Transcript
Page 1: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

II Encontro Nacional da Rede Alfredo de CarvalhoFlorianópolis, de 15 a 17 de abril de 2004

GT História da Mídia SonoraCoordenação: Prof. Ana Baum (UFF)

Page 2: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

CAROS OUVINTES : Os 60 anos do Rádio em Florianópolis

Antunes Severo1

RESUMO

Este texto fala do tema do livro Caros Ouvintes – Os 60 anos do Rádio em Florianópolis que está sendo escrito pelos radialistas Antunes Severo e Ricardo Medeiros.

Palavras chave: Reportagem, história, radiodifusão.

INTRODUÇÃO

O serviço de radiodifusão em Florianópolis começa na fase áurea da radiofonia brasileira. É o tempo do rádio empresarial e dos grandes espetáculos artísticos e musicais. É também o rádio que ainda conserva a ingenuidade e o romantismo da década de 1920, com os programas literários, os concertos, o teatro, as crônicas e as dedicatórias musicais. Enfim, a ternura que vem da alma de quem faz e de quem ouve o mais íntimo e envolvente meio de comunicação moderno.

Mil novecentos e quarenta marca o início da Era de Ouro da radiodifusão no Brasil, um misto de sonho artístico alimentado pelos interesses de dominação política de um governo ditatorial e sustentado pelas verbas publicitárias da primeira geração de multinacionais que aqui chegaram, como Nestlé, Palmolive, Sidney Ross e Esso, entre outras.

O sonho de Roquette-Pinto – do rádio-escola, educação e cultura - morre em 1932 com a liberação da propaganda comercial nas emissoras de rádio. Mas, o rádio mesmo servindo fundamentalmente a outros ideais, cresce em audiência e importância porque se identifica com a realidade social e com os anseios e fantasias dos ouvintes.

Este é o tema do livro Caros Ouvintes – Os 60 anos do Rádio em Florianópolis a ser lançado em dois volumes em setembro próximo. Trata-se de uma obra de valor histórico, bibliográfico e afetivo, contando o cotidiano da cidade, ao som das músicas, notícias e programas, trazidos de volta, década por década, com as situações, fatos e personagens que moldaram o imaginário de várias gerações.

Caros Ouvintes – Os 60 anos do Rádio em Florianópolis, é a memória recuperada de um dos mais importantes meios de comunicação, fruto de pesquisa cuidadosa e cientificamente qualificada. Apresenta como pano de fundo o dia-a-dia de Florianópolis dos anos 40, a história das emissoras, os relatos e detalhes da programação, as figuras de destaque, as lembranças de ouvintes e os fatos marcantes mediados pelo rádio.1 Profissional de comunicação, professor de marketing, Mestre em Administração na área de Gestão Estratégica das Organizações pela UDESC, 2001.

2

Page 3: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

O livro enriquecido por três CDs, trará a produção em áudio de trechos de depoimentos de personalidades que fizeram a historia do rádio, e de programas noticiosos, esportivos, musicais, de variedades, novelas e auditório, além dos principais comerciais, em forma de spots e jingles da época. Caros Ouvintes cobrirá no primeiro volume os anos de 1940, 1950 e 1960. E no segundo, sem data de lançamento ainda prevista, relatará o que aconteceu no rádio em Florianópolis a partir de 1970 até 2003.

UM POUCO DE HISTÓRIA

Florianópolis, na primeira metade do século XX é uma cidade marcada pelo isolamento. Glauco Carneiro se refere ao fato assinalando que “Em 1900, o município aparecia com 32.220 habitantes e, em 1920, com 41.338. E em trinta anos, até 1950, o aumento registrado foi de apenas 10.000 habitantes, demonstrando como o município custou a crescer em população, por razões decorrentes do isolamento da ilha e do litoral em relação ao interior do Estado”.

Na pesquisa realizada para Caros Ouvintes, depois de se referir ao “dolce far niente” em que vivia a cidade, Celestino Sachet registra que o sábado, 24 de fevereiro de 1940 pode ser marcado como o primeiro passo para a instalação de uma emissora de rádio na Capital. Nessa data o jornal A Gazeta publica matéria anunciando a transmissão do jogo entre brasileiros e argentinos, em disputa da Copa Roca, no Parque Antártica, em São Paulo. A promoção é do próprio jornal e da firma Gerher e Cia, representante dos rádios Philips e se constitui na colocação de aparelhos receptores nos pontos centrais da cidade.

Em setembro desse mesmo ano de 1940, nasce a possibilidade de ser instalada em Florianópolis, uma estação radiodifusora com o compromisso de ser uma das maiores e mais modernas do Brasil. A estação, segundo a notícia do jornal, terá as seguintes características técnicas: raio mínimo de ação, 1.000 quilômetros; potência de 2.000 watts na antena; com multiplicação de modulação AM para até oito mil watts e freqüência de trabalho em 1.420 quilociclos.

A concessão pertence à Radiodifusão Brasileira S.A e a montagem e instalação estão a cargo da Sociedade Técnica Paulista Ltda, firma brasileira, especializada no assunto que já implantara na Capital os transmissores e rádio-faróis da VASP e da Base de Aviação Naval.

