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TJMS
1ª Fase
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DIA 45 – QUARTA-FEIRA – 25/03/2020
METAS
NOTARIAL E REGISTRAL:
Resolver as 24 questões da CONSULPLAN sobre Direito Urbanístico (1h)
Ler a Lei n. 6.766/79 (1h)
DIREITO PENAL:
Resolver as 12 questões da CONSULPLAN sobre Direito Penal e, depois,
resolver mais 13 questões de outras bancas sobre essa matéria em provas
para Titular de Serviços de Notas e Registros (1h)
REVISÕES
24H – Direito Civil: questões da CONSULPLAN sobre Direito de Família
24H – Direito Penal: questões da CONSULPLAN sobre Direito Penal (24.03)
48H – Direito Notarial e Registral: questões sobre Aspectos Gerais e a Lei
n. 6.015/73
48H – Direito Processual Civil: questões de outras bancas em provas para
Titular de Serviços de Notas e Registro sobre Novo CPC (23.03)
7DIAS – Direito Notarial e Registral: questões da CONSULPLAN sobre
Tabelionato de Notas
7DIAS – Direito Penal: questões sobre Direito Penal em provas para Titular
de Serviços de Notas e de Registro (18.03)
NOTARIAL E REGISTRAL COMO ESTUDAR?
Resolver as 24 questões da CONSULPLAN sobre Direito Urbanístico (1h)
Acessar o site Qconcursos e colocar os seguintes filtros: o DISCIPLINA: DIREITO URBANÍSTICO; o BANCA: CONSULPLAN.
Lembrar sempre de EXCLUIR AS QUESTÕES ANULADAS OU DESATUALIZADAS.
Durante a resolução, inclua os dispositivos de lei que errou na folha de revisão do material Notarium, para futuras consultas.
Após, ler a Lei n. 6.766/79 (1h)
Hoje, após resolver as questões sobre Direito Urbanístico, leremos a Lei de
Parcelamento de Solo Urbano, uma das leis especiais mais importantes
para a nossa atividade
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OBSERVAÇÕES
Nesse espaço, serão indicadas as principais observações e conclusões às quais os professores chegaram ao resolver as questões, destacando assim os pontos em que os alunos devem ter mais atenção.
Questões resolvidas: o As questões de hoje trabalhavam, principalmente, os ditames da Lei
n. 6.766/79 – Lei de Parcelamento do Solo Urbano e da Lei n. 10.257/01 – Estatuto das Cidades.
o Algumas questões, oriundas de concursos municipais e distritais, envolvem questões específicas da legislação destes entes. Não precisamos nos preocupar com estas. Para nós, são importantes apenas as questões que tratam de aspectos da legislação federal ou aspectos afetos aos registros públicos.
o Q941522: essa questão trabalha uma disposição específica do Código de Normas de Minas Gerais, contida no art. 1.012. O Código de Normas do Mato Grosso do Sul possui disposição semelhante nos artigos 976 e seguintes. Vejamos o disposto no art. 977: “Nas comarcas do Estado de Mato Grosso do Sul para os condomínios rurais pro diviso que apresentem situação consolidada e localizada, a regularização de frações com abertura de matrícula autônoma, respeitada a fração mínima de parcelamento, far-se-á com a anuência dos confrontantes das parcelas a serem extremadas.”
Legislação estudada: o A Lei n. 6.766/79 é extremamente importante em concursos de
cartório, dada a sua estreita ligação com o Registro de Imóveis. Por isso, disponibilizamos ao final deste arquivo um Resumo Notarium sobre o tema.
PENAL COMO ESTUDAR?
Resolver as 12 questões da CONSULPLAN sobre Direito Penal e, depois,
resolver mais 13 questões de outras bancas sobre essa matéria em provas para
Titular de Serviços de Notas e Registros (1h)
Acessar o site Qconcursos e colocar os seguintes filtros:
o DISCIPLINA: DIREITO PENAL;
o BANCA: CONSULPLAN
Lembrar sempre de EXCLUIR AS QUESTÕES ANULADAS OU
DESATUALIZADAS.
