Download - REVISTA CNT 213
CNT
LEIA ENTREVISTA COM O CONSULTOR EM COMÉRCIO EXTERIOR SAMIR KEEDI
T R A N S P O R T E A T U A L
ANO XIX NÚMERO 213JUNHO 2013
T R A N S P O R T E A T U A L
Futuro promissor
EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT
Aprovação da MP dos Portos gera expectativa de redução de custos, deaumento de investimentos e de melhorias em setor essencial para o país
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 20134
REPORTAGEM DE CAPA
ANO XIX | NÚMERO 213 | JUNHO 2013
CNTT R A N S P O R T E A T U A L
CAPA APPA/ASSCOM/DIVULGAÇÃO
Samir Keedi falados benefícios docomércio exterior
PÁGINA 8
ENTREVISTA
Meta é transportaro dobro de clientesaté 2020 no país
PÁGINA 32
AVIAÇÃO
Contribuiçãoprevidenciária é reduzida
PÁGINA 42
CONQUISTA
A padronização da sinalizaçãoestá em debate
PÁGINA 38
FERROVIA
PERSONAGEM • Empresa desenvolve projetode leitura, com a manutenção de pequenas bibliotecas e a doação de livros à comunidade
PÁGINA 20
Medida Provisória nº 595/2012, conhecida como MP dos Portos, éaprovada no Congresso Nacional. Com o novo marco regulatório,cresce a expectativa de redução de custos e de melhorias nosetor, mas gargalos ainda precisam ser solucionados
Página 22
CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Lucimar CoutinhoTereza PantojaVirgílio Coelho
EDITORA RESPONSÁVEL
Vanessa Amaral
EDITOR-EXECUTIVO
Americo Ventura
FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)
ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br
ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]
Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do
1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.
Tiragem: 40 mil exemplares
Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual
EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 5
Deficiências nainfraestrutura elevam custos
PÁGINA 52
GESTÃO
Pesquisa da CNTapresenta dadoscompletos do setor
PÁGINA 58
CABOTAGEM
Alexandre Garcia 6
Duke 7
Mais Transporte 12
Boletins 70
Debate 78
Opinião 81
Cartas 82
Seções
MEDALHA JK • Personalidades do transporte quese destacaram pela prestação de serviços em prol dodesenvolvimento do setor foram homenageadas
PÁGINA 44
SEST SENAT
Cursos incentivam o bom atendimentoao cliente
PÁGINA 66
A partir de junho, o Contranpoderá multar motoristas decaminhões e ônibus que es-tiverem com emissão exces-siva de poluentes. O Códigode Trânsito prevê infraçãograve (R$ 127,69 e 5 pontosna carteira) para os poluido-res. Bem regulados, veículosemitem menos poluentes,consomem menos combustí-veis e gastam menos commanutenção. Fique de olho! http://bit.ly/agenciacnt264
Programa Despoluir• Conheça os projetos• Acompanhe as notícias sobre
meio ambiente
Canal de Notícias• Textos, álbuns de fotos, boletins
de rádio e matérias em vídeosobre o setor de transporte no Brasil e no mundo
Escola do Transporte• Conferências, palestras e
seminários• Cursos de Aperfeiçoamento• Estudos e pesquisas• Biblioteca do Transporte
Sest Senat• Educação, Saúde, Lazer
e Cultura• Notícias das unidades• Conheça o programa de
Enfrentamento à ExploraçãoSexual de Crianças e Adolescentes
MEIO AMBIENTE
PRODUTOS PERIGOSOS
O portal disponibiliza todas as ediçõesda revista CNT Transporte Atual
E MAIS
www.cnt.org.br
As regras para o transportede produtos perigosos devemmudar. O Ibama estudaimplantar um novo sistema,controlado por meio da iden-tificação de áreas prioritáriaspara a fiscalização e da deli-mitação das áreas em que este tipo de transporte seráproibido. Deverão se adequaros modais rodoviário, fluvial,ferroviário, marítimo e multi-modal interestadual.http://bit.ly/agenciacnt261
PRÊMIO CNT DE JORNALISMO
Que tal ser reconhecido por uma bela reportagem realiza-da? Jornalistas do Brasil inteiro podem se inscrever no 20ºPrêmio CNT de Jornalismo, que valoriza a cobertura da im-prensa sobre o transporte. São R$ 90 mil em prêmios destina-dos às categorias Impresso (jornal e revista), Fotografia, Rádio,Televisão, Internet e o Prêmio Especial de Meio Ambiente. Asinscrições podem ser realizdas até 12 de agosto pelo hotsitewww.cnt.org.br/premiocnt<http://www.cnt.org.br/premiocnt>.Serão aceitos trabalhos veiculados entre 28 de agosto de 2012e 12 de agosto de 2013.
rasília (Alô) - A indústria deve estar satis-feita: 334 mil veículos vendidos em abril.Nunca abril vendeu tanto: 30% a mais doque o mesmo mês do ano passado, 17% amais do que em março deste ano. Nos pri-meiros quatro meses, haverá 1,64 milhão
de veículos a mais nas ruas, nas estradas e nosestacionamentos do país. Será que há espaçopara os recém-chegados?
O Brasil tem mais de 77,3 milhões de veícu-los registrados. Para o tamanho do país, nem étanto. Os Estados Unidos, com uma superfíciesemelhante, têm cerca de quatro vezes isso econseguem que todos circulem satisfatoria-mente e tenham lugar onde estacionar e guar-dar os veículos. Lá existe planejamento e in-vestimento na estrutura.
Aqui, temos vias de tráfego e estacionamen-to de menos. Como tudo, aliás. Os armazéns fi-cam aquém das colheitas, o transporte ficaaquém das safras, os portos ficam aquém dasexportações. Anos atrás, as autoridades davamuma desculpa: é um país muito grande, commuita gente. A China derrubou a desculpa. Há50 anos, estava, em tudo, aquém do Brasil; ho-je, no mundo, está com seus números da eco-nomia apenas abaixo dos Estados Unidos.Quando estive lá a primeira vez, há apenas 30anos, só havia bicicletas e caminhões iguais eazuis. Agora, há uma frota que vai ultrapassan-do a do Brasil. Sem contar que comprou 100trens-bala de uma vez. Ela começou a transfor-
mação mandando milhares de jovens estudarnos Estados Unidos e na Europa, há 40 anos.
Aqui, além de a educação também ficar muitoaquém, nossa cultura é de não exigir coisa boa;nós nos contentamos com o medíocre, somos infe-lizes sem saber, embriagados pelo futebol e pelacerveja. Exigirmos, como cidadãos, contribuintes,entidades de classe, ferrovias, portos, aeroportos,hidrovias, mais e melhores estradas, é o primeiropasso para melhorarmos a nossa vida.
Os brasileiros têm viajado muito para o exterior,mas os números dos gastos parecem revelar quenão costumamos fazer comparações além das lojas,dos “shopping malls”, “outlets” e “freeshops”. Agoramesmo voltei de férias dirigindo um carro por trêssemanas na Úmbria e na Toscana. Só paguei um pe-dágio nesse tempo todo, quando usei uma autoes-trada; não encontrei um único congestionamento,nem caminhões à minha frente, e muito menos pas-sei por situações de perigo. Nenhum buraquinho doasfalto – ainda que haja corrupção na Itália, sobram30 centímetros de espessura para a pista.
Hoje, no Brasil, faz-se muito barulho por nada:a briga do Legislativo com o Supremo, as reaçõescontra o deputado Pastor e o disse me disse da fu-tura campanha presidencial, os estádios recém-construídos. Nada disso conta de verdade paramelhorar o país. O que conta, entre outros pontos,é investir numa boa estrutura por onde circule ariqueza. Assim se pode dar oxigênio ao PIB e tiraroxigênio da inflação. Um tomate bem transporta-do chega mais barato.
B
“O que conta, entre outros pontos, é investir numa boa estrutura por onde circule a riqueza. Assim se pode dar oxigênio ao PIB e tirar oxigênio da inflação”
Tomate bem transportado
ALEXANDRE GARCIA
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 7
Duke
ENTREVISTA SAMIR KEEDI - CONSULTOR DO GRUPO ADUANEIRAS
Impulsionar o comércio exte-rior, enxergar ferrovias e ro-dovias como complementa-res e investir nos acessos
portuários são algumas medidasfundamentais que o Brasil precisapara conseguir se desenvolver, naavaliação do economista SamirKeedi, consultor e professor doGrupo Aduaneiras. Crítico em rela-ção à infraestrutura de transportedo país e à condução do poder pú-blico para mudar essa situação,ele enfatiza a necessidade de sairdo discurso e partir para a ação.Ao comentar sobre a importânciado comércio exterior, Keedi citaque a China fez essa descoberta,aumentando vertiginosamente omercado consumidor. Na entrevis-ta a seguir, ele comenta sobre di-versos gargalos e enfatiza que anecessidade de se melhorar osacessos aos portos, com vias quepossibilitem o escoamento das
cargas, é uma das medidas maisurgentes. Samir Keedi é autor delivros, como “Logística, Transpor-te, Comércio Exterior e Economiaem Conta-Gotas”, “ABC do Comér-cio Exterior – abrindo as primeiraspáginas”, “Logística de TransporteInternacional - veículo prático decompetitividade”, entre outros.Tem mais de 40 anos de experiên-cia na área de comércio exterior eé colunista em jornais e revistas,escrevendo artigos sobre trans-portes, logística, seguros, comér-cio exterior, economia e política. OGrupo Aduaneiras, no qual é con-sultor e professor, é uma consul-toria de comércio exterior, quetem publicações sobre a área. AAduaneiras edita livros e tambémtreina profissionais. Leia a seguira entrevista com Samir Keedi.
Atualmente, a corrente decomércio exterior do Brasil,
incluindo exportação e im-portação, chega a aproxima-damente 20% do PIB nacio-nal? O que isso significa paraa economia do país?
Uma tragédia, para dizermoso mínimo. Isso significa que so-mos um dos países mais fecha-dos do mundo. Enquanto algunspaíses têm um comércio exte-rior maior do que seu próprioPIB (Produto Interno Bruto), te-mos apenas 20% do nosso. OsPaíses Baixos (Netherlands), quemuitos insistem em chamar deHolanda – que é apenas uma desuas províncias – têm um co-mércio exterior de 140% maiorque seu PIB. E há países com ní-vel superior a isso.
O comércio exterior é fun-damental para o desenvolvi-mento?
Ainda não descobrimos que a
melhor forma de desenvolvimentode um país é por meio do comér-cio exterior. Aumenta o mercadoconsumidor de forma extraordiná-ria. Os países que descobrem issoevoluem muito mais rapidamente,e a China, para ficarmos no tempoatual, é a maior prova disso. Em1979, o Brasil exportava US$ 12,9 bi-lhões, enquanto a China exportavaU$ 9,7 bilhões. Em 1979, a Chinadescobriu que o capitalismo é amelhor forma econômica que exis-te e que o comércio exterior é seucomplemento ideal. Percebeu queum mercado consumidor de cercade 1 bilhão de pessoas, que nãoconsumiam quase nada, não pode-ria levar o país adiante. E que ummundo de mais de 5 bilhões depessoas poderia consumir muitomais. Hoje, a China tem 1,4 bilhãode habitantes, mas seu mercadoconsumidor é de quase 7 bilhõesde pessoas. Só nos Estados Uni-
“A melhor forma de desenvolvimento de um país é por meio domercado consumidor extraordinariamente. Os países que descobrem
Mais comércioPOR CYNTHIA CASTRO
comércio exterior. Aumenta o isso evoluem mais rapidamente”
dos, temos 315 milhões de consu-midores. A população toda. Nãocomo no Brasil, em que temos umapopulação de quase 200 milhõesde pessoas, mas com, talvez, uns20-30 milhões de consumidores defato. Embora o governo insistaem dizer, vergonhosamente, quea classe média brasileira é de54% da sua população. É claroque não podemos considerarseriamente isso, quando al-guém, para ser enquadrado naclasse média, tem que ter umarenda per capita a partir de me-ros R$ 291 por mês, bem menosda metade do salário mínimo.
Quais os reflexos para asociedade desse cenário emque o comércio exterior po-deria ser maior?
O subdesenvolvimento. Comum país com todas as condições deser um dos maiores do mundo, não
conseguimos sair do Terceiro Mun-do – para usar uma terminologiatradicional. Com renda per capitade meros US$ 12 mil, assim mesmoporque nossa taxa do dólar é con-trolada e tem um valor muito bai-xo, o que aumenta o PIB e a rendaem dólares norte-americanos.
Tendo em vista a produçãodo Brasil, tanto do agronegó-cio como de produtos indus-trializados, é possível estimarum índice que deveria corres-ponder ao comércio exterioratualmente?
Com tudo o que o Brasil apre-senta fisicamente, não podería-mos estar com tão baixo percen-tual. O mínimo aceitável para opaís seria de uns 50%, equivalen-te à China. Temos uma costa marí-tima de 7.500 quilômetros. Umsubsolo generosíssimo. O maiorterritório agricultável do planeta.
Uns 12% a 20% de toda a água do-ce do planeta, segundo estimati-vas de experts no assunto. Unsdez meses de sol por ano etc. Enão temos terremotos, vulcões,furacões etc. que muitos paísestêm. Assim, não há qualquer razãopara sermos o que somos, e não oque podemos ser. O que falta é go-verno. Política econômica ade-quada. Carga tributária adequadaao nosso desenvolvimento. Jurosidem. E, em especial, investimen-to, que é o que faz uma economiacrescer. A nossa é de ínfimos 17%do PIB na média de 1995-2012. AChina investe 40% a 45%. Por is-so, sua média de crescimento, de1979 a 2012, é de 9,9%. Enquantoeles investem cerca de 40% e têm
carga tributária de 17%, nós inves-timos 17% e temos carga tributá-ria de quase 40%. Facílimo expli-car porque nosso crescimentomédio é de 2,5% entre 1981-2012.
Quais os principais entravesque precisam ser atacadosmais urgentemente em relaçãoao transporte no Brasil?
A matriz de transporte, que éa pior do mundo. Fomos classifi-cados pelo Fórum EconômicoMundial, em 2011, na 104ª posição.Sendo 91ª em ferrovia, 110ª em ro-dovia, 122ª em aerovia e 130ª emportos. Isso em 142 países anali-sados. Considerando que acredi-tamos que no mundo não há maisdo que uns 60 a 70 países que
ARQUIVO PESSOAL
exterior
realmente contam de fato, quepodem fazer parte dos paísescom melhor futuro, vê-se que es-tamos muito além do último. Umpaís em que 60% da carga étransportada por via rodoviária,apenas 26% pela ferrovia e 14%apenas sobre as águas. Sendoque, nesse último, temos uns 11%a 12% pelo mar, na cabotagem; euns 2% a 3% em nossos rios. Sa-be-se que o Brasil produz sojamais barato que os Estados Uni-dos, mas a coloca no navio maiscaro. Enquanto 70% da nossa so-ja chega aos portos pela rodovia,Tio Sam a faz chegar, em 61%, viahidrovia. E pior que isso é quesendo um país rodoviarista, nãocuidamos das estradas nem as te-mos. A nossa malha rodoviária éde aproximadamente 1,5 milhãode quilômetros, com apenas 11%asfaltada. Os Estados Unidos, quenão são rodoviaristas, em quesua carga rodoviária é de apenas32%, têm 6,4 milhões de quilôme-tros de estradas, sendo 64% as-faltadas. Nossa ferrovia é a piordo mundo, apenas 29 mil quilô-metros, equivalente a de 1920. Oque significa 3,4 quilômetros deferrovia para cada mil quilôme-tros quadrados de território. A Ar-gentina tem 12; a França, 60; a In-glaterra, 70; a Alemanha, 130.
As principais medidas estãocontempladas nas obras pro-postas pelo poder público?
Entendemos que não. En-quanto o país gasta 0,4% do PIBem infraestrutura, a China e a
Rússia gastam 5%, e a Índia, 4%.E, com os novos planos do gover-no, com os valores anunciados,em 2012, para os portos e, poste-riormente, para as rodovias e fer-rovias, esse percentual diminuiu,enquanto todos estão acreditan-do que ele aumentou. Ninguémfez as contas.
O que precisaria ser feito deimediato para melhorar a logís-tica de transporte?
Entender que o país precisainvestir em infraestrutura o maisrápido possível. Parar de falar, oque se faz há anos, e partir para aação. As estradas, portos, aero-portos, ferrovias não crescerão emelhorarão sozinhos, apenasporque o governo fala neles to-dos os dias. Eles só crescerãocom a ação humana. O que há afazer todos os dias é agir, investir,pensar num grande país, que é oque falta de fato. Seriedade é oque mais falta ao que costuma-mos chamar de grande acampa-mento. Que algum dia, com atos efatos, poderá vir a ser um país,uma nação.
Em relação aos portos, porexemplo, qual a sua opinião so-bre o que é mais necessário nospróximos anos?
O governo deve parar de mu-dar as normas constantemente.A economia precisa de estabili-dade. Os entes econômicos pre-cisam saber o que vai ocorrernos próximos cinco, dez anos.Há muitos anos ninguém sabe o
que vai ocorrer no país nos pró-ximos três meses. A economia éuma ciência em longo prazo. Na-da acontece em meses, mas emanos. Entendemos que o gover-no precisa sinalizar o futuro dis-tante. E, mais que isso, deixar deintervir, permitir à iniciativa pri-vada o investimento, a criaçãode seus portos, terminais etc.Construir um porto tem que sercomo abrir uma loja, um postode gasolina etc. Tem que ser li-vre. Há que se tornar de fato ca-pitalista. Ao governo compete osmarcos regulatórios que a ini-ciativa privada tem que seguir.Mas, com seriedade para ambosos lados, o que tem faltado a es-se grande acampamento.
GARGALO Acessos
“O que há afazer todos
os dias é agir,investir, pensar
num grandepaís, que é o que falta de fato”
ferentes áreas do transportedo Brasil?
Já colocamos em diversos ar-tigos, em colunas que temos emjornais e revistas, que o problemado Brasil não é a economia inter-nacional. O problema do Brasil sechama apenas Brasil. É só estudara nossa economia nos últimos cin-co anos e nos últimos 32 anos everificar que temos crescido me-nos que a economia mundial emuitos de nossos parceiros ouequivalentes. Temos de tudo paracrescer e não depender da econo-mia internacional como depende-mos. Nosso mercado consumidor,em existindo, pode compensar emmuito os problemas internacio-nais. Citando novamente a China,
o que é inevitável, veja que, em2006, seu comércio exterior erade 67% do mundial. Hoje, é de50%. Chegada a crise, olharampara o mercado interno e conti-nuam crescendo a um mínimo de8% ao ano. Não muito distantedos 9,9% dos últimos 34 anos.
Há algum setor que preo-cupa mais?
Infelizmente não. Isso seriaótimo, pois poderíamos nosconcentrar nele. Todos preocu-pam, como vimos. E quando osproblemas são dessa magnitu-de, fica muito difícil atacá-los.Em especial quando não se temvontade política para fazer oque tem que ser feito.
O senhor já escreveu livrosem diferentes áreas do trans-porte. Na sua opinião, onde es-tá o principal gargalo?
Se temos que escolher umgargalo principal, o que é difícil,entendemos que temos que es-colher os acessos aos portos.Não temos vias suficientes, e asque temos não têm condiçõesadequadas para fazer a cargachegar aos portos. Santos e Para-naguá são exemplos suficientespara isso. Não os únicos, masbem representativos.
Como o senhor avalia a for-ma como rodovias e ferroviassão tratadas no Brasil? Falta umtrabalho para que elas sejamvistas como complementares?
Sem dúvida rodovia e ferroviasão muito maltratadas. E nuncaforam vistas como complementa-res, mas sim concorrentes. Temosentrevista e artigo, este último jápublicado em diversas ocasiões,mostrando que elas são comple-mentares, cujo título é “Rodovia xferrovia ou rodovia + ferrovia?”em que mostramos que rodoviamais ferrovia é o ideal.
Qual é o preço que o Brasilpaga pela ineficiência dotransporte?
O que todos conhecemos,sendo uma das principais pernasdo custo Brasil. E, no ponto emque chegamos, é uma situaçãomuito difícil de reverter. l
aos portos representam um dos principais problemas da logística do Brasil
LUCAS BAPTISTA/FUTURA PRESS
A capacidade de produçãodo Brasil e a capacidade de en-trega para o mercado externono prazo estabelecido repre-sentam um problema?
Um imenso problema. Entreos países que contam, estamosfora dos parâmetros. Vide que,neste ano, tivemos dois cancela-mentos chineses de pedidos demilhões de toneladas de sojapor descumprimento de contra-to, por falta de entrega. E esse éum problema de todos os seto-res, não apenas na soja ou noagronegócio.
