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DOSSIER MATERIAIS DE RENOVAÇÃO

E REABILITAÇÃOartigo Técnico

depoimento

entrevistas

produtos

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Estudo Comparativo do Atraso Térmico de “Isolamento Térmico”

ESTUDO COMPARATIVO DO ATRASO TÉRMICO DE ISO-LAMENTOS TÉRMICOS, QUE REVELA UM BOM DESEM-PENHO DO AGLOMERADO EXPANDIDO DE CORTIÇA,PRODUZIDO PELA AMORIM ISOLAMENTOS.

RESUMO

Este artigo determina o atraso térmico de pare-des compostas por múltiplas camadas. O atra-so térmico das soluções indica-nos a diferençade tempo entre uma variação de temperaturanuma das superfícies do sistema construtivo ea manifestação dessa variação na face oposta,quando o sistema é sujeito a um regime variá-vel de transmissão de calor. Soluções com umatraso térmico mais elevado contribuem para amelhoria do comportamento térmico dos edifí-cios, visto que retardam a perda ou ganho decalor através da envolvente. Neste estudo,simula-se a transferência de calor por condu-ção em diferentes sistemas, usando para oefeito soluções analíticas. As soluções, obtidascomo funções de Green, são estabelecidasatravés da imposição de continuidade de tem-peratura e de fluxo de calor nas interfaces entreas várias camadas. O problema é resolvido, ini-cialmente, no domínio da frequência, sendo aresposta no domínio do tempo obtida posterior-mente através da aplicação de uma transfor-mada inversa de Fourier do tipo fast FourierTransform no espaço-tempo. A formulação apli-cada foi primeiro validada através da compara-ção de resultados com medições experimen-tais.

O estudo consiste na comparação do atrasotérmico proporcionado por soluções construti-vas com diferentes produtos de isolamento tér-mico leve (aglomerado de cortiça expandida,poliestireno expandido extrudido e lã de rocha)destinadas a construção nova e reabilitação. Aspropriedades térmicas destes materiais forampreviamente obtidas experimentalmente. Nasmodelações, os sistemas estão sujeitos amudanças de temperatura que variam de acor-do com uma função sinusoidal, com o objectivode simular a variação da temperatura noambiente exterior ao longo de um período devários dias.

Reabilitação

Autoria do Trabalho: I. Simões, N. Simões, A. [email protected], Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra

1 - INTRODUÇÃOActualmente e, particularmente, em Portugal, os termos “sustentabilidade” e“eficiência energética” têm vindo a ter uma utilização crescente, em virtude doscompromissos assumidos no Protocolo de Quioto e da legislação europeia quetem vindo a ser transposta para a ordem jurídica nacional neste âmbito (0-0).Perante o actual cenário da crescente emissão de gases com efeito de estufa,essencialmente devido à industrialização dos países, a União Europeia tem tra-balhado intensamente no sentido de promover a eficiência energética em todosos sectores, e de assegurar uma redução efectiva do consumo de energia obti-da através de combustíveis fósseis, quer pela via da exploração de fontes deenergia renováveis, quer pela implementação de medidas de promoção de efi-ciência energética nos vários sectores, em particular no sector residencial.

Numa habitação, o uso de um material de construção considerado sustentávelnão implica obrigatoriamente que este contribua de forma positiva para a efi-ciência energética do edifício em causa. Por outro lado, um material que apre-sente características que contribuam para a redução de perdas de calor podenão ser, necessariamente, um material sustentável, pela energia que poderáestar incorporada no seu processo de fabrico e/ou transporte, manutenção edemolição. Neste contexto da sustentabilidade na construção, interessa não sóconhecer o comportamento individual de cada material, mas também do siste-ma construtivo como um todo.

Torna-se premente promover a reabilitação sustentável com recurso a soluçõescom materiais e tecnologias que minimizem a pegada ecológica, garantindoainda a melhoria do conforto térmico e a redução das necessidades energéti-cas. A utilização de materiais naturais deve ser equacionada quando se pro-jecta uma reabilitação, promovendo deste modo uma construção sustentável.Adicionalmente, estes materiais deverão cumprir todos os requisitos funcionaisexigidos à sua função, apresentando em particular bons desempenhos higro-térmicos e elevada durabilidade.

Como os edifícios estão sujeitos a condições de temperatura variáveis, odesempenho térmico e energético dos sistemas construtivos deve ser estima-do usando modelos dinâmicos. Além de ser importante garantir resistência tér-micas adequadas em elementos opacos e transparentes, devem ser conside-rados outros parâmetros de desempenho térmico, tais como a inércia térmicae o atraso térmico (0, 0).

O atraso térmico tem merecido a atenção de diversos investigadores (0-0),recorrendo a diferentes métodos de cálculo, de modo a compreender comoeste parâmetro influencia a transferência de calor entre o exterior e o ambien-te com temperatura controlada. Nestes estudos entende-se o atraso térmicocomo o intervalo de tempo decorrido entre uma variação térmica numa super-fície de uma solução construtiva e a sua manifestação na superfície oposta,quando o sistema é submetido a um regime periódico de transmissão de calor0.

No presente artigo apresenta-se um estudo comparativo, em termos de atrasotérmico, de sistemas constituídos por várias camadas (sistemas multicamada)incorporando isolamento térmico do tipo aglomerado de cortiça expandida(ICB), da Amorim Isolamentos; poliestireno extrudido expandido (XPS) e lã derocha (MW). Para tal, desenvolveu-se um programa de cálculo para simular adifusão de calor em regime transiente em sistemas multicamada, utilizando fun-

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ções de Green para determinar respostas no domínio dafrequência. As respostas no domínio do tempo são pos-teriormente obtidas através da aplicação de uma trans-formada inversa de Fourier do tipo fast FourierTransform no espaço-tempo. Esta formulação analítica

Material

Aglomerado de cortiça expandida (ICB da Amorim Isolamentos)Poliestireno extrudido (XPS)Lã de rocha (MW)Argamassa tradicionalPainéis de fibras de madeira de média densidade (MDF)BetãoPedra GraníticaAr

Condutibilidade térmica, K(W.m-1.C-1)

0.038

0.0350.0400.720.120

1.43.0

0.026

Massa volúmica, ρ(kg.m-3)

100.0

35.070.0

1860.0712

2300.02600.01.2928

Calor específico, c(J.kg-1.ºC-1)

1560.0

1400.0837.0780.0

1550.0

880.0840.0

1000.0

Difusividade térmica, k(m2.s-1)

2.44E-07

7.14E-076.83E-074.96E-071.09E-07

6.92E-071.37E-062.01E-05

TABELA 1: Propriedades térmicas dos materiais utilizados no estudo.

