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COCCIDIOSE EM CANÁRIOS (Serinus canarius) Dra Angélica Sharon Médica Veterinária Homeopata Especializada em Aves Criadora de Canários de Porte Revista SOSM 2006 A Coccidiose é uma doença mundialmente distribuída em aves de produçăo (frangos), ornamentais( canários, periquitos...) e aves silvestres criados em cativeiro (bicudos, Curió, Trinca Ferro...). É um protozoário parasita do gęnero Eimeria, multiplica-se no trato intestinal, intrecelularmente, causando danos teciduais, com sintomas de anorexia, peito seco, reduçăo da absorçăo de nutrientes, desidrataçăo, perda sanguínea e aumento da suscetibilidade a outras doenças (Mycoplasma sp., Staphylococcus sp,...). O agente etiológico divide-se em dois gęneros: Gęnero Eimeria, (acomete galinhas e faisőes) e gęnero Isospora (aves passeriformes, psitacídeos e outros). Săo parasitas altamente resistentes no meio ambiente, năo sendo destruído por nenhum tipo de desinfetante, somente por calor (vassoura de fogo). CICLO DE VIDA Espécies do gęnero Eimeria completam o ciclo de vida de um único hospedeiro, apresentando reproduçăo assexuada (Merogonia) e sexuada (Gamogomia) dentro das células do hospedeiro (estágio endógeno) e Esporogonia no meio exterior (estágio exógeno). Na maioria das espécies o hospedeiro desenvolve uma resposta imune protetora espécie- específica.

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COCCIDIOSE EM CANÁRIOS

(Serinus canarius)

Dra Angélica Sharon

Médica Veterinária Homeopata Especializada em Aves

Criadora de Canários de Porte

Revista SOSM 2006

A Coccidiose é uma doença mundialmente distribuída em aves de produçăo (frangos), ornamentais( canários, periquitos...) e aves silvestres criados em cativeiro (bicudos, Curió, Trinca Ferro...). É um protozoário parasita do gęnero Eimeria, multiplica-se no trato intestinal, intrecelularmente, causando danos teciduais, com sintomas de anorexia, peito seco, reduçăo da absorçăo de nutrientes, desidrataçăo, perda sanguínea e aumento da suscetibilidade a outras doenças (Mycoplasma sp., Staphylococcus sp,...).

O agente etiológico divide-se em dois gęneros: Gęnero Eimeria, (acomete galinhas e faisőes) e gęnero Isospora (aves passeriformes, psitacídeos e outros). Săo parasitas altamente resistentes no meio ambiente, năo sendo destruído por nenhum tipo de desinfetante, somente por calor (vassoura de fogo).

CICLO DE VIDA

Espécies do gęnero Eimeria completam o ciclo de vida de um único hospedeiro, apresentando reproduçăo assexuada (Merogonia) e sexuada (Gamogomia) dentro das células do hospedeiro (estágio endógeno) e Esporogonia no meio exterior (estágio exógeno). Na maioria das espécies o hospedeiro desenvolve uma resposta imune protetora espécie-específica.

SINTOMAS DE COCCIDIOSE

Irăo depender do tipo de coccídia e sua localizaçăo no intestino das aves, apresentando maior ou menor grau de intensidade e dano tecidual.

Coccidiose duodenal (Intestino Delgado) – emagrecimento, caquexia (peito seco), despigmentaçăo da pele (canários de cor que năo pigmentam adequadamente) e a recuperaçăo é lenta (canários refugo).

Coccidiose no Intestino Grosso e Reto – diarréia mucosa até hemorrágica (castanha), mortalidade em torno de 10% em frangos (em canários năo se tem porcentagem conhecida, podendo ser maior que em frangos).

Coccidiose Cecal – a presença de coccidiose nesta porçăo do intestino é demonstrado

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pelos sintomas graves. Em geral as aves apresentam depressăo (sono, passam o dia dormindo), manifestam dor abdominal (respiraçăo acelerada muitas vezes confundida com problemas respiratórios). A ave apresenta-se arrepiada, asas caídas, dorso encurvado, olhos semicerrados e extrema palidez. A diarréia é castanha (hemorrágica).

Sintomas gerais – fezes pastosas ou com muco, diarréia desde amarela até com estrias de sangue ou preta (sangue digerido), alimento mal digerido, aumento excessivo de apetite, fęmeas suadas no ninho, pela umidade das fezes dos filhotes com diarréia, ninhos úmidos, cloaca suja, problemas de pele e muda. Os primeiros sintomas aparecem no quarto dia após a infecçăo, quando a segunda geraçăo de esquizontes liberam Merozoítos, ocasionando ruptura do tecido.

LESŐES

Em aves necropsiadas, retira-se o tubo digestivo e observa-se macroscopicamente a mucosa externa e interna. Para cada oocisto que é eliminado nas fezes corresponde a uma célula intestinal morta. Temos lesőes intestinais catarrais, hemorrágicas, necróticas em várias porçőes do intestino e em diferentes profundidades na parede intestinal.

DIAGNÓSTICO

A coccidiose dificilmente é eliminada do plantel, porém os surtos săo comuns quando as aves năo foram submetidas a um planejamento preventivo antes de entrar na reproduçăo, através de exames de fezes para diagnóstico e controle dos efeitos dos tratamentos (Coccidiostáticos ou Coccidicidas) e imunizaçőes (CH-COX/Silvestres e Exóticos prevençăo). Săo comuns surtos após empréstimos de reprodutores, retornos de campeonatos, feiras, aves recém adquiridas ou mudanças bruscas de temperatura.

PROGNÓSTICO

Nas formas agudas o prognóstico é sempre desfavorável pelo grande número de mortes de aves e recuperaçăo lenta dos doentes.

Nas formas subclínicas (presença de oocistos nas fezes sem sintomas) e crônicas o prognóstico e reservado a bom, porém com prejuízos na reproduçăo com grande número de ovos brancos, fęmeas năo reproduzindo, filhotes fracos e mortalidade.

PREVENÇĂO E CONTROLE

Como havíamos falado os oocisto de coccídias săo extremamente resistentes no meio ambiente. Poderemos minimizar os riscos de surtos adotando várias medidas preventivas, tais como:

Manejo – higiene de gaiolas, comedouros e bebedouros, poleiros, remoçăo sistemática da matéria orgânica (fezes). Uso de desinfetantes, năo para coccídias, mas para agentes bacterianos oportunistas. Para oocistos somente vassouro de fogo.

