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TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAISOs direitos humanos fundamentais vo servir de parmetro para aferir o grau de democracia de uma sociedade. No h de se falar em democracia sem o reconhecimento e proteo dos direitos fundamentais. por meio das dos DF que se avalia a legitimao de todos os podres sociais, polticos e individuais.

Os direitos fundamentais reduzem acentuadamente a discricionariedade dos poderes constitudos, impondo-so-lhes deveres de absteno (NO DISPOR CONTRA ELES) e deveres de atuao (DISPOR PARA EFETIV-LOS) Prembulo da Constituio de 1988.TERMINOLOGIA E CONCEITUAO

Ausncia de consenso progresso contnuoNo h um consenso doutrinrio quanto a terminologia dos DF, em razo do uso de variadas expresses e diferentes sentidos, isso em razo da continua, progressiva e transformaes histricas dos direitos fundamentais1. Liberdades pblicas: Frana direitos de defesa contra atuao estatal.

Surge na Frana, empregada para designar um conjunto de direito de defesa do homem contra qualquer interferncia do Estado.Limitada, pois no compreende os direitos sociais e econmicos.

2. Direitos individuais: Relaciona-se com alguns direitos protegidos pela Constituio vida, igualdade, liberdade, segurana e propriedade Art. 5, considerando o individuo de forma isolada.3. Direitos subjetivos: Relaciona-se com prerrogativas dos sujeitos esto sujeitos prescrio e alienao (Ex.: propriedade e associao)Prerrogativas outorgadas ao individuo em conformidade com certas regras do ordenamento jurdico. Os titulares desses direitos subjetivos podem deles livremente dispor, at para renunci-los, estando sujeitos a prescrio e alienao, diferente dos direitos fundamentais que a princpios so inalienveis e imprescritveis. 4. Direitos humanos: Pacto de So Jos da Costa Rica (Esto abaixo da constituio e acima da lei).

Compreendem todas as prerrogativas e instituies que conferem a todos, universalmente, o poder de existncia digna, livre e igual.5. Direitos fundamentais: Opo do texto da Constituio de 1988 (Ttulo II, Captulos I, II, III, IV e V). a expresso mais abrangente, que compreendem todas as outras.Se os tratados forem recepcionados pela nossa constituio sero tratados como emenda constitucional. NOO FORMAL: Positivados na constituio.

NOO MATERIAL: No esto escritos na constituio, mas so direitos constitucionais. preciso identificar critrios para que possamos identificar na ordem jurdica os direitos fundamentais quando implcitos e decorrentes.1. CRITRIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: Os direitos fundamentais devem explicitar e concretizar essa dignidade e nisso residiria a sua fundamentalidade material. o critrio unificador dos direitos fundamentais.No um critrio absoluto, nem exclusivo, pois h direitos fundamentais que no se relacionam com o DPH. Ou seja, sempre a idia de dignidade humana deve servir de vetor para identificarmos os direitos fundamentais.

Fundamentalidade: fundamentais para a convivncia dos homens entre si e entre esses e o Estado (negativa e positivamente) Dimenso subjetiva (prerrogativas e posies jurdicas favorveis) e dimenso objetiva (formadora do espao estatal, parmetro conformador do modelo de estado. Limitaes impostas pela soberania popular) Noo material de direitos fundamentais - CritriosCONCEITUAO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS: Posies jurdicas que investem o ser humano de um conjunto de prerrogativas, faculdades e instituies imprescindveis a assegurar uma existncia digna, livre, igual e fraterna a todas as pessoas. Fundamentais porque sem eles a pessoa humana no se realiza, no convive, e as vezes, no sobrevive.A prpria existncia do Estado de Direito vai depender dessa existncia dos direitos fundamentais.

So fundamentais em dois sentidos: de um lado porque so essenciais aos homens em sua convivncia com outros homens, de outro porque, eles representam os pilares ticos-politicos-juridicos do Estado.

Os limites que se legitimam (Determinantes de limites negativos) e para a concretizao dos quais se determinam comportamentos positivos do Estado (determinantes positivos).Os DF busca resguardar o homem na sua liberdade (Direitos individuais), nas suas necessidades (direitos sociais, econmicos e culturais) e na sua preservao (direitos relacionados fraternidade e solidariedade).

Jorge Miranda Prev que se formule um conceito dos direitos fundamentais, que leve em conta no s a fundamentalidade formal (Previstos formalmente na constituio), mas, sobretudo sua fundamentalidade material (embora no estejam previstos formalmente na constituio, so admitidos por ela em razo do seu contedo e importncia).CF de 1988 (art. 5, 2) prev e Jorge Miranda tambm defende essa previso de clusula materialmente aberta: Os Direitos assentados na prpria constituio (Direitos implcitos e direitos decorrentes do regime e princpios por ela adotados) e admitir a existncia de outros direitos fundamentais fora dela (Direitos decorrentes de tratados internacionais de que o Estado Brasileiro seja parte).Resumindo:

No sentido estritamente formal: Direitos fundamentais so aquelas posies jurdicas reconhecidas s pessoas por decises expressa do legislador constituinte.

No sentido Material: Os direitos fundamentais, so aqueles, que embora fora do catlogo expresso na constituio federal, podem ser equiparados, em razo do seu contedo e importncia, aos direitos formalmente material.

importante lembrar que o que fundamental para certo estado, pode no ser para outro. Assim os direitos fundamentais devem ser entendidos como as reivindicaes indeclinveis que correspondem a valores fundamentais consensualmente reconhecidos no mbito de determinada sociedade, ou mesmo no plano universal.

Os valores condizem com a liberdade, igualdade e solidariedade, tendo por ase o principio da suprema dignidade da pessoa humana.

As normas que os consagram, chamadas norma de direito fundamental, so da espcie normas princpios, j que expressam MANDADOS DE OTIMIZAO, se distingue das normas-regras que, menos abstratas e menos genricas, descrevem uma hiptese ftica e prevem as conseqncias jurdicas de sua ocorrncia.

Os direitos fundamentais representam a base de legitimao e justificao do estado e do sistema jurdico nacional.

Critrio: historicidade vida, dignidade, liberdade, igualdade, participao poltica. Cf. ADI-MC 939 (anterioridade tributria - art. 150, III e alneas - segurana jurdica) Se o estado cria um tributo ele no pode corar imediatamente. Limitar o tributo proteger a propriedade e isso tem a ver com o direito fundamental. Anterioridade tem a haver com segurana jurdica. Cf. ADI 3.685 (anterioridade eleitoral - art. 16 - segurana jurdica)Eu preciso saber as regras do jogo no qual vou me submeter. Por isso tem que ter um prazo. um direito fundamental porque tem a haver com a participao poltica.

Teoria dos quatro status - Georg JellinekA teoria dos quatros status de Jellinek, segundo o qual todo individuo, alem de sua esfera privada de atuao, pode fazer parte de uma esfera pblica enquanto membro da comunidade poltica, dependendo apenas do reconhecimento estatal. Assim, enquanto membro dessa comunidade vincula-se ao estado, adquirindo da personalidade e relacionando-se com este por quatro espcies de situaes jurdicas.

Assim por ser membro do Estado, o individuo qualifica sob diversos aspectos. Status passivo (status subjectionis): indivduo encontra-se subordinado ao Estado, sujeito a um conjunto de deveres, e no de direitos. O estado nessa relao tem o poder de vincular juridicamente o individuo por meio de ordens e proibies. Status negativo (status libertatis): O individuo reconhecido, por ser dotado de personalidade, uma esfera individual de liberdade imune a interveno estatal. O estado no pode interferir, salvo para garantir o exerccio do prprio direito. Zona de liberdade do indivduo contra intervenes estatais Status positivo (status civitatis): ao indivduo so garantidas funes estatais para exigir do prprio Estado determinada prestao Status activus: ao indivduo dada a possibilidade de fazer parte da formao da vontade poltica do Estado. Direitos polticos. Ex: O voto.Evoluo da relao entre indivduo e EstadoNo inicio, os homens conquistam a liberdade e passam da condio de mero objeto do Estado condio de sujeitos de direitos frente a esse Estado. Depois, adquirem uma posio jurdica perante o Estado, do qual recebem prestaes. Posteriormente, esto habilitados a participar ativamente do processo poltico, tornando-se sujeitos do prprio Estado.O status negativo compreendido como aquele contemplado e conformado pela prpria constituio e assegurado por ela contra todos os poderes constitudos, inclusive o legislativo.

Criticas a teoria:

Para Jellinek, as liberdades do individuo eram exercidas apenas no mbito da lei, estando livre disposio do legislador.Critica-se tambm a teoria, por ela no haver dado importncia ao mbito material dos direitos fundamentais. O status negativo meramente formal e secundrio em relao ao status passivo, tomando o individuo to somente como uma pessoa abstrata. Funes dos Direitos Fundamentais1. Funo de defesa ou liberdade Originalmente os direitos fundamentais cumpriam a funo de direitos de defesa do individuo contra os abusos gerados pela atuao do Estado.

Os direitos constituem competncias negativas para o estado, pois se manifestam como bices as intervenes dos rgos estatais na esfera juridicamente protegida do individuo e criam, verdadeiras posies subjetivas que outorgam ao individuo o poder de exercer positivamente os prprios direitos (liberdade positiva) e de exigir omisses dos poderes estatais, de modo a evitar agresses lesivas por parte deles mesmo (liberdade negativa).Os direitos fundamentais inibem que o Estado impea ou obstaculize determinadas aes do titular de direito, correspondendo a um direito ao no impedimento as aes do titular do direito fundamental.

Assim no pode o Estado obstaculizar o exerccio de liberdades como de expresso, de religio, artstica, reunio, propriedade, etc, nem criar condies desmedidas para o exerccio de uma profisso.

Os DF de defesa tutelam os bens jurdicos fundamentais contra aes positivas do Estado que os venham atentar.Direitos como a vida e privacidade, o estado no pode afetar os bens jurdicos por esses direitos protegidos (Vida e Intimidade), sob pena de inconstitucionalidade.

Esses direitos a aes negativas apresentam-se como direitos a que o Estado no afete determinadas propriedades ou situaes do titular do direito.

Os direitos de defesa, vo corresponder, a um direito a no-afetao dos bens protegidos.Direito posies jurdicas (casamento): impede que no seja eliminada do sistema determinadas posies jurdicas concretas do titular de direito, como por exemplo, o direito de propriedade, o matrimnio, etc.

Direito de no gozar da posio garantida: Garante tambm o seu no exerccio, sem que possa o estado, obviamente impor o seu desfrute. Ou seja, outorga o seu titular a possibilidade de no gozar da liberdade ou usufruir da posio juiridica assegurada.IMPORTANTE que essa funo de defesa dos direitos fundamentais no torna esses direitos imunes a atuao do Estado. Ela no importa a excluso absoluta da ao estatal, somente a atuao ABUSIVA, que transgride os limites constitucionais.

