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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A AFETIVIDADE NAS RELAÇÕES SOCIAIS E FAMILIARES E
SUA INTERFERÊNCIA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
MONICA BANDEIRA DE MOURA ALVES
ORIENTADOR: Prof. Solange Monteiro
Rio de Janeiro 2016
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia. Por: Monica Bandeira de Moura Alves
A AFETIVIDADE NAS RELAÇÕES SOCIAIS E FAMILIARES E
SUA INTERFERÊNCIA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Rio de Janeiro 2016
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AGRADECIMENTOS
Agradecer é admitir que houve um momento em
que se precisou de alguém, é reconhecer que o
homem jamais poderá lograr para dentro de si o
dom de ser auto-suficiente.
Agradeço a todos que de forma direta e indireta
colaboraram para a realização deste sonho.
Aos professores que passaram por nossas vidas
deixando marcas, palavras de incentivo, olhares
de apoio. Mais que professores tornaram-se
amigos.
À minha orientadora, Solange Monteiro, pelo
auxílio e encorajamento.
Aos amigos, que compartilharam comigo
felicidades e tristezas durante este ano.
Aos amigos de trabalho que através do apoio e
incentivo me ajudaram a vencer essa etapa.
À minha irmã, à minha discipuladora e ao meu
grupo de discipulado por tantas orações.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a Deus que
foi a minha força nos momentos difíceis durante o
percurso, que por misericórdia me fez romper o
medo e a insegurança, me deu sabedoria, vida e
força para chegar até aqui. A Ele toda honra e
toda a glória!
E ainda de forma muito especial, ao grande amor
da minha vida, meu esposo, Gilberto Alves Júnior,
que foi meu cúmplice em cada trabalho, cada
apresentação, incansavelmente esteve ao meu
lado e com muita paciência suportou toda a minha
histeria, sem ele eu não teria conseguido.
Aos meus filhos, Thiago e Marcos Filipe, que
ainda tão pequenos tiveram que compreender
cada vez que tive de renunciar e sacrificar
momentos de lazer com eles para concluir
trabalhos...
E finalmente aos meus pais, Edmar e Alda que
são o meu exemplo de persistência e superação.
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RESUMO
O presente estudo tem como objetivo despertar profissionais da
educação e familiares sobre a importância da afetividade no processo de
aprendizagem do aluno, especialmente na alfabetização, onde podem surgir
diversos obstáculos que obstruem o desenvolvimento acadêmico. Outro
aspecto que rege este trabalho é conscientizar sobre a relevância do olhar
peculiar do psicopedagogo na escola e sua atuação como mediador na busca
de uma aprendizagem mais significativa.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada para realização deste estudo caracteriza-se
por uma pesquisa bibliográfica que reuniu diversas literaturas, revistas, artigos
e sites eletrônicos que fundamentaram este trabalho.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Algumas considerações sobre afetividade 11
CAPÍTULO II
Principais dificuldades apresentadas no processo de leitura e escrita 18
CAPÍTULO III
A atuação do psicopedagogo no processo ensino aprendizagem 27
CONCLUSÃO 34
BIBLIOGRAFIA 36
ÍNDICE 38
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INTRODUÇÃO
Este projeto tem como assunto a afetividade, por ser essa, alvo de
inúmeros estudos que visam provar que a criança, desde recém-nascida,
depende de estímulos e que a ausência de afeto traz sérios danos ao seu
desenvolvimento emocional e cognitivo. O tema a seguir abordará o olhar do
Psicopedagogo sobre a afetividade nas relações sociais e familiares.
A alfabetização é, sem duvida, um período de muita importância na
vida escolar de uma criança. É preciso deixar os brinquedos de lado e
preocupar-se com os cadernos, alguns pais estão ansiosos para verem seus
filhos lendo e escrevendo, outros não demonstram interesse pela vida escolar
dos mesmos e o professor tem pressa para ver os resultados do seu trabalho.
É um ano de muitas cobranças. A transição da educação infantil para o ensino
fundamental é muito significativa para a criança e necessita ser feita com muita
afetividade por parte do professor, dos pais e familiares, caso contrário, uma
série de dificuldades pode surgir no processo de alfabetização. E essa tarefa
se torna cada vez mais difícil visto que a sociedade vive um verdadeiro caos
nos relacionamentos. Valores importantes como família e respeito estão sendo
minados dia após dia. Atualmente o modelo tradicional de família assumiu
novas formas. A evolução social trouxe alterações diretas ao núcleo familiar e
ao conceito família, regulamentando e reconhecendo novas concepções da
mesma. A família tradicional patriarcal do início do século passado tinha uma
visão extrema, onde a dissolução do casamento era vetada e a chefia destas
famílias era do marido. Hoje temos a família monoparental composta por mães
solteiras, mães divorciadas, filhos criados apenas pelo pai, filhos criados pelos
avós, filhos que vivem com um dos pais e sua nova família, filhos de uniões
homoafetivas... Toda essa mudança não para por aí. Hoje a mulher necessita
trabalhar para ajudar no sustento da casa ou ser mesmo a única provedora do
lar. E quem cuida de seus filhos? Quem os educa? Quem auxilia nas lições de
casa?
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Toda essa transformação acaba por se refletir na escola atingindo a
todos, não importando a faixa etária e nem mesmo a classe social. Dessa
forma foi se atribuindo à escola algo que é de responsabilidade da família,
espera-se que a escola cuide e supra a necessidade de afeto que a criança
deveria receber em casa. Muitas das dificuldades encontradas hoje, em sala de
aula, são resultados da desestruturação familiar que fatalmente ocasiona a
falta de afetividade nas relações familiares e sociais.
Na tentativa de amenizar sua culpa, os pais se enganam e cometem
vários outros erros: Existe uma falsa idéia de que a criança se satisfaz
realizando várias tarefas. Logo eles pensam: “Quanto mais eu ocupar o tempo
dele menos ele sentirá minha falta...” Buscam então escolas de turno integral,
balé, futebol, judô, natação, aula de inglês, etc.
Outro erro é acreditar que os presentes irão preencher a
necessidade de afeto da criança, mas eles só servem para aliviar a consciência
dos pais. A criança não necessita de brinquedos caros ou de eletrônicos de
última geração e sim de presença e atenção. O que eles querem é brincar com
os pais, correr na praça e se lambuzar tomando sorvete.
As crianças possuem dificuldades para expressar seus sentimentos
com clareza, mas de alguma forma e em algum momento, elas irão fazê-lo.
Tentarão de algum modo dizer “Ei! Alguém pode me ver? Estou Aqui!!! Preciso
da sua atenção!!!” E normalmente isso acontece na escola. Indisciplina,
agressividade, falta de interesse, falta de concentração... Muitos
comportamentos nada tem haver com o clínico e sim com a afetividade e
família.