FIGURA 1: Esquemas ilustrativos dos sistemas construtivos estudados

1 - Isolamento térmico (aglomerado de cortiça expandida, lã de rocha ou poliestireno extrudido expandido). 2 - Reboco de argamassa tradicional. 3 - Betão. 4 - Pedra Granítica. 5 - Painéis de fibra de madeira de média densidade (MDF). 6 - Espessura de isolamento. Nota: as espessuras são dadas em milímetros.

Caso 1

Caso 4.1 Caso 4.2 Caso 5.1 Caso 5.2

Caso 2 Caso 3.1 Caso 3.2

foi previamente validada através da comparação de resultados comdados obtidos experimentalmente.

Apresenta-se na próxima secção os casos estudados e respectivosresultados, tirando-se de seguida algumas conclusões.

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Reabilitação

2 - CASOS ESTUDADOSOs cinco sistemas estudados são compostos por diferentes materiais,nomeadamente, argamassa tradicional de reboco, betão, painéis de fibrasde madeira de média densidade (MDF) e pedra granítica. O atraso térmicofoi determinado para várias espessuras de isolamento térmico, a variar entreos 60 mm e os 200 mm, e para os diferentes tipos de isolamento térmico:ICB, XPS e MW. Na Tabela 1 apresentam-se as propriedades térmicas deter-minadas experimentalmente para cada material.

Em todas as simulações impôs-se uma variação de temperatura na superfí-cie exterior das paredes (superfície à esquerda de cada sistema construtivoilustrado na Figura 1), durante um período de 48 horas, como se ilustra naFigura 2. A temperatura inicial assumida, em todos os sistemas, foi de 20 ºC,como uma oscilação de 10 ºC em cada período de 24 horas. O meio em con-tacto com a superfície interior (superfície receptora) é o ar.

Para ilustrar os resultados obtidos, apresenta-se na Figura 3 a evolução detemperaturas na superfície exposta e na superfície receptora para os Casos1, 4.1 e 4.2, quando a espessura de isolamento térmico é de 100 mm. OsCasos 4.1 e 4.2 diferenciam-se pela posição do isolamento térmico, em queno primeiro o isolamento se encontra junto à superfície exposta e no segun-do junto à superfície receptora. A linha contínua preta, apresentada nos grá-ficos das figuras, corresponde à variação de temperatura na superfície exte-rior, enquanto as linhas com marcas representam a evolução de temperatu-ras na superfície receptora em cada um dos sistemas analisados.

A Figura 3 a) ilustra os resultados da transferência de calor através do siste-ma composto por uma única camada. O sistema composto por aglomeradode cortiça expandida, da Amorim Isolamentos, é o que exibe um maior atra-so térmico quando comparado com os outros sistemas, XPS e MW.Observa-se também que é o que apresenta também o menor valor de tem-peratura máxima na superfície receptora.

Os sistemas multicamada, Casos 4.1 e 4.2 (Figuras 3 b) e c)) garantem umaelevada resistência térmica, evidenciada pela diminuição da temperaturaverificada na superfície receptora em relação à temperatura incidente nasuperfície exposta. Esse comportamento deve-se ao facto dos sistemascompostos por várias camadas, com propriedades térmicas distintas entresi, conduzirem a maiores atrasos térmicos do que os sistemas simples (i.e.sistemas compostos por um único material com a mesma espessura dos sis-temas multicamada).

Por análise das Figuras 3 b) e c) conclui-se que a posição do isolamento tér-mico para os sistemas em análise não é muito relevante para o atraso tér-mico, assim como, para a diferença entre a temperatura interior em relaçãoà exterior. Contudo, embora a diferença seja pequena, regista-se um maioratraso térmico quando o isolamento é aplicado pelo interior (Caso 4.2), emenores temperaturas na superfície receptora quando o isolamento é apli-cado pelo exterior (Caso 4.1).

A Figura 4 é composta por gráficos que representam a evolução do atrasotérmico e o coeficiente de transmissão térmica, U, com o aumento de espes-sura de isolamento térmico, determinados para todos os sistemas em análi-se. Da análise da Figura 4 verifica-se que o atraso térmico exibido pelo sis-tema constituído apenas pelo painel de isolamento térmico (Caso 1) é muitomenor que o evidenciado pelos sistemas multicamada (Casos 3.1, 3.2, 4.1,4.2, 5.1 e 5.2), pelo que a transferência de calor no Caso 1 é mais rápida quenos restantes casos. Como espectável, o aumento da espessura de isola-mento conduz a atrasos térmicos superiores e a uma maior diferença entreas temperaturas máximas das superfícies. É evidente nestes resultados quesistemas com maior número de camadas, constituídas por materiais com

FIGURA 2: Evolução temporal da variação de temperaturana superfície exterior das paredes.

FIGURA 3: Resultados analíticos: a) Caso 1: Isolamentotérmico. b) Caso 4.1: Sistema multicamada composto porargamassa de reboco na superfície da camada de MDF eisolamento térmico (isolamento pelo exterior). b) Case4.2: Sistema multicamada composto por argamassa dereboco na superfície da camada de MDF e isolamento tér-mico (isolamento pelo interior).

a)

b)

c)

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propriedades térmicas diferentes, apresen-tam maiores atrasos térmicos.

Nota-se que o aumento de isolamento tér-mico origina a diminuição do coeficiente detransmissão térmica e o aumento do atrasotérmico, em cada um dos sistemas analisa-dos. Contudo, comparando diferentes siste-mas construtivos, sistemas com coeficientesde transmissão térmica similares apresen-tam diferentes atrasos térmicos (Caso 3.1 eCaso 3.2).

Comparando sistemas com o mesmo núme-ro de camadas e com a mesma espessura,observa-se que os atrasos térmicos maiorescorrespondem aos sistemas que têm difusi-vidades térmicas menores no material queos diferencia. A difusividade térmica dosmateriais corresponde ao quociente entre acondutibilidade térmica e o produto damassa volúmica pelo calor específico dessematerial.

Dos sistemas estudados constituídos porvárias camadas, e em que o isolamento éaplicado pelo exterior, nota-se que o atrasotérmico conseguido por soluções com ape-nas 60 mm de espessura de ICB é equiva-lente ao alcançado por sistemas com 100mm de XPS/MW. No caso do isolamento seraplicado pelo interior, o atraso térmico desistemas com 60 mm de espessura de ICBé apenas superado por sistemas comXPS/MW que apresentam 80 mm de espes-sura. Salienta-se que não existe uma varia-ção linear destes parâmetros, como se podeconcluir da análise das curvas apresentadasna Figura 4.