Qual a opinião do senhor emrelação à crise na economia in-ternacional e os reflexos às di-
“Temos detudo para
crescer e nãodepender da
economiainternacional”
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201312
MAIS TRANSPORTE
SÉRGIO CHVAICER/MITSUBISHI/DIVULGAÇÃO
Seis modelos da Renault foramclassificados dentro do menornível de consumo de combustível.Novo Clio (1.0 16V Hi-Power), Logan(1.0 16V Hi-Flex), Sandero (1.0 16VHi-Flex), Duster (Dynamique 4x42.0 16V Hi-Flex), Fluence(Dynamique 2.0 16V Hi-Flex) eKangoo Express (1.6 16V Hi-Flex)saem de fábrica com nota “A”. Osveículos são avaliados pelo PBEV(Programa Brasileiro de
Etiquetagem Veicular), elaboradopelo Inmetro, em parceria com oConpet (Programa Nacional daRacionalização do Uso dosDerivados de Petróleo e do GásNatural), vinculado ao Ministériode Minas e Energia. Com a etiquetagem, os consumidores ficam informados sobre o nível de consumo de combustível de cadaveículo e podem comparar comoutros modelos da mesma categoria.
Etiquetagem veicular RENAULT/DIVULGAÇÃO
A Mitsubishi e a AutoDuo, especializada em preparação deveículos, desenvolveram um“show car” do modelo L200 Triton Savana. O veículo seráexposto em feiras e eventos
pelo Brasil. Batizada de L200Triton Savana ADX, a picape recebeu incrementos que adeixaram mais alta, com a caçamba chegando a 1,5 metro de altura do solo. Para os pneus
Scorpion ATR aro 20", foi instalada uma suspensão de 2,5" e flares que não deixam opneu ficar para fora da estrutura.O carro possui guincho dianteiro com controle remoto
wireless e outro elétricona caçamba. Para maior comodidade, foram instalados sensores dianteiro e traseiro, além de uma câmera de ré de última geração.
Mais capacidade off-road
CONTROLE Etiquetagem informa o consumo
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 13
CIT realiza debate em Punta Cana
19ª ASSEMBLEIA
ACIT (Câmara Interameri-cana de Transportes)reuniu, em abril, entida-
des de 15 países em Punta Cana,República Dominicana. A 19ª As-sembleia Geral da entidade dis-cutiu temas e desafios do setor.Questões, como a facilitação defronteiras, a concessão de gra-tuidades no transporte de pas-sageiros e a implementação doEuro-5 (programa de combate àemissão de poluentes da UniãoEuropeia) pelos países america-nos estiveram na pauta.
A assembleia contou com
a presença de representan-tes de entidades de Argenti-na, Brasil, Colômbia, CostaRica, Equador, El Salvador,Estados Unidos, Guatemala,Honduras, México, Nicará-gua, Panamá, Peru, Repúbli-ca Dominicana e Venezuela.O secretário geral da IRU(International Road Trans-portat Union), Umberto dePretto, esteve presente paraa assinatura de um “AcordoGeral de Cooperação” entrea organização e a Câmara. Oobjetivo é estabelecer um
marco para a colaboraçãoconjunta em temas de inte-resse comum.
Paulo Caleffi, secretário-geral da CIT, destacou duranteo encontro que a entidade éum fórum no qual todos osparticipantes têm o mesmopeso, sendo as resoluções re-presentativas e de interessede todas as entidades presen-tes. A próxima assembleia estáprevista para setembro desteano, na sede das Nações Uni-das, em Nova York, EstadosUnidos.
FÓRUM Próxima assembleia da CIT está prevista para setembro deste ano
CIT/DIVULGAÇÃO
A Hamburg Süd vai receber, esteano, seis novos porta-contêineresidênticos com capacidade para9.600 TEUs. Eles serão entreguespelo estaleiro Hyundai HeavyIndustries, da Coreia do Sul, e vãocontemplar o serviço da costaleste da América do Sul. JulianThomas, diretor-superintendenteda Hamburg Süd, diz que serãoos maiores em operação naAmérica Latina, com 1.700 tomadas para transportar cargarefrigerada. A empresa atua em 14 portos nacionais e opera46 porta-contêineres nos serviços que atendem o Brasil.
Novos naviosadquiridos
Criada em fevereiro deste ano, aMTO, empresa com foco no transporte de produtos de altovalor agregado, pretende investirR$ 330 milhões até 2020. Dentrodos planos, a empresa anunciou acriação de uma alternativa para otrecho entre Rio de Janeiro e SãoPaulo por meio de trens expressos e diários. Para isso, acompanhia vai utilizar 400 quilômetros de ferrovia da MRS. Aempresa pretende construir terminais multimodais em Mogi dasCruzes (SP) e Queimados (RJ), cidades próximas ao Rodoanel, emSão Paulo, e ao Arco Metropolitano doRio de Janeiro, respectivamente.
Trens diários e expressos
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201314
MAIS TRANSPORTE
Repórter no VolanteLivro trata de um personagem raramente lembrado na vida jornalística: o motorista deredação, encarregado de levarrepórteres e fotógrafos aos locaisde apuração da notícia. Por meiode depoimentos de profissionais daimprensa, mostra como a atuaçãodos motoristas pode ser crucialpara a realização das reportagens. De: Sylvia D. Moretzsohn, Ed.Publifolha, 184 págs., R$ 24,90
DesenvolvimentoEconômico – UmaPerspectiva BrasileiraNessa obra, os organizadores e uma grande equipe de autoresprocuram aliar teoria, história eevidências empíricas para oferecerao leitor um entendimento precisoda trajetória do desenvolvimentoeconômico do Brasil. Org: Fabio Giambiagi e outros, Ed. Campus Elsevier, 496 págs., R$ 89,90
Como parte das comemorações de seus 60 anos, a Viação Itapemirim investiu em uma nova pintura emparte de sua frota. A ação reproduz em detalhes os modelos antigos de maior sucesso da empresa.O primeiro layout escolhido foi o de uma carroceria de 1966, que possuía design arrojado para a época.
Ônibus retrô para festejar 60 anos
VIAÇÃO ITAPEMIRIM/DIVULGAÇÃO
Táxis blindados Quinze taxistas da Cooperluxo,cooperativa de táxi com atuaçãoem São Paulo (SP), investiram emuma frota de veículos blindados.Cada profissional fez a opçãopelo modelo a ser blindado,sendo o mais caro da frota umAzera 2013, da Hyundai, de R$ 180mil. O foco é o atendimento aempresários, famosos e executi-vos brasileiros e estrangeiros quese preocupam com a segurança
em seus deslocamentos urbanose que têm preferência por umveículo do tipo. Conforme o portal “Blindagem News”, osmotoristas dos táxis blindados se diferenciam dos demais pelo comportamento ao volante,pelo tipo de conversa com ocliente e, também, por dominarem outros idiomas. Os profissionais participaram decursos antissequestro; direção
defensiva e evasiva, entre outros.Os táxis blindados estão inclusosna categoria luxo, cuja frota na capital paulista é de 146 carros. O custo da “bandeirada” do táxide luxo blindado é 50% maior doque a cobrada por táxis comuns.É necessário fazer a reserva dotáxi blindado com 12 horas deantecedência, por e-mail, paraque o pedido fique registrado na cooperativa.
IVECO/DIVULGAÇÃO
LUFTHANSA CARGO/EGOM/DIVULGAÇÃO
A Lufthansa Cargo estima umcrescimento de aproximadamente25% no volume total do mercadode carga aérea transportada doBrasil para a Europa nos próximos cinco anos. Com a projeção executada, a companhiadeve chegar a mais de 100 miltoneladas por ano, patamar atingido em 2008, frente àsatuais 80 mil toneladas anuais.Andreas Otto, membro doConselho Executivo da Lufthansa,afirma que dois dos cinco Boeing
777F encomendados começam a ser entregues no segundosemestre deste ano. Apesar de considerar que a aeronave é ideal para as operações daempresa no Brasil, o executivonão confirmou uma data paraque os aviões comecem a operar no país. O Boeing 777F conseguefazer voos sem escala entre o Brasil e a Europa por ter maior autonomia e ser mais eficiente que o MD11 utilizado atualmente pela Lufthansa.
Incremento no volume de cargas
EXPECTATIVA Meta é crescer 25% em cinco anos
A Iveco levou seus veículos de defesa para a Laad 2013 (Mostra Internacional de Defesa e Segurança) realizada no Rio deJaneiro. A montadora expôs o blindadoGuarani, feito em parceria com o Exércitobrasileiro, que já está em produção; o multi-funcional LMV, veículo leve de tração inte-
gral, utilizado por Exércitos europeus; e aversão militarizada do off-road Trakker. Alinha de veículos de defesa da marca estádividida nas categorias blindados, caminhões e veículos multifuncionais. A gama de defesa da Iveco é comercializadaem mais de 50 países, incluindo membros
da Otan (Organização do Tratado doAtlântico Norte). Com aporte dos próprioscompradores, a montadora destinou 10,3 milhões de euros em pesquisa e desenvolvimento na sua linha de veículos de defesa em 2003. Em 2011, esse valorchegou a 43,7 milhões de euros.
Defesa em destaque
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201316
MAIS TRANSPORTE
CNT e Ibama querem fortalecer o diálogo
AÇÕES AMBIENTAIS
Os membros do ConselhoAmbiental do Transpor-te da CNT se reuniram
pela terceira vez, em Brasília,no dia 16 de maio. O objetivodo grupo, criado em 2011, é le-vantar problemas e discutir so-luções para os temas que en-volvem questões de meio am-biente nos quatro modais: ro-doviário, ferroviário, aquaviá-rio e aéreo.
Durante o evento, o presi-dente do Ibama, Volney Zanar-di, reforçou que o instituto temo objetivo de firmar acordo decooperação com a CNT paradiscutir de forma contínua as-suntos relacionados ao trans-porte e ao meio ambiente, oque foi ressaltado pelo diretor-executivo da CNT, Bruno Batis-ta. “A presença do presidentedo Ibama traz credibilidade ànossa reunião. Isso ratifica ointeresse do setor de transpor-te em se adequar às normas eem promover avanços ambien-tais nas empresas que repre-sentamos, principalmente emrelação ao tema licenciamentoambiental”, afirmou.
De acordo com Bruno Ba-tista e com o presidente doIbama, a construção de umaagenda com a Confederação éválida porque existem ques-tões nas quais o aprimora-mento precisa ser discutido
com urgência - entre elas, porexemplo, o transporte interes-tadual de cargas perigosas.
No dia 17 de maio, o Ibamapublicou a primeira de duasinstruções normativas sobreo assunto. O instituto seráresponsável pelo desenvolvi-mento, implantação e opera-ção do Sistema Nacional deTransporte de Produtos Peri-gosos, no prazo de 24 meses,a partir da data de publica-ção dessa primeira instruçãonormativa. Já o novo siste-ma, ainda em estudo e queentrará em fase de consultaspúblicas, vai propor medidaspara as áreas de risco am-biental e para minimizar da-nos ao meio ambiente.
De acordo com o Ibama, osistema será controlado pormeio da identificação deáreas prioritárias para a fis-calização e por meio da deli-mitação das áreas em queesse tipo de transporte seráproibido. Outros objetivossão garantir o pronto atendi-mento a acidentes ambien-tais e a integração com osdemais órgãos públicos queregem a matéria.
Renovação de frotaA necessidade de se im-
plantar um programa nacionalde renovação de frota de ca-
minhões foi outro tema dedestaque durante o encontro.Só em São Paulo, por exemplo,o Detran calcula que existemmais de 186 mil caminhõescom mais de 30 anos de idade.O diretor de fomento e de cré-dito da Desenvolve SP (Agên-cia de Desenvolvimento Pau-lista), Júlio Themes Neto, fa-lou sobre o programa RenovaSP, implantado em abril em fa-se piloto na cidade portuáriade Santos.“Dos 6.000 cami-nhões em Santos, 4.000 sãode autônomos e em torno de
mil têm mais de 30 anos. Osproprietários têm dificulda-des para buscar financiamen-tos para comprovar renda.Nossa ideia é, depois dessa fa-se piloto em Santos, estendero programa para o resto doEstado de São Paulo.”
A CNT salientou que a lutapela renovação de frota é an-tiga e que programas comoesse, implantado em SãoPaulo, e mais recentementeno Rio de Janeiro, são gran-des conquistas do setor. (Aerton Guimarães e Rosalvo Streit)
PARTICIPAÇÃO Volney Zanardi, durante reunião na CNT
JÚLI
O FE
RNAN
DES/
CNT
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 17
A MRS Logística assinou com oGoverno do Rio de Janeiro e coma Prefeitura de Queimados(município da Região Metropolitanado RJ) um Protocolo de Intençõespara a construção do PoloIntermodal Ferroviário. A MRSinvestiu R$ 100 milhões para executar o projeto destinado à carga geral. Segundo a concessionária, a construção doPolo Logístico se viabilizou pormeio da garantia do governo fluminense em construir uma alça para ligar o local ao ArcoMetropolitano. O Arco é umaalternativa do governo do Rio
para desviar o intenso tráfego de veículos que cortam a capitalcom destino à RegiãoMetropolitana do Estado. A previsão é que as vias sejam concluídas em 2015, mesmaexpectativa para o início das atividades do Polo Logístico. Aárea do empreendimento é de 700mil metros quadrados, às margensda ferrovia, a 8 km da rodoviaPresidente Dutra e a 2 km do Arco (que se inicia em Itaboraí etermina no Porto de Itaguaí, cortando boa parte da BaixadaFluminense). A expectativa da MRS é gerar 300 empregos diretos.
Polo logístico no RJ
TROLLER/DIVULGAÇÃO
A Troller preparou uma adesivagem especial para o modelo T4 durante a Abrin (Feira Brasileira de Brinquedos), em São Paulo. O veículo foi personalizadocom o personagem Ben 10: herói infantil da
Cartoon Network. A ação faz parte da estratégia da marca de personalização de veículos visando ampliar a divulgaçãodo Troller T4 junto a públicos de diferentes faixas de idade.
Herói infantil em 4x4
A Ferroeste está investindo R$ 960 mil no sistema de segurança de suas locomotivas. Até julho, todas elas vão funcionar com novos dispositivos. A modernização é realizada com recursosintegralizados pela empresa.Segundo o diretor de produção, Rodrigo Cesar de Oliveira, a melhoria nos equipamentos vai trazer maior segurança na condução das locomotivas. “A empresa passa a ter uma
confiabilidade superior na frenagem dos trens e maior controle da circulação.” A tecnologiaembarcada, também priorizada pela concessionária, permite um diagnóstico das viagens, buscando uma condução mais eficiente no desempenho dos maquinistas. O investimento inclui sistemas de freios mais modernos e instalaçãode novos computadoresde bordo, entre outros.
Segurança e tecnologia
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201318
MAIS TRANSPORTEM. ROCHA/GRUPO CHIBATÃO/DIVULGAÇÃO
O Terminal Portuário do GrupoChibatão, no Porto de Manaus,conseguiu diminuir para menos da metade do tempo aremoção de um contêiner nospátios da empresa. A operação,que antes levava uma hora,agora é feita em apenas 28minutos. Segundo a companhia,com o tempo reduzido na movi-mentação dos contêineres, asmercadorias desembarcadas
ganharam mais eficiência erapidez no desembaraço aduaneiro. As operações são feitas por meio de seisguindastes RTGs. Jhony Fidelis, gestor do TerminalPortuário Chibatão, acreditaque, nos próximos meses, com maior prática dos operadores na utilização dos equipamentos, o tempopossa ser reduzido ainda mais.
Produtividade em Manaus
EFICIÊNCIA Mais rapidez no desembaraço aduaneiro
Tecnologia nacional
AEROMÓVEL
Oprimeiro dos dois aeromó-veis criados pelo engenheiroOskar Coester foi transpor-
tado do Rio de Janeiro ao Rio Gran-de do Sul, fazendo um percurso de1.600 quilômetros. A operação, rea-lizada pelo Grupo Darcy Pacheco, le-vou quatro dias. O A100, de 10 tone-ladas, foi transportado em umaprancha de seis eixos, com 21,5 me-tros de comprimento, de Três Rios(RJ) a Porto Alegre (RS), passandopor cinco rodovias diferentes.
O A100 tem capacidade para150 passageiros e vai ligar o me-trô da capital gaúcha ao aero-porto Salgado Filho. O trecho de998 metros será percorrido em90 segundos. Orçado em maisde R$ 37 milhões, o aeromóvelpossui tecnologia 100% nacio-nal e tem propulsão a ar.
Todo o transporte do veículo
foi feito durante o dia, em umavelocidade máxima de 70 quilô-metros por hora. Dois guindastesdescarregaram o A100, colocan-do-o nos trilhos da Estação Tren-surb, em Porto Alegre, na qual oA100 passa por testes. O iníciodas operações está previsto parao fim de junho, quando o segundoaeromóvel, com o dobro da capa-cidade, deve chegar à cidade.
FOTOS GRUPO DARCY PACHECO/DIVULGAÇÃO
...e é colocado nos trilhos em estação gaúcha
OPERAÇÃO Equipamento percorre 1.600 km...OPERAÇÃO Equipamento percorre 1.600 km...
Lei do Motorista é debatida na Câmara dos Deputados
SEMINÁRIO NTC
Amaior segurança nas ro-dovias brasileiras e osajustes necessários à
efetiva implementação da Leinº 12.619/2012, conhecida comoLei do Motorista, foram os te-mas do XIII Seminário Brasilei-ro do Transporte Rodoviário deCargas, realizado pela NTC&Lo-gística (Associação Nacional doTransporte de Cargas e Logísti-ca), na Câmara dos Deputados.
Em abril de 2012, depois devários debates entre emprega-dos, empregadores e embar-cadores, a legislação que dis-põe sobre o exercício da pro-fissão de motorista foi aprova-da no país e começou a valerno mês de junho. Agora, passapor revisão no Congresso Na-cional para um possível apri-moramento.
Representantes do setorde transporte, da indústria,do agronegócio e parlamen-tares da Comissão de Viação
e Transporte da Câmara deba-teram críticas e sugestõespara serem incorporadas àlei. Também estiveram pre-sentes membros do MinistérioPúblico do Trabalho, da Polí-cia Rodoviária Federal, entreoutros órgãos.
Uma comissão especial foiformada em abril, e a expecta-tiva é que até este mês de ju-nho seja concluído o relatóriofinal. No setor de transporte,representantes dos emprega-dos e dos empregadores disse-ram ser a favor da implementa-ção efetiva da legislação comoalgo essencial para a seguran-ça. Muitos entendem que ocontrole da jornada de traba-lho e outras medidas tambémgarantem segurança jurídicapara ambas as partes.
Por outro lado, represen-tantes dos embarcadores –tanto do agronegócio comoda indústria – citaram dificul-
dades enfrentadas para ocumprimento da legislaçãoque limita a jornada e exigeparadas obrigatórias.
O deputado Hugo Leal, vice-presidente da comissão espe-cial e presidente da Frente Par-lamentar do Trânsito Seguro,da Câmara, disse que, apesardas diferentes posições, o queficou muito claro nesse semi-nário é que a segurança temque vir em primeiro lugar. “Sa-bemos que a lucratividade éimportante, mas a vida humanaprecisa ser preservada.”
Alguns pontos que provo-cam mais discussão são a de-terminação sobre o descansomínimo de 11 horas dentro deum período de 24 horas e otempo de parada exigido du-rante o dia de trabalho. Pela lei,o motorista profissional nãopode dirigir mais de quatro ho-ras ininterruptas. É necessáriofazer uma parada de descanso
de pelo menos 30 minutos. Alegislação admite a prorroga-ção da jornada de trabalho ematé duas horas extraordinárias.
O presidente da NTC&Logísti-ca, Flávio Benatti, defende a im-plementação efetiva da Lei doMotorista e considera que essafoi uma das mais importantesconquistas do setor de trans-porte rodoviário. Na opinião deBenatti, a legislação traz segu-rança jurídica para empregadose empregadores e contribui pa-ra reduzir o número de aciden-tes nas estradas. “O alcance so-cial das regras contidas é muitogrande. Visa a preservação dasaúde do motorista e a seguran-ça no trânsito, tentando evitartantas perdas em acidentes.Com a lei, o empregador saberáao certo quais são os custos desua atividade e o empregadotambém vai receber pelo quetrabalha”, disse Benatti.
(Por Cynthia Castro)
JÚLIO FERNANDES/CNT
SUGESTÕES Encontro discute diferentes pontos de vista sobre o que precisa ser modificado e sobre o que deve ser mantido em legislação
PERSONAGEM DO TRANSPORTE
Empresa de motofrete desenvolve projeto de leitura,em São Paulo, com a manutenção de pequenas bibliotecas e a doação de livros à comunidade
POR LIVIA CEREZOLI
EntregaliteráriaN
a Translig, empresa demotofrete localizadana região de Pinhei-ros, na capital paulis-
ta, as entregas são sempreacompanhadas com um poucode história, seja pelo conheci-mento adquirido pelos moto-boys ou mesmo dentro dos pa-cotes enviados aos clientes.Desde quando foi criada, em2006, a empresa mantém umprojeto de incentivo à leituraque envolve a direção, os fun-cionários, os clientes e a comu-nidade em geral.
