Download - Atualização Tributária
REGIMES TRIBUTÁRIOS
Âmbito Federal
Planejamento para 2012
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Conteúdo 1. LUCRO REAL ............................................................................... 6
1.1. INTRODUÇÃO ........................................................................ 6
1.2. REGIME DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL .......................................... 6
1.3. Empresas Obrigadas à Apuração do Lucro Real ................................. 6
1.4. FORMAS DE TRIBUTAÇÃO ........................................................... 7
1.5. OPÇÃO PELA FORMA DE TRIBUTAÇÃO ............................................ 7
1.6. REGIME DA ESTIMATIVA ............................................................ 9
1.7. BALANÇO DE SUSPENSÃO/REDUÇÃO DO IR/CSLL .............................. 15
1.8. LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL .......................................... 20
1.9. ADIÇÕES E EXCLUSÕES PERMITIDAS AO LUCRO REAL .......................... 22
1.10. EXEMPLO DE ESCRITURAÇÃO ................................................... 25
2. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS................................................ 29
2.1. Compensação de Prejuízos Fiscais a Partir de 01.01.96 ..................... 29
2.2. PREJUÍZOS FISCAIS NÃO-OPERACIONAIS (PNO): Compensação só com lucros
não operacionais ........................................................................... 30
3. DEDUÇÕES DO IRPJ / INCENTIVOS FISCAIS ........................................... 30
3.1. Limites de Dedução Global ....................................................... 30
3.2. Dedução do Imposto Devido ...................................................... 30
4. LUCRO PRESUMIDO ...................................................................... 32
4.1. INTRODUÇÃO ....................................................................... 32
4.2. EMPRESAS IMPEDIDAS AO LUCRO PRESUMIDO .................................. 32
4.3. APURAÇÃO TRIMESTRAL ........................................................... 32
4.4. FORMALIZAÇÃO DA OPÇÃO........................................................ 33
4.5. BASE DE CÁLCULO.................................................................. 34
4.6. DETERMINAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO ......................................... 34
4.7. PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO APLICÁVEIS SOBRE A RECEITA BRUTA DA
ATIVIDADE ................................................................................... 35
4.8. DEMAIS RECEITAS E GANHOS DE CAPITAL E OUTROS ACRÉSCIMOS À BASE DE
CÁLCULO ..................................................................................... 39
3
4.9. OUTROS VALORES QUE DEVEM SER ACRESCIDOS À BASE DE CÁLCULO ...... 40
4.10. CÁLCULO DO IMPOSTO E ADICIONAL .......................................... 40
4.11. RECEITAS FINANCEIRAS ......................................................... 42
4.12. ADICIONAL DE IMPOSTO DE RENDA ............................................ 42
4.13. EXEMPLO DE CÁLCULO PARA O LUCRO PRESUMIDO ......................... 43
4.14. RECOLHIMENTO .................................................................. 43
4.15. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS ...................................................... 43
5. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – LUCRO PRESUMIDO ........................................ 45
5.1. REGIME DE APURAÇÃO – COMPETÊNCIA OU CAIXA ............................. 45
5.2. BASE DE CÁLCULO.................................................................. 45
5.3. ALÍQUOTA DA CSLL ................................................................ 47
5.4. DEDUÇÕES DO IMPOSTO TRIMESTRAL ........................................... 48
5.5. BÔNUS DE ADIMPLÊNCIA FISCAL .................................................. 49
5.6. RECOLHIMENTO DO IRPJ E DA CSLL (PRESUMIDO) ............................. 50
6. LUCRO ARBITRADO ...................................................................... 52
6.1. HIPÓTESES DE ARBITRAMENTO (art. 530 do RIR/99) .......................... 52
6.2. AUTO-ARBITRAMENTO ............................................................. 52
6.3. CÁLCULO DA CSLL - LUCRO ARBITRADO ........................................ 55
7. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS .............................................................. 56
7.2. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS E DIVIDENDOS AO TITULAR, SÓCIO OU ACIONISTA
DA PESSOA JURÍDICA ....................................................................... 56
7.3. IMPEDIMENTO PARA DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS/ DIVIDENDOS ................ 58
8. PIS E COFINS – ASPECTOS GERAIS ..................................................... 59
8.1. HISTÓRICO .......................................................................... 59
8.2. PIS/PASEP NÃO-CUMULATIVO DA LEI Nº 10.637/2002 ........................ 59
8.3. COFINS NÃO-CUMULATIVO DA LEI Nº 10.833/2003 ............................ 59
9. INCIDÊNCIA CUMULATIVA ............................................................... 60
9.1. REGIME DE RECONHECIMENTO DAS RECEITAS E DESPESAS – CAIXA OU
COMPETÊNCIA ............................................................................... 61
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9.2. VALORES QUE NÃO INTEGRAM A RECEITA BRUTA .............................. 61
9.3. EXCLUSÕES/DEDUÇÕES GERAIS DA BASE DE CÁLCULO ........................ 62
9.4. ALÍQUOTAS DO PIS E DA COFINS ................................................. 62
9.5. INSTITUIÇÃO FINENCEIRAS E EQUIPARADAS .................................... 62
9.6. DEDUÇÃO DOS VALORES RETIDOS NO PAGAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES .. 63
9.7. PAGAMENTO DO PIS/PASEP E DA COFINS ....................................... 63
9.8. CÓDIGOS DO DARF ................................................................. 63
10. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA ...................................................... 64
10.1. PESSOAS JURÍDICAS SUJEITAS À NÃO-CUMULATIVIDADE ................... 64
10.2. PESSOAS JURÍDICAS NÃO SUJEITAS À INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA DAS
CONTRIBUIÇÕES ............................................................................. 64
10.3. RECEITAS NÃO SUJEITAS AO PIS/PASEP E À COFINS NÃO-CUMULATIVA .. 65
10.4. BASE DE CÁLCULO ............................................................... 67
10.5. CRÉDITOS DO PIS/PASEP E DA COFINS NÃO-CUMULATIVA ................. 68
10.6. DEDUÇÃO DOS VALORES RETIDOS NO PAGAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES 73
10.7. RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES ........................................ 73
11. PIS SOBRE FOLHA DE SALÁRIOS ..................................................... 74
12. SIMPLES NACIONAL ................................................................... 76
12.1. DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA OU EMPRESA DE PEQUENO PORTE ........ 77
12.2. CONCEITO DE RECEITA BRUTA ................................................. 79
12.3. IMPEDITIVOS À OPÇÃO PELO REGIME TRIBUTÁRIO .......................... 79
12.4. INSCRIÇÃO E BAIXA .............................................................. 81
12.5. MODELO DE DECLARAÇÃO DE ENQUADRAMENTO ............................ 83
12.6. INSCRIÇÃO E BAIXA SIMPLIFICADA ............................................. 86
12.7. OPÇÃO PELO REGIME ........................................................... 86
13. EXCLUSÃO DO REGIME................................................................ 88
13.1. EXCLUSÃO OPCIONAL ........................................................... 88
13.2. EXCLUSÃO OBRIGATÓRIA ....................................................... 88
13.3. EXCLUSÃO DE OFÍCIO ........................................................... 90
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14. ABRANGÊNCIA E RECOLHIMENTO DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES ............ 93
14.1. TRIBUTOS ALCANÇADOS – RECOLHIMENTO EM GUIA ÚNICA................ 93
15. VALOR DEVIDO – RECOLHIMENTO ................................................... 95
15.1. RECOLHIMENTO DOS TRIBUTOS DEVIDOS..................................... 95
15.2. SEGREGAÇÃO DAS RECEITAS ................................................... 95
15.3. IDENTIFICAÇÃO DA ALÍQUOTA ................................................. 96
15.4. CÁLCULO DO FATOR "R" ...................................................... 102
15.5. APLICAÇÃO DA TABELA – INÍCIO DE ATIVIDADES........................... 102
16. RECEITA BRUTA SUPERIOR AO LIMITE ............................................ 104
16.1. REDUÇÃO – RECEITAS DE MERCADORIAS SUJEITAS À TRIBUTAÇÃO
MONOFÁSICA E EXPORTAÇÃO ........................................................... 104
16.2. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA .................................................. 106
16.3. INFORMAÇÃO NO PGDAS (Programa gerador do DAS) .................... 106
17. RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO ................................................. 107
17.1. RESTITUIÇÃO DE VALORES ................................................... 107
17.2. COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS NO SIMPLES NACIONAL .................... 108
18. TRIBUTAÇÃO POR REGIME DE CAIXA ............................................. 109
18.1. Distinção entre regime de caixa e regime de competência............. 109
18.2. Regime de reconhecimento das receitas no Simples Nacional ......... 109
18.3. Cálculo dos Tributos .......................................................... 109
18.4. Opção pelo regime de caixa ................................................. 110
18.5. Registro dos Valores a Receber ............................................. 110
18.6. Dispensa do registro .......................................................... 111
18.7. Registro dos Valores a Receber - Modelo .................................. 112
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1. LUCRO REAL
1.1. INTRODUÇÃO
As pessoas jurídicas podem optar pela tributação do lucro, na forma do Lucro
Presumido ou Pelo Lucro Real, e em algumas vezes pelo Lucro Arbitrado. Algumas
atividades e acima de um determinado faturamento, as empresas devem tributar
suas receitas na forma do Lucro Real. O lucro a ser tributado será sobre o montante
do lucro líquido ajustado, pelas adições, exclusões e compensações permitidas pelo
Imposto de renda.
1.2. REGIME DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL
Qualquer empresa pode optar, sem qualquer restrição, pela tributação com base no
lucro real. Aliás, este é o regime próprio de incidência do Imposto de Renda, pois,
neste regime se demonstra o resultado efetivo apurado no exercício da atividade.
Para que a empresa possa optar por outro regime deverá verificar a possibilidade de
enquadramento.
Os demais regimes têm por característica a forma simplificada de apuração e
escrituração com possibilidade, em certos casos, de redução da carga tributária.
1.3. Empresas Obrigadas à Apuração do Lucro Real
a) cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja acima de R$ 48.000.000,00;
b) Instituições financeiras, empresas de seguros privados, de capitalização, de
previdência privada e equiparadas;
c) que tenham lucros ou rendimentos oriundos do exterior;
d) que gozem de benefícios fiscais de isenção/redução do imposto de renda;
e) que no decorrer do ano tenham efetuado a suspensão ou redução do imposto;
f) empresas de fomento mercantil – “Factoring”;
g) Empresas de construção civil com registro de custo orçado.
h) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e
do agronegócio. (Incluído pela Medida Provisória nº 472, de 2009, convertida na Lei
nº 12.249/2010)
Nota: Tais empresas não poderão optar por outro regime, por exemplo: lucro
presumido ou Simples Nacional (Art. 14 da Lei nº. 9.718/98; art. 246 do RIR/99).
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1.4. FORMAS DE TRIBUTAÇÃO
As empresas que apuram o lucro real, durante o ano calendário poderão adotar como
forma de cálculo do Imposto de Renda da CSLL, o Lucro Real Trimestral ou o Lucro
Real Anual (estimativa mensal).
No lucro real trimestral os recolhimentos efetuados são definitivos, ou seja, não
estarão sujeitos a ajustes no encerramento do ano-calendário.
O regime da estimativa tem por característica ser uma forma de antecipação mensal
de IR/CSLL, resultando, portanto, em cálculos provisórios cujos recolhimentos serão
ajustados com o IR/CSLL apurados no encerramento do período-base, normalmente
em 31/dezembro. (Artigo 2º, § 6º da IN SRF nº. 93/97)
Uma vez exercida a opção pelo pagamento mensal do imposto calculado por
estimativa, a empresa deverá apurar o Lucro Real em 31 de dezembro do respectivo
ano-calendário.
A diferença constatada entre o tributo (imposto ou contribuição) apurado com base
no Lucro Real em 31.12. XX e a soma dos pagamentos mensais feitos por estimativa
no mesmo ano-calendário:
a) quando positiva será paga em quota única, até o último dia útil do mês de março
do ano seguinte;
b) quando negativa será compensada com o tributo mensal a ser pago a partir do mês
de janeiro do ano seguinte (ou será objeto de restituição).
1.5. OPÇÃO PELA FORMA DE TRIBUTAÇÃO
A opção pela forma de tributação se dá com o primeiro recolhimento do imposto no
ano-calendário através do código informado no DARF.
Uma vez efetuada a opção o regime adotado é definitivo para todo o ano-calendário,
ou seja, não poderá ser alterado. (Arts. nºs. 17 e 35, § 2º da IN SRF nº. 93/97 e Art.
13, § 1º da Lei nº. 9.718/98)
1.5.1. Lucro Real Trimestral
Adotado este regime, a pessoa jurídica deverá ao final de cada período-base
(trimestral), apurar o lucro líquido, nos termos da legislação comercial e fiscal, o que
vai lhe exigir escrituração contábil completa.
Este lucro líquido será transportado para o LALUR para fins ajustes e assim chegando-
se à determinação do lucro real, base de cálculo do IR.
Por sua vez, seguindo o mesmo sistema, a CSLL será calculada sobre o lucro líquido
ajustado pelas adições, exclusões e compensações que lhe são próprias, na forma
definida pela legislação em vigor.
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1.5.2. Regime da Estimativa Mensal
O regime da estimativa mensal caracteriza-se pela forma simplificada de
recolhimento. Uma vez definida a receita bruta, sobre ela aplicam-se os percentuais
de presunção de lucro, os mesmos previstos para o regime do lucro presumido. A esta
base deverão ser acrescidas as demais receitas e ganhos de capital.
Neste regime vigora o sistema de suspensão ou redução do IRPJ e CSLL que
certamente vai exigir da empresa rígida organização contábil para que se possa
comprovar com base em escrituração completa, que o imposto já pago excede o
devido no período em curso ou, simplesmente, comprovar que não se deve imposto
no período em curso.
Para quem está apurando o lucro real, este sistema de suspensão/redução é uma das
principais formas de planejamento tributário a ser adotada durante o ano-calendário.
É um sistema facultativo, podendo ser adotado quando melhor convier ao
contribuinte.
1.5.3. Real Trimestral e Estimativa: Vantagens X Desvantagens
REAL TRIMESTRAL
VANTAGENS DESVANTAGENS
· imposto é pago trimestralmente e
pode ser parcelado em três quotas;
· Se o lucro for menor que o lucro
estimado, e haja previsão segura da
inexistência de prejuízos;
· No caso de saldo negativo, poderá
ser corrigido a partir do mês seguinte.
· no caso de lucro real maior que o
estimado, não terá outra alternativa;
· deverá escriturar o diário,
inventário e o Lalur trimestralmente;
· apurando prejuízo-fiscal, a
compensação nos trimestres seguintes
estará limitada a 30% do lucro.
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ESTIMATIVA MENSAL
VANTAGENS DESVANTAGENS
· Poderá suspender ou reduzir o
imposto mensal se o lucro for menor ou
apurar prejuízos-fiscais;
· Se o lucro real for maior poderá
desconsiderá-lo e simplesmente recolher
o imposto com base no lucro estimado;
· É um sistema simplificado de
apuração. Toma-se por base as receitas.
· Os resultados negativos se
compensarão automaticamente com os
positivos, pois os balancetes são apurados
de forma acumulada.
· Se não for comparado com o lucro
real poderá ser recolhido imposto maior
que o efetivamente devido;
· imposto pago na forma de
antecipação não é corrigido durante o
ano;
· No caso de saldo negativo só será
corrigido a partir do ano seguinte;
· sistema de suspensão exige
escrituração regular por ocasião de cada
balancete que for utilizado para
suspensão e redução.
1.6. REGIME DA ESTIMATIVA
No regime da estimativa a base de cálculo é formada pelo somatório do lucro
estimado e demais receitas e ganhos de capital.
O lucro é calculado da seguinte forma:
a) aplicando os percentuais de presunção sobre a receita bruta; ou, opcionalmente,
b) com base no balancete de suspensão que vai demonstrar o lucro acumulado do
período-base.
1.6.1. Conceito de Receita Bruta
A receita bruta sobre o qual se aplicam os percentuais de presunção compreende o
produto da venda de bens (mercadorias ou produtos) nas operações por conta
própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta
alheia (por exemplo: comissões), observando-se que:
a) não se incluem na receita bruta:
a.1) o IPI (se a empresa for contribuinte deste imposto) cobrado destacadamente do
comprador, do qual o vendedor dos bens é mero depositário;
a.2) o ICMS por substituição tributária, cobrado pelo contribuinte substituto que
figura como mero depositário do imposto cobrado antecipadamente;
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a.3) as contribuições ao PIS/PASEP e COFINS cobradas, pelo contribuinte substituto
que figura como mero depositário do imposto cobrado antecipadamente;
b) devem ser excluídos da receita bruta:
b.1) as vendas canceladas (devoluções); e
b.2) os descontos incondicionais concedidos (que consta da NF e não depende de
evento futuro);
1.6.2. Percentuais do Lucro Estimado
ATIVIDADE GERADORA DA RECEITA PERCENTUAL
· Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo,
álcool etílico carburante e gás natural
1,6%
· Venda de mercadorias e produtos (exceto revenda de
combustível para consumo)
· Transporte de cargas
· Serviços hospitalares, auxílio diagnóstico e terapia, patologia
clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina
nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora
destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária
e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
ANVISA.
· Atividade Rural
· Industrialização com materiais fornecidos pelo Encomendante
· Atividades Imobiliárias
· Construção por empreitada, quando houver fornecimento de
todo material indispensável à execução da obra (ADN COSIT 06/97,
derrogado pela IN SRF n. 539/2005)
· Outras atividades (exceto prestação de serviços para a qual não
esteja previsto percentual específico)
8,0%
· Serviços de transporte (exceto o de cargas)
· Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades
civis de profissão regulamentada) prestados com exclusividade por
empresas com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00.
· Instituições financeiras a entidades a elas equiparadas
16%
· Serviços em geral, para os quais não esteja previsto percentual
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específico, inclusive prestados por sociedades civis de profissões
regulamentadas
· Intermediação de negócios, inclusive representação comercial
e corretagem (se Seguros, imóveis, etc.)
· Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e
direitos de qualquer natureza
· Factoring
· Construção por empreitada, quando houver emprego
unicamente de mão-de-obra, ou seja, sem o emprego de materiais
32%
À base de cálculo da estimativa, deverão ser somadas as demais receitas e ganhos de
capital, no mês em que forem auferidos. Podemos citar, entre outros:
a) juros ativos, não decorrentes de aplicações financeiras, inclusive os incidentes
sobre valores restituídos ou compensados;
b) descontos financeiros obtidos;
c) receita de locação de bens permanentes, quando este não for o objetivo social da
empresa, deduzido dos encargos necessários à sua percepção;
d) variações monetárias ativas;
e) ganhos de capital nas alienações de bens do ativo permanente;
OBS: Não devem ser somadas a base de cálculo os rendimentos de aplicações financeiras,
recuperação de créditos que não representem ingresso de novas receitas, reversão de
provisões, lucros e dividendos recebidos, ajuste da equivalência patrimonial, juros sobre o
capital próprio. (Arts. 4º, 6º e 7º da IN SRF nº 93/97)
1.6.3. Prestadoras de Serviço com Receita Bruta Anual de até R$120.000,00
As empresas exclusivamente prestadoras de serviços em geral, que não sejam de
profissão regulamentada e cuja receita bruta não exceder a R$120.000,00, poderão
utilizar, para determinação da base de cálculo do imposto, o percentual de 16%.
Diferença de Imposto: a empresa ficará sujeita ao pagamento da diferença do
imposto, apurada em relação a cada mês transcorrido, quando houver utilizado o
percentual de 16% e a receita bruta acumulada ano período exceder o limite de
R$120.000,00. A diferença de imposto deverá ser paga até o último dia útil do mês
subseqüente àquele em que ocorrer o excesso. Quando paga no prazo previsto acima,
a diferença será recolhida sem acréscimos.
Exemplo:
Dados hipotéticos relativos aos meses de janeiro a abril de 2001.
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Mês Receita Bruta – R$ Acumulado Percentual
Jan/2006 20.000,00 20.000,00 16%
Fev/2006 30.000,00 50.000,00 16%
Mar/2006 40.000,00 90.000,00 16%
Abr/2006 50.000,00 140.000,00 32%
Até o mês de março de 2001 a empresa utilizou o percentual de 16% sobre o valor da
receita bruta de R$90.000,00. A partir do mês de abril de 2001 passou a utilizar o
percentual de 32%, tendo em vista que o valor acumulado ultrapassou o limite de
R$120.000,00.
Assim, deverá ser recolhida a diferença de imposto, relativa à utilização do
percentual de 16% (32%-16% = 16%), ou seja:
Cálculo da Diferença de Imposto
Jan a Mar/2006 Valores -
R$
% Base de Cálculo do
IR
Base de Cálculo Acumulada 90.000,00 16 14.400,00
Diferença de Imposto Devida: R$14.400,00 x 15% = R$2.160,00
No exemplo em tela, a diferença deverá ser recolhida, juntamente com o imposto do
mês de abril de 2006, até o último dia do mês de maio de 2006 (Art 3º §4º da IN SRF
nº 93/97).
1.6.4. Atividades Imobiliárias
As pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias relativas a loteamento de
terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda deverão
considerar como receita bruta o montante efetivamente recebido, relativo às
unidades imobiliárias vendidas. O lucro estimado será calculado aplicando-se o
percentual de 8% sobre o valor das receitas recebidas (§ 7º do art. 3º e inciso I do art.
5º da IN SRF nº 93/97).
1.6.5. Comercialização de Veículos Usados
A pessoa jurídica que tenha como objeto social, declarado em seus atos
constitutivos, a compra e venda de veículos automotores deverá observar que, nas
operações de venda de veículos usados, o valor a ser computado na determinação da
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base de cálculo será apurado segundo o regime aplicável às operações de
consignação.
Assim, na determinação da base de cálculo, será computada a diferença entre o valor
pelo qual o veículo usado houver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e
o seu custo de aquisição constante da nota fiscal de entrada (IN SRF nº 152/98).
1.6.6. Cálculo do IR Estimado
Sobre a base de cálculo determinada na forma dos itens anteriores incide o Imposto
de Renda determinado pela aplicação da alíquota de 15%. (Art. 8º da IN SRF nº 93/97)
1.6.7. Cálculo do Adicional Mensal
Estará sujeita à incidência do adicional a parcela a parcela de lucro excedente a R$
20.000,00 multiplicada pelo número de meses do período de apuração. (Art. 8º, §
único, da IN SRF nº 93/97)
1.6.8. Exemplos de Adicional
a) Regime da estimativa – cálculo com base na receita bruta/demais receitas:
Admitindo-se a base de cálculo ______________________________________R$ 12.000,00
IRPJ = 15% sobre R$ 12.000,00 _____________________________________R$ 1.800,00
Admitindo-se a base de cálculo ______________________________________R$ 24.000,00
IRPJ normal = 15% sobre R$ 24.000,00 _______________________________R$ 3.600,00
IRPJ Adicional = 10% sobre R$ 4.000,00 ______________________________R$ 400,00
IRPJ a recolher ___________________________________________________R$ 4.000,00
b) Regime da estimativa – cálculo com base em balancete de redução/suspensão em
julho de 2005 (7 x R$20.000,00 = R$140.000,00 = limite do adicional):
Admitindo-se a base de cálculo ______________________________________R$ 110.000,00
IRPJ = 15% sobre R$ 110.000,00 ____________________________________R$ 16.500,00
Admitindo-se a base de cálculo ______________________________________R$ 170.000,00
IRPJ normal = 15% sobre R$ 170.000,00 ______________________________R$ 25.500,00
IRPJ Adicional = 10% sobre R$ 30.000,00 _____________________________R$ 3.000,00
IRPJ a recolher ___________________________________________________R$ 28.500,00
1.6.9. Deduções do Imposto
A pessoa jurídica tributada com base na estimativa mensal pode deduzir do imposto
apurado:
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a) o Imposto de Renda Retido da Fonte, ou pago pela própria empresa, conforme o
caso, sobre receitas computadas na determinação da base de cálculo, pagas ou
creditadas à empresa por pessoas jurídicas a título de:
a.1) remuneração pela prestação de serviços profissionais;
a.2) remuneração pela prestação de serviços de limpeza e conservação,
vigilância e locação de mão-de-obra;
a.3) comissões e corretagens, etc.;
a.4) remuneração de serviços de propaganda e publicidade;
a.5) importâncias recebidas de entidades da administração pública federal;
a.6) juros remuneratórios do capital próprio;
a.7) outras remunerações sujeitas ao IRRF.
b) o saldo de imposto pago indevidamente ou a maior em períodos anteriores, que
ainda não tenham sido objeto de compensação.