3 - CONCLUSÕESO estudo efectuado realça que o coeficientede transmissão térmica não é suficientepara caracterizar termicamente uma soluçãoconstrutiva sujeita a um regime variável detemperatura, tendo-se avaliado, por isso, asdiferenças de atraso térmico em função dacomposição de soluções incorporando dife-rentes tipos de isolamento térmico.

Os resultados obtidos permitiram concluirque a composição do sistema faz variar sig-nificativamente o número de horas de atrasotérmico. A complexidade do sistema é, pornorma, sinónimo de maiores valores de atra-so. Para sistema com um igual número decamadas, a espessura, a localização e adifusividade térmica de cada um dos mate-riais é um parâmetro relevante no resultado.Da análise efectuada verifica-se que os

FIGURA 4A: Atraso térmico e coeficiente de transmissão térmica para os sistemas construtivosestudados: Casos 1, 2, 3.1 e 3.2..

Caso 1

Caso 2

Caso 3.1

Caso 3.2

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Reabilitação

materiais de isolamento térmico, quando são estudados isoladamente, apre-sentam diferenças evidentes entre si, registando o ICB atrasos térmicos sem-pre superiores a uma vez e meia em relação aos outros sistemas. Já quan-do os isolamentos térmicos são incorporados em sistemas mais complexos(maior número de camadas), embora o ICB apresente sempre melhoresresultados, o tipo de isolamento tem menor relevância para o valor final doatraso térmico, em particular, para menores espessuras de isolamento.

De um modo global, as soluções construtivasestudadas que incorporam aglomerado de cor-tiça expandida da Amorim Isolamentos, apre-sentam um menor coeficiente de transmissãotérmica, mas um maior atraso térmico. Esteparâmetro determinará, portanto, que umavariação de temperatura no exterior atingirámais tarde a superfície interior de um elementoconstrutivo com aglomerado de cortiça expan-dida do que com um sistema com os outros iso-lamentos estudados.

4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Directiva Comunitária n.º 2002/91/EC doParlamento Europeu e do Conselho da UniãoEuropeia de 16 de Dezembro relativa aodesempenho energético dos edifícios, JornalOficial das Comunidades Europeias, Bruxelas,4 de Janeiro de 2003.

[2] Decreto-Lei n.º 78/2006 de 4 de Abril. SistemaNacional de Certificação Energética e daQualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE)

[3] Decreto-Lei n.º 79/2006 de 4 de Abril.Regulamento dos Sistemas Energéticos deClimatização em Edifícios (RSECE)

[4] Decreto-Lei n.º 80/2006 de 4 de Abril.Regulamento das Características doComportamento Térmico de Edifícios(RCCTE).

[5] N. Aste, A. Angelotti, M. Buzzetti, The influenceof the external walls thermal inertia on the ener-gy performance of well insulated buildings,Energ. Buildings 41 (2009) 1181-1187.

[6] J. Pfafferott, S. Herkel, J. Wapler, Thermal buil-ding behavior in summer: long-term data eva-luation using simplified models, Energ.Buildings 37 (2005) 844-852.

[7] K.A. Antonopoulos, E.P. Koronaki, Effect ofindoor on the time constant and thermal delayof buildings, Int. J. Energy Res. 24 (2000) 391-402.

[8] K.A. Antonopoulos, E.P. Koronaki, Thermalparameter components of building envelope,Appl. Therm. Eng. 20 (2000) 1193-1211.

[9] F. Alhama, J.F. López-Sánchez, C.F. González-Fernández, Heat Conduction through a multi-layered wall with variable boundary conditions,Energy 22(8) (1997) 797-803.

[10] Norma Brasileira ABNT NBR 15220-2: 2005Versão Corrigida: 2008.

FIGURA 4B: Atraso térmico e coeficiente de transmissão térmica para os sistemas construtivosestudados: Casos 4.1, 4.2, 5.1 e 5.2.

Caso 4.1

Caso 4.2

Caso 5.1

Caso 5.2

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Depoimento

Fundada em Milão em 1937, a Mapei é especialista na produção de adesivose impermeabilizantes e produtos químicos para a construção, destinados querà construção contemporânea, quer à reabilitação do património arquitectónico.

Em Portugal, a filial do grupo Mapei conta com uma presença forte no merca-do nacional, comercializando todas as linhas de produto, contribuindo parauma melhor realização dos diversos projectos de construção.

Lusomapei

PERCURSO DA EMPRESAEste ano a Mapei festejou 10 anos de existência no mercado portu-guês. Foram 10 anos de crescimento constante em todas as áreas denegócio. Começámos por afirmar-nos no nosso core business - adesi-vos e rejuntamentos para a colagem de qualquer tipo de cerâmica ematerial pétreo - posteriormente lançámos os produtos para a colagemde madeira, resilientes e têxteis, seguindo-se os produtos para aimpermeabilização de qualquer tipo de superfície, os produtos para areabilitação de estruturas antigas e modernas e, mais recentemente,os produtos para o isolamento térmico e acústico.

Uma das obras emblemáticas da Mapei em PortugalIgreja da Santíssima Trindade, Fátima

QUALIDADE E COMPETITIVIDADE

DA OFERTA NACIONALAlém das marcas portuguesas, existem várias multinacionais,como a Mapei, que disponibilizam uma vasta gama de produtospara a reabilitação. Exemplo disso, é a linha Mape-antique, de -sen volvida pelos Laboratórios de Pesquisa e Desenvol vimen toda Mapei, para a resolução dos problemas que afectam as cons-truções em alvenaria antiga, como o caso da humidade ascen-dente, a presença de salitre e a degradação dos rebocos. Osobstáculos que podemos, porventura, encontrar na área da rea-bilitação não se devem, certamente, à oferta de produtos, masantes à falta de uma política governamental consistente e defini-tiva e à inexistência de uma atitude social, que permitam traçarobjectivos claros e concretos. A reabilitação é um tema recorren-te, porém, a sua concretização não.

O MERCADO DA CONSTRUÇÃOO mercado está a atravessar um período difícil, que requerempenho, dedicação e a aposta na qualidade dos produtos eserviços. É seguramente com estes argumentos que poderemosmanter a confiança do mercado e dos clientes, sobretudo emperíodos de crise.

