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Aula Três
Olá, Pessoal!
E aí, como estão as aulas? Espero que tudo bem. Lembro que estou à
disposição para dúvidas e esclarecimentos.
Na terceira aula serão apresentados os seguintes itens do conteúdo
programático:
Política fiscal. modelos macroeconômicos – Modelo Keynesiano
Adentrando aos conceitos relativos a aula de hoje, gostaria de destacar a
vocês que, diferentemente da política monetária, a política fiscal é o
instrumento utilizado pelo governo federal (leia-se em especial o Poder
Executivo) para a promoção do desenvolvimento do país. Para isso, realizagastos nos diversos setores econômicos a fim de garantir que o setor privado
produtor supra as necessidades da sociedade de consumo. Não menos
importante, por meio da política tributária o governo busca minimizar a
existência de disparidades, especialmente as de renda. Tanto no âmbito
setorial como pessoal, as adoções de políticas de tributação progressiva, e de
isenções fiscais, visam permitir com que pessoas, setores da atividade
econômica e, consequentemente, regiões mais carentes no país, tenham uma
melhoria no seu grau de desenvolvimento.
Em termos de teoria econômica, serão abordados nesta aula os pontos
relacionados à macroeconomia keynesiana, tendo como foco os conceitos de
multiplicadores de renda decorrentes dos instrumentos de política fiscal
utilizados pelo governo.
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Vamos em frente!
Um grande abraço e boa aula,
Mariotti
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1. Macroeconomia keynesiana. Hipóteses básicas da macroeconomia
keynesiana.
Até 1930 os economistas acreditavam que as forças de mercado
(Oferta e Demanda) se encarregariam de equilibrar o fluxo econômico,
levando a economia automaticamente ao pleno emprego de recursos
(fábricas produzindo na sua capacidade máxima e todas as pessoas capazes
de trabalhar estando trabalhando). A crise econômica vivida pelo mundo
capitalista a partir da quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, que
redundou na queda brutal do nível de atividade econômica e numa elevaçãodo desemprego e de capacidade ociosa demonstrou que o mercado
(empresas e consumidores) sozinho não conseguiria se recuperar.
A partir deste marco histórico, entra em evidência o economista inglês
John Maynard Keynes, aplicando suas proposições teóricas cuja base se
assentava no pressuposto de que era necessária a intervenção governamental
no sentido de regular a atividade econômica, levando-a novamente ao plenoemprego de recursos. O governo, principalmente através de seus gastos, seria
o elemento fundamental para a inversão do quadro de recessão e desemprego,
uma vez que, aumentando suas despesas, estaria estimulando a despesa
agregada e, consequentemente, o nível de produção (dada à capacidade ociosa
das empresas).
Desde esta proposição o grande paradigma da teoria macroeconômica
tem sido a questão do grau de intervenção do Estado na atividade
econômica, contrapondo-se aos chamados economistas liberais ou
conservadores que defendem a não intervenção direta do Estado na
atividade econômica. Segundo estes autores o Estado deveria limitar suas
ações apenas por meio do oferecimento de bens e serviços públicos.
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Passemos à análise das proposições teóricas e do modelo keynesiano
propriamente dito.
1.1 Modelo Keynesiano Simplificado
O modelo keynesiano básico ou simplificado parte de algumas hipóteses
que servem de fundamentação para o desenvolvimento da análise. São elas:
Desemprego de recursos (subemprego)
Supõe-se que a economia esteja abaixo do pleno emprego, isto é,produzindo abaixo do seu potencial produtivo. As empresas estão com
capacidade ociosa e uma parcela da forca de trabalho está desempregada.
Nível geral de preços fixado
Como a economia está em desemprego, não há razões para as
empresas elevarem os preços de seus produtos num eventual aumento dademanda por bens e serviços. Desta maneira supõe-se que as empresas
elevem sua produção e não os preços caso ocorra aumento da demanda.
Esta hipótese implica que todas as variáveis do modelo são
classificadas como variáveis reais (deflacionadas).
Curto prazo
O modelo keynesiano é essencialmente de curto prazo. Curto prazo é
o período em que pelo menos um fator de produção permanece constante.
A teoria keynesiana supõe que o estoque de fatores de produção (mão-de-
obra, capital, tecnologia, etc.) não se altera no curto prazo (altera-se
apenas o grau de utilização desse estoque: por exemplo, existe um
"estoque" de 20 milhões de trabalhadores disponíveis, mas 10% não estão
empregados).
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A oferta agregada (conjunta) de bens e serviços (OA) é o total da
produção de bens e serviços finais colocados a disposição da coletividade
num dado período. É o próprio produto real ou PIB (Y) da economia. A OA
varia em função da disponibilidade dos fatores de produção. Como a teoria
keynesiana supõe curto prazo, o que significa a existência de fatores fixos
de produção, a oferta agregada permanece constante. Assim, somente
haverá variação na OA caso ocorram alterações na quantidade física de
fatores de produção.
Vale observar que permanece constante a curva de oferta agregada
(Oferta das empresas), que só se altera quando houver alterações na
quantidade física de fatores de produção. Destaca-se, entretanto, que a
produção pode se alterar, dependendo do grau de utilização dos recursos
produtivos já existentes.
A grande relevância das proposições keynesianas é a proposição de
que a economia opera abaixo do nível de pleno emprego, ou seja, um
contraponto à proposição clássica. Para esta segunda a economia sempre
está em equilíbrio, sendo que qualquer variação negativa na atividade
econômica seria um desajuste momentâneo, o qual a própria relação de
força entre a demanda agregada e a oferta agregada levaria à trajetória do
seu equilíbrio natural.
O gráfico a seguir exemplifica as formas e os comportamentos da
oferta agregada segundo as concepções clássica e keyesiana, além da
própria demanda agregada, a qual obedece a simples relação entre preço e
produto (Y).
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Diferentemente da OA, a demanda agregada DA é a responsável pelas
variações do produto e renda da economia no curto prazo, ou seja, o que
impulsiona o crescimento econômico são os estímulos provocados por
quem compra os bens e serviços. Este conceito está associado ao
PRINCIPIO DA DEMANDA EFETIVA que afirma que quem gera a oferta é
exatamente a demanda por bens e serviços realizada pelos agenteseconômicos.
A mesma demanda agregada de bens e serviços (DA) é representada
pela soma dos gastos dos quatro agentes macroeconômicos: consumidores
(C), empresas, por meio da realização de investimentos (I), governo (G) e
o setor externo líquido (X - M) (exportações menos importações):
DA = C + I +G + (X – M)
Considerando que a oferta agregada permanece constante no curto
prazo, as alterações do nível de equilíbrio da renda e do produto devem-se
exclusivamente às variações da demanda agregada de bens e serviços.
Assim, numa situação de desemprego, a política econômica deve procurar
estimular a demanda agregada, permitindo às empresas recuperar sua
Trecho clássico(pleno emprego dosrecursos produtivos)
Trecho keynesiano(desemprego)
P
Y
OACLÁSSICA
OAKEYNESIANA
DA
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produção potencial, aumentando em consequência os níveis de renda e
emprego.
Embora a elevação da demanda agregada possa se dar por políticas
que estimulem o consumo, o investimento privado e as exportações,
KEYNES enfatizava o papel dos gastos do governo para que a economia
saísse mais rapidamente da crise de desemprego1.
Vejamos a partir deste próximo tópico os entendimentos dos
conceitos de Keynes por meio da análise dos componentes da DemandaAgregada.
1.2 O nível de equilíbrio de renda e do produto em uma economia
fechada e sem governo. As funções consumo, poupança e investimento
Parte da renda das famílias se destina ao consumo, sendo a parte
excedente responsável pela formação da poupança privada. As pessoas ou
famílias de mais baixa renda tendem a destinar a maior parte dos seus
recursos, ou mesmo integralmente, ao consumo. Na medida em que a
renda cresce, o consumo aumenta, mas não na mesma proporção do
aumento da renda. Desse entendimento deduz-se que quanto maior o nível
de renda, maior será a capacidade de formação de poupança.
1 Na verdade grande parte da Teoria referente ao multiplicador de gastos do governo é advinda das proposições teóricasde Michael Kalecki. Este foi um economista polonês especializado em macroeconomia. Na maior parte da sua vidatrabalhou no Instituto de Pesquisas de Conjuntura Econômica e Preços de Varsóvia. É referido com um dos economistasmais destacados do século XX e às vezes lembrado como o Keynes da esquerda, pois desenvolveu muitas das teorias deKeynes, antes de Keynes.
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1.2.1 A função consumo agregado
A função consumo agregado ou global mostra a relação entre o
consumo da coletividade e a renda. Segundo a proposição inicial
keynesiana o consumo é diretamente dependente da renda
C = f(y), ou seja, o consumo se dá em função da renda.