Tudo começou com aTranslivroteca, uma pequenabiblioteca criada para que osmotoboys pudessem aprovei-tar de uma maneira maiscriativa os intervalos entreuma corrida e outra. SegundoRafael Bernardes, gerente-co-mercial da Translig e um dosidealizadores do projeto, aideia era oferecer uma novaoportunidade aos funcioná-rios. “A maioria deles não ti-nha o hábito da leitura e nemtinha lido um livro inteiro.Hoje, é muito gratificante sa-ber que eles saíram do anal-fabetismo funcional.”
Os primeiros livros foramcomprados por Bernardes e por
sua esposa, a grande incentiva-dora do projeto. Depois, quandoa iniciativa passou a ser conhe-cida pelos clientes, as doaçõescomeçaram a chegar. E foramtantas que o espaço físico daempresa ficou pequeno. Foi as-sim que surgiu a ideia de com-partilhar os livros.
“Criamos então uma corren-te de leitura. Passamos a enviaros livros com as encomendasaos nossos clientes. Dentro decada um dos exemplares colo-camos uma explicação sobre oprojeto, dizendo que aquele li-
vro, depois de lido, deveria serrepassado para outras pes-soas”, conta o gerente.
E a ideia do compartilha-mento deu tão certo que a dis-tribuição dos livros passoutambém a ser realizada na fren-te da empresa. Uma pequenaestante, chamada de minibi-blioteca, foi instalada na calça-da e, dois dias por semana – àsterças e quintas-feiras, das 8hàs 18h -, pelo menos 50 livrossão colocados à disposição dequem passa pelo local. De acor-do com Bernardes, qualquer
pessoa pode pegar o livro e le-var para casa, desde que assu-ma o compromisso de manter acorrente ativa. “É preciso fazero livro circular sempre.”
No início, Bernardes contaque as pessoas achavam es-tranho a presença dos livros enão se sentiam à vontade pa-ra pegar os exemplares. De-pois, quando o projeto passoua ser mais conhecido, o aces-so aos livros tornou-se maisfrequente e, hoje, é grande onúmero de pessoas que pe-gam os exemplares.
o projeto tem sido um su-cesso”, conta Bernardes.
Segundo ele, o desenvolvi-mento de ações como essas temimpactado de forma bastantepositiva o desempenho da em-presa. A relação com os clientesse tornou mais direta porque ho-je eles vão até a Translig levar oslivros para doação. “Além disso,ganhamos novos clientes quechegaram até a gente por meiodo projeto. Nosso objetivo sem-pre foi desenvolver um trabalhosocial, mas é inevitável não as-sociar o bom desempenho da
empresa a ele. A Translig tem re-gistrado crescimento de 30% aoano, mesmo em um momentoeconômico não muito favorávelao país”, destaca o gerente.
Quem se interessou peloprojeto e tiver livros para doarpode procurar a empresa, loca-lizada na rua dos Pinheiros,1.220, em São Paulo. A Trans-lig aceita livros de literaturaem geral, exceto enciclopé-dias e livros didáticos. No en-dereço eletrônico da empre-sa (www.translig.com.br) exis-tem outras informações. l
FOTOS TRANSLIG/DIVULGAÇÃO
Desde a criação, o projetojá recebeu a doação de 15 miltítulos, e o gerente da Transligacredita que desses, pelo me-nos 12 mil foram doados. Hoje,no acervo interno da empre-sa, estão à disposição dos mo-toboys 3.500 livros de litera-tura. Ao todo, a empresa em-prega 35 motoboys que aten-dem toda a Grande São Paulo.Entre os serviços realizadosestão coleta de assinaturas,entrega de encomendas e dedocumentos, serviços bancá-rios e de cartórios.
Há três meses, o projetode leitura desenvolvido pelaTranslig iniciou uma novafase. Em parceria com o Ins-tituto Mobilidade Verde, oslivros passaram a ser distri-buídos também na cicloviada avenida Faria Lima, emPinheiros. “Ganhamos doinstituto uma bicicloteca, enossos motoboys fazem adistribuição dos livros sem-pre às segundas, quartas esextas-feiras, das 12h às 14h.Esse é o horário de maiorfluxo de pessoas no local, e
PARTICIPAÇÃOConhece algum profissionaldo setor de transporte quemereça ter a sua históriacontada aqui na revista CNT Transporte Atual? As sugestões podem ser enviadaspara [email protected] seção “Personagem doTransporte” tem como objetivo principal contar ahistória de profissionais dosetor que abraçaram umacausa e lutam por ela. Essenovo espaço da revista pretende valorizar os profissionais que se destacam por um talentoespecial e utilizam isso parapromover uma vida melhorem suas comunidades. A novaseção também pretende despertar o interesse emoutros trabalhadores para correrem atrás do que elesrealmente querem e acreditam.
REPORTAGEM DE CAPA
Nova realida
de portuária
APPA/ASSCOM/DIVULGAÇÃO
Com a aprovação do novo marco regulatório,cresce a expectativa de redução de custos
e de melhorias no setor, mas gargalos ainda precisam ser solucionados
Com a aprovação do novo marco regulatório,cresce a expectativa de redução de custos
e de melhorias no setor, mas gargalos ainda precisam ser solucionados
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201324
No limite do prazo pa-ra não perder a vali-dade, a Medida Pro-visória nº 595/2012,
conhecida como MP dos Por-tos, foi aprovada pelo Con-gresso Nacional no dia 16 demaio. O texto estabelece umnovo marco regulatório para osistema portuário brasileirocom o objetivo de modernizaros portos e atrair novos inves-timentos para o setor. O docu-mento foi enviado pelo Execu-tivo ao Congresso Nacionalem dezembro do ano passado.
A principal alteração pre-vista pela MP é a possibilida-de de criação de concorrênciaentre os portos públicos e osterminais privados. Um dosartigos do texto permite à An-taq (Agência Nacional deTransportes Aquaviários) dis-ciplinar as condições de aces-so, por qualquer interessado,às instalações portuárias pri-vadas, mediante “remunera-ção adequada” ao titular daautorização. Dessa maneira,uma série de restrições exis-tentes na utilização dessesterminais privados por tercei-ros será eliminada.
Pela Lei dos Portos de 1993,vencia a licitação a empresaque pagasse o maior valor pe-la outorga (concessão do ser-viço portuário).
Outra alteração diz respei-to à contratação de mão deobra. Ampliou-se o númerode categorias de trabalhado-res que têm a contrataçãoadministrada pelo Ogmo (Ór-gão Gestor de Mão de Obra),mas foram preservados to-dos os demais direitos e a ga-rantia de renda mínima e aaposentadoria especial aoscolaboradores.
Pela regra anterior, váriasempresas estavam autoriza-das a operar terminais pró-prios fora dos limites do portopúblico. No entanto, essas em-presas só poderiam, em tese,movimentar cargas próprias.Pelo novo marco, não existemais essa distinção. Os opera-dores passam a ser livres paramovimentar quaisquer tiposde cargas.
Entre as demais alteraçõescontidas na MP também está ocritério de maior eficiênciacom menor tarifa para as no-vas licitações de terminais.
EXPECTATIVA
POR LIVIA CEREZOLI
“A lei vaimodernizar
tanto os portos
públicos comoos privados”
SENADOR CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 25
“Sem dúvida, esse novomarco regulatório irá ajudarbastante a modernizar a infra-estrutura de transporte dopaís. A lei vai modernizar tan-to os portos públicos como osprivados. Esperamos agoraque a capacidade de gestãodo governo possa fazer fluirtoda essa legislação, no senti-do de equilibrar os modais ereduzir os custos logísticos”,afirma o presidente da CNT,senador Clésio Andrade.
O prazo para a sanção pre-sidencial da MP se encerrariano dia 6 de junho, mas alguns
vetos já eram tidos como cer-tos. Entre eles, a emenda quepossibilita a prorrogação au-tomática de contratos de ter-minais privados em portospúblicos celebrados após aLei dos Portos, de 1993, masque ainda estão em vigor,sem alterações. O governo ar-gumenta que a medida impe-de duas das principais mu-danças previstas na nova le-gislação: oferta de menorestarifas aos usuários e a mo-dernização dos terminais,porque não permite a reorga-nização dos portos.
Outro ponto que o Planaltoavaliava era a criação do ter-minal indústria. Pelo texto, ter-minais que façam parte deuma determinada cadeia pro-dutiva não podem ser licitadosou construídos por gruposconcorrentes. Para o governo,esse ponto retoma o conceitode carga própria, derrubadopela MP. Além disso, o governotambém previa veto à limita-ção de participação acionáriade até 5% dos armadores(grandes empresas internacio-nais que realizam o transportepor navios). Na visão do Execu-
ASSCOM/APPA
Novo marco regulatório deve ampliar o volume de investimentos nos portos
Transportede granéis
sólidosdemora
48 horasem média
Grupo vai estudar soluçõesATENÇÃO
O governo federal criou, nodia 23 de abril, por meio deuma portaria interministerial,um comitê para discutir aspossíveis soluções para osgargalos no escoamento dasafra de grãos nacional.
O grupo é formado por re-presentantes da Secretaria dePortos, dos ministérios daAgricultura, Pecuária e Abas-tecimento e dos Transportes,da ANTT (Agência Nacional deTransportes Terrestres), Antaq(Agência Nacional de Trans-portes Aquaviários), EPL (Em-presa de Planejamento e Lo-gística) e Conab (CompanhiaNacional de Abastecimento). ACNT (Confederação Nacionaldo Transporte) também parti-cipa das discussões.
O comitê tem como objeti-vo “analisar o cenário atual desuperprodução agrícola e suas
perspectivas, com o objetivode elaborar propostas de cur-to, médio e longo prazo paramitigar o congestionamentode veículos de cargas nosacessos portuários e nos ter-minais de transbordo e arma-zenagem de cargas.” Na safra2011/2012, o Brasil produziu 166milhões de toneladas. A expec-tativa da Conab é que a produ-ção 2012/2013 chegue a 184 mi-lhões de toneladas.
A portaria ainda define queo grupo identifique os garga-los existentes nos principaiseixos de transportes que com-põem os corredores logísticose proponha alternativas de es-coamento e subsídios neces-sários a um planejamento deobras e serviços que seja cor-respondente às necessidadesestratégicas da produção doagronegócio brasileiro.
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201326
Transporte Marítimo, divulgadaem dezembro de 2012, as limita-ções de espaço nos terminais enas retroáreas (espaços opera-cionais do porto com pátios earmazéns), os acessos rodoviá-rios e ferroviários insuficientese de qualidade inadequada, oexcesso de trâmites burocráti-cos e de tributação e a falta dequalificação da mão de obrasão os principais fatores queimpedem o escoamento da pro-dução nacional de maneiraadequada e competitiva.
Somam-se a isso o excesso
cisamos trabalhar muito nosprogramas de dragagem, me-lhorar os acessos rodoviáriose ferroviários e ainda investirem hidrovias para possibilitaro escoamento da nossa pro-dução agrícola por outrosportos que não apenas os dasregiões Sul e Sudeste”, afirmaMeton Soares, vice-presidenteda CNT e presidente da Fena-vega (Federação Nacional dasEmpresas de Navegação Marí-tima, Fluvial, Lacustre e deTráfego Portuário).
Segundo a Pesquisa CNT do
tivo, isso impede empresasbrasileiras de investirem nosetor. A solução para esse casoseria definir a participação emcada processo licitatório.
Na visão de especialistasdo setor, a aprovação da MP éum avanço, mas não solucionapor si só os principais garga-los, e o caminho para se alcan-çar a eficiência portuária ain-da é longo.
“Não é a aprovação pura esimples de uma medida provi-sória que vai resolver todos osnossos problemas. Ainda pre-
“A iniciativaé muito
bem-vinda,mas é precisogerir de forma
adequada”
ANDRÉ ZANIN, DIRETOR-EXECUTIVO DA FENAMAR
Portos funcionam 24 horasAMPLIAÇÃO
Para aumentar em 25% aeficiência dos serviços por-tuários, o governo federal de-terminou que alguns dos prin-cipais portos nacionais fun-cionem 24 horas por dia, in-clusive aos sábados, domin-gos e feriados.
A medida começou a valerno dia 19 de abril para os por-tos do Rio de Janeiro, Santose Vitória (ES). A previsão erade que, em maio, os portos deSuape (PE), Paranaguá (PR),Rio Grande (RS), Itajaí (SC) eFortaleza (CE) também pas-sassem a funcionar ininter-ruptamente. Antes, o funcio-namento obedecia ao horáriocomercial, de segunda a sex-ta-feira, das 8h às 17h.
O programa Porto 24h temcomo objetivo desburocratizaro sistema portuário do país. Aimplementação faz parte dosinvestimentos de R$ 800 mi-lhões do PAC (Programa deAceleração do Crescimento).
Para representantes do se-
tor, a iniciativa é válida, porémé preciso observar algunspontos. De acordo com AndréZanin, diretor-executivo da Fe-namar, atualmente, os órgãosintervenientes que atuam nosistema portuário já sofremcom a falta de efetivo. “Nãopodemos correr o risco de au-mentar o horário de atendi-mento, mas reduzir o númerode servidores que vão atuarem cada turno. A iniciativa émuito bem-vinda, mas é preci-so gerir de forma adequada.”
De acordo com a Secretariade Portos, os diagnósticos es-tudados, inclusive em parceriacom portos de outros países,apontam que os principais cus-tos envolvidos em operaçõesineficientes estão associados aatrasos de liberação por faltade capacidade logística, quegeram filas e imobilizam ativos,como navios, trens, caminhõese mesmo infraestruturas queficam ociosas aguardando pro-cedimentos burocráticos.
SEM OPÇÃO A falta de espaços
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 27
de trâmites burocráticos e afalta de integração entre osórgãos que atuam no setor dedesembaraço de cargas. Para88,9% dos agentes entrevista-dos, o excesso de burocracia éum problema grave ou muitograve e dificulta a movimenta-ção de cargas no país. Em ge-ral, no Brasil, o período médiode espera para o transportede granéis sólidos nos portosé superior a 48 horas.
“Na Europa, o tempo médioé de seis a dez horas no máxi-mo. Por aqui, navios chegam a
Um navioparado custa
US$ 50 milpor dia
SISTEMA PORTUÁRIO BRASILEIRO
VOLUME MOVIMENTADO (milhões de toneladas)
MAIORES DESTAQUES em 2012Portos públicosLocal Crescimento (%)Santos 5,51Paranaguá 8,07Itaqui 12,87
Terminais de uso privativoLocal Crescimento (%)MBR (RJ) 5,51Madre de Deus (BA) 4,64Almirante Tamandaré (RJ) 16,67
PRINCIPAIS PROBLEMAS (%)*Tipo Grave ou muito graveExcesso de tributação 88,2Excesso de burocracia 84,9Elevado custo tarifário 84,0Elevado custo de mão de obra 83,5Excesso de tarifação 83,0Acesso terrestre deficiente 73,1
* Foram realizadas entrevistas com 212 agentes marítimos que atuam nos terminais públicos e privados do país
Fontes: Antaq e Pesquisa CNT do Transporte Marítimo
Veja dados do setor
1000900800700600500400300200100
02007
755 768 733834 886 904
2008 2009 2010 2011 2012
LUCIANO BERGAMASCHI/FUTURA PRESS
operacionais nas retroáreas obriga os caminhões a funcionarem como armazéns
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201328
ficar entre quatro e cinco diasparados aguardando espaçopara carregar. Hoje em dia, is-so é inadmissível”, afirmaPaulo Fleury, diretor do Ilos(Instituto de Logística e Sup-play Chain). De acordo comele, o preço de um navio para-do varia entre US$ 40 mil aUS$ 50 mil por dia, custo quereflete no preço final de vendado produto.
Para José Augusto de Cas-tro, presidente da AEB (Asso-ciação de Comércio Exteriordo Brasil), todos esses proble-mas têm colocado o Brasil emposição de desvantagem. “Te-mos muita soja para vender,por exemplo, mas não conse-guimos entregar no prazo. Is-so aumenta o custo do produ-to e nos torna menos confiá-veis em compras futuras”,destaca ele.
E o problema não é apenasna exportação de granéis.Atualmente, movimentar umcontêiner em um porto brasi-leiro custa quase três vezesmais do que na Ásia. Nos por-tos nacionais, o valor chega aUS$ 200, enquanto nos princi-pais portos europeus, comoRoterdã (Holanda), Hamburgo(Alemanha) e Antuérpia (Bél-gica), o valor médio é de US$110, e nos asiáticos (Hong Konge Xangai), US$ 75.
Segundo a SEP (Secretariade Portos), o governo vem agin-do em duas frentes de atuaçãopara solucionar os problemas:infraestrutura e gestão. “Em re-lação à infraestrutura, nos por-tos graneleiros, serão aplica-dos, até 2014, investimentos daordem de R$ 1,85 bilhão emobras de melhoria de acesso edragagem”, afirma o ministroLeônidas Cristino.
Além de investir em melho-rias, para minimizar os proble-
mas, uma das soluções defen-didas por representantes dosetor é a alteração dos fluxosde transporte no país. Deacordo com Meton Soares,presidente da Fenavega, é ur-gente investir em hidroviaspara possibilitar o escoamen-to da produção de grãos pelosportos da região Norte.
“Não podemos mais admitirque um caminhão percorramilhares de quilômetros entreo Mato Grosso e o porto de
Governodeve investir
R$ 54,2 bino setor
CUSTO O valor para movimentar um contêiner
Santos (SP), por exemplo, setemos opções de escoamentoda produção pelo Norte quepossibilitam um custo e umrisco menor”, afirma ele.
Atualmente, mais de 50%da soja e do milho produzidosno Centro-Oeste, no Norte e noNordeste do Brasil, viajam decaminhão para serem exporta-dos por portos, como Santos eParanaguá (PR), que têm sofri-do com as longas filas de cami-nhões e navios, ano a ano.
Fleury, do Ilos, também de-fende a necessidade de sepensar um novo modelo logís-tico para o escoamento daprodução nacional. Na visãodele, em primeiro lugar, alte-rar os fluxos de escoamentoda produção agrícola para aregião Norte é mais lógico, de-vido às distâncias. Em segun-do lugar, permite que os por-tos da região Sudeste se espe-cializem na movimentação decontêineres. “A exportação de
granéis precisa ser diferencia-da e acontecer em portos es-pecíficos. Precisamos segre-gar as operações nos portosde acordo com a carga trans-portada.”
Entre os portos da regiãoNorte com potencial para es-coar a produção de grãos es-tão os de Itacoatiara (AM), deSantarém (PA), o sistema por-tuário de Belém (PA), que en-globa também os terminais deOuteiro e Terfron - este últimoainda em construção -, deSantana (AP) e de Itaqui (MA).
Atualmente, desses termi-nais, apenas Itaqui, Itacoatia-ra e Santarém movimentamcommodities para exporta-ção. Somada, a capacidadedeles não ultrapassa 10,8 mi-lhões de toneladas. Com arealização de obras nos aces-sos e nos demais terminais, acapacidade de todos os por-tos da região pode crescerem até cinco vezes, avaliamos especialistas.
Entre as obras prioritáriaspara dar possibilidades de es-coamento pelo Norte estão asconclusões da BR-163, que per-mitirá o acesso ao porto deSantarém, e da Ferrovia Norte-Sul até o porto de Itaqui. “San-tarém é, de longe, o porto quemais deve crescer nos próxi-mos anos em volume de ex-
CODESP/DIVULGAÇÃO
nos portos brasileiros chega a US$ 200
A MP DOS PORTOS
PORTOS PÚBLICOS• Regra atual Os portos são administrados pelos Estados ou pelo governo federal,
mas operados por empresas privadas que pagam aluguel pelo uso dos terminais,e podem movimentar qualquer tipo de carga, de qualquer empresa
• O que muda Se as empresas fizerem investimentos, os contratos em vigorpoderão ser renovados por até 25 anos. Nos novos contratos, serão selecionadosoperadores que oferecerem menores tarifas e maior capacidade
TERMINAIS PRIVATIVOS• Regra atual Várias empresas são autorizadas a operar terminais próprios fora
dos limites do porto público. Essas empresas só podem, em tese, movimentar cargas próprias. Em alguns casos, existe autorização para movimentar cargas de terceiros
• O que muda Não existe mais essa distinção. Os operadores passam a ser livrespara movimentar cargas próprias ou de terceiros
CONTRATOS ANTERIORES• Regra atual Alguns contratos de empresas que operam terminais em portos
públicos são anteriores a Lei dos Portos, de 1993, e nunca foram enquadrados nas regras atuais
• O que muda Os contratos poderão ser renovados por mais 20 anos
MÃO DE OBRA• Regra atual Empresas de terminais em portos públicos devem contratar seus
funcionários do Ogmo (Órgão Gestor de Mão de Obra). Portos privados são livrespara a contratação
• O que muda Ampliou-se o número de categorias de trabalhadores que têm a contratação administrada pelo Ogmo. Os portos privados continuam sem a exigência
O que muda na gestão e na operação
“Ainda precisamosmelhorar os
acessosrodoviários eferroviários”METON SOARES, VICE-PRESIDENTE DA CNT
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201330
(Terminais de Uso Privativo).Foram 588 milhões de tonela-das, contra 316 milhões nosportos públicos.
