contabilidade aplicada seguros-apostila

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO PARANÁ Mantenedora: Fundação de Estudos Sociais do Paraná CNPJ: 76.602.895/0001-04 Inscr. Estadual: Isento Rua Dr. Faivre, 141 – Fone/Fax (0xx41) 3028-6500 CEP 80060-140 – Curitiba - PR Internet: http://www.fesppr.br Disciplina : Contabilidade Aplicada - Profª Regina Suota Seguro Definição: É o contrato entre Segurado e Segurador pelo qual o contratado obriga-se a indenizar a outra parte em virtude de um prejuízo eventual. Origem : O homem em sua evolução vêm sempre procurando algo que lhe possa garantir o conforto e tranqüilidade. Seus métodos foram aperfeiçoados gradativamente . E essa busca constante de garantir- se contra eventos que independente de sua tecnologia, não podiam ser previstos ou antecipados, fez surgir o que conhecemos hoje como “SEGURO”. O Seguro no Brasil e no Exterior Na era industrial trouxe o desenvolvimento de outras modalidades de seguro a partir do século XIX No Brasil a abertura dos portos por D. João VI, foi o fator determinante para o surgimento dos seguros trazendo consigo a primeira seguradora “ Seguros Boa-Fé ”na Bahia. Em 1850, são regulamentadas todas as operações de seguros marítimos. Em 1855, é iniciada a comercialização do seguro de vida pela Companhia de Seguros Tranqüilidade, do Rio de Janeiro Em 1916, com a promulgação do Código Civil Brasileiro, são previstos e regulamentados todos os ramos de seguros, Inclusive o de Vida. Em 1937, o estabelecimento do chamado Estado Novo, consolida-se o princípio da nacionalização do seguro; somente Companhias de Seguradoras com acionistas brasileiros podem operar no Brasil. Em 1939, o governo estabelece o monopólio do Resseguro, criando o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Em 1940, com a nova reforma do regulamento das operações de seguros, é baixado o Decreto-Lei nº 2.063, regulamentando sob novos moldes tais operações. Em 1966, é consolidada a legislação do seguro através do Decreto- Lei nº 73 de 21/11/1966, criando-se o Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP), com objetivo de promover a expansão do mercado de seguros. 1

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Apresenta-se material de apoio para conhecimento e pesquisa pelos alunos do Curso de Ciências Atuariais da UFF. Trata-se de material de apoio que não substitui os materiais e ensinamentos repassados em sala de aula.

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Disciplina : Contabilidade Aplicada - Profª Regina Suota

Seguro

Definição: É o contrato entre Segurado e Segurador pelo qual o contratado obriga-se a indenizar a outra parte em virtude de um prejuízo eventual.

Origem : O homem em sua evolução vêm sempre procurando algo que lhe possa garantir o conforto e tranqüilidade. Seus métodos foram aperfeiçoados gradativamente . E essa busca constante de garantir-se contra eventos que independente de sua tecnologia, não podiam ser previstos ou antecipados, fez surgir o que conhecemos hoje como “SEGURO”.

O Seguro no Brasil e no Exterior

Na era industrial trouxe o desenvolvimento de outras modalidades de seguro a partir do século XIXNo Brasil a abertura dos portos por D. João VI, foi o fator determinante para o surgimento dos seguros trazendo consigo a primeira seguradora “ Seguros Boa-Fé ”na Bahia.Em 1850, são regulamentadas todas as operações de seguros marítimos.Em 1855, é iniciada a comercialização do seguro de vida pela Companhia de Seguros Tranqüilidade, do Rio de JaneiroEm 1916, com a promulgação do Código Civil Brasileiro, são previstos e regulamentados todos os ramos de seguros, Inclusive o de Vida.Em 1937, o estabelecimento do chamado Estado Novo, consolida-se o princípio da nacionalização do seguro; somente Companhias de Seguradoras com acionistas brasileiros podem operar no Brasil.Em 1939, o governo estabelece o monopólio do Resseguro, criando o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB).Em 1940, com a nova reforma do regulamento das operações de seguros, é baixado o Decreto-Lei nº 2.063, regulamentando sob novos moldes tais operações.Em 1966, é consolidada a legislação do seguro através do Decreto-Lei nº 73 de 21/11/1966, criando-se o Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP), com objetivo de promover a expansão do mercado de seguros.Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP)