Este projeto segue a linha de pesquisa da construção e diversidade
de saberes: cultura e desenvolvimento pessoal. As constatações acima
apresentadas nos remetem à seguinte reflexão: O olhar do Psicopedagogo
sobre a afetividade nas relações sociais e familiares pode auxiliar no
processo ensino-aprendizagem?
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Compreender a importância da afetividade no processo de
alfabetização. Investigar de que maneira a falta de afetividade gera dificuldade
na aprendizagem. Esclarecer o papel do Psicopedagogo na instituição escolar.
Enumerar as principais dificuldades apresentadas na alfabetização. São os
objetivos desse trabalho.
Para que haja um desenvolvimento pleno e saudável na criança é
preciso considerar várias questões, a afetividade é uma delas. A relação de
afetividade que a família e o professor estabelecem com o aluno irá interferir de
forma positiva ou negativa no seu processo de alfabetização?
A escolha do tema afetividade se deve à experiência pessoal que
tive ao observar a relação familiar nas minhas turmas de alfabetização. A cada
ano, me deparei com a mesma situação: Pais com sentimentos confusos e
totalmente perdidos a respeito da educação dos filhos! Alguns são super
protetores, outros são permissivos, e tem ainda aqueles que erram por cobrar
demasiadamente.
De um lado temos pais inseguros, do outro, professores estafados
com uma turma superlotada e certos de que não vão resolver todos os
problemas do mundo.
Ciente de que o primeiro ano escolar será de grande importância
para o desenvolvimento acadêmico do aluno, passei a observar as orientações,
estímulos e afeto oferecidos aos mesmos por seus familiares e professores.
Realizei o presente projeto com o objetivo de compreender melhor a influência
da afetividade no processo de alfabetização.
Num primeiro momento, trataremos de algumas considerações
sobre afetividade na proposta de Henri Wallon, Jean Piaget e Vygotsky. No
capitulo 2 apresentaremos as principais dificuldades no processo de
construção da leitura e escrita. E por último, falaremos da atuação do
psicopedagogo auxiliando no processo de aprendizagem.
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CAPÍTULO I
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AFETIVIDADE
Para compreender o processo de desenvolvimento afetivo será
abordado, primeiramente, como ocorre o desenvolvimento do conhecimento
humano nas perspectivas de alguns teóricos. Veremos a seguir o conceito de
afetividade na proposta de Jean Piaget, Vygotsky e Henry Wallon.
1.1 Jean Piaget, Epistemologia genética
De acordo com o artigo de Vera Maria Ramos de Vasconcellos,
Faculdade de Educação - UFRJ, para Piaget, o desenvolvimento cognitivo
ocorre através da interação do sujeito com o meio, a partir das estruturas que o
sujeito já possui. Ou seja, através de auto-regulação. Podemos entender o
meio aqui como um brinquedo, um livro ou um amiguinho.
Em sua teoria, Piaget diz que o processo de aprendizagem acontece
da seguinte forma: o sujeito assimila (contato com o mundo exterior), acomoda
(acionamento dos esquemas) e adapta, criando novos esquemas para serem
utilizados em aprendizagens posteriores. Para Piaget, a maturação biológica é
o principal fator para que ocorra a aprendizagem, sendo a interação social um
fator secundário.
Segundo Taille (1992), no livro Teorias psicogenéticas em
discurssão, Piaget costuma ser criticado por “desprezar” o papel dos fatores
sociais no desenvolvimento humano. Porém o que ocorreu foi que Piaget não
se aprofundou de fato nesta questão, estudando tão somente a interação social
do ponto de vista do desenvolvimento da inteligência. Para melhor
compreensão, se faz necessário ver a definição de Piaget acerca do homem
como um ser social:
O homem normal não é social da mesma maneira aos seis meses ou aos vinte anos de idade, e, por conseguinte, sua individualidade não pode ser da mesma qualidade nesses dois diferentes níveis. (PIAGET 1977 apud TAILLE 1992 p.12)
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Piaget entende que o homem somente é um ser social quando há
uma qualidade de troca intelectual e quando tal troca atinge o equilíbrio. Como
resultado de vários anos de pesquisa, Piaget tornou-se o primeiro a formular
uma teoria coerente e explicativa sobre os estágios do desenvolvimento
psicogenético da inteligência humana. Sua teoria depende de quatro
elementos:
1- Maturação do sistema nervoso;
2- Experiências físicas e lógico-matemáticas;
3- Transição social;
4- Equilibração das estruturas cognitivas.
1.1.1 Estágios do desenvolvimento
• Sensório-motor: (0 a 2 anos). A criança busca adquirir coordenação
motora e aprender sobre os objetos que a rodeiam. Período em que a
criança capta o mundo pelas sensações.
• Pré-operatório: (3 a 7 anos). A criança adquire a habilidade verbal e
simbólica. Nesse estágio, ela começa a nomear objetos e raciocinar
intuitivamente, mas ainda não consegue realizar operações
propriamente lógicas.
• Operatório concreto: (8 a 12 anos). A criança começa a formar conceitos
como os de número e classes. Possui lógica consistente e habilidade de
solucionar problemas concretos.
• Operatório formal: (12 em diante). O adolescente começa a raciocinar de
forma lógica com hipóteses.
No estágio sensório-motor não há uma real socialização da
inteligência, como afirma Piaget, é somente na fase pré-operatória, a partir da
aquisição da linguagem, que se iniciará uma socialização efetiva da
inteligência, com algumas limitações devido à incapacidade de aderir a uma
escala comum de referência, condição necessária ao verdadeiro diálogo; isso
ocorre devido ao fato de a criança ainda não conservar suas definições durante
a conversa; e de ter extrema dificuldade em se colocar no ponto de vista do
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outro, o que caracteriza o pensamento egocêntrico como definiu Piaget.
1.1.2 O Desenvolvimento do Juízo Moral e a
Afetividade na teoria de Jean Piaget
Emannuelle Oliveira, em seu artigo: Desenvolvimento afetivo na
criança, diz que para Piaget, a afetividade não se restringe somente às
emoções e sentimentos e, como toda conduta, tem como objetivo a adaptação,
pois o desequilíbrio reflete uma impressão afetiva particular e a consciência da
necessidade. Para ele, as noções de equilíbrio e desequilíbrio tem um
significado essencial no ponto de vista afetivo e cognitivo, levando-o a refletir
sobre os processos de assimilação e acomodação afetivas. Tendo a
assimilação o interesse principal no “eu” e a compreensão do objeto como tal, e
a acomodação é o interesse relativo e o ajuste dos esquemas do pensamento
aos objetos.
