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FLATED – FACULDADE LATINO AMERICANA DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
MARLETE CORREA SERRA
A HISTÓRIA DO POVO DO QUILOMBO DO MOCAMBO EM VIANA-MA
VIANA/MA
2015
MARLETE CORREA SERRA
A HISTÓRIA DO POVO DO QUILOMBO DO MOCAMBO EM VIANA-MA
Trabalho de conclusão de curso
apresentado a coordenação do curso de
licenciatura em pedagogia da faculdade
FLATED – FACULDADE LATINO
AMERICANA DE EDUCAÇÃO como
requisito fundamental para a obtenção do
título de pedagogia sob a orientação do
Professor especialista Evaldo Pereira de
Araújo.
VIANA/MA
2015
Serra, Marlete CorreaA história do povo do quilombo do Mocambo em Viana-MA/Marlete Correa Serra.
f. 34
Impresso por computador.Orientador: Evaldo Pereira AraújoMonografia (Graduação) – Faculdade Latino Americana de Educação – FLATED, Curso de Pedagogia, 2015
CDU _________
MARLETE CORREA SERRA
A HISTÓRIA DO POVO DO QUILOMBO DO MOCAMBO EM VIANA-MA
Trabalho de conclusão de curso apresentado
a coordenação do curso de licenciatura em
pedagogia da faculdade FLATED como
requisito fundamental para a obtenção do
título de pedagogo.
Orientador: Especialista Evaldo Pereira de
Araújo.
Aprovada em_____/________________/_____
Banca examinadora:
Professor Orientador: Especialista Evaldo Pereira de Araújo
Faculdade Latino Americana de Educação-FLATED
Membro da Banca Julgadora
Membro da Banca Julgadora
Dedico este trabalho a todas as pessoas
que me ajudaram a realizar e desenvolver
esse tema. Dedico ao meu filho Jhilbermar
Carlos Serra Lobo e meu marido Jhilberto
Carlos Costa Lobo e meus pais José Manoel
Coelho Serra e Marlene da Conceição
Correa e as minhas irmãs e sobrinhos(a),
parentes, também a minha comunidade
(Associação de Remanescentes de
Quilombo dos Moradores e Moradoras do
Povoado de Mocambo) que aqui relata sua
origem.
Obrigado a todos porque cheguei ao meu
objetivo graças a ajuda de Deus e não posso
deixar de dedicar a Ele que me deu força e
vontade para seguir em frente, também aos
meus professores e a todos os quilombolas
que são um povo guerreiro, perseverante e
que tem esperança em viver melhor.
Dedico a memória do meu avô que
faleceu aos 85 anos no ano de 2014 que me
deu conselhos (Caciano Bispo Correa).
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida, pela minha família, pela
oportunidade de cursar a faculdade de pedagogia, que Deus continue me ajudando
cada dia mais me dando força e esperança e vontade para que eu não pare por aqui,
para que eu possa ir adiante, que ele me dê sucesso na minha vida, obrigado Senhor,
ajude para que eu possa me superar e ir além dos meus obstáculos, na vida nada é
fácil conseguir chegar até com muito esforço. Agradeço aos meus pais que nunca me
abandonaram sempre me dando força para ir adiante, sempre me dando conselhos
para eu estudar, agradeço aos meus professores que sempre estiveram ao meu lado
me ajudando, tirando minhas dúvidas, me auxiliando e nunca me abandonaram, me
davam conselhos e agradeço aos meus irmãos que também me ajudaram me dando
forças e agradeço aos meus colegas porque sempre vinham fazer os nossos trabalhos,
cada um compartilhava aprendizado que nós aprendemos e cada um tinha um pouco
de conhecimento e juntávamos esse conhecimento e conseguimos chegar ao nosso
objetivo central. Agradeço as pessoas da minha comunidade que me ajudaram com
seus conhecimentos, respondendo minhas perguntas e eu me aprofundava cada vez
mais nesse tema. Abordei esse tema principalmente por ele falar sobre minha realidade
e descobrir cada vez mais os direitos de cada um.
Obrigado por todos que me ajudaram a realizar este trabalho, finalizo satisfeita
do meu estudo e vejo que valeu apena toda essa caminhada porque cheguei no meu
objetivo final.
Plante sementes de bondade e de amor, mas
não se preocupe com os resultados futuros.