Nutriçăo – é comprovado que aves com problemas nutricionais adquirem facilmente

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doenças. Principalmente farinhadas baratas, por que possuem suplemento protéico, vitamínico e minerais pobres, predispondo os canários a surtos de coccidiose e outras doenças. Deficięncia de vitaminas A, B e falta ou mesmo excesso de proteínas săo fatores nutricionais preocupantes.

Reduçăo do estresse – é um tema que daria uma outra matéria, por se tratar de algo complexo. Resumidamente alguns fatores estressante: barulhos, pessoas estranhas, luzes ŕ noite no canaril, căes e gatos, mesmos os de casa, mosquitos, piolhos, principalmente qualquer situaçăo que saia da rotina dos canários e que mantenham as aves em constante alerta. O estresse medicamentoso também existe, principalmente o uso, mesmo uma única vez, de pomadas com corticóide (quadriderme), colírio Garasone, ácidos externos) Dolemil) e antibióticos fortes e contínuos. Manter o mínimo de estresse e colonizar a flora intestinal com bactérias benéficas (Probióticos), reduzir micotoxinas nas sementes, farinhadas (Aflatox) e farinhadas de qualidade reduzem os surtos de doença e quando houverem, săo fáceis de controlar sem muitos óbitos. Quem já năo passou pela experięncia de perder aquela ave que tinha futuro promissor em campeonatos ou mesmo como reprodutor. O velho e bom ditado prevenir é melhor que remediar deve estar em nossas mentes quando criamos pássaros de qualidade.

TRATAMENTOS

Geralmente a base de coccidiostáticos (agem no desenvolvimento do parasita) ou coccidicida )matam o agente), porém esses tratamentos devem ser acompanhados com exames de fezes antes e depois da medicaçăo, para analisarmos sua eficácia. Podemos acompanhar o plantel com medicaçăo de suporte (soro, fontes nutritivas), além do tratamento homeopático. Qualquer tratamento que se adote deve ser acompanhado com exames de fezes (rápidos e baratos) periódicos pelo menos a cada 6 meses.

Sulfas – coccidicida/coccidiostático, a dosagem deve ser cuidadosa e năo pro muito tempo, por serem muito tóxicas, podendo provocar síndrome hemorrágica, diminuiçăo na reproduçăo de ovos, lesőes renais e hepáticas e finalmente azoospermia nos machos (ausęncia de espermatozóide no esperma).

Amprólio – cocidicida/coccidiostático, causa hipovitaminose.

Clopidol – coccidiostático, pouco tóxico, controlam seu desenvolvimento, é medicamento de escolha para gerar imunidade futura, podendo ser associado ao CH-COX/Prevençăo.

CH-COX/Prevençăo – complexos homeopáticos agregados a farinhadas, podendo ser usado o ano todo, minimizando situaçőes de estresse, prevenindo surtos de coccidiose, verminose, enterites inespecíficas e problemas respiratórios que aparecem com mudanças de tempo brusco. Aumenta a imunidade específica para parasitas intestinais e piolhos. Năo tem contra indicaçăo, podendo ser usado durante a reproduçăo, sem acarretar problemas reprodutivo, inclusive aumentando a imunidade dos reprodutores, que gerarăo filhotes fortes e saudáveis.

RECOMENDAÇĂO DA AUTORA EM CASO DE AVES DOENTES:

Separar as aves doentes e administrar diariamente maçă, farinhada sem acrescentar ovo

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por que a ave está com a digestăo lenta o ovo é muito “pesado” utilizar farinhada que tenha ovo liofilizada-Farinatta Bianco), soro na água (Hidrafort), Nalyt 100plus mais CH-COX/PLUS. Lembrem-se a cura é lenta, muitos năo resistem, por isso prevenir com Nalyt Fases e CH-COX/Prevençăo é o ideal.

Listas de Doenças dos surtos de criaçőes de canários

Sintomas

Indicaçőes preventivas

1. Doença: Mycoplasmose

Sintomas: Queda de resistęncia, pegando infecçőes variadas; ovosbrancos; embriăo morto; infecçőes secundárias nas patas por Bouba e

Flebites.

Indicaçőes preventivas: săo indicados Nalyt HReproduçăo dose de20g em l litro de água ou Ikilo de farinhada durante 7 dias, repetiçăoapós 5 dias; ou 14 dias seguidos caso tenha havido sintomas no ano

anterior. Repetir a prevençăo entre a 2a e 3a posturas.

2. Doença: Alimentaçăo com excesso de proteína (de 22% a níveis mais altos)

Sintomas: Infecçăo de patas com articulaçőes inflamadas; morte súbita por depósito de uratos (derivados das proteínas em excesso) em rins, fígado, coraçăo, fígado, baço o que

causa dor, perda da capacidade de reproduçăo e inflamaçőes agudas em órgăos e articulaçőes; canibalismo de fęmeas que comem bico, penas e patas de filhotes; retençăo

de ovos em fęmeas; bicos tortos.

Indicaçőes preventivas: é indicada a remoçăo imediata da farinhada com alto teor proteico e mudança para uso de farinhada com teor de proteína menor. Retirar ovo "m

natura ". Aplicar tratamento para dor local (ver flebite). As lesőes internas de gota visceral dificilmente tęm cura (Alopurinol por longo prazo).

3. Doença: Flebite das veias das Patas

Sintomas: Infecçăo secundária ao vpirus da Bouba, dando flebite nas veias das patas e dermatites úmidas das patas.

Indicaçőes preventivas: săo indicados Nalyt H Reproduçăo dose de 20g em l litro de água ou Ikilo de farinhada durante 14 dias seguidos caso tenha havido sintomas no ano anterior. Ampicilon associar durante 10 dias a dose de 20g em l litro de água ou l kilo

de farinhada. Passar Andolba ou Biofenac nas patas para retirar a dor. Năo usar pomadas, nem mesmo cremes.

4.Doença: Bouba

Sintomas: Lesőes de patas forăo mais comuns neste ano, com nódulos, calos, inflamaçăo e flebite secundária. Mycoplasma agrava o quadro de Bouba, e farinhadas

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com excesso de proteína agrava as lesőes nas patas.

Indicaçőes preventivas: săo indicados Homeopatia Thuya occidentalis 12CH e Belladona 12CH líquido na dose de 20 gotas em 2 litros de água para todas as aves 30 dias seguidos, e manter l vez por semana na criaçăo. Năo usar vacinas contrabandeadas

de outros países.

