Download - Revista Portal dos Condomínios - mar/abr
Quando o so
Distribuição gratuitaAno 09 . Nº 101Mar/Abr de 2013
O seu condomínio em revistaPORTAL DOS CONDOMÍNIOS
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á
QuanDo o sonhovira PesaDeloConheça casos de pessoas que compraram imóveis na planta e se deram mal. E outras que utilizaram a tecnologia para resolverer a situação.
2 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
3Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
Quem é APÊ ZeRO 1?
Marcas estão sujeitas a mudanças e muita das
vezes no próprio nome, mas o DNA de uma empresa
nunca deve perder sua essência. Para esta publicação,
que iniciou sua trajetória em formato de jornal, pas-
sou para revista, se especializou em informações de
condomínios, honrou com seus compromissos co-
merciais e conquistou credibilidade, está na hora de
uma nova, grande e positiva mudança!
A necessidade de renovação bateu à porta. As
reportagens precisavam de uma nova visão e abor-
dagem. O design gráfico, também. E, por que não,
alterar o nome da revista para facilitar a assimilação?
No campo editorial, sabemos que, com a facili-
dade de acesso à informação, cada vez mais devemos
tratar o conteúdo de uma mídia com cuidado, rele-
vância e ineditismo. Por isso, desde que mudamos
para o formato revista, aprofundamos nas reporta-
gens sobre condomínios. Viramos referência no mer-
cado. Agora, o desafio é continuar carregando essa
responsabilidade e oferecer outras editorias dentro
da revista, para suprir uma necessidade grande que
encontramos: o público que não está interessado em
assuntos condominiais, mas preza por informação de
qualidade e instrutiva.
Redação: Rua das Pitangueiras, 652 - Jd. Pitangueiras
CEP.13206-716 - Jundiaí / - Tel: 4522-2142
A revista é um produto da io! comunica
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Jornalista Responsável: Rodrigo Góes. MTB: 41.654
Designer Gráfico: Paloma Cremonesi
Arte Final: Paloma Cremonesi, Jonas Junqueira e
Camila Godoy
Web: Michel Silva
Reportagens: Vivian Lourenço MTB: 57471
Ilustração e Redes Sociais: Rafael Godoy
Planejamento: Júlia Hirano
Estagiário: Paulo Toledo
Tiragem: 10.500 exemplares.
Entrega: Mala direta e direto em caixa de correio,
mediante protocolo para moradores de condomínios
constantes em cadastro do Portal dos Condomínios.
Caso ainda não receba e queira o exemplar em seu
condomínio, ligue para 11. 4522-2142.
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade
do autor e não representam o pensamento a revista.
Site: www.condominioemrevista.com.br
Twitter: @pcondominios
Facebook: Portal dos Condominios
Blog: http://portaldoscondominios.wordpress.com
EXPEDIENTE
NA WEB
ASSOcIADO
Por este motivo, a partir da próxima edição
você receberá uma revista com muito mais edi-
torias. Serão reportagens de diversos temas e fi-
nalidades, aproximando o seu dia a dia da nossa
publicação. E convidando você a participar, seja na
edição impressa, seja na virtual.
A nova revista também vem para receber uma
injeção de ânimo com uma nova identidade visual.
O projeto gráfico será moderno, atraente e de fácil
assimilação. Separaremos os anúncios, ao máximo,
do conteúdo editorial, reservando mais espaço para
as mentes criativas da revista expor seu trabalho.
E a maior surpresa será a despedida do nome
Portal dos Condomínios. Ele ficará na história, muito
bonita e conquistada em 10 anos, deixando lugar para
a revista aPÊ Zero 1, que continuará sendo o seu con-
domínio em revista. Continuará sendo a melhor revista
dirigida e gratuita de Jundiaí e Região!
aPÊ Zero 1 indica energia na área de comunica-
ção. E vamos direcionar essa energia para oferecer o
melhor conteúdo editorial possível para você, mora-
dor de condomínio. Aguarde, são apenas 60 dias para
a próxima edição. Vem aí aPÊ Zero 1. Confira a nova
marca na página 24.
EDITORIAL ÍNDIcE
* Home Office
* Condomínio pode divulgar
inadimplente?
* Portal Debate: as dúvidas
do seu condomínio
* Capa: a compra do
imóvel na planta
* Novidade: Portal muda
o nome para APÊ ZERO 1
* Terrário
PARA ANUNCIAR11 4522.2142 | 4521.3670atendimento@ condominioemrevista.com.br
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4 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
Que tal trabalhar sem sair de casa?
Decoração & Design
Div
ulga
ção
Por Vivian Lourenço
Enfrentar trânsito pesado, congestionamento,
acordar horas mais cedo para não chegar atrasado
ao trabalho, procurar vaga para estacionar; tudo
isso desanima muita gente. Quem nunca acordou
e pensou em telefonar para o chefe falando que ia
trabalhar em casa? De pijama, sem passar estresse
para chegar ao escritório e com a internet, não fica
difícil ter em casa o mesmo ambiente do trabalho.
Por isso, muitos brasileiros optam por uma ten-
dência mundial, o Home Office, e estão adaptando
pequenos espaços dentro de casa para montar o
escritório. Trabalhar sem sair de casa faz os olhos de
muita gente brilhar, porém, é preciso seguir algumas
regras e não misturar vida pessoal e profissional.
Além de mais qualidade de vida, participar da
rotina familiar é o que mais pesa para quem opta
por esse estilo de trabalho. Uma pesquisa realiza-
da por uma consultoria internacional, com 24 mil
profissionais, de 90 países, mapeou os três maiores
obstáculos para quem trabalha em casa e no Bra-
sil. As maiores dificuldades são os filhos, falta de
concentração e exigência de atenção por parte da
família ou animais de estimação, o que acaba atra-
palhando, por exemplo, as ligações telefônicas.
Para quem pensa em adotar esse estilo de tra-
balho, a arquiteta Carol Abumrad explica que não
é necessário dispor de uma área muito grande. “O
Home Office pode ser montando em um cômodo
da residência, ou adequando o tamanho dos mó-
veis a um espaço disponível, que pode ser em um
canto da sala ou dormitório“.
O mais comum é montar o Home Office no
quarto, o que pode acabar sendo tentador, princi-
palmente para os cochilos ou a dispersão da aten-
ção. Para deixar o local com cara de escritório, Carol
recomenda alguns móveis básicos, como, no míni-
mo, uma bancada bem iluminada com espaço que
você possa escrever ou apoiar eletrônicos, como
notebook, impressora, telefone. Não se esqueça de
pensar também no conforto, o ideal é ter uma ca-
deira ergonômica.
Nada de dividir o espaço com outras pessoas,
como os filhos, por exemplo. É preciso deixar cla-
ro que ali é um local de trabalho e não de diver-
são. Você pode usar uma parede ou divisória para
delimitar a área. Agora se a pessoa não achou um
espaço definitivo para montar o Home Office, a so-
lução é colocar algumas prateleiras para guardar o
essencial e usar uma mesa dobrável, por exemplo.
Para decorar o escritório, Carol aconselha usar
cores claras. “É legal escolher um ambiente com
ventilação e iluminação de pre-
ferência naturais. Indispensável,
também, ter tons agradáveis aos
olhos e evite as cores fortes. O
ideal é mesclar e utilizar de uma
iluminação suave com os tons
claros”.
Você pode começar mon-
tando uma bancada com altura
total entre 72 e 74
cm, do chão, com
cadeira ergonômi-
ca para proporcio-
nar uma postura
correta e pratelei-
ras que podem ser
em cima da ban-
cada, para guardar papéis e materiais de escritó-
rio. “Não se esqueça das instalações elétricas dos
equipamentos e a altura ideal dos mesmos”, explica
Carol.