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A REABILITAÇÃO

PRODUTOS MAPEIA grande experiência do Grupo Mapei na reabilitaçãodo património arquitectónico em Itália, França, Áus-tria, Espanha, Cuba, entre outros, levou à criação deuma linha completa de produtos para a reabilitação deestruturas antigas ou de interesse histórico. Os nos-sos produtos são o resultado da nossa grande expe-riência e estão alicerçados no constante empenhodos Laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento daMapei.

CONSUMIDORES E PROFISSIONAISOs consumidores e os profissionais estão devida-mente sensibilizados para a nova realidade de mer-cado, por um lado, pela falta de oportunidades para anova construção e, por outro, pelas campanhas desensibilização realizadas por todos os intervenientes,levaram a uma maior preocupação para com o patri-mónio, tanto público como privado.

OBSTÁCULOS E ESTÍMULOSA reabilitação é frequentemente considerada umaintervenção mais cara e trabalhosa. É mais fácil fazernovo do que recuperar o que existe. Por outro lado, aspessoas estão muito mais seduzidas pela “moda” daarquitectura contemporânea. Uma verdadeira e con-sistente política de apoio à reabilitação dos edifíciosantigos e uma forte campanha de recuperação do fas-cínio pelo clássico podem certamente ajudar.

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Entrevista

Constituída em 1988, a Mecanobloc tinha comoobjectivo a montagem e comercialização de divisó-rias amovíveis. Ao longo dos anos e no seguimen-to das exigências impostas pelo mercado, aMecanobloc tem desenvolvido uma dinâmica deenvolvimento e participação dos diversos níveis eáreas da empresa, permite progresso e crescimen-to sustentado.

Mecanobloc João Almeida, Director

QUAL A ANÁLISE QUE FAZ DA EVOLUÇÃO DA EMPRESA

DESDE A SUA EXISTÊNCIA? COMO CARACTERIZA A SUA

ÁREA DE NEGÓCIO?A evolução da Mecanobloc tem sido sustentada eprogressiva. Nasceu como proposta de divisóriasamovíveis, e ao longo do tempo tem vindo a alar-gar o leque de soluções e produtos. Hoje a nossaactividade oferece ao mercado: divisórias amoví-veis, divisórias móveis, tectos falsos, armários,compactos fenólicos, mas o target principal époder apresentar soluções chave na mão.

Como fabricantes, estamos numa área de negócioque nos obriga a ser flexíveis e seguir as tendên-cias de mercado. A Mecanobloc tem conseguidoacompanhar estas tendências e por isso a evolu-ção é consistente.

O SECTOR DA REABILITAÇÃO TEM SIDO UMA DAS GRAN-DES APOSTAS NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO, TENDO EXISTI-DO UM ESFORÇO PARA CONCEBER PRODUTOS ESPECÍFI-COS PARA ESTE SEGMENTO DE MERCADO.COMERCIALIZAM SOLUÇÕES ESPECÍFICAS PARA ESTE

TIPO DE MERCADO? Como dizia anteriormente, o facto de sermos fabri-cantes, dá-nos flexibilidade, e por isso estamosatentos às solicitações, comercializando soluções“feitas à medida”.

CONSIDERA QUE OS CONSUMIDORES E OS PROFISSIO-NAIS ESTÃO DEVIDAMENTE SENSIBILIZADOS PARA A NOVA

REALIDADE DE MERCADO, EM QUE O FUTURO É A REMO-DELAÇÃO/REABILITAÇÃO? PORQUE RAZÃO?Com a pressão existente para comercializar osnovos apartamentos, alguns no mercado há doisanos, é natural que o consumidor se sinta maistentado pelo “novo”, até pela possibilidade denegociar preços mais baixos.Compete às organizações e às empresas sensibi-lizar os consumidores para esta nova realidade.

Os profissionais adaptam-se às regras do merca-do, e estabelecem a sua estratégia em função dasmesmas. No entanto, é urgente resolver o parquehabitacional novo para que dentro de pouco nãoesteja a ser considerado reabilitação.

Melhorar a sua capacidade e flexibilidade pro-dutiva é a mensagem mais repetida, actual-mente, pela empresa, mensagem essa reafir-mada pelo director João Almeida, que nestaentrevista falou ainda da empresa, dos princi-pais desafios que o sector da construçãoenfrenta, da reabilitação, entre outros assun-tos.

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NO SEU ENTENDER, QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS OBSTÁCU-LOS A UMA MAIOR DINAMIZAÇÃO DO MERCADO DA REABILI-TAÇÃO? DE FORMA A ESTIMULAR ESTE TIPO DE MERCADO,QUE MEDIDAS CONSIDERA IMPORTANTE O GOVERNO

TOMAR?É estimado que o mercado de reabilitação e con-servação do património ascenda a 200 mil milhõesde euros, se considerarmos que 60% dos custos dereconstrução é atribuído a mão-de-obra, facilmentese prevê a criação de novos postos de trabalho.Hospitais e Escolas são um dos alvos. Para os pri-vados, os incentivos fiscais são sempre uma ala-vanca para dinamizar o mercado.

CONSIDERA QUE A OFERTA NACIONAL NO SECTOR DA REA-BILITAÇÃO, EM TERMOS DE PRODUTOS E DE SERVIÇOS,TEM QUALIDADE E É COMPETITIVA?É claro que a oferta de produtos e serviços existe,talvez não esteja suficientemente visível aos opera-dores de mercado, dado ser uma realidade nova.Estas são as razões pelas quais a Mecanobloc,dentro dos seus produtos, apresenta soluções diver-sificadas promovendo a qualidade e competitivida-de.

Esta é a nossa realidade. Estamos a investir nomercado Europeu, a concorrer com empresaslocais, e é-nos reconhecida Qualidade e Serviço,para ombrear com os demais.

Estamos na Bélgica, Alemanha, França eLuxemburgo, tem sido um esforço titânico, mas lar-gamente compensado, quer pelo reconhecimentodas nossas capacidades, quer pelo volume de

negócio que estamos a gerar, que já representa 50% dosobjectivos para 2012. Temos encontrado no terreno outrasempresas nacionais, com as quais temos constatado, que asempresas portuguesas estão preparadas para todos osdesafios.

DE QUE FORMA AVALIA A ACTUAL SITUAÇÃO DE MERCADO? QUE

ESTRATÉGIAS DEVERÃO OU ESTÃO A SER TOMADAS PELAS EMPRE-SAS PARA COMBATER A CRISE?A situação actual de mercado tem alguns responsáveis, masum dos mais penalizadores chama-se “condições de paga-mento”, ou falta delas!