5.Doença: Infecçăo de Filhotes naprimeira semana de Vida

Sintomas: A Morte de filhotes é causada por Mycoplasma, coccidiose, micotoxinas de sementes, Salmonellose provoca alta mortalidade e Colibacilose perdas crónicas.

Indicaçőes preventivas: săo indicados Nalyt H Reproduçăo para os adultos dose de 20g em l litro de água ou l kilo de farinhada durante 7 dias, repetiçăo após 5 dias; ou 14 dias seguidos caso tenha havido sintomas no ano anterior. Repetir e prevençăo entre a 2a e

3a posturas. Para os filhotes NalytHBaby dose de Ig em 50ml de água ou 50g de papinha durante os 7 dias primeiros dias de vida e os 7 dias após o desmame, repetiçăo

após 5 dias;

Outras informaçőes de Prevençăo Geral

Eu aplico estes mecanismos de prevençăo e cura em meus canários frisados parisienses, e estou fazendo indicaçőes de alopatia, suplementaçăo e nutriçăo que eu desenvolvo, e

cujos produtos sou responsável junto ao Ministério da Agricultura. Aplico a Homeopatia como tratamento complementar.

Vermifugaçăo anterior ŕ colocaçăo de ninhos - Vermiden vermífugopreventivo que deve ser oferecido 2 a 4 vezes ao ano (dose: 20gramas em llitro de água ou l grama por 50ml de água l dias, repetindo a medicaçăo 15

dias após).

Suplementaçăo de Vitaminas: Rovital-C - manter 2 vezes por semana durante todas a criaçăo, pode ser usado em campeonatos em tempos frios; Hidrafort que é um soro de

torneio oferecer l dia antes, no dia do torneio e l a 2 dias após o torneio; podendo prolongar até 10 dias.

Curativos: Natyt 100 Pius Nova Fórmula durante 48 horas para stress térmico; durante os campeonatos realizados em localidades frias; dę 7 a 14 dias seguidos criaçőes com

histórico de doença da reproduçăo ou aves roucas,repetiçăo após l męs; Coccinon-Vitasol - em casos de coccidiose (dose

preventiva 20 dias seguidos 20 gramas em l kilo da farinhada ou l litro de águae dose tratamento durante 4 dias apenas 40 gramas em l litro de água ou l kilo de

farinhada e continuar por 20 dias com dose preventiva); Vitamin E - para melhorar níveis de reproduçăo, mantendo até a primeira postura; Metionina e Lisína - para

canibalismo de filhotes; morte embrionária e aves com debicagem de penas; sempre uso na menor dose da bula, e vou aumentando na medida da necessidade, durante 30 dias. Front-Line Spray deve ser usado na dose de 2 gotas no dorso da ave para prevenir ou

tratar piolho, sempre que houver risco de infestaçăo pulverizar abaixo do ninho.

Observaçőes Gerais:

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l. Coletar uma amostra de fezes de machos em um coletor de fezes comprado em farmácia (todos os machos em l pote), e uma amostra de fęmeas em outro pote, e envie

por sedex para realizarmos exame antes da colocaçăo dos ninhos e entre a 2a e 3a postura. Verificamos coccidiose, vermes e controle de piolhos de penas.

Homeopatia: Mandar fazer os seguintes medicamentos. (Usar esta água como única fonte de bebida podendo ser usada com vitaminas e outras medicaçőes a mesma água).

Thuya occidentalis 12CH, Salmonella 12CH e Colibacillinum 12CH elaborados em l frasco de líquido usando na dose de 10 gotas em 2 litros de água durante 30 dias

seguidos, mantendo a medicaçăo l vez por semana na criaçăo e napapinha de filhotes (l gota em 50ml). Podendo ser usado junto com outras medicaçőes na mesma data.

Berberís 6CH; Chelidonium 6CH, Quercus 6CH l frasco líquido e fazer a diluiçăo diária de 10 gotas em 2 litros de água de bebida l vez por semana para desintoxicaçăo de

fígado e rins.

Enriqueça a sua farinhada com os ingredientes que contém na FarinattaBianco e Suprema, ambas uso em meus canários para um processo contínuo

de prevençăo na alimentaçăo.

• Preveni - prevençăo de Salmonella e Colibacilose, para uso contínuo nafarinhada da criaçăo. Preveni - para uso contínuo nas farinhadas, durante todo o ano.

Previne contra Salmonellose e Colibacilose, promove aumento deresistęncia e crescimento de adultos e filhotes (dose de 5 gramas porkilo).

•Aflatox - prevençăo e adsorçăo de micotoxinas na farinhada e sementes, para uso continuo. Aflatox previne e adsorçăo de micotoxinas de fungos nas

sementes e outros alimentos. Indicado para uso contínuo assim que chegarem as sementes ao criatório (dose de 5 gramas por kilo).

• Probilac Pius - probiótico para uso na farinhada. ProbLac Pius - probióticopara uso contínuo na farinhada. Cria uma flora intestinal nas aves adultas, a

qual protege o intestino da ave, evitando proliferaçăo de bactérias patogęnicas.Prepara os pais para oferecer ao filhote a mesma flora saudável assim que

regurgitarem o primeiro alimento.

O FUNGO DE UNHA

Muitos criadores de canários já tiveram a desilusăo de ver um potencial campeăo, aquele canário que se destacava na cor, de repente imprestável. Muitos juizes já tiveram o desprazer de desclassificar belos pássaros pela mesma razăo. Já julguei exposiçőes de canários em que mais de 10% dos pássaros foram desclassificados por serem portadores

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de micoses em dedos. Já vi fungos de unhas em pássaros em todo o Brasil mas năo nas proporçőes que ocorrem em Santa Catarina.

O fato deve ser relacionado ŕs condiçőes climáticas, principalmente ŕ umidade do ar. Uma consistente observaçăo a favor desta hipótese é que a doença é mais comum nas cidades próximas de rios e mar. É mais freqüente no fim do verăo ou do outono, mas na época, a superpopulaçăo nos criadouros é grande. É proporcionável que a doença seja transmissível, pois, é comum vários pássaros de um mesmo gaiolăo estarem contaminados.