De outra forma, pode-se dizer que o consumo é uma função linear da
renda:
C = c0 + c1 (y)
A fórmula acima nos diz que as famílias necessitam de um mínimo de
consumo autônomo (subsistência) “c0”, mais uma parte dependente da
renda, em que “y” é a renda. O “c1” é definido como a propensão marginal
a consumir, ou seja, o “c1” representa o percentual da renda dos
consumidores que é gasta com consumo de bens e serviços.
Vejamos um exemplo de função consumo:
C = 20 + 0,75y
20 = consumo mínimo, o qual independe do nível de renda, pois, por
mais que esta seja zero, as famílias precisam consumir um mínimo garantir
a sua sobrevivência.
0,75 = a Propensão Marginal a Consumir (PMGC), que mede a relação
entre a variação do consumo e a variação da renda, isto é, nos diz qual a
proporção de aumento do consumo resultante do aumento de uma unidade
de renda das famílias. Em resumo, significa dizer que para cada $ 1,00 de
acréscimo na renda nacional, $ 0,75 se destina ao consumo.
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y = renda (PIB real)
Vejamos a representação matemática da propensão marginal:
PMGC = ∆C∆Y
Repetidamente, podemos dizer que a função consumo costuma ser
representada pela expressão:
C = c0 + c1 (y)
sendo c0 = consumo mínimo da coletividade (se a renda for zero); c1 =
propensão marginal a consumir.
Outro conceito importante é a propensão média a consumir PmeC, que
nada representa do que o nível de consumo dividido pelo o nível de renda.
PmeC = Cy
Vejamos um exemplo simples:
A observação empírica revela que países mais pobres apresentampropensões médias e marginais de consumo maiores que em países ricos.
Julgue a afirmação.
Considerando que países mais pobres as pessoas recebem, em tese,
rendas menores que nos países mais ricos, para cada percentual de
aumento na renda dessas famílias, a maior parte irá diretamente para sua
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subsistência na forma de consumo. Estamos falando da propensão marginal
a consumir.
Imaginemos o caso de países pobres em que a renda é extremamente
baixa e que o destino desta mesma renda é praticamente o consumo de
alimentos. Fica claro que a propensão média a consumir tende a ser maior
em países mais pobres do que nos países mais ricos.
Veja a fórmula:
PmeC = C y
Se o C (consumo) é quase igual à renda, maior ser a propensão
média a consumir. O numerador é muito próximo do valor do denominador.
O que não é consumido da renda transforma-se de uma forma ou deoutra em poupança. Esta é a parte residual da renda, ou seja, é a parcela da
renda que não está alocada em bens de consumo. Veja que, como a função
consumo é dada por C = 20 + 0,75y, a função poupança será:
S = -20 + 0,25(y) (exatamente o complemento da função consumo
agregado)
sende: S = poupança
- 20 = representa a despoupança, que é igual ao consumo mínimo
obrigatório quando a renda for igual a zero.
y = renda nacional
0,25y = Propensão Marginal a Poupar (PMgS)
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A propensão marginal a poupar é a relação entre a variação da
poupança e a variação da renda nacional; isto é, se a propensão marginal a
consumir for 0,75, a propensão marginal a poupar será de 0,25.
PMgS = ∆S∆Y
Algebricamente a função poupança fica representada por:
S = - c0 + (1- c
1) Y; sendo (1- c
1) a propensão marginal a poupar;
Evidentemente, verifica-se que a PMgC + PMgS = 1, ou c1 + (1- c1) =
1, já que consumo e poupança são parcelas da renda que se
complementam.
Da mesma forma que representamos a propensão média a consumir,
pode-se representar a propensão média a poupar:
PmeS = Sy
Vamos a mais um pequeno exemplo:
Se a função consumo é dada por C = 10 + 0,4(y), qual seria a função
poupança? Sendo a renda de um país igual a R$ 100, qual seria a
propensão média a poupar?
Verificou-se que a função poupança é exatamente o complemento da
função consumo. Estando disposta a função consumo (C = 10 + 0,4(y)),
torna-se fácil derivar a função poupança.
A poupança inicial de uma economia é sempre negativa, devido ao
fato de que deve existir um consumo mínimo para as famílias
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sobreviverem. Da expressão acima, pode-se concluir que o consumo
mínimo é igual a R$ 10,00, com uma poupança inicial da economia igual a
“-10”.
Outro fator é o definido por propensão marginal a consumir,
representado pela variação no consumo derivado do aumento de uma
unidade adicional de renda.
É importante compreendermos que a propensão marginal a consumir
varia entre “0” e “1”, ou seja 0 ≤ PMgC ≤ 1.
Por definição sabe-se ainda que a poupança é a parte da renda não
consumida. Com isso, podemos dizer que PMgS + PMgC = 1.
Se PMgC = 0,4, a PMgS = 1 – 0,4 = 0,6.
A expressão da função poupança será S = -10 + 0,6(y)
Ainda na questão é perguntado o valor da propensão média a poupar.
Lembremos que PmeS = S, ou seja, a poupança dividida pela renda.y
S = -10 + 0,6(y) = -10 + 0,6 (100) = 50
PmeS = 50/100 = 0,5
1.2.2 A função investimento agregado
O Investimento é definido como a aplicação de capital na economia,
por parte das empresas, que leva ao crescimento da capacidade produtiva
do país (instalações, máquinas, etc.). Ele pode ser visto sob dois ângulos:
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No curto prazo este é definido como sendo os gastos necessários para a
ampliação da capacidade produtiva. Como decorre certo período de tempo
até a maturação do investimento (período de introdução de novasmáquinas), considera-se que ele afetará a produção ou oferta agregada
apenas no longo prazo. Com essa hipótese, afirma-se que, no curto prazo,
o investimento afeta apenas a demanda agregada.
A fórmula da demanda agregada quando temos em uma economia
apenas famílias e empresas é igual a:
DA(Y) = C + I (investimento)
O investimento agregado depende de uma série de variáveis, como a
taxa de rentabilidade esperada (qual será o retorno com o investimento
feito?), taxas de juros, expectativas (será que o investimento dará
resultado financeiro positivo?), etc.. No modelo keynesiano básico supõe-
se, por simplificação, que o investimento é autônomo em relação à renda,
ou seja, o investimento não depende de variações da renda.
OBSERVAÇÃO:
No modelo Keynesiano Simplificado ou Básico o Investimento NÃO depende da
renda.
1.2.3 A renda de equilíbrio em uma economia de 2 setores
Em uma economia fechada e sem governo, em que só existem
empresas e famílias, a demanda agregada é dada pelo somatório do
consumo e do investimento. Com esta definição, pode-se dizer que o
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equilíbrio entre a oferta agregada (o produto ou renda nacional (y)) e a
demanda agregada por bens e serviços (C + I) é dado por:
OA = DA
Y = C + I
Exemplo:
Se considerarmos a função consumo como: C = 20 + 0,75y e oinvestimento I = 60, qual será a renda de equilíbrio?
A renda de equilíbrio é dada por Y = C + I, com isso,
y = 20 + 0,75y + 60
0,25y = 80
y = 320 = nível de renda de equilíbrio entre a oferta e ademanda agregada.
A determinação da renda de equilíbrio também pode ser calculada
através do que chamamos de igualdade entre vazamentos e injeções.
Considerando que o fluxo básico de renda (fluxo circular) dá-se com
as empresas remunerando as famílias e as famílias gastando essa rendacom as próprias empresas, pode-se definir vazamentos de renda como
aquelas transações que saem desse fluxo básico, isto é, não são
gastas com a compra de bens e serviços internos ao país num dado
período (exemplo: a poupança, os impostos e as importações).
Injeções de renda são todas as adições ao fluxo básico de renda no
período (investimentos, gastos do governo e exportações).
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Obs.: Vejamos a diferença entre renda de equilíbrio e renda de pleno
emprego. A renda de equilíbrio é determinada quando a oferta agregadaiguala a demanda agregada de bens e serviços. Isso pode ocorrer abaixo
do pleno emprego, significando que a produção agregada, apesar de abaixo
da sua capacidade (capacidade ociosa), atende as necessidades da
demanda. Trata -se de uma situação tipicamente keynesiana, em que
ocorre equilíbrio com desemprego, ou equilíbrio abaixo do pleno
emprego. A renda de pleno emprego ocorre quando todos os recursos
produtivos disponíveis estão empregados e a economia está produzindo aplena capacidade.
1.2.4 Os gastos do governo
Nesta abordagem do modelo keynesiano parte-se do pressuposto de
que os gastos do governo são autônomos em relação à renda.