Não podemos consumir sem pagar…devíamos seguir oexemplo de alguns países da Europa, limitando os prazos depagamento a 30 ou 45 dias. Parece lugar-comum dizer isto,mas “vender é fácil, cobrar é difícil”, enquanto assim fortodas as estratégias carecem de alterações permanentes oque eleva o desgaste dos recursos humanos.

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Entrevista

Criada em 1957, a Sika Portugal está pre-sente em todo o país, de uma forma sus-tentável, oferecendo aos clientes soluçõesde qualidade e atentas à preservação domeio ambiente. Soluções estas para cons-truções orientadas para o futuro, optimizan-do os processos e reduzindo os custos.

A capacidade de inovação tem sido umados factores chave do sucesso e cresci-

mento contínuo desta marca mundial, ali-cerçando a confiança dos seus clientes nosprodutos desenvolvidos.

Em entrevista à revista “Materiais deConstrução”, Arménio Reis, Marketing FieldManager, apresenta no âmbito da reabilita-ção, produtos e soluções Sika, relacionan-do-os com o actual momento em que sec-tor e o país atravessam.

Sika Portugal Arménio Reis, Marketing Field Manager

QUAL A ANÁLISE QUE FAZ DA EVOLUÇÃO

DA EMPRESA DESDE A SUA EXISTÊNCIA?COMO CARACTERIZA A SUA ÁREA DE NEGÓ-CIO?Desde a sua implantação no mercadonacional, à cerca de 30 anos, a marcaSika tem evoluído até se tornar umparceiro premium no mercado daconstrução, com produtos e soluçõesque abarcam todas as áreas do sector.

O SECTOR DA REABILITAÇÃO TEM SIDO

UMA DAS GRANDES APOSTAS NA ÁREA DA

CONSTRUÇÃO, TENDO EXISTIDO UM ESFOR-ÇO PARA CONCEBER PRODUTOS ESPECÍFI-COS PARA ESTE SEGMENTO DE MERCADO.COMERCIALIZAM SOLUÇÕES ESPECÍFICAS

PARA ESTE TIPO DE MERCADO? Sim, a Sika tem uma panóplia muitoalargada de soluções para a reabilita-ção, nomeadamente ao nível daimpermeabilização (gamas SikaRoofMTC, Sikalastic e Sikaplan), colagemde pavimentos de madeira (gamaSikabond), reparação e protecção debetão (gama Sika Monotop) e reforçoestrutural (SikaCarbodur).

CONSIDERA QUE OS CONSUMIDORES E OS

PROFISSIONAIS ESTÃO DEVIDAMENTE SEN-SIBILIZADOS PARA A NOVA REALIDADE DE

MERCADO, EM QUE O FUTURO É A REMODE-LAÇÃO/REABILITAÇÃO? PORQUE RAZÃO?O futuro do sector passa, inegavel-mente, pela reabilitação. No entanto, eembora as associações estejam afazer um bom trabalho nesse sentido,muitos dos profissionais ainda nãoestão bem conscientes das alteraçõesao seu modelo de negócio que estanova abordagem vai promover.

Reabilitação de estruturas com Sika Carbodur

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NO SEU ENTENDER, QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS OBSTÁ-CULOS A UMA MAIOR DINAMIZAÇÃO DO MERCADO DA

REABILITAÇÃO? DE FORMA A ESTIMULAR ESTE TIPO DE

MERCADO, QUE MEDIDAS CONSIDERAM IMPORTANTES O

GOVERNO TOMAR?Neste momento, o maior obstáculo é mesmo afalta de recursos financeiros para promover a rea-bilitação. A bonificação no crédito para obras, emparalelo com incentivos ao arrendamento, seriauma forma de dinamizar o mercado da reabilita-ção.

CONSIDERA QUE A OFERTA NACIONAL NO SECTOR DA

REABILITAÇÃO, EM TERMOS DE PRODUTOS E DE SERVI-ÇOS, TEM QUALIDADE E É COMPETITIVA?Ao nível dos produtos, as empresas instaladas nonosso país, muitas delas multinacionais como aSika, oferecem produtos e soluções competitivase de qualidade.

Ao nível dos serviços, penso que ainda existemuito por fazer, nomeadamente ao nível da for-mação nas técnicas e metodologias da reabilita-ção.

DE QUE FORMA AVALIA A ACTUAL SITUAÇÃO DE MERCA-DO? QUE ESTRATÉGIAS DEVERÃO OU ESTÃO A SER

TOMADAS PELAS EMPRESAS PARA COMBATER A CRISE?O mercado da construção está lentamente a fazera transição entre a realidade antiga, da obra nova,

e a abordagem à reabilitação do edificado. As empresas deverão continuara apostar na qualidade e em soluções que minimizem os custos, através,por exemplo, da eliminação de operações intermédias e da redução dotempo em obra.

A título de exemplo, a nossa gama de colas para pavimentos de madeiraSikabond permite a aplicação dos pavimentos directamente sobre cerâmi-cos, sem ter que os remover previamente, o que poupa tempo e recursos.

Reparação de elementos de betão com Sika Monotop

Reabilitação de coberturas com SikaRoof MTC

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Entrevista

A Tarkett é líder mundial em soluções de pavi-mentos inovadores e sustentáveis e superfíciesdesportivas. A empresa tem cerca de 8 mil pes-soas, distribuídas por 100 países e por 29 fábri-cas, produzindo e distribuindo cerca de 1 milhãode m² por dia. Em Portugal, a Tarkett vendeumais de 12,5 milhões de euros, em 2010.

Tarkett Gonçalo Marques, Marketing Manager

QUAL A ANÁLISE QUE FAZ DA EVOLUÇÃO DA EMPRESA DESDE A

SUA EXISTÊNCIA? COMO CARACTERIZA A SUA ÁREA DE NEGÓCIO?A Tarkett tem crescido, em volume e em facturação, deforma consistente desde a sua existência. Trabalhamos emduas grandes áreas de negócio, a profissional e a residen-cial, que se subdividem em vários segmentos de mercadocomo saúde, cuidados geriátricos, educação, escritórios,hotéis, lojas, transportes, indústria, desporto e habitação.

O SECTOR DA REABILITAÇÃO TEM SIDO UMA DAS GRANDES APOS-TAS NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO, TENDO EXISTIDO UM ESFORÇO

PARA CONCEBER PRODUTOS ESPECÍFICOS PARA ESTE SEGMENTO

DE MERCADO. COMERCIALIZAM SOLUÇÕES ESPECÍFICAS PARA

ESTE TIPO DE MERCADO? Existem diferentes produtos da Tarkett que foram desenha-dos para o segmento da reabilitação, no entanto, dadas assuas características, podem e são também utilizados emconstrução nova. Alguns exemplos destes produtos são acolecção de laminados, a colecção Viva, um pavimento emfolha de madeira com 8,5 mm; as colecções de vinílicosresidenciais starfloor e floor in a box. Nos produtos em vinilpara utilização profissional, destacaria as colecções devinílico modular (LVT - Luxury Vynil Tile) ID Vision Wood eID Premier, adequadas, por exemplo, a hotéis, lojas e escri-tórios.

