GOVERNANÇA E NORMAS DE CONTABILIDADE
APLICADA ÀS IGREJAS:
Princípios e Enfoque na Transparência de Recursos.
Prof. Me. Elizeu Bandeira de Lima
Organização Religiosa:
Objeto de pesquisa em diversas áreas sob vários aspectos:
Igreja é uma espécie de organização religiosa
Teologia : ekklesia - assembleia ou reunião, organismo;
Administração: Organização;
Direito: Direito Privado x Fim Público (imunidade x isenção)
Economia: A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo;
Ciência Política: Organizações Religiosas x Política;
Políticas Públicas: Atores na execução de Políticas Públicas;
Ciências Contábeis: Entidade - Patrimônio.
IGREJA
As Organizações Religiosas não se enquadram
em nenhum dos setores da sociedade?
Fonte: Congresso xyz e-mail recebido pelo autor (Out/2016)
Organização Religiosa/Igreja:
Setores da Sociedade:
A Organização Religiosa se enquadra em qual Setor
Sociedade?
Primeiro Setor: Estado/Governo;
Segundo Setor: Empresas c/ finalidade de lucro;
Terceiro Setor: Entidades Sem Fins Lucrativos
Quarto Setor: ???
Classificação
Estrutura do Livro
Introdução
1. Referencial Teórico
2. Metodologia
3. Análise e Discussão dos Dados
4. Considerações Finais
Referências
INTRODUÇÃO
Problema de Pesquisa:
Qual a percepção de membros de uma igrejaevangélica sobre a transparência das demonstraçõescontábeis quanto às fontes e aplicações de recursosem prol do grupo assistido?
Objetivo Geral:
Objetivos Específicos:
Contribuir para o entendimento da importância social
da divulgação das informações econômico-financeiras
das organizações religiosas.
Identificar a percepção dos membros sobre a prestação decontas aos membros da organização religiosa.
Propor novos modelos de demonstrações contábeis quepossibilitem a aplicação nas entidades religiosas.
Identificar as fontes de recursos e suas aplicações no custeioe nos investimentos nessas organizações.
INTRODUÇÃO
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Questão Conceitual: Comissão de Valores Mobiliários (2002),
“[...] é o conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o
desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes
interessadas.”
As Organizações Religiosas podem ou devem aplicar os
princípios da Governança Corporativa?
1.1 Governança Corporativa
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Quais são os princípios básicos da Governança Corporativa?
Transparência;
Equidade;
Prestação de Contas;
Responsabilidade Corporativa.
1.1.1 Princípios Básicos da Governança Corporativa
1.1.1.1 - Transparência
IBGC (2010):
Mais do que a obrigação de informar é o desejo dedisponibilizar para as partes interessadas as informaçõesque sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostaspor disposições de leis ou regulamentos. A adequadatransparência resulta em um clima de confiança, tantointernamente quanto nas relações da empresa com terceiros(grifo meu).
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.1.1.2 Equidade
Milani Filho e Milani (2010) escrevem:
Em Organizações do Terceiro Setor, todos devem receber,similarmente, tratamento sem qualquer tipo de privilégiosque se configurem em benefícios diretos ou indiretos emdetrimento do objeto social definido estatutariamente.
Compreendendo desta forma um tratamento justo eigualitário de todos os grupos.
I REFERENCIAL TEÓRICO
1.1.1.3 – Prestação de Contas
Milani Filho e Milani (2010):
[...] os gestores responsáveis pela condução da entidade e,ainda, os membros representativos da Organização doTerceiro Setor (OTS), devem responder e oferecer asinformações demandadas pelo Governo, doadores,fornecedores, usuários, voluntários [...] sobre a origem edestino dos recursos recebidos, metas de desempenho, riscosenvolvidos etc.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.1.1.4 – Responsabilidade Corporativa
[...] Visto que ambos os recursos são escassos (financeiros e humanos)
e os doadores ao doarem tempo ou dinheiro querem se sentir
seguros de que os recursos investidos serão utilizados de maneira
eficiente e honesta, proporcionando o retorno aos seus investidores.
Além de altruísmo, excelência, caridade, filantropia, o bom
funcionamento das instituições, se deve também à integridade,
transparência e responsabilidade. (TSAI E YAMAMOTO, 2005)
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Consideram-se organizações religiosas as entidades sem
fins lucrativos que professam culto de qualquer credo.