2. Funes de prestao (direitos prestao): mecanismos de reduo de desigualdades - direitos exercidos e realizados atravs da atuao estatal - atuao positiva do EstadoEm razo da crescente necessidade do individuo e das desigualdades materiais que o debilitavam, a presena do estado passou a ser cada vez mais exigida, para dele se reivindicar uma postura ativa que reduzisse ou atenuasse essas desigualdades e libertasse de suas necessidades mais prementes.

So exercidos e realizados por meio do estado, ou seja, o individuo realiza atravs do Estado, para gozar de alguma prestao que s os rgos estatais podem oferecer (ex: sade, educao, trabalho, cultura).

Os direitos a prestao procuram obter do Estado as condies jurdicas e materiais favorveis e indispensveis ao exerccio efetivo e concreto das liberdades.

Os direitos a prestao vo impor uma atuao positiva do estado. Essa atuao estatal exigida por esses direitos fundamentais, pode referir-se a uma prestao jurdica ou a uma prestao material, conforme o objeto da pretenso seja uma atuao normativa do Estado ou uma utilidade concreta (bens e servios) a ser proporcionada por ele.

a) Prestao jurdica - A satisfao se d com a "mera" normao (art. 5, XLI, XLII e XLIII).Direitos Fundamentais que Dependem to somente da atuao normativa do Estado para ganharam sentido e apresentarem contedo jurdico suficiente que possibilite o exerccio pelo seu individuo.Tem a misso de prover o individuo de condies para exigir do estado a imediata emanao de normas concretizadoras e integrativas dos direitos carentes de regulao.b) Prestao material: direitos prestacionais em sentido estrito - art. 6 - dispndio efetivo de recursos - criao de condies materiais - reserva do possvel? - mnimo existencial? - maior discricionariedade poltica?Tem por objeto uma utilidade concreta ou um beneficio material, consite em um bem ou servio, a ser prestado pelo Estado.Tem funo de prover o individuo de condies para exigir do Estado a Imediata realizao das polticas publicas socialmente ativas, criando, por conseguinte, condies materiais e institucionais para o exerccio desses direitos.

Tpicos direitos sociais, que pressupem no propriamente uma regulao legislativa, embora alguns demandem uma normatizao previa, mas uma atuao positiva material do estado, criando servios, instituies, ou fornecendo bens, por isso uma parte da doutrina nega a sua condio de verdadeiros direitos.

Vai depender a efetividade desses direitos sociais, da existncia de condies econmicas favorveis. Por isso, dizemos que os direitos sociais so efetivados na medida do possvel, ou seja, dentro de uma RESERVA DO POSSIVEL, pois s sua existncia depende dos recursos econmicos.

Havendo a disponibilidade desses recursos, defende-se que tais direitos habilitem o individuo a satisfazer-se at judicialmente das prestaes de que necessita.

1. Direitos originrios de prestao (direitos sociais originrios) - exigncia direta da Constituio.Em face da garantia constitucional desses direitos, independente de qualquer mediao legislativa, se reconhece simultaneamente o dever do estado na criao dos pressupostos materiais necessrios ao exerccio deles e a prerrogativa de o individuo exigir imediatamente as prestaes desses direitos.2. Direitos derivados a prestaes - j regulados pela legislao - igual distribuioSe a prestao material j foi concretizada pelo Estado.Consiste no direito subjetivo de igual acesso, obteno e utilizao de todas as instituies publicas criadas pelo estado (Igual acesso a instituies de ensino, sade etc.) e de igual participao das prestaes fornecidas por esses servios.

Visa garantir a possibilidade de igual participao nas prestaes materiais j existentes, com base no principio da igualdade.

a) Poder Judicirio? Judicializao simblica. o juiz dizendo que a pessoa ter o direito e que este o cumpra. A gente coloca na constituio o que o estado no tem como cumprir.

O fato de o judicirio no ter como generalizar os direitos fundamentais, pois ele no tem competncia tcnica e poltica.

Um dos problemas quando a funo de prestao dos direitos fundamentais o problema dos direitos sociais que vinculam os poderes do estado, impondo-lhes a obrigao de realizarem polticas publicas socialmente ativas. Defende-se aqui, uma atuao mais ativa do judicirio, ante os perniciosos efeitos da censurada omisso constitucional.

Funes dos Direitos Fundamentaisa. Funo de proteo perante terceirosGarantia de que no s o Estado, mas tambm os outros indivduos, respeitaro os direitos fundamentais (vida, propriedade, inviolabilidade do domiclio, sigilo de correspondncia, etc.) Polcia, Poder Judicirio etc.Funo do estado proteger os titulares de direitos fundamentais perante a terceiros. O dever de prestao consistente na obrigao de adotar medidas positivas e eficientes, vocacionadas a proteger o exercidos dos direitos fundamentais perante atividades de terceiros que venham afet-los.Proteger de eventuais agresses de outros indivduos.b) Funo de no-discriminao*Parte do principio da igualdade. Impoe que o estado trate os seus cidadoes em condies de absoluta igualdade. Rege a mxima da igualdade de todos perante a lei. Visa proibir comportamentos de discriminao no acesso a benefcios pblicos e no mercado de trabalho, em virtude de opes religiosas, ideolgicas, polticas.a. Direitos de participao*i. Caractersticas mistasb. Carter ambivalente dos direitos fundamentaisDireitos de defesa exige prestao. Direitos de prestao podem exigir defesa (proibio retrocesso social) .Caractersticas dos Direitos Fundamentaisa) Historicidade: DF surgem ao longo do processo histrico, foram evoluindo com o passar da histria, evoluindo. Existem novas necessidades que a gerao passada no tinha - resultado de diversos acontecimentos (por vezes conflitantes - mutveis: transformaes e ampliaes. "Os direitos no nascem todos de uma vez, nascem quando devem ou quando podem" (Bobbio) Art. 5, XLVII, b RE 154.134-SP sano adm.No resultado de apenas UM acontecimento histrico determinado, mas sim, de todo um processo de afirmao que envolve antecedentes, evoluo, reconhecimento, constitucionalizao e at universalizao.Emergem progressivamente das lutas que o homem trava por sua prpria emancipao. Mutveis, sujeitos a transformaes e ampliaes.b) Universalidade - imprescindveis vida e existncia digna - destinam-se a todos os seres humanos alguns no interessam a todos os seres humanos eficcia horizontal especificaes e regulamentaes so contingenciais e contextuais - no-uniformidade - ONU, direitos humanos, Tribunais Internacionais - no-absolutos/limitveis(art. 5, XLVII, a; art. 5, XIII)No so absolutos porque eles entram em choque. Expressamente limitados. Ex: Livre exerccio do Trabalho, Art 5, XLVIIDestinam-se a todos os seres humanos, seria uma contradio falar em direitos dos homens que no fossem universais.Enquanto existe direitos a todos os seres humanos (como direito a vida e liberdade), h direitos que s interessam a alguns (Como o direito dos trabalhadores), ou s pertencem a poucos (Como direitos polticos).A universalidade no significa uma necessria e absoluta uniformidade dos direitos fundamentais.

Caractersticas dos Direitos Fundamentaisa) Inalienabilidade/irrenunciabilidade : no podem sofrer disposio (renncia, compra, venda, doao, destruio, etc) - proibio de tornar o exerccio impossvel relatividade sobreposio liberdade individual?No se encontram a disposio do seu titular.

Mas podem deixar de exerce-los.

b) Imprescritibilidade: o no exerccio de um DF no o faz perecer.No se perdem com o tempo, no prescrevem, so sempre exigveisc) Concorrncia/cumulao: exerccio concomitante de mais de um DF (expresso, pensamento, associao e manifestao).Podem ser usados simultaneamente.No mesmo titular pode se cumular vrios direitos.d) Proibio de retrocesso*:Proibio de supresso, enfraquecimento ou abolio - abstratamente: revogao de normas - concretamente: supresso ou diminuio de polticas pblicas. Visa proteger alguns direitos conquistados (Direito de Defesa).Uma vez reconhecidos no podem ser suprimidos ou abolidos, ou enfraquecidos. Impede a revogao das normas que consagram esses direitos, assim como a substituio dessas normas por outras menos generosas para com tais direitos.Direitos sociais, uma vez obtidos, passam a constituir uma garantia institucional e um direito subjetivo.

e) Constitucionalizao - direitos humanos/direitos fundamentais - art. 5, 2 e 3Os direitos humanos so anteriores e superiores ao estado, dessa forma anteriores e superiores a qualquer positivao que a eles se intente. Ocorre, entretanto que a existncia desses direitos fica sujeita a condio de seu reconhecimento formal, o que vai se da por meio das declaraes solenes e das constituies.

Falamos em constitucionalizao dos direitos fundamentais, como caracterstica marcadamente relevante desses direitos, em face da imprescindvel proteo que se lhes deve dispensar.f) Vinculao dos Poderes Pblicos - os DFs limitam, conformam e informam os Poderes Pblicos - esto acima dessesi. Vinculao do Poder Legislativo - dever de legislar (art. 37, VII) - ADO e MI - dever de legislar razoavelmente (art. 5, XIII) - proibio de retrocesso e proporcionalidade - limitaes do poder constituinte reformador (art. 60, 4)ii. Vinculao do Poder Executivo - Administrao pblica - atos normativos e atuao devem respeitar os DFs - juzo de inconstitucionalidade pelo Governador? - jurisprudncia antiga: sim - jurisprudncia atual: no (legitimado) - e o agente administrativo? - em regra, no (consultar o superior)iii. Vinculao do Poder Judicirio - Art. 5 XXXV). Os direitos Fundamentais devem ser concebidos no s como garantias de defesa do individuo contra o abuso estatal, mas tambm como um conjunto de valores objetivos bsicos e diretrizes de atuao positiva do Estado.

0s direitos fundamentais, so portanto a um s tempo, direitos subjetivos e elementos fundamentais da ordem constitucional objetiva.1. Dimenso subjetiva dos DFs - posio subjetiva dirigida aos seus titulares - garantia - possibilidade de exigncia - dever de satisfaoEssenciais de proteo da pessoa. Confere aos seus titulares a prerrogativa de exigir os seus interesses em face dos rgos estatais, que se contraem do dever jurdico de satisfaz-los, sob pena de serem acionados judicialmente.2. Dimenso objetiva Caso Lth (1958): A deciso do caso Luth, mostra essa dupla dimenso, subjetiva e objetiva dos direitos fundamentais.Conformao do Estado Democrtico de Direito.Enquanto elementos objetivos da ordem constitucional, os direitos fundamentais formam a base do ordenamento jurdico de um Estado Democrtico de Direito.

Os direitos fundamentais no se limitam a funo precpua de serem direitos subjetivos de defesa do individuo contra atos do poder pblico, mas que alm disso, constituem decises valorativas de natureza jurdico-objetiva da constituio, com eficcia em todo o ordenamento jurdico, e que fornecem diretrizes para os rgos legislativos, judicirios e executivos.Como direitos subjetivos, os DF so direitos bsicos jurdicos constitucionais do particular, como homem e como cidado, corresponde a exigncia negativas (defesa de liberdade do espao do individuo) ou positiva (atualizao das liberdades e garantias) de outrem.Como elementos objetivos fundamentais da ordem democrtica, os direitos fundamentais inserem o particular na coletividade, construindo as ases da ordem jurdica dessa comunidade.