Para um entendimento com as autoridades civis e militares do Estado e escolha do local da instalação dos estúdios e transmissores, estiveram na Capital, o diretor-presidente da Radiodifusão Brasileira, J. C. Matos Penteado e Itajibe Santiago, diretor da Sociedade Técnica Paulista Ltda. O gerente escolhido da Rádio Difusora de Florianópolis é Guilherme Stagnet. A inauguração da primeira emissora de rádio da Capital ocorrerá dentro de 120 dias. Mas a notícia da inauguração morreu nas páginas não escritas da história do rádio em Florianópolis, embora em 21 de maio de 1941, A Gazeta noticiasse que fora autorizado o funcionamento da nova emissora.

3

Page 4: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

Na prática as coisas aconteceram em outro ritmo. A primeira emissora da Capital, a Rádio Guarujá foi ao ar clandestinamente no primeiro semestre de 1943. Com o fato consumado o seu idealizador, Ivo Serrão Vieira, conseguiu sensibilizar o interventor Nereu Ramos a legalizar o funcionamento da emissora. Isso foi possível porque a concessão já existente, mencionada na reportagem de A Gazeta, não havia sido instalada no prazo previsto que era de dois anos. Portanto, a Radiodifusão Brasileira S.A. havia perdido o direito de concessão.

A VOZ DO POSTE

A concessão de um canal de rádio AM em Florianópolis para o visionário Ivo Serrão Vieira cai, na verdade, como prêmio ao seu desprendimento, ousadia e tenacidade. Esta história é contada em reportagem no site da Famecos da PUC de Porto Alegre que revive assim a senda trilhada.

Em 1943, com destino incerto, Serrão Vieira decide acompanhar os pais na mudança para Florianópolis. Chegando lá, percebe que a cidade não possui uma emissora própria de rádio. Faz sociedade com dois amigos de Porto Alegre. Arrecada o dinheiro necessário para comprar equipamentos e com a ajuda de seu tio Rogério Vieira, que era prefeito da capital catarinense, consegue, com facilidade, a licença para instalar alto-falantes nos postes da rua principal da cidade. Em 14 de maio de 1943, Serrão Vieira inaugura o Serviço de Alto-Falantes Guarujá Ltda, também conhecido como “A Voz do Poste”.

O projeto obtém sucesso de imediato entre os moradores. Um barbeiro muito influente trata de divulgar a novidade entre seus ilustres clientes, sendo um deles o governador do Estado, Nereu Ramos. O comandante do Aero Clube de Santa Catarina e chefe da Casa Militar, capitão Asteróide, torna-se grande incentivador da Guarujá.

A amizade com o capitão Asteróide resulta em uma audiência com o governador Nereu Ramos, que já ouvira do barbeiro comentários sobre a Guarujá. Contudo, Serrão Vieira não encontra o governador num bom dia. Nereu Ramos nem o cumprimenta e logo após ouvir seus argumentos, afirma que só apoiaria uma estação de 50 Kw. E acrescenta: "Ademais, se eu tivesse sido ouvido, o Senhor não teria instalado essas bocas de jacaré por aí, atormentando quem passa na rua".

Serrão não desiste. Coloca "A Voz do Poste", clandestinamente, no ar. No dia da despedida da Força Expedicionária Brasileira, pede a instalação de uma linha telefônica no palanque oficial e transmite de lá, ao lado do governador, o acontecimento. No dia seguinte, Nereu Ramos o nomeia locutor oficial do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda, cargo que até aquele momento não havia sido criado. Agora, Serrão Vieira é funcionário público, sem prestar concurso, como seus irmãos haviam feito (Ney e Ruy eram funcionários do Banco do Brasil).

Quatro meses depois, em 1944, Serrão é chamado ao palácio pelo governador que lhe diz: "O senhor embarca para o Rio de Janeiro amanhã. O doutor Getúlio Vargas vai assinar um decreto considerando caduca uma concessão que o senhor Assis Chateaubriand tem para montar uma rádio em Florianópolis e nunca o fez, e uma semana depois ele vai assinar

4

Page 5: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

um decreto concedendo a Rádio Guarujá Ltda, um canal de radiodifusão com mil watts de potência". Tudo aconteceu exatamente como ele dissera.

Três anos depois, Serrão Vieira sente-se limitado profissionalmente em Florianópolis, vende sua parte para os outros sócios e volta para Porto Alegre.

Esse depoimento de Serrão Vieira deve ser complementado com os dados do relatório apresentado ao Conselho Fiscal da empresa pelo então diretor Ivo Serrão Vieira em 30 de abril de 1948. Segundo pesquisa do jornalista Luiz Henrique Tancredo para o livro Caros Ouvintes, o serviço de alto-falantes Guarujá fundado (data da constituição da firma) em 15 de fevereiro de 1943 foi sucedido pela firma Sociedade Rádio Guarujá Limitada, para fins de serviço de radiodifusão, em 24 de julho de 1945. Nessa transformação modifica-se a situação acionária da empresa permanecendo apenas Ivo Serrão Vieira dos sócios iniciais e incluindo-se os novos sócios Ney Serrão Vieira, Ruy Serrão Vieira, João Machado da Rosa, Flávio Ferrari, Pedro Lopes Vieira, Oswaldo Goulart, Ruben Lyra, Walter Lange Júnior e Epaminondas dos Santos Júnior. DOMÍNIO POLÍTICO