Como geralmente as salas são maiores que os
dormitórios, Carol dá a dica de ter um Home Office
integrado com a sala. “Faça dele uma continuação
de sua sala. Use os mesmos acabamentos nos mó-
veis, tapete, pendente sobre a mesa, cortina etc.”,
assim será possível criar um ambiente profissional,
sem dispersão.
Depois de montar o espaço, é preciso ter cons-
ciência da rotina. Trabalhar em casa é tentador e
não fica difícil focar as atenções em qualquer ou-
tra coisa, que não o trabalho; principalmente para
quem tem filhos em casa, que demandam mais
atenção. Então nada de visitar a geladeira o tempo
todo, ou sair pra fazer compras de tarde, e com-
pensar as horas de trabalho depois.
A psicóloga Luciane Rossi Alves explica que,
para poder criar uma rotina em casa, é preciso que
a pessoa compreenda o sentido do trabalho. “Pois
somente criamos rotina a partir de algo que faz
parte de nossa vida e, principalmente, ter em men-
te que é preciso valorizar a sua atividade”, ressalta
Luciane.
Toda facilidade de trabalhar em casa, no entan-
to, não pode tirar o senso de responsabilidade da
pessoa. Ela precisa organizar a sua rotina mais do
que quando se deslocava até o ambiente de traba-
lho. “A casa oferece muito mais possibilidades de
não conseguir se adequar”
Luciane ressalta que começar a trabalhar em
casa não é das tarefas mais simples. “Muitas coisas
poderão atrapalhar na organização e no andamen-
to do processo como: não conseguir impor limites
nas pessoas da casa, principalmente nos filhos, nas
atividades cotidianas, nos afazeres, nas distrações
e principalmente se a pessoa não perceber que ela
que precisará se limitar e muitas vezes se cobrar”.
Por isso é tão importante definir uma rotina,
como se estivesse trabalhando fora de casa; delimi-
tar o tempo entre trabalho e questões domésticas,
é fundamental. “Caso a pessoa tente trabalhar e
ao mesmo tempo resolver problemas da casa, isto
pode atrapalhar. Os adeptos a mudanças vão ter
mais sucesso na nova empreitada”, revela a psicólo-
ga. Porém, se você tem dificuldade, fique tranquilo,
que, segundo Luciane, com um pouco de treino e
dedicação, é possível aderir a esse modelo de traba-
lho. “O erro mais comum destas pessoas é misturar
o profissional com o pessoal e se perder neste pro-
cesso”.
Mais do que reduzir o estresse e aumentar a
qualidade de vida, trabalhar em casa requer disci-
plina; a pressão do dia a dia continua a mesma e
as cobranças também. Por isso se organize, crie um
ambiente adequado e desfrute de todas as vanta-
gens que o Home Office possui.
5Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
6 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
VIVER EM cONDOMÍNIO
O CONDOMÍNIO PODE DIVULGAR AS UNIDADES INADIMPLENTES?
Sempre vimos com muita cautela a questão da cobrança da contribuição condo-minial, considerando o modo como ela é re-alizada e especialmente quanto a divulgação da inadimplência ou aplicação de restrições de uso de áreas comuns por condôminos inadimplentes.
Nossa legislação é muito clara ao deter-minar que “na cobrança de débitos, o con-sumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça” (artigo 42 CDC).
Este mandamento trazido do Código de Defesa do Consumidor tem orientado mui-tas decisões com relação aos condomínios, embora não exista relação de consumo en-tre condômino e condomínio. O cuidado nos levou a sempre indicar que fosse divulgada apenas a quantidade de unidades inadim-plentes e o valor da inadimplência, pois qualquer outra forma que pudesse levar a identificação do inadimplente poderia lhe trazer uma exposição ilegal, surgindo assim o dever do condomínio em indenizar o ofen-dido.
Como sabemos, o condomínio funciona por um rateio de despesas, todos devem contribuir na justa medida para que tudo funcione em benefício coletivo. Quando al-guém deixa de contribuir surge o desequilí-brio e, aqueles que pagam, acabam pagan-do por aqueles que não contribuem, mas continuam desfrutando de tudo o quanto o condomínio oferece até que a situação se torna insustentável e demasiadamente one-rosa para aqueles que mantém suas contas em dia.
Sempre nos pareceu uma situação muito perversa esta de “carregar o inadimplente nas costas” e nem ao menos poder divul-gar aos demais “sócios” que pagam a conta quem é que está a onerar a situação. Mas a legislação acabou por beneficiar os maus e prejudicar os bons. É claro que existem inadimplentes que passam por momentos difíceis na vida que as vezes os conduz à beira da insolvência civil, mas estes sempre que se recuperam procuram saldar seus
débitos. Nossa preocupa-ção é com aquele vizinho que não paga o con-domínio e troca de carro todo ano, vive adquirindo novos eletrodomésticos e sempre tem umas cai-xinhas de “pizza delivery” no seu lixo.
O novo Código Civil de 2002 trouxe às claras as obrigações do síndico elencadas no artigo 1348 e dentre elas cita a obrigação de cobrar dos condômi-nos suas contribuições condomi-niais e também a de dar ciência à assembleia de quaisquer processos administrativos ou judiciais de inte-resse do condomínio.
Se o síndico não comunica a adoção de atitudes de combate à inadimplência ou não adota atitudes para cobrar importâncias devidas ao con-domínio, pode ser responsabilizado por sua omissão. Como poderia então o síndico cumprir sua missão de informar os demais condôminos sem cair no risco de expor o condomínio a ações de indenização por dano moral que agravariam ainda mais a situação financeira, sobrecarregando os a-dimplentes com o custeio de vultosas quan-tias?
Em consulta à doutrina e a jurisprudên-cia (que é o entendimento de nossos tribu-nais) pudemos encontrar alguns ensinamen-tos como o de Hamilton Quirino Câmara que diz:
“Não configura dano moral a mera indi-cação das unidades que se encontram em débito em um condomínio. Pelo contrário, o síndico tem o dever de prestar contas, sendo obrigado a sempre informar a relação das unidades devedoras. O que poderia em tese constituir dano moral seria a exibição do nome do devedor de forma destacada em quadros de avisos, vindo a comprovada-mente causar-lhe vexames e constrangimen-tos. Note-se que a obrigação do condômino é pagar sua cota-parte, e não usar a descul-
pa da divulgação para fugir à responsabili-dade, pois hoje existe uma verdadeira indús-tria de dano moral.” i
Ainda a reforçar tal assertiva o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: “Não constitui abuso ou exposição ao ridículo a simples inclusão do nome do condômino no rol dos devedores, nos balancetes mensais, não justificando cobrança de indenização por danos morais. A revelação de devedores é obrigação e não existe prova de que o réu tenha obrado com intuito de submeter o condômino à situação vexatória. Aliás, de igual intensidade é o sentimento daquele que paga suas obrigações em dia, mas se vê obrigado a suportar no rateio da parte dos inadimplentes.” ii
Ou ainda mais: “A inclusão do condômi-no em débito na lista de inadimplentes con-figura mero exercício regular de direito, por-quanto visa à preservação dos interesses da coletividade condominial.” iii
Como pudemos notar, alguns julgadores admitem até a divulgação do nome do de-vedor, desde que esta divulgação não ultra-passe os limites da informação restrita aos demais condôminos e a estrita finalidade de noticiar acerca da realidade financeira do condomínio. Por outra sorte, encontramos
7Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
também decisões judiciais que condenam o condomínio em dano moral por divulgação do nome e não somente da unidade: “A pre-texto de obrigá-los a efetuar o pagamento dos débitos condominiais em atraso, o ape-lante expôs os autores, de forma absolu-tamente desnecessária, submetendo-os a vexame e afrontando sua honra subjetiva.” iv
Voltamos então ao dilema: como pode-ria o síndico cumprir sua missão de informar os demais condôminos sem cair no risco de expor o condomínio a ações de indenização por dano moral?
