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Ocupação de Mato Grosso
Professora Jusemara Teles
Escola Estadual 12 de Abril
O Estado de Mato Grosso foi ocupado durante o
período de colonização do Brasil através das expedições dos
Bandeirantes e do Tratado de Madri de 1750.
Bandeirantes são chamados os
sertanistas que a partir do século XVI
penetraram nos sertões brasileiros
em busca de riquezas minerais, sobretudo a prata, tão abundante na
América espanhola, pedras preciosas e semipreciosas, ou
índios para escravização.
Domingos Jorge Velho, um dos bandeirantes
paulistas
O Tratado de Madrid foi firmado na capital espanhola entre D. João V de
Portugal e D. Fernando VI de Espanha, a 13 de Janeiro de 1750, para definir os limites
entre as respectivas colônias sul-americanas, pondo fim assim as disputas. O
objetivo do tratado era substituir o de Tordesilhas, o qual já não era mais
respeitado na prática. As negociações basearam-se no chamado Mapa das Cortes,
privilegiando a utilização de rios e montanhas para demarcação dos limites, delineando os contornos aproximados do
Brasil atual.
Tratado de Madrid
Foram feitas diversas expedições entre elas as Bandeiras e as Entradas, as
entradas foram financiadas por Portugal partiam de qualquer lugar do Brasil e não ultrapassavam o Tratado de Tordesilhas.
As bandeiras foram financiadas pelos paulistas somente eles foram ao oeste, ultrapassando Tordesilhas, inclusive.
O Tratado de Tordesilhas foi assinado em a 7
de Junho de 1494, entre Portugal e Castela (parte da atual Espanha),
definindo a partilha do
chamado Novo Mundo entre
ambas as Coroas.
América do Sul em 1650. Note-se que as cidades estão assinaladas apenas a título indicativo, pois muitas ainda não existiam à época.
Os motivos pelos quais ocorreram as expedições para oeste do Brasil são diversos,
a coroa portuguesa precisava ocupar as terras a oeste para se defender da ocupação espanhola de oeste para leste e preservar o
Tratado de Tordesilhas.
As expedições feitas pelos paulistas foram de caráter principal econômico como a
procura por indígenas que era uma mão-de-obra mais barata que a escrava
ocorridas em 1718 e 1719, a mineração em 1719 com o propósito de exploração
de ouro e pedras preciosas.
As monções em 1722 foram realizadas a fim de estabelecer a troca de mercadoria
de consumo com o ouro nas áreas de mineração.
Durante as bandeiras, uma expedição chegou ao Rio Coxipó em busca dos índios
Coxiponés e logo descobriram ouro nas margens do rio, alterando assim o objetivo
da expedição. Em 1719 foi fundado o Arraial da Forquilha, as margens do rio
Coxiponés formando o primeiro grupo de população organizado na região (atual
cidade de Cuiabá).
Rio Coxipó
A região de Mato Grosso era subordinada a Capitania de São Paulo governada por
Rodrigo César de Menezes, para intensificar a fiscalização da exploração do ouro e a renda ida para Portugal, o
governador da Capitania muda-se para o Arraial e logo a eleva a nível de Vila
chamando de Vila Real do Bom Jesus de Cuyabá'.
A presença do governante paulista nas Minas do Cuiabá ensejou uma verdadeira extorsão fiscal sobre os mineiros, numa
obsessão institucional pela arrecadação dos quintos de ouro. Esse fato somado à
gradual diminuição da produção das lavras auríferas, fizeram com que os bandeirantes
pioneiros fossem buscar o seu ouro cada vez mais longe das autoridades cuiabanas.
Em 1734, estando já quase despovoada a Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá,
os irmãos Fernando e Artur Paes de Barros, atrás dos índios Parecis, descobriram veio aurífero, o qual
resolveram denominar de Minas do Mato Grosso, situadas nas margens do rio
Galera, no vale do Guaporé.
O nome Mato Grosso é originário de uma grande extensão de sete léguas de mato
alto, espesso, quase impenetrável, localizado nas margens do rio Galera,
percorrido pelos irmãos Paes de Barros, que impressionados com a altura e porte das árvores, o emaranhado da vegetação secundária que dificultava a penetração,
com a exuberância da floresta, a denominaram de Mato Grosso.