Entre as cargas, o cresci-mento no transporte de con-têineres merece destaque. En-quanto os granéis sólidos –maior volume transportado(554 milhões de toneladas) –registraram alta de 2%, otransporte de contêinerescresceu 3,6%, fechando o anocom 87 milhões de toneladasmovimentadas. l
ótimos toda a demanda pre-vista até 2030 pelo PNLP (Pla-no Nacional de Logística Por-tuária). O PIL-Portos prevê in-vestimentos de R$ 54,2 bi-lhões no setor, dos quais R$1,5 bilhão é destinado à re-gião Norte.
No ano passado, os portosbrasileiros movimentaram904 milhões de toneladas deprodutos. Um crescimento de2,03% em relação ao ano an-terior. A maior movimentaçãode cargas aconteceu nos TUPs
portação de grãos se der con-dições de acesso a ele”, dizFleury, do Ilos.
A SEP reconhece que amaior necessidade de investi-mento para os portos da re-gião Norte está na logística deacesso, em ferrovias e rodo-vias que possam facilitar o es-coamento por essas regiões.
De acordo com o ministroLeônidas Cristino, os investi-mentos previstos para a re-gião são suficientes para su-portar com níveis de serviço
DOCAS DE SANTANA/DIVULGAÇÃO
ALTERNATIVA Porto de Santana, no Amapá, tem condições de escoar parte da produção agrícola do país
“Precisamossegregar as
operações nosportos de acordo
com a cargatransportada”
PAULO FLEURY, DIRETOR DO ILOS
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201332
Até 2020, o transpor-te de passageirosno Brasil deve cres-cer 115% (em voos
domésticos e internacio-nais), enquanto o de cargas,58%. O crescimento projeta-do tem potencial para gerar660 mil novos empregos,sendo cerca de cem diretosnas empresas aéreas brasi-leiras. E nesses próximosanos, o setor deve adicionar
R$ 146 bilhões ao PIB (Produ-to Interno Bruto) do país.
As estimativas da Abear(Associação Brasileira dasEmpresas Aéreas) foram apre-sentadas em Brasília, no Mi-nistério do Planejamento, pe-lo presidente da entidade,Eduardo Sanovicz, e fazemparte de um estudo feito emparceria com a Coppe/UFRJ(Instituto Alberto Luiz Coim-bra de Pós-Graduação e Pes-
quisa de Engenharia da Uni-versidade Federal do Rio deJaneiro.
Mas para que o número depassageiros possa passar de98 milhões para 211 milhõespor ano, é necessário vencergrandes desafios no país,conforme salientou Sanovicz.Um deles diz respeito à co-brança de ICMS (Imposto so-bre Circulação de Mercado-rias e Serviços). “A legislação
Espaçopara crescer
POR CYNTHIA CASTRO
AÉREO
Setor espera aumentar em 115% o transporte de passageiros no Brasil até
2020 e lista os desafios a serem vencidos
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 33
EDUARDO OGATA/ABEAR/DIVULGAÇÃO
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201334
brasileira dá autonomia paraos Estados cobrarem de 12%a 25% de ICMS sobre o quero-sene de aviação. Isso precisaser reduzido.”
Quatro unidades federati-vas concentram quase 65%do tráfego aéreo nacional –São Paulo, Rio de Janeiro, Mi-nas Gerais e Distrito Federal.De acordo com o presidenteda Abear, Rio de Janeiro e Mi-nas Gerais cobram a alíquota
mínima há muitos anos e, re-centemente, o Distrito Federaltambém reduziu a cobrança.“Mas ainda falta São Paulo re-duzir. E esperamos que issoseja revisto o mais rapida-mente possível.”
Outros desafios citados pe-lo presidente da Abear são emrelação à sustentabilidade e àformação de mão de obra.“Precisamos desenvolver, im-plementar e investir em tec-
nologias mais eficazes e maisprodutivas ligadas a novoscombustíveis, a tecnologiasde pouso e decolagens. Esse éum bloco importante de nossaagenda.” Ele citou ainda que aAbear está trabalhando com oSest Senat para a formaçãode mão de obra para o setor.
DemandaNos últimos anos, 10 mi-
lhões a mais de pessoas pas-
saram a voar pelas principaiscompanhias do país. O presi-dente da associação salientaque o fato evidencia uma me-lhoria da qualidade de rendado cidadão e também a incor-poração desses novos clien-tes ao setor devido à quedaacentuada na tarifa nos últi-mos seis anos. De 2006 a2012, a tarifa doméstica mé-dia praticada pelo setor caiuem torno de 46%.
RECONHECIMENTO Homenagem a José Márcio Mollo, que deixou a presidência do Snea (Sindicato Nacio
QuatroEstados
concentram
65%do tráfego
aéreonacional
nal das Empresas Aeroviárias) em abril
DAVID MAZITELI/ABEAR
NÚMEROS DO SETOR
COMBUSTÍVEL
Veja o preço do combustível de aviação em diferentes locais do mundo
(em US$ por galão*, em abril de 2012)
SOBRECARGA AEROPORTOS
Utilização em milhões de passageiros por ano
Ndjanema (Chade)
Recife (Brasil)
Guarulhos (Brasil)
Adis Abeba (Etiópia)
Galeão (Brasil)
Juba (Sudão)
Kano (Nigéria)
Beirute (Líbano)
Guarulhos (Brasil)
Galeão (Brasil)
Santiago (Chile)
Dacar (Senegal)
Pequim (China)
Caracas (Venezuela)
Delhi (Índia) Londres
(Reino Unido)
Madrid (Espanha)
Hong Kong
Buenos Aires (Argentina)
Miami (Estados Unidos)
Cidado do Kuait (Kuait)
00
5
Utilização
10
15
20
Fonte: Estudo da Abear, Aviação Brasileira – Agenda 2020
25
30
35
5,43
5,10
5,09
4,69
4,54
4,30
3,73
3,71
3,64
3,63
3,60
3,52
3,51
3,46
3,41
3,34
3,33
3,32
3,31
3,30
* Um galão tem, em média, 3,79 litros3,16
São P
aulo
Guarul
hos
São P
aulo
Cong
onha
s
Belo
Horizo
nteCo
nfins
Rio de
Jane
iroGale
ão
Salva
dor
Porto
Alegre
Campin
as
Curiti
ba
Recif
e
Fortal
eza
Rio de
Jane
iro
Santo
s Dum
ont
Brasíli
a
31 32
17 17 17 17
10 10 9 9
6 6
13 13
7 8 867
98
9
16 16
Capacidade
Voos internacionais, isentos de ICMS
Voos domésticoscom ICMS
“Precisamosdesenvolvertecnologiasde novos
combustíveis”
EDUARDO SANOVICZ, PRESIDENTE DA ABEAR
179 mil diretos 432 mil indiretos 276 mil induzidos
329 mil pelo efeito no turismo 1,2 mi total de empregos
EMPREGOS
SAIBA MAIS
QUESTÕES REGULATÓRIAS
Temas relevantes para o setor aéreo ainda em aberto:Jornada de trabalho dos aeronautas: a jornada de trabalho de tripulações no Brasil está entre as maisbaixas do mundo, gerando maiores custos, ineficiência e desvantagem às empresas aéreas brasileiras naconcorrência internacional
Participação de capital estrangeiro: o teto atual de 20% de capital estrangeiro permitido nas empresasaéreas limita a capacidade de investimento
Política de céus abertos: possível aumento dos direitos concedidos a empresas aéreas estrangeiras paraatuação no Brasil. Antes, no entanto, a indústria precisa de infraestrutura adequada, custo competitivo emercados externos igualmente atrativos também abertos às empresas brasileiras
O QUE PRECISA SER FEITO
Investimentos na infraestrutura aeroportuária • O crescimento do setor aéreo deverá demandar entre R$ 42 bilhões e R$ 57 bilhões em investimentos
em infraestrutura aeroportuária até 2020
Expansão e construção• O desenvolvimento econômico e a ascensão de novas regiões são oportunidades para construir ou
reativar 73 aeroportos e expandir 47
Construção e reativação de aeroportos• Há oportunidades identificadas em quase todos os Estados
Expansão de aeroportos e controle de tráfego aéreo• Para ampliar as praças de maneira responsável, é preciso investir no controle de tráfego aéreo e
na revisão das rotas e dos procedimentos de voo• Investimento na ampliação e construção de novos aeroportos• Revisão das rotas e dos procedimentos de controle de tráfego aéreo
O impacto no tempo• Medidas para melhorar o controle do tráfego aéreo e otimizar os procedimentos de voo se traduzem em
ganhos de tempo para os passageiros• Uma ponte aérea poderia ser feita em 30 a 35 minutos e hoje leva até uma hora devido à saturação
do tráfego (entre RJ e SP)• Para um passageiro que viaja duas vezes por semana, essa demora corresponde a 56 horas perdidas em
um ano• Também afetam o tempo de viagem: devolução de bagagem que depende de capacidade do sistema
de esteiras e do tráfego de solo em aeroportos congestionados; tempo de espera por um táxi emCongonhas e Santos Dumont; trânsito congestionado no acesso dos aeroportos nos horários de maior fluxo de passageiros do transporte aéreo; inexistência de ligação dos aeroportos centrais com os sistemas de trens urbanos e metropolitanos
Investimentos em aeronaves• Para que o setor atinja o seu potencial, as empresas aéreas terão de investir entre R$ 26 bi e
R$ 36 bi até 2020 em aeronaves
POTENCIAL PARA 20202012 2020
Passageiros 98 milhões 211 milhõesAeroportos 96 169Rotas domésticas diretas 479 795Funcionários 1,2 milhão 1,9 milhãoFrota 450 aviões 976 aviões*
* Frota Abear
Mas para que o setor pos-sa continuar se desenvolven-do mais, é necessário inves-tir. No estudo da Abear e daCoppe/UFRJ apresentado noMinistério do Planejamento,estão descritos diversos obs-táculos a serem vencidos. Amá distribuição geográfica éum deles. O transporte aéreode passageiros está concen-trado em poucas regiões. Ocusto das tarifas aeroportuá-rias e de navegação consome
Fonte: Estudo da Abear, Aviação Brasileira – Agenda 2020
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 37
a rentabilidade das empre-sas, de acordo com o estudo,que também aponta que ocusto do combustível deaviação no Brasil é um dosmais caros do mundo.
O estudo mostra que é ne-cessário conjugar esforços en-tre poder público e privado. Eaponta a urgência de se viabi-lizar investimentos em amplia-ção, manutenção e construçãode aeroportos, controle de trá-fego aéreo e desenvolvimento
de novas rotas aéreas. A so-brecarga enfrentada pelosaeroportos também está des-crita no levantamento daAbear. Dos 12 maiores aeropor-tos do país, oito já estão comutilização igual ou acima dacapacidade reportada: Guaru-lhos (SP), Congonhas (SP), Bra-sília (DF), Galeão (RJ), SantosDumont (RJ), Confins (MG),Campinas (SP) e Fortaleza (CE).
Durante a reunião no Mi-nistério do Planejamento, o
diretor de infraestrutura daSecretaria de Planejamento,Pedro Bertone, destacou aimportância de o poder pú-blico discutir com a iniciati-va privada temas relevantespara o desenvolvimento dopaís. “Estamos discutindo soba ótica do setor empresarial,que é o usuário dessa infraes-trutura. Conseguimos ter umaideia de quais são os rumos eas expectativas do setor”, dis-se o diretor do ministério. Se-gundo ele, essas discussõesajudam “na reflexão se o es-forço de planejamento de ex-pansão das infraestruturasestá compatível com o que osetor está apresentando”.
O Brasil é o terceiro maiormercado doméstico do mun-do, perdendo somente para osEstados Unidos e para a Chi-na. Nos últimos cinco anos, ascompanhias aéreas associa-das da Abear transportaramcerca de 400 milhões de pas-sageiros. O crescimento deviagens domésticas e interna-cionais, de 2002 a 2012, foi de161%, fator impulsionado pelaliberdade tarifária que passoua vigorar no transporte aéreodoméstico do Brasil. l
MOVIMENTO Abear cobra investimento em melhorias na infraestrutura aeroportuária
O Brasil é o
3ºmaior
mercadodomésticodo mundo
CELSO BARBOSA/FUTURA PRESS
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201338
Os planos de amplia-ção da malha ferro-viária brasileira le-varam a ANTT (Agên-
cia Nacional de TransportesTerrestres) a criar um grupode trabalho para discutir e de-linear uma padronização desinalização e de comunicaçãopara as vias. A partir dosapontamentos, o chamado Pa-drão Nacional de Sinalizaçãoe Comunicação para as Ferro-
vias será institucionalizado.Hoje, cada concessionária temseu próprio mecanismo paragarantir a segurança da ope-ração, o que, segundo espe-cialistas, interfere na eficiên-cia do transporte.
De acordo com AlexandrePorto Mendes de Souza, geren-te de regulação de outorgasferroviárias da ANTT e coorde-nador do grupo de trabalho, apadronização de sinalização e
comunicação, a princípio, temfoco nas ferrovias do transpor-te de cargas. O objetivo é incre-mentar a participação do mo-dal ferroviário na matriz detransporte.
Ele afirma que os 10 mil qui-lômetros de novas linhas anun-ciados pelo governo federalnão têm condições de ser ope-rados com eficácia no atual sis-tema, conhecido como “ferro-via fechada”. “As operações
atuais têm pouca integraçãoentre as malhas, com baixo flu-xo entre as ferrovias. Apenas7% da produção brasileira pas-sa por mais de uma via.”
Hoje, a sinalização da malhaé feita por meio de placas, ins-taladas pelas concessionáriasque operam o sistema, ao lon-go das ferrovias. As cancelas(como as usadas em estaciona-mentos) também são utiliza-das, mas em trechos onde ofluxo da linha demanda esse ti-po de intervenção.
O que realmente altera a in-teroperabilidade do modal, se-gundo especialistas, é a comu-nicação. Cada concessionáriaaplica tecnologia e sistema dis-tintos para a comunicação debordo e para a transmissão decoordenadas via rádio.
De acordo com Souza, o em-prego de tecnologias diferen-tes em cada trecho da malhanão permite que o transporteferroviário de cargas ocorra deforma integrada, já que existegrande diversidade de siste-mas. “Não há interoperabilida-de entre as malhas, por isso, a
Pela integraçãoda malha
POR LETICIA SIMÕES
FERROVIAS
Grupo de trabalho discute a padronização da sinalização ferroviária no Brasil
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 39
padronização do sistema vol-tou a ser discutida no fim doano passado.”
Em meados de novembro de2012, dois meses depois do lan-çamento do Programa de In-vestimentos em Logística, quepretende destinar ao modalferroviário R$ 91 bilhões, foirealizado um seminário inter-nacional para que o Ministériodos Transportes e a ANTT co-
nhecessem as experiências deoutros países no modelo de“ferrovia aberta”, onde há a in-tegração da malha.
O evento contou com repre-sentantes da Austrália, Europa,Japão e Estados Unidos, entreoutros. Nesses países, a opera-ção ferroviária conta com a pa-dronização dos sistemas de co-municação, ou seja, todos osoperadores da malha seguem
uma mesma tecnologia em to-do o traçado da ferrovia, otimi-zando o transporte.
Foi a partir desse encontroque se decidiu formar o grupode trabalho. Até então foramrealizadas duas reuniões. Ogrupo tem prazo de 12 mesespara concluir os trabalhos.Segundo Souza, uma consul-toria está sendo contratadapara o levantamento dos sis-
temas de comunicação utiliza-dos atualmente nas ferroviasbrasileiras.
A empresa também vai ficarresponsável por apresentar umdiagnóstico sobre as tecnolo-gias existentes no mercado.Ainda de acordo com o coorde-nador, os encontros são reali-zados a cada três meses.
Para o engenheiro de trans-portes Alexandre Rojas, profes-
MRS/DIVULGAÇÃO
PLANO Padronização de sinalização e comunicação nas ferrovias tem foco primeiramente no transporte de cargas
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201340
permite que cada operador es-tabeleça seus sistemas. “Em-presas, como Vale, MRS e ALL,investiram recentemente emnovas tecnologias que já estãoem funcionamento. O objetivomaior da ANTT deve ser a bus-ca de uma adequação e docompartilhamento para o usodos sistemas já empregados.”
Para Vilaça, a aplicação doPlano terá de aguardar pelasnovas ferrovias, que têm previ-são de ser concluídas entre2018 e 2020. “Até a conclusãodas obras, as concessionárias
período de adequação. Por is-so, a ANTF acredita que a im-plantação ainda demore. “Asconcessionárias de cargastêm contrato de exploraçãoda malha de 30 anos, renová-veis por mais 30. Ainda nãoestá estabelecido se a padro-nização vai ser implantadaagora ou no fim da concessão.As reuniões estão no início etodos esses aspectos vão serdiscutidos futuramente.”
Rodrigo Vilaça, diretor-exe-cutivo da ANTF, ratifica que ocontrato das concessionárias
O engenheiro mecânico Vi-cente Daniel Vaz da Silva, pro-fessor da PUC-Minas e especia-lista em ferrovias, afirma que ovolume de commodities expor-tado e o valor da carga nacio-nal no mercado externo têmcrescido substancialmente nosúltimos 15 anos, o que fez comque o segmento ganhasse in-vestimentos e se expandisse.
“O transporte ferroviário decargas é polarizado em poucasempresas, com gestão distintapara cada negócio, sem visãointegrada ou nacionalizada.Com o crescimento do setor, apadronização tornou-se a al-ternativa mais adequada.”
Laíne Meira, gerente jurídicada ANTF (Associação Nacionaldos Transportadores Ferroviá-rios), diz que a entidade temacompanhado as discussões dogrupo. No entendimento da as-sociação, a padronização vaioferecer mais eficiência, segu-rança e maior capacidade detransporte. “Ainda não existeregulação clara sobre o direitode passagem. Há uma carênciagrande de regras a esse respei-to. Até então, fala-se no novomodelo de ferrovia, com a pa-dronização, mas não se sabecomo ele será.”
De acordo com Laíne, aoser definido o sistema, osoperadores vão passar por um
sor do Centro de Tecnologia daUERJ (Universidade Estadual doRio de Janeiro), assim como aEuropa, que nivelou o sistemaferroviário de um país para ou-tro, a tentativa brasileira preten-de chegar à unificação entre asmalhas. “Esse projeto é impres-cindível para a integração dosistema ferroviário nacional.”
Segundo ele, contar comuma única tecnologia para“ler” todas as finalidades deoperação do sistema é “ideal”para o modal ferroviário. “Ogrupo de discussões devecontar com uma delegação dealto nível para implantar a pa-dronização com êxito. Do con-trário, a iniciativa pode serfrustrada.”
Além de técnicos da ANTT,participam das discussões dogrupo representantes do gover-no federal (Valec e EPL – Empre-sa de Planejamento e Logística),da indústria ferroviária e enti-dades ligadas ao modal.
A sociedade civil tambémteve a oportunidade de contri-buir. A ANTT disponibilizou emseu site um link, que ficou noar durante o mês de maio, pa-ra receber as sugestões. Deacordo com o coordenadorAlexandre de Souza, as contri-buições dessa tomada de sub-sídio também serão levadasaos debates do grupo.
EXEMPLO Evento mostrou que em outros
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 41
vão continuar investindo emseus sistemas de comunicaçãoe segurança.”
De acordo com o dirigente, aANTF vem dialogando com aANTT para encontrar o caminhomais adequado para o empregodo Plano de Sinalização e Co-municação.
Souza, da ANTT, confirmaque houve receio por parte dosoperadores de carga, no mo-mento do anúncio do plano, emvirtude dos investimentos járealizados. “Dependendo dapolítica adotada para a padro-
nização, pode haver interferên-cia no modo operacional dasempresas. A agência respeitaos contratos e oferece garantiade amortização para os investi-mentos realizados durante operíodo de concessão. O pro-cesso será feito em estágiospara que todos os operadorespossam se adequar.”
Luiz Henrique Baldez, pre-sidente da Anut (AssociaçãoNacional dos Usuários doTransporte de Carga), afirmaque com a padronização vaihaver ganho de eficiência e
produtividade. “A carga degrãos que sai do Mato Grossopara o porto de Paranaguá(PR), por exemplo, vai passarpor três malhas diferentessem a necessidade de trocade locomotivas, como é feitohoje. A interoperabilidade dosistema vai propiciar a padro-nização de tecnologias e dasbitolas também.”
O fato de cada concessio-nária possuir uma determina-da tecnologia para a comuni-cação e para o controle daoperação não permite queuma mesma locomotiva opereem toda a malha.
De acordo com Baldez, a ex-tensão territorial do Brasil nãoserá empecilho para a introdu-ção de um sistema unificado decomunicação e sinalização. “Atecnologia a ser empregada éuma questão de mercado. O pa-drão tem que estar pronto con-comitante à conclusão e à ope-ração das novas ferrovias.”
Para Silva, da PUC-Minas, atecnologia adequada para a pa-dronização não está disponívelpara a abrangência da malhaferroviária nacional. “Existemcompetências para esse desen-volvimento em empresas insta-ladas no Brasil. Mas será preci-so definir o padrão para desen-volvê-las.”