O reconhecimento da dimenso jurdico-objetiva dos direitos fundamentais tem implicado conseqncias considerveis.

Drittwirkung: Desenvolvimento da eficcia Inter privatos, confronto subjetivo imediato entre o direito individual e a mquina estatal.Aceitao de que os direitos fundamentais devem ter sua eficcia aferida no s sob o ngulo do individuo perante o estado, mas tambm sob o ngulo da comunidade na qual o individuo se encontra inserido.

Conseqncia disso: O exerccio dos direitos subjetivos pelos indivduos esta sujeito ao seu reconhecimento pela comunidade da qual faz parte, de modo que plenamente justificvel e legitima, a imposio de restries aos direitos subjetivos individuais ante os interesses superiores da comunidade.

Outra conseqncia: FICCACIA DIRIGENTE, que a dimenso objetiva valorativa dos DF produz em relao aos rgos do Estado. Os direitos fundamentais impe ao Estado o dever permanente de concretiz-los e realiz-los. oportuno, registrar que os direitos fundamentais, ainda numa perspectiva objetiva valorativa, servem de referencia ou parmetro para o controle de constitucionalidade das leis e demais atos do poder publico.A doutrina tem apontado para a existncia de certas implicaes geradas pela dimenso objetiva dos direitos fundamentaisA eficcia Irradiante (AUSSTRAHLUNGSWIRKUNG): Diretrizes ou vetores para a interpretao e aplicao das normas infraconstitucionais. Ligado a esse efeito Irradiante, h ainda a conseqncia da EFICACIA HORIZONTAL(Drittwirkung), ou seja, quer dizer a eficcia irradiante desses direitos tambm na esfera privada. preciso esclarecer que, na relao entre as duas dimenses, h de prevalecer a dimenso subjetiva dos direitos fundamentais, porque: a prpria finalidade principal dos direitos fundamentais, que consiste na proteo do indivduo, e no na coletividade, desempenhando a dimenso subjetiva uma funo de reforo da tutela jurdica dos direitos fundamentais subjetivosEficcia horizontal dos DFs (Drittwirkung): eficcia dos DFs nas relaes privadasA incidncia e aplicao dos direitos fundamentais no amito das relaes privadas (Individuo x Individuo).

Os DF, foram concebidos inicialmente como poderes outorgados aos indivduos para se protegerem contra a opresso do Estado. Aqui a doutrina se posicionou pela aplicao dos DF nas relaes individuo e Estado.

A doutrina comeou a perceber que a opresso das liberdades no decorriam apenas do Estado, mas tambm do prprio homem em sua relao com o seu semelhante. Da a necessidade de se estender a eficcia dos direitos fundamentais, a relao entre os homens, com o fim de proteger o homem da prepotncia do prprio homem, e em especial de pessoas, grupos e organizaes privadas poderosas.

Trs teorias sobre a aplicao dos direitos fundamentais as relaes privadas:

1. Teoria negativa negam a eficcia horizontal dos DFs relao Estado-indivduoOs direitos fundamentais s vinculam o poder pblico, nunca os particulares.

Criao nos Estados da doutrina do State Action: Fundada na intangibilidade da autonomia privada, recusa a aplicao dos direitos fundamentais nas relaes entre particulares. A partir da dcada de 40, comea a ser mitigada pela jurisprudncia da Suprema Corte, passando a adotar a PULIC FUNCTION THEORY (Teoria da FUNO PBLICA), segundo o qual os direitos fundamentais vinculam os particulares quando estes agirem no exerccio de funes pblicas.

2. Teoria da eficcia indireta e mediata Legislativo o responsvel por conformar o direito infraconstitucional aos DFs.A aplicao dos direitos fundamentais nas relaes privadas condicionando essa incidncia, contudo, a previa atuao do legislador infraconstitucional, que teria o dever de conformar as relaes privadas a luz das normas constitucionais definidoras de direitos.3. Teoria da eficcia direta e imediata DFs tm aplicao imediata sobre as relaes privadas art. 5, 1 - RE 201.819/RJOs direitos fundamentais tem aplicabilidade direta e imediata sobre as relaes privadas, independentemente de prvia atividade legislativa. Assim, no s o estado, como tambm os particulares esto vinculados a constituio.No Brasil h uma tendncia na doutrina e jurisprudncia do STF em adotar a teoria da eficcia direita ou imediata dos direitos fundamentais nas relaes privadas.SE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS TAMBM VINCULAM OS PARTICULARES, MAIS NATURAL QUE ESSA VINCULAO SE D NA MESMA MEDIDA DA VINCULAO DO PODER PBLICO.Dimenso objetiva dos DFsa. Eficcia horizontali. DFs evidentemente dirigidos contra agentes privados (art. 7, XVII e XXX; art. 5, V)ii. DFs evidentemente dirigidos contra o Poder Pblico (art. 5, LXXIV, LXXV)iii. Demais: dilema entre interveno estatal e preservao da autonomia individual liberdade de contratar limitao voluntria igualdade de condies (igualdade material)Direitos e GarantiasDeclarao de direitos e mecanismos para assegur-los1. Garantias-limite: manifestam-se por meio de proibies proibio da censura (liberdade de expresso), proibio de penas arbitrrias (liberdade pessoal e de locomoo), proibio de confisco (propriedade)Se manifestam por meio de proibies que visam prevenir violaes a direitos. Podem ser chamadas de garantias-limites, pois destinadas a limitar o poder.

2. Garantias-institucionais: instituies que devem existir para a preservao dos direitos Poder Judicirio, Ministrio Pblico e Defensoria PblicaSistema de proteo organizado para a defesa e efetivao dos direitos.3. Garantias-instrumentais: aes constitucionais MS, HC, AP, ACP, HD Representa o Liame entre a Primeira e a Segunda, rene a defesa dos direitos especficos e o seu sistema institucional de proteo.

Aes Constitucionais, que so garantias de defesa de direitos especiais perante o judicirio.

A declarao dos direitos fundamentais imprescindvel para realizao material e espiritual da pessoa humana e para o amadurecimento da cultura democrtica. E a necessidade de se institurem garantias para que possao assegur-los.Distinguir no texto da lei fundamental, as disposies MERAMENTE DECLARATORIAS, que so as que imprimem existncia legal aos direitos reconhecidos.

ASSECURATRIAS: So as que, em defesa dos direitos, limitam o poder.Aquelas instituem os DIREITOS, estas, as GARANTIAS, ocorrendo no raro juntar-se, na mesma disposio constitucional, ou legal, a fixao da garantia, com a declarao do direito.

induvidoso, que as garantias em certo sentido, so tambm direito, que chamaremos de DIREITOS-GARANTIAS, pois destinado a proteo de outros direitos. No existem por si mesmas, mas para amparar, tutelar e efetivar os direitos.

Titularidade dos DFsa. Pessoas jurdicasi. Detentoras de DFs 1. Art. 5, caput (propriedade e igualdade), XII (sigilo de correspondncia), XI (inviolabilidade de domiclio), XXXVI (segurana jurdica), X (honra e imagem).2. Smula 227 do STJ: A pessoa jurdica pode sofrer dano moral3. Art. 5, XVIII (associao e no interferncia estatal), XIX (no dissoluo)ii. No aplicveis1. Art. 5, LXI (priso), direitos sociais (art. 6) e de assistncia (art. 203ss), direitos polticos (art. 14ss).iii. PJs de direito pblico1. A princpio tambm so detentoras, principalmente os DFs processuais 4. Titularidade dos DFs a. Estrangeirosi. Art. 5, caput: ... garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas...ii. Emanados da dignidade da pessoa humana Individuaisiii. Direitos polticos no so estendidos. Direitos sociais, em regra, tambm no.Teoria dos Direitos Fundamentais Histrico Direito natural e DFs Sedimentao ao longo do tempo tradio constitucionalOs direitos fundamentais foram identificados com os valores mais importantes da convivncia humana. Eles so conseqncias da prpria evoluo da humanidade. Esses direitos no foram resultado de um nico acontecimento histrico, mas de todo um processo que compreende varias fases.Os direitos fundamentais, portanto, so direitos inatos preexistentes, cabendo ao ordenamento jurdico-positivo to somente reconhec-los.

Esses direitos para serem reconhecidos, efetivos e acatados, precisam receber formulao jurdica adequada, o que veio ocorrer por meio das Declaraes Solenes, e posteriormente nas constituies polticas de cada estado.

inegvel tambm, que a vigncia dos direitos humanos independente do seu reconhecimento constitucional, ou seja, de sua consagrao no plano do direito positivo estatal como direitos fundamentais.

A evoluo dos direitos humanos acompanhada por um fenmeno de crise das liberdades. As causas sociais, , econmicas, e tcnicas da crise das liberdades publicas so tambm os fatores de sua evoluo. Essa evoluo, portanto, animada por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes. Foram os desafios enfrentados pelo pela doutrina dos direitos do Homem os maiores responsveis pela evoluo desses direitos.

Portanto, a evoluo dos direitos fundamentais acompanha o processo histrico, as lutas sociais e os contrastes de regimes polticos, assim como o progresso cientifico, tcnico e econmico.

A dignidade da Pessoa Humana enaltece o ser humano como um fim em si mesmo, e o fim natural de todos os homens a realizao da prpria felicidade. A idia do homem como um fim em si mesmo, induz no s o dever negativo de no prejudicar a ningum, mas tambm o dever positivo de favorecer a felicidade de outrem.

Ento, o Poder Pblico deve realizar as tarefas e os programas impostos por uma constituio dirigente em beneficio da felicidade do homem. A dignidade da pessoa humana, a finalidade e ultima razo de ser de todo o sistema jurdico.A evoluo histrica dos Direitos Humanos fundamentais deve-se em grande parte, ao sofrimento fsico e moral dos seres humanos.

A idia da limitao do poder dos governantes sempre constituiu pressuposto fundamental do reconhecimento da existncia de direitos comuns a todos os indivduos.

Costuma-se indicar a doutrina antiga do cristianismo como antecedente bsico dos direitos humanos. Isso deve-se ao fato de que os homens, por serem criados a imagem e semelhana de Deus, possuem alto valor interno e liberdade prpria inerente a sua natureza, dessa forma o cristianismo pronunciava uma mensagem de libertao do homem, na sua afirmao da dignidade da pessoa humana, que sugere uma igualdade fundamental da natureza entre eles.A afirmao e defesa desses direitos representavam a razo de ser do Estado e o seu principio legitimador.

A reforma protestante tambm foi importante para a consolidao dos direitos fundamentais, pois levou reivindicao e o reconhecimento da liberdade de opo religiosa, pondo fim a unidade religiosa. Reforou o Individualismo, e salientou o papel do homem na sociedade e na histria.

Assim a evoluo histrica dos Direitos Fundamentais, remetem ao estudo da declarao dos direitos.