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Disciplina : Contabilidade Aplicada - Profª Regina Suota

C N S P

I R B S U S E P

SEGURADORAS

SEGURADOS

MINISTÉRIO DA FAZENDA

CORRETORAS

CMN Bacen

CONTRATO DE SEGURO

Definição: É um acordo pelo qual o segurado, mediante a pagamento de um prêmio ao segurador, garante para si ou seus beneficiários, indenizações de eventuais prejuízos.

Obrigações : Observando as condições gerais e particulares do contrato de seguro.

Segurado Paga o Prêmio

Segurador Paga a Indenização

Condições Gerais : Dizem a respeito a todos os contratos de seguro.

Condições Particulares : Dizem a respeito a diferentes modalidades de cobertura, denominadas condições especiais.

Características de um Contrato de Seguro

Bilateral Define as responsabilidades, direitos e obrigações para as partes.Oneroso Considerando as despesas que a ele estão afetas; Segurado (Paga o prêmio) Segurador (Paga a Indenização)Aleatório Resultado Imprevisível no momento da formalização.Solene O que está previsto em Lei.

Instrumentos do Contrato

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Proposta: é o documento cujo o conteúdo representa a vontade do segurado, contendo assim as condições pretendidas.

Apólice: é o documento emitido pelo segurador, é instrumento do contrato de seguros, constituindo-se de um documento escrito, datado e assinado pelo segurador ou seu representado legal.

Deve ser declarado na apólice Os nomes e os domicílios do segurador e do segurado O objeto ou a pessoa segurada A Natureza dos riscos garantidos O prazo do seguro, indicando, quando for o caso, o início e o fim dos riscos por ano,

mês, dia e hora. O montante da garantia ou o valor segurado O prêmio

As apólices devem ser nominativas, à ordem ou ao portador.Endosso: é o documento pelo qual altera o contrato.Averbação: São anotações feitas na apólice e pela qual caracteriza-se a responsabilidade do segurador, em certos e determinados seguros.Bilhetes: É instrumento criado a partir da necessidade em atender o processo de massificação dos negócios. Os ramos de Incêndio Residencial, DPVAT, Acidentes Pessoais são alguns que utilizam este instrumento. Dispensa a proposta e substitui a apólice.

Custos de Distribuição É custo correspondente a Despesa de Comercialização do seguro, conhecidos como gastos de gestão externo.A Despesa de Comercialização são livremente convencionadas.

Tipos de Despesa de Comercialização

Corretagem É a comissão paga a Corretores de Seguros, representados por pessoas físicas ou jurídicas legalmente autorizados (SUSEP) pela intermediação entre o segurado e a seguradora. Ë obrigatório a figura de um corretor nas intermediações de contratos de seguro.(apólice)É realizada o Diferimento da Despesa conforme vigência dos contratos, não excedendo a 12(doze) meses.

Pró-labore/AgenciamentoÉ a comissão paga estipulantes de seguro, quais são nomeados para promover a angariação de contratos de seguro.

*Agenciamento : Tipo de Comercialização dos produtos de riscos decorridos, nota-se no ramos de Vida em Grupo, Acidentes Pessoais e Seguro Saúde.Essa despesa deve ser Diferida em (12) doze meses, pois considera-se comissão antecipada.

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Aspectos Técnicos

Cosseguro / Resseguro – Pulverização do RiscoO seguro é uma atividade coletiva, e baseia-se no princípio da solidariedade humana. O princípio da pulverização do risco baseia-se na técnica de distribuição das responsabilidades assumidas pela Seguradora nos contratos de seguros.Cada segurador possui seu limite de responsabilidade, e a distribuição poderá ser realizada através de um acordo comercial e/ou de um elevado valor que seguro possa atingir.