O imposto de renda pago indevidamente ou a maior em períodos anteriores poderá
ser atualizado monetariamente, se pago a partir de 1º de janeiro de 1996, acrescido
de juros equivalentes à taxa Selic.
1.6.10. Exemplo do Cálculo da Estimativa Mensal
A empresa que tenha optado pelo pagamento do imposto por estimativa (dessa forma
obrigada à apuração do Lucro Real). Admitam-se os seguintes dados, para o mês de
janeiro de 2001:
- Receita Bruta da Atividade Comercial ________________________________R$ 400.000,00
- Receita Bruta da Prestação se Serviços em Geral ______________________R$ 50.000,00
- Receita de aluguel de um imóvel da empresa __________________________R$ 6.000,00
- Lucro na venda de um veículo do imobilizado __________________________R$ 14.000,00
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Cálculos
Receita Bruta Ajustada R$400.000,00 x 8%...................................................................R$32.000,00 R$50.000,00 x 32%..................................................................R$16.000,00
=Subtotal(Lucro Estimado).....................................................R$48.000,00
Acréscimos à base de cálculo: Receita de Aluguel..................................................................................R$6.000,00 Lucro na Venda de Veículo.........................................................R$14.000,00.........R$20.000,00 Base de Cálculo da Estimativa...........................................................................R$68.000,00
Imposto: 15% x R$68.000,00...........................................................................R$10.200,00 Adicional: 10% x R$48.000,00(*).........................................................................R$4.800,00 = Imposto Devido..................................................................................R$15.000,00
(*)Parcela da Base de Cálculo Mensal que excedeu a R$20.000,00
(R$68.000,00 – R$20.000,00 = R$48.000,00)
1.7. BALANÇO DE SUSPENSÃO/REDUÇÃO DO IR/CSLL
O sistema de suspensão ou redução do imposto (IR/CSLL) é próprio do regime da
estimativa. Portanto não se fala em suspensão/redução em outro regime de
tributação.
Será possível suspender ou reduzir o IRPJ e a CSLL de cada mês desde que se
demonstre através de balanço ou balancete do período a inexistência de lucro
tributável, ou que o valor pago excede o valor do imposto devido.
Note-se que a opção pelo sistema de tributação deve ser o mesmo para IRPJ e para
CSLL. Isto quer dizer que a vantagem deve ser aferida em relação aos dois tributos.
1.7.1. Como Praticar a Suspensão ou Redução
Os balanços/balancetes deverão ser levantados com observância da lei comerciais e
fiscais e transcritos no livro diário.
A demonstração do lucro real do período abrangido deverá ser transcrita na parte
“A” do LALUR. (Art. 35 da Lei nº 8.981/95).
16
1.7.2. Apuração do Lucro Real Intermediário (Balanço de Suspensão/Redução)
O balanço/balancete deverá compreender o período transcorrido dentro do ano-
calendário. Assim para definirmos o período de abrangência deveremos observar as
seguintes circunstâncias:
a) Período de abrangência de empresa constituída até o ano anterior:
de 01.01 a 31.01 para suspensão/redução do imposto apurado em janeiro;
de 01.01 a 28.02 para suspensão/redução do imposto apurado em fevereiro;
de 01.01 a 31.07 para suspensão/redução do imposto apurado em julho.
e assim, sucessivamente, a critério da empresa.
b) Empresa que foi constituída durante o ano-calendário. Ex., 23.02.2005
de 23.02 a 28.02 para suspensão/redução do imposto apurado em fevereiro;
de 23.02 a 30.04 para suspensão/redução do imposto apurado em abril;
de 23.02 a 30.06 para suspensão/redução do imposto apurado em junho.
de 23.02 a 30.07 para suspensão/redução do imposto apurado em julho.
e assim, sucessivamente, a critério da empresa.
Na hipótese em que a empresa optar pela estimativa e não reunir os elementos
necessários para adotar este regime de suspensão/redução, deverá obrigatoriamente
recolher com base na receita bruta.
1.7.3. Cálculo da Suspensão ou Redução
Os valores apurados com base neste sistema servem única e exclusivamente para
definir a situação tributária daquele período.
Se a empresa pretende suspender/reduzir o pagamento de períodos subseqüentes
deverá levantar novo balancete, desconsiderando aqueles levantados anteriormente.
O novo balancete será exigido inclusive quando a empresa já tiver demonstrado saldo
de imposto a recuperar demonstrado em meses anteriores.
Compensação do Imposto pago Anteriormente
Do imposto apurado com base no resultado acumulado poderão ser deduzidos os
créditos da pessoa jurídica:
a) o imposto pago em períodos anteriores (IR/CSL estimado);
b) o IRRF:
b1) sobre receitas;
b2) aplicações financeiras(somente no Bal.Susp./Red),
c) o saldo negativo (IR/CSL) de ano-calendário anterior;
d) o IR/CSL pago a maior ou indevidamente.
Exemplo de Suspensão Integral:
17
Lucro real apurado com base no resultado acumulado em 30.06.2001:
1º PASSO - Cálculo do IRPJ e do Adicional:
IRPJ = 15% sobre R$ 360.000,00 ____________________________________R$ 54.000,00
Adicional = 10% sobre R$ 240.000,00 _________________________________R$ 24.000,00
IRPJ a pagar _____________________________________________________R$ 78.000,00
2º PASSO - Verificar os créditos existentes em 30.06.2005:
Imposto pago por estimativa ________________________________________R$ 80.000,00
Imposto retido na fonte _____________________________________________R$ 2.000,00
Total dos créditos _________________________________________________(R$ 82.000,00)
3º PASSO - Verificar resultado ______________________________________(R$ 4.000,00)
Nesta situação poderá ser efetuada a suspensão integral do IRPJ tendo em vista que
os créditos (imposto já pago) supera o devido no período em curso.
Exemplo de Redução:
Aproveitando dados do exemplo anterior supondo que a estimativa de junho resulte
no imposto a pagar de R$ 10.000,00:
1º PASSO - Calcular IRPJ: considerando que seja _______________________R$ 90.000,00
2º PASSO - Créditos existentes: considerando que sejam _________________R$ 82.000,00
3º PASSO - Verificar resultado comparando os dois sistemas, assim:
PELO SISTEMA DA ESTIMATIVA PELO SISTEMA DE SUSPENSÃO
-Valor a ser recolhido competência 07/01 ........R$10.000,00
-Valor das antecipações já efetuadas ...............R$82.000,00
Somatório das antecipações......................... R$92.000,00
-Valor devido no período em curso......................R$90.000,00
-Valor das antecipações já efetuadas ...................R$82.000,00
-Valor a ser recolhido......................................R$ 8.000,00
Se optar pelo recolhimento com base na estimativa deverá ser recolhida a importância de R$
10.000,00, que somada aos créditos de R$ 82.000,00 totalizará antecipações de R$ 92.000,00;
Contudo, se optar pela tributação com base no resultado acumulado deverá ser recolhido mais R$
8.000,00, que corresponde à diferença entre o devido R$ 90.000,00 e o que já foi antecipado R$
82.000,00.
18
1.7.4. Vantagem Tributária
Tanto na suspensão como na redução o valor que deixou de ser pago, fica no caixa da
empresa a custo zero podendo ser utilizado livremente em suas atividades
operacionais, ou até em investimentos.
Exemplo de Desconsideração do Balancete:
1º PASSO - Calcular o IRPJ: considerando que seja _____________________ R$ 100.000,00
2º PASSO - Créditos existentes: considerando que sejam _________________ R$ 82.000,00
3º PASSO - Verificar resultado conforme segue:
PELO SISTEMA DA ESTIMATIVA PELO SISTEMA DE SUSPENSÃO
-Valor a ser recolhido competência
07/01 ............................................R$10.000,00
-Valor das antecipações já
efetuadas ........................................R$82.000,00
Somatório das antecipações................ R$ 92.000,00
-Valor devido no período
em curso..........................................R$100.000,00
-Valor das antecipações já
efetuadas ..........................................R$82.000,00
-Valor a ser recolhido...........................R$ 18.000,00
Se optar pelo recolhimento com base na estimativa deverá ser recolhida a importância de R$
10.000,00, que somada aos créditos de R$ 82.000,00 totalizará antecipações de R$ 92.000,00;
Contudo, se optar pela tributação com base no resultado acumulado deverá ser recolhido mais R$
18.000,00, que corresponde à diferença entre o devido R$ 100.000,00 e o que já foi antecipado
R$82.000,00.
Desvantagem: Nesta hipótese o resultado acumulado gera um imposto a pagar superior àquele apurado
com base na estimativa. Isto que dizer que o lucro estimado está sendo mais vantajoso devendo o
balancete ser desconsiderado, e efetuar o recolhimento de R$ 10.000,00.
Se a situação persistir até o final do ano, a diferença de imposto a pagar poderá ser paga no ano
seguinte, até 31.01.2001 sem acréscimos ou até 31.03.2006 acrescido de juros SELIC.
19
1.7.5. Quadro-resumo da Suspensão/Redução
Mês Estimativa(RB) Lucro Real Acumulado
Janeiro 12.000,00 8.000,00 Redução
Fevereiro 10.000,00 20.000,00-8.000,00= 12.000,00 RB
Março 15.000,00 25.000,00-18.000,00= 7.000,00 Redução
Abril 12.000,00 35.000,00-25.000,00= 10.000,00 Redução
Maio 12.000,00 30.000,00-35.000,00= 5.000,00(-) Suspensão
Junho 10.000,00 50.000,00-35.000,00= 15.000,00 RB
Julho 12.000,00 (Prej.) 0 -45.000,00=
45.000,00(-)
Suspensão
1.7.6. Recolhimentos da estimativa à maior em 2000:
Janeiro R$ 8.000,00 Julho -
Fevereiro R$ 10.000,00 Agosto -
Março R$ 7.000,00 Setembro -
Abril R$ 10.000,00 Outubro -
Maio - Novembro -
Junho R$ 10.000,00 Dezembro (prejuízo) (R$ 45.000,00)
- A partir de 01.01.2001, o valor de R$ 45.000,00 passou a ser considerado
pagamento à maior (saldo negativo de IRPJ), podendo a partir desta data ser
corrigido pela taxa SELIC, e pode ser utilizado para compensação com a estimativa
nos períodos subseqüentes.
1.7.7. Recolhimentos da estimativa à menor em 2.005
Janeiro R$ 8.000,00 Julho -
Fevereiro R$ 10.000,00 Agosto -
Março R$ 7.000,00 Setembro -
Abril R$ 10.000,00 Outubro -
Maio - Novembro -
Junho R$ 10.000,00 Dezembro (com
base na rec. Bruta)
R$10.000,00
R$ 55.000,00
- em 31.12.00 deu um IRPJ de R$80.000,00 – R$ 55.000,00 = R$25.000,00
20
1.8. LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL
As pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Real, devem obrigatoriamente escriturar o
Livro Lalur, para demonstrar o lucro real ajustado.
1.8.1. Objetivo do LALUR
Este livro fiscal tem por finalidade apurar a base de cálculo do IRPJ nas empresas
enquadradas no regime do Lucro Real.
1.8.2. Finalidade do LALUR
O Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) existe para assegurar a separação entre a
escrituração comercial e a fiscal, prevista no § 2º do art. 177 da Lei nº 6.404/76 (Lei
das S/A).
Conforme afirmado na Exposição de Motivos que acompanhou o Projeto do Decreto-
lei nº 1.598/77, é necessária a separação entre essas duas escriturações porque as
informações sobre a posição e os resultados financeiros das sociedades são regulados
na lei comercial com objetivos diversos dos que orientam a legislação tributária, e a
apuração de resultados e as demonstrações financeiras exigidas pela lei comercial
não devem ser distorcidas em razão de conveniências ou imperativos da legislação
tributária.
No LALUR serão lançados os ajustes do lucro líquido do período-base, será transcrita
a demonstração do lucro real e será efetuado o controle de deduções e
compensações. Este livro tem por finalidade também manter os registros de controle
de prejuízos fiscais a compensar em períodos-base subseqüentes, do lucro
inflacionário a realizar, da depreciação acelerada incentivada, da exaustão mineral
com base na receita bruta, bem como dos demais valores que devam influenciar a
determinação do lucro real de períodos-base futuros e não constem da escrituração
comercial.
Neste livro devem-se manter os registros de controle dos valores excedentes a serem
utilizados no cálculo das deduções nos períodos-base subseqüentes, dos dispêndios
com o programa de alimentação ao trabalhador, vale-transporte e outros previstos no
Regulamento do Imposto de Renda.
1.8.3. Lucro Real
A expressão “lucro real” corresponde ao próprio lucro tributável, cujo ponto de
partida é o lucro contábil, denominado de “lucro líquido”. Segundo o art. 247 do
Decreto nº 3.000/99 o “lucro real é o lucro líquido do período-base ajustado pelas
adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por este decreto”.
O lucro tributável baseado no lucro contábil pode ser assim demonstrado:
21
LUCRO REAL
Lucro líquido
(contábil)
Resultado operacional
(+) resultado não-operacional
(-) participações nos lucros antes da provisão para IRPJ
(+) Adições
(+) débitos não-dedutíveis
(+) outras adições conforme livro de apuração do lucro real
(-) Exclusões
(-) créditos não tributáveis
(-) outras exclusões conforme livro de apuração do lucro real
(-) Compensações (-) compensações de prejuízos-fiscais
(=) LUCRO REAL Ajustado das adições, exclusões e compensações
1.8.4. Época de Escrituração
a) Trimestralmente: para quem optou pelo lucro real trimestral;
b) Anualmente: para quem optou pelo lucro real anual;
c) No mês em que for levantado o balancete para fins de suspensão ou redução do
imposto (neste caso, somente parte “A”).
1.8.5. Formalidades Legais
Não precisa ser autenticado em nenhuma repartição (Junta Comercial ou Receita
Federal).
Deve conter:
a) termo de abertura e encerramento;
b) data e assinatura do sócio gerente/diretor e do contabilista responsável pela
escrituração contábil/fiscal da empresa.
22
1.9. ADIÇÕES E EXCLUSÕES PERMITIDAS AO LUCRO REAL
Lucro real é o lucro líquido ajustado pelas adições, exclusões ou compensações
prescritas ou autorizadas pela legislação tributária, conforme art. 247 do RIR/1999.
A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada
período na escrituração mercantil, com observância das leis comerciais, inclusive no
que se refere à constituição da provisão para o Imposto de Renda.
1.9.1. Adições ao Lucro Líquido
Na determinação do lucro real, serão adicionados ao lucro líquido do período (Art.
249 do RIR/1999 e Majur SRF):
I. Provisão para a CSLL;
II. Resultado negativo da avaliação de investimentos pela equivalência
patrimonial;
III. Valor da reserva de reavaliação, baixada durante o período, cuja
contrapartida não tenha sido computada no resultado desse mesmo período,
nas hipóteses em que deva ser adicionada ao lucro líquido, para fins de
determinação do lucro real;
IV. Valor das provisões não dedutíveis na determinação do lucro real, exceto as
seguintes:
a. Provisão para pagamento de férias e 13º salário;
b. Provisões técnicas das companhias de seguro e capitalização, bem
como das entidades de previdência privada, cuja constituição é
exigida pela legislação especial a elas aplicável;
V. O valor das despesas não dedutíveis computados no resultado:
a) contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou
imóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente com a produção ou
comercialização dos bens e serviços; (VIDE ALTERAÇÕES LEI Nº 11.941/2009)
b) despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação,
impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis,
exceto se intrinsecamente relacionados com a produção de bens e serviços;
c) despesas com alimentação dos sócios, acionistas e administradores;
d) contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros, planos de
saúde e benefícios complementares assemelhados aos da previdência social,
instituídos em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica;
e) as doações, exceto as efetuadas em favor de instituições de ensino e pesquisa sem
finalidade lucrativa e entidades civis sem fins lucrativos que prestem serviços
23
gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora e seus
dependentes, ou em benefício da comunidade onde atuem observados os limites
fixados na legislação.
VI. a parcela dos lucros decorrentes de contratos com entidades governamentais,
excluídos na determinação da base de cálculo da contribuição em período
anterior, proporcional ao valor das receitas recebidas no período de apuração,
inclusive mediante resgate ou alienação sob qualquer forma de títulos
públicos ou Certificados de Securitização, emitidos especificamente para
quitação desses créditos (Art. 3º da Lei nº 8.003/1990 e art. 18 da Lei nº
9.711/1998);
VII. os encargos de depreciação, amortização e exaustão e o custo dos bens
baixados a qualquer título, correspondente à correção complementar pela
diferença IPC/BTNF, debitados ao resultado do período de apuração;
VIII. o valor da reserva de correção especial do Ativo Permanente (Art. 2º da Lei nº
8.200/1991) proporcional ao valor dos bens submetidos a essa correção
especial, realizados no período mediante depreciação, amortização,
exaustão, alienação ou baixa por perecimento;
IX. as despesas com brindes;
X. os juros remuneratórios do capital próprio, produzidos na apuração do
resultado na forma do art. 9º da Lei nº 9.249/1995, bem como o Imposto de
Renda incidente na Fonte sobre esses juros, assumido pela empresa, no caso
de sua capitalização ou manutenção em conta de reserva para esse fim.
1.9.2. Exclusões e Compensações do Lucro Líquido
Na determinação do lucro real poderão ser excluídos do lucro líquido do período (Art.
250 do RIR/1999):
I) o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio
líquido;
II) os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de
aquisição, que tenham sido computados como receita;
III) o valor das provisões não dedutíveis que tenham sido adicionadas na
determinação da base de cálculo de período de apuração anterior e que tenham sido
baixadas no período de apuração por utilização ou reversão;
IV) a parcela dos lucros decorrentes de contratos de construção por empreitada ou de
fornecimento de bens ou serviços celebrados com entidades governamentais,
24
proporcional ao valor das receitas desses contratos, computadas na apuração do
resultado e não recebidas até a data do encerramento do trimestre;
V) a parcela dos lucros decorrentes de contratos de construção por empreitada ou de
fornecimento de bens ou serviços celebrados com entidades governamentais, quando
os créditos com essas pessoas jurídicas forem quitados pelo Poder Público com títulos
de sua emissão, inclusive com Certificados de Securitização, emitidos
especificamente para essa finalidade;
Nota: No caso de subcontratação de parte da empreitada ou fornecimento, o direito
ao deferimento caberá também à empreiteira ou fornecedora, na proporção da sua
participação na receita a receber.
VI) a diferença entre o valor de mercado e o valor contábil de bens e direitos
recebidos a título de devolução de participação no capital social de outra sociedade,
que tenha sido creditada ao resultado (Art. 22, § 4º da Lei nº 9.249/1995);
VII) os rendimentos e ganhos de capitais auferidos no Exterior, por pessoa jurídica
domiciliada no Brasil, desde que devidamente computados no seu resultado;
VIII) a reversão do saldo remanescente da provisão para o Imposto de Renda sobre o
lucro inflacionário com tributação diferida, quando houver sido exercida a opção
para a tributação antecipada com o benefício da redução da alíquota do imposto;
IX) a parcela compensável de créditos oriundos da mudança das alíquotas para o
Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público -
PIS/PASEP, devidas pelas pessoas jurídicas a que se refere o § 1º do art. 22, da Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991, correspondente a qualquer período de apuração
posterior a 31 de dezembro de 1998.
25
1.10. EXEMPLO DE ESCRITURAÇÃO
Resultado do Período antes do LALUR...........................................R$ 66.809,04
I Provisão para a CSLL.............................................................R$ 4.849,58
II Multas registradas
Pago multa guia recolhimento n/data................................................R$ 43,71
Pago multa guia recolhimento n/data...............................................R$ 29,14
III Despesas Indedutíveis
Pagto NF 25474 Restaurante Vila Maria Ltda......................................R$ 294,14
Pagto NF 1058 Café Colônia Ltda.....................................................R$ 29,30
Pagto NF 1245 Dissoft Vision Ltda…………............................................R$ 70,00
Pagto NF 539 Restaurante Churrascaria Lazaro Ltda..............................R$ 23,53
Pagto NF 45796 Posto Vanguarda Ltda...............................................R$ 23,53
Pagto NF 2340 Borcato borracharia Ltda.............................................R$ 46,36
Pagto NF 256879 Restaurante Vila Maria Ltda.....................................R$ 260,94
IV Dividendos recebidos
Dividendos Participação Química Nacionaliza S/A.................................R$ 183,54
Dividendos Participação Balsamo do Campo S/A R$............................R$ 1.117,71
26
1.10.1. Exemplo de Escrituração da Parte A
PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LIQUIDO DO EXERCÍCIO Folha 1
DATA H I S T O R I C O - NATUREZA DOS AJUSTES ADIÇÕES EXCLUSÕES
31/12/2005 CSLL, registrada na conta 3.3.1.02.001
31/12/2005 Provisão para a Contribuição Social 4.849,58
31/12/2005 Multas registradas na conta 3.1.2.05.009
05/11/2001 Pagto multa guia recolhimento 72,85
31/12/2005 Despesas Indedutíveis registradas na conta 3.1.2.04.017
05/04/205 Pagto NF 25474 Restaurante Vila Maria Ltda 294,14
15/06/2005 Pagto NF 1058 Café Colônia Ltda 29,30
1706/2005 Pagto NF 1245 Dissoft Vision Ltda 70,00
10/11/2005 Pagto NF 539 Restaurante Churrascaria Lazaro Ltda 23,53
14/11/2005 Pagto NF 45796 Posto Vanguarda Ltda 23,53
27/11/2005 Pagto NF 2340 Borcato borracharia Ltda 46,36
04/12/2005 Pagto NF 256879 Restaurante Vila Maria Ltda 260,94 747,80
31/12/2005 Dividendos recebidos registrados na conta 3.1.8.05.010
31/12/205 Dividendos Participação Química Nacionaliza S/A 183,54
31/12/2005 Dividendos Participação Balsamo do Campo S/A 1.117,71 1.301,25
T O T A L DAS A D I Ç Õ E S E E X C L U S Õ E S 5.670,23 1.301,25
DEMONSTRATIVO DO LUCRO REAL
R E S U L T A D O D O P E R Í O D O 61.959,46
A D I Ç Õ E S
Provisão para a CSLL 4.849,58
Multas Indedutíveis 72,85
Despesas Indedutíveis 747,80
T O T A L A D I Ç Õ E S 5.670,23
E X C L U S Õ E S
Recebimento de Dividendos 1.301,25
66.809,04
T O T A L E X C L U S Õ E S 1.301,25
COMPENSAÇÕES
Prejuízo Fiscal de 2000 12.444,20
53.884,24
27
LUCRO REAL
Curitiba, 31 de Dezembro de 2.005
_____________________________
José Salvador Saúde Roberto Pessoa
Responsável Contador CRC/PR 9999.99
1.10.2. Escrituração da Parte B
O registro de controle é efetuado na Parte B do Livro de Apuração do Lucro Real. Na
Parte B do Livro de Apuração do Lucro Real, concomitantemente com os lançamentos
de ajuste efetuados na Parte A do referido livro no encerramento de cada período de
apuração, serão efetuados os controles dos valores que devam influenciar a
determinação do lucro real de períodos de apuração subseqüentes, utilizando-se uma
folha para cada conta ou fato que requeira controle individualizado.
A coluna D/C do livro destina-se a indicar a natureza devedora (D) ou credora (C) do saldo apurado. Portanto, os saldos que devam ser adicionados ao lucro líquido de exercícios subseqüentes terão letra D, e os que devam ser excluídos terão letra C.
1.10.3. Contas Suscetíveis de Controle
Os valores que devam influenciar a determinação do lucro real de período de
apuração futuro e que não são controlados na escrituração comercial devem ser
agrupados em contas distintas, segundo a sua natureza, tais como:
- prejuízos fiscais a compensar;
- depreciação acelerada incentivada;
- lucro inflacionário acumulado;
- provisões não dedutíveis;
- lucro não realizado decorrente de contrato a longo prazo com empresa pública,
etc.;
- perdas excedentes aos ganhos auferidos no mercado de renda variável.
Os incentivos fiscais aproveitáveis em períodos subseqüentes, passíveis de dedução
do Imposto de Renda devido na Declaração de Ajuste, embora não constituam valores
a serem excluídos do lucro líquido, deverão ser controlados na Parte B do Lalur.