1.2.5 A renda de equilíbrio em uma economia de 3 setores
Estando caracterizados os 3 setores econômicos, consumidores
internos e o seu consumo; empresas e seus investimentos; e o governo
com seus gastos, pode-se calcular a nova renda de equilíbrio:
OA = DA
Y = C + I + G
Exemplo:
Se considerarmos a função consumo como: C = 20 + 0,75y,
investimento I = 60 e G = 100, qual será a renda de equilíbrio?
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Y = 20 + 0,75Y + 60 + 100 Y = 720
1.2.6 O multiplicador keynesiano de gastos (Esse conceito
normalmente cai em prova!)
Um dos principais conceitos criados por KEYNES foi o multiplicador de
despesas ou gastos.
Este multiplicador demonstra que se uma economia estiver com
recursos desempregados, um aumento de uma unidade monetária nos
gastos do governo provocará um aumento da renda nacional mais que
proporcional ao aumento dos gastos do governo, ou seja, em mais do que
uma unidade monetária. Este efeito ocorre porque, numa economia em
desemprego, abaixo do seu produto potencial, qualquer injeção de
despesas, seja via gastos com consumo, investimento, exportações oudespesas do governo, provoca um efeito multiplicador nos vários setores
da economia.
O ciclo funciona da seguinte forma:
O aumento da renda do setor beneficiado com a injeção de gastos
levará os assalariados e empresários desse setor a gastarem a sua rendacom outros setores (com alimentação, vestuário, lazer, etc.), que por sua
vez gastarão com outros bens e serviços e assim continuamente.
É importante mencionar que essa multiplicação dependerá das
propensões marginais a consumir e a poupar dos agentes, ou seja, quanto
maior a propensão a consumir da coletividade, maiores serão os efeitos
resultantes do aumento dos gastos com bens e serviços.
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Cada um dos elementos da demanda agregada possui o seu
correspondente multiplicador (investimentos, governo, etc.). Supondo, porexemplo, um aumento da despesa de investimentos (∆I), a magnitude do
aumento de renda nacional (∆y) é medida através do multiplicador
keynesiano de investimentos, dado pela fórmula:
ki = ∆y ∆I
1.2.6.1 Calculando o multiplicador
Lembre-se que a renda (y) é dada pelo somatório do consumo (C = c0
+ c1 (Y)); pelo investimento (I); e pelos gastos do governo (G).
Assim, temos:
Y = c0 + c1(Y) + I + G
Y – c1 (Y) = c0 + I + G
Y * (1- c1) = c0 + I + G, rearranjando os termos,
Y = (1/ 1- c1) * c0 + (1/ 1- c1) * I + (1/ 1- c1) *
G
Lembre-se ainda que “c1” foi denominado como PMgC (Propensão
Marginal a consumir).
ou seja, variação na renda proveniente do aumento das
despesas com investimento
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O multiplicador encontrado é (1/ 1- c1), que está na frente de cada
um dos termos da equação da demanda agregada. Pode-se simplificar a
expressão (1/ 1- c1), chamando o multiplicador de “k”.
Exemplo:
Utilizando-se dos dados do exemplo anterior, calcule o impacto na
renda agregada proveniente de um aumento de R$ 60 para R$ 80 no
investimento.
Dados do exercício anterior: C = 20 + 0,75y, investimento I = 60 e G =
100.
A primeira coisa que se precisa saber é de quanto foi o aumento no
investimento: Ele passou de R$ 60 para R$ 80, ou seja, aumento em R$ 20
(∆I)!
O multiplicador é dado por (1/ 1-c1). Já a sua simplificação é chamada
de “k”.
A variação da renda proveniente do aumento do investimento é dada
por:
∆Y = (1/ 1-c1) x ∆I = K(I) x ∆I
Sendo a PMgC for 0,75, temos que:
∆Y = (1/1-0,75) x 20 = 4 x 20 = 80
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A renda de equilíbrio no exercício anterior era de R$ 720. Com o
aumento de R$ 20 no investimento, a renda aumento em R$ 80, passando
para R$ 800.
Para se comprovar o resultado encontrado, basta determinar o novo
ponto de equilíbrio, supondo que o investimento agora é de R$ 80 (I= 80).
Y = C + I + G
Y = 20 +0,75y + 80 + 100
Y = 800
Obs.: O multiplicador também tem um efeito perverso: uma redução
no investimento reduz a renda num múltiplo da queda do
investimento. Experimente reduzir o investimento em R$ 20!
O multiplicador keynesiano depende diretamente da propensão
marginal a consumir (e, por complemento, da propensão marginal apoupar). Verificou-se que se PMgC = 0,75 e que k(I) = 4 . Se supormos
que PMgC = 0,8, k(I) = 5, ou seja, um aumento da PMgC (ou uma queda
na PMgS) eleva o multiplicador, seja do investimento, dos gastos, etc.).
Vamos a um novo exemplo, agora mais completo!
C= 10+0,8y; I=20; G = 50, pede-se determinar:
a) a renda de equilíbrio
b) o consumo e a poupança de equilíbrio
c) a variação dos gastos do governo, para elevar a renda de equilíbrio ao
nível de pleno emprego, se a renda de pleno emprego for 500.
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Comentários:
y = C + l + G
y= 10+0,8y+20 + 50 0,2y = 80
y = 400
b) Determinada a renda de equilíbrio, basta substituí-la nas funções
consumo e poupança, assim:
C =10+0,8y = 10+0,8(400) = 330
S = -10+0,2y=-10+0,2(400) = 70
c) para responder essa pergunta precisamos calcular o multiplicador dos
gastos do governo:
kG = 1/1-c1, como c1 = 0,8, kG = 5; sendo este = 5, necessitamos
aumentar os gastos em 20 para chegarmos à renda da economia de 500,
400 + 20 * kG = 400 + 100 = 500
Vamos a algumas observações:
Por conta do funcionamento do multiplicador keynesiano, repousam
três suposições:
a) economia em desemprego. Se a economia estiver em pleno
emprego, um aumento autônomo da demanda agregada provocara
apenas inflação, e não aumento da renda e do emprego;
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b) mercado monetário passivo, ou seja, a política fiscal
expansionista (aumento dos gastos do governo) não afeta as taxas
de juros, o que poderia provocar quedas do investimento privado,que compensariam o aumento da demanda. Esse ponto ficará mais
claro quando interligarmos o mercado monetário da economia ao
mercado de bens, o que será feito em tópico posterior (Análise IS-
LM);
c) manutenção do fluxo adicional de gastos. Por exemplo, se o
governo gastar 100, deve manter em todos os períodos seguintesesse nível de gastos. Supondo que o multiplicador seja igual a 4, se
o governo baixar seus gastos para 90, a renda cairá em 40 (10
vezes 4) em relação ao período anterior. Ou seja, há um efeito
multiplicador perverso sobre a demanda agregada;
Para ilustrar os conceitos ora abordados, destaco um artigo retirado da
internet referente aos impactos do Programa Bolsa Família sobre o PIB apartir dos efeitos do multiplicador Keynesiano:
“Expansão do Bolsa-Família elevou PIB em R$ 43,1 bilhões, indica
estudo
Fernando Dantas, RIO - O Estadão de S.Paulo – 16 de outubro de 2009.
A expansão do valor total dos benefícios pagos pelo Bolsa-Família entre
2005 e 2006, de R$ 1,8 bilhão, provocou um crescimento adicional do PIB
de R$ 43,1 bilhões, e receitas adicionais de impostos de R$ 12,6 bilhões.
Esse ganho tributário é 70% maior do que o total de benefícios pagos pelo
Bolsa-Família em 2006, que foi de R$ 7,5 bilhões.
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Essas estimativas estão num estudo recém concluído dos economistas
Naercio Aquino Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas(CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), antigo Ibmec-São Paulo,
e de Paulo Henrique Landim Junior, aluno da graduação do Insper.
O objetivo do trabalho era investigar os efeitos do Bolsa-Família - que hoje
atinge 12,9 milhões de famílias - na economia dos municípios. Os
pesquisadores investigaram 5,5 mil municípios nos anos de 2004, 2005 e
2006. Os dados utilizados foram o PIB, a população e a arrecadação detributos nos municípios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE); e os desembolsos do Bolsa-Família, do Ministério do
Desenvolvimento Social (MDS).
A partir dessa base, Menezes e Landim empregaram métodos estatísticos
para calcular o impacto na economia municipal de aumentos dos repasses
do programa per capita - os repasses divididos pela população domunicípio (e não pelo número de beneficiários). A conclusão foi de que um
aumento de 10% no repasse médio per capita do Bolsa-Família leva a uma
ampliação de 0,6% no PIB municipal no ano em que ocorre a expansão e
no seguinte.
"O impacto pode parecer pequeno, mas quando analisamos os efeitos
levando em conta os números absolutos do PIB, ele é bem grande", diz
Menezes.