CONSIDERA QUE OS CONSUMIDORES E OS PROFISSIONAIS ES -TÃO DEVIDAMENTE SENSIBILIZADOS PARA A NOVA REALIDADE

DE MERCADO, EM QUE O FUTURO É A REMODELAÇÃO/REA BILI -TAÇÃO? PORQUE RAZÃO?Atenção que o futuro não reside apenas na remodela-ção. É evidente que, pelos dados a que temos acesso epela conjuntura económica do país, o seu peso serámuito maior do que o que foi até hoje. No entanto, osprofissionais deste sector há muito que sabem e que sepreparam para estas alterações.

NO SEU ENTENDER, QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS OBSTÁCULOS A

UMA MAIOR DINAMIZAÇÃO DO MERCADO DA REABILITAÇÃO? DE

FORMA A ESTIMULAR ESTE TIPO DE MERCADO, QUE MEDIDAS

CONSIDERA IMPORTANTE O GOVERNO TOMAR?Infelizmente, em Portugal, o mercado da reabilitaçãodepende, quase exclusivamente, da dinamização e doinvestimento privado. A crise provocou um aumento naoferta e na procura do arrendamento no sector da habi-tação, no entanto, as leis do arrendamento têm sido umobstáculo a quem quer investir e são uma das principaisrazões para que este negócio tenha uma expressãopequena em Portugal. É óbvio que algumas medidasdevem ser tomadas, como a alteração das leis, noentanto, cabe a outros intervenientes opinar sobre elas.

Gonçalo Marques, Marketing Managerda empresa, em entrevista à revista“Materiais de Construção” faz umabreve análise da evolução da empresadesde a sua existência, fala-nos dosprodutos desenvolvidos e da reabilita-ção, entre outros temas.

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CONSIDERA QUE A OFERTA NACIONAL NO SECTOR DA

REABILITAÇÃO, EM TERMOS DE PRODUTOS E DE SERVI-ÇOS, TEM QUALIDADE E É COMPETITIVA?Diria que o mercado no sector da construção émuito heterogéneo e que o da reabilitação não édiferente. Existem produtos e serviços com ele-vada qualidade e outros que não satisfazemalguns requisitos mínimos.

DE QUE FORMA AVALIA A ACTUAL SITUAÇÃO DE MER-CADO? QUE ESTRATÉGIAS DEVERÃO OU ESTÃO A SER

TOMADAS PELAS EMPRESAS PARA COMBATER A

CRISE?Em geral, devemos entender que a situaçãoactual é complexa sem, no entanto, perdermos ofoco nos objectivos a médio e longo prazo. Énatural que as empresas sintam fortemente oimpacto desta recessão, contudo, não devempensar apenas a curto prazo. O mercado vairecuperar lentamente e os clientes devem sentirque as empresas em que confiam hoje estarãocá, seja daqui a dois, três ou dez anos.

As estratégias para combater esta crise nãopodem ser feitas de um dia para o outro. Devemou deveriam estar a ser feitas e monitorizadashá, pelo menos, dois anos. Entre várias medi-das, algumas empresas optaram pela internacio-nalização e outras voltaram a focar-se na suaactividade principal.

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Entrevista

A Technal integra o universo Hydro desdefinais de 2001, consolidando a actividadedo Grupo na área de sistemas de alumíniono mercado da construção.

Em Portugal desde 1974, constitui umareferência no mercado da construção, pelosseus produtos, pelo serviço de excelência,pelas parcerias sólidas com os clientesexternos e internos, fornecedores e a socie-dade.

Technal Portugal Ricardo Matias, Brand Manager

QUAL A ANÁLISE QUE FAZ DA EVOLUÇÃO

DA EMPRESA DESDE A SUA EXISTÊNCIA?COMO CARACTERIZA A SUA ÁREA DE NEGÓ-CIO?Quando a Technal foi criada emPortugal, apresentou soluções com-pletamente inovadoras para a época,não só a nível dos produtos como dosprocessos, o que favoreceu uma rápi-da penetração no mercado portuguêse ajudou à “popularização” do alumí-

nio como um material versátil, robusto e eficiente para o mer-cado da construção. Inicialmente vocacionada para os profis-sionais da serralharia, a Technal alargou a sua actividade juntode outros agentes do sector, prestando aconselhamento técni-co a arquitectos, construtores civis e donos de obra. A constan-te oferta de soluções inovadoras associada a uma estreita cola-boração com os diversos players de mercado tornaram possí-vel que a Technal fosse a marca escolhida para executar mui-tas das obras emblemáticas em Portugal, o que reforçou a ima-gem de eficácia, de qualidade e de design inovador que amarca possui em Portugal e no mundo.

Com uma cultura baseada em três valores - qualida-de, inovação, design - e acompanhando sempre aevolução do mercado, a Technal consegue respon-der às suas exigências quer pelo desenvolvimentode produtos existentes quer pela criação de novosprodutos.

Em entrevista à revista “Materiais de Construção”,Ricardo Matias, Brand Manager da Technal, abordoua actividade da empresa, produtos comercializados,e o mercado da reabilitação, entre outros temas.

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O SECTOR DA REABILITAÇÃO TEM SIDO UMA DAS GRAN-DES APOSTAS NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO, TENDO EXIS-TIDO UM ESFORÇO PARA CONCEBER PRODUTOS ESPE-CÍFICOS PARA ESTE SEGMENTO DE MERCADO.COMERCIALIZAM SOLUÇÕES ESPECÍFICAS PARA ESTE

TIPO DE MERCADO?Face ao contexto de crise que se vive actual-mente na construção civil, as empresas estão aexplorar outros nichos de mercado, em que areabilitação urbana se inscreve. Refiro-me a umnicho de mercado, porque, na realidade, é umatendência que só agora começa a evidenciar-seem Portugal e que demorará ainda alguns anospara se tornar uma realidade em termos de volu-me de negócios na construção civil. No caso daTechnal, fazendo parte de uma empresa multina-cional, o desenvolvimento de produtos específi-cos para o mercado da reabilitação faz parte dassuas prioridades, até porque, em vários paíseseuropeus em que a marca está presente, a rea-bilitação é um mercado que regista elevadosníveis de crescimento. Consequentemente, aTechnal em Portugal oferece, nesta área, váriassoluções inovadoras e que já foram testadascom elevado sucesso noutros mercados interna-cionais. É o caso da linha Soleal, recentementelançada em Portugal, e que é constituída pelaJanela FY (janela de batente com folha oculta) epela Porta PY (com uma ou duas folhas disponí-vel nas versões de abertura simples e de duplaacção). A vista mínima de alumínio da janela FYque potencia um vão de luz máximo e as linhasdireitas e depuradas da Porta PY, ambas comruptura da ponte térmica, contribuem para queesta linha se situe na vanguarda das tendênciasestéticas e da arquitectura e se adapte, com amáxima flexibilidade, quer a projectos de reabili-tação quer a projectos de construção nova.

