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SALVADOR SEXTA-FEIRA 15/5/2020 OPIN IÃO A3

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CAU GOMEZ

José Rodrigues de Souza FilhoGeógrafo, doutor em geologia marinha ecosteira, professor do Departamento deGeografia do Instituto Federal Baiano –IFBaiano e da pós-graduação em gestão deambientes costeiros da Universidade Federalda Bahia – Ufba

E m 2020, os trabalhadores brasilei-ros, sobretudo os que possuem al-gum tipo de deficiência, não tive-

ram motivos para celebrar o 1º de maio,Dia do Trabalho. A lei de cotas (Lei8.213/91), que garante a inserção das PcDsem vagas de médias e grandes empresas,está ameaçada. A inclusão dessas pessoas,principalmente as com deficiência inte-lectual, sempre foi uma luta do movi-mento das Apaes, com avanços impor-tantes. Mas, no final de 2019, o governofederal decidiu propor o Projeto de Lei6.159/19, pelo qual as cotas para pessoascom deficiência deixarão de ser obriga-tórias, caso seja aprovado.

Neste mês marcado pelo Dia do Tra-balho, é fundamental reforçarmos a nos-sa preocupação com a possibilidade deaprovação desse projeto de lei. As pessoascom deficiência ainda encontram bastan-te dificuldade de inserção no mercado detrabalho, barreiras e preconceitos, e a leide cotas é fundamental para minimizaresse processo junto às empresas e à so-ciedade como um todo. Seria um retro-cesso abrir mão de um instrumento tãoimportante para a promoção da inclusãoe melhoria da qualidade de vida dessestrabalhadores.

A própria federação, apesar de ter umnúmero reduzido de colaboradores, temem seu quadro operacional uma pessoacom deficiência intelectual. Daniel Ra-mos dos Santos Júnior é quem recepcionaas pessoas na sede da Feapaes. Seu en-tusiasmo, carisma e alegria são exemplode como essas pessoas podem contribuir,não só pela produtividade, mas pela for-ma como transformam o ambiente detrabalho. Daniel sempre está pronto paranovos conhecimentos e disposto a nosacompanhar em nossa trajetória.

A Lei 8.213/91, conhecida como lei decotas, existe há quase 30 anos e esta-belece que empresas que tenham entre100 e 200 empregados devem destinar 2%das vagas a pessoas com deficiência; nasque têm entre 201 e 500 funcionários, opercentual sobe para 3%; nos empreen-dimentos que contratem entre 501 e1.000 pessoas, a cota é de 4%, chegandoa 5% nas empresas que tenham mais de1.001 empregados.

Já o Projeto de Lei (PL) 6.159/19 pos-sibilita que as empresas troquem o cum-primento das cotas por uma contribuiçãomensal de dois salários mínimos por car-go não preenchido. Uma outra opçãoapresentada no projeto para cumprir ascotas é a união de duas ou mais empresaspara que alcancem conjuntamente o coe-ficiente de contratação previsto na lei. OPL estabelece ainda que “a contratação depessoa com deficiência grave será con-siderada em dobro”. Uma flexibilizaçãoque reflete a falta de interesse públicopara dar vez às pessoas com deficiência,que tanto têm a oferecer à sociedade bra-sileira, sobretudo no que se refere ao res-peito às diferenças.

Narciso BatistaPresidente da Federação das Apaes do Estado daBahia – Feapaes-BA

EDITORIAL Entendimento necessário

Qualidade das praias após pandemia da Covid-19

Lei de cotasameaçada

atarde.com.br/bahia

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Queda de encostaapós construçãoassusta moradores

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Cantora baianarealiza live beneficenteno aniversário

A situação preocupaexaminandos (doEnem) por terem suasrotinas de estudoprejudicadas em razãoda crise sanitária

A polêmica em torno do anúncio da datado Enem (Exame Nacional do Ensino Mé-dio) 2020 é assunto a merecer a atençãodo país. As inscrições estão abertas emmeio à pandemia, cujos efeitos são co-rajosamente minimizados pelos defen-sores de proposta arrojada de enfren-tamento, pois eles mesmos ou seus fa-miliares podem ser os próximos doentes.

O cadastro encontra-se disponível até odia 22: não está em discussão a relevânciado exame, capaz de aprimorar o sistemaeducacional, por substituir o excludentevestibular, ao abrir portal de acesso ge-neroso às universidades.

