dolo e culpa

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DIREITO PENAL DOLO E CULPA

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DIREITO PENAL

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Page 1: Dolo e culpa

DIREITO PENAL

DOLO E CULPA

Page 2: Dolo e culpa

DOLO

Conceito:

É a vontade e a consciência de realizar os elementosconstantes no tipo penal. É a vontade manifestada pela pessoahumana de realizar a conduta.

É o elemento psicológico da conduta. Segundo a teoria dafinalidade, o dolo se encontra na conduta e, assim, se encontrano fato típico

Elementos do Dolo

a) consciência;

b) vontade;

Page 3: Dolo e culpa

a) Consciência

Conhecimento do fato que constitui a

ação típica.

b) Vontade

Elemento volitivo de realizar o fato

Page 4: Dolo e culpa

FASES DA CONDUTA

Fase interna

Opera-se no pensamento do autor e senão se exterioriza não tem relevânciajurídica.

Fase externa

É a exteriorização da conduta.

Page 5: Dolo e culpa

TEORIAS SOBRE O DOLO

Teoria da Vontade

Dolo é a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado;

Teoria do representação

Dolo é a vontade de realizar a conduta, prevendo a possibilidade de o resultado ocorrer, sem contudo,desejá-lo. Denomina-se teoria da representação porque basta o agente representar (prever) apossibilidade do resultado para a conduta ser qualificada como dolosa.

Teoria do Assentimento ou Consentimento

Dolo é o assentimento do resultado, isto é, a previsão do resultado ocorrer com a aceitação dos riscos deproduzi-lo. Não basta, portanto, representar, é preciso aceitar como indiferente a produção do resultado.

AS TEORIAS ADOTADAS PELO CÓDIGO PENAL FORAM AS DA VONTADE E DO ASSENTIMENTO.

Art. 18 - Diz-se o crime:

Crime doloso

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Crime culposo

Page 6: Dolo e culpa

Espécies de Dolo

Dolo Natural

É o concebido como elemento puramente psicológico, desprovido de qualquer juízo de valor. É o simplesquerer, independente de o objeto da vontade ser lícito ou ilícito, certo ou errado.. Assim, qualquer vontadeé considerada dolosa, dispensando qualquer valoração da conduta. Não é elemento da culpabilidade, nemtem a consciência da ilicitude como seu componente.

Compõe-se:

Consciência;

Vontade

Dolo Normativo (dolus malus)

É o dolo da teoria clássica, ou seja, da teoria naturalista ou causal. e, segundo a teoria causal, é umelemento da culpabilidade.

Possui três elementos:. Nesse caso, só a dolo quando além da vontade de praticar a conduta, o agentetambém tenha a consciência de que esta é injusta e ilícita. Assim, acrescentou um elemento valorativo aodolo que e a consciência da ilicitude.

a consciência;

a vontade;

consciência da ilicitude

OBS – o dolo normativo não é um simples querer, mas um querer algo errado, injusto, iilícito. Tal teoriaencontra-se ultrapassada

Page 7: Dolo e culpa

c) Dolo direto ou determinado

É a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado (teoria davontade). Ocorre quando o agente quer produzir o resultado.

“Diz-se dolo direto quando o resultado no mundo exteriorcorresponde perfeitamente à intenção do agente.

d) Dolo indireto ou indeterminado

O agente não quer diretamente a produção do resultado, mas aceita apossibilidade de produzi-lo (dolo eventual), ou não se importa emproduzir este ou aquele resultado (dolo alternativo).

dolo alternativo -> ocorre quando o agente deseja qualquer umdos eventos possíveis.

dolo eventual -> o sujeito consegue prevê o resultado, masmesmo não o querendo não se importa em produzi-l (“seja como for,dê no que der, em qualquer caso não deixo de agir”).