Manifestaçăo Clínica

A doença é de difícil reconhecimento nas suas faces inciais porque o pássaro afetado só levanta a pata doente nas faces adiantadas, quando a unha geralmente está irremediavelmente perdida. O início, por vezes é caracterizado por lesőes brancas ou amarelas ou engrossamento da ponta do dedo comprometido, fatos comuns a doenças das patas dos canários. Geralmente o que caracteriza o quadro é a presença de uma lesăo verrugosa que se inicia dentro da matriz da unha e, em poucos dias, recobre toda a unha. Neste estágio a unha já está morta e năo observa-se o filete sangüíneo que a nutre. A lesăo se destaca. Em alguns casos, pode haver contaminaçăo secundária resultando em septicemia e morte do pássaro.

Diagnóstico Laboratorial

O diagnóstico de laboratório é difícil, pelo alto custo dos exames e por năo dispomos em nosso meio, laboratórios com prática em micologia ornitológica. Por analogia com o que praticamos no diagnósticos estiológico dos onicomicoses humanas, enviamos para exames micológicos, microscopia e cultura, raspando de unhas de canários doentes. Todas as amostras tiveram resultado negativo, isto é, os fungos năo eram encontrados na superfície das lesőes. Decidimos, entăo, enviar para exame histológico dedos amputados. Como os resultados foram interessantes, serviram de motivaçăo para que, embora reconhecendo nossas limitaçőes, escrevęssemos este artigo. O estudo das lâminas coradas pela técnica de hematoxilinaesina e pela técnica de Grocott (pesquisa de fungos através de impregnaçăo pela prata), mostrou processo inflamatório crônico como edema, extasia e congestăo de vasos sangüíneos e a presença de formas fúngicas em hifas curtas e blastosporos, sugestivas de Tinea verrucosum que acomete seres provocando lesőes cerucosas. Outra característica marcante é a ausęncia do filete vasculonervoso que nutre a unha. Caso o problema persista em nosso criadouro, vamos tentar a cultura do fungo na matriz do dedo amputado onde encontra-se o principal foco.

Tratamento

Quando percebemos a lesăo verrucosa recobrindo a unha, geralmente năo há mais tratamento eficaz que recupere o dedo. Os cremes e pomadas a base de imodazólicos săo pouco eficientes, pois năo alcançam os fungos que estăo localizados na matriz da unha. Os que alcançam melhores resultados săo a base de oxiconazol (oceral) e bifonazol (mycospor). Os esmaltes para uso humano, com alta concentraçăo do principio ativo, comum o usaram para unhas e o loceryl, pelas mesmas razőes, também apresentam eficácia reduzida. O tratamento que apresenta melhores resultados, embora cause espanto, é a imersăo da pata afetada em ácido sulfúrico a 50% por 20 ou 30

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segundos, seguido a lavagem de água corrente. Este procedimento é inócuo, năo restitue o aspecto normal da unha, mas impede a evoluçăo.

Nas onicomicoses humanas, várias drogas usadas por via oral săo eficazes no tratamento da doença como os imidazólicos (cetaconazol, flucanazol e itraconazol), a griseofulvina e a terbinafina quando usados por meses. Nos canários, como năo conhecemos o metabolismo destes medicamentos (absorçăo, níveis sanguineos, matabolizaçăo, concentraçăo em tecidos queratinados como pelo e unhas e vias de excreçăo), torna-se difícil determinar corretamente as dosagens e o tempo de uso. Já experimentamos usar em nossos canários o cetoconazol (cetonas, nizoral) na dose de 1 gr, 5 comprimidos triturados, e o itraconazol (sporanox, itranax) 4 cápsulas de 10 mg por kg der farinhadaa seca, por pelo menos 3 meses. Os resultados curativos foram muito pobres, mas algumas unhas onde a doença estava nos estágios iniciais recuperaram o aspecto normal. É importante ressaltar, que a incidęncia de novos casos no plantel diminuiu bastante tendo o medicamento agido preventivamente.

Saúde... "entra pelo bico e se instala com a higiene"

Humberto Heidrich Canela – RSRevista Pássaros ano 8 nro 41/2003Retirado do site Criadouro Kakapo

Iniciamos por uma boa alimentação, sementes limpas e balanceadas: 60% alpiste, 20% colza, 10% niger, 10% aveia variando na muda da pena e nos dias frios com sementes que possuam mais óleo como a linhaça, ocupando o lugar do alpiste em 4%.

Aqui formulamos uma farinhada econômica e rica em nutrientes, que pode ser administrada durante os meses de cria no desmame e na manutenção de todo o plantel, variando as fórmulas abaixo:

- Farinha de milho fina e de boa qualidade 70%

- Amamenta leite em pó vitaminado para animais 10%

- Ovos duro com casca 10%

- Mel puro ,05%

- Farinha de carne ou soja 05%

No enriquecimento da farinha usamos especialmente na muda da pena, cenoura crua para os canários com fator vermelho e nos meses de cria, após a muda da pena todos os canários podem receber cenoura, para fortificarmos os canários, dar brilho as penas e fortifica-las usamos a Emulsão Scott (óleo de fígado de bacalhau) a 1,5% e polivitamínico de alta concentração POLIFORT em pó a 100g dando assim adeus as vitaminas colocadas na água de beber, concentrando tudo na farinhada.

Usamos também em dias alternados ou seja de 4 em 4 dias dois dentes de alho cru,

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Propolina L3, na proporção de 4cm por kilo de mistura. Nos custando por kilo de farinhada U$0,90 que da para tratar de 450 a 500 canários por dia. Processamos toda esta mistura no MULTIPROCESSADOR nos dando assim uma mistura bem equilibrada e de boa textura.

Estamos servindo aos canários e que nos diminuiu em 20% o consumo de sementes, ração inicial para pintos de um dia, o canário seleciona o que lhe convém como sais minerais e outros nutrientes indispensáveis para a manutenção de boa saúde para o plantel. Sirva em um comedouro dentro da voadeira, gaiola ou viveiro aberto do tipo banheirinha para que o canário possa selecionar o que gosta, você obterá ótimos resultados.

Não esqueça de oferecer aos canários folhas verdes como couve, espinafre em dias alternados durante os meses de cria ofereça couve todos os dias, os pais tratam melhor os filhotes. Lave-as bem e certifique-se da origem para evitar defensivos agrícolas.