28
1.10.4. Exemplo de Escrituração da Parte "B" do Lalur
PARTE B - CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO LUCRO LIQUIDO
EM EXERCÍCIOS FUTUROS FOLHA 26
CONTA :
Conta: Prejuízo Fiscal Ano Calendário
2000
Para efeitos de Correção
Monetária
Controle de
Valores
DATA H I STÓRICO Mês de Valor a Coefi- Débito Crédito Valor Corrigido D/C
Ref. Corrigir ciente
31/12/2000
Prejuízo Fiscal
apurado no
exercício 12/00
12.444,20
12.444,20 C
31/12/2005
Prejuízo fiscal
compensado no
exercício 12/05 12.444.20
D
29
2. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS
A partir de 1.995 o lucro real de cada período-base poderá ser reduzido em função da
compensação de prejuízos fiscais em, no máximo, 30%. A mesma limitação se aplica
em relação à base de cálculo da CSLL.
As pessoas jurídicas poderão compensar os prejuízos fiscais apurados em períodos-
base anteriores, observadas as normas pertinentes à compensação que as autorizam:
De acordo com o art. 42 da Lei n.º 8981/95, o lucro real de cada período-base (lucro
líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do
Imposto de Renda) poderá ser reduzido em função da compensação de prejuízos
fiscais em, no máximo, 30% (trinta por cento).
Exemplo:
Lucro Líquido do Período Base ______________________________________R$ 500.000,00
Adições _________________________________________________________R$ 200.000,00
Exclusões _______________________________________________________(R$100.000,00)
Lucro real antes da compensação de prejuízos fiscais ____________________R$ 600.000,00
Nesta hipótese, o limite máximo para a compensação de prejuízos de períodos-base anteriores é de 30% de R$ 600.000,00, ou seja, R$ 180.000,00 e, portanto, se o saldo de prejuízos fiscais a compensar:
- não ultrapassar R$180.000,00, poderá ser totalmente compensado; e
- se ultrapassar esse limite, o excedente não poderá ser compensado neste período-base, devendo permanecer registrado na conta de controle da parte B do LALUR, para ser compensado com o lucro real que vier a ser apurado nos períodos-base subseqüentes, sempre respeitado o limite de 30%.
A parcela de prejuízos fiscais apurados até 31.12.94, que não for compensada em virtude dessa limitação, poderá ser compensada nos anos-calendário subseqüentes, sem limite de prazo desde que nesta data fossem ainda passíveis de compensação, na forma da legislação então aplicável.
Nota: Não confundir com apuração do lucro real com base em balanço ou balancete
de suspensão ou redução do imposto mensal, hipótese em que os prejuízos gerados
no próprio ano-calendário em curso são, integral e automaticamente, compensados.
Se por ocasião da suspensão ou redução do imposto do período em curso houver aproveitamento de prejuízos fiscais do ano calendário anterior, deve-se respeitar a limitação de 30% do Lucro Real Acumulado.
2.1. Compensação de Prejuízos Fiscais a Partir de 01.01.96
A legislação vigente a partir de 01.01.96, manteve as normas que limitam o aproveitamento de prejuízos fiscais criando ainda, uma nova categoria: os Prejuízos Fiscais Não-operacionais (PNO).
30
2.2. PREJUÍZOS FISCAIS NÃO-OPERACIONAIS (PNO):
Compensação só com lucros não operacionais
De acordo com o art. 31 da Lei n.º 9.249/95, os prejuízos não operacionais, apurados a partir de 01.01.96, somente poderão ser compensados com lucros da mesma natureza, observada a limitação de 30% do lucro real.
3. DEDUÇÕES DO IRPJ / INCENTIVOS FISCAIS
A partir do ano-calendário de 1998 os incentivos fiscais de dedução do IR estão
dispostos da seguinte forma:
PAT: reduzido para 4% do IRPJ normal (até 1997 o limite era 5%);
PDTI – PDTA: Programa de desenvolvimento tecnológico industrial ou agropecuário:
foi reduzido para 4% do IRPJ normal (até 1997 estava limitado a 8%);
OPERAÇÕES DE CARÁTER CULTURAL E ARTÍSTICO: foi reduzido para 4% do IRPJ
normal (até 1997 o limite era 5%);
ATIVIDADE AUDIOVISUAL: foi mantida a dedução de até 3% do IRPJ normal;
DOAÇÕES AOS CONSELHOS DOS DIREITOS DA CRIANÇA: foi mantida a dedução de
até 1% do IRPJ normal;
INCENTIVO AO DESPORTO: poderão ser deduzidos do imposto de renda devido,
apurado em cada período de apuração, trimestral ou anual, pela pessoa jurídica
tributada com base no lucro real os valores despendidos a título de patrocínio ou
doação, no apoio direto a projetos desportivos e para desportivos previamente
aprovados pelo Ministério do Esporte. (limite de 1%)
3.1. Limites de Dedução Global
Observado o limite específico de cada incentivo, deve ser respeitado ainda o limite
global de 4%, com exceção ao incentivo ao Desporto que não é interado neste limite.
3.2. Dedução do Imposto Devido
Os incentivos fiscais poderão ser deduzidos do IRPJ normal apurado durante o ano de
acordo com a opção de tributação da pessoa jurídica:
(a)balanço trimestral;
(b)regime da estimativa; ou,
(c)balancetes de suspensão/redução.
31
3.2.1. Quadro Resumo dos Incentivos Fiscais
INCENTIVO FISCAL CÁLCULO DO INCENTIVO LIMITES BASE LEGAL
INDIVIDUAL GLOBAL
PAT
15% da despesa líquida ou 15% de R$
1,99 x nº refeições fornecidas, o que
for menor
4%
4% Arts. 504, I, 526, 540, 543 e
581 a 588 do RIR/99
PDTI ou PDTA 15% dos dispêndios com o PDTI/PDTA
incorridos no período 4%
OPERAÇÕES CULTURAIS
Projetos aprovados com base arts. 25 e
26 da Lei nº 8.383/91: 30% patrocínios
e 40% das doações
4% 4%
Arts. 475 a 489 e 543 do
RIR/99; Decretos nºs 1.493 e
1.494/95; IN/SE – MinC/SRF
nº 1/95; e INs SRF nºs 56/94
e 62/95
Projetos aprovados com base no art.
18 da Lei nº 8.383/91, com as
alterações da MP nº 1.589/97 e edições
posteriores da MP nº 1.739/98 e MP nº
1.871/99: até 100% do somatório das
doações e patrocínios
ATIVIDADE AUDIOVISUAL
Valores efetivamente aplicados na
aquisição primária de certificados de
investimento em projetos aprovados
Min. Cultura
3%
DOAÇÕES CONSELHO DOS DIREITOS DA
CRIANÇA Doações efetivamente realizados 1% NÃO HÁ
Arts. 543 e 591 do RIR/99; e
IN SRF nº 86/94.
INCENTIVO AO ESPORTE (DESPORTO)
Projetos desportivos e paradesportivos
previamente aprovados pelo Ministério
do Esporte
1% NÃO HÁ Art. 1º da Lei 11.438/2006;
Decreto nº 6.180/2007
FUNDO NACIONAL DO IDOSO
Dedução do Imposto de Renda devido,
em cada período de apuração, do total
das doações feitas aos Fundos
Nacional, Estaduais ou Municipais do
Idoso devidamente comprovadas.
1%
somado àquele
relativo às
doações aos
Fundos dos
Direitos da
Criança e do
Adolescente,
não poderá
ultrapassar 1%
do imposto
devido.
Art. 1º da Lei nº 12.213/2010
PROGRAMA EMPRESA CIDADÃ –
Dedução do imposto de renda em
relação à prorrogação da licença-
maternidade.
total da
remuneração da
empregada pago
no período de
prorrogação de
sua licença-
maternidade,
vedada a
dedução como
despesa
operacional.
Instrução Normativa RFB nº
991, de 21 de janeiro de
2010.
32
4. LUCRO PRESUMIDO
4.1. INTRODUÇÃO
Embora não seja a forma mais adequada sob o ponto de vista econômico, pois se
baseia em mera presunção de lucro, a tributação pelo Imposto de Renda segundo as
regras do lucro presumido é, na verdade, bastante prática e simplificada, o que tem
despertado o interesse de um número cada vez maior de empresas, principalmente
daquelas impedidas de optar pelo Simples.
4.2. EMPRESAS IMPEDIDAS AO LUCRO PRESUMIDO
Empresas impedidas de optar pelo lucro presumido por serem obrigadas à apuração
do lucro real: (art. 246 do RIR/99)
a) cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja acima de R$ 48.000.00’0,00;
b) instituições financeiras, empresas de seguros privados, de capitalização, de
previdência privada e equiparadas;
c) que tenham lucros ou rendimentos oriundos do exterior;
d) que gozem de benefícios fiscais de isenção/redução do imposto de renda;
e) que no decorrer do ano tenham efetuado a suspensão ou redução do imposto;
f) empresas de fomento mercantil – “Factoring”.
g) Empresas de construção civil com registro de custo orçado;
h) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio. (Incluído pela Medida Provisória nº 472, de 2009, convertida na Lei nº 12.249/2010)
4.3. APURAÇÃO TRIMESTRAL
A partir de 1997, o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas passou a ser determinado
trimestralmente, com base no lucro real, presumido ou arbitrado apurado em
períodos de apuração encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31
de dezembro de cada ano (art. 1º da Lei nº 9.430/96), ressalvada a alternativa de
apuração com base na estimativa mensal para empresas sujeitas a apuração do lucro
real anual.
1º Trimestre Período de Apuração: 31 de
março
Janeiro /Fevereiro /Março
33
2º Trimestre Período de Apuração: 30 de
junho
3º Trimestre Período de Apuração: 30 de
setembro
4º Trimestre Período de Apuração: 31 de
dezembro
4.4. FORMALIZAÇÃO DA OPÇÃO
Podem optar pelo lucro presumido todas as pessoas jurídicas não obrigadas a
apuração do Imposto com base no lucro real.
A opção pela tributação com base no lucro presumido será manifestada com o
pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao
primeiro período de apuração de cada ano-calendário e será aplicada em relação a
todo o período de atividade da empresa em cada ano-calendário (art. 26 da Lei nº
9.430/96).
Assim, considera-se formalizada a opção mediante a indicação, no campo 04 do
DARF, do código de receita próprio do imposto apurado nesse regime de tributação
(2089).
Portanto, em relação ao ano-calendário de 2001, a opção será manifestada com o
pagamento da primeira quota ou quota única do imposto apurado no primeiro
trimestre cujo vencimento se deu em 30/04/2001.
A pessoa jurídica que iniciar atividade a partir do segundo trimestre manifestará a
opção pelo lucro presumido com o pagamento da primeira quota ou quota única do
imposto devido relativo ao período de apuração de início de atividade (art. 26, § 2º
da Lei nº 9.430/96).
Não impede o exercício da opção pela tributação com base no lucro presumido o fato
de a empresa não ter efetuado o pagamento nos prazos legais ou ter pago com
insuficiência. Ocorrida este hipótese, o débito deverá ser pago com os acréscimos
legais cabíveis.
Abril/ Maio/ Junho
Julho/ Agosto/ Setembro
Outubro/Novembro/Dezem
bro
34
4.4.1. Opção definitiva a partir de 1999
Até 31.12.1998 era admitido que a pessoa jurídica alterasse sua opção, de lucro
presumido para lucro real, em relação ao mesmo ano-calendário (Lei nº 9.430/96,
art. 26, §§ 3º e 4º).
Todavia, de acordo com o § 1º do art. 13 da Lei nº 9.718/98, incorporado ao § 1º do
art. 516 do RIR/99, a partir do ano-calendário de 1999 a opção pela tributação com
base no lucro presumido passa a ser definitiva em relação a todo o ano-calendário.
4.5. BASE DE CÁLCULO
O lucro presumido será apurado, trimestralmente, pela soma das seguintes parcelas
(arts. 25, 51 e 53 da Lei nº 9.430/96):
1. o valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção indicados no quadro
a seguir, sobre a receita bruta da atividade auferida em cada trimestre; e
2. demais receitas e ganhos de capital e outros acréscimos á base de cálculo.
4.6. DETERMINAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO
4.6.1. Conceito de Receita Bruta
A receita bruta sobre o qual se aplicam os percentuais de presunção compreende o
produto da venda de bens (mercadorias ou produtos) nas operações por conta
própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta
alheia (por exemplo: comissões), observando-se que(Art 5º da IN SRF 93/97 e Art. 224
e 519 do RIR/99):
a) não se incluem na receita bruta:
a.1) o IPI (se a empresa for contribuinte deste imposto) cobrado destacadamente do
comprador, do qual o vendedor dos bens é mero depositário;
a.2) o ICMS por substituição tributária, cobrado pelo contribuinte substituto que
figura como mero depositário do imposto cobrado antecipadamente;
a.3) as contribuições ao PIS/PASEP e COFINS cobradas, pelo contribuinte substituto
que figura como mero depositário do imposto cobrado antecipadamente;
b) devem ser excluídos da receita bruta:
b.1) as vendas canceladas (devoluções); e
b.2) os descontos incondicionais concedidos (que consta da NF e não depende de
evento futuro);
35
4.6.2. Adoção do Regime de Caixa
Alternativamente ao regime de competência, é admitido que, para efeito de
determinação do lucro presumido, a receita de venda de bens ou direitos ou de
prestação de serviços com recebimento a prazo ou em parcelas seja reconhecia
segundo o regime de caixa, ou seja, somente no mês do efetivo recebimento, desde
que observadas as seguintes regras (IN SRF nº 104/98):
a) que escriture apenas o livro Caixa: deve emitir a nota fiscal por ocasião da entrega
do bem ou direito ou da conclusão do serviço e indicar, no livro Caixa, em registro
individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento;
b)pessoa jurídica que mantenha escrituração contábil: deverá controlar os
recebimentos de suas receitas em conta específica e indicar nessa conta, em cada
lançamento, a nota fiscal a que corresponder o recebimento.
4.7. PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO APLICÁVEIS SOBRE A RECEITA
BRUTA DA ATIVIDADE
ATIVIDADE GERADORA DA RECEITA
PERCENTUAL
· Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo,
álcool etílico carburante e gás natural
1,6%
· Venda de mercadorias e produtos (exceto revenda de
combustível para consumo)
· Transporte de cargas
· Serviços hospitalares, auxílio diagnóstico e terapia, patologia
clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina
nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora
destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária
e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
Anvisa.
· Atividade Rural
· Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante
· Atividades Imobiliárias
· Construção por empreitada, quando houver fornecimento
de todo material indispensável à execução da obra (ADN COSIT 06/97,
derrogado pela IN SRF n. 539/2005)
· Outras atividades (exceto prestação de serviços para a qual
8,0%
36
não esteja previsto percentual específico)
· Serviços de transporte (exceto o de cargas)
· Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades
civis de profissão regulamentada) prestados com exclusividade por
empresas com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00
16%
· Serviços em geral, para os quais não esteja previsto percentual
específico, inclusive prestados por sociedades civis de profissões
regulamentadas (exemplo: agência de propaganda e publicidade)
· Intermediação de negócios, inclusive representação comercial
e corretagem (se Seguros, imóveis, etc.)
· Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e
direitos de qualquer natureza
· Construção por empreitada, quando houver emprego
unicamente de mão-de-obra, ou seja, sem o emprego de materiais
32%
4.7.1. Percentual reduzido de apuração do lucro presumido
Regra prática para verificar quando pode reduzir o percentual de 32% para 16%
(quando não há um percentual específico)
1ª Condição
Não ser profissão regulamentada
2ª Condição
Ser exclusivamente prestação de serviços
3ª Condição
Receita Bruta até R$ 120.000,00
4.7.2. Prestadoras de Serviço com Receita Bruta Anual de até R$ 120.000,00
As empresas exclusivamente prestadoras de serviços em geral, que não sejam de
profissão regulamentada e cuja receita bruta não exceder a R$120.000,00, poderão
utilizar, para determinação da base de cálculo do imposto, o percentual de 16%
(Art.36 da IN SRF Nº 93/97 e Art. 519 do RIR/99).
Diferença de Imposto: a empresa ficará sujeita ao pagamento da diferença do
imposto, apurada em relação a cada trimestre transcorrido, quando houver utilizado
37
o percentual de 16% e a receita bruta acumulada ano ano-calendário exceder o limite
de R$ 120.000,00. A diferença de imposto deverá ser paga até o último dia útil do
mês subseqüente ao trimestre em que ocorrer o excesso.
Exemplo:
Ano de 2009 Receita Bruta – R$ Receita Acumulada Percentual
1º Trimestre 90.000,00 90.000,00 16%
2º Trimestre 110.000,00 200.000,00 32%
No primeiro trimestre de 2009, a empresa utilizou o percentual de 16% sobre o valor
da receita bruta acumulada de R$ 90.000,00 para determinar o valor do imposto. A
partir do 2º trimestre de 2001, passou a utilizar o percentual de 32%, tendo em vista
que o valor acumulado ultrapassou o limite de R$ 120.000,00.
Nesta hipótese a empresa deverá recolher a diferença de imposto utilizando o
percentual de 16% sobre o valor da receita bruta do 1º trimestre de 2009. A diferença
calculada na forma abaixo deverá ser recolhida até o último dia do mês de julho de
2009, sem qualquer acréscimo legal.
Cálculo da Diferença de Imposto
1º Trimestre Valores - R$ % Base de Cálculo do
IR
Base de Cálculo 90.000,00 16 14.400,00
Diferença de Imposto Devida: R$ 14.400,00 x 15% = R$ 2.160,00
4.7.3. Atividades Imobiliárias
As pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias relativas a loteamento de
terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda deverão
considerar como receita bruta o montante efetivamente recebido, relativo às
unidades imobiliárias vendidas.
O lucro presumido será calculado aplicando-se o percentual de 8% sobre o valor das
receitas recebidas (§ 7º do art. 3º e inciso I do art. 5º da IN SRF nº 93/97).
4.7.4. Comercialização de Veículos Usados
A pessoa jurídica que tenha como objeto social, declarado em seus atos
constitutivos, a compra e venda de veículos automotores deverá observar que, nas
operações de venda de veículos usados, o valor a ser computado na determinação da
base de cálculo será apurado segundo o regime aplicável às operações de
consignação. (art. 5º da Lei nº. 9.716 de 1998)
38
Assim, na determinação da base de cálculo, será computada a diferença entre o valor
pelo qual o veículo usado houver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e
o seu custo de aquisição constante da nota fiscal de entrada (IN SRF nº 152/98).
Exemplo:
Receita da venda de veículos no trimestre R$ 300.000,00
(-) Valor total pago pelos veículos vendidos no trimestre R$ 200.000,00
(=) Receita auferida (equiparada à consignação) R$ 100.000,00
Se for somente esta a receita auferida no trimestre, o lucro presumido será assim
determinado:
Faturamento bruto – Cancelamentos 100.000,00
Lucro Presumido % 32% 32.000,00
Mais
Receitas Financeiras Bruta 0,00
Aluguéis recebidos 0,00
Variação monetária ativa 0,00
Juros recebidos de clientes 0,00
Descontos Obtidos 0,00
Juros s/ PL recebidos 0,00
Variação cambial Ativa 0,00
Ganho de Capital 0,00
Outras receitas eventuais 0,00
(=) 32.000,00
IRPJ 15% 4.800,00
AIR 10% excedente R$ 20.000,00 mês R$
60.000,00 trimestre R$ 240.000,00 anual
xxxxxxxx
OBS: esta atividade (venda de veículos usados, por ser equiparado à consignação)
poderá utilizar percentual reduzido em 16% até R$ 120.000,00 no ano-calendário.
39
4.7.5. Obrigações Acessórias – documentos hábeis
A compra desses veículos será documentada mediante Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A ,
emitida pelo alienante, se este for obrigado a sua emissão.
Quando o alienante for pessoa física ou pessoa jurídica não obrigada à emissão de
nota fiscal, esta será emitida pelo adquirente.
Na posterior revenda, deverá ser emitida Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A pelo
alienante.
4.8. DEMAIS RECEITAS E GANHOS DE CAPITAL E OUTROS
ACRÉSCIMOS À BASE DE CÁLCULO
4.8.1. Demais Receitas e Ganhos de Capital
Deverá ser adicionado ao lucro presumido (Art.521 do RIR/99 e Art.36 da IN SRF nº
93/97):
a) os ganhos de capital auferidos na venda de ativos, que correspondem à diferença
positiva verificada no trimestre entre o valor da alienação e o respectivo valor
contábil do bem, corrigido monetariamente até 31.12.95, diminuído dos encargos de
depreciação, amortização ou exclusão;
b) os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e os ganhos líquidos de
aplicações financeiras de renda variável, quando do resgate, cessão ou alienação do
título; (IN RFB n. 1.022/2010)
c )demais receitas ou resultados, tais como:
c.1) variações monetárias ativas, descontos financeiros obtidos e juros ativos (não
decorrentes de aplicações financeiras);
c.2) juros equivalentes à taxa SELIC relativos a tributos a recuperar;
c.3) os juros sobre o capital próprio que houverem sido pagos ou creditados por outra
pessoa jurídica da qual a empresa seja sócia;
c.4) rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas
jurídicas controladas, controladoras, coligadas ou interligadas;
c.5) receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa
jurídica;
c.6) multa ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda
que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato;
c.7) valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas
no recebimento de créditos (exceto se comprovar não os ter deduzido em período
anterior);
40
c.8) ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de
valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão.
4.9. OUTROS VALORES QUE DEVEM SER ACRESCIDOS À BASE DE
CÁLCULO
Valores diferidos no LALUR
A pessoa jurídica que, até o ano-calendário anterior, houver sido tributada com base
no lucro real deverá adicionar, também, à base de calculo do imposto
correspondente ao primeiro período de apuração no qual houver optado pelo lucro
presumido, os saldos dos valores cuja tributação havia sido diferida e controlados na
parte B do LALUR (art. 54 da Lei nº 9.430/96 e Art. 520 do RIR/99), tais como:
a) lucro inflacionário a tributar;
b) lucro não realizado decorrente de contratos com entidades governamentais;
c) lucro não realizado relativo a vendas de bens do ativo permanente com
recebimento do preço em prazo que ultrapassa o ano-calendário seguinte ao da
contratação.
4.10. CÁLCULO DO IMPOSTO E ADICIONAL
4.10.1. Alíquota
O imposto trimestral devido deve ser calculado, em reais, mediante aplicação da
alíquota de 15% sobre a base de cálculo (Art. 541 do RIR/99).
O adicional incide sobre a parcela do lucro presumido trimestral excedente a R$
60.000,00, mediante aplicação da alíquota de 10% (Art. 542 do RIR/99).
4.10.2. Deduções do Imposto
A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido pode deduzir do imposto
apurado em cada trimestre (Art. 526 do RIR/99):
a) o Imposto de Renda Retido da Fonte, ou pago pela própria empresa, conforme o
caso, sobre receitas computadas na determinação da base de cálculo, pagas ou
creditadas à empresa por pessoas jurídicas a título de:
a.1) remuneração pela prestação de serviços profissionais;
a.2) remuneração pela prestação de serviços de limpeza e conservação, vigilância e
locação de mão-de-obra;
a.3) comissões e corretagens, etc.;
a.4) remuneração de serviços de propaganda e publicidade;
a.5) rendimentos de aplicações financeiras;
a.6) importâncias recebidas de entidades da administração pública federal;
41
a.7) juros remuneratórios do capital próprio;
a.8) outras remunerações sujeitas ao IRRF.
b) o saldo de imposto pago indevidamente ou a maior em períodos anteriores, que
ainda não tenham sido objeto de compensação.
4.10.3. Impossibilidade de Dedução de Incentivos Fiscais
A partir de 1º.01.1998 deixou de ser permitida qualquer dedução, a título de
incentivo fiscal, do imposto apurado com base no lucro presumido (Art. 10 da Lei nº
9.532/97).
