Download - Controle Físico-Químico Especificações para Controle Físico-Químico Oficiais Não oficiais
Controle Físico-Químico
Especificações para Controle Físico-Químico
- Oficiais- Não oficiais- Conceitos-Importância-Critério para elaboração e interpretação-Especificações oficiais: principais farmacopéias utilizadas no Brasil e Legislação Anvisa Vigente / Limitações das especificações- Aspectos gerais dos principais itens a considerar no estabelecimento de especificações para matérias-primas e produtos acabados: identificação, pesquisa de impurezas, características FQ, teor e conservação / estabilidade- Principais diferenças entre especificações para o controle de MP e PA. Métodos de separação de constituintes para evitar interferências. Interpretação de especificações
Insumos Farmacêuticos
• Ocupam um lugar estratégico no mercado econômico• É um dos elementos essenciais na cadeia de produção
farmacêutica para assegurar a qualidade dos medicamentos
• O Brasil importa aprox. 1,5 bilhões em insumos farmacêuticos ao ano
• Maiores fontes: Europa, Coréia, Índia e China
• Produtos de qualidade e que atendam as ESPECIFICAÇÕES.
Especificações
O que é especificação?
Onde são empregadas?- CQ- Departamento de compras da empresa / Fornecedores
Qual a sua importância ?
Garantir o atendimento a requisitos qualitativos e quantitativos de qualidade na fabricação de produtos farmacêuticos.
Além das especificações de matérias-primas e produtos acabados,devem existir também especificações relacionadas à água, solventes e reagentes utilizados na produção e nos laboratórios
Como é feita a elaboração de especificações de MP e PA ?
-Monografias farmacopéicas nacionais-Compêndios oficiais – documentos queque estabelecem os requisitos mínimos para a fabricação e o controle da qualidade de medicamentos -Legislações vigentes ( ausência dos demais)
O que fazer caso não seja encontrado monografia oficial de matéria prima, formas farmacêuticas, produtos correlatos ou métodos inscritos na FB IV ??
- RDC 79 ANVISA de 11 abril de 2003
Na ausência de monografia oficial de matéria-prima, formas farmacêuticas, correlatos e métodos geraisinscritos na Farmacopéia Brasileira, poderá ser adotada
monografia oficial, última edição, de um dos seguintes compêndios internacionais:
Compêndios internacionais que podem ser utilizados:
- Farmacopéia Alemã- Farmacopéia Americana ( USP) e Formulário Oficial- Farmacopéia Britânica- Farmacopéia Européia- Farmacopéia Francesa- Farmacopéia Japonesa- Farmacopéia Mexicana
RDC nº 169, de 21 de Agosto de 2006
- Inclusão da Farmacopéia Portuguesa
Compêndio oficial aceito pela ANVISA
RDC nº 37, de 21 de Agosto de 2009- Inclusão da Farmacopéia Internacional (OMS) e
Farmacopéia Argentina na lista de compêndios aceitos pela Agência.
- LEGISLAÇÃO VIGENTE . Trata da admissibilidade das Farmacopéias estrangeiras como referência no controle de qualidade de insumos e produtos farmacêuticos,
Portanto são aceitos :
- Farmacopéia Alemã- Farmacopéia Americana (USP) e Formulário Oficial- F Britânica- Européia- Francesa- Japonesa- Mexicana- Argentina - Farmacopéia Internacional (OMS)
O que fazer caso não seja encontrada nenhuma informação
em compêndios oficiais?
- Legislações Vigentes- Catálogos de fabricantes / fornecedores
Farmacopéia Brasileira
A Farmacopéia Brasileira é o Código Oficial Farmacêutico do País, onde se estabelecem, dentre outras coisas, os requisitos mínimos de qualidade para fármacos, insumos, drogas vegetais, medicamentos e produtos para a saúde.
Como é elaborada a Farmacopéia Brasileira?
É elaborada em parceria com universidades credenciadas e homologada pela Comissão da Farmacopéia Brasileira (CFB), uma comissão oficial nomeada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Qual a relação entre Farmacopéia e a ANVISA
A FB faz parte da ANVISA
Qual é a função das Farmacopéias?
De um modo geral, a função de uma farmacopéia é estabelecer os requisitos de qualidade que os medicamentos, fármacos, drogas vegetais, insumos e produtos para saúde devem obrigatoriamente obedecer.