A magnitude do efeito do Bolsa-Família no PIB ficou a clara quando os
pesquisadores fizeram o que chamaram de "análise de custo-benefício",
tomando os anos de 2005 e 2006. Entre os dois períodos, os repasses do
programa subiram de R$ 5,7 bilhões para R$ 7,5 bilhões, num salto de R$
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1,8 bilhão, ou de 30,34%. O valor médio do repasse em 2006 foi de R$
61,97 por família, e o porcentual da população beneficiada foi de 36,4%.
Considerando-se a relação de 0,6% a mais de PIB para cada 10% a mais
de Bolsa-Família, o aumento de 30,34% em 2006 significa um ganho no
conjunto dos municípios - isto é, do País - de 1,82%. Aplicado ao PIB de
2006 de R$ 2,37 trilhões, chega-se ao PIB adicional de R$ 43,1 bilhões.
Dessa forma, para cada R$ 0,04 de Bolsa-Família a mais, o ganho de PIB
foi de R$ 1.
Menezes fez cálculos adicionais, levando em conta que a distribuição do
aumento do Bolsa-Família de 2005 para 2006 não foi homogênea entre
todos os municípios brasileiros, e obteve resultados muito parecidos.
Ele diz que aquele efeito explica-se pelo chamado "multiplicador
keynesiano", que faz com que um gasto adicional circule pela
economia - de quem paga para quem recebe - várias vezes,
aumentando a demanda bem mais do que o seu valor inicial.
A análise dos dois economistas permitiu avaliar também o impacto dos
aumentos de repasses do Bolsa-Família nos diferentes setores da
economia municipal. O maior efeito foi encontrado na indústria - para cada
10% a mais de Bolsa-Família, o PIB industrial aumenta 0,81%. Nos
serviços, o impacto foi de 0,19%, enquanto na agricultura não foi
registrado efeito significativo.
"É possível que a indústria tenha sido mais afetada por causa do aumento
de consumo de energia elétrica, água, esgoto e gás das famílias pobres e
extremamente pobres que recebem Bolsa-Família", diz Menezes.
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No caso da arrecadação municipal, o estudo indica que um aumento de
10% nos repasses leva a um aumento médio de 1,36%. Levando-se em
conta o total de impostos gerados nos municípios em 2006, de R$ 304,7bilhões, concluiu-se que o aumento de 30,34% do Bolsa-Família provocou
uma alta de 4,1% na arrecadação, ou R$ 12,6 bilhões.” (negrito nosso).
2. Modelo Keynesiano Generalizado - A economia aberta e com
governo
Em uma economia aberta e com governo a equação de equilíbrio darenda é dada por:
Y = C+ I + G + X - M
sendo:
Y = renda; C = consumo; I = investimento; G = gastos do governo;
X = exportação; M = importação
Na análise do Modelo Keynesiano Generalizado, ao se incluir os
gastos governamentais, passa a ser necessário a verificação da forma pela
qual o governo se financia, ou seja, como arrecada recursos para manter a
sua atividade estatal interventiva.
Diante desta consideração, torna-se necessário introduzir no modelo,
além dos gastos do governo (G), os impostos agregados (T), de forma a
inferir o que chamamos de Renda Nacional Disponível (Yd), que nada mais
é que o total da renda nacional menos os impostos.
Considerando que a decisão de consumir e de poupar depende muito
mais da renda disponível (o que "sobra" após pagar os impostos), tem-se
uma alteração nas funções consumo e poupança:
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C = c0 + c1 y(d) ou C = c0 + c1 (Y - T)
S = - c0 + (1- c1) y (d) ou S = - c0 + (1- c1) (y - T)
2.1 Os componentes adicionais da Demanda Agregada - o
Multiplicador Keynesiano Generalizado
O multiplicador da renda no modelo completo ou generalizado segue
o mesmo raciocínio do multiplicador para os três setores pertencentes a
uma economia fechada.
As diferenças a serem consideradas são devidas ao fato de que,
agora, têm-se outros elementos compondo a demanda agregada, assim
como a dependência destes elementos à renda.
2.1.1 Os impostos - T
A arrecadação tributária é derivada da renda do país. Quanto maior a
renda, maior será o volume de tributos arrecadados.
Com essa definição, pode-se derivar a função impostos:
T = t0 + t1Y, sendo t1 a PMgT – Propensão Marginal atributar
Lembre-se! (Y – T) é o que chamamos de renda disponível.
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2.1.2 As importações
Perceba que as importações são também chamadas de vazamentos,
que nada mais seriam do que a parte da renda destinada ao consumo de
bens produzidos fora das fronteiras do país. Quando a renda gerada em
nossa economia se desloca para o exterior, menores são os impactos da
circulação da renda dentro do país. Traduzindo para nossa linguagem,
menor será o efeito multiplicador sobre a renda.
Toda economia aberta necessita importar bens e serviços, pois, caso
não realizasse, também não conseguiria vender seus produtos. Trata-se de
uma condição inevitável para a existência do comércio internacional. Você
só consegue exportar alguma coisa a alguém caso também importar algo.
São as regras do jogo!
A função importação, componente da demanda agregada, é disposta
conforme a fórmula abaixo:
M = M = m0 + m1Y, sendo m1 a PMgM – Propensão
Marginal a Importar
2.1.3 Os Investimentos
No início de nossa análise foi dito que o investimento era autônomo,
ou seja, não era dependente da renda. Com a introdução do modelo
Keynesiano Generalizado, o conceito da variável investimento passa a ser
dependente da renda da economia, ou seja, quanto maior for a renda,
maior será o estímulo dos empresários para realizarem investimentos.
Essa interpretação é muito razoável, pois, na medida em que a
economia encontra-se aquecida, maior é o interesse dos empresários em
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produzir bens e serviços. Diante desse fato pode-se também derivar a nova
formulação para a função investimento:
I = i0 + i1Y, sendo i1 a PMgI - Propensão Marginal a
Investir
Observação: Pessoal, para ajudar a desenrolar a cabeça em função de
tantas variáveis, vale lembrar que só teremos propensão marginal, seja de
consumir, de tributar, de importar ou mesmo de investir, quando estas
variáveis forem dependentes da renda da economia.
2.1.4 O multiplicador keynesiano generalizado
Com todos os componentes da renda já descritos, precisamos chegar
ao multiplicador generalizado (k), que nada mais é do que colocarmos os
componentes da demanda agregada ordenados, fazendo as devidas
manipulações. Para tornar a nossa abordagem mais rápida e precisa, optei
em apenas apresentar o multiplicador. A série de derivações apenas
tornaria a aula mais enfadonha:
k = 11 – c1(1 - t1) + m1 - i1
Importantes conclusões podem ser tiradas da análise do multiplicador
keynesiano generalizado:
I. Deve-se observar que os componentes t1 (Propensão Marginal a
tributar), e m1 (Propensão Marginal a Importar) reduzem o valor do
multiplicador, por representarem vazamentos de renda; e
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II. O componente i1 (Propensão Marginal a investir) aumenta o efeito
multiplicador, porque é uma injeção (a cada aumento da renda, umaparcela é destinada ao aumento de investimentos, reforçando o
multiplicador).
Por fim, é importante esclarecer que, com base no multiplicador
generalizado, pode-se remover algumas hipóteses e derivar multiplicadores
simplificados, ou seja, sem a presença de algumas propensões marginais.
Vejamos um exemplo:
Se supormos o investimento (I) como função da renda, mantendo-se
T e M autônomos, desaparecerão as propensões marginais a tributar (t1) e
a importar (m1), ficando a fórmula da seguinte maneira:
K = 1
1 – c1 - i1
Uma dica!
Entendido os conceitos referentes ao multiplicador keynesiano, cabe-nos agora
disponibilizar uma fórmula que resolve grande parte dos exercícios referentes
ao modelo keynesiano. Esta apenas representa o resultado da renda de
equilíbrio a partir do somatório das variáveis componentes da demanda
agregada.
Y (renda) = k (multiplicador) * (C0 + I0 + G0 – c1T0 + X0 – M0)
Pode-se verificar que cada um dos componentes autônomos acima
geram impactos no multiplicador para cálculo da renda de equilíbrio.
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Exemplo: Se essa economia não apresentar a participação
governamental, basta apenas excluir o componente G0. O mesmo será válido
para cada uma das variáveis autônomas existentes.
Na análise do multiplicador keynesiano, no mínimo o consumo é
dependente da renda. Sendo assim, sempre haverá no mínimo “c1”. Outro
ponto muito importante é o de que o multiplicador dos gastos, seja para uma
economia fechada (modelo keynesiano básico), seja para uma economia
aberta (modelo keynesiano generalizado) é no mínimo igual a “1”. Não
existindo consumo dependente da renda ou mesmo sendo “c1” igual a zero, omultiplicador dos gastos será no mínimo igual a 1, gerando impacto
equivalente sobre a renda da economia “y”.