1. CosseguroÉ a distribuição de responsabilidades relativas a um bem ou risco, entre duas ou mais Seguradoras, que são conhecidas como Cosseguradoras.Sempre que um negócio ultrapasse o limite técnico, torna-se necessário repassar parte do risco a outra seguradora(Cosseguradora), sendo que essa operação deve ser de conhecimento do segurado.A Cosseguradora aceita um percentual do risco (Prêmio) , e quando ocorrer um sinistro a mesma participará na indenização com o mesmo percentual.

Fluxo da Pulverização do Risco

Seguradora (líder)

Cosseguradora (Congênere)

Contratação do Risco

Distribuição do Risco (repasse do cosseguro)

Segurado

Participação no Risco

Pagamento da Indenização ao Segurado

Exemplo : Supondo que Seguradora contratada repassou 20% do Risco:

Repasse do Prêmio Segurado Pedro da Silva

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Importância segurada R$ 28.000,00 Prêmio Total R$ 2.000,00 Comissão Total (10% x Pr.Tarifário) = R$ 200,00 Prêmio de Cosseguro Cedido à Congêneres (2.000,00 x 20%) = R$ 400,00 Prêmio Líder (R$2.000,00 - R$ 400,00) = R$1.600,00

Recuperação de Comissão Comissão de Corretagem R$ 200,00 Comissão s/ Pr. de Cosseguro Cedido à Congêneres (400,00 x 10%) = R$ 40,00 Comissão Líder (R$200,00 - R$ 40,00) = R$160,00

2. ResseguroÉ a técnica de pulverização das Responsabilidades, na qual o segurador transfere ao ressegurador os valores que exceder na sua capacidade econômica de indenizar. Sendo o resseguro uma atividade complemente distinta do seguro, pois neste caso o segurado desconhece a figura do ressegurador e não tem nenhum vínculo. No Brasil obrigatoriamente ainda as operações com resseguro são feitas com o IRB- Instituto de Resseguros de Brasil, que encontra-se em processo de privatização.

Planos de Resseguro

Excedente de Responsabilidade – É aquele pelo qual a seguradora se obriga a dar ao ressegurador e este aceitar a totalidade ou parte do que ultrapassar o limite de retenção da seguradora. ( A proporção para repasse não é Fixa)

Cota Parte – Ë aquela através da qual a seguradora transfere ao ressegurador cota fixa das responsabilidades que assume.

Excesso de Danos - Neste a perda máxima da sociedade seguradora, por evento, fica limitada ao respectivo Limite Técnico, e os valores que excederem esse limite serão recuperados do ressegurador.

Catástrofe – Paga-se um percentual mínimo, estabelecendo taxas. No ramos que essa modalidade é adotada, existem características particulares, tanto para definição e manutenção de taxa como para os limites de recuperação das indenizações.

RetrocessãoÉ o Resseguro do Resseguro, pois é a operação que o ressegurador repassa ao mercado segurador nacional os excessos de responsabilidade que ultrapassem os limites e sua capacidade de indenizar.

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IRB

Seguradora “A”

Resseguro Cedido

Retrocessões

Seguradora “B” Seguradora “C”

Tributação das Operações com Seguros

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)O IOF – Imposto sobre as operações financeiras foi instituído pela Lei nº5143 de 20/10/1966 tem a incidência sobre e qualquer operação financeira, inclusive sobre as operações de seguros, exceto os seguros de crédito à Exportação e Transporte Internacional Mercadorias e também ficam isentas as operações cosseguros, resseguros e retrocessões.

Base de Cálculo: Prêmio Líquido(Tarifário) + Custo de Apólice

Imposto sobre Circulação de Mercadorias ( ICMS)Instituído pelo Decreto-Lei nº5 de 15/03/1975 aplica-se em seguros, exclusivamente na venda de salvados.

Imposto sobre serviços de qualquer natureza ( Iss)Conforme o Código tributário municipal, incide sobre a remuneração paga aos corretores habilitados.

Imposto sobre a renda ( IR)Conforme regulamentado pelo RIR, sendo aplicado como nas demais empresas.

SOLVÊNCIAÉ a capacidade da Seguradora em honrar seus compromissos futuros.