De empresa comercial, sem vinculações político-partidárias a Rádio Guarujá, ainda operando sem licença formal, passa às mãos do grupo político liderado por Aderbal Ramos da Silva que leva o empreendimento à realização do sonho de ter um canal funcionando legalmente em Florianópolis. Em 22 de janeiro de 1946 é registrada na Junta Comercial nova alteração contratual (nº 6.750), através da qual se oficializava a admissão de novos sócios: Aderbal Ramos da Silva, Rogério Vieira, José Durval de Souza e Silva, Fabrício Maia Moreira e Altino Vieira. O capital foi elevado de Cr$ 9.000,00 para Cr$ 500.000,00.

Com a mudança, Ivo Serrão Vieira assume o cargo de diretor geral da rádio em primeiro de fevereiro de 1946. Durante vários meses de 1946 Serrão também é responsável pela direção artística e pelo setor comercial, além de cuidar dos trabalhos da direção técnica. Em síntese, faz quase tudo. Com a chegada de Ney Serrão, este assume a direção comercial atuando igualmente nas demais áreas da emissora, notadamente na parte artística e na redação e organização de programas, colaborando ainda, nos serviços de locução.

A nova direção começa fixando metas prioritárias para a empresa: a construção de um prédio para instalação dos transmissores e a compra do aparelhamento de transmissão. Faz convênio com a Prefeitura para instalar os transmissores na cabeceira insular da ponte Hercílio Luz e parte para aquisição do equipamento. Aderbal Ramos da Silva financia as compras demonstrando ser o sócio majoritário. Instalados os novos transmissores, iniciam-se as irradiações experimentais, até que se efetue a necessária vistoria do Departamento de Telégrafos, quando a emissora passa a irradiar em caráter definitivo, operando em 1.420 kilociclos com o prefixo ZYJ-7. Surge o primeiro grande obstáculo, não havia energia suficiente para a emissora operar conforme a licença. Resultado: a empresa teve que investir na aquisição de geradores próprios.

5

Page 6: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

Com a área comercial dirigida por Ney Serrão Vieira e o setor de publicidade chefiado por João Machado da Rosa, começam a surgir desde logo contratos de propaganda vindos do comércio local, do interior e de fora do Estado. A Rádio Guarujá permanece sem concorrência local até quase o final do primeiro semestre de 1954. Nesse tempo a emissora se firma como meio de comunicação interativa, cria estilo, revela valores artísticos e profissionais nas áreas da música, do radioteatro, do radiojornalismo, dos esportes e nos divertimentos. Alguns dos seus astros e estrelas se destacam nacionalmente como Maria Alice Barreto e Mozart Regis, o Pituca. A emissora firma-se como porta-voz político da família Ramos, sendo hoje capitaneada pela empresária Sílvia Hoepeck da Silva, filha de Aderbal Ramos da Silva e mantém-se como fiel escudeira das tradições da capital catarinense.

CHEGA A CONCORRÊNCIA

A tranqüilidade bucólica da época, entretanto, chega ao seu final. A década de 1950 é sacudida por acontecimentos profundos na vida do país e isso se reflete na província. Getúlio Vargas deposto em 1945, volta à presidência da república em 1951 e suicida-se em 1954. O vice Café Filho abre ainda mais as portas do Brasil ao capital estrangeiro. Aderbal Ramos da Silva, sucessor de Nereu Ramos, perde o governo para o udenista Irineu Bornhausen que passa a governar em 1951, quebrando uma longa hegemonia da família Ramos na liderança do poder político no estado.

Irineu no poder cuida logo de criar o seu arsenal de comunicação. Através de um grupo formado por parentes e correligionários cria a empresa Diário da Manhã Limitada. Os sócios fundadores são Hercília Luz, Paulo Konder Bornhausen, Eduardo Santos Lins, Acary Silva e Antônio Carlos Konder Reis. O objetivo da sociedade é “a aquisição e exploração comercial do jornal Diário da Manhã e Gráfica Diário da Manhã, situados nesta cidade e ainda a instalação e exploração comercial de uma estação radiodifusora, a qual deverá se denominar Rádio Difusora Diário da Manhã ou terá outra denominação dependendo da vontade dos fundadores da presente sociedade”. O contrato está registrado na Junta Comercial do Estado de Santa Catarina com data de primeiro de agosto de 1952, conforme certidão fornecida, em 25 de julho de 2003.

A Rádio Diário da Manhã nasce como parte de uma estratégia política. Além das suas obrigações de empresa comercial, deve dar cobertura, apoio e incentivo aos projetos políticos das lideranças da UDN, a União Democrática Nacional. Diferente da Rádio Guarujá que começa como um empreendimento meramente comercial e depois é adquirida pelo grupo político do PSD, o Partido Social Democrático.