2.2 O teorema do orçamento equilibrado (Teorema Haalvemo)
O chamado Teorema do Orçamento Equilibrado traz no seu cerne uma
importante constatação a respeito das decisões de política fiscal adotadas pelogoverno. Conhecido como Teorema de Haavelmo, este demonstra que caso o
governo realize uma política fiscal conjunta de aumentos dos gastos num
percentual “X” qualquer e, ao mesmo tempo, e no mesmo montante “X”,
realize uma política de aumento da tributação, a renda da economia, ao invés
de permanecer constante, o que seria normal, aumentará em um montante
igual ao aumento de G e T.
Para entendermos como se dá este aumento, pegarei como base de
informação a fórmula do multiplicador keynesiano generalizado disposto
anteriormente:
Y (renda) = k (multiplicador) * (C0 + I0 + G0 – c1T0 + X0 – M0)
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Lembrando que k = 1/1-c1, e isolando, individualmente apenas as
variáveis “gastos do governo” e “impostos” temos:
∆Y = (1/ 1-c1) x ∆G0; (1/ 1-c1) = ∆Y/ ∆G0;
∆Y = (1/ 1-c1) x ∆c1T0; (c1/ 1-c1) = ∆Y/ ∆T0
Perceba que kG = (1/ 1-c1) > kT = (c1/ 1-c1). Para que estes
multiplicadores gerassem o mesmo impacto sobre a economia, logicamente
que com efeitos contrários, a propensão marginal a consumir (c1) deveria serigual a 100%, ou seja, toda a renda deveria ser destinada a consumo.
Adicionalmente, realizando o somatório dos dois efeitos dos
multiplicadores, temos:
kG + kT = (1/ 1-c1) + (c1/ 1-c1) = 1-c1 /1-c1 = 1
O resultado da soma dos multiplicadores acima demonstra que mesmo
tendo sentidos contrários em termos de impacto, o aumento dos gastos em
conjunto com o aumento da arrecadação tributária, mantendo-se as contas
públicas em equilíbrio, leva ao aumento da renda da economia no montante de
aumento dos gastos.
Ex.: Se o governo federal, por meio do Programa de Aceleração do
Crescimento – PAC opta em aumentar o dispêndio em R$ 100 milhões de reais
e, em conjunto, e para financiar ao Programa, reajusta o IPI sobre
determinado setor da atividade econômica de forma a gerar caixa adicional no
mesmo montante, o resultado, em termos econômicos, será a elevação do
Produto Interno Bruto – PIB em R$ 100 milhões.
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Vejamos mais exemplo relativo aos estímulos fiscais, via renúncia de
receita tributária, destinados à promoção da expansão da atividade econômica
no país:
Carta Capital – 02.12.2011
“Governo reduz IPI e IOF para estimular consumo e investimentos
Para ajudar o Brasil a enfrentar a crise mundial, o governo federal decidiu
reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de eletrodomésticosda chamada linha branca. A idéia é estimular a produção e a criação de
emprego.
O IPI do fogão, por exemplo, cairá de 4% para zero. A geladeira terá o
imposto reduzido de 15% para 5% e a máquina de lavar, de 20% para 10%.
No caso de máquinas de lavar semiautomáticas (tanquinhos), a redução será
de 10% para 0%. As medidas também valem para os estoques nas lojas e vãovigorar até 31 de março de 2012 e abrangem apenas os produtos com índice
de eficiência energética classe A.
O governo reduzirá ainda o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
cobrado sobre o financiamento ao consumo de 3% para 2,5%, anunciou o
ministro da Fazenda, Guido Mantega. A medida visa incentivar o consumo e
ampliar os investimentos no País.
Com a resolução, o governo deixará de arrecadar 130 milhões de reais em
dezembro com a redução do IOF cobrado no crédito para a pessoa física. No
total das desonerações divulgadas nesta quinta-feira 1º, o governo assumiu
renúncia fiscal de cerca de 2,761 bilhões de reais, de acordo com a Receita
Federal.”
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2.2.1 Comentários a respeito de um Orçamento Governamental
Equilibrado
Debatido desde a existência do governo como figura interventiva no
processo econômico e, mais recentemente, no Brasil, devido a um dos tripés
da política econômica no Brasil, conhecido como Superávits Primários, o
orçamento do governo é sujeito a críticas fervorosas de todos os lados da
sociedade.
Um dos principais instrumentos de medição das contas públicas éconhecido por Necessidade de Financiamento do Setor Público, a qual mensura
o comportamento das contas governamentais em função da tomada de
recursos para cobertura de déficits junto ao setor privado. Segundo análise
realizada por Giambiagi2, referente aos números das contas públicas nos
últimos 25 anos, a capacidade de expansão do PIB está intimamente ligada à
necessidade de geração de resultados nominais deficitários3 nas contas
públicas. As conclusões de Giambiagi encontram guarida nos estudos prévios àKeynes, realizados por Michael Kalecki. Segundo o referido autor, caso o
aumento dos gastos governamentais forem financiados pelo aumento de
alíquotas de impostos, ocorrerá uma redução na proporção dos impactos
positivo dos gastos sobre as demais variáveis da demanda agregada (consumo
e investimento).
De forma contrária à Kalecki, conforme destaca Rodriguez e Bastos4,
pág. 11, Haavelmo questiona lembrando a distinção entre gastos e tributos
sobre a renda. Segundo os autores:
2 Giambiagi.F; Além. A. C. Finanças Públicas. Teoria e Prático no Brasil. Pág. 214-234. Ed. Campus. 2000.3 O resultado nominal das contas públicas é medido pelo batimento de receitas e despesas primários (ou não financeiras(receitas de tributos e pagamento do funcionalismo) adicionadas do batimento de receitas e despesas financeiras (juros e
principal de reservas e dívidas)4 Rodrigues, R. S; Bastos, C. P.. Análise Recente das Finanças Públicas e da Política Fiscal no Brasil. Artigo aceito paraapresentação no III Encontro da Associação Keynesiana Brasileira.
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“ Para se chegar a esta conclusão Haavelmo diferencia renda bruta, que é “the
sum of individuals” income before taxes” de renda líquida; “the sum of income
at the individuals” diposal after they had paid the taxes”. Dessa forma, “whilede demand of private people for goods on services depends on net income,
their employment depends on gross income”. Com isso, os gastos do governo,
que são autônomos, aumentam diretamente a demanda agregada e
determinam a renda bruta (e o emprego), ao passo que os tributos afetam a
renda disponível para o consumo de bens e serviços dos indivíduos.
Sendo assim, se o governo adota uma política fiscal com o objetivo de mantero orçamento equilibrado, (...) o impacto da política fiscal na renda bruta será
de G, ao passo que o impacto na rena disponível será de zero. Sendo assim, a
renda agregada (renda bruta) aumentará exatamente no tamanho dos gastos
do governo, mesmo com o orçamento equilibrado.”
As conclusões explicitadas acima permitem concluir que o efetivo
resultado negativo das contas públicas não está no excesso de gastos sobre asreceitas arrecadas pelo governo ano a ano. O problema principal está
justamente na fatia da renda arrecadada que de fato fica nas mãos dos
governos, especialmente federal e estaduais. Em decorrência da série de
transferências obrigatórias a serem feitas aos demais entes governamentais,
estados e municípios, no caso federal, e municípios, no caso estadual, acabam
por fazer com as receitas sejam inferiores aos gastos inerentes à atividade
interventiva na atividade econômica.
Ao discutirmos os aspectos relativos ao que é definido pela literatura
como Federalismo Fiscal, veremos que a série de imposições feitas pela
Constituição Federal de 1988 em termos de repasse de recursos aos demais
entes públicos, sem o consequente repasse de atividades estatais, em especial
aos municípios, culminou com o grande aumento da dívida pública nas últimas
duas décadas.
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Passemos agora à resolução de algumas questões baseadas em provas
anteriores. Ressalto que praticamente todas as questões desta matéria sãoresolvidas meramente pelo uso das fórmulas derivadas na aula. Sendo assim,
é bem possível que caso seja cobrada uma questão em prova sobre os
assuntos abordados nesta aula, esta possivelmente demandará do candidato a
mera aplicação de fórmulas.
Estou à disposição de vocês para dúvidas e esclarecimentos.
Um grande abraço,
Mariotti
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Questões Propostas:
1 – (Auditor-Fiscal/Sec. Fazenda RJ – FGV/2011) Seja uma economiahipotética caracterizada pelas seguintes equações:
• Consumo das famílias: C = 40 + 0,9 Y
• Gastos do governo: 0
• Investimento: 30
• Exportações Líquidas: X – M = 30 – 0,1 Y
Com base nos dados acima, analise as afirmativas a seguir:
I. O PIB dessa economia é igual a $ 500.
II. O consumo das famílias é igual a $ 490.
III. As exportações líquidas são iguais a $ –20.
Assinale
(A) se apenas as afirmativas I e II forem verdadeiras.