PROVISÕES TÉCNICASSão constituídas com base na Resolução CNSP Nº36/2000.A constituição das Provisões Técnica são obrigatórias para as sociedades seguradoras para a garantia de cobertura de suas operações, independente de apuração de lucro ou prejuízo.

Classificam-se em dois grupos:

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1. Provisões Técnicas Comprometidas

São aquelas constituídas para a garantia do pagamento de indenizações de sinistros avisados.

a) Sinistros à Liquidar Sinistros avisados que encontram-se em fase de Regulação, ou seja sinistros avisados e ainda não liquidados.(efetivamente pagos ao segurado)

b) Provisões de Seguros Vencidos Sinistros avisados ocorridos durante a vigência de apólice que já encontram-se vencidos.

2 . Provisões Técnicas Não Comprometidas

São aquelas constituídas para garantir o pagamento de indenizações relativos a riscos já decorridos, passíveis de sinistralidade, como também para diferir a receita de prêmios relativos a riscos a decorrer até o vencimento da apólice.( Pró rata die) com base nas data início e fim de vigência da apólice.

a) Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG) (Diferimento do Prêmio)

Refere-se a parcela do prêmio emitido que ainda não foram considerados como receita efetiva em função do risco não ter expirado.Cobre os riscos de contrato em vigor, corresponde à parcela do prêmio relativa do risco ainda decorrido.

Cálculo da PPNG

PPNG = Prêmio Retido X Período de Risco a DecorrerPeríodo de Cobertura(dias)

Exemplo:

Total dias de Contratação 15/01/2001 à 15/01/2002 - 365 dias(Período de Cobertura) Emissão(início da Vig.) em 15/01/2001Data Cálculo 31/01/2001Data Início de Vig. – Data Cálc = 16 dias365 dias – 16 dias = 349 Dias( Período de Risco à Decorrer)

b) Provisão de Insuficiência de Prêmios(PIP) – (Substituição a PRD – Prov. De Riscos Decorridos)

PIP = { [ Sinistros Retidos + Desp.Administrativa ] – 1,05 x PPNG } Prêmio Ganho – Desp de Comercial.

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c) Provisão MatemáticaVisa garantir os riscos do contrato em vigor, de acordo com a Nota Técnica Atuarial Aprovada pela SUSEP.

d) Fundo de Garantia de RetrocessõesDecorrentes das Operações de retrocessões do IRB.

GARANTIA SUPLEMENTARRepresentada pela metade do Capital realizado, cuja finalidade é reforçar as provisões técnicas, devendo seu valor ser coberto por aplicações específicas.Cobertura Vinculada das Reservas TécnicasAs sociedades estão obrigadas a oferecer bens em garantia de suas provisões técnicas. Deverá ser enviado mensalmente a SUSEP o mapa – resumo de cobertura de suas provisões contendo o saldo, obedecendo aos limites determinados pelo Banco Central. Resolução nº2286/96.

Divide-se em 3 Grupos:

a) Garantia Suplementar.b) Reserva Comprometidac) Reserva Não Comprometida

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DIRETRIZES PARA COBERTURA DAS RESERVAS TÉCNICAS Conforme determinações da Resolução 2286/96 do BACEN

Art. 2º Art. 3º Art. 9º Descrição dos ativos passíveis de oferecimento em garantia das reservas técnicas

3º GrupoReserva comprometida

2º GrupoReserva não comprometida

Limitações GlobaisPara os grupos 2 e 3

I §1º I §1º Título de emissão do Tesouro Nacional; Títulos de emissão do BACEN

Até 100% do total do grupo (80% deve Ter vencimento igual ou inferior a 12 meses)

Até 100% do total do grupo (50% deve Ter vencimento igual ou inferior a 12 meses)

Não há limitações

II (a) § 2º

Títulos de emissão dos Tesouros Estaduais ou Municipais

Não aceitável neste grupo Até 40% do total do grupo

Limitado a 10% do somatório do grupo 2 + grupo 3, por %stado ou município

II (") I (a)

Depósitos a prazo; letras de câmbio; letras hipotecàrias

Até 60% do total do grupo Até 80% do total do grupo LiMitado a 20% do somatório do grupo 2 + grupo 3, por instit5içã/ financeira