Hoje, lembrar também de EXCLUIR AS QUESTÕES JÁ RESOLVIDAS.
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Após resolver as primeiras 12 questões, RETIRE O FILTRO DA BANCA, ADICIONE O FILTRO DO CARGO: TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTRO e resolva mais 13 questões.
Durante a resolução, inclua os dispositivos de lei que errou na folha de
revisão do material Notarium, para futuras consultas.
OBSERVAÇÕES
Novamente, as questões cobraram muito as disposições da lei seca. Uma
ou outra exigiram o conhecimento de determinadas classificações
doutrinárias. Hoje, porém, a maioria se deteve ao Código Penal, ao contrário
de ontem, quando foram cobrados muitos crimes contidos em leis
especiais.
CRIME IMPOSSÍVEL: "Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por
ineficácia ABSOLUTA do meio ou por ABSOLUTA impropriedade do
objeto, é impossível consumar-se o crime ."
o O Direito Brasileiro adota a teoria objetiva temperada ou moderada,
pela qual se exige que o meio empregado pelo agente ou o objeto
sobre o qual recai a conduta sejam absolutamente inidôneos para
produzir o resultado almejado.
o Há três espécies de crime impossível:
crime impossível por ineficácia absoluta do meio – tentar
matar alguém com tiros de uma arma de brinquedo;
crime impossível por impropriedade absoluta do objeto
material – tentar matar alguém que já está morto;
crime impossível por obra de agente provocador (flagrante
preparado) – Súmula 145 do STF: “Não há crime, quando a
preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.”
CLASSIFICAÇÕES DO DOLO:
o DOLO DIRETO:
De 1º grau: a vontade e a consciência estiverem dirigidas
diretamente para a prática do tipo penal. É o dolo clássico, é
o dolo por excelência.
De 2º grau: o agente aceita a ocorrência de uma
consequência necessária advinda de sua conduta, embora
não a queira diretamente. O agente tem a certeza que a
consequência do dolo de 1º grau vai acontecer. Difere do
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dolo eventual porque neste não existe a CERTEZA do
resultado secundário.
o DOLO INDIRETO:
Dolo eventual: o agente vislumbra um possível resultado
criminoso advindo de sua conduta, mas a mantém,
aceitando o risco da sua ocorrência. Aqui o resultado é
apenas possível, mas não é certo. Difere da CULPA
CONSCIENTE porque nesta o agente prevê o risco, mas
acredita de forma convicta que conseguirá evita-lo.
Dolo alternativo: o agente vislumbra uma pluralidade de
resultados que podem advir de sua conduta, mas a mantém,
desejando a ocorrência de qualquer um dos resultados. É
uma mistura de dolo direto e dolo eventual.
TEORIAS SOBRE A CONSUMAÇÃO DO ROUBO E DO FURTO (DIZER O
DIREITO):
o Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da
posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça,
ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao
agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse
mansa e pacífica ou desvigiada. STJ. 3ª Seção. Aprovada em
14/09/2016, DJe 19/09/2016 (Info 590).
o Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva,
ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao
agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
STJ. 3ª Seção. REsp 1524450-RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
em 14/10/2015 (recurso repetitivo) (Info 572).
o Existem 4 teorias:
1ª) Contrectacio: segundo esta teoria, a consumação se dá
pelo simples contato entre o agente e a coisa alheia. Se
tocou, já consumou.
2ª) Apprehensio (amotio): a consumação ocorre no
momento em que a coisa subtraída passa para o poder do
agente, ainda que por breve espaço de tempo, mesmo que
o sujeito seja logo perseguido pela polícia ou pela vítima.
Quando se diz que a coisa passou para o poder do agente,
isso significa que houve a inversão da posse. Por isso, ela
é também conhecida como teoria da inversão da posse.