4.10.4. Exemplo de Cálculo do Imposto Trimestral
Admitamos que uma empresa optante pela tributação com base no lucro presumido
apresente os seguintes dados no 1º trimestre de 2009:
Receita da venda de produtos de fabricação própria:
Total das vendas (inclusive IPI) _____________________________________R$ 1.210.000,00
(-) IPI ___________________________________________________________R$ 110.000,00
Receita de vendas ________________________________________________R$ 1.100.000,00
(-) Devoluções recebidas (líquidas IPI) ________________________________R$ 30.000,00
Receita de venda a ser considerada __________________________________R$ 1.070.000,00
Receita de prestação de serviços ____________________________________R$ 300.000,00
Ganho de capital na venda ativo permanente ___________________________R$ 25.000,00
Rendimentos de aplicação financeiras_________________________________R$ 2.500,00
IRRF s/ rendimentos de aplicação financeira ___________________________R$ 500,00
Com base nesse dados, e considerando-se os percentuais de 8% e 32%,
respectivamente, para receita de venda de produtos e para a de prestação de
serviços, teríamos:
a) Apuração da lucro presumido da atividade
a.1) Receita da venda de produtos: 8% de R$ 1.070.000,00 _______________R$ 85.600,00
a.2) Receita de prestação serviços: 32% de R$ 300.000,00 _______________R$ 96.000,00
Lucro Presumido da atividade _______________________________________R$ 181.600,00
b) Determinação da base de cálculo do imposto
b.1) Lucro presumido da atividade ____________________________________R$ 181.600,00
b.2) Ganho da capital na alienação bem do Ativo Permanente ______________R$ 25.000,00
b.3) Rendimentos de aplicação financeira _____________________________R$ 2.500,00
Base de cálculo do IR trimestral ______________________________________R$ 209.100,00
c) Cálculo do imposto a pagar relativo ao 1º trimestre de 2009
c.1) Imposto normal (R$ 209.100,00 x 15%) ____________________________R$ 31.365,00
c.2) Adicional (R$ 149.100,00* x 10%) ________________________________R$ 14.910,00
Total do imposto devido ____________________________________________R$ 46.275,00
42
c.3) (-) IRRF _____________________________________________________R$ 500,00
Imposto líquido a pagar ____________________________________________R$ 45.775,00
* base de cálculo do adicional: lucro presumido que excedeu a R$ 60.000,00.
4.11. RECEITAS FINANCEIRAS
Quando houverem receitas financeiras, ganhos de capital e demais receitas não
operacionais, deve-se aplicar a alíquota de 15% para o cálculo do Imposto de Renda
(IRPJ) e de 9% para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre o valor
bruto destas receitas. Porem, caso a empresa venha a apurar “lucro presumido”,
superior a R$ 60.000,00, no trimestre, deve ainda calcular o valor do Adicional de
Imposto de Renda. Aplica-se então a alíquota de 10% sobre o excesso.
Nota: A Instrução Normativa nº 93, de 24 de dezembro de 1997, artigo 38, parágrafo
1º, dispõe sobre o adicional de 10% (dez por cento) sobre a parcela que exceder a R$
20.000,00 (vinte mil reais).
4.12. ADICIONAL DE IMPOSTO DE RENDA
Na forma do art. 228, 542 e 543 do Regulamento de Imposto de Renda, a parcela do
lucro presumido ou real que exceder o valor da multiplicação de vinte mil reais pelo
número de meses do respectivo período de apuração, ficará sujeita à incidência do
adicional do imposto à alíquota de 10% .
O adicional, sem nenhuma dedução, será pago juntamente com o imposto devido,
nos mesmos prazos e código.
Esse adicional aplica-se, inclusive, nos casos de incorporação, fusão, cisão e de
extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação.
A alíquota do adicional é única para todas as pessoas jurídicas, inclusive instituições
financeiras, sociedades seguradoras e assemelhadas.
O adicional incide, inclusive, sobre os resultados tributáveis de pessoa jurídica que
explore atividade rural (Lei nº 9.249, de 1995, art. 3º, § 3º). No caso de atividades
mistas, a base de cálculo do adicional será a soma do lucro real apurado nas
atividades em geral com o lucro real apurado na atividade rural.
Referente à Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – CSLL, não há a incidência do
adicional de imposto que trata os arts. 228 242 e 243 do Regulamento do Imposto de
Renda.
43
4.13. EXEMPLO DE CÁLCULO PARA O LUCRO PRESUMIDO
Exemplo de cálculo do adicional de imposto de renda, para uma empresa com
atividade de comércio de mercadorias, com a base presumida de 8% sobre a Receita
Bruta da atividade da empresa no trimestre. Neste mesmo trimestre a empresa
obteve um ganho liquido na alienação de um bem do Ativo Imobilizado no valor de R$
100.000,00, conforme disposto na planilha a seguir:
Receita Bruta 4.500.000,00
Base Presumida 8%
Lucro Presumido da Atividade 360.000,00
Ganho de Capital 100.000,00
Lucro Presumido Total 460.000,00
IRPJ Normal (15%) 69.000,00
Calculo do Adicional
Lucro Presumido Total 460.000,00
(-) Limite de Isenção 60.000,00
Base do Adicional 400.000,00
Adicional de IRPJ (10%) 40.000,00
Imposto de Renda a Recolher: Somatório do IRPJ
Normal (15%) e do Adicional de IRPJ (10%)
IRPJ Normal (15%) 69.000,00
Adicional de IRPJ (10%) 40.000,00
Imposto de Renda a Recolher 109.000,00
4.14. RECOLHIMENTO
O recolhimento do imposto adicional deverá ser feito juntamente com o imposto
normal devido no período, com mesmo vencimento e período de apuração.
4.15. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido devem manter (Art. 527
do RIR/99):
a) escrituração contábil nos termos da legislação comercial, salvo se mantiverem
livro Caixa, no qual deverá ser escriturada toda movimentação financeira, inclusive
bancária;
44
b) Livro Registro de Inventário, no qual deverá constar registrados os estoques
existentes no término do ano-calendário;
c) Todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica (IPI,
ICMS, ISS, etc.), bem como documentos e demais papeis que serviram de base para a
escrituração comercial e fiscal, em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o
prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes.
45
5. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – LUCRO PRESUMIDO
As pessoas jurídicas submetidas à tributação do IRPJ com base no lucro presumido ou
arbitrado e as demais entidades dispensadas de escrituração contábil (exceto
empresas optantes pelo simples) ficam sujeitas à apuração trimestral da Contribuição
Social Sobre o Lucro.
A base de cálculo da CSLL devida por essas pessoas jurídicas corresponderá ao
resultado presumido apurados em cada trimestre.
5.1. REGIME DE APURAÇÃO – COMPETÊNCIA OU CAIXA
Relativamente aos limites estabelecidos em conformidade com a legislação do
Imposto de Renda, a receita bruta auferida no ano anterior será considerado segundo
o regime de competência ou caixa, observado o critério da base no lucro presumido
(Lei nº. 9.718, de 1998, art. 13, § 2º).
5.1.1. Regime de Caixa
Utilizando o regime de caixa, pessoa jurídica que adotar o critério de
reconhecimento de suas receitas de vendas de bens ou direitos ou de prestação de
serviços com recebimento a prazo ou em parcelas, devendo:
I – se mantiver escrituração do livro caixa
a) emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do
serviço.
b) Indicar, no livro caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder
cada recebimento;
II – se mantiver escrituração contábil:
b) na forma da legislação comercial, controlar os recebimentos e pagamentos de suas
receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a nota
fiscal a que corresponder ao recebimento.
5.2. BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo da CSLL, devida mensalmente por estimativa corresponderá ao
somatório dos seguintes valores, apurados em cada mês (art. 88 e 89 da IN SRF nº.
390 de 2004):
I – 12% da receita bruta da venda de mercadorias;
II – 32% prestação de serviços;
46
III – ganho de capital, (lucros) obtidos na alienação de bens de ativo permanente e de
aplicação em ouro não caracterizado como ativo financeiro;
IV – rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de
operações financeiras de renda variável;
V – demais receitas do capital próprio, pagos ou creditados por sociedade da qual a
empresa seja sócia ou acionista.
5.2.1. Prestadora de serviços – Percentual desde 01/09/2003
Desde 01/09/2003, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta auferida no mês
sobre o lucro das empresas optantes pela estimativa mensal e das pessoas jurídicas
desobrigadas de escrituração contábil é de 32% para aquelas que exerçam as
seguintes atividades (art. 22 da Lei nº. 10.684/2003):
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de transportes,
inclusive de carga;
b) intermediação de negócios;
c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer
natureza;
d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestação de crédito, seleção de riscos, administração de contas a
pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes da venda mercantil a
prazo ou de prestação de serviços (factoring).
A base de cálculo da contribuição social sobre o Lucro líquido corresponderá ao
somatório abaixo:
• 12% ou 32% ( * ) da receita bruta mensal;
• ( + ) Ganhos líquidos e rendimentos nominais em aplicações financeiras de renda
fixa e variável
• ( + ) Ganhos de capital na venda de bens de direitos;
• ( + ) Demais receitas e resultados positivos
( = ) SOMATÓRIO (BASE DE CÁLCULO)
( * ) O percentual de 32% será utilizado para fatos geradores corrigidos a partir do
mês de setembro de 2003, pela pessoa jurídica que tenha a atividade de factoring e
para as seguintes atividades (Lei nº. 10.684, de 30-05-2003);
a) Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e transporte;
b) intermediação de negócios;
c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direito de qualquer
natureza;
47
5.3. ALÍQUOTA DA CSLL
a) Pessoa Jurídica em Geral
No cálculo da CSLL aplica-se a seguinte alíquota:
9% relativamente aos fatos geradores ocorridos desde 01/02/2000 (art. 6º, II, da MP
nº. 2.158/2001 e reedições posteriores e art. 37 da Lei nº. 10.637/2002), conforme
demonstrado na tabela de evolução das alíquotas da CSLL desde 1992.
b) Instituições Financeiras
A partir de 1º de maio de 2008 as seguintes entidades abaixo utilizarão 15% de
alíquota para a CSLL: (Instrução Normativa RFB nº 810, DOU de 22.01.2008)
- pessoas jurídicas de seguros privados;
- pessoas jurídicas de capitalização;
- os bancos de qualquer espécie;
- distribuidoras de valores mobiliários;
- corretoras de câmbio e de valores mobiliários;
- sociedades de crédito, financiamento e investimentos;
- sociedades de crédito imobiliário;
- administradoras de cartões de crédito;
- sociedades de arrendamento mercantil;
- administradoras de mercado de balcão organizado;
- cooperativas de crédito;
- associações de poupança e empréstimo;
- bolsas de valores e de mercadorias e futuros;
- entidades de liquidação e compensação.
Obs.: Corretoras autônomas de seguros e empresas de Factoring continuam em 9%.
5.3.1. Exemplo de Calculo do Imposto
Admitindo que uma empresa optante pela tributação com base no lucro presumido
apresente os seguintes dados no 1º trimestre de 2009:
Receita da venda de produtos de fabricação própria:
Total das vendas (inclusive IPI) _____________________________________R$ 1.210.000,00
(-) IPI __________________________________________________________R$ 110.000,00
Receita de vendas ________________________________________________R$ 1.100.000,00
(-) Devoluções recebidas (líquidas IPI) ________________________________R$ 30.000,00
Receita de venda a ser considerada __________________________________R$ 1.070.000,00
48
Receita de prestação de serviços ____________________________________R$ 300.000,00
Ganho de capital na venda ativo permanente ___________________________R$ 25.000,00
Rendimentos de aplicação financeiras_________________________________R$ 2.500,00
Determinação da base de cálculo do imposto:
12% da receita bruta de venda (R$1.070.000,00) ________________________R$ 128.400,00
32% da receita bruta de serviços (R$ 300.000,00) _______________________R$ 96.000,00
Ganho da capital na alienação bem do Ativo Permanente _________________R$ 25.000,00
Rendimentos de aplicação financeira _________________________________R$ 2.500,00
Base de cálculo da CSLL trimestral ___________________________________R$ 251.900,00
Cálculo da CSLL a pagar relativo ao 1º trimestre de 2009
R$ 251.900,00 x 9% _______________________________________________R$ 22.671,00
5.4. DEDUÇÕES DO IMPOSTO TRIMESTRAL
Para efeito de pagamento, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido no
período de apuração:
I – no caso de apuração com base no lucro presumido:
a) a contribuição social sobre lucro líquido pago ou retido na fonte sobre receitas
computadas na determinação da sua base de cálculo;
b) o saldo de imposto pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores;
através de Per/Dcomp;
c) a contribuição social sobre lucro líquido retido na fonte por órgãos públicos;
d) do saldo negativo do CSLL de trimestres anteriores;
49
5.5. BÔNUS DE ADIMPLÊNCIA FISCAL
Em relação à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, foi instituído bônus de
adimplência, aplicável às pessoas jurídicas submetidas ao regime de tributação com
base no lucro presumido, o qual: (IN SRF nº 390/2004, art. 114)
a) corresponde a 1% da base de cálculo da CSLL determinada segundo as normas
estabelecidas para as pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração com base
no lucro presumido;
b) será calculado em relação à base de cálculo referida na letra “a”, relativamente
ao ano-calendário em que permitido seu aproveitamento;
c) será calculado em relação aos quatro trimestres do ano-calendário em que
permitido seu aproveitamento;
d) será deduzido em relação à CSLL devida no ano-calendário;
e) tiver parcela que não possa ser aproveitada em determinado período poderá sê-lo
em períodos posteriores, vedado o ressarcimento ou a compensação distinta da
referida neste item;
f) será registrado na contabilidade da pessoa jurídica beneficiária;
f.1) na aquisição do direito, a débito de conta de ativo circulante e a crédito de lucro
ou prejuízos acumulados;
f.2) na utilização, a débito da provisão para pagamento da CSL e a crédito da conta
de ativo circulante referida em “f.1”.
Exemplo:
1) Aquisição do direito ao bônus:
D - CSLL - Bônus de Adimplência a Compensar (Ativo Circulante)
C - Lucros ou Prejuízos Acumulados (Patrimônio Líquido)
2) Na utilização, mediante compensação com a própria CSLL a pagar:
D - Provisão da CSLL a Pagar (Passivo Circulante)
C - CSLL - Bônus de Adimplência a Compensar (Ativo Circulante)
Lembra-se que a utilização indevida do bônus implica a imposição da multa de 150%,
se o contribuinte não atender, no prazo marcado, à intimação para prestar
esclarecimentos, as multas passarão a ser de duzentos e vinte e cinco por cento,
respectivamente.
50
5.5.1. Pessoas jurídicas que não farão jus ao bônus
Não fará jus ao bônus a pessoa jurídica que, nos últimos cinco anos-calendário, se
enquadre em qualquer das seguintes hipóteses, em relação a tributos e contribuições
administradas pela Secretaria da Receita Federal:
a) lançamento de ofício;
b) débitos com exigibilidade suspensa;
c) inscrição em Dívida Ativa;
d) recolhimentos ou pagamentos em atraso;
e) falta ou atraso no cumprimento de obrigação acessória.
5.5.2. Utilização da CSLL Paga a Maior
Cabe assinalar que poderão ser deduzidos do valor da Contribuição Social sobre o
Lucro devida no trimestre os valores, correspondentes a essa contribuição, que
porventura tenham sido pagos a maior em períodos anteriores (inclusive saldo
negativo). A utilização destes valores fica condicionada a utilização do programa
Per/Dcomp, para demonstrar à Receita Federal, as compensações efetuadas.
OBS: não se aplica á bônus de adimplência que somente poderá ser utilizado na
dedução na forma daquela legislação.
5.6. RECOLHIMENTO DO IRPJ E DA CSLL (PRESUMIDO)
O Imposto de Renda (código 2089) e a CSLL (código 2372) devidos, devem ser
recolhidos até o último dia último do mês subseqüente ao do período de apuração.
5.6.1. Divisão em quotas
À opção do contribuinte, poderá ser parcelado em até três quotas mensais, iguais e
sucessivas, e deverão ser pagas até o último dia dos meses subseqüentes ao de
encerramento do período competente.
Nenhuma quota poderá ser inferior a R$ 1.000,00, isto é, o imposto inferior a R$
2.000,00 deverá ser pago em quota única.
As quotas estarão sujeitas ao acréscimos de juros, correspondentes a taxa SELIC,
incidentes a partir do segundo mês subseqüente ao do período de apuração até o
último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento.
5.6.2. Antecipação do Imposto Devido
Alternativamente o contribuinte pode optar por antecipar os tributos ao fisco,
recolhendo antes da data efetiva do pagamento para assim proporcionar um fluxo de
caixa e não estar com um imposto alto a ser recolhido em uma única data.
51
Neste sentido, o contribuinte deve fazer as apurações mensalmente, podendo
recolher o tributo em qualquer data, até o dia efetivo de seu vencimento origina.
Não esquecendo que esta não é uma nova forma de apuração de impostos, sendo tão
somente uma forma de fluxo de caixa, devendo, na guia do DARF, constar a data de
vencimento e apuração original dos impostos.
Exemplo:
A empresa “XYZ”, obteve no mês janeiro do ano calendário, um faturamento de R$
350.000,00, com a atividade de comércio de mercadorias.
O empresário pode optar por efetuar o pagamento do tributo devido de forma
antecipada, seguindo estes critérios:
Empresa “DELTA” – Revenda de Mercadorias
1º Trimestre Faturamento
Janeiro R$ 350.000,00
Cálculo do Imposto parcial do Trimestre
IRPJ CSLL
R$ 350.000,00 X 8% = R$ 28.000,00 * R$ 350.000,00 X 12% = R$ 42.000,00
Imposto Devido Imposto Devido
R$ 28.000,00 X 15% = R$ 4.200,00 R$ 42.000,00 X 9% = R$ 3.780,00
* Aconselha-se o cálculo do Adicional do Imposto de renda no último mês do
trimestre, visto que o faturamento nos meses seguintes pode vir a diminuir. Caso o
contribuinte recolha o Adicional antecipadamente, pode incorrem em recolhimento
de imposto a maior, ficando condicionado ao Per/Dcomp, para poder compensar
estes valores.
52
6. LUCRO ARBITRADO
6.1. HIPÓTESES DE ARBITRAMENTO (art. 530 do RIR/99)
empresa obrigada ao lucro real, sem escrituração contábil ou sem
demonstrações financeiras;
escrituração imprestável para identificar a movimentação financeira ou para
determinar o lucro real;
empresa deixar de apresentar ao Fisco os livros e documentos da
escrituração;
empresa que optar indevidamente pelo lucro presumido;
empresa obrigada ao lucro real que não mantiver o Livro Razão ou Fichas do
Razão;
6.2. AUTO-ARBITRAMENTO
Somente se conhecer sua Receita Bruta.
*Aplicar o percentual do presumido acrescido de 20% s/ Receita Bruta Trimestral;
Tabela de percentual aplicável por atividade: (IN SRF nº 93/97, art. 41).
ATIVIDADES PERCENTUAL
a) REVENDA DE COMBUSTÍVEL DERIVADO DE PETRÓLEO 1,92%
b) REVENDA DE ÁLCOOL ETIL CARBURANTE 1,92%
c) REVENDA DE GÁS NATURAL 1,92%
d) COMÉRCIO E INDUSTRIA 9,6%
e) SERVIÇO DE TRANSPORTE DE CARGAS 9,6%
f) SERVIÇOS HOSPITALARES e AUXILIO DIAGNÓSTICO E TERAPIA 9,6%
g) CONSTRUÇÃO CIVIL (COM EMPREGO DE MATERIAL) loteamento de
terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis, construídos
ou adquiridos para a revenda
9,6%
h) ATIVIDADE RURAL 9,6%
i) INDUSTRIALIZAÇÃO (MESMO COM MATERIAL FORNECIDO PELO
ENCOMENDANTE)
9,6%
j )SERVIÇOS DE TRANSPORTES (EXCETO CARGAS) 19,20%
l) SERVIÇOS EM GERAL (Quando a receita bruta não exceder a R$
120.000,00, exceto para as letras "e", "f" e "n" desta tabela)
A partir do mês que exceder ficará sujeita ao pagamento da
19,20%
53
diferença até o mês seguinte sem multa e juros (I.N. 93/97, art.3 º)
m) SERVIÇOS EM GERAL (EXCETO DE 16%) 38,40%
n) SERVIÇO PRESTADO POR SOCIEDADE CIVIL RELATIVO AO
EXERCÍCIO DE PROFISSÃO REGULAMENTADA
38,40%
o) ADMINISTRAÇÃO, LOCAÇÃO OU CESSÃO DE BENS MÓVEIS OU
IMÓVEIS E DIREITOS DE QUALQUER NATUREZA
38,40%
p) CORRETORA SEGUROS, IMÓVEIS, REPRESENTAÇÃO COMERCIAL 38,40%
NOTAS:
Bancos comerciais, de investimentos, de desenvolvimentos, caixa econômicas,
sociedades de créditos, financiamentos e investimentos, sociedade de
créditos imobiliários, sociedades corretoras de títulos, valores imobiliários e
câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de
arrendamento mercantil, cooperativas de créditos, empresas de seguros
privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta, a
alíquota a ser aplicada é de 45%. (art. 533 do RIR/99)
Atividades imobiliárias: Venda de imóveis construídos ou adquiridos para
revenda, loteamento e incorporação. O lucro arbitrado será calculado da
seguinte forma: deduzindo-se da receita bruta o custo do imóvel devidamente
comprovado;
tributado na proporção da receita recebida ou cujo recebimento esteja
previsto para o período-base;
Ao valor encontrado pelos cálculos acima, somar os demais rendimentos e
ganhos de capital.
6.2.1. Receita Bruta para efeito de cálculo do IRPJ
Venda de bens; Serviços prestados...
(-) Exclusões:
Vendas canceladas; Devoluções de venda; Descontos incondicionais; IPI; ICMS retido.
(+) Demais receitas:
Rendimentos de aplicações financeiras (renda fixa ou variável) pela liquidação; Juros
sobre o Patrimônio Liquido recebidos; Juros ativos sobre valores a compensar;
Rendimentos de mútuos; Ganhos de capital na venda de Ativos Permanente (venda
menos custo residual); Recuperação de custos ou despesas (se não foram apropriados
pelo lucro real); Multas por rescisão contratual; Alugueis líquidos recebidos, quando
não constar do objetivo da empresa; Variações Monetárias Ativas; Variações Cambiais
Ativas. Lucros, rendimentos e ganhos de capital do exterior.
54
(+) Outros valores:
* Se a pessoas jurídica foi tributada pelo lucro real no ano anterior à opção pelo lucro
arbitrado, adicionar no 1º trimestre os valores diferidos constantes na parte "B" do
LALUR;
6.2.2. ALÍQUOTA
15% sobre o total da base de cálculo do Lucro Arbitrado;
Adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo que exceder a R$ 60.000,00 no
trimestre.
6.2.3. DEDUÇÕES/COMPENSAÇÕES DO IRPJ DEVIDO (art. 540 do RIR/99)
Do imposto apurado poderá efetuar as seguintes deduções:
- Imposto de Renda na fonte sobre serviços, comissões, aplicações financeiras, juros
sobre o patrimônio líquido e retidos por órgãos públicos federais;
- Saldo negativo de IRPJ de períodos anteriores;
6.2.4. PAGAMENTO DO IMPOSTO
Recolhimento até o último dia útil do mês seguinte (1ª quota ou quota única) ao
período de apuração;
6.2.5. Divisão em quotas
No lucro arbitrado também é permitido a divisão em quotas, sendo cada quota não
inferior a R$ 1.000,00;
Código de recolhimento: 5625
6.2.6. CÁLCULO DO IRPJ - LUCRO ARBITRADO
Receita Bruta Trimestral (FATURAMENTO)
(x) Percentual por atividade
(=) Receita Arbitrada
(+) Demais Receitas [as mesmas do lucro presumido]
(=) BASE DE CÁLCULO
(X) 15% - alíquota normal sobre o total da base de cálculo
(X) 10% - adicional sobre o excesso a R$ 60.000,00
(=) IRPJ devido
(-) I.R. Fonte (serviços; aplicações financeiras; órgãos públicos federais)
(-) Saldo Negativo apurado em períodos anteriores
(-) Compensações (I.N. SRF nº 900/2008).
_________________________________________________________________________
(=) IMPOSTO DE RENDA a pagar
55
6.3. CÁLCULO DA CSLL - LUCRO ARBITRADO
RECEITA BRUTA TRIMESTRAL (FATURAMENTO)
(x) 12% (alíquota normal) ou, 32% para as prestadoras de serviços optantes pelo Lucro
Presumido ou Estimativa sobre a Receita Bruta, a partir de set/2003 (art. 22 Lei
10.684/03)
(=) RECEITA ARBITRADA
(+) RENDIMENTOS DE APLIC. FINANCEIRAS (Renda Fixa/Variável)
(+) JUROS SOBRE O PATRIMÔNIO LIQUIDO
(+) DEMAIS RECEITAS e GANHOS DE CAPITAL
(=) BASE DE CÁLCULO
(x) 9%
(=) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DEVIDA
(-) DEDUÇÕES Contribuição Social retida na fonte por órgãos públicos federais
(-) COMPENSAÇÕES
Pagamentos indevidos ou a maior
Saldo negativo de períodos anteriores
Compensação com outros tributos/contribuições
_________________________________________________________________________
(=) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL TRIMESTRAL A PAGAR
56
7. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS
7.1.1. PREVISÃO NO CONTRATO SOCIAL
Na sociedade por quotas de responsabilidade limitada ao término da cada exercício
social, em 31 de dezembro, o administrador prestará contas justificadas de sua
administração, procedendo à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do
balanço de resultado econômico, cabendo aos sócios, na proporção de suas quotas,
os lucros ou perdas apurados. (Art. 1.065, CC/2002)
Quando não houver previsão no Contrato Social os sócios deliberarão o modo de sua
remuneração conforme trata o Art. 1.071, IV .CC/2002 .