Page 8: Dolo e culpa

e) Dolo de dano

É a vontade de produzir uma lesão efetiva a um bem jurídico.

f) Dolo de perigo

É a mera vontade de expor um bem jurídico ao perigo de lesão.

g) Dolo genérico

É a vontade de realizar a conduta sem uma finalidade específica. É a meravontade de praticar o núcleo do tipo, sem qualquer finalidade específica.

h) Dolo específico

É a vontade de realizar um conduta visando a um fim especial previsto emlei. O tipo penal exige do agente que além da vontade de praticar a conduta,uma finalidade especial

Page 9: Dolo e culpa

i) Dolo geral, erro sucessivo ou “aberratio causae”

Ocorre quando o agente, após realizar a conduta, supondo já ter produzidoo resultado, pratica o que entende ser um exaurimento e nesse momentoatinge a consumação. Tal erro é irrelevante para o Direito Penal. Échamado de dolo geral porque este abrange toda a situação, até aconsumação, desprezando-se o erro que recai sobre o nexo causal, porémleva-se em conta os meios empregados pelo o agente na busca doresultado para fim de qualificar o crime quando cabível.

j) Dolo de primeiro grau e de segundo grau

O dolo de primeiro grau consiste na vontade de produzir as consequênciasprimárias do delito, ou seja, o resultado inicialmente pretendido.

O dolo de segundo grau abrange os efeitos colaterais da prática delituosa,ou seja, as suas consequências secundárias, o autor não pretende produziro resultado, mas tem a consciência de que não poderá chegar a fimpretendido sem produzi-lo.

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Dolo e a Dosagem da Pena

A pena abstrata não varia em consequência do dolo,porém, o juiz a levará em consideração no momentoem que aplicar a dosimetria penal, pois o artigo 59,caput, do CP, manda dosar a pena de acordo com aculpabilidade do agente.

Dolo nos Crimes Comissivo por Omissivos

É indispensável a verificação do dolo para aaplicação da obrigação de agir em situações em quea lei obriga.

Page 11: Dolo e culpa

CULPA

É o elemento normativo da conduta.

POR QUE ELEMENTO NORMATIVO ?

– Porque sua verificação depende de um prévio juízo de valor, sem o qual não se sabe se ela

está ou não presente.

A CULPA É GENERICAMENTE PREVISTA NO TIPO:

“Se o crime é culposo, a pena será ...”

OBS – O crime só será culposo se houver previsão no tipo penal. Se não houver

qualquer referência, não existirá culpa e sem culpa não há crime culposo,

A modalidade da culpa não está descrita de forma específica, mas de modo

genérico.

Page 12: Dolo e culpa

TIPO ABERTO– O tipo culposo é chamado de tipo aberto, porque a conduta culposa não é

descrita, pela própria impossibilidade do legislador conseguir descreve

todas as possibilidades da sua ocorrência.

CRIMES MATERIAIS

Não existe crime culposo de mera conduta, sendo imprescindível a

produção do resultado naturalístico involuntário para seu aperfeiçoamento

típico,

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ELEMENTOS DA CULPA

A) Conduta (sempre voluntária)

B) Resultado (involuntário)

C) Nexo Causal

D) Tipicidade

E) Previsibilidade Objetiva

F) Ausência de Previsão

G) Quebra do dever objetivo de cuidado

– G1 – Imprudência

– G2 – Imperícia

– G3 - Negligência

Page 14: Dolo e culpa

A PREVISIBILIDADE

OBJETIVA

É a possibilidade de qualquer pessoa dotada de prudência mediana prever o

resultado.

É elemento da culpa

Estão fora dos delitos culposos os resultados que estão além da possibilidade

de um homem mediano prevê-los.

Só é típica a conduta culposa quando se puder estabelecer que o fato era

possível de ser previsto pela perspicácia comum, normal dos homens.

Previsibilidade Subjetiva– É a possibilidade que o agente, dada as suas peculiariedades, tinha de prevê o

resultado.

– IMPORTANTE – A PREVISIBILIDADE SUBJETIVA NÃO É ELEMENTO DA CULPA

Page 15: Dolo e culpa

QUEBRA DO DEVER OBJETIVO DE CUIDADO

A) imprudência

B) negligência

C) imperícia

A) IMPRUDÊNCIA

– É a culpa de quem age, ou seja, aquela que surge durante a realização de um fato

sem o cuidado necessário.

– É A AÇÃO DESCUIDADA!!!