Se não obteve o bem que você esperava ou
se o benefício não provocou a gratidão
desejada, não se aborreça. Ajude e passe
adiante! Lance as sementes ao solo e deixe
que cresçam e frutifiquem segundo as
possibilidades do terreno.
Aguarde o tempo...
Mas, por enquanto, plante as sementes de
bondades e de amor por onde quer que você
passe.
RESUMO
A história dos quilombos é muito antiga. Tudo começou quando um grupo de quarenta
escravos foge de um engenho no sul de Pernambuco, em 1597. Os escravos
caminharam muito, muito mesmo, até que encontraram um excelente lugar. Com
árvores bonitas e muitas palmeiras, deste lugar os escravos podiam ver tudo o que
estava acontecendo ao seu redor. Logo depois da fuga dos escravos, os fazendeiros
que pensavam que eram “donos” deles, procuraram, mas não conseguiram encontrar o
lugar onde os escravos estavam escondidos. Então deram o nome desse lugar de
Quilombo dos Palmares, este foi crescendo e recebendo vários escravos que fugiam da
escravidão. Quem morava lá tinha uma vida diferente. Os moradores plantavam sua
comida, eram organizados e lutavam por sua terra e sua liberdade. As pessoas se
respeitavam. O primeiro rei do Quilombo dos Palmares foi Ganga Zumba.
Logo depois, Zumbi dos palmares tornou-se o mais novo rei. O quilombo precisava ser
protegido e o guerreiro pensou na melhor forma de deixar seus moradores em
segurança. A organização do Quilombo dos Palmares era tanta, que o rei de Portugal
tentou interferir para o fim da organização defendida por Zumbi.
Zumbi foi um homem que lutou por seu sonho, contra o preconceito e a escravidão no
Brasil por toda a sua vida. Seu nome é Zumbi dos Palmares. Não se sabe ao certo o
dia em que Zumbi nasceu, mas sabemos que o ano de 1655 foi um ano especial, afinal
nascia um guerreiro. Mas o pequeno guerreiro foi tirado recém-nascido de sua família,
imaginem que tristeza. Sabe-se que entregaram Zumbi dos Palmares ainda bebê para
o padre Melo, que o educou e o batizou com o nome de Francisco. Nosso guerreiro
teve a oportunidade de estudar português, latim e religião. Mas a saudade da casa foi
ainda maior, e quando Zumbi completou quinze anos, ele fugiu de volta para o
Quilombo dos Palmares.
Porém tempos mais tarde foi eleito o mais novo rei do Quilombo dos Palmares. Zumbi
era um rei destemido, valente e muito organizado. Por essa razão o rei de Portugal
mandou capturá-lo, e no dia 20 de novembro de 1695, aos 40 anos de idade, o
guerreiro foi capturado e muito machucado, não aguentou os ferimentos e morreu.
Mas o dia 20 de novembro não é só tristeza, afinal Zumbi não gostaria disso. Então,
para homenageá-lo, em 1978 foi instituído que a data de sua morte seria considerada o
dia da consciência negra. Assim, não vamos esquecer do Quilombo dos Palmares e
nem de Zumbi, símbolos da resistência e experiência de uma sociedade onde as
pessoas se respeitam e onde as diferenças são motivos para grandes amizades e
aprendizagem.
Palavras-chave: Negros, mocambo, escravos
ABSTRACT
The history of the quilombos is very old. It all started when a group of forty slaves runs
away from a mill in the south of Pernambuco, in 1597. The slaves walked very, very
much, until they found a great place. With beautiful trees and many palm trees, this
place slaves could see everything that was happening around him. Immediately after the
escape of slaves, farmers who thought they were "owners" of them, tried but failed to
find the place where slaves were hidden. So they named this place of Palmares, it was
growing and getting more slaves fleeing slavery. Who lived there had a different life. The
people grew their food, were organized and fought for their land and their freedom.
People respected. The first king of Palmares was Ganga Zumba.
Soon after, Zumbi dos Palmares became the youngest king. The quilombo needed to be
protected and the warrior thought the best way to get your security residents. The
organization of Palmares was such that the king of Portugal tried to interfere to end the
organization advocated by Zumbi.