Piaget apud Taille (1992) faz um comentário sobre o eixo principal
das idéias no seu livro Juízo Moral, acerca da concepção da relação entre
afetividade e cognição). Dizendo que o desenvolvimento humano acontece na
medida em que a criança desenvolve o seu juízo moral (evolução da prática e
da consciência de regras) que se dividem em três etapas:
• Anomia: Crianças de até cinco anos não seguem regras coletivas.
• Heteronomia: A criança entre nove e dez anos, em média, obedece, mas
não assimilou ainda o sentido da existência de regras. Esta fase se
denomina realismo moral e se caracteriza pela obediência da criança às
regras impostas pelo adulto ao pé da letra, fazendo um julgamento das
consequências dos atos e não da intenção.
• Autonomia: Compreensão da razão das regras. Superação do realismo
moral.
O ingresso da criança no universo moral certamente se dá pela aprendizagem de diversos deveres a ela impostos pelos pais e adultos em geral: não mentir, não pegar as coisas dos outros, não falar palavrão, etc. (TAILLE,1992 p. 51)
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1.2 Henri Wallon, a afetividade e a construção do sujeito
Segundo artigo publicado na revista Nova Escola, Henri Wallon foi o
teórico que mais se aprofundou nos estudos sobre afetividade. Em sua teoria,
defende que ela é um dos aspectos centrais no desenvolvimento da criança,
mas não atua sozinha. É necessária a atuação de forma integrada das
dimensões motora, afetiva e cognitiva. Wallon defende ainda que o
desenvolvimento depende tanto da capacidade do sujeito como do meio que o
afeta.
A criança em desenvolvimento passa por diferentes fases
comportamentais denominadas por Wallon como:
• Impulsivo-emocional (0 a 1 ano) - Nessa fase a função que predomina é
a afetividade. Segundo Dér (2004), a criança é ser afetivo desde o
nascimento, quando estabelece um laço de afetividade com a mãe por
ela satisfazer suas necessidades promovendo-lhe uma agradável
sensação de bem estar.
Ao nascer, a criança não se percebe como individuo diferenciado dos demais. Ela se encontra ligada ao seu meio ambiente, particularmente à mãe, por meio de uma íntima relação, estabelecida ainda na fase uterina, denominada por Wallon (1975) simbiose fisiológica. (DÉR, 2004, p. 63)
• Sensório motor e projetivo (1 a 3 anos) - A inteligência prepondera.
Conforme Dér (2004), nessa fase as relações recíprocas entre as
crianças já evoluíram. Buscam amigos para brincar, imitam, utilizam os
mesmos brinquedos e são capazes de realizar uma mesma tarefa. Por
volta dos dois anos são capazes de efetuar trocas, interrogam e julgam
as condutas dos amigos.
• Personalismo; (3 a 6 anos) - O estágio do personalismo consiste na
“necessidade que a criança tem de reconhecer a sua existência e de
sentir sua própria independência em relação ao outro” como explica
DÉR, (2004). Esta fase é bastante egocêntrica, nela a criança vive três
etapas: fase da oposição, sedução e imitação em que está muito
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acentuada a exteriorização, expansão do eu e confronto eu-outro. De
acordo com Dantas (1992):
É este drama que ocupa dominantemente o quarto, o quinto e o sexto ano, numa sucessão de manifestações que vão desde a rebeldia e o negativismo em estado quase puro, à sedução do outro e depois à sua imitação. (DANTAS, 1992, p. 95)
• Categorial (6 a 11 anos) - Por volta dos 6 ou 7 anos o exercício social
permite à criança tomar consciência de sua personalidade polivalente.
• Puberdade e adolescência (11 em diante) - Uma crise se instala na
criança por volta dos onze anos, marcando o início da adolescência.
Fazendo-a experimentar profundas transformações, que a torna repleta
de sentimentos e atitudes ambivalentes, conforme afirma DÉR (2004).
As idéias de Wallon estão fundamentadas em quatro elementos: a
afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa.
• Afetividade: São funções responsáveis pelas emoções (ativação
fisiológica), sentimentos (ativação representativa) e paixão (ativação do
auto controle).
• Movimento: Refere-se à possibilidade de deslocar-se no tempo e no
espaço e ao equilíbrio corporal.
• Inteligência: Funções voltadas para o desenvolvimento cognitivo.
A formação do eu como pessoa representa a integração de todas as
funções. Dantas (1992), diz que o ser humano é afetivo desde o seu
nascimento e que “A afetividade e a inteligência estão sincreticamente
misturadas, com o predomínio da primeira”. Segundo a autora, a afetividade
passa por três grandes momentos: Afetividade emocional ou tônica; afetividade
simbólica e afetividade categorial. O primeiro diz respeito a manifestações
somáticas de pura emoção, onde as trocas afetivas dependem da presença do
outro. Num segundo momento, após a construção simbólica há um ajuste fino
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na comunicação afetiva e no terceiro e último momento da construção da
afetividade ocorre exigências racionais às relações afetivas. Para Dantas
(1992), a construção do sujeito se faz pela interação com o objeto por meio da
integração entre inteligência e afetividade.
1.3 Vygotsky e a afetividade no processo de desenvolvimento
social da criança.
Teresa Rego (2012), professora da Faculdade de Educação
Universitária de São Paulo, em artigo publicado na Revista Nova Escola, diz
que Vygotsky atribuía “um papel predominante às relações sociais nesse
processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento
é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo”. Segundo a autora,
Vygotsky se opõe teoricamente ao biólogo Jean Piaget que atribuiu mais
importância aos processos internos do que aos interpessoais. A teoria
Vygotskiana, enfatiza a relação do homem e o seu meio. “Na ausência do
outro, o homem não se constrói homem”, escreveu o psicólogo. Para o autor a
formação ocorre de forma dialética entre sujeito e sociedade, onde o homem
modifica o meio e o meio modifica o homem.
Segundo Oliveira (1992), a teoria de Vygotsky acerca da afetividade
é fundamentada na indissolução de quaisquer dimensões humanas como
corpo/alma, mente/alma, material/não-material, pensamento/linguagem e
cognitivo/afetivo. “A separação do intelecto e do afeto, diz Vygotsky, enquanto
objetos de estudo, é uma das principais deficiências da psicologia tradicional.”
Vygotsky utilizou termos como “funções mentais” e “consciência” quando se
referiu a processos como pensamentos, memória, percepção e atenção.