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Entrevista

o futuro de uma forma sustentável e socialmente res-ponsável. Esta mudança de paradigma é cada vez maisválida, até porque a evolução a nível técnico e de designregistada no segmento dos materiais de construção per-mite-nos renovar mantendo a traça arquitectónica origi-nal dos edifícios e melhorando o seu desempenho enér-gico-ambiental.

NO SEU ENTENDER, QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS OBSTÁCULOS A

UMA MAIOR DINAMIZAÇÃO DO MERCADO DA REABILITAÇÃO?DE FORMA A ESTIMULAR ESTE TIPO DE MERCADO, QUE MEDI-DAS CONSIDERA IMPORTANTE O GOVERNO TOMAR?De forma a estimular o mercado da reabilitação emPortugal considero importante a criação de uma cam-panha a nível nacional apelando a que não se destruao que é antigo. É necessário criar a apetência para amudança dos hábitos de vida de quem procura umahabitação ou até mesmo um local para instalar servi-ços. Obviamente que esta campanha de conscienciali-zação deve ser, na minha perspectiva, acompanhadapor incentivos à reabilitação, devidamente fiscalizadospelas autarquias sobretudo em zonas históricas, eainda acompanhada por uma legislação que regula-mente o sector e que seja adequada às necessidadesda reabilitação urbana.

CONSIDERA QUE A OFERTA NACIONAL NO SECTOR DA REABI-LITAÇÃO, EM TERMOS DE PRODUTOS E DE SERVIÇOS, TEM

QUALIDADE E É COMPETITIVA?Efectivamente considero que a oferta de produtos e deserviços no sector da reabilitação tem qualidade e écompetitiva. Ocasionalmente, pode ocorrer falta decompetitividade quando é necessário proceder a inter-venções mais profundas nos edifícios a reabilitar. Nocaso de um edifício muito degradado, por exemplo, asubstituição das janelas não é suficiente, pois a merasubstituição do caixilho, por muito eficiente que seja,não resultaria per si em benefícios para um maior con-forto no interior das habitações ou escritórios e naobtenção de uma maior poupança energética.

DE QUE FORMA AVALIA A ACTUAL SITUAÇÃO DE MERCADO?QUE ESTRATÉGIAS DEVERÃO OU ESTÃO A SER TOMADAS

PELAS EMPRESAS PARA COMBATER A CRISE?O sector da construção civil está a sofrer um momentoconturbado que eu acredito que seja passageiro e queobrigará a que as empresas se reestruturem, racionali-zando os seus investimentos e reduzindo as suasestruturas, tornando-as mais elásticas e mais automa-tizadas. Para fazer face a este novo ciclo, teremos quemelhorar cada vez mais o nosso desempenho e anossa oferta, criando soluções inovadoras que respon-dam às necessidades de um mercado em constantemutação. A exploração de novas oportunidades denegócio em mercados emergentes, como é o caso deAngola e do Brasil, é outra das estratégias que asempresas portuguesas poderão prosseguir, nos próxi-mos tempos, para compensar a diminuição temporáriada procura do sector da construção civil em Portugal.

CONSIDERA QUE OS CONSUMIDORES E OS PROFISSIONAIS ESTÃO DEVI-DAMENTE SENSIBILIZADOS PARA A NOVA REALIDADE DE MERCADO, EM

QUE O FUTURO É A REMODELAÇÃO/REABILITAÇÃO? PORQUE RAZÃO?Na minha opinião essa sensibilização colectiva ainda não foi cria-da, contrariamente ao que se observa em vários outros paíseseuropeus, em que a reabilitação é bastante significativa. EmPortugal existe, desde longa data, uma tendência para destruir omeio edificado antigo e construir tudo de novo. É imperioso culti-var um novo modus vivendi em que o que é antigo é valorizado,porque é alternativo e porque faz parte de uma forma de encarar

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Produtos

Diera RV Cal Base Pro é uma argamassa técnica à base de cal, espe-cialmente concebida para a reabilitação e conservação do edificado, eque garante a protecção das alvenarias na qual irá ser aplicada. É umaargamassa de reabilitação de rebocos antigos, formulada de forma arespeitar as características das alvenarias já existentes, devendo seraplicada segundo o processo tradicional de aplicação, orientado pelosnossos Serviços Técnicos.

É indicado para revestir paramentos verticais exteriores e interiores,tais como: pedra, tijolo / adobe e tabique.

Reabilitação

Diera RV Cal Base Pro

Exquisit é um piso que é tão nobre enatural como a madeira da Colowall.Irradia calor e conforto, e é tão agra-dável para caminhar sobre ele comosobre a madeira sólida.

Este piso é ideal para remodelaçõesde pequena ou média dimensão, querem habitações quer em espaçoscomerciais. Tem 2 medidas de réguadisponíveis dependendo do efeito pre-tendido, e é um pavimento AC4, comclasse de uso 32, muito resistente.

O seu sistema de clic “Express clic”,permite poupar tempo e dinheiro nasua aplicação, além de não ser neces-sária qualquer ferramenta para fazer oencaixe. Uma inovação presente emtodos os pavimentos Kronotex /Colowall.

Piso Natural como a Madeira

Também a sua alargada gama de padrões disponíveis permite uma fácilconjugação com o mobiliário escolhido ou existente.

O seu veio sincronizado e a superfície em relevo mate, natural da madei-ra, dá-lhe uma estrutura autêntica e cria uma atmosfera acolhedora enatural. E o micro bisel também contribui para este seu aspecto atractivoe acolhedor.

REABILITAÇÃO DE ALVENARIAS ANTIGAS

As paredes antigas são constituídas, na sua grandemaioria, por alvenarias de elementos de pedra dedimensões e formas muito variadas, assentes comargamassas de cal. São suportes de coesão fraca, bai-xas resistências mecânicas e deformabilidade eleva-das.

