se tornar realidade por meio dos
dispositivos artificiais. As obras de ficção científica e os cyberpunks surgiram com as
preocupações que a população tinha com o rumo da tecnologia, da ciência, e de como a
sociedade ficava no meio disso. As pesquisas científicas se inspiravam na arte, querendo
saber até onde chegariam. Cyborgs passaram a ser vistos pela população, ora como algo a
ser temido, ora como um objeto de fascínio. A popularidade dos ciborgues, difundida
pelas mídias e pelas descobertas no meio acadêmico, foi crescente desde sua concepção
(cf. Foto 5).
2.2.2. Tecnologia-Ciborgue que se pode obter hoje
O primeiro implante de marca-passo foi realizado em um homem de 43
anos, em 1958. Esse tipo de implante é feito quando a freqüencia de batimentos cardíacos
está muito baixa. O marca-passo é um aparelho eletrônico posto debaixo da pele e
conectado ao coração por eletrodos, que levam estímulos elétricos produzidos por um
gerador. Esses estímulos garantem os batimentos cardíacos. Talvez seja uma das
primeiras tecnologias-ciborgues a ser implantada em um organismo humano. Hoje há até
um marca-passo wireless que se conecta a internet, enviando ao médico o desempenho do
aparelho e dos batimentos do paciente (cf. Foto 6).
O implante coclear, também conhecido como ouvido biônico, é um
dispositivo eletrônico que estimula eletricamente as fibras neurais remanescentes em
diferentes regiões da cóclea, permitindo a transmissão do sinal elétrico para o nervo
auditivo, com a finalidade de ser decodificado pelo córtex cerebral, possibilitando ao
usuário a capacidade de perceber o som (cf. Foto 7). O seu funcionamento difere do
Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), o qual amplifica o som. Entre os
implantes cocleares de gerações mais avançadas utilizados nos principais centros
internacionais dedicados ao tratamento da surdez, estão: Nucleus 24, desenvolvido na
Austrália pela Cochlear Corporation; Combi 40+, desenvolvido na Áustria pela Med-EL;
e Clarion, desenvolvido nos Estados Unidos pela Advanced Bionics.
Inspirados no sucesso dos implantes cocleares, já há algum tempo que
chips prometem devolver a visão a quem não enxerga: em 2002, resultados promissores
na restauração da visão foram obtidos em uma pesquisa sobre implante de chip no
cérebro e outra sobre implante de chip na retina; mas estes estavam longe de “virar
realidade”, pois não davam aos pacientes a capacidade de reconhecer rostos e letras
grandes. Já em 2009 (essa data foi quando a notícia foi liberada para a imprenssa, as
pesquisas começaram em 1999 e os testes clínicos em 2006), o Laboratório de Pesquisas
de Eletrônicos do MIT começou a desenvolver um chip que, implantado no globo ocular,
leva a informação visual diretamente para o cérebro, sem o uso de fios (cf. Foto 8) e que
concede aos pacientes estas capacidades. O implante é destinado a pessoas que perderam
a visão em função da retinite pigmentosa, ou degeneração macular, causada pelo
envelhecimento. Esse sistema não irá restabelecer 100% da visão, mas, ao menos, dará ao
paciente a capacidade de navegar por uma sala e reconhecer rostos, podendo se integrar
socialmente ao ambiente. Os pesquisadores esperam obter com os testes clínicos
informações que permitam refinar o algoritmo usado no chip para produzir visão útil.