Vygotsky fez ainda uma distinção entre funções mentais básicas (reflexos) e
funções mentais superiores (atenção voluntária e memória). Em sua concepção
não há como compreendê-las separadamente, sua essência é serem inter-
relacionadas com outras funções. Um dos principais conceitos da teoria de
Vygotsky é o da zona de desenvolvimento proximal e zona de desenvolvimento
real. Segundo sua teoria sobre zona de desenvolvimento, as crianças são
diferentes, pois possuem ritmos diferentes uma das outras, tendo, portanto
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maneiras e tempos particulares que tornam seu aprendizado individual.
Perceber os alunos como possuidores de habilidades distintas, facilita o
processo de desenvolvimento infantil que segundo o teórico constitui-se em
dois pontos:
• Zona de Desenvolvimento Real: Engloba as habilidades e
conhecimentos adquiridos pela criança. Ou seja, o que ela conseguiu
fazer sozinha.
• Zona de Desenvolvimento Proximal: Onde com o auxílio de um
mediador, a criança avança em seus conhecimentos e capacidades.
Segundo Vygotsky “a zona proximal de hoje será o nível de
desenvolvimento real amanhã”.
Ainda segundo, Oliveira (1992), na teoria Vygotskyana o
aprendizado antecede o desenvolvimento. Para ele, a criança aprende ao
interagir com o meio social que se constitui por um colega ou professor que
atua como um facilitador, para somente após a aprendizagem (social)
ocorrer o desenvolvimento (biológico).
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CAPITULO II
PRINCIPAIS DIFICULDADES APRESENTADAS NO PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA
É cada vez mais comum a queixa e o relato de pais e professores a
cerca da dificuldade de aprendizado das crianças.
A aprendizagem, segundo Topczewski (2000) é a capacidade que o
individuo tem de perceber, conhecer, compreender e reter na memória as
informações obtidas. O aprendizado necessita de estruturas cerebrais íntegras
e devidamente maduras, entretanto somente isso não é suficiente, é
necessário a integração cerebral com outras áreas, como a visual, auditiva e
motora para que o aprendizado desejado ocorra com sucesso. É possível
observar ao longo das décadas a dificuldade que as crianças tem no processo
de alfabetização. As estatísticas que vem sendo apresentadas anualmente
pelas Secretarias Estaduais de Educação indicam que não houve progresso
segundo nota da autora.
Pode-se dizer que, nesse inicio de século XXI, o problema permanece; a diferença é apenas que, hoje, os alunos não rompem a barreira do 1º ciclo, que substituiu a 1ª serie como etapa de alfabetização, ou, no caso de sistemas que optaram pela progressão continuada, passam ao ciclo seguinte ainda não alfabetizados.( SOARES, 2013 p.14)
As causas dessas dificuldades estão relacionadas a uma pluralidade
de enfoques:
• Problemas com os alunos, questões de saúde, psicológica ou de
linguagem;
• Contexto cultural do aluno, ambiente familiar e vivências socioculturais;
• Incompetência profissional do professor, formação inadequada;
• Métodos ineficientes;
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• Material didático inadequado às experiências e interesses das crianças;
• Sistema fonológico e ortográfico da língua portuguesa.
O processo de alfabetização tem sido alvo de estudo de
especialistas de diversas áreas, segundo perspectivas psicológicas,
psicolinguísticas, sociolinguisticas e propriamente linguísticas. Sendo a
primeira predominante sobre as demais.
Segundo Soares (2013), essa perspectiva foi dominante pela ênfase
nas relações entre inteligência (QI) e alfabetização, e nas relações entre os
aspectos fisiológicos e neurológicos e os aspectos psicológicos da
alfabetização.
Para compreendermos melhor tais dificuldades, faz-se necessário
conceituarmos o termo alfabetização. A alfabetização em seu sentido próprio,
especifico, é o processo de representação de fonemas em grafemas (aquisição
da escrita) e de grafemas em fonemas (aquisição da leitura).
Definições de alguns distúrbios de acordo com o Centro de Apoio do
Departamento Psicopedagógico:
• DISLEXIA : É importante saber que a dislexia não é uma doença,
senão um distúrbio genético e neurobiológico que nada tem a ver com
preguiça, falta de atenção ou má alfabetização. O que ocorre é uma
desordem no caminho das informações, o que inibe o processo de
entendimento das letras e, por sua vez, pode comprometer a escrita. É
claro que os sintomas da dislexia variam de acordo com os diferentes
graus do transtorno, mas a pessoa tem dificuldade para decodificar as
letras do alfabeto e tudo o que é relacionado à leitura. O disléxico não
consegue associar o símbolo gráfico e as letras ao som que eles
representam. Podem confundir direita com esquerda, no sentido
espacial, ou escrever de forma invertida, ao invés de “vovó”, “ovóv”,
“topa” por “pato”. A dislexia também gera a omissão de sílabas ou letras
como “transorno” para “transtorno”, até mesmo a confusão de palavras
com grafia similar, por exemplo, n-u, w-m, a-e, p-q, p-b, b-d… Ter a
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necessidade de seguir a linha do texto com os dedos, dificuldades para
compreensão de texto, saltar ou retroceder linhas no momento da
leitura, dificuldade para reconhecer rimas e símbolos, decorar tabuada,
são sinais de dislexia. O indivíduo sofre com a pobreza de vocabulário,
escassez de conhecimento prévio, confusão com relação às tarefas
escolares, podendo resultar num atraso escolar.
• Transtorno do Défict de Atenção (TDA/H): é o diagnóstico
neuropsiquiátrico usado para nomear um comportamento desatencional
com ou sem histórico de hiperatividade física ou mental excessivo,
presentes predominantemente em crianças e adolescentes. Vale
salientar que o diagnóstico neuropsiquiátrico, não deve ser o único
processo a ser realizado, já que sua análise se baseia em variáveis que
cobrem apenas parte do contexto de vida do indivíduo e nem sempre
levam em conta fatores importantes que podem estar provocando um
comportamento desatento, impulsivo e hiperativo da criança. Esses
sintomas podem, em uma leitura relativizada, estar sinalizando na vida
desses indivíduos um incômodo, uma dor ou até mesmo uma angústia
em relação a algo que vem acontecendo em seu processo de vida.
Quem sabe, até mesmo a entrada na escola e sua nova adaptação ao
contexto escolar. Analisar esses fatores é crucial no processo,
principalmente antes do uso da medicação, que pode até ajudar, mas
não irá calar a dor daquele que a experimenta. A recomendação é a de
que somente com a ajuda de uma equipe interdisciplinar formada por:
psicólogos, psicopedagogos, professores, psicanalistas, entre outros das
áreas afins, pode-se aproximar da possível causa de tal comportamento.
Nem sempre a medicação única, sem possibilitar ao sujeito o espaço
para que o indivíduo possa externalizar sua dor, poderá dar conta do
tratamento.