I (b)

II (a) Cédulas pignoratícias de dEbêntures Até 60% do tot!l do grupo Até 80% do total do grupo

Limitado a 20% do somatório do grupo 2 + grupo 3, por instituição financeira

II (b) Letras imobiliárias, cédulas hipotecárias Não aceitável neste grupo Até 80% do total do grupo

Limitado a 20% do somatório do grupo 2 + grupo 3, por instituição financeira

II (b) II (a) Notas promissórias de S/A,s destinadas a oferta pública Até 60% do total do grupo Até 80% do total do grupo

Limitado a 20% do somatório do grupo 2 + grupo 3, por instituição financeira

II(b) Quotas e obrigações do FND; Tit. Desenvolvimento Econômico TDE

Não aceitável neste grupo Até 80% do total do grupo

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II (b) Títulos de emissão ou coobrigação do BNDES Não aceitável neste grupo Até 80% do total do grupo

II (b) §3º Títulos da Dívida Agrária – TDA,s; obrigações da Eletrobras

Não aceitável neste grupo Até 10% do total do grupo

II (b) Debêntures de emissão pública Não aceitável neste grupo Até 80% do total do grupo

Limitado a 8% do somatório do grupo 2, por instituição art 5º IV

II (c) § 4º

II (b) § 2º

Depósitos em conta poupança; ouro físico Até 15% do total do grupo e 10% por modalidade

Até 15% do total do grupo e 10% por modalidade

Limitado a 20% do somatório do grupo 2 + grupo 3, por instituição financeira

II (c) § 5º

II (b) §3º

Quotas e fundos de investimento no exterior Até 10% do total do grupo Até 10% do total do grupo

II (c) II (b) Quotas e fundos de investimento financeiro (renda fixa) Até 60% do total do grupo Até 80% do total do grupo

Limitado a 20% do somatório do grupo 2 + grupo 3, por instituição financeira

II (d) § 5º

Certificado de privatização Não aceitável neste grupo Até 10% do total do grupo

III (a) III (a) Ações de companhias abertas (limitadas a 15% do capital votante, conforme art 5º inciso III)

Até 50% do total do grupo Até 50% do total do grupo

Limitado a 20% do somatório do grupo 2 + grupo 3, por instituição financeira

III(b) III (b) Quotas e fundos de investimento financeiro (renda variável)

Até 50% do total do grupo exclusive fundos de investimentos de empresas emergentes

Até 50% do total do grupo

Limitado a 10% do somatório do grupo 2 + grupo 3, por instituição financeira

III (c) § 6º

Ações de companhias de capital fechado adquirido no PND

Não aceitável neste grupo Até 10% do total do grupo

IV § 5º § único

Imóveis urbano ou direitos resultantes da venda destes Não aceitável neste grupo Até 30% do total do grupo

O total do inciso IV não deverá ser superior a 30%

IV § 7º Terrenos e direitos resultantes de sua venda Não aceitável neste grupo Até 10% do total do grupo

IV Quotas e fundos de investimento imobiliário Não aceitável neste grupo Até 10% do total do grupo

Limitado a 10% do somatório do grupo 2 + grupo 3, por instituição financeira

V Aplicável somente a EAPP,s Não aplicável a seguradoras

Não aplicável a seguradoras

VI Direitos creditórios resultantes do fracionamento de prêmios

Não aceitável neste grupo Não há limitações Somente recebíveis a vencer

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O limite global para instituições não financeiras é reduzido de 20% para 10%, por instituição. As limitações globais p/ aplicação em renda fixa, conforme o inciso II dos art 2º e 3º são respectivamente 80% e 60%.