Zumbi was a man who fought for his dream, against prejudice and slavery in Brazil or
his whole life. His name is Zumbi. No one knows for sure what day that Zumbi was born,
but we know that the year 1655 was a special year, after all was born a warrior. But the
little warrior was taken from newborn to your family, imagine how sad. It is known that
delivered Zumbi as a baby to the Melo priest who raised him and baptized with the
name of Francisco. Our warrior had the opportunity to study Portuguese, Latin and
religion. But the longing for home was even greater, and when Zumbi was fifteen, he
fled back to the Palmares.
But days later was elected as new king of Palmares. Zumbi was a fearless king, brave
and very organized. By that reason, the king of Portugal sent to capture him, and on
November 20, 1695, at 40 years of age, the warrior was captured and hurt, not endured
injuries and died.
However, November 20 is not only sadness, after no Zumbi would like that. Therefore,
to honor him in 1978 was set, as the date of his death would be considered the day of
black consciousness. So, let's not forget the Palmares and no zombie, resistance
symbols and experience of a society where people are respected and where the
differences are cause for great friendships and learning.
Keywords: black, mocambo, slaves
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 11
2. QUILOMBOS .......................................................................................... 12
2.1. Organização, economia e vida .................................................... 12
2.2. Quilombolas ................................................................................. 12
2.3. Características ............................................................................. 12
2.4. Etimologia .................................................................................... 13
2.5. Legislação ................................................................................... 13
3. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ........................................................... 14
4. DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................. 15
5. O ESTADO ............................................................................................. 16
6. CAMINHO USADO PARA A PESQUISA ............................................... 17
7. MOCAMBO ............................................................................................ 18
8. DOS CRIMES E DAS LEIS .................................................................... 21
8.1. Dos crimes e das penas .............................................................. 21
9. DO TRABALHO ...................................................................................... 24
9.1. Dos meios de comunicação ........................................................ 25
9.2. Dos objetivos ............................................................................... 25
9.3. Da organização e competência ................................................... 26
9.4. Do acesso à justiça e à segurança .............................................. 26
10.CONCLUSÃO ......................................................................................... 28
REFERENCIAS BIBLIOGÁFICAS ......................................................... 29
APENDICES ........................................................................................... 30
ANEXOS ................................................................................................ 34
11
1 INTRODUÇÃO
A descrição que seguimos de membros do quilombo Mocambo, mostrar a toda a
importância e o valor que temos pretendendo expor as conquistas do mesmo no meio
econômico, educacional e social.
Desenvolvendo um trabalho sobre suas aplicações, pois o mesmo possui
uma temática rica de conhecimento onde podemos explorar diversos tipos de
conquistas levando a todos o conhecimento da sua origem.
Incentivar a valorização da sua origem, raça e cultura do quilombo
Mocambo proporcionando a todos a oportunidade de socialização, participação e
ampliação dos seus conhecimentos sobre o tema abordado.
No período de formação dos quilombos tinham uma organização parecida com
as aldeias africanas de onde os quilombolas eram originários.
12
2 QUILOMBOS
Os quilombos eram espécies de comunidades compostas por ex-escravos
que fugiam das fazendas na época do Brasil Colonial. O período de maior
formação dos quilombos foi entre os séculos XVI e XIX.
2.1Organização, economia e vida
Os quilombos tinham uma organização parecida com as aldeias africanas,
de onde os quilombolas eram originários, havia uma divisão de tarefas e todos
trabalhavam. Um líder geralmente comandava o quilombo. Viviam,
principalmente, da agricultura de subsistência e da pesca. Podiam viver de
acordo com seus hábitos culturais africanos e praticar livremente seus cultos
religiosos.
2.2Quilombolas
Os quilombolas eram aqueles que habitavam os quilombos, ou seja, ex-
escravos de origem africana que conseguiram fugir das fazendas e engenhos e
buscavam moradia nestes quilombos.
2.3Características
Tradicionalmente os quilombos eram das regiões de grande concentração
de escravos, afastados dos centros urbanos e em locais de difícil acesso.
13
2.4Etimologia
A palavra “quilombo” tem origem nos termos “kilombo” (quimbundo) e
“ochilombo” (umbundo), estando presente também em outras línguas faladas
ainda hoje por diversos povos Bantus que habitam a região de Angola, na África
Ocidental. Porem foi só no Brasil que o termo “quilombo” ganha o sentido de
comunidade autônoma de escravos fugitivos.