• Hiperatividade: É quando a criança é agitada e não consegue parar
quieta. Elas se machucam com mais frequência, não tem paciência,
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interrompem conversas… O comportamento hiperativo de crianças e
adolescentes tem se acentuado nos últimos anos. Famílias, escolas e
consultórios dos profissionais da saúde mental frequentemente lidam
com essa questão. As pesquisas apontam que para cada vinte alunos
em uma turma escolar, pelo menos cinco apresentam esse
comportamento. O problema se torna mais acentuado quando o
comportamento hiperativo dos filhos atravessa os muros da escola.
Queixas dos professores pelo mau comportamento dessas crianças que
não param quietas no momento da explicação do conteúdo, idas e
vindas à direção da escola e, em quase todos os casos, resultados
insuficientes para acompanhar a média da sua turma. “Estar” hiperativa
é diferente de “Ser” hiperativa! Estar indica que o processo é
momentâneo, a criança pode estar vivendo uma fase mais agitada, por
um motivo ou outro na sua vida. Ser, significa carregar o rótulo por toda
a sua vida. E esse peso é, com certeza, muito pesado. O fato se agrava
mais quando o indivíduo ainda compra a ideia de que seus desafios e
fracassos se justificam exclusivamente por causa dessa condição. É
importante pontuarmos essa diferença. Toda criança apresenta um
comportamento similar ao de hiperatividade até certa fase de seu
desenvolvimento, principalmente nos anos que marcam sua descoberta
do mundo.
• Dislalia: um distúrbio de fala, caracterizado pela dificuldade em articular
as palavras e pela má pronunciação, omitindo, acrescentando, trocando
ou distorcendo os fonemas. Esse distúrbio na fala é o que encontramos
no personagem de Maurício de Sousa, o Cebolinha, conhecido por
trocar a letra “R” por “L”. Esse é um caso clássico de dislalia. Podemos
citar alguns casos: a troca de “bola” por “póla”; de “porta” por “poita”; de
“preto” por “peto”; de “tomei” por “omei”; de “barata” por “balata”; de
“atlântico” por “atelântico”. Outro exemplo comum envolve a pronuncia
do “K” e do “G”: “ato” ao invés de “gato”; “ma a o” no lugar de “macaco”.
As trocas mais comuns são:
– P por B; F por V; T por D; R por L; F por S; J por Z; X por S.
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A Dislalia está subdividida em quatro tipos:
– Evolutiva: considerada normal em crianças e corrigida
gradativamente durante o desenvolvimento;
– Funcional: quando ocorre a substituição ou eliminação das letras
durante a fala e/ou distorção do som;
– Audiógena: acontece em indivíduos com deficiência auditiva, pois
não consegue imitar os sons.
– Orgânica: ocorre em casos de lesão no encéfalo, o que
impossibilita a pronúncia correta, ou quando há alteração na boca.
Até os quatro anos, o erro em pronunciar as palavras é considerado
normal, mas, após essa idade, continuar falando mal pode acarretar
sérios problemas, inclusive na escrita. Uma opção é fazer o trabalho
preventivo à alfabetização, evitando dificuldades escolares.
Possivelmente ocorra a estimulação do distúrbio caso a criança use
chupeta, mame mamadeira ou chupe dedo por tempo prolongado,
causando flacidez muscular e postura indevida da língua.
Vale ressaltar algumas dicas para não ajudar a desenvolver esse
distúrbio. Em muitos casos, os tios, avós, pais, enfim, acham graça
quando a criança fala de forma errada como “biito” (bonito), “tebisão”
(televisão), “Tota-Tola” (Coca-cola)… Mas é importante não achar fofo e
sempre corrigi-la. Falar certo diante da criança, para que ela cresça
sabendo e se habituando ao correto. O professor deve articular bem a
palavra, fazendo com que os fonemas estejam claros. Ao perceber em
sala de aula que um determinado aluno não está pronunciando bem,
deve procurar os pais e comunicá-los. E, como a fala é um ato motor
elaborado, troque informações com os professores de educação física,
que observam melhor o desenvolvimento psicomotor do aluno. O
professor deve tomar muito cuidado na hora da correção, para o aluno
não se sentir inferiorizado, por isso a necessidade e importância do
fonoaudiólogo no tratamento.
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• Disortografia: dificuldade de aprender e desenvolver as habilidades da
linguagem escrita, é um transtorno específico da grafia que, geralmente,
acompanha a dislexia. Segundo a fonoaudióloga Fernanda Marques, “é
a alteração na planificação da linguagem escrita, causando transtorno
na aprendizagem da ortografia, gramática e redação”. Os órgãos
sensoriais estão intactos e devem passar por uma instrução adequada.
Traçado incorreto da letra, lentidão, alteração no espaço, sujeira e falta
de clareza na escrita, inteligibilidade são alguns sinais da disortografia.
Muitas pessoas também se queixam de dores nas mãos ou nos braços,
pois fazem força para escrever. A pessoa que sofre de disortografia
tende a escrever textos curtos, a ter dificuldade no uso de coordenação
e subordinação das orações, dificuldade em perceber os sinais de
pontuação, falta de vontade para escrever.
Considera-se que, até a segunda série seja comum as crianças se
confundirem ortograficamente, dado que a relação com o som e a
palavra escrita ainda não está dominada. Para que seja diagnosticada a
disortografia, a criança não pode ter alterações intelectuais, sensoriais,
neurológicas, motoras e afetivas. Esse é um transtorno funcional que
afeta a forma, inteligibilidade, significado e o ritmo da escrita. Isto é, o
desenho da letra não estará adequado à verdadeira escrita. A
disortografia pode vir sozinha, ou seja, a pessoa lê e escreve bem, mas
não consegue desenhar a letra de forma clara e limpa, como também
pode aparecer junto com a dislexia. Fernanda ensina que o caderno de
ortografia ajuda a trabalhar com a percepção e coordenação motora da
criança e, consequentemente, a melhorar seu desempenho na escrita.
Porém, pessoas com disortorgrafia necessitam de atividades mais
específicas e mais eficazes. É preciso intervenção fonoaudiológica, o
quanto antes para evitar o fracasso escolar.
Após uma avaliação com esse profissional, a criança terá um plano de
tratamento para que o distúrbio não seja um vilão na aprendizagem. É
importante estimular a criança com exercícios para os ombros,
cotovelos, punhos, mãos e dedos, podendo fazer uso de bolas, petecas,
24
brinquedos… Esses exercícios também poderão ser feitos através de
técnicas de percepção corporal como relaxamento, prancha de
equilíbrio, materiais como argila, tinta, massinha e jogos.