Vale ressaltar que, para esta corrente, o crime se consuma
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mesmo que o agente não fique com a posse mansa e
pacífica. A coisa é retirada da esfera de disponibilidade da
vítima (inversão da posse), mas não é necessário que saia
da esfera de vigilância da vítima (não se exige que o agente
tenha posse desvigiada do bem). – STJ e STF, tanto para o
roubo quanto para o furto.
3ª) Ablatio: a consumação ocorre quando a coisa, além de
apreendida, é transportada de um lugar para outro.
4ª) Ilatio: a consumação só ocorre quando a coisa é levada
ao local desejado pelo ladrão para tê-la a salvo.
JURISPRUDÊNCIAS RELACIONADAS
“O Código Penal determina, expressamente, no parágrafo único de seu artigo 71, seja aplicada a continuidade delitiva também nos crimes dolosos contra a vida. Essa norma, resultado da reforma penal de 1984, é posterior à edição da Súmula 605/STF, que vedava o reconhecimento da continuidade delitiva nos crimes contra a vida.” [HC 93.367, rel. min. Eros Grau, 2ª T, j. 11-3-2008, DJE 70 de 18-4-2008.]
Súmula 96, STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida.
Súmula 17, STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
REVISÕES
COMO ESTUDAR?
24H – Direito Civil: questões da CONSULPLAN sobre Direito de Família
24H – Direito Penal: questões da CONSULPLAN sobre Direito Penal (24.03)
48H – Direito Notarial e Registral: questões sobre Aspectos Gerais e a Lei
n. 6.015/73
48H – Direito Processual Civil: questões de outras bancas em provas para
Titular de Serviços de Notas e Registro sobre Novo CPC (23.03)
7DIAS – Direito Notarial e Registral: questões da CONSULPLAN sobre
Tabelionato de Notas
7DIAS – Direito Penal: questões sobre Direito Penal em provas para Titular
de Serviços de Notas e de Registro (18.03)
Dedicar 30 minutos à leitura da folha de revisões, para relembrar os erros e
dúvidas surgidos quando da resolução de questões sobre os temas acima.
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RESUMO NOTARIUM
PARCELAMENTO DO SOLO URBANO – LEI N. 6.766/79
INTRODUÇÃO
O parcelamento do solo urbano é a divisão de glebas maiores em lotes,
unidades juridicamente independentes (ou, atualmente, como unidade integrante
de condomínio de lotes) destinadas à edificação, que possuam a infraestrutura
básica descrita nos §§4º e 5º do art. 2º da Lei n. 6.766/79.
Enquanto na incorporação há adensamento das cidades, no parcelamento
há expansão da cidade. O loteamento está previsto na lei de uso e ocupação do
solo, n° 6.766/76. A matéria é afeta a questões urbanísticas de cada cidade, já que
a forma de utilização do solo impacta diretamente na qualidade de vida.
O parcelamento é importante pois atende a demanda das pessoas por
infraestrutura básica: água, luz, energia e asfalto.
A lei trata com detalhes o tema para proteger os adquirentes dos lotes de
fraudes e golpes e para garantir o uso racional e planejado do solo urbano, com
participação do Poder Público.
O loteamento rural continua tratado pelo Decreto-lei 58/37, que foi
revogado no tocante ao loteamento urbano. Hoje a legislação acerca do
loteamento urbano está mais detalhada por meio da lei 6.766/76.
CONCEITOS
Parcelamento é o fracionamento de glebas, que pode ser feito por
loteamento ou desmembramento.
Loteamento é subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação,
abrindo vias de circulação, seja por logradouros novos ou por prolongamento.
Desmembramento é a subdivisão de glebas em lotes destinados a
edificação, desde que não implique em novas vias e prolongamento delas.
Aproveita-se a infraestrutura já usada.
Lote: terreno servido de infraestrutura básica, decorrente de loteamento ou
desmembramento, cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos
no plano diretor e lei municipal conforme a zona que se situem.
Infraestrutura básica são os equipamentos urbanos definidos em lei. No
parcelamento em zonas habitacionais declaradas por lei de interesse social
(ZHIS), a lei exige um pouco menos de infraestrutura.