As declaraes de direitos Direitos so naturaisOs direitos h muito j existissem, mas foi somente com as declaraes solenes que eles passaram a ser formalmente reconhecidos, ganhando dimenso jurdica.

Os direitos Humanos prescindem de um documento escrito. Para ser reduzidos a termo em texto solene, tem a vantagem da clareza e da preciso, alem do carter educativo. Esse documento ou texto solene no a constituio, que j o presume existente. A DECLARAO DE DIREITOS.

Importncia das Declaraes de Direitos na afirmao e consolidao dos Direitos Fundamentais.

A tendncia Jusnaturalista das Declaraes de Direitos pode ser facilmente constatada.

As declaraes de direitos bem refletem os estgios de evoluo dos direitos fundamentais.As declaraes surgem como teorias filosficas, as primeiras afirmaes dos direitos fundamentais so to somente a expresso de um pensamento individual. As declaraes so universais no que toca ao seu contedo, destinam-se a um homem racional fora do espao e do tempo, so limitados em relao a sua eficcia, apresenta-se como proposta para o futuro legislador.

No segundo momento, a historia das declaraes consiste na passagem da teoria prtica, do direito somente pensando para o direito realizado. Nessa fase, a afirmao dos direitos fundamentais, ganha concretude e eficcia, mas perde em universalidade. Os direitos passam a ser protegidos como autnticos direitos positivos , mas valem somente no mbito do estado que os reconhecem.

Terceira e ultima etapa, com o advento da Declarao Universal de 1948, no qual a afirmao dos direitos fundamentais, , simultaneamente, universal e positiva: UNIVERSAL POIS O DESTINATARIOS DOS DIREITOS SO TODOS OS HOMENS, POSITIVA NO SENTIDO DE QUE OS DIREITOS DEVERO SER NO APENAS PROCLAMADOS, MAS EFETIVAMENTE PROTEGIDOS AT MESMO CONTRA O PROPRIO ESTADO QUE OS TENHA VIOLADO.Nessas 3 fases da declarao, percebe-se que os direitos fundamentais nascem como direitos naturais universais, desenvolvem-se como direitos positivos restritos, para finalmente encontrarem sua plena realizao como direitos positivos universais.

Magna Carta 1215 acordo entre o Rei e os senhores feudais vinculao do Rei s leis Direitos: judicialidade e devido processo legal; proporcionalidade das penas; liberdade de locomoo; proibio do confisco; acesso justia Item 39: Nenhum homem livre ser detido nem preso, nem despojado de seus direitos nem de seus bens, nem declarado fora da lei, nem exilado, nem prejudicada a sua posio de qualquer forma; tampouco procederemos com fora contra ele, nem mandaremos que outrem o faa, a no ser por um julgamento legal (due process) de seus pares e pela lei do pas (law of the land) Outorgada por Joo sem Terra, Rei da Inglaterra. Um dos pactos da historia constitucional da Inglaterra, pois constituiu um acordo entre esse Rei e os Bares revoltados, apoiados pelos burgueses, em face do qual se lhes reconheciam certos foros, ou seja, privilgios especiais.

Em face desse acordo histrico, foram reconhecidas e garantidas a liberdade e a inviolabilidade dos direitos da igreja e certas liberdades aos homens livres do reino ingls. A magna Carta deixa implcito, na historia poltica medieval, que o rei acha-se naturalmente vinculado pelas prprias leis que edita.

Esse documento histrico no pode ser considerado de natureza constitucional, no passando de uma carta feudal, elaborada para proteger os privilgios dos bares e os direitos dos homens livres, deixando de fora os no livre que, na poca, representavam a maioria.

A doutrina vem apontando a importncia desse documento histrico para as liberdades publicas, nela vislumbrando a pea bsica do desenvolvimento constitucional ingls e de todo o constitucionalismo.

GARANTIA DA JUDICIALIDADE E DA PROPORCIONALIDADE DA PENA GRAVIDADE DA TRANSGRESSO COMETIDA: Se props a limitar o poder.

Inaugurou a Magna Carta, a pedra fundamental para a construo da democracia moderna, pois a partir dela o poder do governante passou a ser limitado, no apenas por normas superiores, fundadas no costume ou na religio, mas tambm por direitos subjetivos dos governados.

ITEM 39: Aponta-se como o corao da Magna Carta, que desvincula da pessoa do monarca tanto a lei quanto a jurisdio, para adotar a garantia da judicialidade e do devido processo legal, de modo que os homens livres devem ser julgados pelos seus pares e de acordo com a lei da terra.A Doutrina com base no item 39, contraria a tese de Georg Jellinek, no sentido de que a liberdade religiosa teria sido o primeiro direito fundamental, concebendo a origem destes direitos na liberdade de locomoo e sua proteo contra priso arbitrria, por ser pressuposto necessrio ao exerccio das demais liberdades, inclusive da liberdade de culto e religio.A carta estendeu a todos os senhores feudais, em relao a seus dependentes e agregados, as mesmas limitaes de poder que o rei reconhece para si, relativamente a seus sditos.Item 60: Todos os direitos e liberdades garantidos na carta devero ser igualmente observados por todos os clrigos e leigos relativamente aqueles que deles dependem.

Em face do item 39, os direitos declarados na magna carta no ostentavam o carter de autnticos direitos fundamentais, pois foram outorgados pelo Rei num contexto social e econmico marcado pela desigualdade, tratando-se mais de um privilegio de cunho estamental, concedido a certas castas nas quais se dividia a sociedade medieval, afastando a grande parcela da populao do seu desfrute.

As declaraes de direitos Petition of rights 1628 Acordo entre o Parlamento e o Rei para que direitos j previstos na Magna Carta fossem cumpridos principalmente direitos tributrios.Documento dirigido ao monarca, em virtude do qual os membros do parlamento pediram o reconhecimento de diversos direitos e liberdades para os sditos. Acordo entre o parlamento e o rei, onde o monarca cedeu ao pedido, para obter em troca recursos financeiros que dependiam da autorizao do Parlamento. Habeas Corpus Act 1679 liberdade de locomoo impossibilitar prises arbitrrias matriz desta garantia para diversos outros EstadosReforou as reivindicaes de liberdade, traduzindo-se na mais slida garantia de liberdade individual, tirando dos dspotas uma das armas mais valiosas, que eram as prises arbitrrias que foram suprimidas. Surge com isso o mandado de segurana brasileiro. Bill of rights 1689 Revoluo Gloriosa (1688) supremacia do Parlamento monarquia constitucional diviso de poderes jri, direito de petio, proibio de penas cruis, limitao do poder de tributar, direito ao porte de arma para defesa pessoal, eleies livre, imunidades parlamentares de todos os documentos o mais importante, se firmara a supremacia do parlamento, dando decisivo passo para instituio da separao dos poderes e logo depois o surgimento da monarquia constitucional submetida a soberania popular.Eliminou o regime de monarquia absoluta, no qual todo poder emanava do Rei e em seu nome era exercido.

Passagem para monarquia constitucional, organizada com base na diviso de poderes, criando uma forma organizao do Estado, cuja funo de proteger os direitos fundamentais da pessoa humana.

Instituiu um sistema de diviso de poderes,, com a declarao de que o parlamento um rgo encarregado de defender os sditos perante o Rei, e cujo funcionamento no pode ficar sujeito ao arbtrio deste.

Fortaleceu a instituio do Jri e reafirmaram alguns direitos fundamentais, como o direito de petio e a proibio de penas inusitadas ou cruis.

Act of settlement - 1701 complementa a Bill of Rights relaciona-se com a linha hereditria da Coroa e a solidificao da Gr-Bretanha *Apesar da importncia destes marcos histricos, afirma-se que os direitos reconhecidos pelas declaraes inglesas no podem ser entendidos como DFs, ao menos no no sentido que hoje damos ao termo, porque no vinculavam o ParlamentoComplementa o Bill Of Rights e refora o conjunto de limitaes ao Poder Monrquico nesse perodo, importante contribuio para a formao da doutrina dos DF. Influram substancialmente na consolidao e conformao dos direitos fundamentais. Com tudo, os DF limitaram-se a reduzir o poder do monarca, para proteger o povo ingls da arbitrariedade do Rei e a fundar a supremacia do Parlamento.As declaraes inglesas no podem ser consideradas como o registro de nascimento dos direitos fundamentais, no sentido que hoje se atribui ao termo. A doutrina dos direitos fundamentais, se difundiu no sculo XVIII, tornando-se elemento bsico da reformulao das instituies polticas. E as declaraes de direitos que sucederam cuidaram de reconhec-las. A Declarao de Direitos do Bom Povo da Virgnia 1776 afirma-se ser a primeira declarao de direitos no sentido moderno transio para os DFs anterior independncia (16 de junho)Primeira Declarao de Direitos em Sentido Moderno.

Transio dos direitos de liberdade do povo ingls para os direitos fundamentais constitucionais.

A declarao de Virginia, formuladas pelos representantes do bom povo da Virgnia, preocupou-se com a fundao de um governo democrtico e organizao de um sistema de limitao de poderes, inspirada na crena da existncia de direitos naturais e imprescritveis do homem. O reconhecimento de direitos inatos de toda pessoa humana e o principio de que todo poder emana do povo. Firma-se tambm o principio da igualdade de todos perante a lei.Com inspirao jusnaturalista, o documento declarava que todos so, por natureza, igualmente livres e independentes, e tem certos direitos inatos, os quais no podem ser alienados ou supridos por uma deciso poltica.

Acolheu o principio da Soberania Popular, o povo declarado titular absoluto, e conseqentemente os magistrados so seus mandatrios e seus servidores, e em qualquer momento perante ele responsveis.A carta de Virginia proclamava que o governo deve ser institudo para proveito comum, proteo e segurana do povo, nao ou comunidade. De modo que, se um governo se mostra inadequado ou contrrio a tais princpios,, a maioria da comunidade tem o direito indiscutvel, inalienvel e irrevogvel de reform-lo, alter-lo ou aboli-lo de maneira considerada mais condizente para o em pblico.Com a igualdade de todos perante a lei, declarava que nenhum homem ou grupo de homens tem o direito de receber privilgios exclusivos ou especiais da comunidade.