Rio Galera
A partir de 1748, Mato Grosso e Goiás são desmembradas da Capitania de São
Paulo, criada então a Capitania de Mato Grosso.
Escravidão no Mato Grosso
Para trabalhar na mineração, chegaram, no século XVIII, em Mato Grosso, os primeiros
escravos de origem africana. Como resistência à escravidão, as fugas foram
constantes, sendo individuais ou coletivas, formando diversos quilombos. A região do vale do rio Guaporé foi onde houve maior concentração dessas aldeias de escravos
fugitivos.
O quilombo do Piolho ou Quariterê, no final do século XVIII, localizado próximo ao
rio Piolho, ou Quariterê, reuniu negros nascidos na África e no Brasil, índios e
mestiços de negros e índios (cafuzos). José Piolho, provavelmente foi o primeiro chefe do quilombo. Depois, assumiu o poder sua
esposa, Teresa.
Rainha Teresa do Quariterê
Ao ser conduzida pelos
torturadores para Vila Bela ,
Teresa suicidou-
se ingerindo uma poção de
ervas .
Fugidos da exploração branca, os habitantes do quilombo conviviam
comunitariamente em uma fusão de elementos culturais de origem indígena e africana. Os homens caçavam, lenhavam, cuidavam dos animais e conseguiam mel
na mata; as mulheres preparavam os alimentos e fabricavam panelas com
barro, artesanato e roupas.
As dificuldades de abastecimento de escravos na região guaporeana, levou-os a
organizar uma bandeira para atacar os escravos fugitivos.
A bandeira contendo cerca de trinta homens e comandada por João Leme de
Prado, percorreu um mês de Vila Bela até o quilombo, e, de surpresa, atacou-o, prendendo quase a totalidade dos
moradores. Alguns morreram no combate que se travou, outros fugiram.
Os escravos que sobreviveram foram capturados e levados para Vila Bela.
Outros quilombos também foram organizados em terras mato-grossenses durante os séculos XVIII e XIX, podendo
ser registrados aqui, apenas para exemplificar, os quilombos "Mutuca" e "Pindaituba", situados na Chapada dos
Guimarães, os "Sepoutuba" e "Rio Manso", próximos a Vila Maria (atual
Cáceres).
Governantes da Capitania:
Antônio Rolim de Moura de 1751 a 1765, fundou a primeira capital Vila Bela da Santíssima Trindade. João Pedro Câmara de 1765 a 1769.
Luís Pinto de Souza Coutinho de 1769 a 1772, expulsou os jesuítas e fundou vários Fortes e povoados.Luis de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres de 1772 a 1789. João de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres de 1789 a 1796.
Caetano Pinto de Miranda Montenegro de 1796 a 1802. Manuel Carlos de Abreu e Meneses de 1802 a 1807. João Carlos Augusto d'Oeynhausen e Gravemberg de 1807 a 1819, iniciou a transferência da capital de Vila Bela para Cuiabá. Francisco de Paula Magessi de Carvalho de 1819 e 1821.
A mudança da capital foram por motivos de distância e dificuldade de comunicação com os grandes centros do Brasil, o processo de
transferência foi iniciada no governo de João Carlos Augusto d'Oeynhausen e
Gravemberg e grande parte da administração foi transferida no governo de
Francisco de Paula Magessi de Carvalho que por dificuldades na administração, a capital retornou a Vila Bela, somente em 1825 por um decreto de Dom Pedro I a
capital ficou definitivamente em Cuiabá.
Depois de proclamação de
Independência do Brasil todas as capitanias se
tornaram províncias. Em 1864 inicia a
Guerra do Paraguai, Paraguai fazia fronteira com Mato Grosso (atual
Mato Grosso do Sul), Mato Grosso
participou com soldados e
protegendo as fronteiras do
Estado.
Bibliografia:
COELHO, Felipe Nogueira. Memórias cronológicas da capitania de Mato Grosso. UFMT, 1976. MADUREIRA, Elizabeth. Revivendo Mato Grosso. Secretaria de Educação de Mato Grosso, 1997.