domínio francês e as tentativas de colonização da capitania

2
 HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE EM HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE EM  RESUMO RESUMO Contextualização histórica: O domínio francês e a luta pela colonização da capitania do RN Organizador: Francimar de Araújo Galvão (Bacharel em História) O O S S P P RIMEIROS RIMEIROS A A NO S NOS  APÓS APÓS  O O D ESCOBRIMENTO ESCOBRIMENTO  DO D O B RASIL RASIL Uma vez descoberto o Bras il, Portuga l não tomou, de imediato, medidas concretas visando à sua colonização. O inter ess e da pol ític a ext erna lusitana continuava voltado para o comércio com o Oriente, que se mostrava cada vez mais lucrativo. Por isso, somente em 1530 foi que ch eg ou ao territ ór io do Bras il a expedição de Martin Afonso de Souza, com a missão de ex pulsar os france se s e, ao mesmo temp o, inic iar a colonização. No entanto, é importante lembrar que antes da exp edi ção de Mar tim Afo nso vie ram out ras , cuj o objetivo foi fazer o reconhecimento geográfico do litoral brasileiro e exp lor ar o pau -br asi l. Nad a de pov oar e cultivar a terra. A A S S C C APITANIAS APITANIAS H EREDITÁRIAS EREDITÁRIAS A fim de povoar a terra e preserva-la contra a ganância dos estrangeiros (franceses, sobretudo), D. João II dividiu, em setembro de 1532, o Brasil, em quinze ca pi ta nias he redi rias qu e fora m doadas a do ze donatários. Esta foi a maneira encontrada por aquele soberano para soerguer a nobreza decadente de Portugal e, por outro lado, contar com capitais privados para explorar as novas terras. É importante salientar que este sistema administrativo tinha sido empre gado , com relativo êxito, nas colônias de Açores e ilha da Madeira. A pa rt e do te rritór io na cional ocupada atualmente pel o Estado do Rio Grande do Nor te foi doada por D. João III a dois donatários: João de Barros e Aires da Cunha. O primeiro era alto funcionário do governo e cele brizou -s e co mo hi st oriador da s con qui sta s por tugu esa s no Ori ent e: e o segundo era um valente fid alg o que notabilizou-se na def esa do rei no lutando contra corsários e piratas. A P A P RESENÇA RESENÇA  DOS D O S F RANCESES RANCESES  N O NO N ORTE ORTE  E  N O NO N ORDESTE ORDESTE Países como a Inglaterra, a França e a Holanda o se conformavam em ver o pe que ni no Po rt ugal possuir uma colônia tão grande como o Brasil. Por isso, cada um procurou, a seu modo, contestar a posse da Terra de Santa Cruz pelos portugueses. A reforma protestante desencadeada por Lutero no início do século XVI quebrou a unidade espiritual da Europa, e provocou guerras internas não somente na Ale man ha, pát ria de Lut ero, mas também em out ros países como a França. T T ENTATIVAS ENTATIVAS  DE DE O CUPAÇÃO CUPAÇÃO  DA D A C APITANIA APITANIA  DO D O RN RN A con qui sta do ter ritóri o norte-rio gra nde nse pelos colonizadores portugueses foi lenta e violenta. Eles fizeram três tentativas, obtendo êxito somente na última comandada por Manuel Mascarenhas Homem. 1535 – Primeira Tentativa Com o objetivo de conquistar as capitanias do RN e do Maranhã o, que totali za vam 225 gua s de ex te nsão, asso ci aram-s e num me smo pr oj eto os donatários João de Barros, Aires da Cunha e Fernão Álvares de Andrade. Pela sua ex periência nas lides marítimas, Aires da Cunha recebeu a incumbência de dirigir a expedição. João de Barros, por sua vez, mandou dois filhos e Fernão Álvares indicou um representante para a empreitada. Armados com os próprios recursos e com o apoio de D. João III, Aires da Cunha partiu com a sua gente em novembro de 1535, conduzindo cinco naus e cinco caravelas que transportavam 900 homens e mais de cem cavalos. A tentativa de ocupação fracassou devido a forte represália dos índios que, apoiados pelos franceses, impediram o desembarque dos portugueses em terras potiguares. 1555 – Segunda Tentativa Os filh os de Jo ão de Ba rros te nt aram uma segunda vez conquistar a capitania do Rio Grande, em 1555. Mas, novamente fracassaram. 1597 – Terceira Tentativa Por ordem do Rei Felipe II, expressa nas cartas régias de 1596 e 1597, dirigidas ao governador-geral do Brasil e aos capitães-mores de Pernambuco e da Paraíba, organizou-se a terceira tentativa para se reconquistar a capitania do Rio Grande. De sta vez, o co ma ndo da ex pedi ção coube a Man uel Mascar en has Hom em, cap itão-mor de Pernambuco. Por sua vez, Feliciano Coelho, capitão-mor da Pa raíb a, em obediência às ordens re ce bida s, incorporou-se a esta expedição. Com recursos públicos e pa rticul ares, eles arregimentaram homens e equ ipa me ntos par a enf ren tar os franceses e os índios potiguares, seus fiéis companheiros.