Não são apenas chips que querem alterar a visão humana. Cientístas da
Universidade de Washington desenvolveram lentes de contato biônicas que contêm
circuitos, minúsculas LEDs e componentes elétricos tão pequenos que são chamados de
“pó acizentado”. Ela deveria ser capaz de dar a um ser humano normal a habilidade de
projetar imagens que seriam sobrepostas às imagens reais. Ela também pode ter
aplicativos como: zoom; web; games; informações úteis surgindo no campo de visão do
usuário e muitos outros. O time de pesquisadores está, até mesmo, sugerindo uma TV
wide-screen. Um dos grandes problemas que tiveram na hora de desenvolvê-la foi a
criação de um design biologicamente saudável, mas as lentes já foram testadas em
coelhos e não houve nenhum efeito colateral. Os cientístas esperam que, no futuro, as
lentes possam se conectar com outros aparelhos por sem a necessidade de fios. Também
esperam poder construir lentes que se recarreguem com luz solar, mas eles estão focando
num modelo básico para um futuro próximo (cf. Foto 9).
O implante de órgãos artificiais é um sonho já possível atualmente. Desde
2006 foi aprovado, pela U.S. Food and Drug Administration, a venda de um coração
totalmente artificial, produzido pela empresa de Massachucets, Abiomed, chamado
AbioCor. Ele só poderá ser usado em pacientes fracos demais para correr o risco de
transplante e que não tenham nenhuma alternativa (cf. Foto 10). Há também o pulmão
artificial, o BioLung, criado e patenteado pelos engenheiros da MC3, que pode substituir
o pulmão real enquanto o paciente está se recuperando de uma doença ou até acharem um
doador compatível (cf. Foto 11). Rins também são outra opção, desde 1980 há rins
artificiais em hospitais, mas só em 2008 que foi feito um que evita diálises e é vestível –
um colete chamado de AWAK (cf. Foto 12) –, por dois pesquisadores da UCLA e pelo
Sistema de Saúde de Los Angeles. Por fim, uma companhia de Boston chamada
HepaLife está desenvolvendo um fígado artificial que, apesar de ser um dispositivo
externo, tem como base a união entre homem e máquina.
Um órgão que ainda não foi criado artificialmente foi o estômago, mas
cientistas britânicos estão chegando perto. Eles construiram o primeiro estômago
artificial do mundo. Ele não é uma tecnologia-ciborgue propriamente dita já que não pode
ser implantado, mas foi construido para servir de estudo sobre a digestão humana visando
essa possibilidade. Essa máquina tem metade da capacidade de um estômago humano e
seu material agüenta as enzimas e os ácidos corrosivos que compõe a digestão. Os
cientistas o vêem como um futuro instrumento de luta contra a obesidade (cf. Foto 13).
Também é possível implantar músculos artificiais, como o Air Muscle da
Schadow Robot Company, os quais são feitos de borracha e têm a capacidade de se
contrairem em diferentes níveis (cf. Foto 14). Durante testes feitos com uma perna
mecânica, cujo joelho era composto por dois músculos artificiais, os resultados
mostraram que, ao andar, há um retorno aos músculos contraidos (perna esticada) de mais
de 30% da energia que foi gasta para se esticarem (perna dobrada).
Mas tecnologias-ciborgues mais conhecidas são as próteses que
substituem membros externos do corpo, como braços, pernas, mãos e pés. Foi na China
que descobriram que o corpo, na realidade, “se move a eletricidade”. Durante séculos,
cientistas especularam se poderiam mexer dentro desse sistema elétrico para restaurar
funções perdidas e reparar o corpo humano, como se o homem fosse mesmo uma
máquina. Por volta de 2008 foi lançado no mercado o primeiro braço biônico “controlado
pela mente”: ao pensar no movimento, impulsos elétricos vão até as células residuais do
braço, interpretados pelos eletrodos e o movimento é feito pelo braço biônico (cf. Foto
15). Cientistas visam não apenas melhorá-lo a ponto de desempenhar as mesmas funções
com a mesma habilidade do braço humano, mas ultrapassar esse ponto. A C-Leg da Otto
Bock é uma perna biônica (cf. Foto 16) cujo joelho tem um microprocessador
responsável pelo feedback. Uma única peça tem diversos modos, para a realização de
diversas atividades, como o modo para andar, o modo para dirigir, o modo para pedalar,
entre outros, e eles podem ser trocados por um controle remoto.