Por tudo o quanto pudemos pesquisar e concluir, salvo melhor juízo, a maneira mais adequada seria a divulgação restrita ao bo-leto mensal citando apenas a unidade deve-dora, pois a natureza do débito condominial vincula a obrigação à unidade devedora. É o quê chamamos em direito de “propter rem”,
que podemos traduzir livremente como “próprio da coisa”, ou seja, quem é inadim-plente é a unidade e não a pessoa.
Explicando melhor: quando alguém vende uma unidade condominial o débito não acompanha a pessoa e sim permanece sobre a unidade nascendo assim para aquele que seja o possuidor da unidade no momento da, seja proprietário, locatário ou comodatário, obrigação de pagar, mesmo porque essas situações são transitórias, es-pecialmente pelo fato de que os contratos de locação se findam mais cedo ou mais tarde e os negócios de compra e venda tam-bém fazem com que proprietários se alter-nem na titularidade do bem.
Desta maneira, acreditamos que seja possível dar conhecimento à comunidade condominial esclarecendo aos condôminos adimplentes quais são as unidades inadim-
plentes, por qual período se encontram de-vedoras e qual o valor do débito, desde que se faça com parcimônia seguindo a cautela de preservar a identidade do devedor divul-gando apenas o número da unidade no bo-leto mensal.
* Carlos Eduardo Quadratti, advogado especializado em direito condominial e de vizinhança, jornalista articulista inscrito no MTB 0062156SP.
i Câmara, Hamilton Quirino. Condomínio Edilício - Manual Prático de Perguntas
e Respostas, 2ª edição revista e atualizada, editora Lúmen Juris, 2007, pág. 223.
ii Ap. c/ Rev. 1.165.120-00/8 32ª Câmara Rel. KIOITSI CHICUTA - J. 15.05.08.
iii Ap. nº 0014767-60.2010.8.26.0562, 26ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des.
ANTÔNIO NASCIMENTO, j. em 30.11.2011.
iv APL 1708194920098260100 SP 0170819-49.2009.8.26.0100, Paulo Alcides,
06/10/2011, 6ª Câmara de Direito Privado, Publicação: 13/10/2011.
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8 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
PORTAL DEBATE
Edson Alexandre Gallera: Quando o inquilino
recebe uma multa, deve-se mandar algum comuni-
cado para o proprietário, para o mesmo ficar ciente
do que aconteceu ?
Portal Debate: Normalmente as multas se
referem à conduta do morador, mas como acabam
recaindo sobre a unidade condominial seria pru-
dente encaminhar cópia ao proprietário do imóvel,
pois este pode vir a ser compelido ao pagamento
desta no futuro. Ademais é interessante para o con-
domínio dar ciência ao locador sobre a conduta do
locatário, pois existem fatos que podem até mesmo
culminar com a rescisão do contrato de locação, seja
por parte do próprio locador ou por pedido do con-
domínio.
João Cláudio dos Anjos Rodrigues - Con-domínio Villaggio di Firenze: Pode-se protestar
um boleto em separado para cobrir despesas
aprovadas em assembleia para cobrir garagem
em vagas indeterminadas?
PD: O protesto do boleto de condomínio está
previsto na legislação paulista (Lei nº 13.160/2008)
e desde que siga os pressupostos legais poderá ser
efetivado.
Elisângela Massucati, Ed. Névio Borgonovi: Pretendemos fazer reforma em nosso condomínio,
a qual compreende serviços de pintura na parte
externa. Há um mês, chamei um engenheiro para
elaborar um laudo técnico para solicitarmos os orça-
mentos. Ao comunicar o vizinho do condomínio, o
mesmo informou que, para o engenheiro descer na
parede que faz divisa com a edificação dele, seria ne-
cessário a permissão dele com dia e hora marcados.
E a pintura ele disse que eu teria de justar um preço
contratualmente pelo fato de usar o espaço dele
também. Enfim, com isso, as minhas dúvidas são as
seguintes: Ele pode impedir que eu realize a obra de
pintura? Como faço para pintar a parede que faz di-
Dúvidas de moradores e síndicos expostas aqui, para você
visa com ele? Afinal, qualquer coisa como lavagem,
pintura, andaime ou cadeirinha, ficarão rente a edi-
ficação dele. Preciso pagar por utilizar esse espaço?
O que fazer para não ter dor de cabeça com esse
vizinho?
PD: Sobre esta questão podemos citar os en-
sinamentos do célebre ministro Cesar Peluso que
ao comentar o artigo 1313 do Código Civil aduz:
“Exige a lei que o ingresso se dê mediante prévio
aviso. Há comunicação, não consenso. Em termos
diversos, não se exige a anuência do vizinho onera-
do, mas apenas sua prévia ciência, para que possa
preparar-se e tomar as providências necessárias a
seu alcance para evitar eventuais danos. Tomem-se
como exemplo a remoção de veículo ou proteção
de móveis e utensílios que se encontrem na pro-
ximidade da divisa onde será feita a obra. A negativa
injustificada abre ao vizinho prejudicado o direito de
reclamar o acesso forçado judicialmente, não se ad-
mitindo, todavia, a autotutela ...”.
9Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
10 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
capa
Por Vivian Lourenço
Todo mundo tem um sonho na vida. Sonhar
faz parte do cotidiano de todas as pessoas e é
através dele que refletimos nossos desejos e ambi-
ções; mesmo que elas sejam impossíveis de serem
realizadas. É aquela sensação de que você pode
fazer tudo; ou te dá várias ideias de como seguir
na busca para poder concretizá-los.
Desde muito tempo a humanidade sonha;
eles representam mensagens, projetos e incentivo
às lutas, tanto pessoais, quando da sociedade. De
tão importante, a psicanálise dedicou-se a estudar
os efeitos que eles possuem no ser humano.
Os vários personagens que aparecem nos so-
nhos revelam traços da personalidade de quem
sonha, como por exemplo, a forma como ele con-
duz sua vida. Quanto mais cultivamos o nosso ser
interior, mais os sonhos ganham realidade e signi-
ficado. Deixam de ser meras imagens noturnas e
passam para o plano da realidade.
Os sonhos são necessários para a manutenção
da saúde e do equilíbrio emocional. Pessoas que
são impedidas de sonhar manifestam instabili-
dade, dificuldade de concentração, ansiedade e
agressividade.
O psiquiatra suíço, Carl Jung, diz que os so-
nhos expressam um autorretrato espontâneo, em
forma simbólica, da real situação do inconsciente.
Evidenciam uma situação específica e imediata de
nossa vida.
Outro psiquiatra famoso, o inglês Sigmund
Freud, afirmou que todo o material que compõe
o sonho procede de nossas experiências, daquilo
que foi por nós vivenciado. Este material é recor-
dado no sonho, embora não seja imediatamente
reconhecido pelo sonhador como originário de
suas próprias experiências.
Os sonhos mudam conforme os séculos. Se
hoje compararmos nossos sonhos com os sonhos
das pessoas na época da ditadura, por exemplo,
poderemos ver que os sonhos comuns de toda a
sociedade eram direitos iguais para todos e o di-
reito do voto, muito diferente da nossa realidade.
Muitos homem e mulheres são considerados
heróis, por terem conseguido realizar seus sonhos.
Um grande exemplo isso é Santos Dumont, que
conseguiu construir o seu modelo de aeronave.
Mesmo sendo ridicularizado, ele continuou com a
cabeça erguida e mostrou a todos que seu sonho
não ia ficar apenas no papel. Imagine se ele tivesse
desistido ou não desse valor para o sonho; pro-
vavelmente hoje não poderíamos nos locomover
com tanta facilidade.