No capítulo que trata de higiene, troque os papeis do fundo da gaiola em dias alternados, troque o piso de três em três dias cuide com os poleiros limpe-os de quinze em quinze dias. Utilize o pulverizador de mão com desinfetante do tipo pinho-sol a 3% coloque também um pouco de vinagre na mistura para evitar os piolhos dirigindo o j ato para o chão do canaril todas as fezes que você for varre-lo evitando poeira e ao mesmo tempo desinfetando o chão; use também SBP aerosol líquidos em jato rasteiros parai evitar a proliferação de ácaros que tanto nos atormenta é um ótimo acaricida e não prejudica o canários de dez em dez dias.

Vacine os canários antes do acasalamento e após o desmamei com IVOMEC uma gota na cocha arrancando mais ou menos umas trás peninhas friccione com a lateral do conta-gotas após a colocação da gota, agindo como vermífugo e acaricida.

Tudo isto parece difícil mas não é quando se tem amor pela canaricultura e gostamos de transmitir aquilo que na luta do dia a dia nos ensina e nos traz satisfação e resultados, faça o mesmo você também.

COMO PREPARAR VERMIFUGO PARA SEUS CANÁRIOS

Por WILSON TADEU MUNNO

01 COMPRIMIDO DE FLAGIL 25010 GOTAS DE COMPLEXO B01 AMPOLA GLICOSE 50 %

PREPARO:

DILUIR EM UM LITRO DE ÁGUA FILTRADAMINISTRAR DURANTE 05 DIAS

FRATURAS Quando ocorre de a ave quebrar um osso, a primeira providência é retirar os poleiros e colocar água e comida a disposição da ave. Será necessário encanar o osso com gesso

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dissolvido em água ou álcool, que levará mais ou menos um mês para colar. Se for a perna que quebrou, pegue um canudinho de refresco cortado ao meio, coloque as duas partes na perna e passe o gesso, deixando uns 45 dias, após retire o gesso. Se for a asa que quebrou, será necessário cortar todas as penas da asa, dependendo da fratura, tente encaná-la com gesso. Caso não consiga, o melhor e mais correto é levar a ave a um veterinário, que esta mais acostumado a fazer estes serviços.

PREVENINDO DOÊNCAS DOS FILHOTES DE CANÁRIOS

Stella Maris BenezMédica Veterinária Homeopata

Os criadores de canários perdem muito o ânimo, quando verificam que seus filhotes estão doentes. Em contrapartida, os filhotes de canários sofrem muito quando a criação está doente, pois consideramos que todo o criatório necessita de atenção. A finalidade de reconhecer e prevenir as doenças é a geração de filhotes saudáveis e com desenvolvimento pleno de seu potencial genético.

Sintomas gerais das doenças dos filhotes e formas de prevenção e tratamento

Colibacilose

Agente causador: Escherichia coli (bactéria Gram negativa)Sintomas observados nos filhotesFilhotes:· “Pinta preta” observada na lateral direita do abdome dos filhotes, na primeira semana de vida (que significa um aumento da vesícula biliar);· a morte embrionária nos primeiros dias de incubação;· a morte de filhotes na primeira semana de vida;· Alta mortalidade de filhotes na primeira quinzena de vida;· Filhotes com crescimento retardado e morte na primeira semana de vida;· Morte de filhotes mais velhos;· Presença de um mancha amarela dentro do abdômen (retenção do saco da gema) observado no abdome dos filhotes no ninho;· Diarréia amarela, fétida, causada por toxemia (nunca foram encontrados casos de diarréia por E.coli em aves, apenas em suínos);· Diarréia por alteração metabólica por insuficiente função hepática e renal;· Má digestão por retardo nas enzimas biliares;· Problemas de filtração e concentração da urina.· Infecções oculares com formação de massas amarelas de pus dentro dos olhos dos filhotes ainda no ninho.· Excesso de uratos na urina (poliuria), urina leitosa;· Dificuldade respiratória; cansaço; alta mortalidade de filhotes; febre;· Falta de apetite; ausência de sede, mesmo com febre;· Cansaço crônico (Doença Crônica Respiratória: Mycoplasma associado a colibacilose); artrites agudas com inflamação e dores articulares.

Mycoplasmose

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Sinônimos: Doença Crônica Respiratória (DRC); “Doença do Peito Seco”.Agente causador: Mycoplasma gallisepticum, Mycoplasma synoveiSintomas:· Doença Crônica Respiratória (DRC): O Mycoplasma é o agente primário da Doença Crônica Respiratória (DCR). Os sintomas agudos ocorrem a partir da contaminação secundária de bactérias, por exemplo, Escherichia coli. Os sintomas clássicos iniciais são um quadro respiratório crônico, havendo crises agudas quando há queda de resistência e contaminação secundária. Os sintomas respiratórios são progressivos: as aves apresentam ruídos respiratórios de inspiração e expiração; movimentos respiratórios associados ao movimento da cauda em pêndulo; obstrução de narinas; coriza purulenta e escoriante; alteração da forma e aumento do diâmetro das narinas, muitas vezes de forma irreversível; sinusites crônicas, com destruição dos seios nasais.· Artrites crônicas de difícil tratamento; dificuldade de locomoção; articulações inchadas; queda de imunidade crônica do plantel; aparecimento de várias doenças repetitivas; difícil de tratamento; sintomas inespecíficos de uma única patologia;· Surtos freqüentes de patologias oportunistas, como exemplo a Candidiase (sapinho ).· Mortalidade de filhotes no final da incubação (morte do embrião na fase de eclosão do ovo); filhotes que não conseguem sair totalmente do ovo ou que nascem muito debilitados e fracos. (Observação: não existe casca de ovo muito dura, como dizem os criadores, considerada a causa de morte de filhotes, o problema está na falta de saúde do filhote em quebrar a casca e nascer).· Lesão no saco aéreo na primeira semana de vida, observada ao exame de necropsia do filhote ou do ovo com embrião morto.