2.2.3. Exemplos Reais
Hugh Herr, chefe do laboratório de biomecatrônica do MIT, diz que: “Um
terço da população mundial tem algum tipo de deficiência. Centenas de milhões usam
próteses. Lentes de contato são próteses oculares, e ninguém estranha”.
A ex-fuzileira norte-americana Claudia Mitchell, em 2006, foi a primeira
humana a receber um braço biônico controlado diretamente pela sua mente — os nervos
que controlavam seu braço amputado foram retirados do ombro e conectados a nervos na
musculatura peitoral. Após alguns meses, eles cresceram no tecido muscular.
Posteriormente, eletrodos conectados a uma placa no ombro foram usados para detectar
impulsos emitidos dos nervos para o músculo e daí para o braço. Depois disso, há apenas
uma remodelagem do braço por questões estéticas, pondo próteses de silicone e aplicando
botóx.
Atualmente, existem no mundo mais de 60.000 usuários de implante
coclear. Entre eles há a paulista Júlia Albuquerque. Ela nasceu surda e recebeu o “ouvido
biônico” com 10 meses de idade, cedo o suficiente para passar pelo processo de
aprendizagem da fala igual a uma criança de corpo naturalmente capaz.
Mas, o “ciborgue” que teve uma grande repercursão na mídia foi o
corredor sul-africano Oscar Pistorius. Ao nascer sem as tíbias, ele amputou as pernas
abaixo dos joelhos quando ainda criança. Agora, usa as próteses Cheetah, fabricadas pela
empresa Ossur. Foi campeão de todas as modalidades de corridas nas Para-olimpíadas e
lutou por ter a chance de participar nas Olimpíadas. Ele, a empresa Ossur e diversos
médicos diziam que o formato de suas próteses não dava a ele nenhuma vantagem em
relação aos outros competidores de corpos capazes, mas a Associação Internacional de
Federações de Atletismo (IAAF) afirmava que ele tinha uma vantagem injusta, já que
poderia trocar as próteses enquanto os corredores não poderiam trocar as pernas. Eles
acabaram dando permissão para Pistorius tentar a classificação nos Jogos Olímpicos de
Pequim, mas ele passou do limite de tempo para a classificação, não conseguindo sua
vaga. Alegando ter perdido por não ter treinado o necessário durante o ano, já que ficou
lutando nos tribunais, ele diz que essa foi a prova de como tal 'vantagem' não existia.
Tanya Vlach não é uma cyborg. Mas essa é a meta dela desde o acidente
de carro que sofreu em 2005, no qual perdeu o olho esquerdo. Ela recebeu uma prótese
ocular para fins estéticos e decidiu usá-la de forma mais útil. Tanya montou um blog e
apresentou uma proposta de instalar uma câmera na sua cavidade ocular. Como escritora,
ela pesquisou muito sobre o assunto para poder fazer tal proposta ser realista e conseguiu
reunir argumentos suficientes para tentar persuadir engenheiros a ajudá-la ao mesmo
tempo em que cativa o público e o convida a fazer doações financeiras para sua causa. A
camêra teria uma série de itens obrigatórios, tais como: Bluetooth wireless, Firewire /
USB drive, Mini A/V out, 4 GB SD mini Card; uma lista de itens que ela deseja:
Carregador Wireless; Sensores que respondam ao piscar para fotos, zoom, foco e ligar e
desligar; Infravermelho / Ultravioleta. Ela promete fazer um 'Truman Show aos olhos de
Tanya' se conseguir alcançar esse objetivo. Ela é um exemplo de como nossos corpos são
limitados e de como usamos a tecnologia para ampliarmos nossas funções.
