Transcript
Page 1: A cesta nada básica da Chapada Diamantina

MIOLO w ORO p

filiIIfIt{l.S

Carla Conte ESPECIAL PARA 0 ESTADO

ENCOIS, BAHIA

Em meio aos rios, camons, gro­W, lagoas cristalinas, cachoei­rasevales que comp5em 0 cena­rloda ChapadaDiamantina,edi­ffcil notaroutro aspectogenero­so da natureza local: os alimen­tos. Mas, ainda que sejam uma atrac;ao turfstica mais disc1'eta, a batata da serra, 0 coquinho li­curl e a palma tambern justifi­cam a visita 8 regl.Ao - especial­mente, depois das caminhadas.

Esses e varios outros ingra­mentes com nomes esquisitos foram parar dentro de panelas e dAo personalidade a pratosda culinari.alocal, incrementam 1'e­ceitas tI'adicionais e inspiram novas combinar;oes.

Eles aparecem com menor ou maior influ€mcia nos carda­pios dos cerca de 20 restauran­Les de LenC;6is (a 410 km de Sal­vador), a cidade-base dos 120 mil visitantes anuais do Parque NacionaldaChapada.Eumaci­dade colonial, com 10 mil habi­tantes, que tern stjacesta basica montada com itens que reme­tem ao secu10 18, tempo do ga­rimpo.Mesmoquenaos~am considerados nobres, os ingre­mentespermitemAculinaria re-

TOP DE L1NHA - Risoto de ab6bora com laranja etempura de camarao, elaborado pelo cozinhelro Fernando Luz, do restaurante Azul

gional resistir aosapalosda gas­tronomia contemporanea.

No fogo, eles virarn cortado de palma (refogado feito com a planta, uma especie de cacto), god6 de banana verde (ensopa­do com carne-de-so!), mamao verde refogado, arrozdegarim­peiro (cozido com carne-de-sol e verduras) e pirao de parida (feito com caldodoensopado da galinha caipira). "Antes de sub­sistencia,,hoje de tradir;Ao, a co­zinha da regiao e simples, mas faz sucesso grac;as ao tempe-

INFOGRAFlCOI"E

r~)", diz Beto Pimentel, chef do l'arafso Tropical, em Salvador.

Ainda tern carne de bode, carneiroeopeixetucunare, "im­portado" da Amazonia paraurn rio da regiao. "Sua carne~exce­l~nte", diz Pimentel. Alem des­se peix~,M 0 originalmole, que, juram os locais, funciona como urn. "viagra" naturaL

Uma nova tendEmcia na cozi­nba lenc;oense etratar de modo ousado os prooutos usados nas mesas do Beculo 18 - nas mesas ou onde quer que comessem os

garimpeiros que chegaram a regiao com 0 cicio do ouro. "Moqueca de ostra com rna­maoverde deve serurn delei­te", entusiasma-se Edinho Engel, proprietario do Ama­do, em Salvador.

Be MO for por curiosida.­de, aventure-se pelo prec;o: para degustar um banquete dociciodo garimpo niloepre­ciso mais do que R$ 15. D sobremesa, rapadura e urna cachacinha para relaxar e curtir a noite na Chapada.•

Top Related