Cláudio Zemella, diretor-
geral da Invensys Rail e repre-sentante do Simefre (Sindica-to da Indústria de Materiais eEquipamentos Ferroviários,Rodoviários e Duas Rodas) nogrupo da ANTT, afirma que aopção ideal é gerar um pa-drão já utilizado em outrospaíses para dar celeridade àimplantação do plano. “Criaruma indústria capaz de pro-duzir os equipamentos forados padrões existentes levamuito tempo. As companhiascom atuação em outros paí-ses instaladas aqui podem de-senvolver a tecnologia.”
Para ele, os processos utili-zados atualmente pelos ope-radores são eficientes dentrode suas próprias malhas.Quando o transporte é feitoentre regiões, a questão mu-da. “O transporte ferroviárioregional enfrenta todos os ti-pos de problema. Há perda deeficiência e aumento do custode transporte. Tudo isso emvirtude da falta de integraçãoentre as vias.”
Para o dirigente, a padroni-zação é uma consequência damudança de rumos no modalferroviário. “O plano represen-ta uma visão moderna, basea-da na experiência europeia. Osistema com interoperabilida-de aumenta a capacidade detransporte do modal.” l
países os operadores da malha seguem uma mesma tecnologia em todo o traçado
BRUNO LEONARDO R. OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO
REIVINDICAÇÃO ATENDIDA
Grande vitó
DA REDAÇÃO
OSTF (Supremo TribunalFederal) reconheceu orecurso da Confedera-ção Nacional do Trans-
porte contra a Portaria nº 1.135de 2001, do Ministério da Previ-dência, que elevou para 20% abase de cálculo da contribuiçãoprevidenciária devida pelas em-presas referente à contrataçãode transportadores autônomos.
As empresas transportado-ras, quando contratam os servi-ços eventuais de transportado-res autônomos, recolhem umpercentual referente ao valorpago pelo serviço a título decontribuição previdenciária.Em 1999, por meio do Decretonº 3.048 da Presidência da Re-pública, ficou estabelecido que oMinistério da Previdência e As-sistência Social definiria o valorda alíquota sobre o valor brutodo frete. Até que fosse regula-mentado, provisoriamente foiadotada uma contribuição de11,71% sobre 20% do valor brutodo contrato com o autônomo.
Em 2001, o Ministério da Previ-dência editou a portaria elevandoa contribuição previdenciária pa-ra 20% sobre a faixa de 20% dovalor bruto do frete. Em razão doselevados custos administradospelas empresas de transportes, aCNT entendeu que os novos ônus
Supremo Tribunal Federal acata ação da Confprevidenciários trariam novosprejuízos aos transportadores.Por isso entrou com um mandadode segurança no STF contra a por-taria ministerial.
No entendimento do presi-dente da Fenatac (Federação In-terestadual das Empresas deTransporte de Cargas), José Hé-lio Fernandes, “a decisão do STFrepresenta uma grande vitóriapara o setor. Primeiramente por-que traz um entendimento
quanto à legitimidade da porta-ria. Segundo, porque realmenteé um encargo menor com o qualo setor terá que arcar.” Ainda se-gundo Fernandes, as facilidadesna relação das empresas com osautônomos são bem-vindas. “Otransportador autônomo é real-mente um parceiro. Trabalha-mos ligados uns aos outros. Difi-cilmente há uma empresa quenão utilize um autônomo. Seráum encargo menor para a em-
presa e para o próprio autôno-mo. Isso representa um recolhi-mento e um custo menor.”
O Supremo acolheu a ação daCNT, entendendo que a Portarianº 1.135 contraria norma legal queexige lei, no sentido formal, paracriar ou aumentar tributos ou pa-ra fixar base de cálculo. Na inter-pretação do STF, do mesmo modo,também seria inconstitucional oDecreto nº 3.048, que instituiu acontribuição sobre o frete.
JÚLI
O FE
RNAN
DES/
CNT
ória da CNT
transporte e para a economiabrasileira, que depende muito domodal rodoviário.”
Do mesmo modo, o presiden-te da Fetcesp (Federação dasEmpresas de Transporte de Car-ga do Estado de São Paulo), Flá-vio Benatti, vê com bons olhos avitória da CNT no Supremo, ex-plicando que “as empresas quecontratam esses trabalhadoresautônomos tinham um custo al-tíssimo e dificuldade de repasse,de maneira que os custos eramabsorvidos pelas próprias em-presas. Eu quero parabenizar aatuação da CNT que tem traba-lhado exaustivamente pela de-soneração. Quase 50% do quese movimenta de transporte ro-doviário de riquezas no país épor meio de trabalhadores autô-nomos. Então, dá para se teruma ideia do tamanho do impac-to dessa medida para o setor”.
Para Eduardo Lopes Rebuzzi,presidente da Fetranscarga (Fe-deração do Transporte de Cargasdo Estado do Rio de Janeiro), adecisão permite que as empresastenham um recolhimento maisjusto, principalmente para quemutilizava ou utiliza o agregado.“Foi uma decisão justa. Isso im-pacta muito positivamente à me-dida que reduz ou deixa de au-mentar o custo operacional paraas empresas de transporte e pa-ra o custo da mercadoria.” l
ederação e reduz contribuição previdenciáriaO reconhecimento pelo STF
da inconstitucionalidade da Por-taria nº 1.135 e do Decreto nº3.048 repercutiu positivamenteno setor transportador em todoo Brasil. Embora o acórdão coma decisão final do recurso daCNT ainda não tenha sido publi-cado até o fechamento destaedição, os demais transportado-res também manifestaram-se demaneira otimista.
O diretor adjunto da ComJo-
vem (Comissão de Jovens Em-presários e Executivos), ligada àNTC&Logística (Associação Na-cional do Transporte de Cargas eLogística), Tayguara Helou, con-sidera positiva a decisão do STFporque ela diminui o peso dostributos. “É um ganho substan-cial para os autônomos. Eles pas-sam a ter uma possibilidade me-lhor de se remunerar, de renovara sua frota. Um grande gargalodesses trabalhadores é o enve-
lhecimento da frota porque elesvivem num cenário de grandeconcorrência e economicamentemuito difícil. Isso também refletede forma muito positiva para asempresas que contratam comfrequência os autônomos. Afinal,a empresa transportadora faz agrande maioria do seu transpor-te por meio próprio, mas tam-bém utiliza os autônomos. Por-tanto, a medida tem um efeitopositivo para a toda a cadeia do
MEDALHA JK
Representantes do se-tor de transporte quese destacaram noexercício da atividade
em 2012 receberam no mês demaio a Medalha JK – Ordem doMérito do Transporte Brasileiro.Foram 14 comendas a profissio-nais que atuam na área de car-gas e de passageiros e duas ho-menagens póstumas. A cerimô-nia foi realizada no MemorialJK, em Brasília (DF).
A maior homenagem, na ca-tegoria Grã-Cruz, foi feita ao vi-ce-presidente da CNT, NewtonGibson, que também é presi-dente da Fetracan (Federaçãodas Empresas de Transporte deCargas do Nordeste) e da ABTC(Associação Brasileira de Logís-tica e Transporte de Cargas).“Me enche de alegria e é umcontentamento íntimo e pes-soal saber que trilhamos umcaminho para o bem do trans-porte e para o bem do país.”
Newton Gibson lembrou que aMedalha JK é muito significativatambém por ter como patrono oex-presidente do Brasil JuscelinoKubitschek. “A marca indelévelque ele deixou para a história dopaís foi a do desenvolvimento,erguendo como um dos pilaresde sustentação de sua políticaeconômica o aperfeiçoamentodo transporte brasileiro”, afirmaNewton Gibson.
Reconhecimento pelaPOR CYNTHIA CASTRO
“Interligar modaisé fundamental”
“Precisamos de um impulso para interligar os modais,
que é fundamental. A MP dosportos (595) foi uma dasgrandes soluções para o
desenvolvimento. É precisoinvestir nos portos e nos
outros modais. Não adiantaproduzir e não ter comoescoar. Sem logística de
qualidade, o país não se desenvolve”
Grã-Cruz - Newton GibsonVice-presidente da CNT, diretor-
presidente da Guarany TransportesComércio e Representações,
presidente da Fetracan (Federação das Empresas de Transporte de
Cargas do Nordeste) e presidente da ABTC (Associação Brasileira dos
Transportadores de Cargas)
Newton Gibson (Grã-Cruz) e o senador Clésio Andrade, presidente da CNT
Meton Soares, vice-presidente da CNT, e Newton Gibson (Grã-Cruz)
Homenageados e as prioridades para o transporte
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201344
O presidente da CNT, senadorClésio Andrade, esteve presentena entrega da Medalha JK e res-saltou a importância dessa ho-menagem feita a pessoas que sedestacam no transporte. Deacordo com o senador ClésioAndrade, a comenda entreguehá 20 anos pela CNT estimula otrabalho de qualidade desenvol-vido pelo setor.
“Esses transportadores brasi-leiros são fundamentais para opaís. São eles que transportamas nossas riquezas e contribuempara o desenvolvimento. E tam-bém é muito importante o traba-lho que realizam no transportede passageiros, sempre buscan-do maior qualidade dos serviçosprestados”, considera o senadorClésio Andrade.
O vice-presidente da CNT, Me-ton Soares, também afirmou que“uma economia forte é precedidapor um transporte eficiente”. Elecitou números que confirmam agrande abrangência do setor,composto por mais de 70 mil em-presas e cerca de 1, 9 milhão detrabalhadores autônomos (cami-nhoneiros e taxistas).
Neste ano, a revista CNTTransporte Atual perguntouaos homenageados o que elesesperam para o setor detransporte, quais são os desa-fios. Veja, junto às fotos dosagraciados, algumas priorida-des elencadas por eles.
atuação no transporte“Melhor mobilidadeurbana”“O transporte nunca foi tão debatido, e o momento é especial.Com a falta de planejamento, chegamos ao ponto que estamos.Investir na mobilidade urbana é importantíssimo. Com o investimento no transporte público,vamos melhorar a mobilidade. E as concessões de rodovias são fundamentais também”
Grande Oficial -Luiz Wagner ChieppeDiretor de Relações Corporativas doGrupo Águia Branca, diretor da CNT,vice-presidente da Abrati (AssociaçãoBrasileira das Empresas de TransporteTerrestre de Passageiros)
“As estradas são uma lástima”
“O Brasil está parando. No Centro-Oeste, as estradas estão
uma lástima, abandonadas nolugar que concentra o PIB do
país. São acidentes, caminhõesquebrando pela precariedade.
Precisa também ser resolvido oroubo de cargas. A Lei Mário
Negromonte, sancionada em 2006,tem que ser regulamentada”
Grande Oficial - Roberto MiraPresidente da Mira OTM Transportes, da
Target Logistics e da RBMEmpreendimentos e Participações;
vice-presidente do Setcesp (Sindicato dasEmpresas de Transportes de Cargas de São
Paulo e Região) e vice-presidente paraassuntos de segurança da NTC&Logística
(Associação Nacional do Transporte deCargas e Logística) Flávio Benatti, presidente da seção de Transporte
de Cargas da CNT, e Roberto Mira (Grande Oficial)
Otávio Cunha, presidente da NTU, e Luiz Wagner Chieppe (Grande Oficial)
FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 45
MEDALHA JK
Homenageados e as prioridades para o transporte“É preciso fortalecer
os autônomos”“Os autônomos da área de
transporte, categoria a qual eupertenço, precisam estar mais
fortalecidos. E estamos trabalhandofortemente para isso. Essa categoria é
muito importante. O transportadorautônomo é o suporte do transporte
brasileiro. Esse profissional precisaser valorizado no Brasil”
Grande Oficial - Francisco Biazotto
Presidente do Sindicam-SC (Sindicatodos Transportadores Rodoviários
Autônomos de Bens do Estado de Santa Catarina)
José Fioravanti, vice-presidente da CNT, e Francisco Biazotto (Grande Oficial)
“Mais transportesobre trilhos”“Temos um país de dimensões continentais, com cidades superpovoadas, e não temos umaestrutura de transporte sobre trilhos,de transporte de massa adequado ecompatível com o tamanho do país. É preciso dotar as cidades de estrutura de transporte pesado, paratrabalhar integrado com os ônibus”
Grande Oficial - Joubert FloresPresidente da ANPTrilhos(Associação Nacional dosTransportadores de Passageiros sobre Trilhos), diretor do Metrô Rio
Rodrigo Vilaça, presidente da seção de Transporte Ferroviário da CNT, e Joubert Flores (Grande Oficial)
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201346
“São muitos encargos”“Como representante do transporte de passageiros urbano, digo que estamos passando por um momentodifícil. Há algumas conquistas, mas éimportante desonerar. São muitosencargos. Executar o serviço detransporte urbano não é fácil. A desoneração refletirá positivamente para o usuário”
Oficial - Marconi Gouveia Filizzola
Diretor do Sindicato das Empresas deTransporte de Passageiros da Região
Metropolitana de Recife
Antônio Knittel, presidente da Fetrabase, e Marconi Gouveia Filizzola (Oficial)
“Prioridade para o transporte coletivo”“É inevitável dar prioridade ao transporte coletivo. Não há espaçopara o transporte coletivo disputarcom o individual. É necessário haver vias exclusivas para ônibus,segregando o carro particular.Esse é o grande desafio. Ou isso acontece ou o país para. Não há lugar mais para tanto carro”
Oficial - Frederico LopesFernandes JuniorMembro do Conselho Deliberativodo Sindônibus de Fortaleza, presidente do Vale Transporte deFortaleza, diretor-executivo daAutoviação Dragão do MarDavid Lopes, presidente da Cepimar, e Frederico Lopes Fernandes Junior (Oficial)
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 47
MEDALHA JK
Homenageados e as prioridades para o transporte“MP permitirá
investimento privado maciço”
“A MP dos Portos representa um
marco regulatório que muda completamente as relações entre a iniciativa privada e os portos. Éimportante pela possibilidade de
deixar a iniciativa privada investir de forma maciça e definitiva para a eficiência daquilo que há muito
tempo carece de investimento”
Oficial - José ArlanSilva Rodrigues
Presidente do Sindicato dasEmpresas de Transporte de
Cargas da Paraíba e presidentedo Grupo Marajó
José Nelo Rodrigues e José Arlan Silva Rodrigues (Oficial)
“O Brasil precisade ferrovia”“O transporte de cargas no Brasil está precisando de tudo nestemomento. Para que o país possa se desenvolver mais, precisa ter o que os grandes países têm: a ferrovia. Tem muito caminhão epouca estrada. Precisa investir em ferrovia para que o nosso paíspossa ficar grande de verdade”
Oficial - Mario ZendronFundador do Sindicato dasEmpresas de Transporte deCargas de Joinville e fundador daTransville Transportes e Serviços
Pedro Lopes, vice-presidente da seção de Transporte de Cargas da CNT, e Mario Zendron (Oficial)
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201348
“Qualificar taxistas é importante”
“Esse é o momento do transporte de passageiros. A Copa está aí,
e nosso trabalho vem crescendo. Os taxistas autônomos precisam
de qualificação, e o Sest Senat tem um trabalho importante nesse sentido. Os motoristas
estão percebendo que prestam um serviço diferenciado se tiverem qualificação”
Oficial - André Luiz CabelloPresidente do Sindicato dos
Condutores Autônomos deVeículos Rodoviários de SãoJosé do Rio Preto e diretor
da Fetacesp (Federação dos Taxistas Autônomos do Estado de São Paulo)
José Fioravanti, vice-presidente da CNT, e André Luiz Cabello (Oficial)
“Lei do Motorista merece atenção”“A Lei do Motorista está passando por uma revisão no CongressoNacional e isso preocupa. Que nossos deputados, senadores e Executivo tenham bom senso.Somos a favor do tempo de descanso,mas há pontos que precisam deatenção para que os motoristasautônomos não sejam prejudicados”
Oficial - Paulo RicardoMenna QuaresmaPresidente do Sindicato deCaminhonheiros Autônomos deRio Grande e diretor da Fecam(Federação dos CaminhoneirosAutônomos dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina)
Flávio Benatti, presidente da seção de Transporte de Cargas da CNT, e Paulo Ricardo Menna Quaresma (Oficial)
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 49
MEDALHA JK
Homenageados e as prioridades para o transporte“Medida favorecerá a eficiência”“O transporte marítimo é o maior
meio que o Brasil tem de transportar para fora as suasriquezas e importar as suas necessidades. Aparentemente, anova MP dos portos tem um objetivo primordial de melhorar um dos pontos cruciais para o transporte marítimo brasileiro. Contribuirá para a eficiência”
Oficial - Adauto Peroba ClaroFundador do Sindario (Sindicatodas Agências de NavegaçãoMarítima e Atividades Afins doEstado do Rio de Janeiro)Marianne Lachmann, vice-presidente da
Fenamar, e Adauto Peroba Claro (Oficial)
“Treinamento diferencia o profissional”“Nosso pai sempre teve uma ligação forte com o transporte. Por dez anos, fez uma administraçãomaravilhosa no Sest Senat. Tinha uma preocupação enorme em oferecer subsídio técnico para os motoristas, para quem trabalha nas oficinas. E nós sabemos que o treinamento é a base para diferenciar o profissional”
Ricardo Antonio Brabo, filhode João Florivaldo Brabo(Oficial - post mortem) João Florivaldo foi diretor doSest Senat de Barra Mansa, noRio de Janeiro, por dez anos
Martinho de Moura, presidente da Anttur, e filhos de João Florivaldo Brabo (post mortem)
Marianne Lachmann, vice-presidente daFenamar, e Sérgio Barreto Motta (Oficial)
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201350
“Urgência de melhorinfraestrutura”“Meu pai tinha orgulho de atuar no setor de transporte, nessa atividade que é essencial para aeconomia do país. E ele semprecomentava sobre a necessidade e urgência de o governo investir na infraestrutura para que osempresários possam exercer melhor o seu papel. Ele tinha paixão pelo transporte”
Eduardo Rebuzzi, filho de HaroldoRebuzzi (Oficial - post mortem) Haroldo Rebuzzi foi diretor e conselheiro da NTC&Logística(Associação Nacional do Transportede Cargas e Logística) e doSindicarga (Sindicato das Empresasde Transporte Rodoviário de Cargase Logística do Rio de Janeiro) lMartinho de Moura, presidente da Anttur, e Eduardo Rebuzzi, filho de Haroldo Rebuzzi (post mortem)
“O jornalismo temque divulgar mais”“Cubro transporte há anos e pensoque o setor merece mais espaço nojornalismo, na mídia geral. Só háalguns anos estão percebendo aimportância da logística para a economia. O jornalismo precisa divulgar mais matérias, mostrar o que há de interessante, o que está sendo feito, fazer críticas”
Oficial - Sérgio Barreto MottaJornalista, colunista dos jornaisMonitor Mercantil e do site detransportes e navegaçãoNetmarinha
“Novas regiões serão alcançadas pelo ferroviário”“É um momento muito bom para o transporte ferroviário do país. A Valec tem uma grande característica de trabalhar para buscar cargas no interior, de regiões longes dos portos, na fronteira agrícola. Novas regiões serão alcançadas com o desenvolvimento do setor ferroviário”
Oficial - Marcus Expedito Felipe de AlmeidaSuperintendente de ControleOperacional da ValecRodrigo Vilaça, presidente da seção de Transporte Ferroviário
da CNT, e Marcus Expedito Felipe de Almeida (Oficial)
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 51
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201352
que tudo possa funcionar damelhor forma.
“Há uma sobrecarga no rodo-viário, e a deterioração acaba sen-do maior do que deveria. O maiorequilíbrio da matriz é positivotambém para o rodoviário”, co-menta Carillo. Na opinião do vice-presidente da Abralog, há duas si-tuações que requerem soluçõesurgentes: tanto a necessidade dese melhorar a infraestrutura comoa desburocratização do transbor-do em diferentes modos. “Acabar
Os dados da Pesquisa CNT deRodovias 2012 mostram, porexemplo, que somente o estadodo pavimento pode aumentarem até 91,5% os custos opera-cionais, se a qualidade estiverclassificada como péssima. Emmédia, esse aumento de custosno país, devido ao estado do pa-vimento, é em torno de 23%.Outras questões graves, como adificuldade de acesso aos por-tos, problemas no transbordodas cargas e na armazenagem,
também geram custos logísti-cos desnecessários.
O vice-presidente da Abralog(Associação Brasileira de Logís-tica), Edson Carillo, destaca queo desequilíbrio na matriz detransporte do Brasil é um gran-de obstáculo ao maior desen-volvimento. Ele comenta que opaís que transporta suas cargasprioritariamente pelo modo ro-doviário (mais de 60%) tambémprecisa ter os outros modos detransporte em bom estado para
Deficiências na infraestrutura de transporte rodoviário, desequilíbriode modais e burocracia elevam custos e requerem soluções
POR CYNTHIA CASTRO
Gargalo logísticoe maior custo
GESTÃO
Afalta de investimentoadequado na constru-ção e recuperação derodovias ao longo de
anos no Brasil gerou uma defi-ciência na logística de transportedo país que dificulta o escoamen-to da produção e o transporte depessoas. Além do maior risco ofe-recido pelas estradas brasileiras,há um aumento do custo Brasil,produtos finais chegando maiscaros para os consumidores eprejuízos para as exportações.