A declarao de Virgnia reconhece o principio fundamental da separao das funes legislativas, judicial e executiva, como garantia institucional das liberdades pblicas. Os poderes devem esta separados e que os membros dos dois primeiros poderes, eleitos periodicamente, devem esta consciente dos encargos impostos ao povo, deles participar e abster-se de impor-lhes medidas opressoras.A declarao serviu de inspirao para as demais declaraes das ex-colonias inglesas da Amrica, tambm influenciou a incorporao dos direitos fundamentais constituio norte americana. Separao de poderes, direitos inatos, todo poder emana do povo, igualdade de todos perante a lei e liberdade geral Separao de poderes, direitos inatos, todo poder emana do povo, eleies livres, direito de reformar, mudar ou abolir o governo que no cumpra seus deveres, igualdade de todos perante a lei, liberdade geral, proibio de prises arbitrrias, no confisco, devido processo legal (saber a acusao, confrontar acusador e testemunhas, produzir provas, jri imparcial, no produo de provas contra si mesmo), proibio de penas cruis, liberdade de imprensa Inspirou outras Declaraes e Constituies (EUA 1787/1791) A Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado 1789 marco ps-revolucionrio ainda encontra-se em vigor na Frana (bloco que constitucionalidade) universalismo e racionalismo difere-se das declaraes anglo-saxnicas direitos naturais, inalienveis e sagradosDireitos do Homem: Liberdade geral, segurana, liberdade de locomoo, legalidade penal, devido processo, presuno de inocncia, liberdade de expresso e propriedadeDireitos do Cidado: participao na vontade geral, consentir no imposto e no gasto, exigir prestao de contasA finalidade do Estado garantir os direitos dos indivduosArt. 16: Ncleo do constitucionalismo moderno: A sociedade em que no esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separao dos poderes no tem Constituio A declarao dos Direitos do Homem e do Cidado tem profunda inspirao jusnaturalista, transformou-se em razo da universalidade de seus princpios, no marco culminante do constitucionalismo liberal, no instrumento de ascenso poltica e econmica da burguesia , a nova classe que se apossava do comando do Estado e da Sociedade.Pois fim ao Ancien Regime proclamava os princpios da liberdade, da igualdade, da propriedade e da legalidade e as garantias individuais. a mais famosa das declaraes por terem sido por mais de um sculo e meio, o modelo por excelncia das declaraes de direitos.

Com muita importncia para o povo francs, esta em vigor ainda por fora do prembulo.

Embora tenha recebido certa influencia das Declaraes Inglesas e americanas, a declarao francesa de cunho universal e abstrato. Distingue-se das outras por preocupar-se mais com o homem e seus direitos, do que com os direitos tradicionais de determinada comunidade.

Aponta-se 3 caractersticas Fundamentais:

INTELECTUALISMO: Por resultar de uma ordem de idias, no plano intelectual, de fundamento filosfico e jurdico.

MUNDIALISMO: Porque suas idias so universais, difundido-se alm das fronteiras.

INDIVIDUALISMO: S se empenha em prol das liberdades dos indivduos, no consagrando as liberdades coletivas, como as de associao e de reunio.

Segundo o prembulo, sua finalidade : Proteger os direitos do homem dos atos autoritrios do governo e seu objetivo de cunho pedaggico, pois visa lembrar e instruir os indivduos de seus direitos fundamentais. Profunda inspirao Jusnaturalista !Os direitos do homem so as liberdades, que consistem em poderes de agir, ou no agir, independentemente da interveno do Estado, que no pode criar nenhum obstculo ao exerccio daquelas prerrogativas.

Os direitos do Cidado so poderes que traduzem em meios de participao do Homem no exerccio do poder Poltico. Como poderes de participar da vontade geral, de consentir no imposto e controlar o dispndio do dinheiro publico e de pedir contas da atuao do agente pblico.

Em geral a declarao francesa dos Direitos do Homem e do Cidado disps, que os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos, de modo que as distines sociais s podem fundamentar-se na utilidade comum.

A Declarao Universal dos Direitos do Homem 1948 ONU inspirao para diversas declaraes e constituies contemporneas direitos individuais, coletivos, polticos, econmicos, sociais e culturais sntese do passado e inspirao para o futuro Art. 1-21: Direitos individuais; Art. 22-28: direitos sociais; Art. 29: deveres da pessoa para com a comunidade Liberdade, igualdade, vida, dignidade, fraternidade, no-discriminao, proibio da tortura e das penas cruis, direitos polticos, protege a famlia, liberdade de expresso, conscincia e crena, trabalho, proteo contra o desemprego, liberdade sindical, direito ao repouso e ao lazer, renda mnima, igualdade entre os filhos, direito educao, direito cultura . Adoo pela Assemblia Geral das Naes Unidas da Declarao Universal de Direitos Humanos constitui o principal feito no desenvolvimento da idia contempornea de direitos humanos.

Os direitos inscritos nesta declarao um conjunto indissocivel e interdependente de direitos individuais e coletivos, civis, polticos, econmicos, sociais e culturais, sem os quais a dignidade da pessoa humana no se realiza nem se desenvolve por completo.

A declarao transformou-se numa fonte de inspirao para a elaborao de diversas cartas constitucional e tratada internacionais voltadas a proteo dos direitos humanos. Esse documento tornou-se um autentico paradigma tico a partir do qual possvel aferir, constatar e at contestar a legitimidade de regimes e governos.

Os direitos reconhecidos neles representam um importante marco para nossa civilizao, pois visa assegurar um convvio social digno, justo e pacifico.

A declarao consagra os trs valores fundamentais em matria de direitos humanos, remontando a trade da Revoluo Francesa: a liberdade, a igualdade e a fraternidade.

Certo contedo jusnaturalista, quando afirma que todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos.

Com a criao das Naes Unidas e adoo de diversos tratados internacionais voltados a proteo da pessoa humana, os direitos humanos deixaram de ser uma questo interna dos Estados nacionais, passando a ser matria de interesse de toda a comunidade internacional.

Essas declaraes lograram instituir uma sociedade democrtica e consensual, que reconhece a participao dos governados na formao da vontade geral.

Nessas declaraes podemos observar, a opo pelo Estado como instrumento, e pelo homem como fim.

O estado o instrumento por meio do qual o homem o fim satisfaz os seus direitos. O estado s existe e s se justifica se respeitar, promover e garantir os direitos fundamentais do homem. O estado nasce exatamente para dar proteo aos direitos fundamentais As geraes/dimenses de Direitos FundamentaisO movimento histrico de expanso e afirmao progressiva dos direitos humanos fundamentais, que justifica a sua evoluo no tempo, falando assim em geraes ou dimenses do direito, que correspondem a uma sucesso temporal de afirmao e acumulao de novos direitos fundamentais.Isso leva a uma conseqncia fundamental: A IRREVERSIBILIDADE E IRRVOGABILIDADE dos direitos reconhecidos, aliada ao fenmeno de sua complementaridade.

Ou seja, o progressivo reconhecimento de novos direitos fundamentais consiste num processo cumulativo, de complementaridade, onde no h alternncia, substituio ou supresso temporal de direitos anteriormente reconhecidos.

Essa tradicional distino entre os direitos da primeira e os segunda gerao meramente gradual. Nunca substancial, porquanto muitos dos direitos fundamentais clssicos foram reinterpretados como sociais, ganhando nova dimenso.

No estado Moderno, os direitos fundamentais clssicos PRIMEIRA GERAO esto cada vez mais dependentes do Poder Pblico.

Assim os direitos sociais, tpicos direitos da segunda gerao, devem ser considerados tambm como instrumento de viabilizao das prprias liberdades pblicas, cujo gozo corresponde ao acesso aos meios de existncia.

Os direitos fundamentais, , que passaram a se manifestar institucionalmente em trs geraes, vo corresponder, respectivamente, aos direitos de liberdade, igualdade e fraternidade.J se fala em direitos de quarta gerao. Isso natural porque a essncia do ser humano evolutiva.

As geraes dos direitos revelam a ordem cronolgica do reconhecimento e afirmao dos direitos fundamentais.

Para alguns AUTORES, a expresso GERAES de direitos equivoca, propondo ento a substituio pela expresso DIMENSES de direitos, para que no se tenha uma idia de substituio gradativa de uma gerao por outra, afinal, o reconhecimento progressivo de novos direitos fundamentais marco pela nota caracterstica da complementaridade e comutatividade

Outro motivo para alterao: As geraes anteriores no se extinguem pelo advento de novas, mas notadamente, porque os direitos reconhecidos de uma gerao assumem uma outra dimenso em relao aos novos direitos gestados posteriormente.

Ou seja, o uso da expresso dimenses para identificar os meios com base nos quais se devem compreend-los e concili-los, nas hipteses de conflito, como pode ocorre entre o direito de propriedade (primeira dimenso) e o direito ambiental (terceira dimenso).OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DE PRIMEIRA DIMENSO: OS DIREITOS CIVIS E POLITICOS.

Foram os primeiros direitos solenemente reconhecidos, se deu atravs das declaraes do Sculo XVIII e das primeiras constituies escritas, como resultado do pensamento liberal-Burgus da poca.

So direitos INDIVIDUALISTAS, afirmando-se como direitos do individuo frente ao Estado, mais precisamente como direitos de defesa, ou seja, autonomia individual perante o poder estatal.

Coincide com a origem do constitucionalismo moderno, que reivindicava postulados como a separao dos poderes e direitos individuais, garantidos por documentos constitucionais.

Os direitos de primeira dimenso correspondem as chamadas liberdades pblicas dos franceses, compreendendo os direitos civis, se destacando frente a influencia jusnaturalista, os direitos a vida, liberdade, propriedade, segurana e a igualdade de todos perante a lei, logo depois sendo completados pelos direitos de expresso coletiva e os direitos polticos.

Foram reconhecidos para a tutela das liberdades pblicas, pois a preocupao naquela poca era proteger as pessoas do poder opressivo do Estado.Construram ento, um obstculo a interferncia do Estado, pois pregavam o afastamento do Estado da esfera individual da pessoa humana, eram ento considerados os DIREITOS DE CARTER NEGATIVO OU SIMPLESMENTE LIBERDADES NEGATIVAS.

O ESTADO ficava restrito como apenas guardio das liberdades, sem qualquer ingesto nas relaes individuais e sociais.

Os direitos da primeira dimenso expressam poderes de agir, reconhecidos e protegidos pela ordem jurdica, sendo ntido observar a separao entre Estado e Sociedade.

Continua eles ocupando lugar de destaque no cenrio jurdico-constitucional, sendo eles consolidados universalmente, no havendo constituio que no os reconhea.

Os direitos fundamentais de primeira dimenso no estancaram a febre pela conquista de novos direitos indispensveis a continua satisfao e realizao do homem.SURGEM OS DIREITOS SOCIAIS, ECONOMICOS E CULTURAIS, DESIGNADOS COMO DIREITOS DE SEGUNDA DIMENSO, A ACRESCER E REDIMENSIONAREM, AO SENTIDO DAQUELES QUE COMPUNHAM OS DE PRIMEIRA DIMENSO.

OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DE SEGUNDA DIMENSO: OS DIREITOS SOCIAIS, ECONOMICOS E CULTURAIS.

O estado liberal se caracterizava por uma ao exclusivamente poltica. Nessa verso mnima o estado se se preocupava apenas com a vida poltica, dispensando ao seu elemento humano, to-s um tratamento de proteo das liberdades individuais. No campo social e econmico, toda via o estado era passivo, contemplativo, no se envolvendo, nas relaes travadas por seus integrantes.Ento o Estado tinha como trao caracterstico dispensar, a presena do Estado na vida do homem. Seu propsito assim era excluir o estado do Domnio privado, em prol das liberdades pblicas

Nesse contexto sobressai a teoria liberal dos direitos fundamentais, segundo o qual estes so direitos de liberdade frente ao Estado, cumprindo ao ente estatal to-somente garantir-lhes o exerccio.