A emissora do grupo Konder Bornhausen, entretanto, só é instalada no final de 1954. No ano de 1954, porém, corre por fora um outro projeto de emissora de rádio para a Capital. O médico J.J. Barreto que goza de largo prestígio na cidade como uma das grandes figuras humanitárias locais, consegue sensibilizar um amigo deputado federal para que o ajude a conseguir a necessária licença. Com a confirmação da ajuda, Barreto conquista

6

Page 7: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

outros dois aliados: o radiotécnico Walter Lange Júnior e o radialista Hélio Kersten Silva. Walter, além do conhecimento técnico em eletrônica, vem com a experiência de haver construído o primeiro transmissor da Rádio Guarujá e Hélio traz o conhecimento de vendas e programação adquiridos nos primeiros tempos da mesma Guarujá. Barreto foi simples e direto: “Vamos instalar a rádio aqui no porão do meu consultório. E tem mais, nós vamos entrar no ar antes da Diário da Manhã”. Walter Lange passa a trabalhar direto na construção do pequeno transmissor e Hélio articula os recursos para ter uma programação pronta em tempo recorde. Segundo Lange, em meados de agosto o sinal da nova emissora entra no ar em caráter experimental. De acordo com o hoje advogado Ivilton Barreto dos Santos que acompanhou a instalação da emissora a “rádio foi ao ar no dia 13 de agosto de 1954, uma sexta-feira e nossa primeira grande cobertura foi do suicídio do presidente Getúlio Vargas, no dia 25 de agosto, uma quarta-feira”. Assim começa a história da rádio que concluída a fase experimental passa a operar com 500 watts de potência, na freqüência de 1.110 kilociclos com o prefixo ZYT-25.

O sonho de Barreto é bem maior. Ele quer ser o líder de uma rede de comunicação identificada como “Organizações JJ Barreto”. Além de jornal e rádio outros empreendimentos deveriam surgir. Carisma é o que não lhe falta. Nilson Mello, na primeira e única edição da revista O Rádio Catarinense, de 1957, assim se refere ao empreendedor: “Quando um desgraçado qualquer necessita de um leito num hospital, procura o número um dos humildes; quando um ‘pequeno’ deseja seguir a carreira no rádio (...) encontra o apoio nesse mesmo homem. (...) Com sua modesta, porém, bem ouvida Rádio Anita Garibaldi, o Dr. JJ Barreto coloca-se à dianteira das maiores iniciativas e dos maiores problemas da humanidade”.

A instalação da Rádio Diário da Manhã dá-se somente no final do ano de 1954 e a operação comercial começa em 31 de janeiro de 1955. Em julho de 1955 a emissora passa a operar o canal de ondas curtas na freqüência de 9.675 quilociclos, na faixa de 31 metros e com 10.000 watts de potência. A Rádio Diário a Manhã, lastreada pelos recursos financeiros supostos por sua origem, teve um outro grande handicap: o luminoso espírito empreendedor de Francisco Mascarenhas. Chiquito que nasceu com o rádio no sangue, que viveu a experiência da criação da Rádio São Francisco, não poupou energia e entusiasmo na implantação da nova emissora. Buscou os equipamentos de última geração e reuniu profissionais de renome nacional para tocar a emissora. É o caso do locutor Souza Miranda que trabalhava na Rádio Difusora de São Paulo e dos nomes mais famosos do rádio local como Maria Alice Barreto, Carminatti Júnior, Ciro Barreto e Gustavo Neves, entre outros. A essas três emissoras juntam-se mais duas no final da década de 50 e de outra no início dos anos sessenta. Com dois detalhes curiosos: a Rádio Jornal A Verdade não é de Florianópolis e a Rádio Jurerê teve duração efêmera, dois anos se tanto. Já a Rádio Santa Catarina “herdou” o canal da Rádio Jurerê.

A Rádio Jornal A Verdade pertence ao vizinho município de São José de acordo com outorga a que se refere a Portaria MVOP no 887, de 28 de novembro de 1957. Mas, o concessionário, jornalista Manoel de Menezes que também dirigia o jornal A Verdade de

7

Page 8: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

Florianópolis, instalou os estúdios da emissora na mesma sede à rua Conselheiro Mafra, num prédio de dois andares de propriedade de Kíria Katsipis.

A emissora tem a “cara do dono”, parafraseando a RCA Victor, primeira indústria a produzir equipamentos de reprodução sonora quando lançou com a foto de um cão o slogan “a voz do dono”. Raul Caldas Filho, referindo-se ao lançamento do livro Retalhos do Tempo de Manoel de Menezes, em 1997, assim retratou o dono da Rádio Jornal A Verdade: “Manoel de Menezes ex-jornaleiro, ex-tintureiro, ex-garçon de confeitaria, ex-ciclista (‘o único cara que eu venci até hoje foi o Pituca, que pesava 36 quilos’), ex-candidato a Prefeito (autor da célebre frase: ‘Dormi como prefeito e acordei como um palhaço’), ex-deputado estadual (cassado, ‘Por quê? Alegaram falta de decoro parlamentar’) e, antes de tudo, jornalista (fundador e principal redator de A Verdade), e radialista, produtor e apresentador do famoso programa (‘Mesa Quadrada’), além de figura folclórica e controvertida, na ilha e também (para as novas gerações) pai do Cacau Menezes”.