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Infraestrutura básica exigida para lote: escoamento de águas pluviais;
iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável,
energia elétrica pública e domiciliar, vias de circulação. Quem avalia isso é
instituição própria, normalmente já aprovação municipal e estadual. Nos casos de
região metropolitana, ainda tem que passar pela aprovação da administração da
região metropolitana.
Áreas públicas: registrado o loteamento automaticamente são
transferidas ao Poder Público certas áreas, que são o sistema de circulação, a
implantação de equipamentos urbanos, que garantem distribuição de água,
esgoto, construção de escolas, centro de lazer etc. O oficial só fiscaliza se existe
o detalhamento das áreas e sua aprovação para abrir matrícula.
Faixas não edificantes: detalhadas no projeto.
Projeto ainda deve incluir as áreas rurais abrangidas pelo loteamento, que
devem ser convertidas em área urbana. Para tanto, a lei municipal tem que
estabelecer que aquela área está em perímetro urbano e inscrever tal área no
regime de pagamento de IPTU. O loteador dá baixa no INCRA e o Oficial deve
verificar a presença dessa autorização.
A esse respeito, recorde-se a recente súmula do STJ que dispõe:
Súmula 626-STJ: A incidência do IPTU sobre imóvel situado
em área considerada pela lei local como urbanizável ou de
expansão urbana não está condicionada à existência dos
melhoramentos elencados no art. 32, § 1º, do CTN. STJ. 1ª
Seção. Aprovada em 12/12/2018, DJe 17/12/2018.
Loteamento clandestino ou irregular: são muito comuns. Clandestino é o
que surge sem interferência do Poder Público. Ocorrem normalmente em áreas
que não poderiam ser loteadas. Ex: margem de córrego. Irregular: teve aprovação
do Poder Público, mas alguma obrigação foi descumprida. No mínimo foi
descumprida a obrigação de registrar. É uma situação mais favorável aos
compradores que o clandestino.
Com o advento da lei de parcelamento do solo urbano e seu detalhamento,
a documentação é muito valorizada, o que não havia no passado. Hoje, os
loteadores não conseguem financiamento sem documentação mínima.
Projeto de loteamento traz grandes mudanças e impactos urbanísticos e
ambientais. Portanto, é preciso o atendimento dos requisitos da lei de loteamento
e aprovação do Poder Público municipal e estadual.
REGISTRO DO LOTEAMENTO OU DESMEMBRAMENTO
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O oficial deve estar atento à documentação necessária para o projeto de
loteamento. Ela é muito semelhante à incorporação. O rol de documentos está no
art. 18 da Lei 6.766/76. Há necessidade da documentação dos proprietários
atuais e dos últimos proprietários no lapso de 20 anos. É muito mais complexo
que a incorporação. Vejamos o art. 18:
Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de
desmembramento, o loteador deverá submetê-lo ao
registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob
pena de caducidade da aprovação, acompanhado dos
seguintes documentos:
I - título de propriedade do imóvel ou certidão da matrícula,
ressalvado o disposto nos §§ 4o e 5o; (Redação dada
pela Lei nº 9.785, de 1999)
II - histórico dos títulos de propriedade do imóvel,
abrangendo os últimos 20 (vintes anos), acompanhados
dos respectivos comprovantes;
Duas correntes discutem isso: a primeira defende que esse histórico é igual
o da incorporação, ou seja, a relação dos proprietários anteriores; a segunda
defende que os comprovantes são os títulos (segunda via de escrituras).
Predomina o entendimento que não precisa desses comprovantes.
III - certidões negativas:
a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes
sobre o imóvel;
b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10
(dez) anos;
c) de ações penais com respeito ao crime contra o
patrimônio e contra a Administração Pública.