2.3. Futuro
2.3.1. Especulações em torno da palavra ciborgue
Com as tecnologias avançando constantemente, nós temos nos tornado
cada vez mais impacientes com o corpo que a natureza nos deu. Envelhecimento, morte,
limites. Se pudessemos construir um corpo melhor; usar tecnologia para consertar essa
forma humana, então, realmente, melhorariamos o corpo, deixando-o mais forte; mais
rápido; mais inteligente e criariamos, assim, o humano do futuro. Só que hoje.
André Lemos, professor da Universidade Federal da Bahia, defende em
seu livro, “Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura contemporânea” (2008), que
o cyborg confunde-se com a própria história da humanidade. Para ele é possível por o
cyborg como característica da estrutura da humanidade e como característica evidente da
cybercultura. Assim, o cyborg constituiria num processo da evolução da sociedade.
O pesquisador-chefe do Instituto de Robótica da Universidade de Reading,
Kevin Warwick, também acredita que os ciborgues serão o próximo passo da evolução
humana. Para ele, ser humano é se contentar com muito pouco; é ter habilidades
ultrapassadas. Para tanto, em 1998, ele implantou seu primeiro chip (2,5 cm x 3 mm).
Este ficou debaixo da pele de seu braço durante nove dias e servia para controlar
mecanismos em seu laboratório, como o abrir das portas e o acender das luzes. Com seus
55 anos ele já possuiu, ao todo, 2 chips e 100 eletrodos. De modo empírico, ele diz que as
pessoas que implantam chips (ou próteses e marca-passos) se acostumam em tê-los, de tal
forma que começam a vê-los como parte de si mesmos, ao invés de vê-los como aparatos
tecnológicos.
Seu segundo chip, em 2002, comandava os movimentos de uma mão-robô
por sinais emitidos diretamente pelo seu sistema nervoso. Era possível até mesmo
controlá-la a longa distância, pela internet. Ele já criou, e fez uso, de um boné com
eletrodos conectados ao implante. Este emitia sinais ao seu cérebro sempre que um objeto
ou uma pessoa se aproximava dele – quanto mais perto, maior a quantidade de sinais
recebidos – funcionando como um radar de um morcego. Ele colocou uma venda e tentou
se guiar em uma sala fazendo uso, apenas, desse artifício. O objetivo era a ampliação dos
outros sentidos. Esses dois últimos experimentos o levaram, respectivamente, à busca de
duas de suas grandes ambições: a comunicação mente-a-mente (o que ele pretende atingir
em 20 ou 25 anos) e a criação de mais sentidos (o que ele acha ser possível em 15 anos),
ambos por meio de chips implantados.
A linguagem, para ele, é um sistema de códigos extremamente pobre para
expressar os verdadeiros conceitos e abstrações que queremos transmitir. Um chip de
comunicação pela mente mudaria isso, passando verdadeiros sentimentos e pensamentos
de uma mente para a outra, na velocidade da luz – para ele, só de deixar a comunicação
mais rápida, vale a pena. Isso mudaria o modo humano de se socializar. Para isso, ele
pretende pôr, dentro de 4 ou 5 anos, um chip em seu próprio cérebro, como um teste.
Apesar de soar uma idéia ficcional, isso já está sendo investigado desde que usaram pela
primeira vez um chip para fazer com que um tetraplégico se expressasse controlando
mentalmente um cursor virtual.
Ele tem diversas outras visões para o futuro, como o download de
informações ao invés de aprender e o armazenamento de arquivos no próprio cérebro.
Tudo isso o leva a crer que o conceito do que é humano deverá ser, em breve, repensado.
Existiriam assim dois tipos de seres humanos: a espécie aprimorada, com chips e outros
implantes, devir ciborgue; e a espécie “não tão melhor” e “não tão inteligente”, uma
subespécie.
Haraway se opõe aos dois pensamentos anteriores ao propor que os
ciborgues não serão o próximo passo evolucional, pois os humanos já são ciborgues: a
TV, o carro, os aparelhos de acadêmia; toda a tecnologia, os cercam e os incorporam,
deixando-os ciborgues.