O código civil também determina que é nula a estipulação contratual que exclua
qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas ( Art. 1.008) é ainda salvo
estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das
respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente
participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas. (Art. 1.007).
Na Sociedade Anônima conforme Lei nº 6.404/76, Art. 132, II, anualmente, nos 4
(quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver 1
(uma) assembléia-geral para deliberar sobre a destinação do lucro líquido do
exercício e a distribuição de dividendos.
7.2. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS E DIVIDENDOS AO TITULAR,
SÓCIO OU ACIONISTA DA PESSOA JURÍDICA
Não estão sujeitos ao imposto de renda os lucros e dividendos pagos ou creditados a
sócios, acionistas ou titular de empresa individual. (IN SRF Nº 093/97 Art. 48.)
A isenção do imposto de renda não abrange os valores pagos a outro título, tais como
"pro labore", aluguéis e serviços prestados. IN SRF Nº 093/97 Art. 48
A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, poderá
distribuir, sem incidência de imposto renda na fonte, o valor da base de cálculo do
imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita a
pessoa jurídica (inclusive adicional do IR, CSLL, Cofins, PIS/ Pasep)
A pessoa jurídica poderá distribuir parcela de lucros ou dividendos excedentes ao
valor determinado no parágrafo anterior, desde que a empresa demonstre, através
de escrituração contábil feita com observância da lei comercial, que o lucro efetivo é
maior que o determinado segundo as normas para apuração da base de cálculo do
imposto pela qual houver optado, ou seja, o lucro presumido ou arbitrado.
A parcela dos rendimentos pagos ou creditados a sócio ou acionista ou ao titular da
pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro real, presumido
57
ou arbitrado, a título de lucros ou dividendos distribuídos, ainda que por conta de
período-base não encerrado, que exceder ao valor apurado com base na escrituração,
será imputada aos lucros acumulados ou reservas de lucros de exercícios anteriores,
ficando sujeita a incidência do imposto de renda calculado segundo o disposto na
legislação específica, com acréscimos legais.
Nota: Inexistindo lucros acumulados ou reservas de lucros em montante suficiente,
bem assim quando se tratar de lucro que não tenha sido apurado em balanço, a
parcela excedente será submetida à tributação, que, no caso de beneficiário pessoa
física, dar-se-á com base na tabela progressiva mensal. (IN SRF nº 93, de 1997, art.
48, § 4º).
7.2.1. Calculo Distribuição de Lucros e Dividendos no Lucro Presumido
FATURAMENTO: R$ 20.000,00
PROVISÃO DE IMPOSTOS
IRPJ - Base de Cálculo 32% (20.000,00 X 32% X 15% ) = 960,00
CSLL -Base de Cálculo 32% (20.000,00 X 32% X 9% ) = 576,00
PIS ( 20.000,00 X 0,65%)= 130,00
COFINS – ( 20.000,00 X 3% ) = 600,00
7.2.2. Cálculo da Distribuição de Lucros
Base de calculo do lucro presumido ( 32% do faturamento ) = 6.400,00
Total provisão de imposto ( IRPJ + CSSL + PIS + COFINS ) = 2.266,00
Lucro distribuível independentemente do lucro líquido contábil ( 6.400,00 –
2.266,00)= 4.134,00
OBS: No lucro arbitrado será a mesma sistemática de cálculo. (art. 48, § 2º, da IN SRF
nº 093/1997)
58
7.3. IMPEDIMENTO PARA DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS/ DIVIDENDOS
Conforme dispõe o Decreto-lei nº. 368, de 19 de dezembro de 1.968, no art. 1º inciso
II, a sociedade tiver débito salarial, não poderá distribuir lucros, bonificações,
dividendos ou interesses a seus sócios titulares, acionistas ou membros de órgãos
fiscais ou consultivos.
O art. 889 do RIR/99 preceitua que as pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não
garantido, por falta de recolhimento de imposto no prazo legal, não poderão:
I - distribuir quaisquer bonificações a seus acionistas;
II - dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como a seus
diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos.
59
8. PIS E COFINS – ASPECTOS GERAIS
8.1. HISTÓRICO
O PIS foi criado no ano de 1970, pela Lei Complementar nº 7/1970, e se destinava a
promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas.
Por intermédio da Lei complementar nº 70, de 1991, foi instituída a COFINS (despesas
com atividades-fins das áreas de saúde, previdência e assistência social), com o
objetivo de substituir a contribuição ao FINSOCIAL.
O produto da arrecadação das contribuições ao PIS e ao PASEP ia para os dois fundos
que atribuíam os recursos nominalmente aos trabalhadores. O art. 239 da
Constituição extinguiu as transferências para as contas individuais, passando os
recursos a financiar o programa do seguro-desemprego e o abono aos empregados
que percebem até dois salários mínimos de remuneração mensal.
Várias outras leis regulam, ainda, a cobrança da contribuição para o PIS/PASEP para
setores específicos da economia, em forma de substituição tributária ou incidência
monofásica, tais como combustíveis, medicamentos, veículos, etc. De modo geral,
hoje, a legislação aplicável é a Lei nº 9.718/ A Lei nº 10.637/02, instituiu uma nova
forma de cobrança de PIS/PASEP que acaba com a cumulatividade ou incidência em
cascata.
8.2. PIS/PASEP NÃO-CUMULATIVO DA LEI Nº 10.637/2002
Foi instituído pela Lei nº 10.637, de 30-12-2002 um regime de cobrança da
contribuição para o PIS/PASEP batizado de não-cumulativo mas, na realidade a não-
cumulatividade é somente no nome. Para ser não-cumulativo, a lei teria que
autorizar a dedução de todos os pagamentos feitos na operação anterior mas isso não
ocorre.
8.3. COFINS NÃO-CUMULATIVO DA LEI Nº 10.833/2003
A COFINS não-cumulativa foi instituída pela Lei nº 10.833/2003.
60
9. INCIDÊNCIA CUMULATIVA
a) Contribuintes
São contribuintes do PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre o faturamento as
pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do
Imposto de Renda, inclusive:
I - as entidades fechadas e abertas de previdência complementar, sendo irrelevante
a forma de sua constituição;
II - as entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência, em
relação às operações praticadas durante o período em que perdurarem os
procedimentos para a realização de seu ativo e o pagamento do passivo;
III - os fabricantes e os importadores de cigarros são contribuintes e responsáveis, na
condição de substitutos, pelo recolhimento do PIS/PASEP e da COFINS devidos pelos
comerciantes varejistas;
IV - as pessoas jurídicas que administram jogos de bingo são responsáveis pelo
pagamento das contribuições incidentes sobre as receitas geradas com essa
atividade. Observe-se que esse pagamento não exime a pessoa jurídica
administradora da obrigação do pagamento das contribuições na condição de
contribuinte.
b) Base De Cálculo
As pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação
do Imposto de Renda têm como base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS o valor do
faturamento, que corresponde à receita bruta, assim entendida a totalidade das
receitas auferidas, independentemente da atividade por elas exercidas e da
classificação contábil adotada para a escrituração das receitas.
c) Alterações Lei nº 11.941/2009
A LEI Nº 11.941, de 27 de maio de 2009 (DOU de 28.05.2009), em seu artigo 79, XII,
revogou o § 1º do artigo 3º da Lei Nº 9.718, que considerava o faturamento como toda
e qualquer receita auferida pela pessoa jurídica.
Com essa revogação, no regime cumulativo, a base de cálculo do PIS e da COFINS
passa a ser o Faturamento da pessoa jurídica.
Conforme a LEI Nº 5.474, de 18 de julho de 1968 (DOU de 19.07.1968 - retificada no
DOU de 25.07.1968), artigos 1º e 20, o Faturamento corresponde à receita de venda
mercantil (mercadorias) e de prestação de serviços.
A partir 1º de maio de 2009, a Base de Cálculo do PIS e da COFINS, no regime
cumulativo, é a receita da venda de mercadorias e da prestação de serviços.
61
Observe-se que,mesmo que tributadas pelo lucro real, algumas atividades e receitas
estão no regime cumulativo de PIS (0,65%) e da COFINS (3%), conforme a LEI No
10.637, de 30 de dezembro de 2002, artigo 8º, e a LEI Nº 10.833, de 29 de dezembro
de 2003, artigos 10 e 15. Vide o caput:
“Art. 2º As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide art. 15 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001)
Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (Vide art. 15 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001)
§ 1º Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.(Revogado pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009) ........”
9.1. REGIME DE RECONHECIMENTO DAS RECEITAS E DESPESAS –
CAIXA OU COMPETÊNCIA
De acordo com o art. 14 da Instrução Normativa SRF nº 247/2002, as pessoas jurídicas
optantes pelo regime de tributação do Imposto de Renda com base no lucro
presumido poderão adotar o regime de caixa para fins da incidência do PIS/PASEP e
da COFINS. A adoção do regime de caixa está condicionada à adoção do mesmo
critério em relação ao Imposto de Renda e à Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL).
9.2. VALORES QUE NÃO INTEGRAM A RECEITA BRUTA
Na apuração da base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS, não integram a receita
bruta:
a) do doador ou patrocinador, o valor das receitas correspondentes a doações e
patrocínios, realizados sob a forma de prestação de serviços ou de fornecimento de
material de consumo para projetos culturais, amparados pela Lei nº 8.313/1991,
computados a preços de mercado para fins de dedução do Imposto de Renda; e
b) a contrapartida do aumento do ativo da pessoa jurídica, em decorrência da
atualização do valor dos estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos, tanto
em virtude do registro no estoque de crias nascidas no período, como pela avaliação
do estoque a preço de mercado.
62
9.3. EXCLUSÕES/DEDUÇÕES GERAIS DA BASE DE CÁLCULO
Para a apuração da base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS, podem ser excluídos
ou deduzidos da receita bruta os valores:
I - das vendas canceladas;
II - dos descontos incondicionais concedidos;
III - do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
IV - do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS), quando destacado em Nota Fiscal e cobrado pelo vendedor dos
bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário;
V - das reversões de provisões;
VI - das recuperações de créditos baixados como perdas, limitados aos valores
efetivamente baixados, que não representem ingresso de novas receitas;
VII - dos resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio
líquido e dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de
aquisição, que tenham sido computados como receita, inclusive os derivados de
empreendimento objeto de Sociedade em Conta de Participação (SCP); e
VII - das receitas decorrentes das vendas de bens do ativo permanente.
9.4. ALÍQUOTAS DO PIS E DA COFINS
As alíquotas do PIS e COFINS para as pessoas jurídicas ou para as receitas não
inseridas na modalidade "não-cumulativa" são de:
a) 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento) para o PIS/PASEP; e
b) 3% (três por cento) para a COFINS.
9.5. INSTITUIÇÃO FINENCEIRAS E EQUIPARADAS
a) 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento) para o PIS/PASEP; e
b) 4% (quatro por cento) para a COFINS.
OBS: Conforme o Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 21/2003 as corretoras
autônomas de seguros são equiparadas à instituição financeira para PIS e COFINS.
63
9.6. DEDUÇÃO DOS VALORES RETIDOS NO PAGAMENTO DAS
CONTRIBUIÇÕES
Do valor do PIS/PASEP e da COFINS devidos, a pessoa jurídica poderá, ainda, deduzir
do valor a pagar:
a) os valores de PIS/PASEP e da COFINS retidos na fonte por outras pessoas jurídicas
para as quais prestou serviços sujeitos à retenção ou por órgãos públicos e estatais
federais ou estaduais sobre os recebimentos decorrentes de fornecimento de bens ou
prestação de serviços em geral, inclusive obras;
b) os pagamentos indevidos ou a maior em períodos anteriores, de PIS/PASEP e da
COFINS ou de outros tributos e contribuições, mediante preenchimento da
Declaração de Compensação a que se refere à Instrução Normativa SRP nº 900/2008.
9.7. PAGAMENTO DO PIS/PASEP E DA COFINS
As contribuições ao PIS/PASEP e a COFINS devem ser pagas, de forma centralizada na
matriz, até o dia 25 do mês subseqüente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.
Observe-se que no caso de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras
de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas
de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de
seguros privados e de crédito e entidades de previdência privada abertas e fechadas,
o prazo de recolhimento é até o dia 20 do mês subseqüente ao mês de ocorrência dos
fatos geradores.
Se o dia do vencimento não for dia útil, considerar-se-á antecipado o prazo para o
primeiro dia útil que o anteceder. Artigo 1º da Lei nº 11.933/2009.
9.8. CÓDIGOS DO DARF
As contribuições devem ser recolhidas mediante utilização dos seguintes códigos de DARF:
I - COFINS - empresas em geral: 2172;
II - COFINS - entidades financeiras e equiparadas: 7987;
III - PIS/PASEP - empresas em geral: 8109;
IV - PIS/PASEP - instituições financeiras e equiparadas: 4574.
Fundamentos Legais: Instrução Normativa SRF nº 247/2002, com redação dada pela Instrução Normativa SRF nº 358/2003.
64
10. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA
10.1. PESSOAS JURÍDICAS SUJEITAS À NÃO-CUMULATIVIDADE
Estão sujeitas à incidência não-cumulativa das contribuições ao PIS e COFINS as
pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do
Imposto de Renda, que apuram o IRPJ com base no lucro real.
10.2. PESSOAS JURÍDICAS NÃO SUJEITAS À INCIDÊNCIA NÃO-
CUMULATIVA DAS CONTRIBUIÇÕES
A incidência das contribuições ao PIS/PASEP e da COFINS na modalidade não-
cumulativa não se aplica às pessoas jurídicas que apurarem o Imposto de Renda com
base no lucro presumido ou arbitrado e às microempresas e empresas de pequeno
porte, optantes pelo SIMPLES Federal.
A incidência não-cumulativa das contribuições também não se aplica às seguintes
pessoas jurídicas:
I - operadoras de planos de saúde;
II - empresas de securitização de créditos;
III - bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas
econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de
crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores
mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas
de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de
crédito e entidades de previdência privada abertas e fechadas;
IV - órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas federais, estaduais e
municipais, e as fundações cuja criação tenha sido autorizada por lei, referidas no
art. 61 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988;
V - empresas particulares que explorem serviços de vigilância e transporte de valores
na forma da Lei nº 7.102/1983 (Instrução Normativa SRF nº 358/2003); e
VI - sociedades cooperativas, exceto as agropecuárias e as de consumo.
10.2.1. Entidades Imunes e Isentas
As pessoas jurídicas imunes a impostos como os templos religiosos, partidos políticos,
inclusive suas fundações, entidades sindicais dos trabalhadores, instituições de
65
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, que atendam os requisitos
legais, não se sujeitam às contribuições na modalidade não-cumulativa. Tais
entidades ficam sujeitas ao recolhimento da contribuição ao PIS, sobre a folha de
pagamento.
Cabe observar que as entidades relacionadas no art. 13 da Medida Provisória nº
2.158-35/2001, isentas do PIS e da COFINS, quando auferirem receitas não
decorrentes de suas atividades próprias, estarão sujeitas à incidência não-cumulativa
em relação a essas receitas.
10.3. RECEITAS NÃO SUJEITAS AO PIS/PASEP E À COFINS NÃO-
CUMULATIVA
Não compõem a base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS na modalidade não-
cumulativa, ainda que auferidas por pessoa jurídica tributada pelo Lucro Real,
devendo ser computadas na base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS normal ou do
regime próprio a que se sujeitam as receitas:
a. de prestação de serviços de telecomunicações;
b. de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços das empresas
jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
c. de prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário,
ferroviário e aquaviário de passageiros;
d. de serviços prestados por hospital, pronto-socorro, clínica médica,
odontológica, de fisioterapia e de fonoaudióloga, e laboratório de anatomia
patológica, citológica ou de análises clínicas; e de serviços de diálise, raios X,
radiodiagnóstico e radioterapia, quimioterapia e de banco de sangue(Ver ADI
SRF nº 26/2004);
e. de venda de mercadorias realizadas pelas lojas francas de portos e
aeroportos (free shops);
f. de prestação de serviço de transporte coletivo de passageiros, efetuado por
empresas regulares de linhas aéreas domésticas, e as decorrentes da
prestação de serviço de transporte de pessoas por empresas de táxi aéreo;
g. da edição de periódicos e de informações neles contidas, que sejam
relativas aos assinantes dos serviços públicos de telefonia;
h. de prestação de serviços com aeronaves de uso agrícola inscritas no
Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB);
i. de prestação de serviços das empresas de call center, telemarketing,
telecobrança e de teleatendimento em geral;
66
j. da execução por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de
construção civil, até 31 de dezembro de 2015 (redação dada pela Lei nº
12.375/2010);
k. auferidas por parques temáticos, e as decorrentes de serviços de hotelaria
e de organização de feiras e eventos, conforme definido na Portaria
Interministerial nº 33, de 2005, dos Ministros de Estado dos Ministérios da
Fazenda e do Turismo;
l. de prestação de serviços de educação infantil, ensinos fundamental e médio
e educação superior.
m. de contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003:
1. com prazo superior a 1 (um) ano, de administradoras de planos de consórcios de
bens móveis e imóveis, regularmente autorizadas a funcionar pelo Banco Central;
2. com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de
fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços; e
3. de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de
bens ou serviços contratados com pessoa jurídica de direito público, empresa
pública, sociedade de economia mista ou suas subsidiárias, bem como os contratos
posteriormente firmados decorrentes de propostas apresentadas, em processo
licitatório, até aquela data.
4. de revenda de imóveis, desmembramento ou loteamento de terrenos,
incorporação imobiliária e construção de prédio destinado à venda, quando
decorrente de contratos de longo prazo.
(Ver IN SRF nº 468, de 2004, para os conceitos de contrato com prazo superior a um
ano e preço predeterminado)
n. das operações sujeitas à substituição tributária;
o. de venda de veículos usados de que trata o art. 5º da Lei nº 9.716, de 1998;
p. das operações de compra e venda de energia elétrica, no âmbito do
Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE), pelas pessoas jurídicas
submetidas ao regime especial de que trata o art. 47 da Lei nº 10.637, de
2002;
q. da prestação de serviços postais e telegráficos prestados pela Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos;
r. de prestação de serviços públicos de concessionárias operadoras de
rodovias;
s. da prestação de serviços das agências de viagem e de viagens e turismo.
67
t. das atividades de desenvolvimento de software e o seu licenciamento ou
cessão de direito de uso, bem como de análise, programação, instalação,
configuração, assessoria, consultoria, suporte técnico e manutenção ou
atualização de software, compreendidas ainda como softwares as páginas
eletrônicas, auferidas por empresas de serviços de informática. A exclusão da
não-cumulatividade não alcança a comercialização, licenciamento ou cessão
de direito de uso de software importado.
u. receitas auferidas por Subsidiária Fifa no Brasil para os jogos da COPA 2014, tais como receitas da venda de ingressos e de pacotes de hospedagem. (arts. 8º, § 3º, 16 da Lei nº 12.350/2010 – conversão da MP nº 497/2010)
10.4. BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo da Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, na modalidade não-
cumulativa, é o valor do faturamento mensal, assim entendido o total das receitas
auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou
classificação contábil (Lei nº 10.637/2002, art. 1º, §§ 1º e 2º, e Lei nº 10.833/2003,
art. 1º, §§ 1º e 2º).
a) Exclusões ou Deduções da Base de Cálculo
Para fins de determinação da base de cálculo, podem ser excluídos do faturamento,
quando o tenham integrado, os valores (Lei nº 10.637/2002, art. 1º, § 3º, e Lei nº
10.833/2003, art. 1º, § 3º; Instrução Normativa SRF nº 247/2002, art. 24):
I - das receitas isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas
à alíquota 0 (zero);
II - das vendas canceladas;
III - dos descontos incondicionais concedidos;
IV - do IPI;
V - do ICMS, quando destacado em Nota Fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou
prestador dos serviços na condição de substituto tributário;
VI - das reversões de provisões e das recuperações de créditos baixados como perdas,
que não representem ingresso de novas receitas;
VII - dos resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio
líquido;
VIII - dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de
aquisição, que tenham sido computados como receita; e
IX - das receitas não-operacionais, decorrentes da venda de bens do ativo
permanente;
68
X - das receitas de revenda de bens em que a contribuição já foi recolhida pelo
substituto tributário;
XI - das receitas excluídas do regime de incidência não-cumulativa, constantes do
art. 10 da Lei nº 10.833/2003.
b) Alíquotas
Sobre a base de cálculo das contribuições serão aplicadas as alíquotas de:
a) 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento) para o PIS/PASEP; e
b) 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento) para a COFINS.
As pessoas jurídicas que aufiram receitas da venda ou revenda de produtos incluídos
em regimes diferenciados de tributação (combustíveis, inclusive GLP e gás natural,
veículos, autopeças, medicamentos, cosméticos, cervejas e refrigerantes, inclusive
suas embalagens) devem observar alíquotas específicas.
c) Receitas Financeiras
Os Decretos nºs 5.164/2004 e 5.442/2005 reduziram a 0 (zero) as alíquotas da
Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre as receitas financeiras ,
inclusive decorrentes de operações realizadas para fins de hedge, auferidas pelas
pessoas jurídicas sujeitas à incidência não-cumulativa das referidas contribuições,
ainda que somente sobre partes de suas receitas.
O benefício não alcança as receitas financeiras oriundas de juros sobre capital
próprio.
As pessoas jurídicas não incluídas na incidência não-cumulativa das contribuições
devem continuar tributando as receitas financeiras às alíquotas previstas para a
incidência cumulativa. Conforme as alterações introduzidas pela Lei nº 11.941/2009,
art. 79, não há mais incidência de PIS e COFINS na comutatividade.
10.5. CRÉDITOS DO PIS/PASEP E DA COFINS NÃO-CUMULATIVA
Dos valores de Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS apurados, a pessoa jurídica
submetida à incidência não-cumulativa poderá descontar créditos, calculados
mediante a aplicação das alíquotas de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento)
(COFINS) e 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento) (Contribuição
para o PIS/PASEP) sobre os valores:
I - das aquisições de bens para revenda efetuada no mês;
Nota: O crédito, na hipótese de aquisição, para revenda, de papel imune a impostos,
de que trata o art. 150, inciso VI, alínea “d”, da Constituição Federal, quando
destinado à impressão de periódicos, será determinado mediante a aplicação da
69
alíquota de 3,2% (três inteiros e dois décimos por cento) (COFINS) e 0,8% (oito
décimos por cento) (Contribuição para o PIS/PASEP).
II - das aquisições, efetuadas no mês, de bens e serviços utilizados como insumos na
fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive
combustíveis e lubrificantes;
III - dos bens recebidos em devolução, no mês, cuja receita de venda tenha integrado
o faturamento do mês ou de mês anterior, e tenha sido tributada no regime de
incidência não-cumulativa;
Nota: O crédito será determinado mediante a aplicação das alíquotas incidentes na
venda sobre o valor ou unidade de medida, conforme o caso, dos produtos recebidos
em devolução no mês.
IV - das despesas e custos incorridos no mês, relativos:
a) à energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;
b) a aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, utilizados nas atividades da
empresa;
Nota: É vedado o crédito relativo a aluguel de bens que já tenham integrado o
patrimônio da pessoa jurídica.
c) a contraprestação de operações de arrendamento mercantil pagas à pessoa
jurídica, exceto quando esta for optante pelo SIMPLES;
Nota: É vedado o crédito relativo à contraprestação de arrendamento mercantil de
bens que já tenham integrado o patrimônio da pessoa jurídica.
d) armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos nºs I e
II, quando o ônus for suportado pelo vendedor;
e) vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou uniforme
fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de
prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção.
V - dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos a
máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado adquiridos
a partir de 1º de maio de 2004, ou fabricados, a partir de 1º de dezembro de 2005,
para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda,
ou na prestação de serviços (Art. 31 da Lei nº. 10.865/2004 e art. 43 da Lei nº
11.196/2005);
VI - dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos a
edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, adquiridas ou
realizadas a partir de maio de 2004, utilizados nas atividades da empresa.