Salmonelose

Sinônimos: Diarréia branca; “Doença da Pinta-preta”Agente causador: Salmonella ssp. Salmonella gallinarum (atinge especificamente aves), Salmonella typhimurium (freqüente em aves silvestres), S.pullorum, S.bareilly, S.anatum, S.enteritidis, S.thompson, S.orinienburg, etc.Sintomas:· Forma Aguda: diarréia severa de coloração variável entre a cor castanha a avermelhada; “diarréia branca”, que na verdade, é um excesso de uratos na urina (poliuria); febre; perda de peso; perda de apetite e sede; penas arrepiadas; aves emboladas, mancha roxa ou cor de vinho no abdômen (hepatomegalia), pinta preta no lado direito do abdômen dos filhotes com 1 semana de vida (hiperplasia da vesícula biliar); debilidade de filhotes; morte rápida.· Forma Crônica:Artrites crônicas

Coccidiose

Agente causador: Coccidias (Eimeria e Isospora)Sintomas:· Forma subclínica: Aves que não apresentam sintomas, havendo dificuldade no diagnóstico.· Filhotes: Aves mais susceptíveis e frágeis desenvolvem os sintomas mais característicos da doença: mortalidade de filhotes em crescimento e os filhotes de primeira semana de vida, ainda nos ninhos; perda de peso podendo chegar até a síndrome do peito seco; perda da coloração das penas; doenças concomitantes; diarréia

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de ninho; diarréia amarela.· Fezes pastosas, ou com muco; diarréia desde amarelada até com estrias de sangue ou pretas (sangue digerido); alimento mal digerido nas fezes, acompanhado de perda de peso; aumento excessivo de apetite, sendo que algumas aves até dormem ou morrem no comedouro; apatia e prostração; penas arrepiadas; “fêmeas suadas” no ninho, causado pela umidade das fezes dos filhotes com diarréia; ninhos úmidos; cloaca dos filhotes suja; problemas de pele e de muda atrasada.

Micotoxicose

Agente causador: toxinas oriundas do metabolismo dos fungos existentes nos alimentos, fungos estes principalmente do grupo Aspergillus ssp.As toxinas mais comuns nos alimentos são produzidas por: Aspergillus flavus (14 tipos de toxinas), Aspergillus ochracens (ocratoxina do tipo A e B); Fuzarium (produz grande número de toxinas, sendo as mais importantes a Zearalinona e a Trichothecena). São toxinas termoestáveis, ou seja, não são destruídas por nenhuma forma de calor, não existe antídotos contra elas, apenas adsorventes e inibidores para serem usados nos alimentos (ver texto abaixo). Estes fungos acometem qualquer tipo de sementes e cereais, e são destruídos pelo calor. Aquecendo as sementes, tostando ou deixando ao sol, podemos ter uma semente novamente sem fungo, mas as toxinas que já foram produzidas nunca serão destruídas. Estas toxinas são acumuladas no organismo da ave a cada ingestão de alimentos. Para sua desintoxicação, a ave demora 4 meses, pelo menos, para eliminar todas as micotoxinas e deixar os órgãos se regenerarem.Sintomas:· Fatores de influência: Os sintomas dependem: do tipo de fungo; do tipo de toxina; da quantidade ingerida; do tempo de manutenção deste alimento contaminado na criação; das condições de manejo geral do plantel; da qualidade do balanceamento nutricional; do estado de saúde geral das aves; da fase da vida que a ave se encontra.· Filhotes: Diminui o ritmo de crescimento dos filhotes; mortalidade de filhotes no início da incubação; mortalidade de filhotes na primeira semana de vida; morte de jovens e adultos posteriormente aos filhotes. Inicialmente letargia; anorexia; redução do crescimento; penas arrepiadas e asas caídas. Posteriormente, ataxia motora; opistotonos e convulsões.· Geral: Hematomas por fragilidade capilar; morte em 24 horas em casos de grave contaminação; aumenta riscos de infecções secundárias. A micotoxina denominada ocratoxina causa mortalidade alta nas primeiras 24 horas, principalmente por causar lesões renais graves (fezes brancas grudadas na cloaca, a ave força a cauda para baixo, como para limpar a cloaca). A micotoxina F2 produzida pelo Fuzarium, causa queda na postura. A mortalidade pode variar, porém dentro de padrões altos.

Prevenção e Tratamento destas Doenças· O filhote hidratado revigora-se após as fases de debilidade, doença, susto ou choque térmico; consegue restabelecer as defesas orgânicas durante períodos de mudanças bruscas de temperatura, doenças gastro-intestinais, durante e após o tratamento de doenças infecciosas e após uso de antibióticos. Use o soro antistress e soro de torneio Hidrafort na dose de 1 grama em 50ml de água até 10 dias.· A coccidiose é uma grande causa da morte de filhotes de primeira semana de vida e filhotes no desmame (usamos em nosso criatório o Coccinon Vitasol na dose de 20g por litro durante 20 dias, podendo ser usado de forma contínua, e dose de 40 a 60 gramas

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por litro apenas 4 dias para tratamento.· NalytH Baby é usado no desmame e na primeira semana de vida. Indicamos a realização de exames de fezes no período de muda e na pré-reprodução. Estes produtos são agregados a papinha Energet.· Probióticos promovem modulação da flora intestinal das aves, e controle da proliferação de bactérias e leveduras patogênicas, que provocam quadros de diarréia. Previne a diarréia de ninho, auxilia na redução da “pinta preta” e na retenção do saco da gema nos filhotes. O uso deve ser anterior ao nascimento dos filhotes pois, prepara a flora do trato digestivo dos pais antes do nascimento dos filhotes, para que estes já recebam alimento com a flora microbiana saudável (ProbLac Plus).· Os ácidos orgânicos incrementam a eficácia alimentar; auxiliam na manutenção da criação nos períodos de stress, estimulam o sistema imunológico, auxiliam nas respostas vacinais, favorecem a conversão alimentar. Prevent é indicado e promove o controle da flora intestinal, diminuindo diarréia, controlam o crescimento de fungo e bactérias dos alimentos; e agem na prevenção e controle da Salmonelose e Colibacilose dos filhotes.· As lesões de patas, a pinta Preta ou Salmonelose e a Colibacilose tem respondido bem a antibióticos de largo espectro e suplementação nutricional, respectivamente Ampicilon (dose de 20gramas em 1 litro de água 7 dias) e o Rovital-C (dose de 5 gramas em 1 litro 5 a 7 dias seguidos e manutenção 2 vezes por semana naágua de bebida dos filhotes e adultos).

CUIDADOS COM OS PÉS DOS CANÁRIOS

Wilson Tadeu Munno

A cada dia que passa a tecnologia ornitológica evolui mais e novas técnicas surgem para que possamos utilizá-las em nosso criadouro.

Fico surpreso em ouvir dos colegas criadores que perdeu um belo espécime por causa de picadas de insetos ou fungos no pé de seus canários. As vezes no intuito de sanar esta enfermidade os colegas acabam quando não matando, muito das vezes mutilando seus canários.

A vários anos eu e alguns criadores de São Carlos temos usado o Iodo Fucsina, (preparado em qualquer farmácia de manipulação) passado com cotonete na lesão e após usa-se uma pomada de nome Tobrex (pomada oftalmologica) repita esta operação por 3 a 4 dias e você verá o resultado.