– É UMA AÇÃO POSITIVA

– Tem como principal característica a atuação paralela da culpa à ação!!!

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B) NEGLIGÊNCIA

– É a culpa na sua forma omissiva. Consiste em alguém deixar de tomar o cuidado

devido antes de começar a agir. Implica a abstenção de um comportamento devido.

– A culpa ocorre antes da conduta.

– A negligência é a inação, a inércia, a passividade.

– Negligente é quem, podendo e devendo agir de determinado

modo, por indolência ou preguiça mental, não age ou se comporta

de modo diverso.

Page 17: Dolo e culpa

C) IMPERÍCIA

– É a demonstração de inaptidão técnica e profissional ou atividade. Consiste na

incapacidade, na falta de conhecimento técnico ou habilidade para o exercício de

determinado mister.

– Obs – se a imperícia vier de pessoa que não exerce a arte ou a profissão ,

haverá imprudência.

IMPRUDÊNCIA

NEGLIGÊNCIA PREGUIÇA MENTAL

AÇÃO DESCUIDADA

IMPERÍCIA INAPTIDÃO TÉCNICA

Page 18: Dolo e culpa

ESPÉCIES DE CULPA

CULPA INCONSCIENTE

É a culpa sem previsão, em que o agente não prevê o que era

previsível.

CULPA CONSCIENTE OU COM PREVISÃO

É aquela em que o agente prevê o resultado, embora não o aceite. Há no

agente a representação da possibilidade do resultado, mas ele a afasta, de

pronto, por entender que a evitará e que sua habilidade impedirá o evento

lesivo previsto.

CULPA IMPRÓPRIA OU CULPA POR EXTENSÃO

É aquela em que o agente, por erro de tipo inescusável, supõe estar diante

de uma causa de justificação que lhe permita praticar, licitamente um fato

típico.

NA CULPA IMPRÓPRIA HÁ A PRESENÇA DA CULPA E DO DOLO

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CARACTERÍSTICAS DA CULPA

CONSCIENTE

DIFERENÇAS ENTRE CULPA CONSCIENTE E DOLO EVENTUAL

Previsão do resultado

-> Culpa ConscienteO agente tem plena consciência da possibilidade do resultado se concretizar, porém

acredita que é capaz de evitá-lo.

-> Dolo EventualO agente prevê o resultado, mas não se importa que ele aconteça., sendo

indiferente a sua provável produção.

DE ACORDO COM A LEI PENAL, NÃO EXISTE DIFERENÇA

DE TRATAMENTO ENTRE A CULPA INCONSCIENTE E A

CULPA COM PREVISÃO.

Page 20: Dolo e culpa

CULPA PRESUMIDA

É uma forma de responsabilidade objetiva, por isso não é mais aceita no

ordenamento penal brasileiro. Na atual legislação a culpa deve ser provada e

não há mais possibilidade de presunções ou deduções de culpa do agente.

CULPA MEDIATA OU INDIRETA

Ocorre quando o agente produz indiretamente um resultado a título de culpa,.

Ou seja, o evento ocorre mediante uma conduta dolosa do agente, mas o

resultado não é o que ele previa. Ex: Motorista que na fuga do assaltante morre

atropelado.

obs -> para que haja a responsabilidade do agente por meio da culpa

mediata é indispensável que o resultado esteja na linha de

desdobramento causal da conduta.

Page 21: Dolo e culpa

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A CULPA

COMPENSAÇÃO DE CULPAS

Não existe em direito penal a compensação de culpa. Assim, o agente não pode

ter sua culpa excluída por existir culpa paralela da vítima.

Obs -> A culpa exclusiva da vítima exclui a do agente.

CONCORRÊNCIA DE CULPAS

Ocorre quando dois ou mais agentes, em atuação independente uma da outra,

causam resultado lesivo por imprudência, negligência ou imperícia. Todos

respondem pelo evento lesivo.

CULPA NOS DELITOS OMISSIVOS IMPRÓPRIOS

Ocorre quando aquele que tenha o dever de agir não o faz com culpa.

Page 22: Dolo e culpa

MARCOS PAULO MARTINS

DOLO E CULPA

BRASÍLIA - 2009