Vem a seguir a Rádio Jurerê. O então deputado estadual petebista Elias Adaime, visando o fortalecimento de sua carreira política e pensando numa vaga de deputado fedeeral, consegue a liberação de um canal em onda média para instalação da Rádio Jurerê. Por não ser “do meio” contrata dois experientes radialistas que trabalhavam na Rádio Anita Garibaldi: Lourdes Silva e José Mauro. Ela locutora, produtora e com experiência comercial e ele um excelente “tocador de rádio”, o profissional que faz as coisas acontecerem no dia-a-dia da emissora.

A Rádio Jurerê nasce com o sonho de ser o “Consórcio Catarinense de Rádio-Difusão”, a partir de uma emissora AM em ondas médias com 10.000 watts de potência em Florianópolis, transmitindo em 900 kcs. O propósito é comandar uma “rede de emissoras do interior, num total de cinco: Rádio Emissora de Joaçaba, em 800 kcs, Rádio Barriga Verde de Canoinhas, em 1.350 kcs, Rádio Barriga Verde de Tubarão, em 1.300 kcs e Rádio Barriga Verde de Palhoça, em 630 kcs”. A rádio, porém, não consegue decolar. Entrou no ar em nove de dezembro de 1957 e por falta de recursos financeiros em menos de dois anos não existia mais.

Esse mesmo canal, em 24 de janeiro de 1962, passa às mãos do deputado udenista Aroldo Carvalho. Aroldo por ser político com mandato não podia ter a emissora em seu nome. Assim como já agira em Canoinhas, sua terra natal, usa de familiares e amigos para figurarem como “donos” do negócio. AS PEQUENAS VÊM PARA SACUDIR O MERCADO

A Rádio Guarujá, desde o início mantém certo ar conservador que se reflete na estrutura da programação, no tipo de programas que vão ao ar e na maneira como esses programas são apresentados. Para os estudiosos da história política do Brasil, fica fácil identificar esse comportamento com a filosofia do “saudoso” Partido Social Democrático. Já a Rádio Diário da Manhã se apresenta “libertária” nos moldes da “extinta” União

8

Page 9: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

Democrática Nacional. Mas, ambas sempre agem de forma “comportada”: mantêm-se fiéis às tradições e costumes ao mesmo tempo em que se mostram contrárias na maneira de divergir “no como fazer”.

Por seu turno, as rádios Anita Garibaldi e Jornal A Verdade, embora oriundas da mesma fonte de poder, portam-se como “livres atiradoras”, dizendo-se em defesa dos interesses da comunidade e não das “oligarquias” reinantes (famílias Ramos e Konder Bornhausen).

Dessa dicotomia, por volta de 1958, resulta um “prato feito” para a conquista de audiência que chegou a balançar os alicerces das duas grandes: Guarujá e Diário da Manhã.

O horário do meio dia, que é audiência cativa da Guarujá e Diário da Manhã com os programas políticos alimentados pelos irmãos Rubens e Jaime de Arruda Ramos – um defendendo o PSD e o outro a UDN – passa a ter a concorrência seríssima representada pelo despautério das lutas verbais travadas entre Manoel de Menezes da Rádio Jornal A Verdade com JJ Barreto da Rádio Anita Garibaldi.

O desafio chega a tal nível que Manoel de Menezes se elege deputado estadual e concorre com muita chance de se eleger ao cargo de prefeito de Florianópolis, embora não tenha sido eleito. Mesmo assim o dublê de jornalista e político representa um sério “perigo” para o establishment, por isso é cassado e preso. JJ Barreto livra-se desse constrangimento por ser mais comedido e ter ficado nos limites dos interesses comerciais de sua emissora.

A Rádio Santa Catarina surge em 1962 com a bandeira de que “é preciso mudar”. O udenista, Aroldo Carvalho, deputado Federal, sonha com uma candidatura ao governo do Estado de Santa Catarina. Para isso conta com sua emissora Rádio Canoinhas, na cidade de Canoinhas, com a concessão de Florianópolis e outra em Tubarão, no sul do estado. Nesse caminho tem dois transtornos: a emissora da Capital adota uma posição elitista de programação e com isso não repercute junto às audiências periféricas e a saúde de Aroldo passa a requerer cuidados especiais. A programação da rádio chega a ser modificada a partir de 1970 quando a emissora adota uma postura eminentemente popular. Vai às ruas, amplia a linha noticiosa, cobre o cotidiano local e dá acesso ao ouvinte para falar na emissora. Mas, a saúde do deputado não melhora. Mesmo assim, o então diretor da emissora Amílcar Cruz Lima, genro de Aroldo, mantém o rumo da popularidade, firma contrato com a LC, uma representação comercial de emissoras com sede em São Paulo e consolida a liderança de audiência que durou mais de dez anos.

A VIDA ESTÁ NA ALMA DAS PESSOAS Como no primeiro volume do livro, este resumo fala das três primeiras décadas do rádio em Florianópolis e se refere ao relato da implantação, um pouco do funcionamento da radiodifusão na Capital catarinense e das pessoas que construíram essa história. Fala-se das emissoras, do capital investido, dos equipamentos e de suas instalações. Mas estes são os instrumentos. Tem-se que falar da alma do rádio. Falta falar das pessoas que tocaram esses instrumentos sensíveis e delicados feitos para informar, acariciar e encantar os caros

9

Page 10: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

ouvintes, mas que em alguns momentos também serviram para confundir conceitos e opiniões.