A concepo liberal do Estado nasceu de uma dupla influencia: o individualismo filosfico e poltico do sculo XVIII e da Revoluo Francesa consideravam um dos objetivos essenciais do regime estatal a proteo de certos direitos individuais contra os abusos da autoridade, de outro lado, o liberalismo econmico, segundo o qual o Estado imprprio para exercer funes de ordem econmica.O homem, por natureza, mas sufocado e oprimido pelos graves problemas sociais, foi buscar proteo do estado, de quem passou a depender, para desenvolver suas virtualidades. O estado evolui e mostra-se capaz de realizar a libertao do individuo dessa opresso, o que pressupe, evidentemente, a interveno nas relaes socioeconmicas que permaneciam sua margem.

Assim estava instalado o clima poltico-social propiciador da interveno do Estado nas relaes scio-econmicas travadas pelo individuo. Nesse contexto, nasce o Estado do Bem estar social. Esse estado do bem estar e da justia social fez-se intervencionista na sociedade e na economia nela praticada, para que os direitos fossem indistintamente e genericamente assegurados.

Essa interveno no inicio tinha carter de emergncia, com fins econmicos e sociais.

Essa transformao ocorreu em face do fracasso do estado Liberal, que no logrou concretizar materialmente as conquistas formais e abstratas da liberdade, e sobretudo, da igualdade.Com ascenso do Estado Social, surgem os direitos de segunda dimenso, caracterizados por outorgarem ao individuo direitos a prestaes sociais estatais, como sade, educao, trabalho, assistncia social, relevando uma transio das liberdades formais abstratas, conquistadas pelo liberalismo, para as liberdades materiais concretas.

No h que negar que o Estado liberal foi o verdadeiro propulsor da civilizao moderna. Ao estado liberal tambm deve a noo e a idia de Estado de Direito.No bastava as liberdades individuais, o homem livre das investidas do Estado passou a precisar dele, ante os graves problemas sociais e econmicos que o oprimiam.

Se no individualismo clssico do Estado Liberal, o estado era o inimigo contra o qual se havia de defender os mbitos da autonomia individual privada, sob a nova filosfica social o estado foi convertido no amigo que esta obrigada a satisfazer as necessidades coletivas da comunidade.

No bastava, assegurar os chamados direitos individuais, para atingir a pela proteo do individuo.

A teoria liberal no atribua ao individuo qualquer responsabilidade. O movimento socialista, fez atuar o principio da solidariedade social, que implantou a idia a responsabilidade de todos pela carncia ou necessidade de qualquer individuo ou grupo social, aqui passou a ser reconhecido os direitos sociais.

Surgem os direitos de segunda dimenso, abraados ao principio da igualdade. Compreendem os direitos sociais, os direitos econmicos e os direitos culturais. Esses direitos exigem atuao positiva do Estado, sob a forma do fornecimento de prestaes.

Diversamente dos direitos de primeira dimenso, cuja tutela necessita apenas que o estado no permita sua violao, os direitos sociais no podem ser to somente atribudos ao individuo, pois exigem permanentemente ao do estado na realizao dos programas sociais. Assim, expressam poderes de exigir ou de crdito.

O que caracteriza esses direitos a sua dimenso positiva, exigindo do estado a sua interveno para atender as crescentes necessidades do individuo.So direitos de crdito porque, por meio deles, o ser humano, passa a ser credor das prestaes sociais estatais, assumindo o Estado, nessa relao a posio de DEVEDOR.

Esses direitos fundamentais sociais no esto destinados a garantir a liberdade frente ao individuo e a proteo contra o estado, mas so pretenses do individuo ou do grupo ANTE o estado.

Os direitos de segunda dimenso tambm compreendem as chamadas LIBERDADES SOCIAIS, ex: liberdade de sindicalizao, direito a greve e etc. Esses direitos referem-se com semelhana aos direitos de primeira dimenso, no devendo ser confundido com os direitos coletivos e difusos de terceira dimenso.

Deve-se a constituio da Republica de Weimar, a sistematizao e o reconhecimento desses direitos, ela representou o modelo de avano constitucional na evoluo histrica dos direitos fundamentais, com o despontar dos direitos ditos de segunda dimenso.

A constituio de 1934. Fundou no Brasil, o moderno estado intervencionista, sob significativa influencia da constituio de Weimar. Ocorre tambm a transcrio de vrios artigos da constituio de Weimar, para a constituio Brasileira.Inicialmente os direitos de segunda dimenso tiveram eficcia duvidosa, em face de sua funo de exigir do Estado certas prestaes materiais, nem sempre realizveis, por falta de vontade poltica, ou at mesmo de meios recursos.

Assim o grande problema que aflige os direitos fundamentais esta na sua efetivao, e no na declarao e reconhecimento formal das suas garantia, ou seja, na realizao concreta das prestaes que compe seus respectivos objetos.

Em razo disso os direitos enfrentaram uma fase de observncia e execuo, cujo o fim esta prximo, pois Estados como o Brasil, as constituies formularam o preceito de aplicabilidade imediata e incondicional de todos os direitos fundamentais, assim eles se tornam mais justificveis, do que os de primeira dimenso, pois no podem ser descumpridos ou ter sua eficcia recusada.OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DE TERCEIRA DIMENSO: OS DIREITOS DE SOLIDARIEDADE.Os direitos de terceira dimenso so recentes e ainda se encontram em fase embrionria.

Caracterizam-se por destinarem-se a proteo, no do homem em sua individualidade, mas do homem em coletividade social, sendo, portanto, de titularidade coletiva ou difusa.

Ex: Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o direito a segurana, o direito paz, o direito solidariedade universal, a comunicao, a autodeterminao dos povos etc.So denominados usualmente de direitos de solidariedade ou fraternidade, em razo do interesse comum que liga e une as pessoas, e de modo especial, em face de sua implicao universal, e por exigirem esforos e responsabilidades em escala, at mesmo mundial, para sua efetivao.No tem por fim a liberdade ou a igualdade, e sim preservar a prpria existncia do grupo.

Enquanto os direitos de primeira dimenso (direitos civis e polticos), que compreendem as liberdades clssicas, negativas ou formais realam o principio da liberdade e os direitos de segunda dimenso (direitos sociais, econmicos e culturais) que identificam com as liberdades positivas, reais, materiais ou concretas enfatizam o principio da igualdade, os direitos fundamentais de terceira dimenso que encerram poderes de titularidade coletiva ou difusa atribudos genericamente a todas as formaes sociais, - consagram o principio da solidariedade ou fraternidade e correspondem a um momento de extrema importncia no processo do desenvolvimento e afirmao dos direitos fundamentais, notabilizados pelo estigma de sua irrecusvel inexauribilidade.Alguns desses direitos fundamentais de terceira dimenso j lograram obter reconhecimento constitucional, a maioria ainda no encontrou positivao constitucional, embora conste em alguns tratados internacionais mais recentes.

OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DE QUARTA DIMENSO: DIREITO A DEMOCRACIA DIREITA E OS DIREITOS RELACIONADOS A BIOTECNOLOGIA.

Atualmente, h forte tendncia doutrinria em reconhecer a existncia de uma quarta dimenso de direitos fundamentais, em que pese ainda no ter merecido consagrao nas ordens jurdicas internas e internacionais.

Essa dimenso seria resultado da globalizao dos direitos fundamentais, no sentido de uma universalizao desses direitos no plano institucional, que corresponde a ultima fase de institucionalizao do estado social.

Ex: direito a democracia direta, ao pluralismo e a informao.

O direito a democracia direta e globalizada o mais importante dos direitos fundamentais de quarta dimenso, no qual o Homem constante axiolgica, para o qual convergem todos os interesses do sistema.

O controle de constitucionalidade de todos os direitos de todas as quatro dimenses ser obra do cidado legitimado, perante uma instancia constitucional suprema.

de reconhecer tambm como direitos de quarta dimenso, o direito contra manipulaes genticas, o direito a mudana de sexo, em geral, relacionados biotecnologia.

OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DE QUINTA GERAO: O DIREITO PAZ.Paulo Bonavides prope o reconhecimento do direito a paz como direito de quinta gerao, sugerindo a sua transladao da terceira para a quinta gerao de direitos fundamentais.

Para ele o direito a paz um direito de quinta gerao, sendo condio indispensvel ao progresso de todas as naes.

A importncia jurdica da paz deriva do reconhecimento universal que se lhe deve enquanto pressuposto qualitativo da existncia da humanidade, elemento de conservao da espcie.

CONSIDERAOES FINAIS

Os direitos fundamentais so resultado de demandas concretas, ensejadas por incansveis lutas contra agresses e toda uma ordem de intolerncia que afligiam os bens fundamentais e indispensveis a existncia digna da pessoa humana.

So resultados da luta histrica pela afirmao do principio da dignidade da pessoa humana,, ncleo essencial de todas as reivindicaes, e do qual constituem explicitaes de maior ou menor grau.

O individuo julgou insuficiente os direitos de liberdade como garantia contra o Estado, exigindo uma atuao efetiva do estado para a materializao real daqueles direitos, com o fornecimento dos meios necessrios a uma existncia digna.

A evoluo dos direitos do homem s vem enaltecer a sua historicidade.

Os direitos fundamentais saem de uma primeira fase na qual se confundiam com o direito natural, situando-se no campo da moral, passando a um estgio de reconhecimento constitucional, at chegar a uma etapa, que A ATUAL, onde a maior preocupao reside na busca da efetivao desses direitos.

DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

INTRODUO

A constituio dispe no art. 5 dos direitos individuais e coletivos.

Direitos Individuais todos aqueles que visam a defesa de uma autonomia pessoal, no mbito do qual o individuo possa desenvolver as suas potencialidades e gozar de sua liberdade sem interferncia indevida do Estado e do particular.

Os direitos coletivos destinam-se, no a tutela da autonomia da pessoa em si, mas a proteo de um grupo ou coletividade, onde a defesa de seus membros apenas reflexa ou indireta.

Contempla uma das maiores declaraes de direitos do mundo, o que reflete a preocupao da constituio com a proteo dos direitos humanos.

Ttulo II, Captulo I, art. 5

Caput: Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes

Direito vida, igualdade, liberdade, privacidade, propriedade, petio, certido, de acesso justia, segurana jurdica, ao devido processo legal, contraditrio e ampla defesa, segurana em matria penal e processual penal DIREITO A VIDA

Art. 5, caput e XXXVIII; art. 225, 1; art. 227, caput

Proibio da pena de morte art. 5, XLVII, a art. 84, XIX

Cdigo Penal Militar: traio, favorecimento ao inimigo, covardia, espionagem, motim, desero na presena de inimigo etc.