Notas:
70
1) O direito ao desconto de créditos de que tratam os nºs V e VI não se aplica ao
valor decorrente da reavaliação de bens e direitos do ativo permanente.
2) É vedado tomar créditos sobre os encargos de depreciação acelerada incentivada,
a que se refere o art. 313 do Regulamento do Imposto de Renda - RIR de 1999 e na
hipótese de aquisição de bens usados.
As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não-incidência da
Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo
vendedor, dos créditos vinculados a essas operações (Art. 17 da Lei nº 11.033/2004).
Desde 1º de maio de 2004, com o início da incidência do PIS/PASEP e da COFINS na
importação, as pessoas jurídicas sujeitas à apuração das contribuições internas na
modalidade não-cumulativa poderão descontar crédito, para fins de determinação
dessas contribuições, em relação às importações tributadas.
A pessoa jurídica, que adquirir imóvel para venda ou promover empreendimento de
desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou construção
de prédio destinado à venda, utilizará o crédito referente aos custos vinculados à
unidade construída ou em construção somente a partir da efetivação da venda
(Instrução Normativa SRF nº 458/2004).
a) Conceito de Insumo
Entende-se como insumos:
I - utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda:
a) as matérias-primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e
quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a
perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida
sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo
imobilizado;
b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou
consumidos na produção ou fabricação do produto;
II - utilizados na prestação de serviços:
a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não
estejam incluídos no ativo imobilizado; e
b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou
consumidos na prestação do serviço.
b) Créditos Referentes Aos Estoques de Abertura
Os estoques de abertura de bens destinados à venda e de bens e serviços utilizados
como insumos na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de
serviços, de que tratam o art. 3º, I e II, das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003,
71
inclusive estoques de produtos acabados e em elaboração, existentes na data de
início da incidência não-cumulativa da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS,
dão direito ao desconto de crédito presumido. Inclusive, os estoques de produtos
destinados à fabricação de produtos sujeitos à incidência concentrada, que não
geraram crédito na aquisição por terem sido adquiridos na época em que a incidência
monofásica não estava integrada a não-cumulatividade, exceto nos casos em que os
produtos foram adquiridos com a alíquota 0 (zero), isentos, ou não foram alcançados
pela incidência das contribuições.
O montante do crédito da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, referente a
estoques, será igual ao resultado da aplicação dos percentuais de 0,65% (sessenta e
cinco centésimos por cento) e de 3% (três por cento), respectivamente, sobre o valor
dos estoques. Os créditos assim calculados podem ser utilizados em 12 (doze)
parcelas mensais, iguais e sucessivas, a partir do mês em que iniciar a incidência
não-cumulativa.
A pessoa jurídica sujeita à incidência não-cumulativa da Contribuição para o
PIS/PASEP, em relação apenas a parte de suas receitas, deve apurar crédito apenas
em relação aos estoques vinculados às receitas sujeitas à incidência não-cumulativa.
No caso de estoques de bens vinculados às receitas sujeitas à incidência não-
cumulativa e àquelas submetidas ao regime de incidência cumulativa, os créditos
serão determinados pelo método de apropriação direta ou rateio proporcional,
conforme o caso.
c) Pessoa Jurídica Com Incidência Parcial Das Contribuições na Modalidade Não-
Cumulativa
Os créditos só podem ser apurados em relação a custos, despesas e encargos
vinculados a receitas sujeitas à incidência não-cumulativa da Contribuição para o
PIS/PASEP e da COFINS, observado o seguinte:
I - no caso de custos, despesas e encargos vinculados às receitas sujeitas à incidência
não-cumulativa e àquelas submetidas ao regime de incidência cumulativa, os créditos
serão determinados, a critério da pessoa jurídica, pelo método de:
apropriação direta, aplicando-se ao valor dos bens utilizados como insumos,
aos custos, às despesas e aos encargos comuns, adquiridos no mês, a relação
percentual entre os custos vinculados à receita sujeita à incidência não-
cumulativa e os custos totais incorridos no mês, apurados por meio de sistema
de contabilidade de custos integrada e coordenada com a escrituração; ou
rateio proporcional, aplicando-se ao valor dos bens utilizados como insumos,
aos custos, às despesas e aos encargos comuns, adquiridos no mês, a relação
72
percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência não-cumulativa
e a receita bruta total, auferidas no mês;
II - os créditos só podem ser utilizados para desconto dos valores da Contribuição
para o PIS/PASEP e da COFINS apurados sobre as receitas sujeitas à incidência não-
cumulativa. Ou seja: contribuinte que tem parte das receitas sujeitas à incidência
não-cumulativa e parte sujeita à incidência cumulativa não pode utilizar o crédito
para diminuir o valor da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS calculados sobre
as receitas sujeitas à incidência cumulativa.
d) Limitações ao Desconto de Créditos
d.1) Regra Geral
O direito ao crédito aplica-se, exclusivamente, em relação:
I - aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País;
II - aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica
domiciliada no País;
III - aos encargos de depreciação e amortização de bens adquiridos de pessoa jurídica
domiciliada no País.
Nota: Excetua-se a esta limitação o direito ao crédito em relação às contribuições
efetivamente pagas na importação de bens e serviços, na forma da Lei nº
10.865/2004.
IV - não permitem o crédito:
A aquisição para revenda de bens submetidos a alíquotas concentradas, de
mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa
vendedora, na condição de substituta tributária, e de álcool para fins
carburantes;
o valor da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da
contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou
utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero),
isentos ou não alcançados pela contribuição;
o pagamento de que trata o art. 2º da Lei nº 10.485/2002, devido pelo
fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega
dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI;
os valores dos gastos com seguros, nas operações de vendas de produtos ou
mercadorias, ainda que pagos ou creditados a pessoas jurídicas domiciliadas
no País (Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 02/2005);
o valor da mão-de-obra paga a pessoa física, empregado ou não;
73
o IPI incidente na aquisição, quando recuperável, não integra o custo dos
bens;
a aquisição de bens ou serviços que gozam de isenção das contribuições,
quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços
sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição (§ 2º
do art. 3º da Lei nº 10.833/2003 e da Lei nº 10.637/2002, com redação dada
pelos arts. 21 e 37 da Lei nº 10.865/2004).
e) Tratamento Fiscal Dos Créditos
O valor dos créditos apurados na modalidade não-cumulativa não constitui receita
bruta da pessoa jurídica para fins de incidência do PIS/PASEP e da COFINS, servindo
somente para dedução do valor devido da contribuição, não ensejando também
atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores.
10.6. DEDUÇÃO DOS VALORES RETIDOS NO PAGAMENTO DAS
CONTRIBUIÇÕES
Do valor do PIS/PASEP e da COFINS devidos, a pessoa jurídica poderá, ainda, deduzir
do valor a pagar:
os valores de PIS/PASEP e da COFINS retidos na fonte por outras pessoas
jurídicas para as quais prestou serviços sujeitos à retenção ou por órgãos
públicos e estatais federais ou estaduais sobre os recebimentos decorrentes
de fornecimento de bens ou prestação de serviços em geral, inclusive obras;
os pagamentos indevidos ou a maior em períodos anteriores, de PIS/PASEP e
da COFINS ou de outros tributos e contribuições, mediante preenchimento da
Declaração de Compensação a que se refere à Instrução Normativa SRF nº
900/2008.
10.7. RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES
O valor das contribuições ao PIS e à Cofins deverá ser recolhido de forma
centralizada, na matriz da pessoa jurídica, até o último dia útil do segundo decêndio
do mês subseqüente ao de apuração.
O PIS/PASEP a pagar deverá constar em DARF sob o código 6912.
A COFINS a pagar deverá constar em DARF sob o código 5856.
74
11. PIS SOBRE FOLHA DE SALÁRIOS
Contribuintes
São contribuintes do PIS/PASEP incidente sobre a folha de salários as seguintes
entidades:
I - templos de qualquer culto;
II - partidos políticos;
III - instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e
requisitos do art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997;
IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as
associações, que preencham as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de
1997;
V - sindicatos, federações e confederações;
VI - serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;
VII - conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
VIII - fundações de direito privado;
IX - condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e
X - Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as Organizações Estaduais de
Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de
1971.
Também contribuirão para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários:
a) a sociedade cooperativa de produção agropecuária que fizer uso das deduções e
exclusões da base de cálculo de que tratam os incisos I a VII do artigo 11 da
Instrução Normativa SRF Nº 635, de 24 de março de 2006;
b) a sociedade cooperativa de eletrificação rural que fizer uso das exclusões da base
de cálculo de que tratam os incisos I a III do caput do art. 12 da Instrução Normativa
SRF Nº 635, de 24 de março de 2006;
c) a sociedade cooperativa de crédito que fizer uso das exclusões da base de cálculo
de que tratam os incisos I a VI do art. 15 da Instrução Normativa SRF Nº 635, de 24 de
março de 2006;
d) a sociedade cooperativa de transporte rodoviário de cargas que fizer uso das
exclusões da base de cálculo de que tratam os incisos I a V do art. 16 da Instrução
Normativa SRF Nº 635, de 24 de março de 2006.
75
Alíquota
A alíquota do PIS/PASEP, aplicável sobre a folha de salários, é de 1% (um por cento).
Base de Cálculo
A base de cálculo do PIS/PASEP incidente sobre a folha de salários mensal
corresponde à remuneração paga, devida ou creditada a empregados, tais como:
a) salários;
b) gratificações;
c) comissões;
d) adicional de função;
e) ajuda de custo;
f) aviso prévio trabalhado;
g férias gozadas e seu adicional de 1/3 ,
h) qüinqüênios;
i ) adicional noturno;
j) horas extras;
k) 13º salário;
l) repouso semanal remunerado; e
m) diárias superiores a 50% do salário;
n) adicional de insalubridade ou periculosidade.
11.1.1. Exclusão de base de cálculo
Não integram a base de cálculo o salário família, tíquete-alimentação, vale
transporte, aviso prévio indenizado, férias indenizadas, abono pecuniário de férias,
o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pago diretamente ao empregado
na rescisão contratual e a indenização por dispensa, desde que dentro dos limites
legais.
Os pagamentos feitos a autônomos também não integram a base de cálculo do PIS
sobre a folha de salários.
11.1.2. Prazo para Recolhimento
O pagamento da Contribuição para o PIS/PASEP poderá ser efetuado até o dia 25 do
mês subseqüente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.
Se o dia do vencimento não for dia útil, considerar-se-á antecipado o prazo para o
primeiro dia útil que o anteceder.
Código de Recolhimento
O recolhimento do PIS será efetuado em DARF sob o Código 8301.
76
12. SIMPLES NACIONAL
INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu artigo 179, que a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios devem dispensar tratamento jurídico diferenciado e
favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte. O objetivo claramente expresso é
incentivar o desenvolvimento dessas empresas através da simplificação de suas obrigações
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação destas por meio
de lei.
A partir desse comando constitucional surgiram várias leis concedendo benefícios para as
microempresas e empresas de pequeno porte. A União instituiu a Lei 9.317, de 1996, criando
o SIMPLES, um sistema simplificado de recolhimento de tributos e contribuições federais que,
mediante convênio, poderia abranger os tributos devidos aos Estados e aos Municípios. Os
Estados preferiram não aderir ao SIMPLES e instituiu regimes próprios de tributação, o que
acabou resultando em 28 tratamentos tributários diferentes em todo o Brasil. Poucos
Municípios aderiram ao SIMPLES federal e a maioria não estabeleceu qualquer benefício para
as microempresas e empresas de pequeno porte estabelecidas em seus territórios.
O Estatuto Federal das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, aprovado pela Lei 9.841,
de 1999, instituiu benefícios nos campos administrativos, trabalhista, de crédito e de
desenvolvimento empresarial. Esses benefícios estavam limitados à esfera de atuação do
Governo Federal porque lei ordinária federal não pode obrigar os Estados e os Municípios.
Como esse cenário estava longe de representar a simplificação e o favorecimento propostos
pela Constituição Federal de 1988, o SEBRAE e representantes de entidades ligadas às
microempresas e empresas de pequeno porte exigiram a mudança e, em 2003, iniciaram um
movimento para a uniformização das normas e ampliação dos benefícios. Como conseqüência
desses movimentos, em 19 de dezembro de 2003, foi aprovada a Emenda Constitucional 42,
alterando o artigo 146 da Constituição Federal, que passou a exigir lei complementar para
estabelecer normas nacionais uniformes sobre o tratamento tributário dessas empresas.
As emendas à Constituição também facultaram à lei complementar estabelecer um regime
nacional único de arrecadação para incorporar os tributos devidos pelas micro e empresas de
pequeno porte à União, aos Estados e aos Municípios. São características exigidas:
1. Ser opcional para o contribuinte;
2. Permitir condições de enquadramento diferenciadas por Estado;
3. Unificar e centralizar o recolhimento dos tributos, com distribuição imediata da
parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados, sem qualquer
retenção ou condicionamento;
4. Possibilitar o compartilhamento, pelos entes federados, da arrecadação, da
fiscalização e cobrança, quando adotado o cadastro nacional único de contribuintes.
77
Em 2004, para regulamentar as emendas à Constituição, foi apresentado à Câmara de
Deputados um projeto que acabou resultando na Lei Complementar 123, de 14 de
dezembro de 2006, que criou o Estatuto Nacional das Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte. A Lei Complementar 123/2006 foi instituída com o objetivo de
estabelecer normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser
dispensado às micro e pequenas empresas, no âmbito dos poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere:
à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições federais, estaduais e
municipais, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações
acessórias;
ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive
obrigações acessórias;
ao acesso ao crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas
aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, tecnologia,
associativismo e regras de inclusão.
A Lei Complementar 123/2006 foi posteriormente alterada pelas Leis
Complementares 127, de 14 de agosto de 2007 e 128, de 19 de dezembro de 2008 .
As alterações no texto inicial do Novo Estatuto tiveram como objetivos principais o
aperfeiçoamento do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições – SIMPLES NACIONAL.
Os benefícios não tributários vigoram desde 15/12/2006. O regime especial unificado
de arrecadação de tributos e contribuições - SIMPLES NACIONAL - entrou vigor em
01/07/2007. Nesta curso examinamos, em separados módulos, os benefícios da Lei
Geral e as normas aplicáveis ao cálculo dos tributos devidos pelas microempresas e
empresas de pequeno porte optantes pelo SIMPLES NACIONAL.
12.1. DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA OU EMPRESA DE PEQUENO
PORTE
Para todos os efeitos da Lei Geral, serão consideradas microempresas e empresas de
pequeno porte, as sociedades empresariais, as sociedades simples e o empresário
individual que obtiverem, em cada ano-calendário, receita bruta em valor:
Microempresa: igual ou inferior a R$ 240.000,00
Empresa de Pequeno Porte: acima de R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$
2.400.000,00
78
12.1.1. TRATAMENTO “JURÍDICO” x TRATAMENTO “TRIBUTÁRIO”
O Estatuto Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte foi instituído
pela Lei Complementar 123 de 14 de dezembro de 2006 e representa um conjunto de
normas que consolidam o tratamento diferenciado e favorecido, no âmbito dos
poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Os benefícios
abrangem os seguintes temas:
Inscrição e Baixa Simplificadas
Regime Unificado de Arrecadação Tributária – SIMPLES NACIONAL
Acesso aos Mercados
Simplificação das Relações de Trabalho
Fiscalização Orientadora
Associativismo
Estímulo ao Crédito e à Capitalização
Estímulo à Inovação
Regras Civis e Empresariais
Acesso à Justiça
Apoio e Representação
A LC 123/2006 contém, portanto, benefícios NÃO TRIBUTÁRIOS (TRATAMENTO
JURÍDICO DIFERENCIADO) e benefícios TRIBUTÁRIOS (SIMPLES NACIONAL). A fruição
dos benefícios é facultativa para as micro e pequenas empresas. No entanto,
condições foram impostas para a empresa usufruir dos benefícios, através dos
seguintes artigos da Lei Geral:
ARTIGO 3º: estabelece as condições gerais que autorizam as empresas a usufruir os
benefícios não tributários e as credencia para optar pelo regime especial de
arrecadação;
ARTIGO 17: relaciona as hipóteses de impedimento ao sistema de arrecadação
tributária - SIMPLES NACIONAL.
Os benefícios tributários não poderão ser adotados por todas as microempresas e empresas de
pequeno porte, porque as imposições do SIMPLES NACIONAL são mais restritivas do que as
expressas no artigo 3º da LC 123/2006.
79
12.2. CONCEITO DE RECEITA BRUTA
Considera-se receita bruta, o produto da venda de bens e serviços nas operações de
conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta
alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.
Para efeito de enquadramento, serão consideradas as receitas auferidas no ano-
calendário anterior, exceto no ano de início de atividades.
12.3. IMPEDITIVOS À OPÇÃO PELO REGIME TRIBUTÁRIO
de cujo capital participe outra pessoa jurídica;
que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica
com sede no exterior;
de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou
seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos
termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o
limite de R$ 2.400.000,00 no ano-calendário;
cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de
outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a
receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 2.400.000,00 no ano-calendário;
cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa
jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o
limite de R$ 2.400.000,00 no ano-calendário ;
constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
que participe do capital de outra pessoa jurídica;
que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de
desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito,
financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de
distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de
arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de
previdência complementar;
resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de
desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco)
anos-calendário anteriores;
constituída sob a forma de sociedade por ações.
que tenha sócio domiciliado no exterior;
80
de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou
indireta, federal, estadual ou municipal;
que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as
Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não
esteja suspensa;
que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de
passageiros;
que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia
elétrica;
que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e
motocicletas;
que exerça atividade de importação de combustíveis;
que exerça atividade de produção ou venda no atacado de:
a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e
pólvoras, explosivos e detonantes;
b) bebidas a seguir descritas:
1 – alcoólicas;
2 – refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas;
3 – preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores
concentrados), para elaboração de bebida refrigerante, com capacidade de
diluição de até 10 (dez) partes da bebida para cada parte do concentrado;
4 – cervejas sem álcool;
que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de
atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou
cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que
preste serviços de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo
de intermediação de negócios;
que realize cessão ou locação de mão-de-obra;
que realize atividade de consultoria;
que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.
que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir
à prestação de serviços tributados pelo ISS.
OBS: cnaes ambíguos – concomitantemente atividade permitida e vedada (anexo II da
Resolução CGSN nº 06/2007).
81
12.4. INSCRIÇÃO E BAIXA
Na forma regulamentada pela Instrução Normativa DNRC nº 103/2007, as
microempresas e empresas de pequeno porte acrescentarão à sua firma ou
denominação as expressões "Microempresa" ou "Empresa de Pequeno Porte", ou suas
respectivas abreviações, "ME" ou "EPP", conforme o caso, sendo-lhes facultativa a
inclusão do objeto da sociedade na denominação social.
Obs.: A adição ao nome empresarial das expressões "Microempresa" ou "Empresa de
Pequeno Porte", ou suas respectivas abreviações "ME" ou "EPP" não poderá ser
efetuada no ato de inscrição do empresário e no contrato social. Somente depois de
procedido o arquivamento do ato de inscrição do empresário ou do contrato social e
efetuado o enquadramento do empresário ou sociedade na condição de
microempresa ou empresa de pequeno porte pela Junta Comercial, mediante
arquivamento da declaração específica.
12.4.1. Enquadramento de ME ou EPP pela Junta Comercial
O enquadramento, reenquadramento e desenquadramento de microempresa e
empresa de pequeno porte pelas Juntas Comerciais será efetuado, conforme o caso,
mediante arquivamento de declaração procedida pelo empresário ou sociedade em
instrumento específico para essa finalidade. Observado que a declaração conterá,
obrigatoriamente:
I - Título da Declaração, conforme o caso:
ENQUADRAMENTO, REENQUADRAMENTO ou DESENQUADRAMENTO.
II - Requerimento do empresário ou da sociedade, dirigido ao Presidente da Junta
Comercial da Unidade da Federação a que se destina, requerendo o arquivamento da
declaração, da qual constarão os dados e o teor da declaração em conformidade com
as situações a seguir:
12.4.2. Declaração de Enquadramento de ME ou EPP
1. nome empresarial, endereço, Número de Identificação do Registro de Empresas -
NIRE, data de registro do ato constitutivo e número de inscrição no Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica - CNPJ, quando enquadrada após a sua constituição;
2. declaração, sob as penas da lei, do empresário ou de todos os sócios de que o
empresário ou a sociedade se enquadra na situação de microempresa ou empresa de
pequeno porte, nos termos da Lei Complementar nº 123, de 2006;
12.4.3. Declaração de Reenquadramento de ME para EPP ou de EPP para ME
82
1. nome empresarial, endereço, Número de Identificação do Registro de
Empresas - NIRE, data de registro do ato constitutivo e número de inscrição
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ;
2. a declaração, sob as penas da lei, do empresário ou de todos os sócios de que
o empresário ou a sociedade se reenquadra na condição de microempresa ou
empresa de pequeno porte, nos termos da Lei Complementar nº 123, de 2006;
12.4.4. Declaração de Desenquadramento de ME ou EPP
1. nome empresarial, endereço, Número de Identificação do Registro de
Empresas - NIRE, data de registro do ato constitutivo e número de inscrição
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ;
2. a declaração, sob as penas da lei, do empresário ou de todos os sócios de que
o empresário ou a sociedade se desenquadra da condição de microempresa ou
empresa de pequeno porte, nos termos da Lei Complementar nº 123, de 2006.
Arquivada a declaração, mencionada no parágrafo anterior, na Junta Comercial e
independentemente de alteração do ato constitutivo, a microempresa adotará, em
seguida ao seu nome, a expressão "microempresa" ou, abreviadamente, "ME" e a
empresa de pequeno porte, a expressão "empresa de pequeno porte" ou "EPP".
12.4.5. Desenquadramento do Regime Jurídico
Após o enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte, ocorrendo
uma das situações impeditivas para enquadramento de ME e EPP, a sociedade
empresária e o empresário deverão arquivar declaração de desenquadramento na
Junta Comercial. É válido ressaltar que ocorrendo o desenquadramento da sociedade
da condição de ME ou EPP, é obrigatória a inclusão do objeto da sociedade
empresária no nome empresarial, mediante arquivamento da correspondente
alteração contratual.
A Junta Comercial, verificando que a sociedade empresária ou o empresário
enquadrado na condição de microempresa ou empresa de pequeno porte incorreu em
alguma das situações impeditivas para enquadramento previstas nas vedações ao
regime promoverá o seu desenquadramento.
Quando a sociedade empresária ou o empresário não tiver interesse em continuar
enquadrado na condição de microempresa ou empresa de pequeno porte, promoverá
o arquivamento, pela Junta Comercial, de declaração de desenquadramento.
83
12.4.6. Comprovação de Condição de ME E EPP
A comprovação da condição de microempresa ou empresa de pequeno porte pelo
empresário ou sociedade será efetuada mediante certidão expedida pela Junta
Comercial.
Anexos
12.5. MODELO DE DECLARAÇÃO DE ENQUADRAMENTO
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Secretaria de Comércio e Serviços
Departamento Nacional de Registro do Comércio
JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DO PARANÁ
DECLARAÇÃO DE ENQUADRAMENTO DE ME
Ilmo. Sr. Presidente da Junta Comercial DO ESTADO DO PARANÁ
A Sociedade Livraria Gomes e Representações Ltda, com ato constitutivo registrado
na Junta Comercial em 06/08/2007, NIRE: 54200626501 CNPJ: 30.934.313/0001-83,
estabelecida na Rua João de Barros Cobra, 415, Centro, Curitiba, PR, CEP: 80.230-
080 requer a Vossa Senhoria o arquivamento do presente instrumento e declara, sob
as penas da Lei, que se enquadra na condição de MICROEMPRESA, nos termos da Lei
Complementar nº 123, de 14/12/2006.
Código do ato: 315
Descrição do Ato: ENQUADRAMENTO DE MICROEMPRESA
Curitiba - PR, 06 de Agosto de 2007.
Sócio: Carlos da Silva José
Procurador: João da Silva Tornado
Para uso exclusivo da Junta Comercial:
DEFERIDO EM ____/____/_______. Etiqueta de registro
84
12.5.1. MODELO DE DECLARAÇÃO DE REENQUADRAMENTO
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Secretaria de Comércio e Serviços
Departamento Nacional de Registro do Comércio
JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DO PARANÁ
DECLARAÇÃO DE REENQUADRAMENTO DE ME PARA EPP
Ilmo. Sr. Presidente da Junta Comercial DO ESTADO DO PARANÁ
A Sociedade Livraria Gomes e Representações Ltda, com ato constitutivo registrado
na Junta Comercial em 06/08/2007, NIRE: 54200626501, CNPJ: 30.934.313/0001-83,
estabelecida na Rua João de Barros Cobra, 415, Centro, Curitiba, PR, CEP: 80.230-
080, requer a Vossa Senhoria o arquivamento do presente instrumento e declara, sob
as penas da Lei, que se reenquadra da condição de MICROEMPRESA PARA EMPRESA DE
PEQUENO PORTE, nos termos da Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006.