2.5Legislação
As comunidades quilombolas, de acordo com certos critérios, podem
pleitear ao Estado brasileiro:
O reconhecimento oficial como comunidade quilombola, pela Fundação Cultural
Palmares;
O título de propriedade de terra, como consta na constituição de 1988
Acesso a projeto de sustentabilidade, preservação e valorização de seus
patrimônios histórico-culturais assegurados nos Artigos 214, 215 e 216 da
Constituição Federal do Brasil.
14
3 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
É dever do estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades,
reconhecimento do cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da
pele, o direito a participação na comunidade, especialmente nas atividades
políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas,
defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais.
A participação da população negra em condições de igualdade de
oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do país será
promovida, prioritariamente por meio de:
I. Inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econômico e social;
II. Adoção de medidas, programas, políticas de ação afirmativa;
III. Promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação
étnica e às desigualdades étnicas em todas as suas manifestações
individuais, institucionais e estruturais;
IV. Implementação de programas de ação afirmativa destinados ao
enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante a educação, cultura,
esportes e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de
comunicação, financiamento público, acesso à terra, a justiça e outros.
15
4 DIREITOS FUNDAMENTAIS
A promoção da saúde integral da população negra priorizando a redução das
desigualdades étnicas e o combate à discriminação nas instituições e serviços
do SUS.
Desenvolvimento de processos de informação, comunicação e educação
para contribuir com a redução das vulnerabilidades da população negra.
A melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS que tange a
coleta, ao processamento e a análise dos dados reagrupados por cor, etnia e
gênero.
Os moradores das comunidades de remanescentes de quilombos serão
beneficiários de incentivos específicos para a garantia do direto a saúde,
incluindo melhorias nas condições ambientais, no saneamento básico, na
segurança alimentar e nutricional e na atenção integral à saúde.
A população negra tem direito a participação de atividades educacionais,
culturais, esportivas e lazer adequados a seus interesses e condições de modo a
contribuir para o patrimônio cultural de suas comunidades e da sociedade
brasileira.
16
5 O ESTADO
O estado brasileiro passou a corrigir a história exclusa das comunidades
quilombolas a partir da promulgação da constituição federal de 1988 por meio
dos artigos 215 e 216, do artigo 68, do ato das disposições constitucionais
transitórias além de reconhecer a contribuição desses grupos para a formação
do patrimônio cultural brasileiro. A carta Magna lançou as bases legais para a
firmação da cidadania desse seguimento da população brasileira ao determinar a
emissão de títulos de propriedade definitivos das terras ocupadas pelos
“remanescentes das comunidades dos quilombos”.
17
6 CAMINHOS TRAÇADOS PARA A PESQUISA
Para saber mais sobre a origem da minha caminhada do lugar onde moro,
onde nasci, onde vivo e também quis aprender mais sobre o que é quilombo, eu
quero qualificar meus aprendizados e mostrar que não preciso ir tão longe para
aprender a abordar um termo interessante, falar os principais textos mostrar
informações onde o interesse é maior, me serviram de base para finalizar de
forma satisfatória o meu trabalho.
Todos nós temos direito de seguir os nossos caminhos, da mesma forma que
os brancos tem direito e liberdade qualquer um pode ter.
Há um número muito grande de analfabetos na minha comunidade, graças ao
EJA esse número está baixando, as crianças estão dedicando em cujo que o
Brasil é uma mistura de povo, sabedoria.
Que a leitura possa entrar mais nas comunidades quilombolas, porque a
leitura nos permite entender melhor o mundo a nossa volta e conhecer melhor,
também quem somos é por meio da leitura que nossos conhecimentos são
amplificados.
18
7 MOCAMBO
Os moradores mais antigos do Mocambo para falar sobre seus ancestrais.
Raimunda da Conceição Mendes e Ângela Mendes Beatiz Costa sedo esses
apenas auxiliando a Sra. Severa Mendes a moradora mais velha da comunidade.
Povoado de Mocambo é uma faixa de terra habitada por negros, que no
passado servia como esconderijo na fuga dos escravos das garras dos senhores
de engenho.
Segundo a Sra. Severa Mendes, o povoado recebera esse nome em virtude
de ter sido um quilombo daí o nome Mocambo.