Por isso, de nada adianta sonhar se não colo-
car em prática. Imaginar como pode ser sua vida,
ou suas conquistas, nos próximos anos, ajuda você
a ter metas; com elas definidas, fica mais fácil ter
um plano de ação.
É claro que nem todos os sonhos se tornam
O que era sonhovirou um pesadelo
11Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
realidade. Por exemplo, quando somos crianças,
sonhamos em como vai ser a vida de adulto. E
nessa hora entram metas como ser astronauta,
rock star ou agente secreto, por exemplo.
Quando crescemos e chegamos à adolescên-
cia, os sonhos mudam e com eles, nova metas de
vida: sai de cena o astronauta e entra uma vaga
na universidade, ou a compra de um carro; uma
namorada ou simplesmente ganhar dinheiro.
Na fase adulta é que temos consciência de
quantos sonhos já tivemos: alguns foram deixa-
dos para trás por falta de tempo; outros porque
não acreditamos que podíamos concretizar e a
maioria porque preferimos seguir um caminho
mais seguro.
Atualmente nossos desejos ou sonhos são ba-
sicamente consumistas: conseguir um bom traba-
lho, comprar uma casa, um carro, viajar ou formar
uma família. Nada disso faz lembrar aqueles pri-
meiros sonhos da infância.
A expectativa de concretizar um sonho é o
que faz o ser humano ir além e encontrar um sig-
nificado para a vida. É o momento de construir as
metas para alcançar o objetivo, de ter a sensação
de dever cumprido e de superar obstáculos.
Se de um lado há os sonhos, por outro temos
o pesadelo. Aquele conjunto de imagens apavo-
rantes que fazem as crianças acordarem chorando
e os adultos suando frio. Só existe a sensação de
calma quando percebem que aquilo fazia parte do
inconsciente.
Os pesadelos mostram um conflito profundo.
A ansiedade é tão grande que a gente acaba não
aguentando e acha um jeito de fugir das imagens
que assustam: esse é o momento do despertar. E
quase como se o inconsciente dissesse “olhe, acor-
de para essa situação”.
Assim como os sonhos, os pesadelos também
mudam conforme a nossa idade. Primeiro são os
monstros, depois passam para a sensação de per-
der a família, ou levar um fora de alguém que gos-
ta. Mais tarde, mudam para aquela sensação de
não ser capaz de realizar os sonhos.
Mas o bom da maioria dos pesadelos é que
eles acabam quando acordamos. O problema é
que nem todos são assim, alguns passam para a
realidade e então começa a verdadeira batalha.
Isso geralmente acontece quando somos adul-
tos. Imagine ter o desejo de comprar uma casa
ou apartamento, guardar anos de dinheiro, fazer
todas as economias possíveis até ver a construção
quase erguida, depois de anos acompanhando ti-
jolo por tijolo.
Um verdadeiro sonho para muitos brasi-
leiros. Só que para outros, esse sonho virou
um verdadeiro pesadelo. Ninguém vai imagi-
nar comprar uma residência, confiar na cons-
trutora ou incorporadora e depois de anos de
espera não saber quando poderá ocupar a
casa, tudo porque a obra atrasou.
Imagine morar de favor, não ter onde guardar
os móveis e eletrodomésticos e pagar o aluguel
junto com as parcelas relativas à obra, que não es-
tavam previstas. Esses são apenas exemplos de al-
guns dos transtornos de quem sofre por “comprar,
mas não levar”, a casa própria.
Se você já teve calafrios só de imaginar que
isso pode acontecer com você, tente pensar na
sensação real de quem está vivendo a situação: de
ver o sonho virar um ver-
dadeiro pesadelo.
De acordo com a
Associação dos Mutuá-
rios de São Paulo e Adja-
cências, no ano pas-
sado, 70% das queixas
de compradores de imó-
veis contra construtoras
diziam respeito ao atraso na entrega da obra, sen-
do que 46% de quem reclamou, entrou na justiça.
Segundo a pesquisa, em 2012, foram registra-
das em São Paulo e adjacências 2.748 reclamações
de mutuários contra construtoras de imóveis resi-
denciais, um aumento de 25% em relação a 2011.
Com o boom imobiliário, a oferta do imóvel
na planta teve um considerável aumento. Juntan-
do isso ao maior poder aquisitivo das classes B e C
e o crescimento dos financiamentos habitacionais
são fatores que levaram a esta demanda.
Segundo estudo do Data Popular, quase 10
milhões de famílias pretendem comprar um imó-
vel dentro de 1 ano. Desse total, 47% delas são
da classe média. Além disso, o crédito imobiliário,
que elevou a concessão em 49% nos últimos 12
meses, também tem facilitado a compra da casa
própria.
Em Jundiaí o Procon registrou, em 2011, 194
casos de não cumprimento do contrato, mas se-
gundo o coordenador do órgão, Adilton Garcia,
não existe a possibilidade de identificação exata de
casos de atraso na entrega em nosso sistema. “Em
2012 foram 223 casos de não cumprimento do
contrato, da mesma forma”.
O site ReclameAQUI, que abre espaço para os
consumidores exporem suas reclamações, regis-
trou, em Jundiaí, uma queda no número de re-
clamações. Em 2011 foram 67 reclamações e no
ano passado, 52. Nesse ano o site já contabiliza
13 reclamações. Em São Paulo, há um aumento
nos registros, de 2.754 de 2011 para 2.944 recla-
mações em 2012. Só nesse começo de ano foram
588 registros.
De acordo com Adilton, no mês de janeiro
de 2013 foram totalizados 3.784 atendimentos
no Procon de Jundiaí, sendo que destes 56 são
relacionados a construtoras. “Sempre existem re-
clamações com relação ao não cumprimento do
contrato, no entanto, como pode perceber, o au-
no mês de janeiro de 2013 foram totalizados 3.784 atendimentos no Procon de Jundiaí, sendo que destes 56 são relacionados a construtoras
12 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
mento do atendimento desses casos foi pequeno”,
ressalta o coordenador.
O atraso na entrega do imóvel não é o úni-
co responsável pelas queixas no Procon. “Existem
outras reclamações, mas a maioria delas são ape-
nas para tirar dúvidas com relação a cobrança de
taxas, entre outras”. Adilton revela que, ao todo,
foram 168 atendimentos desse tipo no ano de
2011, com um aumento de 279 no ano de 2012.
Em São Paulo, a Fundação Procon divulgou o
ranking das construtoras que mais geraram recla-
mações, de 1º de janeiro a 10 de maio de 2012.
adilton Garcia, coordenador do Procon de Jundiaí
Nesse período foram atendidas 3.017 queixas, pe-
didos de orientação e esclarecimento de dúvidas
sobre compra de imóveis.
O principal motivo pelo qual os consumidores
procuram o Procon-SP é pelo atraso na entrega de
imóveis. “As reclamações sobre atrasos na entrega
estão aumentando e preocupam. Tentamos nego-
ciar a solução do problema junto às construtoras,
mas se isso não for possível, as empresas são au-
tuadas pelo abuso”, explica o diretor executivo do
Procon-SP, Paulo Arthur Góes.
Apesar do número relativamente baixo de re-
clamações em Jundiaí, quem passa pelo problema
nem sempre busca o Procon para ajudar a solu-
cionar o caso. Muitos escolhem alternativas mais
fáceis, como as redes sociais para reclamar, ou
esperam para poder entrar com processo contra
a construtora ou incorporadora quando consegui-
rem finalmente habitar a residência.
E quem vive esse pesadelo de “comprou, mas
não levou”, não esconde a frustração. É o caso da
futura moradora de um condomínio de Jundiaí,
que preferiu não ter o nome real revelado, então,
vamos identificá-la pelo pseudônimo de Jéssica.