Upload: francimar-de-araujo-galvao

Post on 14-Jul-2015

71 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

5/12/2018 Dom nio franc s e as tentativas de coloniza o da capitania - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dominio-frances-e-as-tentativas-de-colonizacao-da-capitan

HISTÓR IA DO R IO GRANDE DO NORTE EMHISTÓR IA DO R IO GRANDE DO NORTE EM RESUMORESUMO

Contextualização histórica: O domínio francês e a luta pela colonização dacapitania do RN

Organizador: Francimar de Araújo Galvão (Bacharel em História)

OO SS PP R I M E I R O SR I M E I R O S AA N O SN O S   A P Ó SA P Ó S   OO DD E S C O B R I M E N T OE S C O B R I M E N T O   D OD O BB R A S I LR A S I L

Uma vez descoberto o Brasil, Portugal nãotomou, de imediato, medidas concretas visando à suacolonização. O interesse da política externa lusitanacontinuava voltado para o comércio com o Oriente, quese mostrava cada vez mais lucrativo. Por isso, somenteem 1530 foi que chegou ao território do Brasil aexpedição de Martin Afonso de Souza, com a missão de

expulsar os franceses e, ao mesmo tempo, iniciar acolonização. No entanto, é importante lembrar que antesda expedição de Martim Afonso vieram outras, cujoobjetivo foi fazer o reconhecimento geográfico do litoralbrasileiro e explorar o pau-brasil. Nada de povoar ecultivar a terra.

AA SS CC A P I T A N I A SA P I T A N I A S HH E R E D I T Á R I A SE R E D I T Á R I A S

A fim de povoar a terra e preserva-la contra aganância dos estrangeiros (franceses, sobretudo), D. JoãoII dividiu, em setembro de 1532, o Brasil, em quinzecapitanias hereditárias que foram doadas a dozedonatários. Esta foi a maneira encontrada por aquelesoberano para soerguer a nobreza decadente de Portugale, por outro lado, contar com capitais privados paraexplorar as novas terras. É importante salientar que estesistema administrativo já tinha sido empregado, comrelativo êxito, nas colônias de Açores e ilha da Madeira.

A parte do território nacional ocupadaatualmente pelo Estado do Rio Grande do Norte foidoada por D. João III a dois donatários: João de Barros e

Aires da Cunha.O primeiro era alto funcionário do governo ecelebrizou-se como historiador das conquistasportuguesas no Oriente: e o segundo era um valentefidalgo que notabilizou-se na defesa do reino lutandocontra corsários e piratas.

A PA P R E S E N Ç AR E S E N Ç A  D O SD O S FF R A N C E S E SR A N C E S E S  N ON O NN O R T EO R T E   EE  N ON O NN O R D E S T EO R D E S T E

Países como a Inglaterra, a França e a Holandanão se conformavam em ver o pequenino Portugalpossuir uma colônia tão grande como o Brasil. Por isso,cada um procurou, a seu modo, contestar a posse daTerra de Santa Cruz pelos portugueses.

A reforma protestante desencadeada por Luterono início do século XVI quebrou a unidade espiritual daEuropa, e provocou guerras internas não somente naAlemanha, pátria de Lutero, mas também em outrospaíses como a França.

TT E N T A T I V A SE N T A T I V A S  D ED E OO C U P A Ç Ã OC U P A Ç Ã O   D AD A CC A P I T A N I AA P I T A N I A  D OD O RNRN

A conquista do território norte-riograndense

pelos colonizadores portugueses foi lenta e violenta. Elesfizeram três tentativas, obtendo êxito somente na últimacomandada por Manuel Mascarenhas Homem.

1535 – Primeira Tentativa

Com o objetivo de conquistar as capitanias doRN e do Maranhão, que totalizavam 225 léguas deextensão, associaram-se num mesmo projeto osdonatários João de Barros, Aires da Cunha e FernãoÁlvares de Andrade. Pela sua experiência nas lidesmarítimas, Aires da Cunha recebeu a incumbência dedirigir a expedição. João de Barros, por sua vez, mandoudois filhos e Fernão Álvares indicou um representante

para a empreitada. Armados com os próprios recursos ecom o apoio de D. João III, Aires da Cunha partiu com asua gente em novembro de 1535, conduzindo cinco naus ecinco caravelas que transportavam 900 homens e mais decem cavalos. A tentativa de ocupação fracassou devido aforte represália dos índios que, apoiados pelos franceses,impediram o desembarque dos portugueses em terraspotiguares.

1555 – Segunda Tentativa

Os filhos de João de Barros tentaram umasegunda vez conquistar a capitania do Rio Grande, em1555. Mas, novamente fracassaram.

1597 – Terceira Tentativa

Por ordem do Rei Felipe II, expressa nas cartasrégias de 1596 e 1597, dirigidas ao governador-geral doBrasil e aos capitães-mores de Pernambuco e da Paraíba,organizou-se a terceira tentativa para se reconquistar acapitania do Rio Grande.

Desta vez, o comando da expedição coube aManuel Mascarenhas Homem, capitão-mor dePernambuco. Por sua vez, Feliciano Coelho, capitão-morda Paraíba, em obediência às ordens recebidas,incorporou-se a esta expedição. Com recursos públicos e

particulares, eles arregimentaram homens eequipamentos para enfrentar os franceses e os índiospotiguares, seus fiéis companheiros.

5/12/2018 Dom nio franc s e as tentativas de coloniza o da capitania - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dominio-frances-e-as-tentativas-de-colonizacao-da-capitan

O IO I N Í C I ON Í C I O  D AD A CC O L O N I Z A Ç Ã OO L O N I Z A Ç Ã O

D OD O RNRN

A chegada de Manuel Mascarenhas Homem àembocadura do Rio Potengi em 25 de dezembro de 1597,marca o inicio da colonização do Rio Grande do Nortepelos portugueses. Trabalho que será continuado pelossucessivos capitães-mores ao longo do período colonial.Quando D. Francisco de Souza, governador-geral do

Brasil, mandou Manuel Mascarenhas ao Rio Grande doNorte, encarregou-o de realizar duas grandes tarefas:construir a fortaleza e fundar uma cidade.

Fim

5/12/2018 Dom nio franc s e as tentativas de coloniza o da capitania - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/dominio-frances-e-as-tentativas-de-colonizacao-da-capitan