O povoado surgiu por volta de 1865, período em que os negros ainda eram
tratados como objetos, este povoado passa um rio que recebe o nome de “Rio
Grande” que nasce no povoado São José de Romão Barros, atravessando
inúmeros povoados e desaguando no Rio Bacabá em Vila Nova, suas terras são
planas, existindo apenas um oiteiro com uma grande variedade de palmeiras
com uma vegetação típica da floresta amazônica, palmeiras de babaçu e arvores
como pequizeiros, mangueiras, dentre outras.
A fauna do passado era riquíssima existindo onças, macacos, veados,
capivaras, porcos-espinhos, cutias, coelhos e tantos outros.
Língua falada sempre foi o português que predomina nos dias hoje na
comunidade.
Segundo os moradores existiu um viajante que passa na calada da noite
dando gritos assustadores saindo do poção de preto.
O grande festejo da comunidade de Mocambo é o de São Benedito realizado
no dia vinte e quatro de dezembro, esta é uma tradição deixada pelos primeiros
moradores, iniciada na época do Sr. Sebastiano Mendes, pai da Sra. Ercilia
Sarapeana Mendes.
19
Hoje a festa do divino Espirito Santo e tambor de mina é feita pela Sra.Severa
Mendes, neta do Sr. Sebastiano Mendes, permanecendo o estilo da época do Sr.
Sebastiano, o baile de dança sofreu alterações que antes era tocado ao som da
rabeca, que atualmente é tocado ao som de radiola.
Há danças folclóricas do povoado de Mocambo são as deixadas pelos seus
ancestrais, sendo: forró de caixa a dança do caroço.
Os mais jovens continuam cultivando e incentivados pelos pais, mas também
nos dias atuais participam de bailes de reggae e carnaval, forro e outros, além
das danças folclóricas a comunidade tem a comedia que é um tipo de
dramatização, onde as personagens aparecem encenando e versando ao
mesmo tempo. Além disso praticam como fazer o jogo de futebol de campo,
dominó, bilharina, baralho atualmente são praticados nos finais de semana.
Outrora, a grande sensação era o jogo de pião que praticavam durante a
quaresma e sexta-feira santa.
O povoado guarda dos seus colonizadores a pratica religiosa, sendo a
religião católica a única existente.
Os primeiros moradores já pensavam em aprender a ler e a escrever mas só
conseguiram esse privilégio com o fim da escravatura, anos depois o Sr.
Sebastiano Mendes conseguiu trazer para o povoado a Sra. Júlia Cearense para
dar aulas na casa dele para seus filhos. Outras pessoas se interessaram
também e colocaram seus filhos para estudar, esta era paga pelos pais dos
próprios alunos iniciando assim um processo cooperativo, dessa forma iniciou a
primeira escola do povoado quilombo.
Somente na década de oitenta a prefeitura passou a pagar os professores
para as comunidades, no ano de 1998 foi implantado o programa escola/ativa
especifica para escolas multisseriadas rurais.
A comunidade se mantia informada por meio de rádio e telefone que ficava
no Povoado de Vila Nova s 6 km de distância, isso quando não era feita na sede
do município.
20
A comunidade trabalha com agricultura de plantações de milho, arroz, feijão,
mandioca, dentre outras. A agricultura é de subsistência, quando a safra
apresenta uma produtividade é feita uma comercialização. A farinha ainda é feita
de forma artesanal.
A comunidade em 2003 recebeu ema escola de alvenaria, em 2004 um posto
de saúde, casas feitas por projeto em 2007, energia do projeto luz para todos e
um poço artesiano.
Este povoado está localizado a 35 km da sede do município, limitando-se ao
norte com o povoado de Vila Nova, ao sul com o povoado de Poção Grande, ao
leste com São Manoel, ao oeste com Aguiar.
Ainda existe na comunidade parteiras leigas que mesmo nos dias atuais
salvam muitas vidas, mas no dias atuais com os avanços da tecnologia na
comunidade existe o posto de saúde, que toda a semana por dois dias vem uma
equipe com médicos, enfermeiras, técnicas em enfermagem e agentes
comunitários de saúde para dar assistência na comunidade que possui
atualmente um total de 87 famílias.
Mocambo significa lugar em floresta onde os escravos que hoje são os
quilombolas, se refugiavam. Mas hoje o povoado Mocambo é diferente do que
era antes, hoje o povoado possui casas de tijolos e algumas de taipa, temos um
posto de saúde, escola porém, só vai até o 5º ano mas com uma educação
capaz de transformar os alunos, também temos uma caixa de água disponível
aos moradores, temos terreiros de umbanda, igrejas, comércios, campo de
futebol.