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 53
MARCELO PRATES/HOJE EM DIA/FUTURA PRESS
BR-381 Rodovia na saída de Belo Horizonte para o Espírito Santo precisa de duplicação urgente
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201354
rio e também por outros modos, épreciso investir ainda na armaze-nagem, conforme considera o vi-ce-presidente da Abralog. “Sehouver maior investimento naconstrução de silos nos campos, épossível manter algumas cargaspor mais tempo na área de plan-tio. O produtor ou a cooperativapodem controlar melhor o escoa-mento”, considera Carillo.
Conforme o vice-presidente daAbralog, os programas de finan-
com a burocracia é fundamentalpara melhorar a eficiência logísti-ca. Não adianta dar velocidade aofluxo físico se eu não conseguiracelerar a velocidade que é difi-cultada pela burocracia.”
Em relação aos problemas nainfraestrutura, Edson Carillo con-sidera que a necessidade do Bra-sil não é somente investir emconstrução ou recuperação damalha rodoviária. Para melhorar oescoamento pelo modo rodoviá-
ciamento do governo, com o obje-tivo de melhorar a infraestruturade transporte no país, deveriamcontemplar também a destinaçãode linhas específicas para a cons-trução de locais de armazenagemde produtos do agronegócio, oque poderia desafogar algumasregiões portuárias.
AcessosA Pesquisa CNT do Transporte
Marítimo, divulgada no fim do
ano passado, mostra que a insufi-ciência de acessos terrestres –rodoviários e ferroviários – difi-culta o transporte das cargas desua origem até determinado por-to ou do porto até o destino. O es-tudo marítimo utilizou dados daPesquisa CNT de Rodovias paraavaliar esses acessos.
A partir da classificação geraldas rodovias, verificou-se quemais de um terço dos 33 portosanalisados (39,4%) apresentou
PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2012
DEFICIÊNCIA Problemas no pavimento aumentam desgaste de caminhões, tempo de viagem e reduzem segurança
Em relação àgeometria,
66,7%dos acessosaos portos
têm problema
acessos rodoviários classificadoscomo regular ou ruim, com defi-ciências na geometria da via, nasinalização e no pavimento. Em re-lação à geometria, 66,7% dos por-tos apresentaram acessos com al-gum tipo de deficiência. Os proble-mas na sinalização estiveram pre-sentes em 60,6% dos acessos e27,3% apresentaram alguma defi-ciência no pavimento.
No caso do porto de Santos,por exemplo, os acessos recebe-
ram classificação ótima em rela-ção às condições gerais. Entretan-to, essas rodovias que chegam aoporto estão saturadas, com mui-tos congestionamentos em fun-ção do elevado volume de tráfego.Na ocasião em que ocorrem aci-dentes, é comum o fechamento dapista. Sendo assim, a Pesquisa CNTdo Transporte Marítimo apontaque além de melhorar a qualidadeda infraestrutura rodoviária doacesso, é necessário aumentar a
capacidade de escoamento decargas dos portos.
Sobre os acessos ferroviários,a última Pesquisa CNT de Ferro-vias mostra que há uma insatisfa-ção por parte dos clientes em re-lação aos serviços oferecidos nosterminais ferroviários, que foramclassificados, em sua maioria, co-mo insuficientes ou inadequados.
Além da necessidade de me-lhoria dos acessos portuários, opresidente da Fetransesc (Federa-
ção das Empresas de Transportesde Cargas e Logística no Estado deSanta Catarina), Pedro Lopes, des-tacou também a importância dese reduzir a burocracia enfrentadapela atividade do transporte.
Ele citou o exemplo dos cami-nhões que fazem o transporte in-ternacional entre países do Mer-cosul e perdem muito tempo nasaduanas. “Nas fronteiras com aArgentina, nos portos secos deUruguaiana, Dionísio Cerqueira eSão Borja, há uma demora enormena fiscalização. Não há integraçãode horários. Isso traz grandes pre-juízos”, diz Pedro Lopes.
Em relação às más condiçõesdas rodovias do Brasil, o presiden-te da Fetransesc considera que ogoverno federal deveria observarmais a Pesquisa CNT de Rodovias,que destrincha as condições dopavimento, sinalização e geome-tria das rodovias brasileiras.
IntegraçãoO presidente da Fetramaz (Fe-
deração das Empresas de Logísti-ca, Transporte e Agenciamento deCargas da Amazônia), Irani Bertoli-ni, defende que a melhoria dascondições das rodovias do país éfundamental também para o fun-
ACESSO AOS PORTOSClassificação das rodovias que dão acesso aos portos públicos marítimos
Fonte: Pesquisa CNT do Transporte Marítimo 2012
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201356
INADEQUADOS Pesquisa CNT de Ferrovias 2012 indicou insatisfação c
O QUE DIZ O GOVERNO
Veja as informações do Ministério dos Transportes sobre a proposta do governo federal para as rodovias brasileiras
Recuperação e construção de rodoviasPILO Programa de Investimentos em Logística, lançado em 2012, temcomo objetivos duplicar os principais eixos rodoviários do país,reestruturar o modelo de investimento e exploração das ferrovias,expandir e aumentar a capacidade da malha ferroviária
EPLApós o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a nova etapacoordenada pela EPL (Empresa de Planejamento e Logística) é restabelecer a capacidade de planejamento integrado do sistema detransportes com a integração entre rodovias, ferrovias, hidrovias,portos e aeroportos e a articulação com as cadeias produtivas
ValoresInvestimento total do PIL:R$ 133 bilhões: iniciativa privada arrematará os lotes em leilões• R$ 79,5 bilhões (investimento em cinco anos)• R$ 53,5 bilhões (investimento em 20 a 25 anos)
Rodovias:R$ 42 bilhões: obras em 7,5 mil km• R$ 23,5 bilhões (investimento em cinco anos)• R$ 18,5 bilhões (investimento em 20 a 25 anos)
Fase atualElaboração de editais• BR-116 e BR-040: previsão de lançar editais de concessão em
meados de julho de 2013. Licitação deve ser em agosto de 2013 eassinatura de contratos em novembro de 2013
• Demais concessões previstas em sete lotes de rodovias: previsãode edital para julho de 2013. Licitação para setembro de 2013 eassinatura de contratos para dezembro de 2013
Rodovias contempladasBR-101 (BA)BR-262 (ES/MG)BR-153 (TO/GO; TO-080)BR-050 (GO/MG)BR-163 (MT)BR-163 (MS), BR-262 (MS) e BR-267 (MS)BR-060 (DF/GO), BR-153 (GO/MG) e BR-262 (MG)BR-116 (MG)BR-040 (DF/GO/MG)
Fonte: Ministério dos Transportes
cionamento de outros modais.“Para o produto chegar ou sair doporto, a rodovia é necessária.”
No Norte do país, 81,7% dostrechos avaliados na PesquisaCNT de Rodovias 2012 apresenta-ram algum tipo de problema. Ber-tolini destacou que, além da ne-cessidade de se trabalhar pela in-tegração dos modais, é impres-cindível melhorar as condições
das estradas. Ele citou também aurgência de se concluir a BR-163.“Esse é um sonho para o Amazo-nas e Roraima. Vamos ganharmuito em tempo de viagem.”
No Rio de Janeiro, o presiden-te da Fetranscarga (Federaçãodo Transporte de Cargas do Esta-do do Rio de Janeiro), EduardoRebuzzi, defendeu a duplicaçãoda BR-101 norte, que tem uma de-
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 57
temente há ocorrências que inter-rompem o trânsito na via.
O engenheiro Paulo Resende,coordenador do Núcleo de Logís-tica da Fundação Dom Cabral,ressalta que o Brasil está neces-sitando de um choque de investi-mento na infraestrutura para otransporte rodoviário porque di-versos setores do país estão sen-do atingidos de forma grave. Ele
manda enorme e muito trechode pista simples. “O número deacidentes com mortes é eleva-díssimo, e há uma grande lenti-dão no trânsito.”
De acordo com Rebuzzi, a serrade Petrópolis, na BR-040, tambémprecisa ser duplicada com urgên-cia. É alto o tráfego de veículosnesse trecho da rodovia, na che-gada ao Rio de Janeiro, e constan-
também cita o exemplo do setordo agronegócio que enfrenta fi-las enormes de caminhões nosacessos portuários e precisamtrafegar por rodovias em péssi-mo estado no Centro-Oeste e noNorte do país.
“De uma maneira ou de outra,todos os setores econômicos doBrasil estão sendo atingidos pe-las péssimas condições rodoviá-
rias”, enfatiza Resende. Os cus-tos logísticos têm aumentadomuito e há perda de competitivi-dade. “Nossos caminhões aca-bam transportando também aineficiência do Brasil, seja pelacondição das rodovias, pela faltade apoio aos motoristas nas es-tradas ou pela falta de fiscaliza-ção”, afirma o professor da Fun-dação Dom Cabral. l
ANTF/DIVULGAÇÃO
com os serviços nos terminais ferroviários
Demora na execução de obras preocupa
INVESTIMENTOS
A lentidão na realizaçãode algumas obras cruciaispara o desenvolvimento dopaís é reclamada por muitaspessoas que atuam na áreado transporte. Ao se falardos problemas rodoviáriosdo Brasil, o engenheiro Pau-lo Resende, coordenador doNúcleo de Logística da Fun-dação Dom Cabral, enfatizaque é muito preocupante avelocidade que está sendodada aos projetos de infra-estrutura logística.
No segundo semestre doano passado, foi lançada pelogoverno federal a primeiraetapa do PIL (Programa de In-vestimentos em Logística),que prevê a concessão de ro-dovias para a iniciativa priva-da. Inicialmente, as licitaçõesda BR-116 (MG) e da BR-040(MG/GO/DF) estavam previstaspara dezembro de 2012 e janei-ro de 2013, respectivamente.
Agora, o governo informaque a previsão é lançar oseditais de concessão dessasrodovias em meados de julhodeste ano. Segundo o Minis-tério dos Transportes, espe-
ra-se a licitação para agostode 2013 e a assinatura decontratos para novembro de2013. De acordo com informa-ções da EPL (Empresa de Pla-nejamento e Logística), osatrasos no processo de licita-ção das rodovias se devemao fato de o governo estaraperfeiçoando os projetospara torná-los mais atrativospara os investidores.
“A situação que vivemoshoje é extremamente preo-cupante. Há quase um anoera lançado o programa deconcessões, que já tinhaum cronograma bastanteapertado”, afirma o profes-sor da Fundação Dom Ca-bral. Paulo Resende tam-bém considera que aindahá muitos pontos a seremresolvidos, como a melhordefinição sobre modela-gens e projetos executivos.
Entre as rodovias que ne-cessitam de intervenções ur-gentes, Paulo Resende citapelo menos três que são degrande importância para opaís: a BR-381, na saída de Be-lo Horizonte (MG) para o Espí-
rito Santo; a BR-040, que ligaBrasília (DF) ao Rio de Janei-ro; e a BR-262, que cruza o Es-tado de Minas Gerais em dire-ção ao Triângulo Mineiro.
“Pela importância dessasrodovias, deve haver dupli-cação e imediata transfe-rência para a iniciativa pri-vada. A BR-381, por exemplo,apresenta um alto índice deacidentes”, disse Resende. Aduplicação da BR-381 é umadas obras prioritárias de-fendidas pelo senador Clé-sio Andrade, presidente daCNT (Confederação Nacionaldo Transporte).
O diretor técnico daNTC&Logística (AssociaçãoNacional do Transporte deCargas e Logística), Neutodos Reis, também defendea duplicação da BR-381 co-mo uma das prioridades doBrasil. “Essa rodovia passapela região das usinas deaço de Minas Gerais e éuma verdadeira rodovia damorte.” Reis citou ainda aBR-163. “Seria uma estradafundamental para escoar asafra de soja.”
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201358
Com quase 8.000 kmde costa, o Brasilainda aproveita pou-co a navegação de
cabotagem - aquela realizadaentre portos ou pontos doterritório brasileiro, utilizan-do a via marítima ou por meioda via marítima e vias nave-gáveis interiores. De 2006 a2012, houve um aumento de23% na movimentação decargas por esse sistema denavegação, passando de 163,5milhões de toneladas por anopara 201 milhões. Entretanto,o potencial é bem maior, emuitos usuários desistem
desse transporte ao se depa-rarem com alguns entraves.
Para apresentar os desa-fios e propor soluções, foi di-vulgada, no final de maio, aPesquisa CNT do TransporteAquaviário – Cabotagem 2013,realizada pela ConfederaçãoNacional do Transporte. O es-tudo traz uma avaliação deta-lhada do setor e uma análisequalitativa, elaborada pormeio de entrevistas com 92clientes que utilizam a cabo-tagem no Brasil.
A infraestrutura portuáriadeficiente é considerada umproblema muito grave, que
CABOTAGEM
POR CYNTHIA CASTRO E LIVIA CEREZOLI
Costa marítima brasileira ainda é subutilizadapara a navegação de cabotagem; pesquisa da
CNT apresenta desafios e propõe soluções
Potencialsubaproveitado
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 59
FOTOS CNT/DIVULGAÇÃO
tem impedido o desenvolvi-mento da atividade, para79,3% dos entrevistados. Emseguida, eles citaram a defi-ciência dos acessos terrestresaos portos (63%) e a ausênciade manutenção dos canais deacesso e dos berços (63%).
As tarifas elevadas tam-bém foram consideradas umproblema muito grave por56,5% dos clientes, assim co-mo a baixa oferta de navios(55,4%), o excesso de buro-cracia (53,3%) e a carência delinhas regulares (52,2%). Osusuários citaram ainda comoproblemas a demora no trân-sito das cargas e a política decombustíveis.
Em relação à burocracia, oestudo da CNT mostrou que asexigências de documentos nacabotagem são semelhantesàs da navegação de longo cur-so, apesar desse meio de nave-gação ser utilizado para otransporte local de produtos.Essa estrutura de procedimen-tos onera o setor e o torna me-nos atrativo. São exigidos, nomínimo, 44 documentos paraas embarcações que operamcabotagem e longo curso, eoutros nove podem ser de-mandados. Os custos elevadoscom a mão de obra devido àbaixa oferta e forte restriçãode contratação e de capacita-ção dos trabalhadores maríti-mos também são entraves.
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201360
ções propostas pela PesquisaCNT do Transporte Aquaviário– Cabotagem 2013, estão a ne-cessidade de se reduzir a bu-rocracia e a simplificação dosprocessos e do volume de do-cumentos exigidos para aoperação do modal e obten-ção de financiamento. O estu-do também constata urgênciade se aumentar a oferta de in-fraestrutura portuária, com aampliação dos terminais, ber-ços e retroáreas.
A implantação de hubports e feeder ports para esti-
car que a cabotagem contri-bui para garantir o equilíbrioda matriz nacional, mas aindaé preciso investir para que alogística brasileira alcanceexcelência nos serviços. “ACNT tem reivindicado siste-maticamente infraestruturapara a realização do transpor-te marítimo pela extensa cos-ta brasileira com vistas à mul-timodalidade”, diz o senadorClésio Andrade.
PropostasEntre as principais solu-
Conforme destaca o presi-dente da CNT, o senador Clé-sio Andrade, o relatório daconfederação apresenta oque é preciso fazer para apro-veitar as vantagens ofereci-das pela navegação de cabo-tagem e assim reduzir o custoBrasil. “A navegação pela cos-ta nacional tem uma extraor-dinária capacidade de agre-gar valor à logística de trans-porte”, afirma o senador Clé-sio Andrade.
De acordo com o presiden-te da CNT, é importante desta-
mular a navegação de longocurso e de cabotagem tam-bém é uma indicação impor-tante. Os hub ports têm umainfraestrutura apropriada,com grandes profundidades,canais de acesso, bacias deevolução e atracação adequa-das, com capacidade paraatender navios de grande por-te. O feeder port é um portosecundário que atende a pe-quenas embarcações, redis-tribuindo as cargas.
“O Brasil precisa de hubports, que oferecem infraes-
IMPORTÂNCIA A
DESEMPENHOVolume movimentado na navegação de cabotagem, no Brasil, por natureza da carga (em milhões de toneladas)
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 61
trutura para competição inter-nacional. Também é funda-mental utilizar mais o feederport”, afirma Meton Soares, vi-ce-presidente da CNT e presi-dente da Fenavega (FederaçãoNacional das Empresas de Na-vegação Marítima, Fluvial, La-custre e de Tráfego Portuário).
A pesquisa aponta ainda anecessidade de criação demecanismos econômicos pa-ra estimular a construção na-val e a renovação da frota,como a desburocratização doacesso às linhas de crédito e
cabotagem favorece a competitividade dos produtos que circulam no país
MERCADORIASVolume de cargas transportado (%)Combustíveis e óleos minerais e produtos 77,2Bauxita 10,1Contêineres 5,1Madeira 1,4Reatores, caldeiras, máquinas 1,0Minério de ferro 1,0Produtos químicos orgânicos 1,0Celulose 0,8Soda cáustica 0,7Sal 0,6Produtos siderúrgicos 0,2Outros 0,8
ESCOLHAFatores que determinam escolha da empresa de navegação (%)Custo do frete 97,8Confiabilidade dos prazos 67,4Segurança da carga 47,8Comunicação/informação sobre a carga 22,8Frequências de embarque 21,7Nível de avarias 13,0Armazenagem da carga 9,8Outros 13,1
CAPACIDADE DE CARGA
= =
Equivalência entre um navio de cabotagem, caminhões e trens
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201362
são atrativos desse meio denavegação.
O estudo da CNT mostraainda que ao estimular a ca-botagem, promove-se a maiorintegração modal no país, oque é muito importante paraa redução de custos. A maiorutilização da cabotagem parafluxos internos também pos-sibilita a redução do volumede veículos nas rodovias, re-duzindo o desgaste da malharodoviária e contribuindo pa-ra a redução do custo total dofrete. Há ganhos de escala notransporte. Uma embarcaçãode 5.000 toneladas é capaz detransportar o equivalente a
a redução do número de eta-pas para acesso aos recursosdo FMM (Fundo da MarinhaMercante).
VantagensEntre as vantagens do uso
da cabotagem, destacam-se oaumento da eficiência ener-gética, a elevada capacidadede transporte, a segurança dacarga, a redução do númerode acidentes, do nível de ava-rias, do custo operacional edo impacto ambiental. A gran-de extensão da costa brasilei-ra e a proximidade dos gran-des centros produtores e con-sumidores do litoral também
NECESSIDADE Usuários apontam
PORTOSVeja onde ocorre a navegação de cabotagem no Brasil
Burocracia difiENTRAVE
Um entrave para o desenvolvi-mento da navegação de cabotagemno Brasil é a dificuldade de recursospara expandir e renovar a frota. O ex-cesso de procedimentos burocráticostem prejudicado o acesso aos recur-sos do FMM (Fundo da Marinha Mer-cante), a principal fonte de financia-mento existente no país.
Dos R$ 3,12 bilhões desembolsa-dos pelo FMM, em 2012, apenas R$212,65 milhões (6,8%) foram desti-
CABOTAGEM• Conforme a definição da lei
nº 9.432/1997, a navegação de
cabotagem é aquela realizada
entre portos ou pontos do
território brasileiro, utilizando
a via marítima. Ou utilizando
a via marítima e as vias
navegáveis interiores
• Não está inserido nesse
conceito o transporte entre
dois portos fluviais, definido
como navegação interior
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 63
72 vagões ou 143 carretas (de35 toneladas cada).
DesempenhoDo total de empresas con-
tatadas pela pesquisa da CNT,76,2% afirmaram utilizar re-gularmente a cabotagem nopaís. Eventualmente, essemeio é utilizado por 11,4% e12,4% não a usam mais. Em2006, o uso regular era feitopor 65,4% dos pesquisados.
Em relação ao desempe-nho, 66,3% dos usuários con-sideraram bom o nível de ser-viço oferecido, 30,4% avalia-ram como regular e 3,3% co-mo ruim. Isso permite con-
infraestrutura portuária como essencial para o bom desempenho da cabotagem
culta financiamento para renovar a frotanados às empresas de cabotagempara a renovação ou ampliaçãode suas frotas.
Embora o financiamento via Fun-do da Marinha Mercante possua me-nores taxas de juros e isenção de al-gumas contribuições, o processo émais moroso do que as linhas decrédito oferecidas diretamente peloBNDES (Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social).
Ao todo, a tramitação do proces-
so de concessão de financiamentovia FMM passa por 20 etapas. O iní-cio de todo o procedimento começacom o pedido de crédito e terminacom a assinatura do contrato doempréstimo. Em média, esse proces-so demora excessivos 25 meses.Além disso, os recursos do Fundo sópodem ser utilizados na construção,em reparos e no aumento do tama-nho do casco das embarcações pro-duzidas em estaleiros nacionais.