Cdigo Penal: art. 23, II e 25 Legtima defesa (direito de defesa)

Dever de proteo atuao positiva do Estado vida digna

Clulas-tronco embrionrias - Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI 3510/08)

Aborto

Art. 4, 1 do Pacto de San Jos vida desde a concepo

Cdigo Penal, art. 128

Aborto do feto anencfalo ADPF 54/12

Eutansia

Integridade fsica art. 5, III, XLIX Disposio do corpo: art. 199, 4 - comercializao?O direito a vida o direito legitimo de defender a prpria existncia e de existir com dignidade, a salvo de qualquer violao, tortura ou tratamento desumano ou degradante.

Preservao dos atributos fsicos-psiquicos (elementos materiais) e espirituais morais (elementos imateriais) da pessoa humana, sendo, portanto o mais importante de todos os direitos.

O direito a vida garantido pela constituio contra qualquer tipo de interrupo artificial do processo natural da vida humana.

Ainda que seja para encerrar um sofrimento ou agonia (eutansia), salvo quando justificado, como nas hipteses de aborto necessrio para salvar a vida da me em caso de gravidez decorrente de crime de estupro.

Tambm protege quando assegura aos presos o respeito a integridade fsica e moral, quando veda a pena de morte e trabalhos forados cruis.

LIBERDADES

Investe o ser humano de um poder de autodeterminao ou de determinar-se conforme a sua prpria conscincia.

Poder de atuao em busca da sua realizao pessoal e da sua felicidade.

Direito de autodeterminao e de busca de realizao pessoal limitao das interferncias estatais e garantia contra outros indivduos

Liberdade geral/legalidade art. 5, II LIBERDADE DE AO E PRINCIPIO DA LEGALIDADE Art. 59 processo legislativo lei em sentido material Consiste na liberdade de agir, ou seja, na liberdade de fazer ou deixar de fazer qualquer coisa, QUANDO NO VEDADO POR LEI.

Decorre do principio da legalidade (Art. 5, II), segundo o qual, ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, seno em virtude de lei.

A extenso dessa liberdade vai depender ento do que se entende por lei.

Art.59: Os atos que sero objeto de regular processo legislativo.

No se pode confundir o PRINCIPIO DA LEGALIDADE com o PRINCIPIO DA RESERVA LEGAL.

O principio da legalidade de abrangncia ampla, pois submete a atuao estatal a qualquer espcie normativa que depende do processo legislativo (Atos legislativos em sentido amplo, emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinrias etc.)

J o principio da reserva legal restringe-se a matrias especificas, determinadas pela constituio e sujeitas a normatizao exclusiva do poder legislativo (atos legislativos em sentido estrito ou formal)

RESERVA LEGAL ABSOLUTA: Matria constitucional deve ser integralmente regulada por lei formal.

RESERVA LEGAL RELATIVA: A lei apenas estabelece os parmetros regulatrios, que so complementados por atos infralegal.

RESERVA LEGAL SIMPLES: Relativamente a interveno do legislador no mbito de proteo dos direitos fundamentais, a constituio se limita a autorizar a interveno legislativa sem fazer qualquer exigncia quanto ao contedo ou finalidade da lei.

RESERVA LEGAL QUALIFICADA: A constituio fixa as condies para a restrio, estabelecendo os fins a serem perseguidos e os meios a serem utilizados.

Liberdade de locomoo art. 5, XV, LXVIII e LXXII liberdade de ir e vir.

Livre locomoo em territrio nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.

Integra conscincia jurdica geral da sociedade e repele qualquer atividade so autorizada pela constituio de cercear o transito das pessoas.

Em casos excepcionais ela cede, buscando resguardar outros interesses, como a ordem pblica ou a paz social, perturbadas com a prtica de crimes ou ameaadas por grave e iminente instabilidade constitucional.

Liberdade de opinio, crena e expresso

Liberdade de produzir, ter e expressar juzos, conceitos, convices e crticas

Art. 5, IV (vedao ao anonimato Inq. 1.957/05 eHC 84.827/07) art. 5, V

Art. 5, VI (crena e culto) art. 19, I (Estado laico)

Art. 5, VIII Escusa de conscincia obrigao alternativa prevista em lei no prestao: perda de direitos polticos

Art. 143, 1 - Lei 8.239/91

Art. 5, IX (atividade intelectual, artstica, cientfica e de comunicao criatividade humana), XXVII e XXVIII (direito autoral) limitaes:

Art. 21, XVI e 220, 3, I (classificao e regulao de eventos) livre a expresso da atividade, intelectual, artstica, cientifica e de comunicao, independentemente de censura ou licena.

Tem fundamento na liberdade de pensamento. O direito de expresso o direito de manifestao das sensaes, sentimentos ou criatividades do individuo, tais como msica, pintura, teatro, fotografia etc.

H manifestaes que gozam de ampla liberdade, como obras literrias, as obras plsticas e a msica. H outras que ficam sujeitas a uma fiscalizao e regulamentao do poder pblico, situao que no pode ser confundida com a censura ou exigncia de licena previa.

Vai ser de competncia de a UNIO exercer a classificao, para efeito meramente indicativo de diverses pblicas e programas de rdio e televiso.

A constituio tambm dispensa Proteo Especial aos autores das manifestaes intelectuais, artsticas e cientificas.

Reconhece aos autores o direito exclusivo de utilizao, publicao ou reproduo de suas obras transmissveis aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.

O direito de comunicao o direito de existncia e de atuao dos meios de comunicao.

Esse direito possui uma perspectiva subjetiva, enquanto direito fundamental do individuo, e uma perspectiva orgnica, enquanto direito de existncia e funcionamento dos rgos pblicos e privados de comunicao social.

Art. 220, 2 (proibio da censura)Direito de exprimir o que pensa. Liberdade de expressar juzos, conceitos convices e concluses sobre alguma coisa.

Assegura tambm o direito de resposta a quem se sentiu atingido ou ofendido pela opinio, de outrem, proporcional ao agravo, alm de indenizao por dano material, ou a imagem.

Ou seja, constitui um direito fundamental do cidado, envolvendo o pensamento, e exposio de fatos atuais ou histricos e a crtica.

Proibio do anonimato: Visando harmonizar a liberdade de manifestao do pensamento com outros direitos da personalidade. No pode se quer ensejar o inicio de qualquer investigao formal.

A manifestao annima de pensamento, alm de censurvel do ponto de vista tico, torna irresponsvel, penal e civilmente, pessoa que formulou uma acusao e se homiziou com a recusa de sua identificao.

Liberdade de opinio garantida constitucionalmente para fins lcitos e morais, jamais para fins de vindita ou perseguio.

Liberdade de informao

Informar art. 220, caput art. 5, V direito de resposta

Se informar art. 5, XIV (acesso informao) e LXXII (HD)

Ser informado art. 5, XXXIII (informaes de rgos pblicos)

Crtica jornalstica comentrios crticos acerca de notcias

ADPF 130 Inconstitucionalidade da Lei de Imprensa

RE 511.961/09 Diploma para exerccio da profisso de jornalista autorregulaoO direito de liberdade de informao deve compreender: DIREITO DE INFORMAR, DIREITO DE SE INFORMAR E O DIREITO DE SER INFORMADO.

O DIREITO DE INFORMAR: Transmitir informaes pelos meios de comunicao. Ex: Direito a um horrio no rdio ou televiso.

A constituio prev que essa informao no sofrer qualquer restrio. Mas ocorre o direito de resposta, onde aquele que tiver sua honra maculada por meio de um veiculo de comunicao ter o direito de resposta transmitida por esse mesmo meio de comunicao.

Esse direito assume uma feio negativa (a regra) e uma feio positiva (e exceo).

O DIREITO DE SE INFORMAR: Faculdade de o individuo buscar as informaes pretendidas sem quaisquer obstculos

O DIREITO DE SER INFORMADO: Equivale a faculdade de ser mantido completa e adequadamente informado. restrito aos assuntos ligados as atividades do poder pblico.

Liberdade de reunio art. 5, XVI expresso coletiva

Pacificamente, sem armas, locais pblicos e abertos, sem autorizao (aviso), sem frustrar reunio anterior um direito fundamental que investe as pessoas de poderes jurdicos de se agruparem em locais abertos ao pblico para, juntas e conscientemente, independentemente de autorizao do poder pblico, protestarem, reivindicarem ou exprimirem idias, pouco importando digam respeito a aspectos religiosos, culturais ou polticos.

EXPRESSO COLETIVA da liberdade de manifestao do pensamento.

Pode ser exercido, atravs de comcios, seja por meio de desfiles, passeatas ou procises. Pode ser silenciosamente ou acompanhado de carros, aparelhos e objetos sonoros. No restrio quanto ao lugar, podendo ser praticado em praas, avenidas, ruas, ou outro lugar aberto ao pblico.

preciso cumprir: REUNIO PARA FINS PACFICOS, SEM ARMAS + NO FRUSTRE OUTRA REUNIO ANTES CONVOCADA PARA O MESMO LOCAL + PRVIO AVISO AUTORIDADE COMPETENTE. Liberdade de associao art. 5, XVII, XVIII e XIX

Unio estvel e duradoura para fins lcitos, no paramilitares

Proibio de interferncia estatal

Dissoluo apenas por deciso judicial

Art. 5, XX no se associar e no permanecer associado

Art. 5, XXI representao judicial e extrajudicial dos associados o direito que assiste s pessoas de se unirem, de forma estvel e duradoura, em torno de interesse comum, que tenha por OBJETIVO UM FIM LCITO.

Temos uma dupla dimenso da liberdade de associao, na DIMENSO POSITIVA: Assegura qualquer pessoa (fsica ou jurdica) e o direito de associar-se e de formar associaes. DIMENSO NEGATIVA: Garante qualquer pessoa o direito de no se associar, nem de ser compelida a filiar-se ou a desfiliar-se de determinada entidade.

Segundo a constituio, as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, tem legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

Tratando-se de mandado de segurana coletivo, se no exige autorizao expressa dos associados, tendo em vista que a associao age, como substituta processual dos associados substitudos.

PRERROGATIVAS:

DIREITO DE CRIAR ASSOCIAO, INDEPENDENTE DE AUTORIZAO.

DIREITO DE SE ASSOCIAR, NO PODENDO SER OBRIGADO A ISSO

DIREIT DE DESIGAR-SE OU DESFILIAR-SE DA ASSOCIAO, NINGUM PODENDO SER OBRIGADO A PERMANECER ASSOCIADO.

DIREITO DE PERMANENCIA E EXISTENCIA DA ASSOCIAO, QUE S PODE SER DISSOLVIDA POR DECISO JUDICIAL.

DIREITO DE SER REPRESENTADO PELA ASSOCIAO.

Liberdade de profisso art. 5, XIII

Profisses regulamentadas (advogado, mdico, engenheiro etc.)

Norma constitucional de eficcia contidaConcede a toda pessoa humana o direito de escolher qualquer trabalho, oficio ou trabalho, de acordo com as suas legitimas opes e vocaes.

A liberdade de profisso ampla, s podendo ser limitada com a exigncia legal de atendimento das qualificaes profissionais.

H profisses regulamentadas como advogado, mdico, que necessita da prvia capacitao tcnica ou cientifica, ou seja, requer o atendimento das qualificaes razoavelmente fixado por lei. Privacidade art. 5, X direito de ser deixado em paz de estar s

As pessoas vm reclamando maior proteo em face dos meios de comunicao.