Existem pessoas mais velhas que já moram na comunidade a mais tempo
que conhecem mais a história de Mocambo entre elas está o senhor Leocadio
pai de uma grande família com filhos, netos, bisnetos e outros parentes.
Temos como meio de sobrevivência, a roça dos homens e as quebras de
coco das mulheres, na roça planta-se mandioca, milho, arroz, melancia, maxixo
21
e quiabo tudo para comer e vender temos casas de forno aonde mechem farinha
que é um processo bastante demorado e depois vendem em Viana.
Os quilombolas são na verdade os descendentes dos escravos, um ritmo
musical que prevalece no Mocambo é o reggae que vem da África. Os
quilombolas estão relacionados também com os índios estima-se que haja
atualmente 1.700 comunidades remanescentes ao tornar-se legado cultural mais
próximo das instituições de ensino.
Em relação aos negros, a escravidão é analisada e estudada, mas há
pouca atenção para os descentes quilombolas.
8 DOS CRIMES E DAS LEIS
A revolta dos pretos de Viana enquadrava-se no creme de insurreição com
base no artigo 113 do código criminal do Império de 1830.
Julgar-se-á cometido esse crime reunindo-se um ou mais escravos para
haverem a liberdade por meio da força. (caleco das leis dom Império do Brasil
1832).
Constava no despacho de sustentação de pronúncia dos autos-crimes de
execução e cumprimento de sentença dos escravos condenados em Viana em
novembro de 1868.
“Tais escravos cometeram o crime de insurreição previsto pelo artigo 113 do
código criminal”.
A lei Nº 4 de janeiro de 1835 determinava as pessoas com que deveriam ser
punidos os escravos que matassem, ferissem ou cometessem outras qualquer
ofensa físicas contra seus senhores, estabelecendo regra para o processo.
8.1Dos crimes e das penas
22
Sabe-se que a 28 de março de 1868 foram pronunciados trinta e seis
escravos à prisão e livramento, pelo crime de insurreição, por se acharem em
cursos na pena do artigo 113 do código criminal. Sendo acusado como cabeça
por terem dirigido o fogo e assistido aos roubos.
O livre Joaquim Calisto foi pronunciando como cabeça no grau máximo, com
base no artigo 114 do código criminal que previa.
As penas previstas no código criminal aos cabeças da insurreição.
No grau máximo- Morte
No grau médio- Galés perpétuas
No grau mínimo- Quinze anos de galés
As mãe- Açoites
Joaquim Calisto seria condenado à morte e os demais cabeças as galés
perpetuas.
As penas de galés previam no artigo 44 do código criminal que os réus
estariam sujeitos.
As penas de galés nunca seriam impostas, de acordo com o previsto no
artigo 45.
As mulheres, aos menores de vinte e um e maiores.
Nesse caso apenas seria substituída pela pressão como trabalho pelo
mesmo tempo de conformidades com o artigo 46 que previa.
Tendo os escravos aquilombados no Mocambo São Benedito em números de
mais de duzentos ao mês de julho do ano próximo sendo se insurreiçado
cometidos além desses roubos, ferimentos e assassinatos em diversos lugares
como nas fazendas santa Bárbara, Timbó, Santo Inácio e também na vila Nova
23
de Anadia batendo até com armas de fogo, lanças e facões as forças não só
mandadas pela autoridade.
Se os escravos quilombolas no Mocambo São Benedito virão ao centro desta
cidade, cercando as fazendas Santa Bárbara, Timbó e Santo Inácio, e as
proprietários e administradores expulsaram, prenderam, espancaram e
ameaçaram de matar apontados com armas carregadas sobre o peito deles.
Proclamando, e dando vivas a liberdade e se em Vila Nova de Anadia além de
roubarem, mataram um homem livre.
Os insurreicionados obrigaram por meio de ameaças e da força Placidio
Mello dos Santos escrever as autoridades desta cidade, exigindo a liberdade dos
escravos, e quando não fosse dada, veriam dentro desta mesma cidade no dia
quinze do mês de julho de mil oitocentos e sessenta e sete (1867) matar todos
os brancos e outras pessoas que irão protegidos por outros brancos. Voltaram
para o mocambo, levaram armas de fogo, pólvora e chumbo.