Ela começou a busca por uma casa própria
no 2º semestre de 2012, escolhendo um imóvel
que já estivesse construído. Depois de pesquisar
muito, ela se decidiu por um apartamento de dois
quartos com suíte. “Em agosto de 2012 assinei o
contrato de compra e venda junto à imobiliária.
O prazo para averbação do Habite-se era de no-
vembro de 2012 e durante esse período eu deveria
aguardar para iniciar o processo de financiamento,
pois sem o Habite-se a Caixa Econômica Federal
(CEF) não financia imóveis prontos para morar”,
diz Jéssica.
E em novembro do ano passado que ela co-
meçou a ter problemas. Ela declara que foi infor-
mada que o empreendimento teria um reajuste
mensal e que ela deveria pagar diretamente à
construtora. “Em dois meses esperando o Habite-
-se o valor do rejuste já era de R$ 17.000”.
De acordo com Jéssica, no momento da as-
sinatura do contrato de compra e venda, esta
clausula não foi explicada, ao contrário, ela foi in-
formada de que após o pagamento das taxas de
corretagem e o sinal para construtora, ela não pa-
garia nenhum outro valor, além do financiamento.
“O sentimento era de enganação... e impotência!
Era sonho ou pesadelo?”.
Em novembro de 2012, Jéssica teve o crédito
aprovado junto à CEF e mais problemas aparece-
ram. “Desde então a cada follow up realizado com
a Consultoria a resposta era diferente. Se fa-
lássemos com duas pessoas diferentes no mesmo
dia, teríamos respostas distintas”.
Para piorar a situação da futura moradora, a
partir de setembro começou a ser cobrada a taxa
13Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
14 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
capa
condominial “do apartamento que eu não estava
morando”. Passaram-se quatro meses, sem no-
tícias concretas e, quando ela acionou a constru-
tora, o direcionamento era procurar a Consultoria,
ou seja, sem apoio e notícias.
Morando em casa alugada e com a pressão
do locatário para liberar o imóvel, ela não sabe
como vai resolver a questão. “O prazo não foi
cumprido, continuo com a pressão do proprietário
para liberar o imóvel e, além disso, tenho gastos
extras. Para reservar a vaga do transporte escolar
no novo endereço estou pagando quatro presta-
dores de serviço, desde janeiro, sendo que tenho
apenas duas crianças! Tenho tido custos de con-
domínio, sem ter recebido o apartamento, custos
de aluguel e fora o estresse que essa situação está
nos causando”, desabafa.
Na segunda quinzena de fevereiro, Jéssica as-
sinou o contrato com a CEF, com todos os reajustes
impostos pela construtora. “Juros sobre juros, de
uma morosidade em um sistema que eu não tinha
controle. Enfim, até a presente data não recebi a
chave do imóvel e a construtora não retorna meus
contatos para agendar a liberação das chaves”.
Não é raro ver notícias de pessoas que adia-
ram outros sonhos para realizar o da casa própria:
há casos de casamentos cancelados, casais moran-
do de favor com parentes; tendo gastos adicionais
com aluguel e ainda pagando as parcelas do fi-
nanciamento, sem poder morar no imóvel.
É o caso, por exemplo, dos futuros moradores
de um condomínio na Zona Leste de São Paulo.
Eles esperam há três anos pelas chaves das casas.
Alguns deles já tiveram que morar com parentes,
pagar aluguel ou adiar a data do casamento en-
quanto aguardam um prazo final.
Nesse condomínio da capital, uma professora
já teve que adiar o casamento por duas vezes, já
que não sabe quando vai poder morar na própria
residência. Para agravar o problema, o prédio foi
invadido por sem-tetos.
Outro caso na capital também exemplifica esse
pesadelo. Depois de um ano de atraso na entrega das
chaves, os moradores ainda se depararam com pare-
des e teto com rachaduras e infiltrações.
A facilidade de se obter crédito faz com que
mais pessoas consigam realizar o sonho de poder
comprar a casa própria, mas o problema agora é
outro: se primeiro era a falta de crédito, agora é a
falta das chaves. Nos últimos anos, o número de
processos contra construtoras em São Paulo cres-
ceu mais do que o mercado imobiliário.
“Com o grande
aumento na venda de
imóveis nos últimos
anos, resultado da ele-
vação da renda e da
facilitação do crédito,
muitas construtoras
acabam lançando vá-
rios empreendimentos
simultâneos na ansieda-
de de ‘surfar a onda’ e
acabaram se complican-
do pelo caminho e cau-
sando muitos prejuízos
e dissabores aos con-
sumidores”, explica o
Vice-presidente adjunto
de Administração e Co-
mercialização Imobiliá-
ria da PROEMPI/SECOVI
Jundiaí e membro efeti-
vo da Comissão Estadual de Direito Urbanístico da
Ordem dos Advogados (OAB) de São Paulo, Carlos
Eduardo Quadratti.
Além de problemas internos, há os externos.
Não é raro encontrar consumidor reclamando de
irregularidades como o alagamento da área de
entrada do local, playground não finalizado e acú-
mulo de água no segundo subsolo na época de
chuvas, cimento saindo com a água e infiltração
na sauna.
Meu imóvel atrasou, e agora?E como proceder em casos como esses? O
Coordenador Procon Jundiaí, Adilton Garcia, ex-
plica que inicialmente é importante que o consu-
midor busque um contato junto ao fornecedor.
Porém, caso você, mesmo com uma proposta de
solução, não esteja satisfeito ou que não tenha re-
solvido, pode procurar o Procon para buscar solu-
cionar o problema ou dúvida.
Quem buscar o órgão para reclamar, precisa
estar atento aos documentos. “O usuário precisa
tem em mãos os documentos pessoais e o contra-
to. O consumidor pode ser
representado por outra pes-
soa, neste caso é necessário
uma procuração, bem como
cópia dos documentos pes-
soais e o contrato”.
De janeiro a maio do
ano passado foram 3.017
queixas em São Paulo. Em
Jundiaí tem havido proble-
mas de atraso com algumas
construtoras, mas as empre-
sas locais têm cumprido seus
prazos a contento.
Carlos Eduardo Qua-
dratti orienta que o ideal é
notificar via cartório a cons-
trutora para que proceda a
entrega do imóvel ou justi-
fique seu atraso, solicitando
na mesma notificação al-
guns direitos que o consumidor possa pleitear, tais
como:
Receber aluguéis mensais a 1% sobre o valor
do imóvel (atualizado), por cada mês de atraso;
Receber juros de mora a 1% sobre o valor do
imóvel (atualizado), por cada mês de atraso;
Receber multa de mora de 2% sobre o valor
do imóvel (incidência única);
Receber indenização por Danos Morais;
Congelamento do saldo devedor durante o
período de atraso, com restituição em dobro do
valor pago;
Anulação da cláusula de tolerância (180 dias);
Suspensão da cobrança (e restituição se for o
caso) de taxas condominiais e de IPTU antes do re-
“Muitos consumidores reclamam da cláusula dos contratos, que permitem que a construção atrase até 180 dias para a entrega. “a Fundação Procon entende que esta cláusula é abusiva, portanto, nula de pleno direito”.
15Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
Distribuição gratuitaAno 03 . Nº 13Mar/Abr de 2013
Comprar imóvel ou
continuar no aluguel?
Por Vivian Lourenço
Você provavelmente vai olhar para a pergunta
do título e responder que “é claro que é melhor
comprar”. A maior parte das pessoas vê o aluguel
como um desperdício de dinheiro, mas saiba que
ele pode ser vantajoso, dependendo da situação.
A compra do imóvel, mesmo que financia-
do, representa uma grande conquista para boa
parte da população. O problema é que você pre-
cisa de um empréstimo para poder adquirir a casa
própria, e é por isso que muitos acreditam que é
melhor “gastar dinheiro” em um imóvel seu do
que pagar o aluguel.