O diagnóstico precoce é de fundamental importância, pois com o
passar do tempo as dificuldades vão se somando e tornam-se mais acentuadas
dificultando a resolução do quadro, é importante também para evitar a
desmotivação do jovem e o consequente abandono escolar. No entanto com a
“lei da não reprovação” até o quarto ano, o diagnóstico das dificuldades
escolares é praticamente ignorado até lá.
E por último, mas não menos importante, a falta da afetividade
destaca-se entre todas as dificuldades que o aluno enfrenta na alfabetização.
Seja por parte do professor ou dos familiares. Como nos afirma o grande
educador que entendia e valorizava o processo de afetividade, Paulo Freire
(1979). Há este respeito ele salientou “não há educação sem amor [...] Quem
não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar”.
A família é o primeiro meio social do qual a criança participa,
conforme nos afirma Capelatto (2001, p. 15) “A família é um conjunto de
pessoas que se unem pelo desejo de estar juntas, por uma dinâmica chamada
afetividade”.
É preciso haver, portanto um bom relacionamento emocional a fim
de proporcionar um desenvolvimento saudável para que ela consiga interagir
em outros meios sociais.
Conforme Topcewski (2000), conflitos familiares como doenças
graves em membros da família, litígio dos pais ou outros fatores de
instabilidade familiar podem interferir no desempenho escolar. Famílias pouco
estruturadas ou modelos que fogem do padrão, a grande ansiedade da criança
devido à exagerada expectativa dos pais, a desmotivação devido a pais que
não participam da vida do filho ou até os rejeitam pelos motivos mais variados,
são determinantes de instabilidade emocional. A esse respeito Baltazar afirma
que:
25
(...) crianças, púberes e adolescentes mal adaptados na escola, são fruto de prévias vivências complicadas em suas famílias, com algum tipo de disfunção, além de outras violências sociais. (BALTAZAR, 2006 p. 16)
Para Vergara (1999) citado por Baltazar (2006), a família
contemporânea está abandonando a função de ser o lugar privilegiado de
construção da vida afetiva e das relações de autoridade. Hoje, ela divide a sua
tarefa de proteção e amparo com um número cada vez mais significativo de
organizações sociais e serviços.
O Papel da escola é preparar o aluno para se tornar um cidadão
pleno, consciente dos seus direitos e deveres. Mas, devido aos avanços e
modificações da sociedade, a escola assume um novo papel. Assim como no
ambiente familiar a escola tem influência fundamental na formação da
personalidade e na aquisição dos aspectos culturais, cognitivos, afetivos e
sociais. Ela é a continuação do lar, sendo, portanto, na escola que, muitas
vezes, vemos as consequências da falta de afeto e diálogo em casa. Conforme
adverte Maldonado (1994) quando diz que os comportamentos de indisciplina
muitas vezes são uma forma de fuga, de medo ou revolta.
Atitudes ríspidas, grosseiras e agressivas expressam, com frequência, a necessidade de formar uma carapaça protetora contra o medo de ser rejeitado, contra sentimentos de inadequação ("já que sou mesmo incompetente para tantas coisas, por aí eu me destaco") e contra a dor do desamor ("ninguém gosta de mim mesmo, quero mais é explodir o mundo"). (MALDONADO,1994 apud LUCENA, 2015 p.39).
O professor tem o papel educativo de ampliar, ir alem dos horizontes
da sala de aula. Conhecedor de que, no ambiente escolar, enfrentará muitas
dificuldades, devido às relações familiares conturbadas e problemáticas, o
professor muitas vezes vivencia situações de extremo desconforto.
26
Amor, agressividade, originalmente dirigidos aos pais serão transferidos para os professores. Poderá acontecer que um adolescente, irritado com seus pais, tenha com estes uma atitude aparentemente “adequada” extravasando com um professor toda a bronca. (BALTAZAR, 2006 p.47)
Consciente do seu papel como facilitador da aprendizagem, o
professor sabe que a aprendizagem e a afetividade estão interligadas, sabe
que precisa conquistar a amizade do aluno, envolvê-lo, incentivá-lo, pois a
relação de afetividade que for desenvolvida entre o professor e aluno fará com
que as dificuldades apresentadas sejam superadas ou se acentuem cada vez
mais, como pontua o autor.
A escola tem um significado primordial para o adolescente. Conforme o ambiente que vivencia, ele terá um aprendizado prazeroso e propício ou distúrbio de conduta e/ou aprendizagem. (BALTAZAR, 2006 p.48)
Crianças com dificuldades emocionais, muitas vezes tem o seu
processo de aprendizagem prejudicado devido a sentimentos de inferioridade
ou de incapacidade por se compararem com os coleguinhas que estão mais
adiantados. O professor deve estar atento para não transformar esse
sentimento em um trauma. É preciso saber trabalhar a motivação para
recuperar a autoestima desse aluno. Ao mesmo tempo, os pais devem ser
orientados para não desconstruir o trabalho feito na escola. Eles devem focar
nos acertos e não nos erros. Elogios são uma grande fonte de estímulo.
27
CAPÍTULO III
A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
A Psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de
aprendizagem e com os problemas dele decorrentes. Atualmente a intervenção
psicopedagógica ganhou espaço nas instituições escolares devido ao
crescente número de crianças com dificuldades de aprendizado.
3.1 - Breve histórico da psicopedagogia no Brasil
Buscando compreender melhor o campo de atuação desse
importante profissional da área da educação, faremos um breve passeio sobre
a história da Psicopedagogia no Brasil.