A dificuldade de entendimento ocorreem relação à data de realização da gran-de prova nacional: parte dos brasileirossegue a toada mundial de pedir medidasprotetivas contra o vírus, enquanto uma

outra, destemida, prefere enfrentar a pes-te com menor receio.

A manutenção do cronograma de rea-lização da prova em novembro se dá ape-sar de, há cerca de dois meses, as aulaspresenciais terem sido suspensas em todoo país por decretos estaduais e muni-cipais, em tensão desesperada para con-ter o vírus mortífero. A situação preocupaexaminandos por terem suas rotinas deestudo prejudicadas em razão da crisesanitária. Embora o ensino a distânciatenha ganhado impulso, a surpresa dapraga não permitiu uma melhor pre-paração dos conteudistas digitais.

Nas redes sociais, estudantes têm se ma-nifestado em vídeos e listas de abaixo-as-sinado pedindo o adiamento da prova,escudando-se na fobia de expor a saúde àaglomeração da sala lotada.

Só o fato de precisar discutir a neces-sidade do adiamento sinaliza o posicio-namento do Brasil no mundo: pelo menos20 outros países já decidiram adiar o equi-valenteaoEnem.Amanutençãodoexamepara novembro seria a prova da repro-vação do país perante a comunidade in-ternacional, mas há quem entenda de so-menos importância a necessidade de pre-servar toda vida como a nota máxima.

A lguns dias após a expansão mun-dial dos anúncios sobre medidasde isolamento social, devido à pan-

demia da Covid-19, começaram a aparecernas redes sociais imagens de áreas for-temente urbanizadas e com alta densi-dade populacional, agora vazias e muitasvezes ocupadas pela fauna livre. Fotos doHimalaia visível a partir dos vilarejos,canais de Veneza com águas cristalinas egolfinhos etc. No Brasil, estão sendo re-latados casos semelhantes em praias daBahia e outros estados.

Em termos turísticos, Salvador se destacanão só pela sua história e cultura, comotambém pelo chamado turismo de “sol,areia e mar”, que tem nas praias seu prin-cipal cartão-postal. Entretanto, algumas

das principais praias turísticas de Salvadorestão interditadas por conta da pandemia,sendo o Porto da Barra um caso icônico,mas nas últimas semanas estamos assis-tindo, via redes sociais, a uma forte di-vulgação de fotos e vídeos de praias so-teropolitanas, trazendo uma paisagem idí-lica da faixa de areia sem pessoas, apenasbarquinhos e ondas ao mar.

Ao que parece, no imaginário popular,a natureza recompôs parte da qualidadede tempos atrás, quando se podia fruircom mais calma e tranquilidade da belezae serviços inerentes a estas paisagens.Tudo isso causou inquietações à socie-dade de modo geral, pois ocorreu algocomo um encantamento angustiante,aquela beleza de praias tão conhecidas,sempre esteve ali, mas sua ocupação semcritérios e limites adequados, bem comoos múltiplos usos que de maneira exaus-tiva, não nos permitiam enxergar a im-portância e a dinâmica inerentes a estesambientes. Além da natureza revelada,surge também a preocupação com os mi-lhares de trabalhadores autônomos, fun-cionários e empresários que dependem

da economia da praia.Apesar de iniciativas positivas da socie-

dade civil, como a criação do Parque Ma-rinho da Barra, pesquisas recentes têmcomprovado os impactos das ações huma-nas sobre o ambiente marinho de Salvador,como, por exemplo, as grandes festas derua que geram não apenas diversão e ren-da, mas também muito lixo, estes em gran-de parte alcançam as nossas praias. Des-tacam-se também a ausência de geren-ciamento costeiro e a identificação físicados limites das praias, pois permite queembarcações se aproximem excessiva-mente da faixa de areia, ampliando a con-taminação por óleo, descarte de resíduos eoutros, além dos riscos de acidentes a ba-nhistas e frequentadores.

Afinal, como podemos contribuir paramelhoria da qualidade ambiental e recrea-cional das nossas praias? Devemos apro-veitar o momento para fortalecer a gestão depraias em âmbito municipal e precisamosmudar a forma de nos relacionar com estesambientes, buscando não a apropriação des-tes espaços e sim usos mais qualificados,harmônicos e equilibrados.

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