Como já disse mil vezes o poeta, sou o que percebo e percebo o que sou. Por isto, as lembranças que se seguem são somente algumas lembranças. Lembranças de um passado em parte vivido pelo autor, também personagem desta constelação de astros e estrelas do Rádio de Florianópolis.

OS QUE VIERAM PRIMEIRO – PERÍODO DE 1943 A 1963

Acy Cabral Teive, redator, locutor, narrador de esportes, corretor, animador de programas de auditório e diretor de broadcasting;

Adilson Sanches, locutor e narrador esportivo; Adir Brígido da Silva, comentarista esportivo; Adolfo Zigelli, locutor noticiarista, redator, produtor e comentarista político; Aibil Barreto, locutor, repórter e noticiarista; Alberto Edmundo Alves, radiotécnico responsável pelos transmissores da Guarujá; Alcionei Ávila, cantora; Alda Jacintho, radioatriz; Aldo Gonzaga, músico, arranjador e maestro; Aldo Maciel, músico, arranjar, maestro e professor de música; Aldo Silva, locutor, radioator, redator, produtor e diretor de radioteatro; Aldonete Ávila, cantora; Alfredo Silva, locutor, produtor e narrador esportivo; Altair de Bona Castelan, músico, arranjador e maestro; Amílcar Cruz Lima, diretor e reformador da Rádio Santa Catarina; Antônio Santos Miranda, o Mirandinha, pianista, arranjador, maestro e compositor; Antunes Severo, locutor, radioator, narrador, redator, repórter e noticiarista; Aristides Santos, o Cantinflas, boy e operador de som; Athos Jacintho, locutor, produtor e professor de inglês; Arthur Sulivan, comentarista esportivo da Rádio Anita; Augusto , locutor, redator, repórter e meteorologista; Augusto Mello, sonoplasta, produtor e redator; Barreto Neto, locutor e produtor; Braz Silva, redator; Cacau Menezes, locutor, narrador esportivo e disck-jokey; Cacilda Nocetti, radioatriz e comediante; Carlinhos e seu Regional Carlinhos e seu regional; Carlos Alberto Campos, locutor, repórter, redator e comentarista esportivo; Carlos Bonetti, diretor da Rádio Guarujá; Carlos Del Rio, locutor, cantor e produtor; Carlos dos Santos, locutor e plantão esportivo da Rádio Diário da Manhã; Carmelo Prisco, músico, arranjador e maestro; Carminatti Júnior, locutor, produtor e radioator; César Sampaio, locutor;

10

Page 11: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

Ciro Hugen, locutor, repórter e produtor; Ciro Marques Nunes, locutor, redator, radioator e narrador esportivo; Ciro Visali, repórter e locutor. Claudino Silva, cantor; Cláudio Alvim Barbosa, o Zininho, cantor, poeta, compositor, programador musical

e sonoplasta; Cora Nunes, locutora e radioatriz; Curi saliba, narrador de esportes, da Rádio Anita; Cyro Barreto, locutor, redator e produtor; Dakir Polidoro, locutor, repórter, produtor e apresentador de A Hora do

Despertador; Daniel Espírito Santo, locutor da Rádio Anita Garibaldi; Daniel Pinheiro, cantor, seresteiro; Dantas Ruas, locutor veio da Rádio Nacional do Rio de Janeiro para trabalhar na

Rádio Jornal A Verdade; Darcy Costa, locutor e produtor de programas sobre cinema; Darcy Costa, locutor, produtor e apresentador de programas sobre cinema; Dário Aguiar, cantor; Demaria, contrabaixista; Dib Cherem, locutor, redator, narrador esportivo e noticiarista; Dilzo Silveira, cantor; Dino Bortoluzzi, radioescuta e redator; Dino Souza, músico, baterista e cantor; Dino Souza, músico, baterista; Donato Ramos, locutor, redator e produtor; Dorval Silva, locutor da Rádio Guarujá (era piloto da Panair); Edgard Bonassis da Silva, locutor, radioator, redator e animador de programas de

auditório; Edi Santana, cantora; Eli (Lilica) Nunes, radioatriz; Edison Silveira, locutor, redator, produtor, noticiarista; Edwin Scott Balster, sonoplasta; Eleazar Miguel Nascimento, locutor; Emílio Cerri Neto, locutor e produtor; Eraldo Monteiro, locutor; Feliz Kleis, comediante e radioator; Fenelon Vicente Damiani, locutor, discotecário e disck-jokey; Fernando Linhares da Silva, locutor, narrador e comentarista esportivo; Fernando Linhares da Silva, locutor, repórter, redator, narrador e comentarista

esportivo; Francisco José de Oliveira, operador de som; Francisco Mascarenhas, o Chiquito, locutor, produtor e diretor de broadcasting; George Alberto Peixoto, o Picolé, locutor e diretor de broadcasting; Gilberto Nahas, locutor, redator e comentarista esportivo; Gustavo Neves Filho, locutor, radioator, redator, novelista; Hamilton Alves, operador de som; Helena Martins, cantora;