De acordo com o economista Almir Godoy,
as facilidades de crédito que o comprador tem
atualmente são atrativas. Observando o cenário
atual com a queda dos juros nos últimos anos e
o reajuste do aluguel com base no IGP-M, que en-
carece o valor do aluguel ano a ano, financiar um
imóvel ficou mais fácil para uma grande parcela
da população.
O superintendente Regional do Banco do Bra-
sil, Sávio Eduardo capellari, explica que existem
dois tipos de financiamentos. “Temos os tradicio-
nais com base no Sistema Financeiro de Habita-
ção (SFH) ou Sistema Financeiro Imobiliário (SFI),
sendo o SFH o mais procurado”.
São essas as opções que fazem com que
o consumir não pense em duas vezes na hora
de sair do aluguel. “com estas possibilidades
a chance de se conseguir uma prestação
equivalente ou até mesmo menor do que o
aluguel que está sendo pago é muito grande.
Além disso, você estará pagando por algo
O economista explica que o aluguel tem se
destacado em Jundiaí-SP por causa da procura
das empresas em acomodar profissionais de
outras localidades. Isso acontece por causa da
dificuldade de oferta de mão de obra especia-
lizada na região.
Para quem ficou em dúvidas, e não sabe se
a saída é o financiamento ou o aluguel, Sávio
explica que há saídas para todos os bolsos. “O
Banco do Brasil dispõe de taxas de juros especi-
ais, dentro das várias linhas de crédito no âmbito
do SFI e SFH, com ou sem a utilização do FGTS. O
programa Minha casa Minha Vida, por exemplo,
é para famílias com renda de até R$ 3.275, com
subsídio de até R$ 25.000”.
Para quem ainda não sabe o que fazer, Almir
aconselha: “quem estiver no aluguel e está com
planos, num futuro próximo, de comprar um
imóvel, deve começar a procurar as instituições
financeiras para saber as condições do financia-
mento; o que cabe no bolso e até quanto pode
conseguir de recurso para depois procurar um
imóvel que se enquadre nas condições. As opor-
tunidades são muitas e vão continuar, basta pro-
curar”.
As condições nunca foram tão favoráveis ao
financiamento de um imóvel, tanto pelas taxas de
juros, quanto a prazos e possibilidade de valori-
zação do imóvel. “Podemos observar os diversos
lançamentos imobiliários, reflexo dessa situação.
Qualquer pessoa pode buscar o imóvel adequado
às suas aspirações”, ressalta Sávio.
que é seu; que você pode investir de acordo
com a sua vontade”, explica Almir.
O financiamento é uma
ótima opção para quem quer
comprar um imóvel, mas não
tem o valor total disponível
ou opta por não utilizar a
quantia naquele momento.
“Além disso, o valor da par-
cela trabalha para a forma-
ção do patrimônio, ao invés
de ser apenas despesa de
aluguel. Já quem é dono de
um imóvel, e quer morar em
um lugar maior ou em outra
localização, pode utilizar esse
recurso para pagar a diferença entre as moradi-
as”, ressalta Sávio.
Apesar de todos os atrativos, nem sempre o
financiamento é o melhor recurso a ser usado,
como explica o economista. “Há algumas consi-
derações para obter o financiamento, além da
renda, o tempo de serviço é um fator preponde-
rante. Neste caso, você pode continuar no alu-
guel até que tenha a renda e o tempo mínimo
necessário no serviço para obtenção do emprés-
timo”.
Além da parte financeira, você precisa ver
como está a sua vida pessoal. caso ainda esteja
solteiro, mas com planos de casamentos e filhos
e não sabe como sua vida vai estar nos próximos
10, 20 anos, é melhor esperar.
Não seria vantagem entrar no
financiamento de um aparta-
mento, sendo que, mais tarde,
você precisará de um maior.
Nesse caso, vale a pena pro-
curar um imóvel para alugar.
16 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
17Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
18 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
19Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
20 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
cebimento das chaves.
“Caso a construtora não cumpra nenhuma
das solicitações, é recomendável procurar o Pro-
con e, se mesmo assim a situação não for resolvi-
da ainda, resta contratar um advogado e ingressar
em juízo”, explica Quadratti.
Muitos consumidores reclamam da cláusula
dos contratos, que permitem que a construção
atrase até 180 dias para a entrega. “A Fundação
Procon entende que esta cláusula é abusiva, por-
tanto, nula de pleno direito”, diz.
Quadratti explica que o contrato de financia-
mento e aquisição do imóvel geralmente é um
contrato de adesão, ou seja, o consumidor é hi-
possuficiente para negociar as cláusulas devendo
aceitar, ou seja, aderir a um contrato padrão que
geralmente incluirá a tolerância de 180 dias. “En-
tendemos que o consumidor lesado pelo atraso na
entrega da obra pode alegar a abusividade desta
cláusula com fundamento
no artigo 51 do Código de
Defesa do Consumidor”.
O coordenador do Pro-
con revela ter sucesso com
as reclamações que atende
no órgão. “Temos conse-
guido solucionar inúmeros
casos, assim, é importante
que o consumidor que se
sentir prejudicado que ve-
nha ao Procon registrar a
sua reclamação”.
Para quem entra com
processo, Quadratti explica
que sempre é possível soli-
citar uma liminar para casos
de urgência e de pagamen-
to de uma locação de imóvel igual ou semelhante
ao que deveria ter sido entregue, mas o processo
em si vai depender muito das condições de traba-
lho da vara judicial onde ele for distribuído; algu-
mas são mais ágeis e outras mais lentas, em média
o processo pode durar em torno de cinco anos.
Atualmente, Adilton revela um caso que está
sendo atendido pelo Procon de Jundiaí. “Pelas
informações dos consumidores, a empresa não
cumpriu o contrato com os adquirentes do imóvel
sem informar o motivo. Pelas informações colhidas
pelos usuários, o motivo é que a fornecedora não
obteve a licença da Cetesb para construção”.
Para tentar proteger o comprador, a Comissão
de Desenvolvimento Urbano aprovou uma propos-
ta que estabelece multa em caso de atrasos maio-
res que seis meses na entrega de imóvel. A pro-
posta está no Projeto de Lei 178/11, que altera a
Lei do Condomínio (Lei 4.591/64).
Com essa alteração, se a construtora demorar
mais de seis meses, da entrega das chaves, para fi-
nalizar o imóvel, ele deverá pagar multa de 1% do
valor já pago, mais 0,5% para cada mês de atraso.
Essa proposta ainda tem que ser aprovada comis-
sões de Defesa do Consumidor e de Constituição e
Justiça e de Cidadania.
no meio de tanto pesadelo, tem o final feliz
Ter que ver o sonho adiado e, além disso, ter mui-
ta dor de cabeça e gasto extra podem fazer com que
muitos não enxerguem a luz no fim do túnel. Quando
as coisas não vão bem, fica difícil acreditar que um dia
elas tenham solução; com tantas notícias de compra-
dores com problema para morar no que é seu, a espe-
rança vai diminuindo.
Mas existe a tal luz. Assim como há casos de
quem ainda luta para obter as chaves da própria
casa, há quem hoje comemore ter ganhado essa
árdua batalha. Com muito sacrifício e colocando
a boca no trombone,
eles conseguiram as
chaves do apartamen-
to e enfim o direito de
morar no que é deles.
É o caso do pu-
blicitário Douglas de
Lima Silva, 29 anos.
Ele conta que, assim
como muitos brasilei-
ros, o sonho da casa
própria veio junto com
outro sonho, o do ca-
samento. “Minha noi-
va, Talitha Souza, e eu
programamos nosso
casamento para o fi-
nal de 2012, quando
faríamos 10 anos juntos. Desde que noivamos já
começamos a programar a compra de um aparta-
mento”.