IV - certidões:
a) dos cartórios de protestos de títulos, em nome do
loteador, pelo período de 10 (dez) anos;
b) de ações pessoais relativas ao loteador, pelo período de
10 (dez) anos;
c) de ônus reais relativos ao imóvel;
d) de ações penais contra o loteador, pelo período de 10
(dez) anos.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9785.htm#art3http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9785.htm#art3
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Certidão deve ser dos proprietários e dos cônjuges, desde que não seja
meeiro. As certidões devem ser avaliadas caso a caso, e devem ser extraídas da
comarca de situação do imóvel e do domicílio das pessoas. Não há previsão,
como na incorporação, da dispensa de certidão positiva.
Certas certidões são automaticamente impeditivas do loteamento:
certidão criminal positiva de crime contra o patrimônio e crime contra a
Administração Pública. Outras dão margem para análise, não é automática a
negativa. Vicente de Abreu Amadei chama isso de risco concreto e risco potencial.
O risco concreto veda o registro. O risco potencial gera ponderação caso a caso.
Risco concreto: crimes, certidões de tributos e ações reais sobre o imóvel.
Risco potencial: ações pessoais, protesto etc. Tem que ponderar, pois é
normal que a pessoa seja ré em ação ou tenha protesto contra si. Isso pode não
afetar o seu patrimônio de forma significativa. Ex: pode haver dívida de 4 milhões
em nome do loteador, mas a pessoa demonstra patrimônio de 40 milhões de
reais, comprovado por declaração de imposto de renda, pela propriedade de
muitos imóveis etc. Essa comprovação é anexada ao processo de loteamento e
deve haver juízo do oficial com muito cuidado.
O oficial tem que saber avaliar o risco concreto e potencial, as certidões
são basicamente as mesmas da incorporação.
V - cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante
do termo de verificação pela Prefeitura Municipal ou pelo
Distrito Federal, da execução das obras exigidas por
legislação municipal, que incluirão, no mínimo, a execução
das vias de circulação do loteamento, demarcação dos
lotes, quadras e logradouros e das obras de escoamento
das águas pluviais ou da aprovação de um cronograma,
com a duração máxima de quatro anos, acompanhado de
competente instrumento de garantia para a execução das
obras; (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)
Esse memorial descritivo detalha o projeto, e posteriormente será
apresentado o memorial dos lotes, que detalha a descrição dos lotes para que
sejam abertas matrículas. O memorial descritivo da área loteada conterá o
cronograma de obras, descrição prévia do loteamento, finalidade (comercial,
residencial) etc.
Loteamento legal é aquele aprovado pela Prefeitura e levado a registro. A
aprovação de loteamento é ato privativo da municipalidade, não podendo ser
substituído por nenhum outro ente da federação. É possível que a União e estados
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9785.htm#art3
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disponham acerca de preceitos a serem observados pelos municípios, mas o ato
executivo é do ente municipal1.
Cronograma de execução de obras: é facultado promover as obras em até
48 meses/4 anos. Não é obrigado a fazer nesse prazo, esse é o prazo máximo.
Pode estabelecer prazo inferior, até o limite máximo. Caso o loteador opte por
estabelecer prazo, deverá ser prestada garantia, a ser determinada pelo poder
público municipal, que pode livremente determiná-la. Isso é feito por lei municipal,
que determinará a natureza da garantia, mas não havendo lei específica fica a
critério da Administração. Não compete ao oficial adentrar o mérito da escolha da
garantia, ele apenas fiscaliza se a lei foi descumprida.
Essa garantia é exigida, pois uma vez aprovado o projeto, sem sua devida
execução pelo loteador, quem é obrigado a executá-lo é a municipalidade, que
deve ter garantia para que possa cobrir os custos da execução do projeto. Trata-
se de um poder-dever de agir do município para que o loteamento urbano seja
concluído. O exercício dessa atividade pelo município é vinculado.
A planta também deve ser apresentada, junto com a relação de lotes, para
extrair informação necessária para abertura de matrículas das unidades
resultantes do loteamento. Isso tudo fica no processo depositado no RI.