11

Page 12: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

Hélio Kersten Silva, locutor, produtor, redator, corretor e diretor de broadcasting; Hélio Teixeira da Rosa, radioator, músico e maestro; Hugo Silveira Lopes, locutor, redator, produtor e noticiarista; Humberto Fernandes Mendonça, locutor, produtor e narrador esportivo; Ione de Souza Dutra, cantora; Iracema de Andrade, locutora, produtora e animadora de programas de auditório; Iran Manfredo Nunes, locutor; Irmãs Cordeiro, cantoras; Irmãs Sardá, cantoras; Ivilton Barreto, discotecário; Ivo Serrão Vieira, investidor, dirigente, locutor e corretor de anúncios; Jaime de Arruda Ramos, articulista político; Jaime Furlani, o Giulio Marino, cantor; Jairo Silva, cantor, seresteiro; Jairo Silva, cantor; Jali Meirinho, redator, diretor de radiojornalismo da Rádio Santa Catarina; Janine Lúcia, radioatriz; Jaqueta, o pai de santo cantor; JB Telles, redator, locutor e narrador de esportes; JJ Barreto, investidor, locutor, redator e diretor de broadcasting; João Ari dos Santos Dutra, locutor, produtor, disck-jockey, possivelmente o

primeiro; João Benjamin da Cruz Júnior, locutor, redator, produtor e noticiarista; João Carlos Bittencourt, locutor, redator, repórter e noticiarista; João Décio machado Pacheco, locutor, e produtor; Joci Pereira, locutor da Guarujá e Anita Garibaldi que se dedicou ao teatro; Jorge Cherem, redator; José Aldair, locutor, redator, noticiarista; José Mauro, produtor e diretor de broadcasting; José Medeiros Vieira, o locutor do Instante da Prece; José Nazareno Coelho, sonoplasta, locutor, redator, noticiarista, diretor de

radiojornalismo; José Pires Zitikewisky, redator de crônicas; José Valério Medeiros, locutor e noticiarista; Júlio Marino, cantor; Laila Freyesleben Ferreira, integrou o cast da Guarujá de 1947 a 1955; Lauro Soncini, locutor, redator e comentarista esportivo; Lázaro Bartolomeu, locutor e produtor de programas sobre turismo; Lígia Santos, locutora e radioatriz; Los Vignali, dupla de cantores de música latino-americana, também conhecida

como Los Viñales; Lourdes Silva, locutora, radioatriz, produtora e corretora; Lourival Bruno, rádio-técnico, montou e operou os primeiros equipamentos da

Rádio Diário da Manhã; Lourival de Almeida, poeta, literato, produtor da Hora Literária na Guarujá; Lúcio Cabral, músico, violão e guitarra; Luiz Flávio de Souza, cantor;

12

Page 13: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

Luiz Flores, cantor de música latino-americana; Luiz Gonzaga de Bem, redator, repórter político; Luiz Gonzaga Lamego, operador der som e locutor; Luiz Henrique Rosa, cantor, compositor e produtor: Luiz Osnildo Martinelli, redator e comentarista esportivo; Manoel Antônio Bruno Filho, contra-regra; Manoel de Menezes, jornalista, poeta, escritor, locutor, produtor e político; Manoel Passos, operador de som da Rádio Guarujá; Maria Alice Barreto, locutora, radioatriz e dubladora; Maria de Lara, locutora e radioatriz; Mário Inácio Coelho, discotecário, locutor, redator e comentarista esportivo; Mauro Júlio Amorim, locutor, produtor e apresentador de programas musicais; Miguel Aroldo Livramento, locutor, produtor, corretor e narrador esportivo; Moacir Pereira, locutor, redator, repórter e noticiarista; Morais Fernandes, radioator e diretor de radioteatro; Mozart Régis, o Pituca, sonoplasta, comediante, produtor e radioator; Murilo José, locutor, repórter e narrador esportivo; Nabor Ferreira, músico e compositor; Nabor Ferreira, saxofonista e líder de conjunto regional; Nanci Domaria, locutora e radioatriz; Narciso Lima, cantor; Neide Maria Rosa, locutora, radioatriz, cantora e compositora; Nelson Almeida, diretor das Rádios Guarujá e Anita Garibaldi; Newton César Viegas, locutor, redator e comentarista esportivo; Ney Boto Guimarães, locutor, redator e comentarista esportivo; Nilson Mello, radioator, produtor e criador da revista O Rádio Catarinense em 1957; Nimar Bittencourt, repórter esportivo; Nivalda Severo, A Maria Helena Ribeiro, produtora de As Crianças se Divertem; Nívea Marques Nunes, locutora e radioatriz; Ocir Campos, cantor; Oldemar de Menezes, jornalista e redator da Rádio Jornal A Verdade; Onézio Silva, operador de som. Oni Furtado, cantora; Onor Campos, cantor; Oscar Berent Neto, locutor, radioator, produtor e animador de programas de

auditório; Oscar Vieira Filho, operador de som; Osmar Ayres Teixeira, locutor noticiarista; Osmar Silva, escritor, cronista, redator de programas humorísticos e de novelas; Osmarina Monguilhot, cantora; Osvaldo Machado, diretor da Rádio Guarujá; Osvaldo Mello, músico, violonista; Osvaldo Mello Filho, violonista e compositor, começou na Rádio Guarujá; Oswaldo Robin, locutor, produtor e apresentador de programas de auditório; Otaviano Isidro de Oliveira, operador de som; Ourivaldo Goulart, discotecário e corretor; Palmeiro da Fontoura, radioator, produtor e diretor de radioteatro;