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Disciplina : Contabilidade de Seguros - Profª Regina Suota

MARGEM DE SOLVÊNCIA

Base Legal:Resolução CNSP nº 08 de 21/07/1989 - *607Apresentação obrigatóriaDeverão apresentar o cálculo quando do encerramento das demonstrações financeiras de junho e dezembro de cada ano.SiglasMS = Margem de SolvênciaAL = Ativo LíquidoLM = Limite de MargemCritérios a serem observadosA Cia. deverá ter AL suficiente para cobrir a MS.O LM-Limite de Margem é de 50% da MS- Margem de Solvência Prazo para readequação do limiteOcorrendo insuficiência do AL a empresa terá que propor “Plano de Recuperação” de forma a suprir a MS no prazo máximo de 150 dias, contadas a partir da data do encerramento das demonstrações financeiras.Na hipótese de o AL ser insuficiente para cobrir o LM, o prazo para cobertura será de 90 dias.

**Forma de Cálculo da Margem de Solvência Para efeito de cálculo de Margem de Solvência das Sociedades Seguradoras serão computadas as operações de todos os ramos, com exceção de Vida Individual e Previdência Privada.

I. Para se calcular a margem de solvência para a data base de dezembro, deve-se adotar o seguinte procedimento:

I.1 - Multiplicar o valor dos somatórios dos prêmios retidos de janeiro a dezembro de cada ano por 0,20 ;

I.2 - Multiplicar o somatório dos sinistros retidos ( menos salvados e ressarcimento ) dos últimos 36 meses por 0,33 , e dividir o resultado por 3 ;

I.3 - O maior entre os valores encontrados nos itens I.1 e I.2 será a Margem de Solvência da Sociedade Seguradora.

II.Para se calcular a margem de solvência para a data base de junho, deve-se adotar o seguinte procedimento:

II.1 - Multiplicar por 0,20 o valor do somatório dos prêmios retidos de janeiro a junho do exercício corrente e de julho a dezembro do exercício anterior;

II.2 - Efetuar o somatório dos sinistros retidos ( menos salvados e ressarcimento )de janeiro a junho do exercício corrente, os sinistros retidos de 2 exercícios anteriores e, dos sinistros retidos de julho a dezembro do 3º ano anterior. Multiplicar o resultado por 0,33 e dividir por 3;

II.3 - O maior entre os valores encontrados nos itens II.1 e II.2 será a Margem de Solvência da Sociedade Seguradora.

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Disciplina : Contabilidade de Seguros - Profª Regina Suota

Exercício

1) Calcule a Margem de Solvência, Limite Margem da Cia de Seguros Triângulo, e comente qual a situação no momento.

Prêmios Retidos Sinistros Retidos Ativo Líquido2001 186.992.454 142.816.010 25.834.7962000 - 152.570.529 -2000 - 112.371.119 -

RESTITUIÇÃO DE PRÊMIOS

É devolução de prêmio pago ao segurado, em virtude do cancelamento da apólice.(Endosso de Restituição)Em caso de cancelamento será retido os emolumentos(Custo de Apólice e IOF).

Tipos de Restituição de Prêmios

À Pedido da Seguradora A Pedido do Segurado

Forma e Cálculo de Restituição

PEDIDO DA SEGURADORA

¹Valor Retido = (Prêmio Tarifário * % Tabela de Prazo Curto)Valor de Restituição = (Prêmio Tarifário – Valor Retido¹)

Exemplo :Cancelamento : 90 dias após a Vigência > Tab.Pzo Curto = 40%Prêmio Tarifário : R$1.200,00Valor Retido = (1.200,00 * 40% ) = 480,00Valor de Restituição = (1200,00 – 480,00) = 720,00

PEDIDO DO SEGURADO

¹Valor Retido = (Prêmio Tarifário * % Proporcional ao tempo decorrido)proporcional ao Tempo ( Dias Vigentes / Total da Vigência)

Valor de Restituição = (Prêmio Tarifário – Valor Retido¹)

Exemplo :Cancelamento : 90 dias após a Vigência > Proporcional ao Tempo = 24,66%proporcional ao Tempo ( 90 / 365)= 24,66%Prêmio Tarifário : R$1.200,00Valor Retido = (1.200,00 * 24,66% ) = 295,92Valor de Restituição = (1200,00 – 295,92) = 904,08

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Disciplina : Contabilidade de Seguros - Profª Regina Suota