(B) se apenas as afirmativas I e III forem verdadeiras.
(C) se apenas as afirmativas II e III forem verdadeiras.
(D) se todas as afirmativas forem verdadeiras.
(E) se nenhuma afirmativa for verdadeira.
2 – (Técnico de Fomento/BADESC – FGV/2010) Uma economia fechada
possui as seguintes características:
Consumo: C = 200 + 0,6Y, sendo Y = Renda Nacional
Investimento: I = 400
Gastos do Governo: G = 200
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A renda nacional de equilíbrio dessa economia é igual a:
(A) 800
(B) 1280(C) 1333
(D) 2000
(E) 3200
3 – (AFRFB/SRFB – ESAF/2009) Considere o modelo de determinação
da renda com as seguintes informações, em unidades monetárias
(quando for o caso):
C = 100 + 0,8.Y
M = 50 + m.Y
X = 100
G = 100
I = 200
onde:
Y = produto agregado;
C = consumo agregado;
G = gastos do governo;
I = investimento agregado;
X = exportações;
M = importações; e
“m” uma constante positiva.
Considerando uma renda agregada de equilíbrio igual a 900, a
propensão marginal a importar será igual a:
a) 0,15
b) 0,50
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c) 0,20
d) 0,30
e) 0,25
4 - (AFRF/SRF – ESAF/2003) Considere as seguintes informações para
uma economia fechada e com governo:
Y = 1200
C = 100 + 0,7.Y
I = 200onde:
Y = produto agregado;
C = consumo agregado; e
I = investimento agregado.
Com base nestas informações, pode-se afirmar que, considerando o
modelo keynesiano simplificado, para que a autoridade econômicaconsiga um aumento de 10% no produto agregado, os gastos do
governo terão que sofrer um aumento de:
a) 60%
b) 30%
c) 20%
d) 10%
e) 8%
5 - (AFRF/SRF – ESAF/2002) Considere os seguintes dados:
C = 500 + c.YI = 200G = 100X = M = 50
onde:
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C = consumo;
c = propensão marginal a consumir;I = investimento;
G = gastos do governo;
X = exportações;
M = importações.
Com base nestas informações, é correto afirmar que:
a) se a renda de equilíbrio for igual a 2.500, a propensão marginal a poupar
será igual a 0,68.
b) se a renda de equilíbrio for igual a 1.000, a propensão marginal a consumir
será maior que a propensão marginal a poupar.
c) se a renda de equilíbrio for igual a 2.000, a propensão marginal a consumir
será igual a 0,5.
d) se a renda de equilíbrio for igual 1.600, a propensão marginal a consumir
será igual a propensão marginal a poupar.
e) não é possível uma renda de equilíbrio maior que 2.500.
6 - (APO/MPOG – ESAF/2002) Com relação ao multiplicador
keynesiano, é correto afirmar que:
a) se a propensão marginal a consumir for igual à propensão marginal a
poupar, o seu valor será igual a um.b) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a
poupar, pode ser menor do que um e só é válido para os gastos do governo.
c) numa economia aberta seu valor depende da propensão marginal a
consumir e importar, pode ser negativo e vale apenas para os gastos do
governo e exportações autônomas.
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d) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a
poupar, não pode ser menor do que um e vale para qualquer componente dos
denominados gastos autônomos agregados.e) seu valor para uma economia fechada é necessariamente menor do que
para uma economia aberta.
7 - (Analista/Bacen – ESAF/2002) Considere C = 100 + 0,8Y; I = 300;
G = 100; X = 100; M = 50 + 0,6Y, onde: C = consumo agregado; I =
investimento agregado; G = gastos do governo; X = exportações; e M
= importações. Supondo um aumento de 50% nos gastos do governo,pode-se afirmar que a renda de equilíbrio sofrerá um incremento de,
aproximadamente:
a) 9,1 %
b) 15,2 %
c) 60,1 %
d) 55,2 %
e) 7,8 %
8 - (AFRF/SRF – ESAF/2000) Considere as seguintes informações para
uma economia hipotética, num determinado período de tempo, em
unidades monetárias:
Consumo autônomo = 100;
Investimento agregado = 150;
Gastos do governo = 80;
Exportações = 50;
Importações = 30.
Pode-se então afirmar que,
a) se a propensão marginal a consumir for 0,8, a renda de equilíbrio será de
1700.
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b) se a propensão marginal a poupar for 0,2, a renda de equilíbrio será de
1750.
c) se a propensão marginal a consumir for de 0,6, a renda de equilíbrio será de1730.
d) se a propensão marginal a poupar for 0,3, a renda de equilíbrio será de
1700.
e) se a propensão marginal a consumir for 0,7, a renda de equilíbrio será de
1800.
9 - (APO/MPOG – ESAF/2000) Considere o modelo keynesiano simplesde uma economia fechada e sem governo, com uma função consumo
linear, com consumo autônomo igual a 10 e a propensão marginal a
poupar igual a 0,25. É correto afirmar que:
a) se o investimento passar de 10 para 15, a renda de equilíbrio passara de 78
para 98.
b) se o investimento passar de 4 para 10, a renda de equilíbrio passara de 58
para 82.c) se o investimento passar de 3 para 6, a renda de equilíbrio passara de 50
para 62.
d) se o investimento passar de 5 para 9, a renda de equilíbrio passara de 58
para 74.
e) se o investimento passar de 5 para 7, a renda de equilíbrio passara de 60
para 68.
10 - (ECONOMISTA/CEDAE – CEPERJ/2009) Os dados abaixo referem-
se à uma economia fechada e sem governo
C = C0 + c(YD)
I = I0
G = G0
T = tY
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Considere C = consumo das famílias, I = investimento das empresas, G
= gastos do governo, T = tributos, t = alíquota de imposto, YD = rendadisponível, C0 = consumo autônomo, I0 = investimento autônomo G0
= gastos autônomos e c = propensão marginal a consumir.
O multiplicador dos gastos autônomos nessa economia é representado
por:
a)
( )t c −− 11
1
b)c−1
1
c)( )t −1
1
d)( ) mt c +−− 11
1
e)000
G I C ++
11 - (APS/SEPLAG – CEPERJ/2009) Considere os dados:
C = 15 + 0,8Yd
I = 5 + 0,1Y
T = 2 + 0,1Y
G = 15
X = 20M = 15,4 + 0,2Y
Onde C = consumo das famílias; I = Investimento; G = Gastos do
Governo, T = arrecadação de impostos; X = exportação de bens e
serviços; M = importação de bens e serviços; Y = renda nacional e Yd =
renda disponível
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O nível de renda (Y) de equilíbrio é:
a) 87,5b) 100
c) 104
d) 172,7
e) 200
12 - (ECONOMISTA/PETROBRÁS – CESGRANRIO/2005) Considere o
modelo Keynesiano simplificado onde o equilíbrio produto-despesa édescrito pela seguinte equação:
Y = C0 + cY + I + G,
onde Y é o produto, C0 , o consumo autônomo, c, a propensão marginal
a consumir, I, o investimento privado e G, os gastos do governo.
Assumindo que a propensão marginal a consumir é igual a 1, umaumento nos gastos do governo de G para 2G faz o produto de
equilíbrio:
a) dobrar.
b) aumentar infinitamente.
c) aumentar em 2G.
d) aumentar em C0 + I + 2G.
e) manter-se constante.
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Gabarito Comentado:
1 – (Auditor-Fiscal/Sec. Fazenda RJ – FGV/2011) Seja uma economiahipotética caracterizada pelas seguintes equações:
• Consumo das famílias: C = 40 + 0,9 Y
• Gastos do governo: 0
• Investimento: 30
• Exportações Líquidas: X – M = 30 – 0,1 Y
Com base nos dados acima, analise as afirmativas a seguir:
I. O PIB dessa economia é igual a $ 500.
II. O consumo das famílias é igual a $ 490.
III. As exportações líquidas são iguais a $ –20.
Assinale
(A) se apenas as afirmativas I e II forem verdadeiras.
(B) se apenas as afirmativas I e III forem verdadeiras.
(C) se apenas as afirmativas II e III forem verdadeiras.
(D) se todas as afirmativas forem verdadeiras.
(E) se nenhuma afirmativa for verdadeira.
Comentários:
Para resolver esta questão basta apenas aplicarmos a fórmula que calcula o
PIB a partir das variáveis autônomas e do multiplicador keynesiano. Não
obstante à aplicação da fórmula, algumas considerações devem ser feitas. A
primeira é a de que os gastos do governo são iguais a zero, o que pressupõe
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que a tributação também é igual a zero, e assim a renda de analise desta
economia é a renda bruta.