13

Page 14: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

Paulo Brito, jornalista, redator e comentarista esportivo; Paulo Martins, locutor, redator e noticiarista; Pedro Raimundo, cantor e compositor, fez temporada na Diário da Manhã, em

1961; Pedro Simon, locutor da Rádio Guarujá quando estudante de Direito em

Florianópolis; Plínio Moreira, locutor da Rádio Guarujá; Portãozinho e Porteirinha, dupla caipira da Diário da Manhã; Quinto Baldessar (padre), diretor da Rádio Jornal A Verdade; Ramiro Gregório da Silva, locutor, produtor, redator e diretor de broadcasting; Raul Caldas Filho, jornalista, repórter, discotecário da Rádio Santa Catarina; Reinaldo Celso Feldmann, locutor da Rádio Guarujá; Renato Machado, operador de som da Rádio Diário da Manhã; Roberto Alves, operador de som, locutor, redator, repórter, locutor e narrador

esportivo; Rozendo Vasconcellos Lima, locutor, redator, repórter e comentarista de esportes

amadores; Rubens Cunha, repórter, redator e comentarista esportivo; Rubens de Arruda Ramos, o Ju Ramos, articulista político; Ruy Tibúrcio Lobo, locutor; Salim Mansur Neto, comediante na Rádio Diário da Manhã; Salomão Ribas Júnior, locutor, produtor e narrador de esportes; Sandro Cordeiro Mascarenhas, operador de som da Rádio Diário da Manhã; Santa Mello, radioatriz; Sebastião Vieira (baixo), músico; Seixas Neto, o bruxo, autodidata, filósofo e meteorologista; Sílvio (piston), músico, arranjador e maestro; Sinval Emílio da Cruz, locutor (“Carta Sonora – fragmentos d’alma lançados ao éter

para o enlevo de sua imaginação”, escritas por Dib Cherem); Souza Júnior, locutor esportivo da Rádio Anita Garibaldi; Souza Miranda, locutor, produtor e cantor; Sueli Gouveia, pianista; Tânia Martinez, cantora; Tereza Rosa, radioatriz; Tida, músico, baterista; Valmir Matos, narrador esportivo; Vicente Luiz, locutor e narrador esportivo; Vidomar Cardoso, o CDZ, radiotelegrafista que captava o noticiário da United

Press; Victor Márcio Konder, diretor da Rádio Diário da Manhã; Waldir Brazil, ator, radioator, comediante e compositor; Walter Lange Júnior, rádio-técnico, construiu e instalou os primeiros transmissores

das rádios Guarujá e Anita Garibaldi; Walter Linhares, locutor e produtor da Rádio Guarujá; Walter Souza, locutor, repórter e noticiarista; Walter Zigelli, redator político da Rádio Diário da Manha; Zé Coruja, comediante da Rádio Anita;

14

Page 15: Caros ouvintes: os 60 anos do rádio em Florianópolis

Zequinha, músico, arranjador, maestro e professor de violão; Zezinho, violonista;

O espírito pioneiro, o arrojo do jovem que descobre naquele canal a sua chance de realização pessoal e logo em seguida profissional, o comerciante que pressente a oportunidade de ampliar o seu campo de atuação usando o veículo “da moda” que pode colocar o seu negócio entre os temas preferidos da população e o político que vislumbra a glória de consagração pessoal de conquistar seguidores, são as energias que mobilizam o rádio. Foi assim no começo e continua sendo. Por isso, assim será narrado em Caros Ouvintes – Os 60 anos do Rádio em Florianópolis.

BIBLIOGRAFIA

CARMINATTI JÚNIOR. Brasil, meio século de imprensa. A era de ouro do rádio, reminiscências da cidade. Florianópolis: Papa-Livro, 1996.CARNEIRO, Glauco. Florianópolis – roteiro da ilha encantada. Florianópolis: Expressão, 1987.COELHO, Maria da Graça. O Colégio Coração de Jesus e as alegrias do passado. Florianópolis: 1954.MEDEIROS, Ricardo, VIEIRA, Lúcia Helena. A história do rádio em Santa Catarina. Florianópolis: Insular, 1998.MELLO, Nilson. Histórias de um contador de histórias. Florianópolis: Papa-Livro, 1999.O rádio catarinense. Revista mensal ilustrada. Ano I. Número 1. Impressa na Gráfica Florianópolis, 1957.MENEZES, Manoel. Retalhos do tempo - o que eu vi, fiz e ouvi. Florianópolis: Edição do autor, 1977.PEREIRA, Moacir. Imprensa e poder – a comunicação em Santa Catarina. Florianópolis: FCC/Lunardelli, 1992.SEVERO, Antunes. MEDEIROS, Ricardo. Caros Ouvintes – Os 60 Anos do Rádio em Florianópolis. Florianópolis: Tempo Editorial. Volume I, 2004. (No prelo).TANCREDO, Luiz Henrique. Relatório ao Conselho Fiscal. Paper produzido para o livro Caros Ouvintes. Florianópolis, 2003.

15


Top Related