Nos meados de 2011, começou a visita pelos
empreendimentos: a ideia era unir um que cabe-
ria no bolso do casal, aliado a conforto e gosto
pessoal. “No Feirão da Casa Própria, do início de
2012, gostamos de um empreendimento que já
estava pronto, restando poucas unidades, e que
estava dentro do nosso orçamento”.
Depois de todo o trâmite com a construtora,
o contrato foi assinado em abril do ano passado
e a promessa era de entrega das chaves dentro
de 3 a 4 meses. “Passaram-se os 4 meses e nada
das chaves. A desculpa da administradora para a
demora era que haviam vencidos as matrículas de
individualização dos apartamentos e que a cons-
trutora não tinha conseguido reavê-las no cartório
de imóveis. Nos deram mais um mês de prazo”.
E como no caso de Jéssica, eles também co-
meçaram a ser cobrados pelo condomínio. “Em
agosto recebemos um boleto para pagar o condo-
mínio e logo apareceu uma notificação da admi-
nistradora, que o de junho estava atrasado e que
os nomes iriam para o SPC”.
A partir desse momento que Douglas e Talitha
perceberam que teriam problemas. “Entramos em
contato com o escritório que administra os contra-
tos da construtora, mas nunca conseguimos nada
com eles”.
Ao invés de procurar o Procon ou um advoga-
do, Douglas encontrou outra saída para tentar so-
lucionar o seu problema. “Fizemos um post no site
ReclameAQUI e compartilhamos em nossos perfis
no Facebook e Twitter e pedimos a ajuda dos ami-
gos para compartilhar”, explica.
Mas nem a repercussão negativa nas redes so-
ciais sensibilizou a construtora ou a administrado-
ra. “Mesmo com as reclamações as coisas estavam
morosas e eles alegavam que suas ações estavam
amparadas legalmente pelo contrato assinado.
Então passamos (principalmente a Talitha) a pos-
tar reclamações em toda e qualquer postagem
da Fanpage da construtora no Facebook que tem
aproximadamente 7.500 likes”.
A partir dessa ação é que eles revelam que
começaram, enfim, a serem ouvidos. “Quando os
gestores das mídias sociais identificaram a propa-
ganda negativa que fazíamos, eles entravam em
contato com a administração da construtora e re-
solviam nossos problemas”. E fazer barulho virtual
deu resultado.
Depois de muita briga nos SAC’s e nas redes
sociais, no final de outubro, saíram as matrículas
dos apartamentos. Finalmente eles puderam dar
continuidade no processo e assinar com a Caixa.
“Pegamos as chaves em dezembro, 4 meses de
atraso na entrega de um apartamento pronto”.
Já os condomínios atrasados foram assumi-
dos pela construtora, depois da briga nas redes
sociais, já que a entrega das chaves foi apenas
no final do mês de dezembro, poucos dias antes
do Natal.
A dica que Douglas e Talitha passam para
quem vive o mesmo problema é: Não fique ca-
lado! “Com certeza existem muito mais pessoas
com o mesmo problema. Quando passamos a
postar as mensagens negativas, se multiplicavam
outras mensagens do mesmo teor de pessoas des-
contentes. Quando não postávamos, ninguém re-
clamava. Por isso os gestores resolviam, pois eram
somente reclamações nos posts. Com certeza en-
tramos para as estatísticas negativas da marca”.
Certamente ver o sonho virar pesadelo não
deve ser agradável. Mas fazer uma empresa cum-
prir o contrato é direito de todo o consumidor.
Seja por meio de reclamações nas redes sociais,
procurando o Procon ou um advogado, é preciso
agir; e quanto antes as pessoas se mobilizarem e
reclamarem, mais cedo podem ver os seus proble-
mas resolvidos e dormirem tranquilas.
“Temos conseguido solucionar inúmeros casos, assim, é importante que o consumidor que se sentir prejudicado venha ao Procon registrar a sua reclamação” diz adilton Garcia, coordenador do Procon de Jundiaí
capa
21Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
22 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
Por Rodrigo GóesContar uma estória é um desafio, porque crescemos
acostumados a ouví-las. A missão desta reportagem é, em apenas duas páginas, trazer a tona o que foi e será a revista Portal dos Condomínios.
Em maio de 2003 nascia o jornal Portal dos Condo-mínios, uma publicação tímida, pequena e focada em ape-nas quatro condomínios. Desde aquela época, o conteúdo editorial era tratado com relevância, e respeito ao leitor, mantendo uma linha imparcial.
Em pouco tempo, meses se passaram, o jornal ganhou incentivo de moradores, síndicos e leitores de outros condo-mínios, que solicitaram a ampliação da entrega. Saímos dos iniciais 600 exemplares para duas mil unidades.
Esse apoio fortaleceu a equipe Portal na época, pois uma publicação gratuita, ainda amadora, ganhava o que mais se busca: a credibilidade. E honramos. Crescemos, chega-mos a 150 condomínios na cidade de Jundiaí, ainda como jornal mensal, mas percebemos uma lacuna que transforma-ria a publicação em referência comercial e editorial na região.
Em maio de 2010, quando chegamos a sete anos de vida, apostamos. E acertamos. Transformamos o jornal em revista. Diminuímos, inicialmente, a tiragem, mas personali-zamos. Aprofundamos o conteúdo editorial, com linguagem diferenciada, sempre preservando a imparcialidade.
A primeira edição da revista Portal dos Condomínios
saiu no final de maio com apenas 16 páginas, mas todos os leitores a recebiam com um plástico protetor e etiquetas com seus dados. Evitamos assim, qualquer perda de material no caminho entre distribuidora-portaria-residência, e demos uma garantia maior aos anunciantes.
A revista passou a dedicar mais espaço, pesquisa e fon-tes para suas reportagens. Nos três anos que se passaram, mergulhamos na vida condominial. Publicamos uma lista de atividades que o morador, síndico, zelador, conselheiro, porteiro deve ter na ponta da língua, alertamos sobre diversos problemas técnicos que qualquer edificação possa passar, montamos passo a passo para os melhores métodos de convivência entre vizinhos e inovamos.
inovamos porque em março/abril de 2011 saímos da teoria e, no especial de capa sobre acessibilidade, imprimi-mos uma edição em braille, algo nunca visto na região de Jundiaí. Uma edição posterior, foi a vez de surpreender no-vamente.
Em 21 de maio do mesmo ano a revista promoveu o primeiro Portal Debate, um evento diferenciado e dinâmi-co. Com três palestras curtas, os presentes podiam interagir com os palestrantes ao invés de se tornarem apenas meros ouvintes. O sucesso foi tanto que, após um ano, uma nova edição foi realizada e contou ainda com uma minifeira para promover serviços e produtos direcionados aos condomínios.
Hoje a revista já é distribuída em pouco mais de 130 condomínios e loteamentos residenciais de Jundiaí, tem 10.500 exemplares e precisa renovar. Por este motivo, con-vidamos você a conhecer uma nova revista na região de Jundiaí. Continua...
Nossa história
Novidades
página 24
23Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
24 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
note esse nome: apê Zero 1. Daqui para frente o Portal dos Condomínios será Apê Zero 1.Após uma pesquisa e meses de planejamento, resolvemos fazer uma grande e sig-
nificativa mudança na publicação, que passa a se chamar Apê Zero 1.Outra grande mudança é em seu conteúdo editorial, com reportagens mais próxi-
mas da realidade do dia a dia de nossos leitores.A revista também cresceu. A partir da próxima edição, lançaremos exemplares
com, no mínimo, 48 páginas. E um projeto editorial impecável. Confira as novidades:
CaPaInvestigação constante da vida condominial. Queremos facilitar sua vida, sem ser chato como
uma reunião de condomínio.
Portal Debate
Nosso espaço aberto para dúvidas sobre condomínio. Você pergunta e a revista responde
com o apoio de uma equipe de especialistas.
imóveisFacilitar o entendimento da burocracia do mercado imobiliário. Essa é nossa missão para te
atender em todas as edições.