Este Iodo Fucsina também pode ser usado com sucesso em sarna de canário, e também nos pés dos mesmos quando estiverem com parasitas.

Tente esta receita e deixe de mutilar ou até mesmo matar seus canários, boa sorte!

Obs: (Fórmula: Iodo a 2% e Fucsina a 0,2%)

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ÁCAROS

Revista ACCJ Junho/98

1. Cytodites Nudus(Ácaro dos Sacos Aéreos das Aves)Este ácaro também vive nos brônquios, traquéia, fígado, rins e coração das aves.Os sintomas são:Emagrecimento, perda de apetite, tosse, estertores e liberação de muco sanguinolento da traquéia.Tratamento:Administre um expectorante (iodeto de potássio e benzoato de sódio).2. Dermanysus Gallinae(Ácaro que ataca o corpo dos pássaros)Causa sérios danoas à criação. Devido à quantidade de ácaros que infesta cada pássaro, leva rapidamente à anemia e, se não for combatido, leva à morte. Chamado de vermelhinho, parasita também o homem.Os sintomas são:Tristeza, mucosas pálidas, emudecimento e perda do apetite; a plumagem perde o brilho e as penas das asas e da cauda apresenta-se como se estivessem roídas.Tratamento:Pulverizações do produto Dipterex, usado em dosagens a 0,15%, podendo ser aplicado tanto nas aves quanto nas instalações. Cuidado com comedouros e bebedouros. Pode-se também utilizar creolina nas instalações.3. Knemidokoptes jamaicensis(Ácaro da Sarna Podal dos Canários)As fêmeas escavam galerias nas patas, onde há a formação de crostas, sendo que estas ficam repletas de ácaros em diferentes fases de desenvolvimento.Diagnóstico diferencial:Não confundir com popilomatose das patas (unilateral).

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Tratamento:Benzoato de benzila 25% e enxofre (pó) dissolvido e misturado em vaselina líquida.4. Kenemidokoptes pilae(Ácaro da Sarna Cnernidocóptica dos periquitos)Aspecto dorsal e ventral.Há inflamação e exsudado inflamatório nas patas e bico, que desaparecem, dando formação a um tecido esponjoso.Tratamento:Benzoato de benzila 25% e enxofre.5. Protoplylloes gaíndarinua(Ácaro das penas da cauda e asa das aves)Tem erroneamente o nome de lêndea.Tratamento:Usa-se álcool (embebido numa escovinha) para limpeza das penas, pois tem efeito mortal para esses ácaros. Não utilizamos o éter porque o seu emprego em quantidades maiores pode ocasionar lesões no cérebro do pássaro.

6. Sternostoma tracheacolum(Ácaro da Asma–Fole-de-Canário)Esse ácaro ataca as vias respiratórias e o pulmão do canário, e parasita à traquéia, os brônquios, os sacos aéreos, o parênquima pulmonar e o fígado.Os sintomas são:Ruídos respiratórios resfolegantes, anemia, dispnéia, ausência de canto; o pássaro abre freqüentemente o bico e tenta limpa-lo no poleiro.Transmissão:Contato direto do animal infectado para o sadio.Tratamento:Para a inflamação dos sacos aéreos dá-se antibiótico de largo espectro e polvilha-se a gaiola, coberta por um pano, com um produto acaricida durante 5 minutos, com as aves expostas. Repete-se o tratamento por mais duas horas.7. Syrongophilus bipectinata(Ácaro do Canhão das Penas das Aves)As penas ficam repletas de material seco e acumulado onde se encontram os ácaros, caem e pode haver inflamação. No periquito ataca a base das penas, ocasionando a queda das mesmas, deixando a área onde estavam implantadas com aspecto crostoso. Tem a cor castanho-escuro.Tratamento:Aplique diretamente sobre o pássaro, produtos fosforados (Malathion, Malatol) que atingem tanto piolhos como ácaros ectoparasitas. Evite que os produtos caiam na água e nos alimentos.

PROBLEMAS COM PÉ E PERNAS

Revista AOMAR 2004

Um dos problemas rotineiros observados em criações de passeriformes é lesão nas patas e nos pés. Como sinais clínicos destas lesões, dependendo do agente causador, podemos

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observar claudicações, manifestações de dor, coloração avermelhada em articulação, prurido, inchaços das articulações descamações da pele e até sangramento. Para se chegar a um diagnóstico do problema é preciso uma avaliação conjunta dos seguintes fatores: observação atenta da gaiola onde a ave se encontra alojada, a qualidade do alimento fornecido e exame clínico completo da(s) ave(s), analisando além dos órgãos afetados, outros sistemas, para se verificar se o quadro é localizado ou sistêmico.Diversas são as causas, infecciosas, distúrbio metabólicos, traumáticos, deficiências nutricionais, alterações comportamentais, neoplasias, ação por agentes físicos. Iremos discorrer brevemente sobre os mais comuns, que são: agentes infecciosos (bacterianos, fúngicos, virais ou parasitários), traumatismos, deficiências nutricionais, distúrbios metabólicos.

1)Origem traumática – Pode ocorrer por traumas nos poleiros, com fissuras na pele do coxim plantar seguida de infecção bacteriana secundária. A presença de ave agressiva dentro de uma gaiola junto com outra ave, ocasionando traumatismo desta última. Automutilação por stress. Colocação de anilhas fora do padrão com constrição da perna e conseqüente necrose tecidual chegando à perda do pé. Fraturas também podem ocorrer.

2)Origem metabólica – A gota articular geralmente acomete as articulações dos coxins plantares (dedos) e tíbiotarso-metatarseana. Provocada pela deposição de ácido úrico nestes pontos. Comuns em dietas ricas em proteínas.

3)Origem infecciosa – Quadros de pododermatitesA ) Bactérias – agente como Staphylococcus aureus, agente mais freqüente, Pseudomonas aeruginosa, Mycobacterium tuberculosis, geralmente associados a processos primários. Diagnosticados com base em cultura, biópsia e citologia.B ) Fungos – Aspergillus, Dermatophyto. Podem atuar como agentes primários ou serem secundários a processos imunodepressivos. Podem estar associados à infecção bacteriana.C ) Virais – Provirus (Bouba aviária), Herpes virus, Papilomatode. Diagnóstico mais difícil pela natureza do agente e o tipo de material a ser coletado.D ) Agentes parasitários – Knemidocoptes sp. Geralmente provocam quadros de prurido intenso nos pássaros e descamação de tecido.

