Educação, Ciência e Sociedade
Mestrado em Ensino da Biologia e da
Geologia no 3º ciclo do Ensino Básico e no
Ensino Secundário
Docente: Dr. Duarte Costa Pereira
Trabalho realizado por: Francisco Ferreira
• Introdução
• A Ciência como Conteúdo Ensinável
• A Evolução da Ciência
• Aproximação das Culturas Científica e Humanista
• Correntes Contemporâneo da Filosofia das Ciências
• Evolução do Discurso do Método Científico e caracterização do
Discurso Científico e Contemporâneo
• O advento da Ciência do Artificial
• Substituição da Epistemologia Positiva por Epistemologia
Construtivista
Educação, Ciência e Sociedade
• No âmbito da disciplina Educação, Ciência e Sociedade, procuramos
entender a Educação tendo em conta os conteúdos académicos (Ciência),
as Teorias Sociais (Sociedade) e claro as Teorias Humanistas (o aluno).
Assim, teremos que olhar a Educação sempre à luz destes 3 Pólos.
• Este trabalho incide sobretudo no Pólo da Ciência, procurando reflectir
sobre o significado da Ciência, como é construído este tipo de
conhecimento e qual a sua história.
Educação, Ciência e Sociedade
A Ciência como conteúdo ensinável advém de:
• Conteúdo - discurso que o representa, Conhecimento Declarativo
• Processo – Compreensão dos processos subjacentes,
Conhecimento Processual
A importância do valor educativo da ciência :
• Discurso Científico – O contexto social exige continuamente opções cientificamente inspiradas (literacia Científica) e como preparação para a vida profissional;
• Ensino dos processos – Através das capacidades resultantes do Pensamento Crítico, reflexão e Criatividade;
Educação, Ciência e Sociedade
Contribuição de Gardner: Inteligências Múltiplas.
• Verbal linguística;
• Lógico-matemática;
• Visual-espacial;
• Corpórea-cenestésica;
• Musical-rítmica;
• Intrapessoal;
• Interpessoal
Educação, Ciência e Sociedade
Gardner afirmava que nem todas estas inteligências múltiplas seriam desenvolvidas
igualmente por todos os conteúdos, será então importante conhecermos e reflectirmos
as que são desenvolvidas pela ciência;
devemos então desenvolver no aluno o mais possível com os conteúdos
adequados, entre os quais a ciência, as várias inteligências e sobretudo
aquelas em que o aluno se mostra naturalmente mais capaz.
Educação, Ciência e Sociedade
O currículo :
• deve então deixar de contemplar apenas as
capacidades verbal-linguística e lógico-matemática e passar
a contemplar também outras aptidões artísticas, de
autoconsciência, de comunicação e de educação física.
Na instrução :
• deve-se recorrer a métodos em que se faça uso de
todas as inteligências (desempenho dramático,
aprendizagem cooperativa, execução de música, etc).
Na avaliação :
• devemos utilizar ferramentas de auto-avaliação que
levem os alunos a compreender e controlar o
funcionamento das suas próprias inteligências, a avaliação
deve ter em conta a diversidade das inteligências.
Impactos:
• A Ciência é o produto, o conhecimento científico mas também o processo
concretizado na actividade dos cientistas, ambos sofreram alterações e evoluíram
ao longo do tempo; (Origem na Antiga Grécia)
• Durante a Idade média, muitas vezes classificada como a idade das trevas, assiste-
se à recuperação e aproveitamento cristão de muitas das ideias da Antiga Grécia,
principalmente de Aristóteles, surge o método empírico e dedutivista de Roger
Bacon. Este método acrescido a alguns princípios como o da Parcimónia, servirá de
base da Actividade Científica até ao século XX;
• Humanismo Renascentista surge como uma tendência para um grande rigor na
observação (Galileu e Leonardo Da Vinci), que tem como consequência um
afastamento da posição Antropocêntrica. Estas observações rigorosas preparam o
caminho para Newton e Descartes tendo este ultimo imposto o Método Científico “
para bem conduzir a razão e procurar a Verdade na Ciência”.
Educação, Ciência e Sociedade
• Kant (1990) viria a consolidar filosoficamente a obra de Newton e Descartes, assim,
no final do século XVIII a ciência apresenta uma atitude de superioridade e de
importância absoluta que genericamente se designa por Iluminismo.
• Este carácter de superioridade acompanhou e influenciou mudanças importantes
como a primeira Revolução Industrial e a Revolução Francesa.
• O Iluminismo foi acompanhado por uma primeira institucionalização da ciência com o
aparecimento de academias, dando origem ao positivismo científico.
• Já durante o Século XIX, Darwin reforça o carácter aleatório do papel científico com
a sua obra sobre selecção natural na evolução das espécies.