Cafuz Manoel, Joaquim Ferreira negociava com os mocambeiros de São
Benedito, fornecendo pólvoras, chumbo, fazendas e armas trabalhando os
mocambeiros em roças para o dito Ferreira e se este avisou aos mocambeiros
de que ia tropas desta cidade e de São Bento bate-los.
Finalmente a passagem desta cidade para o mocambo São Benedito era pela
casa de forno do mencionado Manoel Joaquim, onde havia uma pegada, pela
qual os escravos insurreissados transitavam, Viana vinte e dois de janeiro de mil
oitocentos e sessenta e oito (22/01/1868).
Cafuz ia a um mocambo fazer festas e levar escravos apadrinhados que de lá
fugiam e de que os mocambeiros trabalhavam para ele em roças e dava-lhes um
pagamento, fazendas, pólvora e armas e até ia mocambo por várias vezes avisá-
los que ia a tropa bate-los.
O almanaque do Maranhão registrava no ano de 1866, que o serviço de
guarnição na província, por causa da guerra do Paraguai, era feito por
destacamento da guerra nacional.
24
O presidente da província do Maranhão Lafayete Rodrigues Pereira,
comunicava em 13 de setembro ao ministro e secretário do estado dos negócios
da justiça, conselheiro José Tomás Nabuco de Araújo. O Maranhão passara a ter
uma população escrava superior em números á livre, constituíra um perigo
iminente.
Informava que na capital existiu pretos livres que sabiam ler sofrivelmente e a
quem não eram estranhos as ideias, que naqueles tempos se tinham
manifestados em favor da emancipação dos escravos.
O quilombo começou a ser batido no dia 17 de corrente (1867) ficando
aniquilado até o dia 20, quando se reteram as forças do Governo. Os
quilombolas evacuaram ao que parecem a aproximação destas, exceto uns 4 ou
5 que foram perseguidos.
Consta que fugiram para as bandas do Rio Paraná e há ordens para ir-se seu
encalço. O guia da diligência é um escravo de nome.
25
9 DO TRABALHO
A implementação de políticas voltadas para a inclusão da população negra no
mercado de trabalho será de responsabilidade do poder público, observando-se.
Os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção
Internacional sobre Eliminação de todas as formas de Descriminação Racial, de
1965;
Os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a convenção nº111 de
1985, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da
descriminação no emprego e na profissão.
O poder público promoverá ações que assegurem a igualdade de
oportunidades no mercado de trabalho para a população negra inclusive,
mediante a implementação de medidas visando à promoção da igualdade nas
contratações do setor público e o incentivo à adoção de medidas similares nas
empresas e organizações privadas.
A igualdade de oportunidades será lograda mediante a adoção de políticas e
programas de formação profissional de empregos e de geração de venda
voltados para a população negra.
Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena produção, nos meios
rurais e urbanos, com ações afirmativas para mulheres negras.
O poder público promoverá campanhas de sensibilização contra a
marginalização da mulher negra no trabalho artístico e cultural.
O poder público promoverá ações com o objetivo de elevar a escolaridade
profissional nos setores da economia que contem com alto índice de ocupação
por trabalhadores.
26
9.1Dos meios de comunicação
A produção veiculada pelos órgãos de comunicação valorizará a herança
cultural e a participação da população negra na história do país.
Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas à veiculação pelas
emissoras de televisão e em salas cinematográficas o disposto no artigo 44.
Os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autarquia ou
fundacional, as empresas públicas e as sociedades de economia mista federais
deverão incluir cláusulas de participação de artistas negros nos contratos de
realização de filmes, programas ou quaisquer outras peças de caráter
publicitário.
Os órgãos e as entidades de que trata este artigo incluirão, nas
especificações para contratação de serviços de consultoria, conceituação,
produção e realização de filmes, programas ou peças publicitárias, a
obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades de emprego para as pessoas
relacionadas com o projeto ou serviço contratado.
Entende-se por prática de iguais oportunidades de empregos o conjunto de
medidas sistemáticas executadas com a finalidade de garantir a diversidade
étnica, de sexo e de idade na equipe vinculada ao projeto ou serviço contratado.
A autoridade contratante poderá, se considerar necessário para garantir a
prática de iguais oportunidades.