Segundo Masini em seu livro: O psicopedagogo na escola página
25, a psicopedagogia surgiu no Brasil, seguindo os mesmos passos do que
ocorreu na Europa, só que alguns anos depois. Consta que as primeiras
atuações de um profissional dessa área, ocorreram na clínica psicológica da
PUC – SP realizados por Genni C. Moraes, assistindo alunos com dificuldades
no aprendizado. Sendo assim reconhecida como a pioneira no Brasil. Segundo
ela, os principais obstáculos à aprendizagem eram inaptidões ou distúrbios do
próprio aluno. Os primeiros psicopedagogos surgiram dentro da própria
educação com o objetivo de auxiliar os alunos com déficit de aprendizagem
utilizando técnicas, adquiridas com a prática, para suprir a necessidade de
cada aluno de forma individualizada. Com o passar do tempo e de acordo com
as demandas, esses profissionais entenderam a necessidade de angariar
conhecimentos da psicologia, neurologia e psicomotricidade para entender
melhor as questões referentes às dificuldades. Criaram-se então cursos de
28
extensão para qualificar professores brasileiros, franceses e argentinos. Em
seguida surgem os cursos de especialização reunindo experiências da área da
educação e da psicologia. Ao mesmo tempo, surgia em alguns países,
inclusive aqui no Brasil, a tendência de prevenção em psicopedagogia,
baseada em várias pesquisas de aprendizagem além de discurssões
relacionando o tema a questões orgânicas e sociais, focalizando o fracasso
escolar. Segundo registros da Secretaria de Estado dos Negócios da Educação
de São Paulo, o índice de repetência e evasão nas séries iniciais era muito
elevado, gerando nos anos seguintes registros de defasagem referentes à
idade escolar correta devido às reprovações. Baseado nesses dados, concluiu-
se que o fracasso escolar era consequência das patologias. Entendeu-se ainda
que investigações sobre problemas de aprendizagem com enfoque exclusivo
no aluno, estavam no caminho certo. A questão passou a ser preparar a escola
a fim de atender às necessidades desses alunos com dificuldades de forma
eficaz. Diversos temas a respeito de fatores intraescolares, de ordem social,
econômica e política passaram a ser alvo de estudos. Pesquisas datadas a
partir da década 1970 já assinalavam mudança de enfoque. Orientando a
ampliação do campo de atuação da psicopedagogia, passando a focalizar não
apenas o problema, mas a pessoa na sua totalidade corporal, afetivo-social,
cognitivo como ser de um específico contexto.
3.2 – Áreas de atuação do psicopedagogo
Oliveira (2009), ao discorrer sobre a psicopedagogia como um
processo de aprendizagem constante no desenvolvimento do sujeito, fala da
importância do psicopedagogo estar atento às inúmeras possibilidades de
construção do conhecimento e valorizar o imenso universo de informações que
nos circunda. Dessa forma, o campo de atuação do psicopedagogo se torna
mais amplo a cada dia. De acordo com a natureza da instituição, o
psicopedagogo pode contribuir de diferentes formas:
29
• Psicopedagogia familiar – O psicopedagogo atua junto à familia
promovendo um novo olhar sobre as diversas formas de aprender e
sobre a necessidade individual de cada criança. Busca ainda
conscientizar os pais sobre a necessidade da sua participação no
processo de aprendizado do seu filho e na parceria com a escola
• Psicopedagogia empresarial – O psicopedagogo atua na empresa
trazendo novas formas de treinamento e buscando ampliar o olhar
dos colaboradores, saindo do individualismo para o trabalho em
equipe. Valorizando cada parte visando o melhor funcionamento do
todo e despertando um maior empenho para alcançar os objetivos da
empresa.
• Psicopedagogia hospitalar – atua na criação de um ambiente
propício para o aprendizado dos internos. Elaborando projetos
lúdicos e oficinas psicopedagógicas.
Contudo a minha pesquisa tem ênfase na psicopedagogia escolar. A
atuação do psicopedagogo no processo ensino-aprendizagem deve
proporcionar:
1. Diagnóstico da escola.
2. Busca da identidade da escola.
3. Definições de papéis na dinâmica relacional em busca de
funções e identidade diante do aprender.
4. Instrumentalização de professores, coordenadores,
orientadores e diretores sobre práticas e reflexões diante de
novas formas de aprender.
5. Reprogramação curricular, implantação de programas e
sistemas avaliativos.
6. Oficinas para vivências de novas formas de aprender.
7. Análises de conteúdo e reconstrução conceitual.
30
8. Releitura, ressignificando sistemas de recuperação e
reintegração do aluno no processo.
9. O papel da escola no diálogo com a família.
Na escola, o psicopedagogo atua na linha preventiva e terapêutica.
Seu papel é analisar os fatores que contribuem ou prejudicam a aprendizagem.
É um profissional capacitado para orientar a família, os professores e demais
profissionais da escola. Segundo Bossa (1994, p.23) cabe ao psicopedagogo
perceber onde acontece os obstáculos no processo aprendizagem, favorecer a
integração entre comunidade e escola, participar da dinâmica da comunidade
educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas
de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo e
realizando processos de orientação. Já no caráter assistencial, o
psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e
projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com
que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da
escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem
da criança ou da própria prática de ensino.
O trabalho do psicopedagogo somente terá bons resultados quando
alinhado com a escola e família. Cabe a ele avaliar o aluno e identificar os
problemas de aprendizagem, buscando conhecê-lo em seus potenciais
construtivos e em suas dificuldades, intervir junto à família por meio, por
exemplo, de uma entrevista e de uma anaminese para tomar conhecimento de
informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social. A criança
não pode ser pensada isoladamente. A família é a primeira instituição
organizada na qual a criança é inserida, sendo, portanto responsável por
grande parte de sua educação. Logo, o que a família pensa, seus anseios,
seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho
farão toda a diferença. O psicopedagogo deve estar atento aos detalhes do
contato da criança com os pais e à qualidade dessa interação. Deve procurar
compreender as mensagens, muitas vezes implícitas, sobre os motivos que
31
levam as crianças a obterem resultados insuficientes. Conforme salienta
Rubintein (2006, p. 27) “No contato com os pais, é fundamental que o
psicopedagogo esteja atento não só ao que está manifesto, mas sobre tudo ao
que está latente”.
O psicopedagogo atua ainda como mediador formando uma teia
com outros profissionais das áreas psicológicas, psicomotora, fonoaudiologica,
neurológica e oftalmológicas. Pois tais dificuldades de aprendizado podem ter
diversas causas e tratamentos. Dessa forma, este profissional dentro de suas
limitações não resolverá todos os problemas existentes na sala de aula, mas
pode identificar o que está causando o problema e, em conjunto com os
demais profissionais, buscar um novo caminho.
o psicopedagogo não é um mero “resolvedor” de problemas, mas um profissional que dentro de seus limites e de sua especificidade, pode ajudar a escola a remover obstáculos que se interpõem entre os sujeitos e o conhecimento e a formar cidadãos por meio da construção de práticas educativas que favoreçam processos de humanização e reapropriação da capacidade de pensamento crítico (TANAMACHI apud LUCENA, 2015 p. 43).
Lucena (2015), em seu livro Pedagogia do Relacionamento página
19, fala sobre o psicopedagogo como principal mediador frente às relações
entre professor e aluno no âmbito escolar e familiar; destaca as relações
interpessoais, a experiência do indivíduo e a sua influência no processo de
construção do conhecimento, pautado pela motivação e afetividade. Cita ainda
a importância da postura do professor diante do crescente número de alunos
com dificuldades. Nesse contexto, ressalta a importância da ação
psicopedagógica como mediadora no trabalho do educador. O autor fala da sua
experiência em sala de aula e de como venceu as dificuldades de aprendizado
atuando de forma afetiva e motivacional junto aos seus alunos.