• O século XX veio abalar o clima de euforia e optimismo na capacidade da ciência
que se vivia no século XIX demonstrando a insuficiência da Ciência Positiva, quer no
domínio do muito pequeno, Mecânica Quântica, quer no domínio do muito rápido,
Relatividade, dando origem a uma Nova Ciência ou um Novo Tipo de Ciência.
Educação, Ciência e Sociedade
Surge também um Novo Discurso e um Novo Processo. O Novo Discurso
científico baseia-se em 2 aspectos muito importantes:
• O primeiro na conceptualização emergente da Prática (Teoria da
Actividade), tornando a Ciência moderna muito mais Contextualizada
• O segundo vem reforçar a importância da Ciência na aplicação da vida
quotidiana do cidadão comum, levando a que a Ciência se Trivialize,
dando origem à exigência, nas sociedade modernas de Literacia
Científica que se torne uma exigência educativa e num índice de
desenvolvimento da própria sociedade.
Educação, Ciência e Sociedade
Das múltiplas correntes da Filosofia das Ciência e da Sociologia da Ciência podem
destacar-se três tendências gerais do que se pode chamar Meta-ciência.
• A segunda metade do século XX, foi claramente marcada pelo Positivismo Lógico,
esta perspectiva da ciência caracteriza-se por uma abordagem a priori, ocupando-
se essencialmente daquilo que os cientistas deviam fazer e não do que
efectivamente faziam.
• Fase Histórico-Naturalista. Esta fase é histórica já que a actividade do cientista
caracterizava-se pela persecução de uma teoria mesmo quando surgiam as
primeiras algumas contradições, esperando a sua validação histórica, por outro lado,
é naturalista já que aceita o facto de tanto os processos mentais como os mecanismos
de aquisição de conhecimento serem processos naturais, tornando-se importante ver
a ciência como um processo natural e inspirá-la nas ciências cognitivas e
comportamentais.
Educação, Ciência e Sociedade
• Assim se dá mote para o início de uma nova fase, surge o Construtivismo Social
e de Relativismo. Nesta fase considera-se que as teorias científicas são aceites
ou rejeitadas de acordo com uma variedade de forças sociais e políticas que
não precisam de ter nenhuma ligação com padrões fiáveis de evidência e
racionalidade, com a verdade ou com a realidade, sendo a realidade uma
construção social, sem valor universal.
• Perante o Construtivismo Social e o Relativismo a validação de uma teoria e
detrimento de outra é feita sob influência social e até mesmo política.
Educação, Ciência e Sociedade
• O Determinismo Científico que marcava todo o conceito científico sofreu um grande
abalo levando a uma suavização do contrataste entre as diferentes ciências,
nomeadamente as consideradas exactas e as comportamentais.
• Giere concebe os cientistas além da visão iluminista, vê neles construtores de
modelos mais ou menos abstractos sobre aspectos limitados do mundo. Sistemas
complexos não se podem resumir à mera adição das partes, fundamentados de
forma marcada pelas condições iniciais, não sendo modeláveis por equações
matemáticas mas por programas simples de computador.
• O computador vem assim, diminuir a distância entre as culturas científicas e
Humanistas, manifestando ambas um suporte e uma organização em rede.
Educação, Ciência e Sociedade
Contemporaneamente e em coerência com a ciência descrita anteriormente e em especial a Meta-ciência, não se pode falar de uma e única reflexão sobre a Ciência (Filosofia da Ciência) mas, de várias teorias muitas delas contraditórias, abordaremos as mais significativas:
• Induitivismo;
• Negacionismo;
• Falsificacionismo;
• Revolucionismo;
• Competicionismo;
• Reformismo;
• Instrumentalismo;
• Naturalismo;
• Computacionismo;
• Anarquismo;
• Neo-experimentalismo;
• Retículismo.
Educação, Ciência e Sociedade
O Indutivismo :
• é a postura convencional da ciência, defende a ciência como resultado da
Observação, construindo-se gradualmente através de generalizações daí extraídas
que tomam forma de Leis e Teorias. Apresenta limitações como o dogmatismo, a
Fragilidade Lógica, já que uma única observação pode invalidar os resultados
obtidos, assim como a Ambiguidade perceptiva, já que a apreensão da realidade
não é objectiva e toda a observação é limitado por concepções individuais.
No Negacionismo:
• também conhecida como a filosofia do Não, o processo de conhecimento faz-se por
negações e contestações que produzem rupturas epistemológicas. Nesta concepção,
o conceito central é o Obstáculo Epistemológico, o erro é visto como uma mais-valia
e a verdade como um conjunto de erros rectificados.
Educação, Ciência e Sociedade
O Falsificacionismo:
• uma das posições contemporâneas mais aceites, defende não a confirmação, mas a
refutação de teorias, a única exigência que se faria a uma teoria seria ter
consequências observáveis, que não sendo efectivamente observadas levariam à sua
refutação ou falsificação.