Código do ato: 307
Descrição do Ato: REENQUADRAMENTO DE MICROEMPRESA COMO EMPRESA DE
PEQUENO PORTE
Curitiba - PR, 06 de Agosto de 2007.
Sócio: Carlos da Silva José
Procurador: João da Silva Tornado
Para uso exclusivo da Junta Comercial:
DEFERIDO EM ____/____/_______. Etiqueta de registro
85
12.5.2. MODELO DE DECLARAÇÃO DE DESENQUADRAMENTO
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Secretaria de Comércio e Serviços
Departamento Nacional de Registro do Comércio
JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DO PARANÁ
DECLARAÇÃO DE DESENQUADRAMENTO DE ME
Ilmo. Sr. Presidente da Junta Comercial DO ESTADO DO PARANÁ
A Sociedade Livraria Gomes e Representações Ltda, com ato constitutivo registrado
na Junta Comercial em 06/08/2007, NIRE: 54200626501, CNPJ: 30.934.313/0001-83,
estabelecida na Rua João de Barros Cobra, 415, Centro, Curitiba, PR, CEP: 80.230-
080, requer a Vossa Senhoria o arquivamento do presente instrumento e declara, sob
as penas da Lei, que se desenquadra da condição de MICROEMPRESA, nos termos da
Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006.
Código do ato: 317
Descrição do Ato: DESENQUADRAMENTO DE MICROEMPRESA
Curitiba - PR, 06 de Agosto de 2007.
Sócio: Carlos da Silva José
Procurador: João da Silva Tornado
Para uso exclusivo da Junta Comercial:
DEFERIDO EM ____/____/_______. Etiqueta de registro
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12.6. INSCRIÇÃO E BAIXA SIMPLIFICADA
O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções (baixas), referentes
a empresários e pessoas jurídicas em qualquer órgão envolvido no registro
empresarial e na abertura da empresa, dos 3 (três) âmbitos de governo, ocorrerá
independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou
trabalhistas, principais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos
administradores ou de empresas de que participem. Porém tais débitos, se existirem,
serão de responsabilidade civil do empresário, dos sócios ou dos administradores.
(art. 9º da LC 123/2006)
Os órgãos envolvidos na baixa terão o prazo de 60 (sessenta) dias para efetivar a
baixa nos respectivos cadastros.
Não poderão ser exigidos pelos órgãos e entidades envolvidos na abertura e
fechamento de empresas, dos 3 (três) âmbitos de governo:
I – excetuados os casos de autorização prévia, quaisquer documentos
adicionais aos requeridos pelos órgãos executores do Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades Afins e do Registro Civil de Pessoas Jurídicas;
II – documento de propriedade ou contrato de locação do imóvel onde será
instalada a sede, filial ou outro estabelecimento, salvo para comprovação do
endereço indicado;
III – comprovação de regularidade de prepostos dos empresários ou pessoas
jurídicas com seus órgãos de classe, sob qualquer forma, como requisito para
deferimento de ato de inscrição, alteração ou baixa de empresa, bem como para
autenticação de instrumento de escrituração.
12.7. OPÇÃO PELO REGIME
A opção pelo SIMPLES NACIONAL será realizada por meio da Internet, no Portal do
SIMPLES NACIONAL - solicitação de opção - pelo simples nacional. No momento da
opção, o contribuinte deve declarar se não está impedido, considerando as vedações
impostas pela LC 123/2006 para fruição dos benefícios tributários concedidos.
O acesso ao aplicativo de opção dependerá de um pré-cadastro para obtenção de
uma senha a ser utilizada em todos os serviços concernentes ao SIMPLES NACIONAL.
Para obter a senha, será necessário informar o número do CNPJ e o número do CPF
do representante da empresa e aguardar a resposta pelo correio eletrônico. Caso o
contribuinte possua Certificação Digital, os serviços estarão disponíveis no Centro de
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Atendimento Virtual do sitio da Receita Federal do Brasil, onde o contribuinte poderá
ter acesso à opção pelo SIMPLES NACIONAL.
No ato do pedido de inscrição serão informadas as pendências que impedem a
empresa fazer a opção desejada. Havendo pendências, o contribuinte deve dirigir-se
à repartição fiscal pertinente para sua regularização. O resultado do pedido de opção
será disponibilizado no Portal do Simples.
Tela da página
12.7.1. Empresas constituídas durante o ano-calendário
As pessoas jurídicas interessadas e habilitadas ao ingresso no Simples Nacional, após
o registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), têm o prazo de 30 (dez)
dias contados da data do último deferimento da inscrição municipal ou estadual, se
estiverem sujeitas, para efetuar a opção ao Simples Nacional.
Nota: Depois de decorridos 180 dias da data de abertura da constante do CNPJ, a
empresa não será considerada empresa em início de atividades e, portanto, não
poderá efetuar a opção pelo SIMPLES NACIONAL naquele mesmo ano (Resolução CGSN
23/2007).
12.7.2. Indeferimento da Opção
Se a opção for indeferida, será expedido termo de indeferimento pela autoridade
fiscal integrante da estrutura administrativa do respectivo ente federado que decidiu
pelo indeferimento, inclusive na hipótese de existência de débitos tributários. O
contribuinte poderá recorrer através de processo administrativo, na forma da
legislação vigente no respectivo ente federado. Se, após o recurso, houver decisão
favorável ao contribuinte, com opção retroativa, os tributos e contribuições devidos
pelo SIMPLES NACIONAL poderão ser recolhidos sem cobrança de multa de mora, mas
com incidência dos juros de mora.
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13. EXCLUSÃO DO REGIME
Conforme a Resolução CGSN nº 015/2007 a exclusão do Regime Especial Unificado,
seja de forma opcional ou obrigatória, deverá ser efetuada através de comunicação
de exclusão diretamente no portal do Simples Nacional na internet no endereço
<http://www.receita.fazenda.gov.br>.
13.1. EXCLUSÃO OPCIONAL
A ME ou a EPP que não tiver mais interesse em permanecer no Simples Nacional
poderá retirar-se do Regime, a qualquer momento, desde que efetue,
obrigatoriamente, comunicação à RFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Efeitos Da Exclusão Opcional - O pedido de exclusão solicitado durante o mês de
Janeiro produz os efeitos desde o início do mesmo ano-calendário. A exclusão das
pessoas jurídicas do Simples Nacional, por opção, apos o mês de Janeiro, somente
produzirá efeitos a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subsequente.
13.2. EXCLUSÃO OBRIGATÓRIA
A exclusão da Micro empresa e da Empresa de Pequeno Porte será obrigatória
quando incorrer nas hipóteses de vedação previstas na legislação para ingresso ou
continuidade no Regime Tributário.
A exclusão do Simples Nacional será obrigatória nos casos analisados individualmente
abaixo.
13.2.1. Excesso de Receita
A pessoa jurídica será excluída do Simples Nacional, por excesso de receita quando:
- Quando na apuração, do ano-calendário imediatamente anterior, a receita
bruta for superior a R$ 2.400.000,00. Neste caso a exclusão da pessoa
jurídica terá efeitos a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subsequente
ao do que tiver ocorrido o excesso.
- Quando o valor acumulado da receita bruta no ano-calendário de início de
atividade supera o limite proporcional de R$ 200.000,00, multiplicado pelo
número de meses desse período, considerado a fração de mês como um mês
inteiro. Neste caso a exclusão tem seus efeitos retroativamente ao início de
suas atividades.
- Quando o Distrito Federal, Estados e seus respectivos Municípios adotaram
sublimeis e a receita bruta apurada durante o ano-calendário de início de
atividade ultrapassa o limite de R$ 100.000,00 ou R$ 150.000,00,
respectivamente, multiplicados pelo número de meses desse período,
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considerado as frações de meses como um mês inteiro, ficando o
estabelecimento da ME ou EPP neles localizado impedido de recolher o ICMS e
o ISS na forma do Simples Nacional. Neste caso a exclusão produz efeitos a
partir de 1º de janeiro do ano-calendário subsequente, mas apenas se a ME ou a EPP
no ano de início de atividade não ultrapassar em mais de 20% os respectivos limites
proporcionais.
Comunicação à RFB - A Receita Federal deverá ser comunicada até o último dia útil
do mês de janeiro do ano-calendário subsequente àquele em que se deu o excesso de
receita bruta.
Efeitos da exclusão - A partir do 1º de janeiro do ano subsequente ao da situação impeditiva.
Exercício de Atividade impedida
A execução de atividades impedidas na Lei Complementar gera a exclusão do Simples Nacional.
Comunicação à RFB - A Receita Federal deverá ser comunicada até o último dia útil
do mês subsequente ao da ocorrência da hipótese de vedação.
Efeitos da exclusão - A partir do mês seguinte ao da ocorrência da situação
impeditiva.
13.2.2. Participação Societária
A participação societária causara as exclusões nos seguintes casos:
- Titular ou sócio participando com mais de 10% do capital de outra empresa não
beneficiada pela LC 123/2006, e a receita bruta global superior ao limite de R$
2.400.000,00 ou limite proporcional.
- Empresa cujo capital participa pessoa física que seja inscrita como empresário, ou
seja, sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos
da LC123/2006 e a receita bruta global ultrapassa o limite de R$ 2.400.000,00, ou
limite proporcional.
- Empresa cujo capital participa entidade da administração pública, direta ou
indireta, federal, estadual ou municipal.
- Transformação em sociedades por ações ou sociedade cooperativa, exceto de
consumo.
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- Transformação em filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica
com sede no exterior.
- Sócio ou titular administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins
lucrativos e a receita bruta global ultrapassa o limite de R$ 2.400.000,00, ou limite
proporcional.
- Sócio domiciliado no exterior ou sócio que seja entidade da administração pública,
direta ou indireta, federal, estadual ou municipal.
- Empresa seja resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de
desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 anos-
calendário anteriores.
Comunicação à RFB - A exclusão deverá ser comunicada a Receita Federal até o
último dia útil do mês subsequente ao da ocorrência da hipótese de vedação.
Efeitos da exclusão – A partir do mês seguinte ao da ocorrência da situação
impeditiva.
Débitos Com o INSS e as Fazendas Públicas
A existência de débitos com o INSS ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou
Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa.
A pessoa jurídica que possuir débito com o INSS, ou com as Fazendas Públicas
Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa, será excluída
do Simples Nacional, com efeitos a partir do ano-calendário subsequente ao da
ciência da exclusão. Mesmo que a Micro Empresa ou a Empresa de Pequeno Pote
exerça exclusivamente atividade não incluída na competência tributária municipal,
se possuir débitos tributários junto à Fazenda Pública Municipal, o Município poderá
proceder à sua exclusão do Simples Nacional, com efeitos a partir do ano-calendário
subsequente ao da ciência da exclusão.
Caso a pessoa jurídica comprove a regularização do débito no prazo de até 30 dias
contado a partir da ciência da exclusão, será permitida permanência como optante
pelo Simples Nacional.
13.3. EXCLUSÃO DE OFÍCIO
A exclusão de ofício ocorrera quando a pessoa jurídica não comunicar a exclusão
obrigatória ou quando praticar atos contrários às normas para permanência ou
ingresso no Simples Nacional.
A exclusão de ofício será realizada pela Receita Federal do Brasil e das Secretarias de
Fazenda ou de Finanças do Estado ou do Distrito Federal.
O ente federativo que promover a exclusão de ofício expedirá o termo de exclusão
do Simples Nacional, mediante registro no Portal do Simples Nacional na internet, no
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endereço http://www.fazenda.gov.br, ficando os efeitos dessa exclusão
condicionados a esse registro.
O contencioso administrativo relativo à exclusão de ofício será de competência do
ente federativo que efetuar a exclusão, observados os dispositivos legais atinentes
aos processos administrativos fiscais desse ente. O Município poderá, mediante
convênio, transferir a atribuição de julgamento exclusivamente ao respectivo Estado
em que se localiza.
A pessoa jurídica será comunicada pelo ente federativo que promover a exclusão,
segundo a sua respectiva legislação.
São motivos para exclusão de oficio:
Verificada a falta de comunicação de exclusão obrigatória;
For oferecido embaraço à fiscalização, caracterizado pela negativa não
justificada de exibição de livros e documentos a que estiverem obrigadas,
bem como pelo não fornecimento de informações sobre bens, movimentação
financeira, negócio ou atividade que estiverem intimadas a apresentar, e nas
demais hipóteses que autorizam a requisição de auxílio da força pública;
For oferecida resistência à fiscalização, caracterizada pela negativa de acesso
ao estabelecimento, ao domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde
desenvolvam suas atividades ou se encontrem bens de sua propriedade;
A sua constituição ocorrer por interpostas pessoas;
Tiver sido constatada prática reiterada de infração ao disposto na Lei
Complementar 123/2006
A ME ou a EPP for declarada inapta, na forma da Lei nº 9430/1996, e
alterações posteriores;
Comercializar mercadorias objeto de contrabando ou descaminho;
Houver falta de escrituração do livro-caixa ou não permitir a identificação da
movimentação financeira, inclusive bancária;
For constatado que durante o ano-calendário o valor das despesas pagas
supera em 20% (vinte por cento) o valor de ingressos de recursos no
mesmo período, excluído o ano de início de atividade;
For constatado que durante o ano-calendário o valor das aquisições de
mercadorias para comercialização ou industrialização, ressalvadas hipóteses
justificadas de aumento de estoque, for superior a 80% (oitenta por cento)
dos ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano de início de
atividade;
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For constatado, quando do ingresso no Regime do Simples Nacional, que
pessoa jurídica incorria em alguma das hipóteses de vedação prevista na LC
123/2006;
Quando a empresa prestar declaração inverídica, por ocasião da opção ao
Simples Nacional, prestada quanto ao não-enquadramento nas vedações
previstas na legislação ou quanto ao exercício de atividades permitidas, no
caso de atividade econômica cuja CNAE seja considerada ambígua;
Não emitir documento fiscal de venda ou prestação de serviço, conforme as
operações e prestações que realizarem, os documentos fiscais, inclusive os
emitidos por meio eletrônico, autorizados pelos entes federativos onde
possuírem estabelecimento;
Omitir da folha de pagamento da empresa ou de documento de informações
previsto pela legislação previdenciária, trabalhista ou tributária, segurado
empregado, trabalhador avulso ou contribuinte individual que lhe preste
serviço.
Efeitos da Exclusão: A exclusão de oficio produz efeitos a partir do próprio mês em
que incorridas, impedindo nova opção pelo regime diferenciado e favorecido do
Simples Nacional pelos próximos 3 anos-calendário seguintes.
O prazo será elevado para 10 anos caso seja constatada a utilização de artifício, ardil
ou qualquer outro meio fraudulento que induza ou mantenha a fiscalização em erro,
com o fim de suprimir ou reduzir o pagamento de tributo apurável na forma do
Simples Nacional.
13.3.1. PENALIDADE PELA FALTA DE COMUNICAÇÃO
A falta de comunicação, quando obrigatória, nos prazos determinados sujeitará a ME
e a EPP a multa correspondente a 10% do total de impostos e contribuições devidos
de conformidade com o Simples Nacional no mês que anteceder o início dos efeitos
da exclusão, ou do impedimento, não inferior a R$ 500,00 e sem direito a redução.
13.3.2. PROCEDIMENTO APÓS A EXCLUSÃO
A pessoa jurídica excluída do Simples Nacional estará sujeita, a partir do período em
que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às
demais pessoas jurídicas.
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14. ABRANGÊNCIA E RECOLHIMENTO DE TRIBUTOS E
CONTRIBUIÇÕES
14.1. TRIBUTOS ALCANÇADOS – RECOLHIMENTO EM GUIA ÚNICA
Tributos da Competência Federal
- Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ;
- Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI;
- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL;
- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS;
- Contribuição para o PIS;
- Contribuição para a Seguridade Social - INSS, a cargo da pessoa jurídica (empresas
sujeitas ao anexo IV recolherão à parte).
Tributo da Competência Estadual
- Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações
de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS
Tributo da Competência Municipal
- Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.
IRF – TRIBUTAÇÃO DEFINITIVA
Receitas Financeiras
O imposto de renda retido na fonte sobre os rendimentos de aplicações financeiras
de renda fixa e de renda variável ou pago sobre os ganhos líquidos mensais será
definitivo. (arts. 770 e 773 do RIR/99)
Ganho de Capital
Conforme a Resolução CGSN nº 004, Art. 5º § 3º A tributação do ganho de capital
será definitiva mediante a incidência da alíquota de 15% (quinze por cento) sobre a
diferença positiva entre o valor de alienação e o custo de aquisição diminuído da
depreciação, amortização ou exaustão acumulada, ainda que a microempresa e a
empresa de pequeno porte não mantenham escrituração contábil desses
lançamentos.
A pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional que não mantiver escrituração
contábil deverá comprovar, mediante documentação hábil e idônea, o valor e data
de aquisição do bem ou direito e demonstrar o cálculo da depreciação, amortização
ou exaustão acumulada.
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Na apuração de ganho de capital, os valores acrescidos em virtude de reavaliação
(se o bem foi reavaliado antes da vigência da Lei nº 11.638/2007) somente poderão
ser computados como parte integrante dos custos de aquisição dos bens e direitos se
a empresa comprovar que os valores acrescidos foram computados na determinação
da base de cálculo do imposto.
O imposto de renda calculado sobre o ganho de capital, decorrente da alienação de
ativos, deverá ser pago até o último dia útil do mês subsequente ao da percepção dos
ganhos sob o código 0507.
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15. VALOR DEVIDO – RECOLHIMENTO
15.1. RECOLHIMENTO DOS TRIBUTOS DEVIDOS
O SIMPLES NACIONAL incide sobre a receita bruta mensal. Por receita bruta, entende-
se o resultado das atividades constantes dos objetivos sociais da empresa. A receita
bruta abrange, portanto, o produto da venda de bens e serviços nas operações de
conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta
alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.
Não devem ser consideradas no cálculo dos tributos integrantes do SIMPLES
NACIONAL, as demais receitas auferidas pela empresa, não originárias de seus
objetivos sociais, como é o caso das receitas de aplicações financeiras, ganhos
obtidos em bolsa de valores, no mercado de balcão ou de mercadorias, juros
recebidos, descontos auferidos, etc.
15.2. SEGREGAÇÃO DAS RECEITAS
Para cálculo do SIMPLES NACIONAL, as empresas com uma única atividade em seus
objetivos
sociais precisam apenas somar os valores do faturamento mensal e acumular a soma
com o total auferido durante o ano. As empresas com mais de uma atividade devem
manter controles distintos para cada tipo de receita porque a incidência tributária é
diferenciada por atividade.
Além disso, é preciso segregar as receitas submetidas ao regime de substituição
tributária de alguns tributos incluídos no SIMPLES NACIONAL, como é o caso da
COFINS, do PIS, do ICMS e do IPI. O ISS também pode ser cobrado por substituição
tributária ou por retenção na fonte.
A substituição tributária prevê a existência de um contribuinte substituto que é
aquele que recolhe o tributo pelo contribuinte substituído, que sofre o ônus
tributário. A retenção de fonte exige da fonte pagadora a retenção e o recolhimento
do tributo que é suportado pelo sujeito passivo que sofre a retenção.
Os tributos cobrados por substituição tributária ou retidos na fonte não estão
incluídos no SIMPLES NACIONAL e devem ser recolhidos em separado pelo
contribuinte substituto ou pela fonte pagadora, na forma da legislação aplicável. A
microempresa e a empresa de pequeno porte, na qualidade de contribuintes
substitutos ou de fontes pagadoras, devem observar as normas da legislação aplicável
a cada tributo e efetuar a retenção e o recolhimento normalmente exigido.
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A micro e pequenas empresas substituídas no recolhimento suportam o ônus
tributário e, por isso, não podem sofrer nova tributação sobre as receitas de suas
vendas ou serviços. Como as tabelas de alíquotas aprovadas pela Lei Complementar
123/2006 comportam os percentuais de todos os tributos devidos através do SIMPLES
NACIONAL, é necessária a segregação das receitas no cálculo do valor mensal a
pagar.
A mesma segregação deve ser observada em relação às receitas de exportação de
bens ou serviços, que são isentas do PIS, da COFINS do ISS e do ICMS.
15.3. IDENTIFICAÇÃO DA ALÍQUOTA
As alíquotas das tabelas do SIMPLES NACIONAL devem ser aplicadas sobre a base de
cálculo mensal. No entanto, para identificar a alíquota correspondente, o
contribuinte deve acumular o total das receitas auferidas nos 12 meses anteriores
ao mês da tributação. Uma vez obtido o montante, deve compará-lo com as faixas de
receita bruta da respectiva tabela de incidência, a fim de identificar a alíquota a ser
aplicada sobre a receita bruta daquele mês.
Passo a Passo para Determinação da Alíquota Aplicável
1º passo: Identificar a (s) tabela (s) de incidência de acordo com a(s) atividade(s);
2º passo: Segregar as receitas de acordo com a(s) tabela(s) de incidência;
3º passo: Acumular as receitas auferidas nos 12 meses anteriores ao da tributação;
4º passo: Identificar a alíquota da faixa correspondente à receita acumulada.
TABELAS
A Lei Complementar 123/2006 contempla 5 Tabelas de Alíquotas básicas utilizadas no
cálculo do SIMPLES NACIONAL. As tabelas de incidência são comuns às microempresas
e às empresas de pequeno porte e variam conforme a atividade do contribuinte, ou
seja:
Anexo 1 – Comércio
Anexo 2 – Indústria
Anexo 3 – Serviços e Locação de Móveis
Anexo 4 – Serviços com CPP (Contribuição Patronal Previdenciária) separado
Anexo 5 – Outros Serviços Específicos com CPP incluído.
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ANEXO I
Partilha do Simples Nacional - Comércio Efeitos a partir de 01/01/2009
Receita Bruta em 12 meses (em
R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS
PIS /
PASEP CPP ICMS
Até 120.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%
De 120.000,01 a 240.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%
De 240.000,01 a 360.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%
De 360.000,01 a 480.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%
De 480.000,01 a 600.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%
De 600.000,01 a 720.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%
De 720.000,01 a 840.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%
De 840.000,01 a 960.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%
De 960.000,01 a 1.080.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%
De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%
De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%
De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%
De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%
De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%
De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%
De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%
De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%
De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%
De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%
De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%
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ANEXO II
Partilha do Simples Nacional - Indústria Efeitos a partir de 01/01/2009
Receita Bruta em 12 meses (em
R$)
Alíquot
a IRPJ CSLL COFINS
P I S/
PASEP CPP ICMS IPI
Até 120.000,00 4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 0,50%
De 120.000,01 a 240.000,00 5,97% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 0,50%
De 240.000,01 a 360.000,00 7,34% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 0,50%
De 360.000,01 a 480.000,00 8,04% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 0,50%
De 480.000,01 a 600.000,00 8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 0,50%
De 600.000,01 a 720.000,00 8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 0,50%
De 720.000,01 a 840.000,00 8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 0,50%
De 840.000,01 a 960.000,00 8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 0,50%
De 960.000,01 a 1.080.000,00 9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 0,50%
De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 9,62% 0,42% 0,42% 1,26% 0,30% 3,62% 3,10% 0,50%
De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 10,45% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 0,50%
De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 10,54% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 0,50%
De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 10,63% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 0,50%
De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 10,73% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 0,50%
De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 10,82% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 0,50%
De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 11,73% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 0,50%
De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 11,82% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 0,50%
De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 11,92% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 0,50%
De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 12,01% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 0,50%
De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 1 2,11% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 0,50%
99
ANEXO III
Partilha do Simples Nacional - Serviços e Locação de Bens Móveis Efeitos a partir de 01/01/2009
Receita Bruta em 12
meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS
P I S/
PASEP CPP ISS
Até 120.000,00 6,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,00% 2,00%
De 120.000,01 a 240.000,00
8,21% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 4,00% 2,79%
De 240.000,01 a 360.000,00
10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50%
De 360.000,01 a 480.000,00
11,31 % 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84%
De 480.000,01 a 600.000,00
11,40 % 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87%
De 600.000,01 a 720.000,00
12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23%
De 720.000,01 a 840.000,00
12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26%
De 840.000,01 a 960.000,00
12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31%
De 960.000,01 a 1.080.000,00
13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61%
De 1.080.000,01 a 1.200.000,00
13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65%
De 1.200.000,01 a 1.320.000,00
14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00%
De 1.320.000,01 a 1.440.000,00
15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00%
De 1.440.000,01 a 1.560.000,00
15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00%
De 1.560.000,01 a 1.680.000,00
15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00%
De 1.680.000,01 a 1.800.000,00
15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00%
De 1.800.000,01 a 1.920.000,00
16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00%
De 1.920.000,01 a 2.040.000,00
16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00%
De 2.040.000,01 a 2.160.000,00
17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00%
De 2.160.000,01 a 2.280.000,00
17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00%
De 2.280.000,01 a 2.400.000,00
17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00%
NOTA - Conforme o § 5º-E, art. 18 da Lei Complementar n.º 123/2006 as atividades de prestação de serviços de comunicação e de transportes interestadual e intermunicipal de cargas serão tributadas na forma do Anexo III, deduzida a parcela correspondente ao ISS e acrescida a parcela correspondente ao ICMS prevista no Anexo I.