Segundo a Pesquisa CNT doTransporte Aquaviário – Cabota-gem 2013, o atual desenho do mar-co regulatório do transporte porcabotagem propicia condiçõesatrativas de financiamento para aconstrução de embarcações nopaís, mas não é capaz de incentivara expansão da frota, uma vez quehá excesso de processos burocráti-cos e baixa oferta de embarcaçõespelos estaleiros brasileiros.
VANTAGENS
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201364
presas de cabotagem, o estu-do mostra que 42,4% dosusuários consideram que elasestão se mantendo modera-das. Já 27,2% avaliam que estáhavendo um aumento gradual.
Para estimular o uso da ca-botagem no Brasil, os entre-vistados citaram fatores quepodem contribuir para a am-pliação da participação e dovolume transportado. A redu-ção do custo do frete foiapontada por 78,3% e a maiorconfiabilidade dos prazos, por53,3%. Eles também citaram amelhoria da comunicação, donível de segurança, da fre-quência das linhas e a maior
oferta de serviços comple-mentares.
Os clientes vêm buscandonovidades para aumentar o ní-vel de segurança no transpor-te, em relação a roubos, furtos,perdas nas mercadorias, comotambém serviços que tornemo processo logístico mais rápi-do, com menor burocracia emaior nível de controle.
A pesquisa da CNT concluique “o sistema de transportebrasileiro, há tempos, neces-sita do pleno funcionamentoda multimodalidade para au-mentar a competitividade dasmercadorias brasileiras e pa-ra reduzir o nível de avarias e
cluir que as empresas de na-vegação oferecem serviçosde qualidade satisfatória pelapercepção da maior parte dosclientes. Entretanto, os núme-ros apontam que quase umterço dos usuários não estátotalmente satisfeito com oserviço oferecido. O tempo deoperação e liberação das car-gas foi considerado adequadopor 51,1% dos entrevistados elento por 34,8%.
A Pesquisa CNT do Trans-porte Aquaviário – Cabotagem2013 identificou os fatores quemais influenciam a escolha pe-las empresas de navegação.Do total de entrevistados,
97,8% reportaram o custo dofrete como fator determinan-te. A confiabilidade dos prazosfoi indicada por 67,4% e a se-gurança da carga, por 47,8%.
De acordo com o estudo daCNT, é possível observar quealguns dos fatores determi-nantes na escolha da empresade navegação não dependemexclusivamente dessas empre-sas. O custo do frete, porexemplo, apontado pela maio-ria, está ligado também às ca-racterísticas de infraestruturaportuária, a valores de com-bustíveis e às cargas tributá-rias incidentes no setor. Sobreas tarifas cobradas pelas em-
METODOLOGIA Pesquisa
RECURSOSValor autorizado e investimento anual do orçamento fiscal da União para transporte marítimo (R$ milhões)
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 65
custos, tornando-se mais ágile eficaz”. Conforme o estudo,a adoção do transporte de ca-botagem no país é uma alter-nativa essencial na composi-ção de um sistema logísticointegrado, além de contribuirpara a redução de emissão depoluentes.
O presidente da CNT, sena-dor Clésio Andrade, tambémreforça que “um bom sistemade transporte representamaior competitividade dosprodutos nacionais, maior ca-pilaridade na distribuição daprodução no mercado internoe mais disponibilidade para oaumento da demanda.” l
realizada pela CNT entrevistou mais de 90 usuários da navegação de cabotagem
UTILIZAÇÃO REGULARConfira o que as empresas entrevistadas pela Pesquisa CNT do Transporte Aquaviário disseram sobre a utilização da cabotagem
GARGALOSAvaliação dos principais problemas
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201366
Saber dirigir corretamen-te, com habilidade técni-ca, é fundamental paragarantir um transporte
com mais segurança, seja ele decargas ou de passageiros. Mas nabusca pela maior qualidade notrabalho e também para o melhoratendimento aos clientes, é im-portantíssimo saber interagir comas pessoas de forma gentil e tran-quila. No Sest Senat, os cursos de-senvolvidos em todas as unidades
do país trabalham com questõespara despertar o interesse pelaimportância de lidar bem com asoutras pessoas.
No Programa de Formação deNovos Motoristas, por exemplo,há um componente curricular dedestaque: o relacionamento in-terpessoal. A grade é compostapor disciplinas que incentivam ahabilidade interpessoal, ou seja,a facilidade de se relacionar deforma eficaz com outras pes-
soas, considerando as necessi-dades de cada uma delas e asexigências de cada situação. Es-sas disciplinas também estãopresentes em outros cursos, co-mo os voltados para motoristasdo transporte escolar.
Para que o ambiente de tra-balho seja saudável, é impor-tante que o profissional desen-volva competências interpes-soais, já que os sentimentosacabam influenciando as ativida-
des a serem executadas. Confor-me uma disciplina do curso deFormação de Novos Motoristas,“sentimentos positivos de comu-nicação, cooperação, respeito eamizade repercutem favoravel-mente nas atividades e aumentama produtividade. Por outro lado,sentimentos negativos de antipa-tia e rejeição tenderão à diminui-ção das interações, ao afastamen-to, à menor comunicação, reper-cutindo desfavoravelmente nas
Cursos do Sest Senat oferecem disciplinassobre relacionamento interpessoal que
incentivam o bom atendimento ao clientePOR CYNTHIA CASTRO
SEST SENAT
Muito alémda técnica
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 67
atividades, com provável queda daprodutividade”.
Nos treinamentos, os alunosaprendem que competência inter-pessoal não é um dom ou talentoinato da personalidade, e sim umacapacidade que se pode desenvol-ver por meio de treinamento pró-prio. E para poder utilizar essashabilidades, é preciso entendermelhor as pessoas, saber lidarcom as diferenças.
A diretora da unidade do Sest
Senat de Goiânia, Joabete Xavierde Souza Costa, comenta que asdisciplinas que abordam as rela-ções interpessoais estão presen-tes em praticamente todos os cur-sos oferecidos. Em alguns, a gradeé maior. “Trânsito significa rela-ções humanas. A via pública é umespaço de convivência, no qual aspessoas mostram como se rela-cionam. Se é uma pessoa agressi-va, possivelmente também seráagressiva no trânsito. Se é educa-
da, também mostrará educaçãoao dirigir”, considera Joabete.
De acordo com a diretora daunidade, no curso de Formaçãode Novos Motoristas, a carga ho-rária para as disciplinas compor-tamentais é maior porque os mo-toristas estão começando aaprender o exercício de uma pro-fissão. Joabete explica que opropósito do Sest Senat é ofere-cer uma formação completa.“Nosso objetivo não é somente
RÁPIDO ARAGUAIA/DIVULGAÇÃO
ensinar legislação e circulaçãoviária. Temos a preocupação deformar um cidadão no trânsito.”
ContrataçãoDe olho no profissional de
maior qualidade, muitas empresasreconhecem a importância de iralém da técnica durante o treina-mento de seus funcionários. Esseé o caso da Rápido Araguaia, em-presa de transportes urbanos domunicípio de Goiânia. A gerente de
QUALIDADE O motorista Nelson Fernandes dos Santos, 26, da Rápido Araguaia, valoriza o bom atendimento ao cliente
recursos humanos Wânia Tatagibaexplica que a empresa investe emtreinamentos constantes paraaperfeiçoar o conhecimento deseus funcionários. Já foi firmadauma parceria com o Sest Senat pa-ra o desenvolvimento do curso deFormação de Novos Motoristas.
“No curso do Sest Senat, sãopassadas várias matérias interes-santes, que abordam cidadania,atendimento ao cliente. Entende-mos que essa carga horária é ne-
cessária para formar os motoris-tas, inclusive como cidadãos”,considera Wânia. Desde 2008,quando começou a parceria com oSest Senat para o curso de Forma-ção de Novos Motoristas, já foramformadas 40 turmas e cerca demil alunos passaram pelas aulas.
A Rápido Araguaia tambémdesenvolve treinamentos inter-nos com o quadro de funcioná-rios. De acordo com a gerente derecursos humanos, é uma preo-
Melhor relacionamentoConfira algumas questões abordadas em cursos do Sest Senat
AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
O processo de interação entre as pessoas• Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, ela traz características
pessoais que são diferentes em relação ao restante desse grupo e englobamconhecimentos, informações, opiniões, preconceitos, gostos
• A maneira como essas diferenças são encaradas pelas outras pessoas determina o tipo de relacionamento do grupo
• Se há respeito pela opinião do outro, se a ideia de cada um é ouvida e discutida, estabelece-se um tipo de relacionamento de grupo diferentedaquele em que não há respeito pela opinião do outro
Habilidades que facilitam as relações• Comunicar ideias de forma clara e precisa em situações individuais
e de grupo• Ouvir e compreender o que os outros dizem• Aceitar críticas sem fortes reações emocionais defensivas• Dar feedback aos outros de modo útil e construtivo• Ter percepção e consciência das necessidades, sentimentos e reações dos
outros• Reconhecer, diagnosticar e lidar com conflitos e hostilidades dos outros• Modificar um ponto de vista em função do feedback dos outros e dos
objetivos a alcançar• Procurar relacionamento mais próximo com as pessoas, dar e receber afeto
no seu grupo de trabalho
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
Fatores que podem interferir na comunicação e no seu resultado• Credibilidade • Desequilíbrio de poder• Mecanismos pessoais• Falta de atenção• Avaliação precipitada• Falta de um vocabulário comum• Mecanismos psicológicos• Racionalização• Negação
Ações que possibilitam uma comunicação mais eficaz• Certificar-se que a informação passada é a que está sendo recebida• Dentro da organização, o mais seguro é repassar informações por escrito,
certificando-se que todos receberam• Nas ausências, é importante se atualizar, verificar o que aconteceu, o que
mudou, o que ficou negociado• Em todos departamentos, é necessário que cada membro se responsabilize
pelo outro, no sentido de verificar se ele tem as mesmas informações
ASPECTOS DA PERSONALIDADE HUMANA
Importantes aspectos da personalidade interferem e influenciam asrelações interpessoais• Internalizamos os valores e as normas do grupo em que vivemos – família,
escola, comunidade• A competência interpessoal também pressupõe a existência de habilidades,
como percepção, autoaceitação, comunicação, flexibilidade, resolução deproblemas, princípios éticos, persuasão e liderança
• Os princípios éticos nas relações interpessoais e sociais pautam-se na buscada convivência harmônica, do respeito, da lealdade, da solidariedade, doapreço
• É importante procurar tratar as pessoas como você gostaria de ser tratado
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 69
recer um atendimento de qualida-de aos passageiros. Ele passou pe-lo curso de Formação de NovosMotoristas do Sest Senat e avaliaque as disciplinas interpessoaissão muito importantes.
“Aprendemos muita coisa inte-ressante no Sest Senat. No meudia a dia, procuro tratar bem to-dos os passageiros. E sempre pen-so que o idoso merece uma aten-ção ainda mais especial. O cadei-rante também”, diz Santos. Ele co-
cupação constante estimular oaprendizado para que o motoris-ta saiba lidar da melhor formapossível com os clientes.
Um dos destaques dos treina-mentos, conforme Wânia, é queos motoristas ofereçam um trata-mento diferenciado para clientesespeciais, como grávidas, cadei-rantes e pessoas idosas. Os cur-sos têm partes teórica e prática.“No treinamento, vendamos osolhos dos motoristas e simula-
mos algumas situações, como ouso de cadeira de rodas, de mule-tas. Mostramos para eles como ése sentir especial e acreditamosque assim estamos estimulandoesses motoristas a tratar bem ospassageiros”, diz Wânia.
Nelson Fernandes dos Santos,26, começou a trabalhar na RápidoAraguaia em 2010 e, hoje, tornou-se um exemplo de funcionário queaprendeu a lidar bem com as ca-racterísticas interpessoais e a ofe-
menta que é comum ter que lidarcom passageiros que entram ner-vosos no ônibus, em algumas si-tuações. E a estratégia adotadapor ele é se manter sempre tran-quilo e solícito para esclarecerqualquer dúvida.
Santos conta que quando en-trou na empresa, em 2010, come-çou a trabalhar como borrachei-ro. Mas o sonho dele sempre foitrabalhar como motorista, atéque conseguiu a oportunidadepara mudar de cargo. “O trans-porte sempre esteve na minhavida. Meu pai e meu irmão sãomotoristas de caminhão. Fiqueimuito feliz de conseguir essaoportunidade para crescer etambém foi ótimo ter passadopor cursos tão interessantes.”
Na área do transporte de car-gas, conforme destaca a diretorado Sest Senat de Goiânia, tambémé importante trabalhar bem comas questões interpessoais porqueos motoristas lidam com públicosdiferentes. “Embora não hajaaquele contato direto o tempo to-do com as pessoas, como no casodo motorista de ônibus, na estra-da, eles também se comunicam einteragem com muitas pessoas”,diz Joabete, ao destacar aindaque o motorista de cargas transitana cidade e está sempre em con-tato com outros profissionais, por-tanto, é importante também de-senvolver a habilidade de se rela-cionar bem com as pessoas. l
SEST SENAT Cursos valorizam disciplinas que abordam a importância dos relacionamentos interpessoais
SEST SENAT/DIVULGAÇÃO
Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental
BOLETIM ESTATÍSTICO
RODOVIÁRIO
MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM
TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL
Federal 64.921 12.541 77.461Estadual Coincidente 17.788 5.232 23.020Estadual 110.842 111.334 222.176Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Total 220.378 1.364.025 1.584.402
MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 15.473Administrada por operadoras estaduais 1.195
FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.405.107Cavalo mecânico 503.162Reboque 986.043Semi-reboque 736.539Ônibus interestaduais 17.309Ônibus intermunicipais 57.000Ônibus fretamento 23.489Ônibus urbanos 105.000
Nº de Terminais Rodoviários 173
INFRAESTRUTURA - UNIDADES
Terminais de uso privativo misto 122
Portos 37
FROTA MERCANTE - UNIDADES
Embarcações de cabotagem e longo curso 155
HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA
Vias Navegáveis 41.635
Vias economicamente navegadas 20.956
Embarcações próprias 1.864
AQUAVIÁRIO
FERROVIÁRIO
MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM
Total Nacional 30.129Total Concedida 28.692Concessionárias 11Malhas concedidas 12
MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.816FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 7.136Total 28.692
MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 104.931Locomotivas 3.212Carros (passageiros urbanos) 1.670
PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659
VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h
AEROVIÁRIO
AERÓDROMOS - UNIDADESAeroportos Internacionais 37Aeroportos Domésticos 29Outros aeródromos - públicos e privados 2.531
AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 669 Transporte não regular: táxi aéreo 1.579Privado 8.825Outros 8.328Total 19.401
MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS
MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)
Rodoviário 485.625 61,1
Ferroviário 164.809 20,7
Aquaviário 108.000 13,6
Dutoviário 33.300 4,2
Aéreo 3.169 0,4
Total 794.903 100
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201372
BOLETIM ECONÔMICO
Investimentos em Transporte da União (dados atualizados abril/2013)
* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br
Autorizado* Total PagoValores Pagos do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores
NECESSIDADE DE INVESTIMENTO DO SETOR DE TRANSPORTE BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES(PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)
20
15
R$
bilh
ões
10
5
0
25
0,08
22,59
8
INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*
Observações:
1 - Expectativa de crescimento do PIB para 2013.
2 - Taxa Selic conforme Copom 17/04/2013.
3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até abril/2013.
5 - Posição dezembro/2012 e abril/2013 em US$ bilhões.
6 - Câmbio de fim de período divulgado em 26/04/2013, média entre compra e venda.
Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e
Focus Focus (Relatório de Mercado 26/04/13), Banco Central do Brasil.
Fonte: SIGA BRASIL (Senado Federal)
Investimentos em transporte da União por Modal (total pago acumulado - até abril/2013 (R$2,17 bilhões)
0,271(12,5%)
CONJUNTURA MACROECONÔMICA - ABRIL/2013
2012 acumuladoem 2013
últimos12 meses
expectativapara 2013
PIB (% cresc a.a.)1 0,9 n.d. 0,9 3,00
Selic (% a.a.)2 7,25 7,50 8,25
IPCA (%)3 5,84 1,94 6,49 5,71
Balança Comercial4 19,43 -5,15 11,83 12,40Reservas Internacionais5 373,14 378,04 -
Câmbio (R$/US$)6 2,04 2,00 2,00
2,9 2,17
Restos a Pagar Pagos
Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo
RodoviárioAutorizadoTotal Pago
17.919,681.832,59
FerroviárioAutorizadoTotal Pago
2.585,11271,50
AquaviárioAutorizadoTotal Pago
1.212,3132,46
AéreoAutorizadoTotal Pago
879,1834,73
AéreoAutorizadoTotal Pago
22.596,282.171,28
InfraeroDotação FinalInvestimento
1.564,2192,56
Cias DocasDotação FinalInvestimento
1.484,2326,43
TotalDotação FinalInvestimento
3.048,44118,99
Nota sobre a CIDE: - Até o boletim econômico de março de 2013, a CNT realizava o acompanhamento daarrecadação e do investimento com recursos da CIDE-combustíveis, Contribuição de Intervenção no DomínioEconômico, criada pela Lei 10.336, de 19/12/2001. Esse acompanhamento deixou de ser realizado, já que a alíquotada CIDE foi reduzida a zero pelo Decreto nº 7.764, de junho de 2012. Os recursos da CIDE eram destinados aosseguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seusderivados e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústriado petróleo e do gás; e (c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.
Fonte: DEST (MPOG)Nota: Os dados do Orçamento de Investimento das Estatais se referem aoacumulado no 1º bimestrede 2013 e foram atualizados em abril de 2013.
0,032(1,5%)
1,832(84,4%)
0,034(1,6%)
INVESTIMENTO DIRETO (UNIÃO) 2013Investimentos em infraestrutura de transporte
realizados com recursos do Orçamento Fiscal da União(R$ milhões correntes)
INVESTIMENTO INDIRETO (ESTATAIS) 2013Investimentos em infraestrutura de transporte realizados com
recursos do Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (R$ milhões correntes)
INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADO E REGIÃO (ABRIL - 2013)
(VALORES EM R$ MILHÕES CORRENTES)1
TOTAL PAGO POR MODAL DE TRANSPORTERodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo Total
Acre 18,05 0,00 0,00 0,00 18,05Alagoas 162,65 0,00 0,00 0,00 162,65Amazonas 9,69 0,00 3,49 0,00 13,19Amapá 17,23 0,00 0,00 0,00 17,23Bahia 65,5 1 90,24 0,00 0,00 155,75Ceará 104,27 0,00 2,95 0,00 107,21Distrito Federal 3,19 0,00 0,00 0,00 3,19Espírito Santo 19,85 0,00 1,73 0,00 21,58Goiás 98,78 113,00 0,00 0,00 211,78Maranhão 88,09 0,00 16,21 0,00 104,30Minas Gerais 144,38 5,82 0,00 0,00 150,20Mato Grosso do Sul 24,49 0,00 0,00 0,00 24,49Mato Grosso 72,88 0,00 0,87 0,00 73,75Pará 89,85 0,00 0,36 0,00 90,21Paraíba 66,09 0,00 0,00 0,00 66,09Pernambuco 66,99 0,00 0,00 0,00 66,99Piauí 19,99 0,00 0,00 0,00 19,99Paraná 87,35 3,35 0,00 0,00 90,70Rio de Janeiro 26,20 11,77 0,20 0,00 38,17Rio Grande do Norte 24,87 0,00 0,00 0,00 24,87Rondônia 37,85 0,00 0,00 0,00 37,85Roraima 4,13 0,00 0,00 0,00 4,13Rio Grande do Sul 355,93 0,14 2,57 0,00 358,65Santa Catarina 112,22 0,05 0,49 0,00 112,76Sergipe 61,51 0,00 0,00 0,00 61,51São Paulo 2,16 33,74 3,59 0,00 39,48Tocantins 23,49 0,01 0,00 0,00 23,50Centro Oeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Nordeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Norte 0,00 0,00 0,00 0,49 0,49Sudeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Sul 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Nacional 24,87 13,39 0,00 34,24 72,50Total 1.832,59 271,50 32,46 34,73 2.171,28
Elaboração: Confederação Nacional do Transporte
Notas:(1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União).(2) O total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos.(3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelasque atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a calssificação Nacional.
A partir de janeiro de 2013, a CNT passa a utilizar o SIGA BRASIL como fonte de dados da execução do Orçamento Fiscal da União. Até então, eram utilizados os bancos de dados elaborados pela COFF(Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira) disponibilizados pela Câmara dos Deputados. O SIGA BRASIL é um sistema de informações sobre orçamento público, que permite acesso amplo e facilitado aoSIAFI e a outras bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, por meio de uma única ferramenta de consulta. Por ser atualizado diariamente, o SIGA BRASIL permite uma análise mais dinâmica daexecução orçamentária federal. Além disso, o SIGA BRASIL disponibiliza na mesma base de dados os valores pagos no exercício e os restos a pagar pagos. Esta característica confere ao sistema maiorprecisão e segurança no acompanhamento dos investimentos em infraestrutura de transporte. Os dados de execução orçamentária para investimento em infraestrutura de transporte são divulgadosmensalmente pela Confederação Nacional do Transporte por meio de seu Boletim Econômico disponível na revista CNT Transporte Atual e no site da instituição (WWW.cnt.org.br).