Andy Clark, filósofo britânico, reforçou essa linha de racicínio ao criar sua
teoria de Mente Estendida, defendendo que o ser humano não precisa por chips,
implantes ou computadores vestíveis para ser chamado de ciborgue. Ele seria
naturalmente ciborgue, pois desde sempre ele fica dependente de novas tecnologias,
incorporando ferramentas que o ajudam a sobreviver no ambiente inóspito; ferramentas
que ampliam sua mente. Assim, nessa teoria não há apenas uma redefinição no conceito
de mente (ela não seria mais apenas o cérebro, mas ele em conjunto do corpo, das ações
humanas e do ambiente); mas há, também, uma “proposta” de criação de um novo termo
para conceituar os humanos/ciborgues do futuro visto por Kevin Warwick, ou um novo
termo para designar aquele indivíduo que faz pleno uso do potencial das novas
tecnologias ao seu dispor (indivíduo-objeto de estudo na teoria de Andy Clark). Esse caso
expressa a necessidade de expansão do vocabulário: a expressão “pós-humano” passou a
designar esse indivíduo que explora a cibercultura. Importante notar que, o pós-humano e
o ciborgue não se excluem, ou seja, é possível que um pós-humano seja, também, um
ciborgue, por exemplo.
Uma visão interessante dos ciborgues foi dada para nós pelo Prof. Dr.
Antônio Augusto Fasolo Quevedo2. Ao perguntarmos se ele concordava com a visão de
que os ciborgues – aqueles que implantam próteses, chips e outros aparatos tecnológicos
– seriam o próximo passo da evolução humana, ele se mostrou bem cético. Ele explica
como o nosso organismo é algo dinâmico e como nosso sistema de proteção tenta expelir
todo objeto estranho a ele. Assim como uma farpa de madeira no dedo dá uma
inflamação, nem é preciso tirá-la já que o nosso próprio corpo a expele naturalmente, um
marca-passo, há cada dez anos, tem que ter seus eletrodos mudados de posição porque,
naquela parte do coração, já houve a formação de uma “camada de tecido orgânico”, a
qual os impede de funcionarem apropriadamente. Ele acredita que os ciborgues não serão
o futuro enquanto os implantes não puderem ser mantidos por um longo prazo,
precisando de uma manutenção constante. Com o avanço das pesquisas na área da
nanotecnologia, pode haver a construção de máquinas a partir de moléculas compatíveis
com as dos nossos corpos. E, então, surgiria o problema da acessibilidade. A possível
criação desse tipo de máquina – isso se ainda pudermos chamar algo de carbono, por
exemplo, de máquina – usaria uma tecnologia muito cara. Poucas pessoas poderiam dar o
tão desejado upgrade em seus corpos. Assim, os ciborgues seriam uma parcela muito
pequena da população mundial, não o suficiente para serem considerados o padrão ou
uma nova espécie.
3. Conclusão
2
Prof. Dr. Antônio Augusto Fasolo Quevedo, responsável pelo Laboratório de Reabilitação Sensório-motora do Centro de Engenharia Biomédica (CEB) da UNICAMP, graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica. Entrevista feita no dia 09 de abril de 2010, por Skype.
Ciborgue, de maneira bem simples, é o termo que designa o organismo
que fez uso de componentes mecânicos para melhorar seu desempenho. Sua principal
característica, além da hibridização entre homem e máquina, é a auto-regulagem. O
ciborgue passou por grandes transformações em sua história: de sonho louco e distânte da
realidade, mas presente na ficção; até futuro evolutivo, parte real do nosso presente e do
nosso futuro.
O sonho de se dar um upgrade – sempre presente nos seres humanos,
junto com a necessidade imposta na Guerra Fria de mostrar ao mundo qual povo era o
melhor –, causou o investimento de milhares de dólares na realização do mito ciborgue. E
conseguiram.