9.2Dos objetivos
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Promover a igualdade étnica e o combate ás desigualdades sociais
resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações afirmativas;
Formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a
promover a integração social da população negra;
Descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos
estaduais, distrital e municipais;
Articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade
étnica;
Garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das
ações afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas.
9.3Da organização e competência
O poder Executivo Federal elaborará plano nacional de promoção da
igualdade racial contendo as metas, princípios e diretrizes para a implementação
da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR).
E o poder Executivo Federal autorizado a instituir fórum intergovernamental
de promoção de igualdade étnica, a ser coordenado pelo órgão responsável
pelas políticas de promoção da igualdade étnica, com o objetivo de implementar
estratégias que visem à incorporação da política nacional de promoção da
igualdade étnica nas ações governamentais de estados e municípios.
O Poder Executivo priorizará o repasse dos recursos referentes aos
programas e atividades previstos nesta lei aos Estados, Distrito Federal e
Municípios que tenham criado conselhos de promoção de igualdade étnica.
9.4Do acesso à justiça e a segurança
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O poder público federal instituirá na forma da lei e no âmbito dos poderes
Legislativos e Executivo, ouvidorias permanentes em defesa da igualdade racial,
para receber e encaminhar denúncias de preconceito e descriminação com base
em etnia ou cor, e acompanhar a implementação de medidas para a promoção
da igualdade.
É o assegurado ás vítimas de descriminação étnica o acesso aos órgãos de
ouvidoria permanente, á defensoria pública, ao ministério público e ao poder
judiciário, em todas as suas instâncias para a garantia do cumprimento de seus
direitos.
O Estado assegurará atenção às mulheres negras em situação de violência,
garantida a assistência física, psíquica, social e jurídica.
O Estado adotará medidas especiais para coibir a violência policial incidente
sobre a população negra.
O Estado adotará medidas para coibir atos de descriminação e preconceito
praticados por servidores públicos em detrimento da população negra,
observando, no que couber, o disposto na Lei Nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989.
Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de lesão aos interesses
da população negra decorrentes de situações de desigualdades étnica, recorrer-
se-á, entre outros instrumentos, à ação civil pública, disciplinada na Lei Nº 7.347
de 24 de julho de 1985.
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10 CONCLUSÃO
Conclui meu trabalho com total responsabilidade e gostei muito de ter participado
dessa faculdade que na verdade só abriu meus conhecimentos, os quais aumentaram
mais ainda, tornando minha vida cada vez mais cheia de saberes e aprendizados.
E vejo que valeu muito ter passado todo esse tempo, não me arrependo
de nenhum momento, agora o coração começou a bater a mil, pois todo tempo
que gastei na minha faculdade se resumiram numa só opção, quero aproveitar
cada momento para refletir e pensar novas coisas e não só pensar, mas realizar,
pois assim foi com minha faculdade, pensei e realizei e aqui estou para dizer que
em todos esses anos passaram tão rápido que nem pareceram quatro anos de
faculdade, mas sim quatro anos de esforço e superação, agora terei o meu
grande prêmio, a minha formatura e não só esse prêmio minha função de
pedagoga.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAUJO, Mundinha. Insurreição de escravos em Viana – 1867/Maria Raymunda
Araujo. - 2ª Edição - São Luís: Edições AVL, 2006.
QUIROZ, Suely Robles Reis de. Escravidão negra no Brasil. São Paulo: Ática, 1987.
PINAUD, João Duboc et al. Insurreição negra e justiça. Rio de Janeiro: Ed. Expressão
e Cultura/OAB-RJ, 1987.
MARIN, Marilú Favarin. Trabalho escravo, trabalho livre. São Paulo: FTD, 1999.
QUEVEDO, Júlio. A escravidão no Brasil: trabalho e resistência. São Paulo: FTD,
1999.
MUNANGA, Kabengele. Para entender o negro no Brasil de Hoje: História, realidades, problemas e caminhos. São Paulo: Global, 2004.
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APÊNDICE A – Moradores do Povoado Mocambo
32
APÊNDICE B – Moradores do Povoado Mocambo
33
APÊNDICE C – Moradores do Povoado Mocambo em atividades rurais
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APÊNDICE D – Moradores do Povoado Mocambo em atividades rurais
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ANEXO A – Estatuto da associação de remanescente de quilombo dos moradores e
moradoras do povoado Mocambo II do município de Viana-MA - Arquim