Esta
dos
REGI
ÕES3
Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx
Mudança de fonte de dados de investimentos públicos federaisNota técnica CNT
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201374
DESPOLUIR
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR,com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.
PROJETOS
• Redução da emissão de poluentes pelos veículos
• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador
• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais
de transporte
• Cidadania para o meio ambiente
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES
Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.
NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA
RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS
820.587ABRILATÉ MARÇO
20132007 A 2012 TOTAL
Aprovação no período
52.986 20.173 893.746
88,18 % 90,29 % 91,15 % 88,38 %
Federações participantes 20
Unidades de atendimento 68
Empresas atendidas 9.756
Caminhoneiros autônomos atendidos 11.060
O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional de Pro-dução e Uso de Biodiesel e da aprovaçãoda Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleodiesel veicular comercializado ao consu-midor final possui biodiesel. Essa mistu-ra é denominada óleo diesel B e apresen-ta uma série de benefícios ambientais,estratégicos e qualitativos. O objetivodesta publicação é auxiliar na rotinaoperacional dos transportadores, apre-sentando subsídios para a efetiva ado-ção de procedimentos que garantam aqualidade do óleo diesel B, trazendo be-nefícios ao transportador e, sobretudo,ao meio ambiente.
A pesquisa “Caminhoneiros noBrasil - Relatório Síntese de Infor-mações Ambientais” apresenta arealidade e as necessidades de umdos principais agentes do setor detransporte. Informações econômi-cas, financeiras, sociais e ambien-tais, além de dados relacionados àfrota, como distribuição e idademédia; características dos veícu-los e dos deslocamentos; intensi-dade de uso e autonomia (km/l) dafrota permitem aprofundar os co-nhecimentos relativos ao setor detransporte rodoviário.
PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:
Carga
FETRANSPORTES
FETRABASE
FETCESP
FETRANCESC
FETRANSPAR
FETRANSUL
FETRACAN
FETCEMG
FENATAC
FETRANSCARGA
FETRAMAZ
FETRANSPORTES
FETRABASE
FETRANSPOR
FETRONOR
FETRAM
FEPASC
CEPIMAR
FETRAMAR
FETRANORTE
FETRASUL
FETERGS
ES
BA e SE
SP
SC
PR
RS
AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA
MG
DF, TO, MS, MT e GO
RJ
AC, AM, RR, RO, AP e PA
ES
BA e SE
RJ
RN, PB, PE e AL
MG
SC e PR
CE, MA e PI
MS, MT e RO
AM, AC, PA, RR e AP
DF, GO, SP e TO
RS
27.2125-7643
71.3341-6238
11.2632-1010
48.3248-1104
41.3333-2900
51.3374-8080
81.3441-3614
31.3490-0330
61.3361-5295
21.3869-8073
92.2125-1009
27.2125-7643
71.3341-6238
21.3221-6300
84.3234-2493
31.3274-2727
41.3244-6844
85.3261-7066
65.3027-2978
92.3584-6504
62.3598-2677
51.3228-0622
Passageiros
FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
8
BOLETIM DO DESPOLUIR
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 75
EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE
SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00
MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00
EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)
EMISSÕES DE CO2 POR SETOR
*Inclui processos industriais e uso de energia
NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - MARÇO/2013
Corante 12,1%
80%70%60%50%40%30%20%
Aspecto 27,8%
Pt. Fulgor 19,8%
Enxofre 12,9%
Teor de Biodiesel 19,0%Outros 8,5%
QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de s )*
Japão 10EUA 15Europa 10 a 50
Brasil 10**
CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista,Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São Josédos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão daSerra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.
10%0%
Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados
Caminhõesmédios
Comerciais Leves(Diesel)
ÔnibusRodoviários
CaminhõesLeves
ÔnibusUrbanos
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
NOxNMHcCOCH4
CO2
NOxCONMHcMP
CO2
AL AM
% N
C
AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil
2,30
7,3
1,2 1,1 0 0,8
7
2,5 2,12,9 2,7
AC0,6 8,3 5,4 4 1,5 5 0,8 7,3 3,6 2,3 0 11,4 3,6 1,9 1,2 1,1 1,8 4 2,1 0 7 0,8 2,5 2,1 2,9 0 2,700,5 10,2 12,3 4,2 5 1,6 1,1 2,7 2,7 0 11,6 4,1 7,1 1,3 2,5 1,4 3,5 4,2 0 4,7 0,8 2 2,1 3,5 0 30
Trimestre Anterior
Trimestre Atual
5,0 3,6 3,64,05,4
0,60,0
0
10
20
15
50,8
0
Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.
1,54
11,4
1,8
ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - MARÇO/2013
8,3
Diesel 44,76 44,29 49,23 52,26 55,90 13,04
Gasolina 25,17 25,40 29,84 35,49 39,69 9,65
Etanol 13,29 16,47 15,07 10,89 9,85 2,41
CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL
CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)
CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*
* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc).** Dados atualizados em 30 de abril de 2013..
Rodoviário 38,49 97% 34,46 97% 36,38 97%
Ferroviário 0,83 2% 1,08 3% 1,18 3%
Hidroviário 0,49 1% 0,14 0% 0,14 0%
Total 39,81 100% 35,68 100% 37,7 100%
2009VOLUMEMODAL % VOLUME % VOLUME %
2010 2011
* Em partes por milhão de S - ppm de S** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br*** A partir de 2013, 59% do chamado diesel interiorano passam a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR:
www.cntdespoluir.org.br
Demais estados e cidades 500 ou 1800***
TIPO 2008 2009 2010 2011 2012 2013**
* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV** Dados fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA, 2011.
EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009** EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009**
19,0%
8,5%
1,9
12,9%
12,1%
1,2
BOLETIM AMBIEN TAL
(março)
27,8%
19,8%
2,1
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
8
EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE
POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS
SAÚDE HUMANA1 MEIO AMBIENTE
Resultado do processo decombustão de fonte móveis2
e de fontes fixas industriais3.Gás incolor, inodoro e tóxico.
Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.
Dióxido deCarbono
(CO2)
Resultado do processo decombustão de fonte móveis2
e de fontes fixas industriais3.Gás tóxico, sem cor e sem odor.
Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.
Metano(CH4)
Resultado do processo decombustão de fontes móveis2
e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.
Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.
Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.
Compostosorgânicosvoláteis(COVs)
Resultado do processo decombustão de fonte móveis2
e processos industriais4.
Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.
Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.
Óxidos denitrogênio
(NOx)
Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.
O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.
O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.
Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida5.
Ozônio(O3)
Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.
Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.
Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.
Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua naturezacorrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.
Dióxido de enxofre(SO2)
Resultado do processo decombustão de fontes móveis2
e processos industriais4.
Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.
Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.
Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida5, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.
Materialparticulado
(MP)
Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.
1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel comosubstância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro.
2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico
resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.
Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.
Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.
Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.
Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.
Monóxido decarbono
(CO)
2.000 cientistas que orientaas posições da ONU sobre o te-ma e subsidia acordos interna-cionais sobre o tema.
Dentre os biocombustíveisque podem ser produzidos emlarga escala, se sobressai o eta-nol. Além do Brasil e dos EUA,que lideram a produção e o seuuso no transporte rodoviário,mais de 30 países já dispõemou estão em fase de implanta-ção de programas destinados apromover a sua utilização. Tra-ta-se de um produto fácil deproduzir com tecnologias co-nhecidas há décadas a partirde várias matérias-primas (ca-na-de-açúcar, sorgo sacarino,beterraba, milho, mandioca,uvas etc.), bem como com tec-nologias inovadoras, conheci-das como de segunda geração,a partir de materiais celulósi-cos (resíduos agrícolas, comobagaço e palha da cana, palhade arroz, resíduos de serrarias,lixo orgânico etc.).
O etanol é um combustívelrenovável, com baixo carbonoque, se produzido eficiente-mente, como ocorre no Brasilcom tecnologias de primeirageração, pode evitar a emis-são de gás carbônico (CO2) em
até 90% no ciclo de vida doproduto em relação à gasolinae de 70% a 80% em relaçãoao óleo diesel. A chegada detecnologias de produção deetanol de segunda geração,previstas para operação co-mercial já a partir de 2014 nopaís, poderá aumentar signifi-cativamente, e de forma sus-tentável, a produtividade.
As possibilidades de uso doetanol não estão limitadas àsua mistura na gasolina ou aoconsumo em veículos flex, po-dendo ser também usado emaplicações que tradicionalmen-te utilizam o óleo diesel, casoda frota de 60 ônibus urbanos aetanol na cidade de São Paulo,ou dos protótipos de cami-nhões diesel-etanol que vêmsendo desenvolvidos por algu-mas montadoras.
Segundo a Pike Research,consultoria internacional es-pecializada em bioenergia, aprodução mundial de etanolpoderá dobrar até 2021, atin-gindo um volume de 187 bi-lhões de litros/ano. No Brasil,políticas públicas consisten-tes poderão garantir a compe-titividade do produto e sualongevidade no mercado.
DEBATE O etanol ainda tem futuro no Brasil?
ALFRED SZWARCConsultor em tecnologia e emissões da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar)
“A chegada de tecnologias de produção de etanol de segunda geraçãopoderá aumentar significativamente, e de forma sustentável, a produtividade”
Políticas públicas consistentespodem garantir a longevidade
Oetanol tem um bri-lhante futuro no Brasile no mundo. O raciocí-nio que justifica a fra-
se inicial é simples e realista. À medida que a população
cresce, seja no Brasil ou emoutros países, também au-mentam as demandas pormobilidade, o que acaba re-sultando em mais necessida-de de transporte. Enquantonão se resolverem satisfato-riamente os desafios que asenergias consideradas nãopoluentes enfrentam, casoda energia elétrica e do hi-drogênio, o mundo será obri-gado a conviver, ainda porvárias décadas, com o trans-porte movido por combustí-veis fósseis.
Entretanto, o mundo preci-sa descarbonizar a sua matrizenergética para minimizar osimpactos que o aquecimentoglobal e as mudanças climáti-cas trazem, e uma maneira re-lativamente simples de se fa-zer isso é utilizando biocom-bustíveis. Aliás, essa é umadas recomendações apresen-tadas, há tempos, pelo PainelInternacional de Mudanças Cli-máticas, grupo de mais de
ALFRED SZWARC
Recentemente, o governofederal lançou algumasmedidas de apoio ao se-tor de etanol, que já de-
monstrava sinais de enfraqueci-mento e capacidade de atender àdemanda nacional do produto. Oetanol é uma importante fonte deenergia renovável e instrumentode redução do potencial poluidordos combustíveis utilizados notransporte, além de ser um setorcom grande inclusão social pelaformação de milhares de empre-gos diretos e indiretos. E é de gran-de importância nas economias re-gionais e nacional, com influênciadireta na balança comercial, daí aimportância das medidas.
O combustível renovável sem-pre enfrenta a concorrência dopreço da gasolina, que é mantidoestável por razões políticas e nãotécnicas. A própria Petrobras temapresentado suas dificuldades enão consegue cumprir suas me-tas de produção há mais de cincoanos, sendo obrigada a importargasolina a custos maiores do queaqueles praticados ao consumi-dor e gerando problemas no fluxode caixa. Assim, o aumento dopercentual de etanol na gasolina,parte das medidas anunciadas,foi muito bem-vindo para a em-
da também uma linha de créditopara renovação e expansão daárea plantada de cana peloBNDES, mas a acessibilidade a es-se crédito é restrita, sendo quaseum convite exclusivo aos grandesgrupos e investidores. Pequenose tradicionais produtores dificil-mente terão acesso a essa linhade crédito, e alguns não serão ca-pazes de superar esse período.
Finalmente, foi anunciado o fi-nanciamento para o estoque depassagem entressafras, que deveajudar a regular os preços fora dasafra. Mas, mesmo com essas me-didas, a pergunta permanece, oetanol tem futuro? Para se teruma resposta mais clara, o gover-no precisa se posicionar mais ob-jetivamente em relação ao pró-prio futuro da matriz energética,implantando infraestrutura paraexpansão e destinando mais re-cursos em CTI (Ciência, Tecnolo-gia e Inovação) para o desenvolvi-mento de novos sistemas de pro-dução capazes de manter o paísna vanguarda da produção decombustíveis renováveis, garan-tindo assim que o etanol seja defato um combustível fundamentalno futuro deste país, impulsio-nando a economia, a inclusão so-cial e a melhoria do ambiente.
EDGAR GOMES FERREIRA DE BEAUCLAIRProf. Dr. do Departamento de Produção Vegetal – Planejamento e produção de cana Esalq /USP
Faltam recursos em ciência,tecnologia e inovação
“O etanol é de grande importância nas economias regionais e nacional, com influência direta na balança comercial”
presa e para nossa balança co-mercial. Além disso, o governooficializou uma renúncia fiscalcom isenção do PIS/Cofins para oetanol, barateando o seu custo ealiviando um pouco a carga tribu-tária na cadeia de produção.
Para que essa medida sejacumprida, é fundamental que nãofalte etanol, que depende direta-mente da produção de sua maté-ria prima: a cana-de-açúcar. Valelembrar que a produção de canajá chegou a ultrapassar o pata-mar de mais de 640 milhões detoneladas e que esse número caiumuito, em 2011, provocando a fal-ta do produto no mercado, espe-cialmente por falta de investi-mentos no campo. O setor careceainda de uma política pública de-finida de médio e longo prazo queatraia investidores dispostos aentrar num mercado bastantecontrolado pelo próprio governoe que implica em imobilizar o ca-pital em terra pelo período míni-mo de cinco a seis anos, que é otempo de duração de apenas umciclo de cana. A capacidade ocio-sa (para processar a cana) médiadas unidades industriais ultrapas-sa 30% e, só neste ano, voltare-mos ao patamar de 600 milhõesde toneladas. Assim, foi anuncia-
EDGAR GOMES FERREIRA DE BEAUCLAIR
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2013 81
CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO
odos os anos a história se repete quando opaís vai movimentar sua safra de grãos. Asfilas gigantescas de caminhões nos portosindicam um dos maiores gargalos de nossainfraestrutura transportadora. Os navios que
aportam por aqui estão permanecendo, emmédia, 65 dias até o carregamento. Prazo queinviabiliza os contratos. Um navio parado cus-ta entre US$ 40 mil e US$ 50 mil por dia, umônus que invariavelmente recai nos preçosdos produtos. Houve desistências de empresaschinesas da compra de soja brasileira por mo-tivo de atrasos na entrega do produto.
A falta de planejamento e de investimentosqualificados, ao longo do tempo, está no topodas razões que explicam as dificuldades en-frentadas pelos portos. Em consequência, ve-mos falta de espaços nos terminais e nas re-troáreas, acessos rodoviários e ferroviários li-mitados e com baixa qualidade, burocracia emexcesso no trato das documentações das car-gas, mão de obra pouco preparada: tudo limi-ta a utilização dos portos brasileiros.
Diante dessa realidade dos portos nacio-nais, temos um dos custos portuários mais ca-ros entre os países que se utilizam do modal.Por exemplo, a movimentação de um contêi-ner nos portos brasileiros chega a US$ 200,enquanto nos principais portos europeus, ocusto médio é de US$ 110, na Ásia, US$ 75. Por-tanto, exportadores brasileiros partem para ocompetitivo mercado internacional com a des-
vantagem dos custos adicionais de operaçãonos portos do país.
O governo, é verdade, esboça algumas ati-tudes no sentido de destravar o setor. O Pro-grama de Investimentos em Logística voltadopara os portos, o programa Porto Sem Papel eo Porto 24 horas, que pouco impacto causaramaté agora, constituem-se em tentativas do po-der público em reverter todas as desventurasque se vive no sistema portuário brasileiro.
A Medida Provisória nº 595/2012, conhecidacomo MP dos Portos, recém-aprovada pelo Con-gresso, traz em seu escopo soluções que podemdar o dinamismo que todos esperam. A suaaprovação foi um grande avanço e uma conquis-ta da sociedade brasileira. A lei certamente vaimodernizar os portos públicos e privados comsignificativos impactos na infraestrutura dotransporte. Esperamos, agora, que o governo fa-ça a sua parte, fazendo fluir essa legislação pa-ra que sejam reduzidos os custos logísticos.
O governo federal também formou um gru-po, composto por diversos órgãos públicos eautarquias - a CNT foi convidada a participar -para avaliar a situação e elaborar propostaspara por fim no engarrafamento de veículosno acesso aos portos e também indicar medi-das que solucionem os gargalos no escoamen-to da safra de grãos do país. Não se pode ad-mitir mais que um país com uma costa litorâ-nea como a brasileira não apresente excelên-cia nos serviços portuários.
TMais portos,menos filas
“A aprovação da MP dos Portos foi um grandeavanço e uma conquista da sociedade brasileira”
CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201382
DOS LEITORES
Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes
ABANDONO NA CIDADE
Quero parabenizá-los pela entrevista com o presidente daANTP, Ailton Brasiliense, publicada na edição nº 211 da revista CNT Transporte Atual.Gostei muito. Este assunto (damobilidade urbana) é urgente erealmente tem de ser abordadocada vez mais para, quem sabeum dia, melhorar nossotransporte coletivo.
Maria de FátimaColatina/ES
SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO
Acredito que as cidades brasileiras tenham problemas na sinalização de trânsito quevão muito além das placas de informações turísticas. É claroque precisamos pensar em receber bem quem vem nos visitar, mas a população, de umaforma geral, sofre diariamentecom a falta de placasindicativas. Encontrar um endereço em um bairro maisafastado da capital mineira, onde vivo, é quase impossível.
Giordana PiresBelo Horizonte/MG
FINANCIAMENTO
A reportagem de capa da edição de maio da revista CNTTransporte Atual relatou, demaneira bastante real,
a dificuldade que nós, caminhoneiros autônomos, enfrentamos para comprar um caminhão. Na maioria das vezes, não temos acesso aos recursos dos programas do governo e acabamos pagando juros muito altos aos bancos. Quem não dá conta de bancar os juroscontinua com o caminhão velhocausando problemas no trânsito.
Pedro Paulo MatosGoiânia/GO
LOGÍSTICA REVERSA
É muito bom saber que váriasempresas já entenderam anecessidade da implantação da logística reversa em suas atividades. Como a reportagemda CNT Transporte Atual mostrou, esse ainda é um assunto que precisa ser discutido e ampliado, mas o país caminha na direção certa. Além de contribuirambientalmente, a logística reversa é uma oportunidade de negócio que pode renderbons lucros.
Moacir ChavesCastro/PR
CARTAS PARA ESTA SEÇÃO
SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 11º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]
Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes
CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE
PRESIDENTE Clésio Andrade
VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS
Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José Fioravanti
PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS
Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
Glen Gordon Findlay
Paulo Cabral Rebelo
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Rodrigo Vilaça
Júlio Fontana Neto
TRANSPORTE AÉREO
Urubatan Helou
José Afonso Assumpção
CONSELHO FISCAL (TITULARES)
David Lopes de Oliveira
Éder Dal’lago
Luiz Maldonado Marthos
José Hélio Fernandes
CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)
Waldemar Araújo
André Luiz Zanin de Oliveira
José Veronez
Eduardo Ferreira Rebuzzi
DIRETORIA
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS
Luiz Wagner Chieppe
Alfredo José Bezerra Leite
Lelis Marcos Teixeira
José Augusto Pinheiro
Victorino Aldo Saccol
José Severiano Chaves
Eudo Laranjeiras Costa
Antônio Carlos Melgaço Knitell
Eurico Galhardi
Francisco Saldanha Bezerra
Jerson Antonio Picoli
João Rezende Filho
Mário Martins
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS
Luiz Anselmo Trombini
Urubatan Helou
Irani Bertolini
Pedro José de Oliveira Lopes
Paulo Sérgio Ribeiro da Silva
Eduardo Ferreira Rebuzzi
Oswaldo Dias de Castro
Daniel Luís Carvalho
Augusto Emílio Dalçóquio
Geraldo Aguiar Brito Viana
Augusto Dalçóquio Neto
Euclides Haiss
Paulo Vicente Caleffi
Francisco Pelúcio
TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
Edgar Ferreira de Sousa
José Alexandrino Ferreira Neto
José Percides Rodrigues
Luiz Maldonado Marthos
Sandoval Geraldino dos Santos
Éder Dal’ Lago
André Luiz Costa
Diumar Deléo Cunha Bueno
Claudinei Natal Pelegrini
Getúlio Vargas de Moura Bratz
Nilton Noel da Rocha
Neirman Moreira da Silva
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Hernani Goulart Fortuna
Paulo Duarte Alecrim
André Luiz Zanin de Oliveira
Moacyr Bonelli
George Alberto Takahashi
José Carlos Ribeiro Gomes
Roberto Sffair
Luiz Ivan Janaú Barbosa
José Roque
Fernando Ferreira Becker
Raimundo Holanda Cavacante Filho
Jorge Afonso Quagliani Pereira
Alcy Hagge Cavalcante
Eclésio da Silva