(RODRIGUES et al. 2014, p. 22)
Olak e Nascimento (2010) e Slomski et al. (2012)
classificam as entidades religiosas como subgrupo das
Organizações do Terceiro Setor e entendem que estas
organizações são agentes privados atuando para fins
públicos.
1.2 Caracterização das organizações religiosas
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Elas foram alçadas à condição de pessoa jurídica por ato doprimeiro presidente do Brasil, Manuel Deodoro da Fonseca, que,auxiliado por Ruy Barbosa, publicou o Decreto 119-A, de 07 dejaneiro de 1890. (ESCOBAR, 2015 P. 45).
1. Constituição Federal 1988, art. 5º - Proteção cultos;
2. Código Civil § 1º, art. 44 Código Civil – Organização;
3. Constituição Federal 1988, art. 150, IV – Imunidade;
4. Código Tributário – Ratifica a Imunidade.
1.3 Fundamentos Legais e Norteadores das O.R.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Qual o alcance da regra Imunizante?
1. Somente o Templo?
2. Todos os bens?
3. Todas as Receitas?
1.3 Fundamentos Legais e Norteadores das O.R.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Imunidade e Isenção é a mesma coisa?
1. Imunidade está prevista no texto Constitucional;
2. Isenção prevista em Lei.
1.3 Fundamentos Legais e Norteadores das O.R.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com a Resolução CFC n.º 1409/12, que
aprova a ITG 2002:
“A entidade sem finalidade de lucros pode ser
constituída sob a natureza jurídica de fundação de
direito privado, associação, organização social,
organização religiosa, partido político e entidade
sindical.”
1.4 Contabilidade Aplicada ao Terceiro Setor.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
O Decreto nº 7.979 de 98 de abril de 2013, que altera o Decreto
no 6.022, de 22 de janeiro de 2007, que instituiu o Sistema
Público de Escrituração Digital.
Art. 2º O Sped é instrumento que unifica as atividades de
recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e
documentos que integram a escrituração contábil e fiscal dos
empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas
(grifo nosso), mediante fluxo único, computadorizado, de
informações.
1.4 Contabilidade Aplicada ao Terceiro Setor.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Qual ideia está contida no conceito de transparência?
Existem basicamente três definições de transparência ligada às
organizações: transparência organizacional; transparência do
processo e transparência da informação. Qualquer uma das três
tem vinculado à transparência a ideia de publicidade, acesso
público, disponibilidade da informação.
1.5 Transparência Organizacional.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.5 Transparência Organizacional.
Fonte: CAPPELLI; LEITE (2008 apud ALÓ, 2009)
Figura 1.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1. Constituição Federal/88 – Art. 37: Publicidade
2. Lei de Responsabilidade Fiscal § 1, art. 1 – “transparente” e
Art. 48 “instrumentos de transparência” “meios eletrônicos de
acesso público”;
3. Lei de Acesso a Informação: “Entidades Privadas Sem Fins
Lucrativos”.
1.5.1 Transparência Pública
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1. Finalidade Pública;
2. Custo de Oportunidade Social;
3. Aumentar a confiança do doador;
4. Atender as partes interessadas (internas e externas).
1.5.2 Transparência nas Organizações Religiosas
1.6 Relatórios amigáveis a utilizar na divulgação das
aplicações dos recursos.
Miranda et al. (2008): A comunicação efetuada pelas
demonstrações contábeis para seus diversos usuários deve
ser transparente e clara de forma a mostrar o desempenho
econômico-financeiro da empresa de maneira simples e
precisa.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Procedimentos de Coleta e Levantamento de Dados:
Tabela 4 – Participação Religiosa
Fonte: Neri (2011) adaptada.
II METODOLOGIA
Fonte: Dados de Pesquisa
Tabela 6 - Responsável pela elaboração dos relatórios financeiros
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO
DOS DADOS
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO
DOS DADOS
Tabela 7- Grupo que compreendem as Demonstrações Contábeis
Fonte: Dados de Pesquisa
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO
DOS DADOS
Fonte: Dados de Pesquisa
Tabela 9 - Acesso às Demonstrações Contábeis
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO
DOS DADOS
Fonte: Dados de Pesquisa
Tabela 10 - Tipos de relatórios acessíveis aos membros (associados)
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO
DOS DADOS
Fonte: Dados de Pesquisa
Demonstração do Resultado do Exercício – Igreja da Zona Norte / 2014
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO
DOS DADOS
Fonte: Dados de Pesquisa
Demonstração do Resultado do Exercício – Igreja da Zona Norte / 2014
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO
DOS DADOS
Fonte: Dados de Pesquisa
Demonstração do Resultado do Exercício – Igreja da Zona Norte / 2014
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO
DOS DADOS
Fonte: Dados de Pesquisa
Demonstração do Resultado do Exercício – Igreja da Zona Norte / 2014
Então, o que fazer?