Demonstrações Contábeis das Cia’s de Seguros

São Elaboradas de acordo com a Circular SUSEP 133/2000 e Resolução 19/2000 que instituiu a nova estrutura do Plano de Contas.Além de Obedecerem as Normas SUSEP, também estão sujeitas a Lei Nº 6404 de 15/12/1976A Legislação Brasileira de Seguros exige a apresentação das Demonstrações Contábeis semestrais.A escrituração das Operações deverá obedecer o Regime de Competência, qual é um dos denominados Princípios Fundamentais da Contabilidade em norma própria emanada do Conselho Federal de Contabilidade e da Lei 6404/76.Em Obediência a ele todas as receitas e despesas, operacionais ou não, serão registradas no período a que efetivamente se referirem.

Livros e Registros de ContabilidadeComo nas demais atividades, em seguros também deverá utiliza-se Livros Contábeis e Registros Auxiliares.

Livros Contábeis Obrigatórios - Livro Diário, LalurLivros Contábeis Facultativos – Razão, Caixa, Contas Correntes...Registros Auxiliares (Oficiais) – São fontes de informações para as partidas contábeis efetuadas pela seguradora, mensalmente.

Registro Oficial de Apólices Emitidas Registro Oficial de Apólices Cobradas e Restituídas Registro Oficial de Sinistros Avisados Registro Oficial de Sinistros Liquidados(Pagos) Registro Oficial de Sinistros Avisados Registro Oficial de Comissões Emitidas Registro Oficial de Co-seguros Aceitos Emitidos e Cancelados Registro Oficial de Co-seguros Aceitos Cobrados e Restituídos

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Programa da disciplina

1. INTRODUÇÃO E CONCEITO DE SEGUROS1.1Sistema Nacional de Seguros Privados1.1.1 Estrutura do SNSP1.2Seguro1.2.1 Introdução 1.2.2 Natureza Jurídica1.2.3 Natureza Técnica1.2.4 Instrumentos do Contrato1.3Aspectos Técnicos1.3.1 Operações de Seguros1.3.2 Tributação das Operações de Seguros1.4Solvência1.4.1 Provisões Técnicas1.4.2 Solvência

2. CONTABILIDADE DE SEGUROS2.1Princípios Contábeis2.2Demonstrações Contábeis2.2.1 Balanço Patrimonial2.2.2 Demonstração de Resultado2.2.3 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos2.2.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido2.3Plano de Contas das Sociedades Seguradoras2.4Livros e Registros de Contabilidade2.5Registros das Operações com Seguros2.5.1 Contabilização do Prêmio Emitido2.5.2 Contabilização do Custo de Comercialização2.5.3 Contabilização Provisões Técnicas – Não Comprometidas2.5.4 Contabilização Provisões Técnicas – Comprometidas2.5.5 Contabilização Salvados e Ressarcimentos2.5.6 Contabilização de Pulverização de Riscos2.5.6.1 Cosseguro2.5.6.2 Resseguro2.5.7 Contabilização de Despesas Administrativas2.5.8 Contabilização de Tributos

3. INDICADORES ECONÔMICOS-FINANCEIROS3.1OPERACIONAIS3.1.1 Margem Operacional3.1.2 Margem Líquida3.1.3 Sinistralidade3.1.4 Nível de Cancelamento3.1.5 Custo de Comercialização3.1.6 Custo Administrativo3.1.7 Resultado Patrimonial

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3.1.8 Índice Combinado (Combined Ratio)3.1.9 Índice Combinado Ampliado

3.2PATRIMONIAIS3.2.1 Indicadores de Liquidez3.2.2 Indicadores de Endividamento3.2.3 Indicadores de Imobilização3.2.4 Indicadores de Solvência3.2.5 Taxa de Retorno – Rentabilidade

BIBLIOGRAFIA

FIGUEIREDO, Sandra. Contabilidade de Seguros. Ed.AtlasSILVA, Afonso. Contabilidade e Análise Econômico-Financeira de Seguradoras. Ed.AtlasLEGISLAÇÃO DE SEGUROS. Ed.Manuais Técnicos

SITE –

LEGISLAÇÃO DE SEGUROSwww.susep.gov.br