Para o Revolucionismo:
• Estruturalismo Revolucionário a ciência é como uma estrutura que resulta do
crescimento contínuo, causado por revoluções científicas de um corpo de
conhecimento. Nessas revoluções era confrontada a ciência norma com a ciência
revolucionária que vencendo assumia-se como ciência normal no período seguinte.
Neste contexto nasce o conceito de Paradigma, actos cruciais da ciência e da Meta-
ciência, que caracterizavam a vitória da ciência revolucionária.
Educação, Ciência e Sociedade
O Competicionismo:
• Estruturalismo Competitivo, tal como o Revolucionismo, é considerado como uma
estrutura, descreve a ciência como um conjunto de Programas de Investigação
Científica (PIC), que integra três componentes: o núcleo duro, constituído por teorias
básicas e defendido por um cinturão protector de hipóteses auxiliares; a heurística
negativa, uma série de regras que têm como função proibir a utilização de
argumentos que contradigam as teorias básicas do núcleo duro, indicando o caminho
de pesquisa a evitar; a heurística positiva por fim, é um conjunto de procedimentos
para formular hipóteses auxiliares úteis para o desenvolvimento do programa,
indicando o caminho a seguir.
O Reformismo :
• Reporta-nos para uma estratégia interrogativa, que procura adaptar anteriores
respostas a novas perguntas. Fala-se de crise e da integração dos conceitos
anteriores à crise num novo paradigma.
Educação, Ciência e Sociedade
Segundo o Instrumentalismo:
• A função da ciência seria produzir teorias que fossem instrumentos ou dispositivos
apropriados para ligar entre si vários conjuntos de situações observáveis. Neste
sentido seria estaríamos perante a Dependência Teórica da Observação. A Ciência
tem como função produzir Teorias (instrumentos).
O Naturalismo:
• é a posição assumida por Giere, este considera que conceitos como leis, verdade e
racionalidade, não são dados, mas sim categorias interpretativas, com as suas
próprias histórias. Para este autor, o conhecimento científico é baseado na ideia de
Modelo como representação primária da ciência. Os Modelos seriam um fenómeno
cognitivo partilhado entre sujeito e artefacto. Nesta concepção a preocupação da
ciência seria então o ajustamento dos Modelos Teóricos à realidade.
Educação, Ciência e Sociedade
O Computacionalismo:
• Reporta-se á pertinência de um programa de computador na resolução de
problemas e no estudo do pensamento científico.
Anarquismo:
• Apresenta duas dimensões importantes. A primeira será a sua postura
contra o método, procurando a explicar a actividade científica como um
exercício de liberdade humana, recusando o constrangimento de às
regras rígidas, propondo uma visão criativa da ciência. A Segunda
remete-nos para uma perspectiva céptica relativamente à racionalidade
da ciência, defendo que o sucesso dos cientista não deriva do
reconhecimento da comunidade científica mas de factores políticos,
retóricos e de propaganda.
Educação, Ciência e Sociedade
O Neo-experimentalismo:
• Vê a ciência como uma acumulação de experiências com significado
independentemente dos enquadramentos teóricos, situando-se numa prática de
validação rigorosa das experiências e na forma como experiências bem conduzidas
nos permitem aprender com os erros. Defende ainda que a experiência pode
falsificar uma afirmação previamente aceite mas também identificar um efeito
anteriormente desconhecido.
Educação, Ciência e Sociedade
Por fim, há que ainda acrescentar que além
destas tendências, há no entanto autores
que consideram a Ciência :
•uma actividade social - Sociologia da
Ciência
• um Fenómeno Mental Partilhado.
• A influência de Descartes é significativa em toda a ciência Ocidental, contudo, o
Método de Descartes apesar de todos os progressos científicos que permitiu
alcançar, tornou-se ineficaz para explicar problemas complexos que a Humanidade
enfrenta na sociedade dos nossos dias.
• A actualidade apresenta inúmeras mudanças conceptuais, nomeadamente, a
concepção de cientista que de analista se transforma em modelador, do
objecto de conhecimento, que da verdade evidente e atingível passa para a
veridificação, ou seja, para a verdade convencionada ou negociada.
• O mesmo acontece com os Preceitos de Descartes que de Evidência se
transforma em Pertinência, de Reducionismo para Globalismo, Causalismo
em Teleologismo, Exaustividade em Agregatividade.
Educação, Ciência e Sociedade
Assim:
• Pertinência – Todo o objecto se define em relação às intenções do modelador;
• Globalismo – O objecto a conhecer é parte de um todo maior;
• Teleológico – Interpretar pelo seu comportamento e não explica-lo à priori;
• Agregatividade – Toda a representação é partidária;
• Estas mudanças no método científico implicam uma mudança ou necessidade de se passar
a encarar as definições científicas, muito para além do simples aspecto ontológico
(Descrição do Ser) suficiente para a Ciência clássica, mas nela incluir os aspectos
relacionados com a sua acção (funcional), evolução e origem (genética). O conceito
científico está assim triangulado por três Pólos:
• Pólo Genético;
• Pólo Ontológico;
• Pólo Funcional.