Vejamos:
Y (renda) = k (multiplicador) * (C0 + I0 + G0 – c1T0 + X0 – M0)
Y (renda) = (1/(1-0,9))*(40 + 30 + 0 – 0,9*0 + 30 – 0,1Y
Y = 100 – 0,1Y/0,1
0,1Y + 0,1Y = 100
0,2Y = 100Y = 500
Aplicando o valor obtido para a renda na fórmula referente ao consumo,
temos:
C = 40 + 0,9 (500) = 490
Exportações Líquidas = 30 – 0,1y = 30 – 0,1.500 = -20
Conclui-se assim que todas as assertivas estão corretas.
Gabarito: letra “d”.
2 – (Técnico de Fomento/BADESC – FGV/2010) Uma economia fechada
possui as seguintes características:
Consumo: C = 200 + 0,6Y, sendo Y = Renda Nacional
Investimento: I = 400
Gastos do Governo: G = 200
A renda nacional de equilíbrio dessa economia é igual a:
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(A) 800
(B) 1280
(C) 1333(D) 2000
(E) 3200
Comentários:
Essa questão é um tanto quanto básica, sendo necessária apenas a aplicação
da fórmula desenvolvida em aula:
Y = 1/1-0,6 * (200 + 400 + 200)
Y = 2,5*(800) = 2000
Gabarito: letra “d”.
3 – (AFRFB/SRFB – ESAF/2009) Considere o modelo de determinaçãoda renda com as seguintes informações, em unidades monetárias
(quando for o caso):
C = 100 + 0,8.Y
M = 50 + m.Y
X = 100
G = 100
I = 200
onde:
Y = produto agregado;
C = consumo agregado;
G = gastos do governo;
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I = investimento agregado;
X = exportações;
M = importações; e“m” uma constante positiva.
Considerando uma renda agregada de equilíbrio igual a 900, a
propensão marginal a importar será igual a:
a) 0,15
b) 0,50
c) 0,20d) 0,30
e) 0,25
Comentários
Partindo dos conceitos do modelo keynesiano, temos que a Demanda Agregada
– DA é composta do consumo, investimento, gastos do governo, dasexportações e das importações de bens e serviços não fatores.
Estas variáveis estão dispostas pelas fórmulas disponíveis nas questões,
motivo pelo qual basta a nós apenas realizarmos a substituição dos valores:
900 = 100 + 0,8(900) + 200 + 100 + 100 – 50 – m(900)
900 = 450 + 0,8 . 900 – 900m,
900m = 720 – 450
900m = 270
m = 270 / 900 = 0,3.
Importante lembrar que a “m” representa a propensão marginal a importar.
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Gabarito: letra “d”.
4 - (AFRF/SRF – ESAF/2003) Considere as seguintes informações parauma economia fechada e com governo:
Y = 1200
C = 100 + 0,7.Y
I = 200
onde:
Y = produto agregado;C = consumo agregado; e
I = investimento agregado.
Com base nestas informações, pode-se afirmar que, considerando o
modelo keynesiano simplificado, para que a autoridade econômica
consiga um aumento de 10% no produto agregado, os gastos do
governo terão que sofrer um aumento de: a) 60%
b) 30%
c) 20%
d) 10%
e) 8%
Comentários:
No equilíbrio inicial temos:
1200 = 1/1-07 * (100 + 200 + G) =
G = 60.
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Um aumento da renda em 10% significa que esta passará de 1200 para
1320, ou seja, um aumento de 120. Assim, para se calcular a variação nos
gastos do governo, a qual leva a uma variação de 120 na renda, temosapenas que montar a fórmula já conhecida:
Var. Y = k x Var. G
120 = 1/0,3 x Var. G.
Var G = 36
Sabendo-se que G era igual a 60, uma variação de 36 corresponde a umpercentual de 60%, dado que 36/60 = 0,6 ou 60%.
Gabarito: letra “a”.
5 - (AFRF/SRF – ESAF/2002) Considere os seguintes dados:
C = 500 + c.YI = 200G = 100X = M = 50
onde:
C = consumo;
c = propensão marginal a consumir;
I = investimento;
G = gastos do governo;
X = exportações;
M = importações.
Com base nestas informações, é correto afirmar que:
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a) se a renda de equilíbrio for igual a 2.500, a propensão marginal a poupar
será igual a 0,68.
b) se a renda de equilíbrio for igual a 1.000, a propensão marginal a consumirserá maior que a propensão marginal a poupar.
c) se a renda de equilíbrio for igual a 2.000, a propensão marginal a consumir
será igual a 0,5.
d) se a renda de equilíbrio for igual 1.600, a propensão marginal a consumir
será igual a propensão marginal a poupar.
e) não é possível uma renda de equilíbrio maior que 2.500.
Comentários:
Sendo a propensão marginal a consumir igual a propensão marginal a
poupar, o multiplicador “k” será igual a 2. k = 1/1-05 = 2.
A partir da fórmula que mede a renda de equilíbrio, temos:
Y = K (C0 + I0 + G0 + X0 – M0)
Y = 2 (500 + 200 + 100 + 50 – 50) = 1600
Gabarito: Letra “d”.
6 - (APO/MPOG – ESAF/2002) Com relação ao multiplicador
keynesiano, é correto afirmar que:
a) se a propensão marginal a consumir for igual à propensão marginal a
poupar, o seu valor será igual a um.
b) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a
poupar, pode ser menor do que um e só é válido para os gastos do governo.
c) numa economia aberta seu valor depende da propensão marginal a
consumir e importar, pode ser negativo e vale apenas para os gastos do
governo e exportações autônomas.
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d) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a
poupar, não pode ser menor do que um e vale para qualquer componente dos
denominados gastos autônomos agregados.e) seu valor para uma economia fechada é necessariamente menor do que
para uma economia aberta.
Comentários:
Considerando que o multiplicador Keynesiano é do pela fórmula 1/1-C1,
sendo C1 a propensão marginal a consumir e (1-C1) a propensão marginal apoupar, somente se a propensão marginal a consumir fosse maior do que
1, é que o multiplicador seria menor do que um. De acordo com o modelo
Keynesiano, o consumo máximo é o da própria renda, não podendo o
indivíduo auferir empréstimos.
Outra coisa, considerando que estamos em uma economia fechada, os
gastos autônomos serão representados pelo aumento ou do consumo, oudo investimento ou dos gastos do governo, não dependendo nenhum deles
de outro parâmetro (por exemplo, o investimento não é dependente da
renda ou das taxas de juros).
Gabarito: letra “d”.
7 - (Analista/Bacen – ESAF/2002) Considere C = 100 + 0,8Y; I = 300;
G = 100; X = 100; M = 50 + 0,6Y, onde: C = consumo agregado; I =
investimento agregado; G = gastos do governo; X = exportações; e M
= importações. Supondo um aumento de 50% nos gastos do governo,
pode-se afirmar que a renda de equilíbrio sofrerá um incremento de,
aproximadamente:
a) 9,1 %
b) 15,2 %
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c) 60,1 %
d) 55,2 %
e) 7,8 %
Comentários:
Essa questão é um pouco mais chata de resolver até por isso mesmo que ela
ficou por último!
Para resolvê-la, debe encontrar inicialmente a renda de equilíbrio antes doaumento dos gastos:
Y = 100 + 0,8y + 300 + 100 + 100 - 50 - 0,6y = 687,5
Um aumento de 50% nos gastos leva esta para 150 (100 + 50);
Verificou-se que uma das formas de calcular a variação no crescimento darenda, a partir do multiplicador, é a seguinte:
Var Y = Var G x k, ou seja, a variação da renda é derivada da variação
dos gastos do governo multiplicado pelo impacto gerado pelo multiplicador
dos gastos.
Assim sendo, tem-se que:
Var Y = Var G x k, sendo k = 1/1-0,8+0,6 = 1,25.
Encontrando-se “k” igual a 1,25, chega-se a seguinte variação da renda:
Var Y = 50 * 1,25 = 62,5
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Para que seja possível saber qual a variação percentual de crescimento da
renda em decorrência do aumento dos gastos do governo, pode-se fazer a
seguinte pergunta:
Quanto será 62,5 de aumento na renda se está era inicialmente igual a
687,5?
O cálculo será o resultado da divisão do aumento da renda pelo valor
original da renda, ou seja:
62,5/687,5 = 0,0909 = 9,1% aproximadamente.
Complicada? Não, não, só é mesmo chatinha de se resolver!
Gabarito: letra “a”.
8 - (AFRF/SRF – ESAF/2000) Considere as seguintes informações parauma economia hipotética, num determinado período de tempo, em
unidades monetárias:
Consumo autônomo = 100;
Investimento agregado = 150;
Gastos do governo = 80;
Exportações = 50;
Importações = 30.