Para reabilitação de paredes degradadas, deve-se veri-ficar se a superfície se apresenta isenta de poeiras, ele-mentos soltos ou degradados, gorduras, eflorescências,pinturas e depósitos de natureza diversa. As alvenariasdeverão apresentar boa aderência e estabilidade paraaplicação da argamassa, caso contrário deve-se tratar asuperfície para corrigir esses factores, utilizando jactode água/areia, escovagem ou lixagem da superfície. Nocaso de suportes muito degradados, aplicar um primá-rio de aderência (ADITEK P) para consolidar a superfí-cie. As cavidades de maiores dimensões deverão serpreenchidas com tijolo ou pedra e RV Cal Base Pro.

O produto deverá ser aplicado uniformemente deixandouma espessura mínima de 15 mm até uma espessuramáxima de 30 mm. O revestimento deverá respeitar asjuntas existentes no suporte, como é o caso de juntasde dilatação, sendo aí interrompido.

Para informações adicionais sobre as características doproduto, ou modo de aplicação, recomendamos a con-sulta da ficha técnica.Convento de Alpendurada: reabilitação com Diera RV Cal Base Pro

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As Bases em Restone, da Decor 3, constituem-se, essencialmente, de car-gas minerais e resinas, resultando num produto de alta resistência, densi-dade e homogeneidade que garante a irrelevância de um eventual e impro-vável desgaste, propiciando um acabamento que dispensa outras substân-cias ou produtos, atribuindo-lhes a nobreza, a elegância e a perenidade dosprodutos naturais.

À nobreza da essência das Bases Restone acrescem a sua especial e ino-vadora funcionalidade, estética e adaptabilidade. Indiscutível ergonomia,desde logo salientada pela sua acessibilidade, pela sua resistência térmicae anti-fúngica.

A matriz estética da Bases Restone assenta numa fórmula inovadora e pre-cursora, dado que concede uma criatividade ilimitada sem deixar de rompercom o habitual risco de massificação e vulgarização do produto. Cor edesign são dois dos aspectos cuja exploração muito tem ainda para ofere-cer em função das tendências que se manifestem.

A adaptabilidade sobressai como um dos atributos mais vincados, dada aquase inexistência de limites ao aproveitamento dos espaços, podendoassumir todas as medidas e uma variedade infinita de complementos eacessórios, favorecendo uma personalização e exclusividade até agoraimpraticável em produtos com a mesma finalidade.

Restone - Bases de Duche adaptáveis a qualquer dimensão

LamiPly Floor, o contraplacado para pavimentos da Laminar,comprova os mais de 50 anos de experiência na oferta de pro-dutos de alta qualidade.

A utilização de madeira de eucalipto no fabrico do contrapla-cado confere maior estabilidade dimensional, maior resistên-cia e maior eficácia às peças. Com melhor performance doque a madeira maciça (inchamento reduzido), é de fácil encai-xe e manuseamento e, por isso, excelente para aplicações empavimentos, após revestimento.

Esta obra foi realizada pelo Euroseculo com pavimentoFencork, ref. 212 Afizélia, régua única.

A Laminar produz também lamelados, com um mínimo decinco camadas. Para garantir um alto grau de qualidade a “alma” é obtida a partir de ripas de criptoméria bem secas, cola-das longitudinalmente. Esta composição permite uma maiorestabilidade dimensional do produto e a obtenção de umaplaca de muito baixa densidade. Os lamelados, depois derevestidos, são utilizados em aplicações onde o aspecto e aleveza são essenciais, tais como a indústria de mobiliário e adecoração de interiores (habitações, escritórios e hotéis).

Para além destes produtos base, a Laminar faz revestimentoscom folha de madeira em diversos derivados de madeira,nomeadamente, contraplacado, lamelado, MDF, etc. A folhautilizada nos revestimentos, desenrolada ou de corte plano, é,na sua maioria, também produzida na Laminar e contemplaespécies nacionais, europeias, africanas e norte americanas.

Contraplacado para Pavimentos

Reabilitação

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Reabilitação

Membrana Colorida

Os revestimentos de chão Botanic, Steinwall Revestimentos, traduz-se num inovador erevolucionário revestimento em vinil tecido a pensar no ambiente.

Botanic contém um novo plastificante que tem por base matérias-primas renováveis ori-ginárias do reino vegetal. Embora a colecção seja inspirada pelo pluralismo da nature-za, Botanic é um tributo à simplicidade e à eficiência dos recursos, mas cheio deexpressão.

Botanic reflecte a variedade da arquitectura orgânica e a riqueza do pormenor da natu-reza. A fotografia da natureza e o artesanato inspiraram flores, ervas e plantas queforam reflectidas no vinil tecido. A gama de cores, também originária do reino vegetal,contém tons de terra silenciados e ricos, combinados com tons vivos de amarelo everde.

Este revestimento está disponível em rolo ou em quadrados, mas à semelhança do queacontece com a restante gama da Bolon, está também disponível para combinaçõesde padrões exclusivos através do conceito Bolon StudioTM.

A colecção Botanic e o novo plastificante fazem parte de uma importante iniciativaambiental - a Bolon® Green - onde o objectivo é ser capaz de oferecer um produtocompletamente adaptado em termos ambientais e com um impacto neutro sobre oclima.

O inovador plastificante foi possível devido à estreita colaboração com universidades efaculdades, e à rápida adaptação das últimas descobertas de investigação à produçãoindustrial.

Revestimentos de Chão

A Icoper e a Icoper HP, produzidas pela Icobit e distribuídas pelaQuinimar, são membranas contínuas de um componente, colori-das sob a forma de emulsão aquosa à base de resinas elastomé-ricas.

Características:- Resistência à estagnação de água- Excelente resistência aos raios U.V.- Resistência às agressões atmosféricas (industriais e marítimas)- Produto amigo do ambiente sem substâncias nocivas- Elevada elasticidade (400%)- Fácil aplicação (Aplica-se como uma pintura)- Executa um revestimento contínuo de impermeabilização

Estas membranas podem ser aplicadas directa-mente sobre várias superfícies, como madeira,telas betuminosas, superfícies metálicas, tijoleiraou cerâmica.

Não necessita da aplicação de betonilha para apli-cação de cerâmica, esta pode ser aplicada direc-tamente em cima da membrana.

Icoper HP é completamente transitável e a Icoperé resistente a trânsito pedonal, apenas para activi-dades de manutenção.