CrônicaDr. Simão, um cronista ímpar da vida condominial, continua com suas estórias, que ele jura
serem baseadas em casos verídicos.
novas editorias
Mundo PetAlém de consultar especialistas, montaremos um passo a passo para você criar objetos para
seu animal de estimação. Para completar, dicas de produtos que são novidades do mercado.
DecoraçãoRevitalizamos a editoria e daremos dicas para você ter objetos de decoração próprios. Nós
montaremos e você pode ganhar! Decoradores e arquitetos também terão espaço.
Multiplicador
Você faz história? Conte para a gente. Queremos saber quem está fazendo a diferença em
Jundiaí.
3º setorConheça os casos mais interessantes de diversas entidades assistenciais da cidade.
PolíticaVamos acompanhar o trabalho das pessoas que adotaram um vereador em Jundiaí para fis-
calizar seu trabalho na Câmara.
Prata da Casa
Reviva a verdadeira história de Jundiaí em um material fotográfico valioso!
Cara/CoroaProfissionais defenderão opiniões opostos de temas comuns.
CriançasNossa proposta é tirar seu filho de frente do computador e do vídeo-game. Como? Aguarde.
Marido de aluguel
Vamos facilitar sua vida, com as coisinhas pequenas do dia a dia.
Novidades
história continua
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26 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
27Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
28 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2013
BEM-ESTAR
Jardim dentro de um potinhoPor Vivian LourençoChegar em casa e ver uma flor, ou um vasi-
nho de planta, sempre transmite aquela sensa-ção de aconchego. Eles são capazes de alegrar qualquer ambiente, mas, nem todo mundo tem a paciência – e o tempo – suficientes para dar atenção aos vasos e pequenos jardins. Muita gente desiste de alegrar a residência com plan-tas, porque alega não ter espaço; outros dizem que não sabem a melhor espécie para plantar, já alguns simplesmente não conseguem se lembrar de regá-las.
Entretanto, todo mundo pode ter um jar-dim, em qualquer espaço que seja, e sem ficar com dor na consciência porque matou a plan-tinha de sede. Você pode fazer esse jardim dentro de um pote de vidro, uma lâmpada ou um aquário e colocar em cima da sua mesa de trabalho, por exemplo. Tudo vai depender do espaço que você tiver. Os terrários são “minijar-dins” de vidro que decoram qualquer cantinho da casa.
Esse é um dos tipos de jardim mais encan-tadores e que ganharam vários adeptos nos úl-timos anos, justamente pela sua facilidade. Você pode usar qualquer pote de vidro ou acrílico; o importante é que ele seja transparente, já que isso vai ser essencial para a estética do jardim.
De acordo com a paisagista e docente do Senac Jundiaí, Ivelise Oliveira, as plantas mais usadas nesse jardim são da família das sucu-lentas e os cactos. Para plantar, é possível usar
qualquer tipo de vidro. “Pode fazer em copos, taças, aquários ou qualquer recipiente de vidro transparente. Já vi miniterrários montados em bolhas de lustre”, explica Ivelise.
Para não errar no tamanho da planta com o pote, a dica da paisagista é simples: vasos pe-quenos, plantinhas menores; vasos maiores, po-dem mesclar plantinhas de diversos tamanhos. “As suculentas são uma variedade de plantas que podem ter diversos tamanhos, com formato de folhas, cores e texturas diferentes”.
Cuidar desse pequeno jardim também é simples. Você vai precisar colocar uma colher de sobremesa de água para cada plantinha, uma vez por semana. “A manutenção é feita apenas retirando-se as folhinhas mortas e secas e efe-tuando regas somente gotejando água“.
Quer mais facilidade do que isso? Marque na agenda ou na porta da geladeira um dia da semana só para colocar um pouco de água den-tro do potinho e pronto; você terá um jardim inteiro na sua mesa. E lembre-se também de re-plantar suas plantinhas a cada seis meses, pois como tem pouca terra, ela perde mais facilmen-te as propriedades. Assim você também apro-veita para higienizar o vidro. “Caso esteja com bolor, ou perceba o apodrecimento das plantas, pode indicar que você está colocando água de-mais”.
Agora que você já sabe tudo sobre os cuida-dos, está na hora de montar o seu próprio terrá-rio. A paisagista explica que você vai precisar de
um recipiente de vidro, terra vegetal, areia e hú-mus; mas nada de exagerar, são apenas algumas colheradas de cada um. Misture tudo e preen-cha 1/3 do recipiente de vidro.
Com muito capricho e paciência, faça o terrário quando tiver com tempo e bem calmo. Com uma colherzinha, plante a mudinha de su-culenta – ou de cacto, escondendo toda raiz na terra.
Faça isso com todas as mudinhas (depen-dendo do tamanho do recipiente podem caber uma ou duas ou até mais plantinhas). “Termine com pedrinhas de aquário (prefiro as brancas ou naturais). Depois, faça a primeira rega, delicada-mente”, conta. Nunca encharque a terra, já que isso pode matar seu jardim.
Ivelise explica que essa é uma ótima ideia para quem não tem muito espaço. “São alta-mente decorativos e uma opção para quem não quer gastar muito, ou quem não sabe cuidar de plantas e se esquece de regá-las”. Além disso, são excelentes para enfeitar mesa do escritório. Outra opção é deixar os vasinhos na varanda, que dão um charme especial.
Não se preocupe, pois os terrários supor-tam o sol direto. O único cuidado que você precisa ter é acompanhar a umidade, já que fora de casa, a terra fica mais seca. De forma simples, prática e delicada você pode enfeitar até o menor canto da sua casa, ou encher de vida a sua mesa de trabalho. Ideias é o que não faltam.
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Morar em con-domínio, muitas vezes não é en-contrar sossego. Lembro-me bem
de um amigo que morava em uma chá-
cara na estrada de Itatiba, que tinha como vizinhos dois
tipos muito antagônicos.De um lado morava um alemão de adorava música
clássica, silêncio e meditação. Do outro, um pagodeiro, que todo final de semana promovia rodas de samba, movidas a muita feijoada e churrasco.
Esse dois não podiam se ver: era ódio mortal e, por várias vezes, a polícia visitou a casa do pagodeiro para por fim ao barulho que já adentrava a madrugada.
Pois bem, o destino é cruel e certa manhã na porta do condomínio esperando o fretado para São Paulo, a filha do alemão conheceu o filho do pagodeiro. Sabendo das desavenças de seus pais, começaram a namorar escondido, até que a menina engravidou.
Para o pagodeiro, foi motivo de orgulho, samba,
churrasco e muita feijoada. Enquanto para o alemão, motivo de raiva e ódio. Sentiu–se traído pela própria filha e ameaçou até colocá-la para fora de casa.
Do outro lado, a cada visita era um presente novo, uma lembrancinha ou uma peça para o enxoval do nenê.
O tempo passou rápido e os nove meses voaram juntos. O alemão não se conformava, enquanto o pagodeiro festejava a cada dia a chegada do neto.
O grande dia chegou e as famílias correram para a maternidade. O pagodeiro, já comprou um pagãozinho do Timão e foi com ele que tirou a primeira foto.
O alemão meio constrangido, foi chegando com cara de quem não quer nada, mas quando viu a carinha do neto e a mistura das raças não conteve a emoção e começou a chorar.
Hoje no condomínio, com um portão no meio da cerca ligando as duas propriedades, não dá para saber quem é mais coruja: o alemão que continua a ouvir seus clássicos ou o pagodeiro que já ensinou o neto a tocar cuíca.
Por Dr. José Miguel Simão Advogado e cronista
cRÔNIcA
Alemão, Pagodeiroe Pagodeiro Jr.
Ilustração: Rafael Godoy
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