Pode-se então afirmar que,
a) se a propensão marginal a consumir for 0,8, a renda de equilíbrio será de
1700.
b) se a propensão marginal a poupar for 0,2, a renda de equilíbrio será de
1750.
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c) se a propensão marginal a consumir for de 0,6, a renda de equilíbrio será de
1730.
d) se a propensão marginal a poupar for 0,3, a renda de equilíbrio será de1700.
e) se a propensão marginal a consumir for 0,7, a renda de equilíbrio será de
1800.
Comentários:
Aplicando-se a propensão marginal a consumir igual a 0,2, temos oresultado:
Y = (1/(1-C1))* (100+ 150 + 80 + 50 - 30) = 1/0,2 * 350 = 1750
Gabarito: letra “b”.
9 - (APO/MPOG – ESAF/2000) Considere o modelo keynesiano simplesde uma economia fechada e sem governo, com uma função consumo
linear, com consumo autônomo igual a 10 e a propensão marginal a
poupar igual a 0,25. É correto afirmar que:
a) se o investimento passar de 10 para 15, a renda de equilíbrio passara de 78
para 98.
b) se o investimento passar de 4 para 10, a renda de equilíbrio passara de 58
para 82.
c) se o investimento passar de 3 para 6, a renda de equilíbrio passara de 50
para 62.
d) se o investimento passar de 5 para 9, a renda de equilíbrio passara de 58
para 74.
e) se o investimento passar de 5 para 7, a renda de equilíbrio passara de 60
para 68.
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Comentários:
Essa questão só pode ser mesmo resolvida por meio de tentativa e erro.
Renda de equilíbrio inicial:
Se (1- C1) = propensão marginal a poupar, temos que k = 1/0,25 = 4
Renda de equilíbrio inicial (Y) = 4 (10 + 5) = 60;
Como o investimento aumentou em “2”, o impacto no aumento da renda
será de “8”, pois var. Y = var. I x k = 2 x 4;
A renda de equilíbrio aumenta de 60 para 68.
Gabarito: letra “e”.
10 – (ECONOMISTA/CEDAE – CEPERJ/2009) Os dados abaixo referem-
se à uma economia fechada e sem governo
C = C0 + c(YD)
I = I0
G = G0
T = tY
Considere C = consumo das famílias, I = investimento das empresas, G
= gastos do governo, T = tributos, t = alíquota de imposto, YD = renda
disponível, C0 = consumo autônomo, I0 = investimento autônomo G0
= gastos autônomos e c = propensão marginal a consumir.
O multiplicador dos gastos autônomos nessa economia é representado
por:
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a) ( )t c −− 11
1
b) c−1
1
c)( )t −1
1
d)( ) mt c +−− 11
1
e) 000 G I C ++
Comentários:
Com base em todos os conceitos verificados na parte teórica apresentada
anteriormente às questões, fica fácil resolver a questão.
O multiplicador dos gastos é formado pela série de variáveis que compõem a
demanda agregada (DA = C + I + G + X – M). Cada uma destas variáveispode, de acordo com a questão proposta, serem ou não dependentes da
renda. Assim, a partir dos conceitos estudados e das definições dadas pela
questão, temos que o consumo é dependente da renda disponível que, na
questão em foco, nada mais é do que a renda Y menos o que é retido desta na
forma de impostos T, de tal modo que YD será expresso da seguinte forme:
YD = Y – T
Em conjunto com esta informação, verificou-se que o multiplicador dos meios
de pagamento, ao qual definimos por “k”, meramente como forma de facilitar
os cálculos, tem no seu denominador todas as variáveis da demanda agregada
que sejam dependentes da renda. Analisando as variáveis apresentadas na
questão, temos duas delas dependentes da renda. Na verdade temos uma
dependente da renda e a outra dependente da renda disponível. Será que isso
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é problema? Claro que não! Basta apenas você substituir na fórmula de “YD “ a
expressão Y – T.
Equacionando em termos da questão a partir da composição da demanda
agregada, temos:
Y = C + I + G
Y = C0 + c(YD) + I0 + G0
Substituindo por Y – T, tem-se:
Y = C0 + c(Y - T) + I0 + G0
Substituindo ainda “T” por tY, tem-se:
Y = C0 + c(Y - tY) + I0 + G0
Passando todas as variáveis associadas à Y para o lado esquerdo da fórmula,
tem-se:
Y – cY - ctY = C0 + I0 + G0
Colocando-se em evidência o “Y”, tem-se:
Y*(1 – c(1 – t)) = C0 + I0 + G0
Passando dividindo para o outro lado da fórmula o termo entre parênteses,
tem-se:
( )t c
G I C
Y −−
++
= 11000
ou ( ) ( )00011
1G I C t cY ++
−−=
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Com base no resultado encontrado acima pode-se concluir que o multiplicador
dos gastos autônomos é igual ( )t c −− 11
1, ou seja, alternativa “a”.
Mas agora eu faço uma pergunta: Será que é necessário ser feito todo este
cálculo? Claro que não. Conforme foi comentado na página 20, para se
encontrar as variáveis bem como a fórmula que define o multiplicador dos
gastos, basta apenas se verificar quais são as variáveis que são dependentes
da renda. No exercício em questão somente o consumo e a tributação sãodependentes da renda. Sendo assim, ficaria fácil se excluir do resultado as
demais assertivas, uma vez que nas letras “b” e “c”, falta uma das variáveis
dependentes da renda no denominador, na letra “d” tem mais variáveis do que
o necessário, uma vez que sequer existe importação já que se trata de uma
economia fechada e, consequentemente, sem qualquer variável associada à
importação. Finalmente, na letra “e”, constam apenas parte das variáveis da
renda, que são autônomas, como no caso do consumo, e as demais variáveisautônomas (investimento e gastos do governo).
Gabarito: letra “a”.
11 – (APS/SEPLAG – CEPERJ/2009) Considere os dados:
C = 15 + 0,8Yd
I = 5 + 0,1Y
T = 2 + 0,1Y
G = 15
X = 20
M = 15,4 + 0,2Y
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Onde C = consumo das famílias; I = Investimento; G = Gastos do
Governo, T = arrecadação de impostos; X = exportação de bens e
serviços; M = importação de bens e serviços; Y = renda nacional e Yd =renda disponível
O nível de renda (Y) de equilíbrio é:
a) 87,5
b) 100
c) 104
d) 172,7e) 200
Comentários:
Essa questão pode ser resolvida da mesma forma que a questão anterior, ou
seja, substituindo-se todas as variáveis na fórmula da demanda agregada,
partindo inclusive do conceito de que a renda disponível Y d é obtida pelasubtração dos impostos da renda (Y – T).
Não obstante, digo para vocês para acabarmos com este tipo de conta
prolongada. Simplesmente vamos aplicar a fórmula disposta na página 21, a
qual considera todas as variáveis da questão, uma vez que se trata de uma
economia aberta, em que se importam e que exportam bens e serviços.
Y (renda) = k (multiplicador) * (C0 + I0 + G0 – C1T0 + X0 – M0)
( ) ( )0001000
1111 11
1 M X T C G I C
imt cY −+−++
−+−−
=
substituindo os valores, tem-se:
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( ) ( )4,15202*8,015515
1,02,01,018,01
1
1
−+−++
−+−−
=Y
( ) 1003838,0
1==Y
Gabarito: letra “b”.
12 - (ECONOMISTA/PETROBRÁS – CESGRANRIO/2005) Considere o
modelo Keynesiano simplificado onde o equilíbrio produto-despesa é
descrito pela seguinte equação:
Y = C0 + cY + I + G,
onde Y é o produto, C0 , o consumo autônomo, c, a propensão marginal
a consumir, I, o investimento privado e G, os gastos do governo.
Assumindo que a propensão marginal a consumir é igual a 1, umaumento nos gastos do governo de G para 2G faz o produto de
equilíbrio:
a) dobrar.
b) aumentar infinitamente.
c) aumentar em 2G.
d) aumentar em C0 + I + 2G.e) manter-se constante.
Comentários:
No modelo keynesiano simplificado, o qual foi analisado primeiramente, o
multiplicador keynesiano é dado pela expressão 1/1-c, sendo “c”, nesta
questão, igual à propensão marginal a consumir.
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Partindo do pressuposto dado pela questão, o qual diz que “c” é igual a “1”,
teremos a seguinte divisão que cálculo o multiplicador dos gastos = 1/1-1= 1/0.
Todo número dividido por zero tende a infinito, fazendo com que a
alternativa correta da questão seja a alternativa “b”, que afirma que o
produto de equilíbrio vai aumentar infinitamente.
Conforme pode-se verificar, trata-se de uma questão muito mais conceitualdo que efetivamente uma questão que demanda a aplicação da série de
variáveis componentes da demanda agregada, dentro da análise do modelo
keynesiano.
Gabarito: letra “b”.