NOTA - A atividade de escritórios de serviços contábeis recolherá o ISS em valor fixo, na forma da legislação municipal. Em suma, não será devido o recolhimento de ISS no DAS. (§ 22-A, art. 18 da Lei Complementar n.º 123/2006)
100
ANEXO IV
Partilha do Simples Nacional - Serviços
Receita Bruta Total em 12meses
(em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/ PASEP ISS
Até 120.000,00 4,50% 0,00% 1,22% 1,28% 0,00% 2,00%
De 120.000,01 a 240.000,00 6,54% 0,00% 1,84% 1,91% 0,00% 2,79%
De 240.000,01 a 360.000,00 7,70% 0,16% 1,85% 1,95% 0,24% 3,50%
De 360.000,01 a 480.000,00 8,49% 0,52% 1,87% 1,99% 0,27% 3,84%
De 480.000,01 a 600.000,00 8,97% 0,89% 1,89% 2,03% 0,29% 3,87%
De 600.000,01 a 720.000,00 9,78% 1,25% 1,91% 2,07% 0,32% 4,23%
De 720.000,01 a 840.000,00 10,26% 1,62% 1,93% 2,11% 0,34% 4,26%
De 840.000,01 a 960.000,00 10,76% 2,00% 1,95% 2,15% 0,35% 4,31%
De 960.000,01 a 1.080.000,00 11,51 % 2,37% 1,97% 2,19% 0,37% 4,61%
De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 12,00% 2,74% 2,00% 2,23% 0,38% 4,65%
De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 12,80% 3,12% 2,01% 2,27% 0,40% 5,00%
De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 13,25% 3,49% 2,03% 2,31% 0,42% 5,00%
De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 13,70% 3,86% 2,05% 2,35% 0,44% 5,00%
De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 14,15% 4,23% 2,07% 2,39% 0,46% 5,00%
De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 14,60% 4,60% 2,10% 2,43% 0,47% 5,00%
De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 15,05% 4,90% 2,19% 2,47% 0,49% 5,00%
De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 15,50% 5,21% 2,27% 2,51% 0,51% 5,00%
De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 15,95% 5,51% 2,36% 2,55% 0,53% 5,00%
De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 16,40% 5,81% 2,45% 2,59% 0,55% 5,00%
De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 16,85% 6,12% 2,53% 2,63% 0,57% 5,00%
NOTA - Com as alterações trazidas pela Lei Complementar nº 128/2008, a partir de
1º de janeiro de 2009, as empresas optantes pelo Simples Nacional enquadradas no
Anexo IV continuarão sujeitas ao recolhimento das contribuições previdenciárias
patronais em separado, exceto as devidas a outras entidades, através da GPS.
101
ANEXO V
Partilha do Simples Nacional - Serviços Efeitos a partir de 01.01.2009
Receita Bruta em 12 meses
(em R$)
(r)<0,1
0
0,10=<
(r) e (r)
<0,15
0,15=<
(r) e (r)
<0,20
0,20=<
(r) e (r)
<0,25
0,25=<
(r) e (r)
<0,30
0,30=<
(r) e (r)
<0,35
0,35 =<(r) e
(r) <0,40 (r) >=0,40
Até 120.000,00 17,50% 15,70% 13,70%
11,82
% 10,47% 9,97% 8,80% 8,00%
De 120.000,01 a 240.000,00 17,52% 15,75% 13,90% 12,60% 12,33% 10,72% 9,10% 8,48%
De 240.000,01 a 360.000,00 17,55% 15,95% 14,20% 12,90% 12,64% 11,11% 9,58% 9,03%
De 360.000,01 a 480.000,00 17,95% 16,70% 15,00% 13,70% 13,45% 12,00% 10,56% 9,34%
De 480.000,01 a 600.000,00 18,15% 16,95% 15,30% 14,03% 13,53% 12,40% 11,04% 10,06%
De 600.000,01 a 720.000,00 18,45% 17,20% 15,40% 14,10% 13,60% 12,60% 11,60% 10,60%
De 720.000,01 a 840.000,00 18,55% 17,30% 15,50% 14,11% 13,68% 12,68% 11,68% 10,68%
De 840.000,01 a 960.000,00 18,62% 17,32% 15,60% 14,12% 13,69% 12,69% 11,69% 10,69%
De 960.000,01 a 1.080.000,00 18,72% 17,42% 15,70% 14,13% 14,08% 13,08% 12,08% 11,08%
1.080.000,01 a 1.200.000,00 18,86% 17,56% 15,80% 14,14% 14,09% 13,09% 12,09% 11,09%
1.200.000,01 a 1.320.000,00 18,96% 17,66% 15,90% 14,49% 14,45% 13,61% 12,78% 11,87%
1.320.000,01 a 1.440.000,00 19,06% 17,76% 16,00% 14,67% 14,64% 13,89% 13,15% 12,28%
1.440.000,01 a 1.560.000,00 19,26% 17,96% 16,20% 14,86% 14,82% 14,17% 13,51% 12,68%
1.560.000,01 a 1.680.000,00 19,56% 18,30% 16,50% 15,46% 15,18% 14,61% 14,04% 13,26%
1.680.000,01 a 1.800.000,00 20,70% 19,30% 17,45% 16,24% 16,00% 15,52% 15,03% 14,29%
1.800.000,01 a 1.920.000,00 21,20% 20,00% 18,20% 16,91% 16,72% 16,32% 15,93% 15,23%
1.920.000,01 a 2.040.000,00 21,70% 20,50% 18,70% 17,40% 17,13% 16,82% 16,38% 16,17%
2.040.000,01 a 2.160.000,00 22,20% 20,90% 19,10% 17,80% 17,55% 17,22% 16,82% 16,51%
2.160.000,01 a 2.280.000,00 22,50% 21,30% 19,50% 18,20% 17,97% 17,44% 17,21% 16,94%
2.280.000,01 a 2.400.000,00 22,90% 21,80% 20,00% 18,60% 18,40% 17,85% 17,60% 17,18%
NOTA - Somar-se-á à tabela acima a parcela correspondente ao ISS prevista no Anexo IV. (informações adicionais do anexo V da Lei Complementar n.º 123/2006).
NOTA - Com as alterações trazidas pela Lei Complementar nº 128/2008, a partir de 1º de janeiro de 2009, as empresas optantes pelo Simples Nacional enquadradas no Anexo V não estarão sujeitas ao recolhimento das contribuições previdenciárias patronais em separado, através da GPS, somente as contribuições descontadas dos empregados, dos sócios e dos demais contribuintes individuais a seu serviço.
102
15.4. CÁLCULO DO FATOR "R"
Diferentemente dos demais Anexos, onde para encontrar a alíquota aplicável
mensalmente basta verificar a receita bruta acumulada nos últimos 12 meses, no que
tange ao Anexo V, é preciso antes, calcular o fator "r".
A fórmula é a seguinte:
Fator r = Folha de Salários de 12 Meses Anteriores ao Período de Apuração
Receita Bruta Acumulada nos 12 Meses Anteriores ao Período de Apuração
Para fins da aplicação da fórmula acima, considera-se folha de salários, incluídos
encargos, o montante pago nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de
apuração, a título de salários, retiradas de pró labore, acrescidos do montante
efetivamente recolhido a título de contribuição para a Seguridade Social destinada à
Previdência Social e para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
15.5. APLICAÇÃO DA TABELA – INÍCIO DE ATIVIDADES
No ano de inicio de atividades, as empresas não terão como acumular as receitas
auferidas nos 12 meses anteriores. Nesse caso, a LC 123/2006, em seu artigo 18,
determina que as faixas de receita bruta das Tabelas de Alíquotas sejam
proporcionalizadas em função do numero de meses de atividade do período. Essa
determinação exigirá a construção de tabelas diferentes das transcritas nos itens
anteriores.
A Resolução CGSN nº 51/2008 interpretou a norma contida na LC 123/2006,
determinando que se multiplicasse a receita mensal pelo número de meses do
período iniciado, em vez de proporcionalizar a faixa de receita bruta das respectivas
tabelas de incidência. Segundo a interpretação do Comitê Gestor, no caso de início
de atividades, a receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores, utilizada para
determinação da alíquota do SIMPLES NACIONAL, será acumulada do seguinte modo:
No 1º mês de atividade: multiplicar a receita do próprio mês por 12;
Do 2º aos 12 meses posteriores ao início de atividades: apurar a media
aritmética em cada mês e multiplicar por 12;
No 13º mês posterior: adotar a receita acumulada nos últimos 12 meses
anteriores ao período de apuração.
103
FATURAMENTOS DA SANTOS ANJOS
Período Receita Bruta Média Mensal Média div. Nº meses MÊS Acumulado
mai/08 12.390,00 0,00 0,00 1 148.680,00
jun/08 15.690,00 0,00 0,00 2 148.680,00
jul/08 16.802,00 28.080,00 14.040,00 3 168.480,00
ago/08 17.320,00 44.882,00 14.960,67 4 179.528,04
set/08 15.800,00 62.202,00 15.550,50 5 186.606,00
out/08 14.980,00 78.002,00 15.600,40 6 187.204,80
nov/08 13.200,00 92.982,00 15.497,00 7 185.964,00
dez/08 19.400,00 106.182,00 15.168,85 8 182.026,20
104
16. RECEITA BRUTA SUPERIOR AO LIMITE
Se o valor da receita bruta anual ultrapassar o limite de R$ 200.000,00,
multiplicados pelo número de meses do ano-calendário, inclusive no ano de início de
atividade, a parcela de receita mensal que exceder o montante assim determinado
estará sujeita às alíquotas máximas das tabelas de incidência, acrescidas de 20%.
NOTA: As empresas que apurarem receita bruta acima de R$ 200.000,00,
multiplicados pelo número de meses do período de atividade, serão excluídas do
SIMPLES NACIONAL:
a) retroativamente ao início de atividades, se o excesso de receitas superar
em mais de 20% o limite proporcional admitido;
b) a partir do ano seguinte, nos demais casos.
16.1. REDUÇÃO – RECEITAS DE MERCADORIAS SUJEITAS À
TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA E EXPORTAÇÃO
A partir de Janeiro de 2009 de acordo com a Lei Complementar nº 128/2008 as
empresas enquadradas no Simples Nacional poderão se beneficiar além da
substituição tributária também dos produtos com incidência monofásica para reduzir
a base de cálculo do Simples.
INCIDÊNCIA MONOFÁSICA (ALÍQUOTA CONCENTRADA)
A incidência monofásica de PIS e COFINS consistem basicamente no pagamento
destes tributos concentrados no Produtor e Importador, passando o restante da
cadeia a tributar com alíquota zero (0).
A lista dos Produtos basicamente é:
I - da venda de gasolinas (exceto gasolina de aviação), óleo diesel e gás
liquefeito de petróleo, por distribuidores e comerciantes varejistas;
II - da venda de álcool para fins carburantes, por comerciantes varejistas;
III - da venda dos produtos farmacêuticos de higiene pessoal classificados nas
posições 30.01, 30.03, exceto no código 3003.90.56, 3004, exceto no código
3004.90.46, e 3303.00 a 3307, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3,
3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3002.90.20,
3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10, 3006.60.00, 3401.11.90, 3401.20.10 e
9603.21.00, todos da TIPI, pelas pessoas jurídicas não enquadradas na
condição de industrial ou importador;
105
IV - da venda dos produtos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00,
84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03,
87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI, por comerciantes atacadistas e varejistas,
exceto pela empresa comercial atacadista adquirente dos produtos
resultantes da industrialização por encomenda, equiparada a industrial na
forma do § 5º do art. 17 da Medida Provisória nº 2.189-49/2001;
V - da venda dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de
borracha) e 40.13 (câmaras-de-ar de borracha), da TIPI, por pessoas jurídicas
comerciantes varejistas e atacadistas;
VI A partir de agosto de 2004, a venda dos produtos (autopeças) relacionados
nos anexos I e II da Lei nº 10.485, de 2002, no caso de vendas para
comerciantes atacadistas e varejistas.
VII A incidência diferenciada das operações com bebidas alcança os seguintes
produtos: (art. 58-I da Lei n.º 10.833/2003)
2106.90.10 Ex 02 - Preparações compostas, não alcoólicas (extratos
concentrados ou sabores concentrados), para elaboração de bebida
refrigerante do Capítulo 22, com capacidade de diluição de até 10 partes da
bebida para cada parte do concentrado
22.01 - Águas minerais, naturais, artificiais ou gaseificadas; gelo e neve.
2202 - Refrigerantes não alcoólicos, exceto sucos de frutas ou de produtos
hortícolas, da posição 20.09
Em relação ao código 2202, excepcionam-se os seguintes produtos:
22.02.90.00 Ex 01 - Bebidas alimentares à base de soja ou de leite e cacau
22.02.90.00 Ex 02 - Néctares de frutas
2203 - Cervejas de malte
106
16.2. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
Cigarros: Os fabricantes e os importadores de cigarros estão sujeitos ao recolhimento
dessas contribuições, na condição de contribuintes e substitutos dos comerciantes
varejistas e atacadistas desse produto. As bases de cálculos da Contribuição para o
PIS/PASEP e da COFINS são os valores obtidos pela multiplicação do preço fixado para
a venda do cigarro no varejo, multiplicado por 1,98 (um inteiro e noventa e oito
centésimos) e 1,69 (um inteiro e sessenta e nove centésimos), respectivamente. (IN
SRF nº 247, de 2002, art. 48; Lei nº 10.865, de 2004, art. 29; Lei nº 11.196, art. 62)
Veículos: Os fabricantes e os importadores de veículos autopropulsados descritos nos
códigos 8432.30 e 87.11 da TIPI estão obrigados a cobrar e a recolher a Contribuição
para o PIS/PASEP e a COFINS, na condição de contribuintes substitutos, em relação às
vendas feitas a comerciantes varejistas dos mencionados produtos. A base de cálculo
será calculada sobre o preço de venda da pessoa jurídica fabricante.
[MP 2.158-35, de 2001, art. 43, parcialmente revogado pela Lei nº 10.485, 3 de julho
de 2002; Pergunta nº 386 das Perguntas e Respostas sobre Contribuição para o
PIS/PASEP e COFINS.
16.3. INFORMAÇÃO NO PGDAS (Programa gerador do DAS)
No PGDAS o contribuinte deverá informar a Receita "com" substituição tributária para
que o campo "tributação monofásica" nesse campo será informado o valor apurado
em função da comercialização dos produtos beneficiados pela tributação
concentrada, conforme tela abaixo:
107
17. RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO
A Resolução CGSN nº 39 de 01 de setembro de 2008, regulamenta o processo de
restituição dos tributos arrecadados no âmbito do Simples Nacional, para a
Microempresa (ME) ou a Empresa de Pequeno Porte (EPP), no caso de recolhimento
indevido ou em valor maior que o devido. A ME ou EPP, poderá requerer restituição
do valor pago indevidamente, ao ente federativo detentor do crédito.
17.1. RESTITUIÇÃO DE VALORES
Entende-se como restituição, para efeitos da Resolução nº 39, a repetição de
indébito decorrente de valores pagos indevidamente ou a maior pelo contribuinte,
por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), mesmo que
objeto de concomitante compensação de ofício promovida pelo ente federativo.
17.1.1. Solicitação da Restituição
A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional somente poderá solicitar a restituição de
tributos abrangidos pelo Simples Nacional diretamente ao respectivo ente federativo,
observada sua competência tributária.
O processo de restituição deverá observar as normas estabelecidas na legislação de
cada ente federativo.
O ente federativo deverá:
I - certificar-se da existência do crédito a ser restituído, pelas informações
constantes nos aplicativos de consulta no Portal do Simples Nacional;
II - registrar em controles próprios, para transferência ao aplicativo específico do
Simples Nacional, quando disponível, os dados referentes à restituição processada,
contendo:
a) Número no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
b) Razão Social;
c) Período de Apuração;
d) Tributo objeto da restituição;
e) Valor original restituído;
f) Número do DAS, objeto da restituição.
17.1.2. Compensação com Outros Débitos
O crédito a ser restituído poderá, a critério do ente federativo, ser objeto de
compensação com débitos com a Fazenda Pública, desde que relativos tão-somente a
108
valores e tributos não abrangidos pelo Simples Nacional, de acordo com a legislação
de cada ente.
17.2. COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS NO SIMPLES NACIONAL
Não haverá compensação entre créditos relativos a tributos abrangidos pelo Simples
Nacional, enquanto não houver regulamentação específica por parte do CGSN,
devendo ser aguardada pelo contribuinte as formalidades para a compensação dos
valores. Até ser regulamentada tal situação, o contribuinte deve retificar seus
demonstrativos, elencando o valor correto das receitas tributáveis e seu real imposto
devido no PGDAS, lançando este valor pago indevidamente ou a maior, em conta do
Ativo Circulante - Impostos a Compensar.
109
18. TRIBUTAÇÃO POR REGIME DE CAIXA
Por meio da Resolução CGSN nº 38 de 01.09.2008 (DOU de 03.09.2008), alterada
pelas Resoluções nº 45 e nº 50 de 2008, foi regulamentada a apuração do Simples
Nacional pelo regime de caixa.
A Lei Complementar nº 123 de 2006 já previa tal possibilidade, que prescindia de
regulamentação conforme disposto no § 3º do art. 2º da Resolução CGSN nº 5 de
2007, hoje revogada pela Res. CGSN n.º 051 de 2008.
18.1. Distinção entre regime de caixa e regime de competência
Como regra geral, as receitas devem ser consideradas por regime de competência, ou
seja, independentemente de sua realização. Por esse regime, mesmo sem reflexos no
caixa da empresa, as receitas auferidas no período de apuração devem ser
consideradas para fins de cálculo dos tributos.
Na escrituração contábil esse regime também deve ser considerado, mesmo que o
regime de consideração das receitas para fins tributários seja o de caixa.
Já pelo regime de caixa, as receitas são consideradas somente por ocasião de seu
efetivo recebimento. Ou seja, serão tributadas as receitas efetivamente recebidas -
receitas que efetivamente tenham ingressado no caixa da empresa.
18.2. Regime de reconhecimento das receitas no Simples
Nacional
A LC 123 de 2006, em seu artigo 18, § 3º, já previa a possibilidade de tributação das
receitas pelo regime de caixa, ou seja, pelo efetivo recebimento dessas receitas.
Contudo, a Resolução CGSN nº 5 de 2007 havia determinado que tal forma de
apuração somente seria possível após regulamentação pelo próprio CGSN - Comitê
Gestor do Simples Nacional.
Assim, por meio da Resolução CGSN nº 38 de 2008 foi publicada tal regulamentação,
possibilitando, a partir de 1º de janeiro de 2009, que as empresas do Simples
Nacional sejam tributadas pelo regime de caixa.
Atente-se que é importante para as micro e pequenas empresas ter efetivamente
essa opção, pois a tributação única e exclusivamente pelo regime de competência,
pode inclusive comprometer o capital de giro da empresa.
18.3. Cálculo dos Tributos
A partir do ano-calendário da opção efetuada conforme tópico anterior, a ME
(microempresa) e a EPP (empresa de pequeno porte) poderão utilizar a receita bruta
110
total recebida no mês - regime de caixa - em substituição à receita bruta auferida -
regime de competência.
Essa forma de determinação da receita será utilizada exclusivamente para a
determinação da base de cálculo mensal.
Na hipótese de a ME ou a EPP possuir filiais, deverá ser considerado o somatório das
receitas recebidas por todos os estabelecimentos.
18.4. Opção pelo regime de caixa
A opção pela determinação da base de cálculo do Simples Nacional pelo regime de
caixa deverá ser registrada quando da apuração dos valores devidos relativos ao mês
de janeiro de cada ano-calendário em aplicativo disponibilizado no Portal do Simples
Nacional (ou seja, pela internet).
Tal opção será irretratável para todo o ano-calendário, de forma que, uma vez
efetuada, a alteração para o regime de competência só será possível no ano
seguinte.
Na hipótese de inicio de atividade, o registro no Portal do Simples Nacional deverá
ser feito quando da apuração dos valores devidos relativos ao mês de opção pelo
Simples Nacional.
OBSERVAÇÕES: Sobre as últimas alterações na opção pelo regime de caixa vide a Resolução CGSN nº 050/2009.
18.5. Registro dos Valores a Receber
O optante pelo regime de caixa deverá manter registro dos valores a receber, no
modelo constante do Anexo Único à Resolução nº 38/2008, no qual constarão, no
mínimo, as seguintes informações, relativas a cada prestação de serviço ou operação
com mercadorias a prazo:
a) número e data de emissão de cada documento fiscal;
b) valor da operação ou prestação;
c) quantidade e valor de cada parcela, bem como a data dos respectivos
vencimentos;
d) a data de recebimento e o valor recebido;
e) saldo a receber;
f) créditos considerados não mais cobráveis.
A ME ou EPP deverá apresentar à administração tributária, quando solicitados, os
documentos que comprovem a efetiva cobrança dos créditos previstos no item "f".
Para tanto, são considerados meios de cobrança:
a) notificação extrajudicial;
111
b) protesto;
c) cobrança judicial;
d) registro do débito em cadastro de proteção ao crédito.
Na hipótese de haver mais de um documento fiscal referente a uma mesma prestação
de serviço ou operação com mercadorias, estas deverão ser registradas
conjuntamente.
A adoção do regime de caixa pela ME ou EPP não a desobriga de manter em boa
ordem e guarda os documentos e livros previstos da Resolução CGSN nº 10, de 28 de
junho de 2007, inclusive com a discriminação completa de toda a sua movimentação
financeira e bancária, constante do Livro Caixa.
A presente regra também se aplica para os valores decorrentes das prestações e
operações realizadas por meio de cheques:
a) quando emitidos para apresentação futura, mesmo quando houver parcela
à vista;
b) quando emitidos para quitação da venda total, na ocorrência de cheques
não honrados;
c) não liquidados no próprio mês.
18.6. Dispensa do registro
É dispensado o registro na forma do tópico VIII em relação às prestações e operações
realizadas por meio de administradoras de cartões, inclusive de crédito, desde que a
ME ou a EPP anexe ao respectivo registro os extratos emitidos pelas administradoras
relativos às vendas e aos créditos respectivos
112
18.7. Registro dos Valores a Receber - Modelo
Conforme Anexo Único da Resolução CGSN nº 38 de 2008, segue modelo a ser
utilizado no registro dos valores a receber:
NOME EMPRESARIAL
CNPJ
Data da
operação
ou
prestação
Numero(s)
do(s)
documento(s)
fiscal (is) (1)
Valor
total
Quantidade
de parcelas
Numero
da
parcela
Valor
da
parcela
Data do
vencimento
Data do
recebimento
Valor
pago
Saldo a
receber
Valor
considerado
incobrável
1
2
-
n
1
2
-
n
1
2
-
n
1
2
-
n
(1) Na hipótese de haver mais de um documento fiscal referente a uma mesma prestação de serviço ou
operação com mercadorias, estas deverão ser registradas conjuntamente.
113
FIM
Elaborado por Rômulo Albuquerque Silva - Bacharel em Ciências Contábeis, Pós-graduando
em Gestão Tributária pela FESP - Consultor Tributário nas áreas de Tributos Federais,
Legislação Societária e Contabilidade - Atuação na área Tributária/ Fiscal e Contábil; Redator
e editor de publicações periódicas; Palestrante e colaborador de renomadas instituições
focadas ao treinamento/ desenvolvimento empresarial, seminários e mesas redondas.
Contato: [email protected] (e-mail/MSN)
(41) 8853 0169 – Claro (41) 9900 5969 - TIM