Educação, Ciência e Sociedade
• A designação Ciências do Artificial aplica-se para áreas como Noologia, Tecnologia,
Engenharia, entre outras, que surgem como produto da criação humana. A
Epistemologia Construtivista considera-as tão produtoras de conhecimento como as
Ciências do Natural. Este modo de conhecimento foca-se no projecto cognitivo do
sujeito, é um modo de conhecimento projectivo. Tem a vantagem de não isolar o
objecto do sujeito, debruçando-se no projecto cognitivo do sujeito conhecedor.
• O forte suporte empírico das ciências do artificial, a observação intencional dos
comportamentos do fenómeno a conhecer vai permitir o estabelecimento de
numerosas novas ciências ao conceber as disciplinas científicas pelo seu projecto e
não pelo seu objecto, as tecnociências vêm o seu estatuto epistemológico confirmado
e o seu alcance e legitimidade alcançados, o cientista não aplica conhecimentos mas
antes é visto como conceptor de projectos.
Educação, Ciência e Sociedade
• O estudo da origem do conhecimento científico, Epistemologia, também progrediu conjuntamente com a evolução da ciência e do seu discurso, assim, a Epistemologia cede o seu carácter positivista para uma perspectiva de carácter construtivista.
• O Positivismo reflectia na Ciência como objecto de conhecimento que teria como objecto de estudo o conhecimento das entidade e leis existentes no mundo, pela acção da sua actividade científica – A Descoberta.
• O conhecimento aparece como uma abstracção estática. Com o estabelecimento de um carácter Construtivista da Ciência, esta torna-se um projecto de conhecimento de natureza intencional.
• A Ciência da construção humana a partir do real e a actividade científica é invenção. O conhecimento científico surge como uma descrição das transformações observáveis, ou seja, a experiência cognitiva controlada dos fenómenos.
Educação, Ciência e Sociedade
• Esta Epistemologia construtivista desvaloriza o método no seu aspecto absoluto e
rígido havendo assim apenas a necessidade de princípios metodológicos.
• Piaget baseando-se na construção de conhecimentos entre o sujeito e o objecto
repudia o modelo linear que hierarquia os conhecimentos entre disciplinas nobres
como a Matemática e a Física e disciplinas auxiliares (como a Ciências e da
Sociedade) substituindo-o por um modelo cíclico de organização dos conhecimentos
que se regulamentam mutuamente e que se unem às Ciências Lógico-Matemáticas,
que se unem às Ciências Físicas, estas às ciências Biológicas, que se unem às Ciências
Sociopsicológicas e que por sua vez fecham um ciclo com ligação às primeiras
referidas.
• Este esquema teria camadas concêntricas internas correspondendo a mais externa
dita de domínio natural ao contacto com a experiência fenomenológica seguindo-se,
a que corresponde ao domínio conceptual, e por esta ordem as que correspondem
aos níveis do domínio epistemológico interno e do domínio epistemológico derivado,
sendo este último o eixo desta roda das Ciências.
Educação, Ciência e Sociedade
Educação, Ciência e Sociedade
Fig1-Esquema Construtivista
• Le Moigne (1995) propõe um sistema em espiral das Ciências,
esta estrutura a três dimensões descreve metaforicamente uma
“ilha vulcânica” no Mar de Empiria (Experiência) e cujo centro ou
chaminé vulcânica coincide com a episteme (base teórica).
• Neste esquema é possível compreender a multiplicidade das
disciplinas em que se organiza o conhecimento científico como
produto da interacção entre a prática (Empiria) e o à priori
teórico (Episteme) ou entre acção e reflexão.
• As várias Ciências surgem como praias que o investigador
percorre levando grãos de areia de umas praias para as outras
espalhando e fomentando assim a interdisciplinaridade.
Educação, Ciência e Sociedade
Bibliografia e Webgrafia:
• Pereira, D. (2007) Nova Educação na nova Ciência para a nova Sociedade. Porto: Universidade do Porto.
• http://www.citi.pt/educacao_final/trab_final_inteligencia_artificial/epistemologia.html
• http://www.google.pt/search?q=epistemologia&hl=pt-PT&client=firefox-a&hs=GfO&rls=org.mozilla:pt-PT:official&prmd=ivnsb&source=lnt&tbs=ctr:countryPT&cr=countryPT&sa=X&ei=bw9GTbaRMMubhQf55OiMAg&ved=0CAgQpwUoAg
• http://filosofar.blogs.sapo.pt/
Educação, Ciência e Sociedade