OUTRAS FUNÇÕES: produção e certificação de substâncias químicas de referência SQR e padrões,
Comitê Técnico de trabalho (CTT)-São grupos de “experts” em áreas específicas de conhecimento, que fazem parte da Farmacopéia Brasileira e desenvolvem trabalhos direcionados. Os CTTs são subordinadas à Comissão da Farmacopéia Brasileira.
Histórico•A primeira farmacopéia Brasileira foi publicada em 1929 e a última teve início em 1988. Esta saiu em fascículos, nos anos de 1996, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2005, todas em vigor.
Farmacopéia Brasileira Vigente : 4ª Edição de 1988
Farmacopéia Americana ( USP 32 Vigente)
- Mais completa no que diz respeito aos métodos gerais e número de monografias.
Elaborada e revista por comissão (membros de empresa, laboratórios de pesquisa, universidades e intercâmbio com a Food and Drug (FDA) e associação de indústrias farmacêuticas
-Destaque para produção e distribuição de padrões de referência.
-Críticas: excesso de metodologias de doseamento por HPLC e dependência exagerada de padrões
Especificação técnica de Matéria – Prima
Matéria – prima: qualquer substância ativa ou não ativa utilizada na produção de produtos farmacêuticos.
Especificação de MP: É um documento que descreve as características / atributos que determinada matéria - prima deve atender para a fabricação de produtos farmacêuticos.
Observação : As MP compradas devem atender a FB IV
Quais as informações que devem constar numaespecificação?
Requisitos que devem constar na especificação de Matéria– prima :
Nome Denominação Comum Brasileira (DCB): nome do fármaco ou princípio farmacologicamente ativo aprovado pelo órgão federal responsável pela vigilância sanitária.
Denominação Comum Internacional (DCI): nome do fármaco ou princípio farmacologicamente ativo aprovado pela Organização Mundial da Saúde.
- No caso de matéria-prima vegetal - nome popular, nome científico, parte da planta utilizada;
- Código da matéria-prima
- Descrição qualitativa e quantitativa com os respectivos limites de aceitação
- Referências, se existir, da monografia farmacopéica.
• Outros dados que podem ser adicionados:
- Ensaios de qualidade.- Referência de metodologias de análises utilizadas- Condições de armazenamento e cuidados com o produto- Data de emissão, número da revisão do documento e
espaço determinado para assinaturas
Exemplo: LOGOTIPO DA EMPRESA
Nome : Fluconazol Código interno: 6161
Descrição do produto (forma, odor e cor) : Pó branco, inodoro.
Solubilidade: Pouco solúvel em água, facilmente solúvel em etanol
Faixa de fusão: 138 ºC a 140 ºC
Ensaios de Pureza:Cloretos : Máx. 0,035% ( 350 ppm)Sulfatos: Máx. 0,1%( 1000 ppm)Metais pesados: Máx. 0,0025% ( 25 ppm)Ferro: Máx. 0,0025% ( 25 ppm)
• Perda por dessecação: Máx. 0,5 %
• Cinzas Sulfatadas: Máx. 0,2 %
• Doseamento: 98,0 % a 101,0%
• Contagem total de bactérias: xx UFC/mL
• Contagem total de fungos e leveduras: xx UFC/mL
• S. aureus: Ausente em 1g• E.coli: Ausente em 1g• P.Aeruginosa: Ausente em 1g• Salmonella sp : Ausente em 1g
Métodos de análise : FQ-003 / FQ 037 / MIC 002/ MIC 005
Referência: Farmacopéia Brasileira 4ª edição (1988)
Condições de armazenamento:--------------------------------------
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Elaborado por Aprovado por
Data de emissão : 27/08/2007 2ª Revisão
LOGOTIPO DA EMPRESA
Nome : FENITOÍNA Código: 1234• Caracteres físicos: Pó cristalino branco ou quase branco (FB
IV)• Solubilidade: Praticamente insolúvel em água, solúvel em