VI - exemplar do contrato padrão de promessa de venda, ou
de cessão ou de promessa de cessão, do qual constarão
obrigatoriamente as indicações previstas no art. 26 desta
Lei;
O art. 18, VI e art. 26 da Lei 6.766/79 preveem a obrigatoriedade do depósito
no RI do contrato padrão, com cláusulas mínimas. Exige-se, dentre outras
informações, a qualificação do loteador, CNPJ, CPF, descrição do loteamento etc.
VII - declaração do cônjuge do requerente de que consente
no registro do loteamento.
O contrato como um todo, seja na parte obrigatória ou facultativa, deve ser
analisado pelo registrador à luz do CDC. Cláusula abusiva é o motivo mais comum
para impedir o loteamento. O loteador quer sempre se precaver o máximo
possível, e o maior problema é o que fazer na hipótese de eventual desistência.
Isso porque, normalmente, o loteador não quer devolver o dinheiro pago pelo
comprador quando de sua desistência. Para regulamentar as hipóteses de
desistência o art. 35 da Lei 6.766/79 dispõe que os valores pagos só serão
1 CARDOSO, Fernanda Lousada. Direito urbanístico – Leis n° 6.766/1979 e 10.257/2001 – 6. ed. rev. amp. e atual. Salvador: Editora Juspodivm, 2015, p. 55.
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devolvidos caso excedam um terço do total. Até um terço, a quantia persiste com
o promitente vendedor, a título de multa.
Para o processo ser concluído com o devido registro, várias comunicações
devem ser feitas pelo oficial, como para a prefeitura, e deve haver publicação de
edital (pelo loteador ou pelo oficial às expensas daquele), por três dias
consecutivos, em jornal diário. Junto com o edital deve haver croqui de
localização para os leitores terem ciência do local. Isso existe para dar
oportunidade de impugnação ao loteamento, e essa impugnação deve ter
conteúdo jurídico. Havendo impugnação, o oficial remete para o juiz decidir pela
viabilidade ou não do registro.
Publicados os editais, inicia-se a contagem do prazo de 15 dias para
impugnação. Decorridos os 15 dias sem impugnação, é feito o registro do
loteamento com sua descrição (não precisa descrever cada lote).
Dependendo do Estado, as matrículas serão abertas futuramente ou no
momento do registro do loteamento. Caso sejam feitas no futuro, conforme as
áreas sejam destacadas para abertura de matrículas, esses destaques devem ser
averbados na matrícula mãe ou então o oficial deve abrir ficha auxiliar, na qual
serão informadas as matrículas abertas conforme o sejam. A ficha é dividida em
quadra e lotes, indicando qual matrícula foi aberta ou ficará em branco se ainda
não existir matrícula.
. O registro traz consequências para o projeto. Há áreas que serão
repassadas ao poder público, o que ocorre imediatamente com o registro. Não
depende de outro ato, é imediato.
Outra disposição, presente no art. 26, §6° da Lei 6.766/79, permite que o
compromisso de compra e venda quitado seja apresentado para registro,
afastando a incidência do art. 108 do CC (exigência de escritura pública). A
promessa, acompanhada do contrato padrão, com prova de quitação, com ITBI
pago, é registrada. A cessão pode ser feita sem anuência do loteador, e ele não
pode cobrar por essa transmissão. A municipalidade exige ITBI na cessão. Para
ser registrado o contrato, o cessionário deve provar a quitação do contrato e dos
tributos. Cada cessão gera um ITBI e, sendo feita mais de uma cessão, o
cessionário final deve pagar ITBI por todas as cessões anteriores. Por isso é que
muitas vezes a pessoa prefere fazer escritura pública de compra e venda direta,
para não ter que pagar pelas cessões anteriores.
O loteamento é o único caso de publicidade DIRETA! Diferentemente dos
demais casos, em que a publicidade se dá por meio de certidão, no loteamento a
pessoa pode ver o processo, há acesso do público ao processo – art. 24 da Lei
6.766/79.
Fraudes: para o loteamento o rol de documentação é extenso e o custo de
elaboração do projeto é enorme. Por isso, muitos tentam burlar o procedimento.