Exoesqueletos, próteses e chips se tornam cada vez mais frequentes.
Inicialmente simples, querendo fornecer uma vida mais tranqüila aos enfermos, como o
marca-passo, hoje são exoesqueletos para trabalhadores de fábricas, idosos e militares;
implantes que dão, aos surdos, audição; chips que visam melhorar a vida social dos
deficientes visuais; próteses que chegam a oferecer melhores funções do que as originais
do corpo humano... E sonhos. Muitos sonhos controversos: o ser humano não quer ficar
limitado ao seu corpo, ele quer melhorá-lo, empurrar seus limites para mais longe e o
“tornar-se ciborgue” – possível apenas pelos estudos e avanços tecnológicos – é visto
como um modo de tornar esses sonhos uma realidade; ao mesmo tempo em que muitos
defendem que avançar essa tecnologia para corpos capazes seja “brincar de Deus”.
De qualquer modo, esse sonho de evoluír nossos corpos e de nos
tornarmos ciborgues é visto por muitos como uma futuro alcançável, assim como há os
que defendem que já somos ciborgues: em todo lugar, dependemos da tecnologia, ela nos
rodeia e nos engloba.
O que mudaria no futuro seria a qualidade dessa tecnologia, da qual
dependemos, uma vez que ela está sempre se inovando. Mas uma coisa é importante
ressaltarmos: não importa a maneira que o ser humano use para tentar evoluir, ele o fará
garantindo que tenha total controle. Ele sempre limitará a máquina para que esta não o
supere, garantindo, assim, seu posto de dominância. Afinal, são ferramentas criadas pelos
humanos, para auxiliarem os humanos e não para dominá-los.
Anexos
Foto 1 - Retirada do site da Terra
Exoskeleton com peso de 200lbs (90,72 kg)
Foto 2 – Retirada do site da empresa Cyberdyne.
Foto divulgação do “HAL”, com 30Kg em sacos de arroz
Foto 3 – Retirada do site “Gizmodo”
Demonstração do Assistente de
Gerenciamento de Passada
Foto 4 – Retirada do site “Gizmodo”
Demonstração do Assistente de Suporte de
Peso Corporal
Foto 5 – Retirada do cronograma do Google
Gráfico de quantidade de arquivos na rede associados a robôs, andróides e cyborgs.
Foto 6 – Retirado do site “Popular Sciense” In: < http://www.si14.com.br/wp-content/uploads/2009/08/marca_passo.jpg>
Marca-passo sem fio
Foto 7 – Retirada do site oficial de Implante Coclear
Ilustração de um Implante Coclear (componente externo e interno).
Foto 8 – Retirada do site “MIT News”
Foto divulgação do modelo do implante retinal.
Foto 9 – Retirada da galeria do site “Oobject”
Lente biônica
Foto 10 – Retirada do site de notícias da Discovery Channel
AbioCor
Foto 11 – Retirada do site oficial da MC3
BioLung, o pulmão biônico
Foto 12 – Retirada do site “Science News”
AWAK – A Wearable Artificial Kidney (Um Rim Artificial Vestível).
Foto 13 – Retirada do site “Science Ahead”
Estômago artificial para estudo
Foto 14 – Retirada do site “VUB: Applied Sciences”
Diferentes níveis de contração de um músculo artificial
Foto 15 – Retirada do site “Popular Sciense”
Braço Biônico “Neuro-Controlado”
Foto 16 – Retirada do site da empresa Otto Bocks
C-Leg – Perna Biônica
Bibliografia:
SITES:
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Revista ÉPOCA – 8 de fevereiro de 2010 – “O NOVO HOMEM BIÔNICO” por Peter Moon, Aline Ribeiro e Marcela Buscato.
LIVROS:
Tadeu da Silva, Tomaz (org.). Antropologia do Ciborgue – as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.