etanol quente,..... (FB IV)• Faixa de fusão: 295 ºC a 298 ºC (FB IV)• Identificação: A, B, C e D (FB IV)• Ensaios de pureza:
» Acidez ou alcalinidade: Titulação (FB IV)» Substâncias relacionadas: CCD (FB IV)» Metais pesados: Máx. 1 ppm (FB IV)» Perda por dessecação: No máximo 0,5% (FB IV)» Cinzas sulfatadas: No máximo 0,1% (FB IV)
• Doseamento: 98,0% a 102,0% (FB IV)
LOGOTIPO DA EMPRESA
Nome : FENITOÍNA Código: 1234• Caracteres físicos: Pó cristalino branco ou quase branco (FB IV)• Solubilidade: Praticamente insolúvel em água, solúvel em etanol
quente (FB IV)• Faixa de fusão: 295 ºC a 298 ºC (FB IV) (Cerca de 296 ºC com
decomposição FJ 15)• Ensaios de pureza:
» Acidez ou alcalinidade: Titulação (FB IV)» Substâncias relacionadas: CCD (FB IV)» Metais pesados: Máx. 1 ppm (FB IV) (Máx. 20 ppm FJ
15)» Perda por dessecação: No máximo 0,5% (FB IV)» Cinzas sulfatadas: No máximo 0,1% (FB IV)
• Doseamento: 98,0% a 102,0% (FB IV) (Mínimo 99 % FJ 15)
LOGOTIPO DA EMPRESA
Nome : FENITOÍNA Código: 1234
Caracteres físicos: Pó cristalino branco ou quase branco (FB IV)Solubilidade: Praticamente insolúvel em água, solúvel em etanol quente,..... (FB IV)Faixa de fusão: Cerca de 296 ºC com decomposição (FJ 15)Ensaios de pureza:
Acidez ou alcalinidade: Titulação (FB IV)Substâncias relacionadas: CCD (FB IV)Metais pesados: Máx. 20 ppm (FJ 15)Perda por dessecação: No máximo 0,5% (FB IV)Cinzas sulfatadas: No máximo 0,1% (FB IV)
Doseamento: Mínimo 99 % (FJ 15)
Vetado
LOGOTIPO DA EMPRESA
Nome : FENITOÍNA Código: 1234
Caracteres físicos: Pó ou grânulos cristalinos brancos ou quase brancos (FB IV, FJ 15)Solubilidade: Praticamente insolúvel em água, solúvel em etanol quente,..... (FB IV, FJ 15)Faixa de fusão: 295 ºC a 298 ºC com decomposição (FB IV, FJ 15)Identificação: A, B, C e D (FB IV, FJ 15)Ensaios de pureza:
Cor da solução: (FJ 15)Acidez ou alcalinidade: Titulação (FB IV, FJ 15)Substâncias relacionadas: CCD (FB IV)Cloretos: Máx. 75 ppm (FJ 15)Metais pesados: Máx. 20 ppm (FJ 15)Perda por dessecação: No máximo 0,5% (FB IV, FJ 15)Cinzas sulfatadas: No máximo 0,1% (FB IV)Resíduo por ignição: Máximo 0,1 % (FJ 15)
Doseamento: Mínimo 99 % (FJ 15)
Vetado
Quando não existe monografia em nenhuma farmacopéia?- Excipientes de formulação
Contato com o Fornecedor
Cumprir os testes realizados pelo fornecedor garante que se utilizará a MP sempre com a mesma qualidade
Laudo do Fornecedor
Produto: Essência de mostarda Lote: xxx Fabric.: xxx Validade: xxx
Ensaio Limite de aceitação Resultado
Aspecto Líquido límpido De acordo
Densidade 0,98 g/L a 1,08 g/L 1,03 g/L
Índice de refração 1,1234 a 1,1237 1,1235
Especificação técnica da Essência de mostarda, código 6162
Ensaio Limite de aceitação
Aspecto Líquido límpido
Densidade 0,98 g/L a 1,08 g/L
Índice de refração 1,1234 a 1,1237
Laudo de Análise - MP
• Laudo de Análise - MP • a) nome do fornecedor;• b) endereço;• c) telefone;• d) C.N.P.J.;• e) nome do Insumo Farmacêutico (DCB, DCI e CAS), nesta
ordem, quando possível;• f) no caso de matéria-prima vegetal - nome popular, nome
científico, parte da planta utilizada;
• g) quantidade e sua respectiva unidade de medida;
• h) número do lote;
• i) data de fabricação;
• j) prazo de validade;
• k) condições especiais de armazenamento e observações pertinentes, quando aplicável;
• l) data de fracionamento do insumo, quando couber;
• m) nome do Responsável Técnico e seu registro no Conselho Profissional correspondente;
• n) origem, com indicação do fabricante.