4)Deficiências nutricionais – deficiências de zinco, manganês, vitamina A, ácido fólico, biotina que podem ser cause de lesões na pele. Alimentação desbalanceada em termos de cálcio e fósforo, que podem dar causa à fraturas.

Como comportar-se quando um sujeito adoece?

O isolamento do doente num outro local, dentro de uma "gaiola enfermaria" ou em uma gaiola recoberta por um xale de lá (deixando aberto só na frente), talvez apoiada sobre dois baldes invertidos, com adequada distância um do outro, colocando entre os dois baldes um soquete sob a gaiola com uma lâmpada de 40 ou 60 watts acesa (que aquece o interior da gaiola com temperatura entre 22 a 26° C, medida com termómetro) é a primeira coisa a se fazer para evitar a difusão de eventuais doenças contagiosas.Se o sujeito apresenta o ventre inchado e avermelhado, me comporto como se segue. Aqueço-o como acima foi dito. Observar o sujeito: se tem a plumagem normal, não fofa, e o bico fechado (tem o bico aberto se existe uma doença do aparelho respiratório)

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significa que a temperatura está certa; se tem a plumagem fofa, significa que faz frio; se tem a plumagem muito aderida e o bico aberto com respiração ofegante, a temperatura, neste caso, está excessiva).

A - Suspender a administração de verduras e de pastas;

B - Oferecer uma mistura de sementes frescas e não muito rica em gorduras (sem niger; são ótimas as sementes de alpiste, perila e alface branca);

C - A cada manhã, em um bebedouro de 50cc, colocar na água de beber (melhor se água oligomineral leve) 10 gotas de Fordin(r) (Formenti) adicionada a 4 ou 5 gotas de um bom vinagre. À tardinha retirar tudo, renovando a solução na manhã seguinte, isto por 3 a 4 dias seguidos;

D - Sucessivamente, em dias alternados, por 5 a 6 dias consecutivos, administrar um integrador biológico, à base de lactofermentos vivos e vitamina do complexo B: Neo-lactoflorene(r) (Monte Farmaco), para uso humano, que se adquire em farmácia sem receita, em 7 flaconetes. Dose: o conteúdo de um flaconete em meio litro de água (manter tudo em refrigerador).

Normalmente, depois de alguns dias do referido tratamento, as aves se restabelecem plenamente. Se são notados sinais de fígado hipertrófico (mancha escura no lado direito do abdome) não é necessário o isolamento em outro local, mas em uma pequena gaiola no mesmo local. Inicia-se o seguinte tratamento:

l - Administrar uma mistura de sementes frescas e com pouca gordura;

2 - Oferecer um hepatoprotetor, por ex. Polievo(r) na apresentação injetável (não usar o produto em suspensão nem em comprimidos; é necessária uma receita médica ou veterinária), para uso humano, em farmácia. É a base de aminoácidos sulfurados. Dose: uma ampola para cada litro d'água oligomineral leve (duas ampolas/litro nos casos mais graves), durante 6 a 8 dias seguidos;

3 - Abolir verduras e pastas.Nota: o Polievo(r) tem se demonstrado muito útil durante a muda e com os sujeitos recém-adquiridos. Se após 15 dias do início do tratamento o sujeito não responde positivamente, há a possibilidade de se estar diante de uma hepatite micótica (candidíase etc.) quase sempre acompanhada de fezes moles e esbranquiçadas; se, ao contrário, as fezes são diarréicas, extensas, e/ou esverdeadas, é provável a presença de uma salmonelose ou uma colibacilose,ou ambas.

Doenças comuns

CARÊNCIA DE VITAMINAS

Falta vigor, queda de penas fora de época e falta de apetite. Os machos não cantam e de

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modo geral pássaro fica adormecido durante o dia no fundo da gaiola. Oferecer 5 gotas de Potenay B12 ou Vita-Gold em bebedouro de 60 ml de água, diariamente. Alternar com Ferro SM no bebedouro por período de 15 a 20 dias. Alimentação enriquecida com maça, jiló e verduras em dias alternados durante 30 dias. Banhos nos dias quentes e sol durante 15 minutos no horário da manhã. A farinhada com ovo cozido não deve faltar.

Doenças comuns

ÁCAROS RESPIRATÓRIOS

Acesso asmático repentino, porém mais freqüente à noite e à tardinha, ou depois de se alimentar. Respiração penosa, sibilante, com assobio. Acesso de tosse com expectoração contento muitas ácaros. Plumagem em desalinho, abertura do bico sincronizada com os movimentos respiratórios. Após as crises, os pássaros voltam ao estado de aparente normalidade. A presença de ácaros respiratórios Sternostoma Traqueacolum - ocorre, em maior ou menor grau, na maioria dos criadouros. Isolar o pássaro doente. Desinfetar as gaiolas todos os dias com solução Biocid na proporção 2 ml por litro de água. Aplicar vacinação adotando o processo de arrancar algumas penas da coxa do pássaro, esfregando, levemente, uma gota de Ivomec. A medição deve ser repetida 15 dias após e na segunda aplicação da vacina não havendo melhora do pássaro, o mesmo não está acometido de ácaros, devendo ser tentado outro tratamento.

Doenças comuns

PIPOCAS DA PATAS

Inchação das juntas e furúnculos nas patas. Aplicar pomada Nebacetin até a cura e dar na água 5 gotas de Benzitrat.

Doenças comuns

DOENÇA RESPIRATÓRIA

(crônica) - D.R.C Dificuldade de respiração, espirros, corrimento nasal e ocular. Esta doença é bastante semelhante a coriza. Tylan 200 (1 gota no bico), Linco Spectin (1g em 1,5 I. de água), Ofticor (2 gotas no bico). Tratamento de 1 semana.

Doenças comuns

COLIBACILOSE

Sonolência. Falta de apetite. O pássaro se retira para um canto da gaiola. Diarréia esverdeada que deixa as penas ao redor da cloaca sujas. Vômitos freqüentes de alimentos misturados a uma substância e a um fluido esverdeado. Nesses casos a

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mortalidade é muita elevada entre o primeiro e o segundo dia. Dentre outros, mencionamos: Zooserine, quemicetina solúvel, Cloranvex e Gentamicina (colírio 1 gota no bico). A medicação deve ser oferecida conforme a bula.