Criar formas de divulgação das informações econômico-
financeira que permitam maior transparência e governança da
organização religiosa.
Adotar práticas de transparência através de demonstrativos
compreensíveis ao público interessado que permita não só o
acompanhamento do público interno, como também do público
externo.
Aplicar os princípios Básicos de Governança Corporativa a
Organizações Religiosas.
Novos modelos de Demonstrações Contábeis.
Fonte: Resolução CNE/CES, 10 de 16 dezembro de 2004.
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O CURSO DE GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Fonte: Conselho de Educação e Cultura da CGADB (2010).
http://www.e-cgadb.com.br/index.php/diretrizes
Fonte: Faculdades de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia da CGADB (2018).
http://faecad.com.br/assets/matriz-curricular-2018.1.pdf
Propostas:
É preciso incluir disciplina “Contabilidade Aplicada ao Terceiro
Setor e/ou Contabilidade Aplicada às Organizações Religiosas” como
conteúdo de formação profissional no Bacharelado em Ciências
Contábeis.
Incluir a disciplina “Contabilidade Aplicada às Igrejas ou
Organizações Religiosas” nos Cursos de Bacharelado em Teologia.
Incentivar a produção científica na área TCC´s, Artigos, Dissertações,
Teses etc.
Promover Cursos, Palestras, Seminários, Fóruns voltados para
Contabilidade Aplicada às Organizações Religiosas e/ou Igrejas.
GOVERNANÇA E NORMAS DE CONTABILIDADE
APLICADA ÀS IGREJAS:
Princípios e Enfoque na Transparência de Recursos.
OBRIGADO!
REFERÊNCIAS
RODRIGUES, Aldenir Ortiz et al. Contabilidade do 3º Setor. 3. ed. São Paulo: Iob Folhamatic
Ebs - Sage, 2014.
OLAK, Paulo Arnaldo; NASCIMENTO, Diogo Toledo do. Contabilidade para Entidades sem
Fins Lucrativos: (Terceiro Setor). 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 225 p.
SLOMSKI, Valmor; REZENDE, Amaury José; CRUZ, Cássia Vanessa Olak
Alves. Contabilidade do terceiro setor – uma abordagem operacional aplicável ás associações,
fundações, partidos políticos e organizações religiosas. São Paulo: Atlas, 2012.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Código das Melhores
Práticas de Governança Corporativa. 4. ed. São Paulo: Ibgc, 2009. 73 p.
MILANI FILHO, Marco Antônio Figueiredo; MILANI, Aida Maria Mendes. Governança no
terceiro setor: estudo sobre uma organização francesa do século XIX. Revista Eletrônica de
Ciência Administrativa (recadm), Campo Largo-pr, v. 10, n. , p.32-46, 01 maio 2011.
REFERÊNCIAS
TSAI, Paula Yoga; YAMAMOTO, Marina Mitiyo. Governança corporativa: Análise Comparativa
entre o setor privado e o terceiro setor. In: CONGRESSO USP DE CONTABILIDADE E
CONTROLADORIA, 2., 2005, São Paulo. Contabilidade, Cidadania e Responsabilidade
Social. São Paulo: Congresso Usp de Contabilidade e Controladoria, 2005. p. 01 - 15.
Disponível em: <http://www.congressousp.fipecafi.org/web/artigos22005/an_resumo.asp?
cod_trabalho=589>. Acesso em: 03 abr. 2016.
MIRANDA, Luiz Carlos et al. Utilização de Gráficos em Demonstrações Contábeis. Revista de
Educação e Pesquisa em Contabilidade, Brasília, v. 2, n. 3, p.16-35, set. 2008. Trimestral. Set/dez
de 2008.. Disponível em: <http://www.repec.org.br/index.php/repec/article/view/32>.
Acesso em: 09 fev. 2016.
Novo Mapa de Religiões / Marcelo Cortês Neri. Rio de Janeiro: FGV, CPS, 2011.