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A forma mais comum é o loteamento de fato, no qual, ao invés de registrá-lo,
aliena-se frações ideais. A escritura descreve área certa e determinada em área
maior, que corresponde à fração do todo. Na escritura o vendedor já determina a
área alienada, então ele não está vendendo condomínio comum, mas sim área
que não é de condomínio. Isso é fraude ao procedimento. Foram criados
mecanismos para barrar a questão.
Uma vez instalado o loteamento, qualquer alteração tem procedimento
restritivo de alteração, previsto no art. 28, e depende do acordo entre o loteador e
os adquirentes atingidos pela alteração, com aprovação do poder público. O
cancelamento integral do registro do loteamento só pode ser feito por decisão
judicial ou por requerimento do loteador, com anuência da Prefeitura ou do DF,
enquanto nenhum lote tiver sido objeto de contrato. Se houve venda, afasta-se a
necessidade de autorização judicial, mas deve ter autorização dos adquirentes e
do poder público municipal.
Art. 28. Qualquer alteração ou cancelamento parcial do
loteamento registrado dependerá de acordo entre o loteador
e os adquirentes de lotes atingidos pela alteração, bem
como da aprovação pela Prefeitura Municipal, ou do Distrito
Federal quando for o caso, devendo ser depositada no
Registro de Imóveis, em complemento ao projeto original
com a devida averbação
Loteamento fechado:
A Lei 13.465/17 incluiu o §8° ao art. 2º da Lei 6.766/79 e passou a prever
a figura dos loteamentos de acesso controlado:
§ 8o Constitui loteamento de acesso controlado a
modalidade de loteamento, definida nos termos do §1o
deste artigo, cujo controle de acesso será regulamentado
por ato do poder público Municipal, sendo vedado o
impedimento de acesso a pedestres ou a condutores de
veículos, não residentes, devidamente identificados ou
cadastrados. (Incluído pela Lei nº 13.465, de
2017)
A referida lei objetivou suprir a lacuna legal acerca dos “loteamentos
fechados”, cujo acesso a pedestres e veículos era indevidamente obstado, já que
não se pode proibir a livre circulação pelas vias públicas. Por meio do §8°, criou-
se a possibilidade de a associação de moradores dos loteamentos fechados
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art78http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art78
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requerer ao município a autorização para o controle de acesso pelas vias públicas
do loteamento. A autorização será concedida e regulamentada por ato do Poder
Público.
Dessa forma, legitima-se a situação, hoje tão comum, de loteamentos nos
quais o acesso é vedado de forma unilateral pelos moradores. Contudo, em se
tratando de vias públicas, o acesso apenas será controlado, e não vedado, àqueles
que se identificarem e cadastrarem. O controle realizado no acesso aumenta a
segurança dos moradores, na medida em que identifica cada pessoa que circular
pelo loteamento. O único requisito para a livre circulação é a identificação ou
cadastro.
Condomímio de lotes:
Nova modalidade de condomínio especial criada pela Lei 13.465/16, que
incluiu o art. 1.358-A ao texto do Código Civil, disciplinando o condomínio de lotes,
assim definido:
Art. 1.358-A. Pode haver, em terrenos, partes designadas
de lotes que são propriedade exclusiva e partes que são
propriedade comum dos condôminos. (Incluído pela Lei nº
13.465, de 2017)
Aplica-se ao condomínio de lotes o regramento do condomínio edilício, por
serem figuras similares, diferenciadas apenas pela natureza da unidade de
propriedade exclusiva, que naquele serão lotes e neste a unidade imobiliária
construída.
Aqui, não há transferência de áreas ao domínio público, mas “poderão ser
instituídas limitações administrativas e direitos reais sobre coisa alheia em
benefício do poder público, da população em geral e da proteção da paisagem
urbana, tais como servidões de passagem, usufrutos e restrições à construção de
muros.” (art. 4º, §4º da Lei n. 6.766/79).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art58http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art58