Especificações de produtos terminados / acabados
Especificação de Produto acabado: Documento que descreve as características que devem atender os produtos farmacêuticos obtidos durante a fabricação
As especificações devem constar:
- Nome genérico do produto e marca ou denominação comercial, quando for o caso
- Nome do Princípio ativo com respectivas DCI ou DCB- Fórmula ou referência a mesma- Forma farmacêutica- Descrição da embalagem - Requisitos qualitativos e quantitativos e seus limites de aceitação- Referências de ensaios de CQ
- Condições de armazenamento- Prazo de validade- Data de emissão, número da revisão do documento e
espaço determinado para assinaturas
Especificação de PA
Logotipo da empresa
Nome: Solução XXX Código interno: 9191
Forma farmacêutica: solução oral
Apresentação: frasco de 100 mL
Referência: geralmente é especificação interna a menos
que o produto seja farmacopéico
Aspecto da formulação: líquido límpido a levemente turvo,
podendo apresentar precipitação, odor característico.
• Aspecto da embalagem: Apresenta-se em frasco de vidro âmbar, com tampa rosca branca, rotulado, sendo que o rótulo deve estar alinhado ao frasco e com a marcação de lote e validade legíveis, o frasco deve estar limpo, sem apresentar resíduos de processo.
• Estanquiedade: após 2 a 4 h embocado o produto não deve apresentar sinais de vazamentos.
• Volume: método V.1.2 FB IV (cumpre teste)• pH: x a y• Identificação e doseamento dos ativos: X a Z • Ensaios microbiológicos: contagem de bactérias e
fungos e pesquisa de patógenos• Determinação dos produtos de degradação: se
aplicável
• Forma farmacêutica: cápsulas• Apresentação: blister 04 cápsulas• Referência: Especificação interna
• Aspecto das cápsulas: cápsulas com corpo o e cabeça transparentes, polidas e livres de sujidades provenientes do processo (pó).
• Cor do líquido: amarelo límpido• Aspecto da embalagem: Apresenta-se em blister de
alumínio e PVC contendo 4 comprimidos cada, com a marcação de lote e validade legíveis. O blister deve estar limpo, sem apresentar resíduos de processo ou rebarbas.
Logotipo da empresaNome: Cápsulas XLC Código interno: 8542
Vedação: imersão em líquido corado.
Desintegração: o comprimido deve se desintegrar em no máximo X minutos (método V.1.4.1 FB IV)Dissolução: x % do ativo deve se dissolver no meio em x minutos
Peso: V.1.1 FB IV (cumpre teste)
Doseamento dos ativos (fitoterápicos: marcadores ou grupo fitoquímico)
Determinação dos produtos de degradação: se aplicável
Especificação e metodologias para controle em processo
Exemplos.:
- Avaliação da formulação (doseamento dos ativos) paraliberação para envase, encapsulamento ou compressão)
- Determinação de umidade em granulados
- Acompanhamento de volume, peso, dureza, friabilidadedurante as etapas de envase, encapsulamento ou
compressão• Essa especificação e método do análise pode ou
não fazer parte do mesmo documentos de especificação de produto terminado
Padrões de referência
Para atestar o atendimento as especificações estabelecidas, faz-se necessário o emprego de padrões de referência.
Padrões de referência: São substâncias com elevado teor de pureza, que podem estar disponíveis sob a forma de padrões oficiais de referência.
Os padrões oficiais são fornecidos por comissões especializadas, como Farmacopéia Brasileira e Americana
Especificação técnica X Metodologia de análise
• Especificação técnica: Estabelece os limites de aceitação e referencia as metodologias utilizadas.
• Metodologia de análise: descreve como proceder os ensaios.
Padrões de referência
Todos os padrões de referência devem ser guardados e utilizados de maneira que não tenham sua qualidade afetada.
Rótulos e documentos de padrão de referência: deve indicar a concentração, data de fabricação, data de validade e data em que o padrão foi aberto, condições de armazenamento.