Vai abranger todas as manifestaes de esfera intima privada e da personalidade das pessoas.

Faculdade que tem cada individuo de obstar a intromisso de estranhos a sua vida particular e familiar, assim como impedir-lhes o acesso a informaes sobre a privacidade e intimidade de cada um, tambm que sejam divulgadas informaes sobre esta rea da manifestao existencial do ser humano. Intimidade vida secreta, informaes mais ntimas, sem repercusso social (mesmo famlia e amigos) subtrao da publicidade direito da personalidadeTem natureza subjetiva de direito autnomo, pois distinguem-se das outras manifestaes tpicas da privacidade.

a vida secreta ou exclusiva que algum reserva para si, sem nenhuma repercusso social, nem mesmo junto sua famlia, aos seus amigos e ao seu trabalho. Ligado a essncia do individuo, sua personalidade. De subtrair-se a publicidade e de permanecer recolhido na sua intimidade.

Direito a proteo dos segredos mais recnditos do individuo, como sua vida amorosa, opo sexual, dirio intimo, segredo sob juramento, as suas prprias convices. Vida privada fora da zona de segredo ntimo crculos sociais (famlia, amigos, trabalho)No se confunde com a intimidade, pois menos secreta. No diz respeito aos segredos restritos da pessoa, mas sim sua vida em famlia, no trabalho, e no relacionamento com seus amigos, ou seja, viver entre outros, mas que tambm exige uma certa reserva.

Honra dignidade pessoal refletida na considerao alheia reputao e bom nome arts. 138, 139 e 140 do CPNo s a considerao social, o bom nome, e ao fama, como o sentimento ntimo, a conscincia da prpria dignidade pessoal.

Honra a dignidade pessoal refletida na considerao alheia e no sentimento da prpria pessoa. Conjunto de atributos concernentes reputao e ao om nome da pessoa.

Tipificado pelo Cdigo penal (Calnia, difamao e Injria)

Imagem representao fsica desenho, pintura e fotografiaRepresentao de alguma coisa ou pessoa pelo desenho, pintura, fotografia, ou outro meio de caracterizar seus tributos fsicos.

Busca resguardar os aspectos fsicos da pessoa, impedindo a sua divulgao.

Se a pessoa est em um local pblico, no se autoriza a violao do direito a imagem das pessoas, nem presume a renuncia a esse direito, que por ser fundamental IRRENUNCIVEL. Inviolabilidade da casa art. 5, XI

Qualquer compartimento habitado, qualquer aposento de habitao coletiva ocupado, qualquer compartimento privado onde algum exerce profisso casa mais amplo que domiclio no precisa ser propriedade da pessoa no precisa ser fixa no cho

Excees: flagrante delito, desastre, socorro (qualquer hora) e ordem judicial (dia 6 s 18h)O conceito de casa deve se revestir de carter amplo, no compreendendo no s domicilio e residncia, mas tambm QUALQUER COMAPARTIMENTO HABITADO + QUALQUER APOSENTO OCUPADO DE HAITAO COLETIVA + QUALQUER COMPARTIMENTO PRIVADO NO ABERTO AO PUBLICO, ONDE ALGUEM EXERCA ALGUMA PROFISSO OU ATIVIDADE.

Pelo conceito amplo de casa entende-se espao privado em que algum exerce, com excluso de terceiros, qualquer atividade de ndole profissional como escritrio de advocacia etc.

Sigilo de correspondncia e comunicaes art. 5, XII

Correspondncias carta, telegrama ou similar privacidade de ambos (remetente e destinatrio) Comunicaes telegrficas, comunicaes de dados (transmisso de dados por meio diferente do telefone)

Comunicaes telefnicas interceptao (e gravao) das comunicaes telefnicas: ordem judicial (reserva de jurisdio, forma da lei (Lei 9.296/96) e para instruo de investigao ou processo criminal frutos da rvore envenenada interceptao em processo civil: HC 203.405/STJTrs condies para interceptao das comunicaes telefnicas: ORDEM JUDICIAL + NAS HIPOTESES QUE A LEI ESTAELECER + PARA FINS DE INVESTIGAO CRIMINAL OU INSTRUO PROCESSUAL PENAL.

Com a lei n 9.296/96, a interceptao de comunicaes telefnicas, de qualquer natureza, para prova em investigao criminal e em instruo processual penal, depender de ordem do juiz competente da ao principal, sob segredo de justia.O STF entende que o sigilo Bancrio e fiscal so decorrentes do direito privacidade, protegidos pelo art. 5, X, podendo, entretanto caber o juiz acerca de sua quebra em caso de interesse pblico relevante, e com suspeita de infrao penal.

IGUALDADE

Direitos que todos tem de ser tratados igualmente, pois todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.

Interdio do tratamento desigual tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente igualdade formal e igualdade material diversos dispositivos:

Art. 3, IV; art. 5, caput, I (igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigaes), XLI (punio do tratamento discriminatrio), XLII (punio do racismo); art. 7, XXX (proibio de diferenas salariais ilegtimas), XXXI (proibio de diferenas salariais com pessoas com deficincia); art. 12, 2 (proibio de tratamento desigual entre brasileiros natos e naturalizados); art. 19, III (probe criao de distines entre brasileiros) etc. Limitao da discricionariedade legislativa lei no pode ser mecanismo de criao de privilgios ou perseguies

Igualdade formal

Igualdade na lei: destinada ao legislador as normas no podem conter discriminaes no autorizadas pela Constituio

Igualdade perante a lei: destinada aos aplicadores da lei aplicao no pode ser seletiva, discriminatria, desigual por motivos ilegtimos, precisa ser aplicada igualmente. Discriminaes legtimas: identificao do critrio discriminatrio + justificativa racional para a discriminao + correlao entre ambas (abstrato e concreto). Ex.: limitao s mulheres de cargo eminentemente feminino.

Igualdade material

Art. 3, III (erradicao da pobreza e diminuio das desigualdades); art. 170, caput (finalidade da ordem econmica: assegurar existncia digna); art. 193 (objetivo da ordem social: bem estar e justia social)

Igualdade de oportunidades aes afirmativas (conjunto de medidas administrativas e legislativas de poltica pblica que visam compensar a desigualdade histrica decorrentes da marginalizao social) compensao de desigualdades discriminaes positivas

ADPF 186 cotas raciais e sociais

ADPF 186DIREITO DE PETIO E CERTIDO

Garantia constitucional de defesa de direitos.

Direito de petio art. 5, XXXIV, a garantia contra ilegalidades e abusos de poder por parte dos poderes pblicos direitos e correes

Independe do pagamento de taxas

RE 388.359 e ADI 1.976: inconstitucionalidade da exigncia de prvio depsito ou arrolamento de bens como condio de admissibilidade de recurso administrativo

No se traduz em capacidade postulatria em juzo

Direito de certido art. 5, XXXIV, b certides em reparties pblicas para defesa de direitos e esclarecimento de situaes de interesse pessoal

Independe do pagamento de taxas DIREITO A SEGURANA JURIDICA

Art. 5, caput Proteo, confiana e estabilidade das relaes jurdicas construdas.

Impe respeito por parte dos poderes pblicos, respeitando as relaes jurdicas j construdas, e a obrigao de antecipar os efeitos das decises que interferiro nos direitos e liberdades individuais e coletivas.

Conhecimento antecipado e reflexivo das conseqncias diretas de seus atos e fatos a luz da liberdade reconhecida Direito adquirido, ato jurdico perfeito e coisa julgada art. 5, XXXVI

Direito adquirido cumpridos os requisitos legais a lei no pode modificar ou abolir o gozo daquele direito ex.: aposentadoriaIncorpora o patrimnio do seu titular, que dele pode usufruir a qualquer tempo, ainda que posteriormente extinta ou agravadas as bases normativa da sua constituio.

Ato jurdico perfeito preservao dos atos e negcios jurdicos decorrentes de manifestao de vontade em conformidade com a lei.

Preserva todos os atos ou negcios jurdicos decorrentes da manifestao legitima de quem os editou, em consonncia com a ordem jurdica existente no momento de sua formao.

Distingue-se do direito adquirido, porque enquanto esse resulta diretamente da lei, o ato jurdico perfeito decorre da vontade de quem o originou, estando apenas assentadas em lei. Coisa julgada imutabilidade e irreversibilidade da deciso judicial.

Torna inquestionvel, imutvel e irreversvel. Uma deciso judicial contra a qual no caiba mais recurso.Coisa julgada inconstitucional modificao da jurisprudncia do STF aps a deciso ao rescisriaDIREITO DE PROPRIEDADE

Art. 5, XXII e XXIII Propriedade e funo social direito relativo deve ser usado em funo do bem-estar da coletividadeAssim a constituio federal s garante o direito a propriedade se esta atender a funo social. Assim, o Estado Social, para proporcionar o bem estar social, pode intervir na propriedade privada, se esta, evidentemente, estiver sendo utilizada contra o bem comum da coletividade.

Funo social da propriedade urbana: art. 182, 2 - Quando atende as exigncias fundamentais de ordenao da cidade expressa pelo diretor. Funo social da propriedade rural: art. 186 : I - aproveitamento racional e adequado;

II - utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e preservao do meio ambiente;

III - observncia das disposies que regulam as relaes de trabalho;

IV - explorao que favorea o bem-estar dos proprietrios e dos trabalhadores.

Desapropriao: art. 5, XXIV; Excees: art. 182, 4, III e art. 184.Desapropriao vai consistir na transferncia compulsria da propriedade privada para o estado ou seus delegados, por utilidade ou necessidade pblica, ou por interesse. Requisio administrativa: art. 5, XXV

Pequena propriedade rural: art. 5, XXVI

Propriedade intelectualEnvolve os direitos autorais e a propriedade industrial. Art. 5, XXVII: direito exclusivo dos autores, transmissvel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar. Art. 5, XXVIII: direito dos autores sobre participao em obras coletivas

Art. 5, XXIX: propriedade industrial, assegura os autores de inventos industriais privilgios temporrio para sua utilizao, proteo a criaes industriais, marcas, nomes de empresa, tendo em vista o interesse pessoal e econmico do Pas. Direito de herana novidade na ordem constitucional art. 5, XXX Antes era deduzido pelo direito de propriedade, agora mereceu uma proteo autnoma na constituio.

ART. 5, XXI: Sucesso de bens de estrangeiros situados no Pas.

DIREITOS PROCESSUAIS

Acesso justia garantia do Estado de Direito provocao do Poder Judicirio (inafastabilidade da jurisdio Probe qualquer lei ou ato limitar o acesso judicirio ) art. 5, XXXV regra: no necessrio esgotar as vias administrativasProvocar a atuao do Poder Judicirio para a defesa de um direito.

Viabilizar o acesso justia com a criao dos Juizados Especiais, com competncias para processar e julgar causas de pequeno valor e menor complexidade

Juizados Especiais viabilizao AD


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