O psicopedagogo deve então ampliar seu ollhar para o
relacionamento e a afetividade entre professor e aluno uma vez que “nenhum
aprendizado significativo acontece sem um relacionamento significativo”
32
conforme nos afirma a escritora e professora Adelia Prado.
Buscando condições para a aprendizagem significativa, o
psicopedagogo focaliza o aluno levando em conta a complexidade da sala de
aula. E oferece ao professor recursos para trabalhar numa proposta
teoricamente fundamentada.
O êxito em sala de aula exige uma série de intervenções. Atitudes
simples, porém repletas de afetividade podem fazer toda a diferença. Tais
como: encorajamento, elogios, afeição, acolhimento e aceitação.
Segundo Ciasca (2004), a criança desenvolve um processo de
valorização de atributos de caráter avaliativo, a partir dos sete anos,
denominado auto estima.
A auto estima é determinante da conduta humana e influi para que a pessoa desenvolva todas as suas capacidades, sendo necessário para tal que ela se sinta segura, querida, protegida e aceita no meio em que vive e nos grupos sociais que partilha, já que é um juízo global de auto valia que define o quanto se gosta da pessoa que se percebe ser. (CIASCA, 2004, p. 210).
Palacios & Hidalgo (1995), citado por Ciasca (2004) menciona
pesquisas sobre a auto estima e desempenho acadêmico com comprovadas
correlações. Segundo o autor é possível verificar a simultaneidade de
ocorrências de baixa auto estima e de desempenho acadêmico ruim e de auto
estima e êxito escolar.
A forma como a criança entende o sucesso e o êxito na realização
das tarefas influencia na sua performance e no seu comportamento social. E o
comportamento por sua vez é influenciado pela auto estima, conforme autora:
O comportamento é fortemente influenciado pela auto estima, de tal forma que, quando se verifica a presença de auto estima positiva ou elevada, é provável que esteja associada ao êxito e segurança; e quando se verifica a presença de auto estima negativa ou baixa é provável que se verifique também o fracasso pelo surgimento de sentimentos de insegurança e confusões. (CIASCA,2004, p.211).
33
É possível perceber a correlação entre desempenho acadêmico,
auto estima e comportamento social. O aluno torna-se, então, refém de um
ciclo vicioso. Por apresentar dificuldades de aprendizado e se perceber “ruim”
em relação aos outros, desenvolve baixo estima e sentimentos de insegurança
tornando seu processo de aprendizagem cada vez mais difícil.
Dessa forma, fica clara a fundamental importância do
psicopedagogo intervindo e atuando justamente no processo de formação de
uma auto percepção positiva, para a partir daí, começar a alcançar os objetivos
almejados no processo de aprendizagem. Sua intervenção, propriamente dita,
conduzirá o aluno a uma nova visão de si mesmo.
34
CONCLUSÃO
Esta monografia se propôs a compreender a importância da
afetividade no processo de alfabetização. Atendo-se aos seguintes aspectos:
(I) Investigação sobre a falta de afetividade e a consequente dificuldade na
aprendizagem. (II) Principais dificuldades na alfabetização. (III) Esclarecimento
do Papel do psicopedagogo na instituição escolar.
Para alcançar os objetivos propostos foram realizadas pesquisas
bibliográficas que reuniram diversas literaturas, revistas, artigos e sites
eletrônicos que fundamentaram este trabalho. Os escritos aqui apresentados
nos mostram que há uma concordância entre diversos teóricos quando afirmam
que para ocorrer o desenvolvimento pleno e saudável da criança é preciso que
o educador compreenda que a afetividade deve estar inserida no processo
educacional e que a construção do caráter da criança envolve o aspecto físico,
cognitivo, afetivo, social e moral. Os teóricos enfatizam a importância da
afetividade no processo de aprendizagem e a interação entre professor e
alunos, onde o afeto, o respeito e a confiança sejam a base dessa relação.
Durante todo o desenvolvimento desse trabalho, observamos à
importância do papel do psicopedagogo na escola e do olhar direcionado à
afetividade no processo de aprendizagem. A realização desse trabalho permitiu
repensar a autoestima e sua interferência no desempenho acadêmico das
crianças. Sabe-se que o professor deve acreditar e incentivar o seu aluno, pois
o mesmo desenvolverá sua valorização própria à medida que interiorizar o
apreço e confiança que os outros tem por ele. Ouvir as crianças e tentar
compreendê-las fortalece esse processo. Diante da realidade sociocultural
precária, grande parte dos alunos mora com os avós e/ou tem pais separados,
por isso o afeto, o estímulo e o incentivo dispensados a algumas crianças são
insuficientes. Logo, é necessário para um educador, ser mais do que apenas
um profissional é preciso ser sensível, afetivo e humano.
35
Com este trabalho conclui-se, que não importa qual anomalia causa
a dificuldade de aprendizagem no sujeito, não importa se é de caráter
neurológico, físico ou emocional; a afetividade estará sempre presente como
ferramenta essencial para intervenção psicopedagógica. Acredita-se que, para
que haja uma aprendizagem significativa, a afetividade deve permear todo o
processo de aprendizagem. E por fim, compreende-se o importante papel do
psicopedagogo na instituição escolar, conforme Oliveira (2009) o qual afirma
que, na sua prática, esse profissional será capaz de perceber a escola na sua
funcionalidade, identificar um circuito de retroalimentação no qual cada sujeito
afeta e é afetado. Intervir e conduzir a instituição a uma nova visão dela
mesma. Através de sua atuação junto à escola, ao professor, ao aluno e aos
familiares ele trará um novo olhar sobre a dificuldade do aluno. O que antes se
pensava ser resultado de um déficit do próprio sujeito, pode agora ser pensado
a partir das relações que o envolve, ou seja, suas relações escolares e
familiares.
36
BIBLIOGRAFIA
BALTAZAR, José Antonio et al. Família e Escola: um espaço interativo e de conflitos. São Paulo: Arte & Ciência, 2006. BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas sul, 1994. CAPELATTO, Ivan. Diálogos sobre afetividade. 3º edição. Papirus Editora, 2001. CIASCA, Sylvia Maria. Distúrbios de aprendizagem. 2° edição. Casa do Psicólogo, 2004. DÉR, Leila Christina Simões et al. A constituição da pessoa na proposta de Henri Wallon. 1º Edição. Editora Loyala, 2004. FREIRE, Paulo. 1921-1997. Educação e Mudança.[recurso eletrônico] Paulo Freire 1ª Edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013. Recurso digital. LUCENA, Izan. Pedagogia do Relacionamento. 1° edição. Editora Agbook, 2015. MASSINI, Elcie F. Salgamo. Psicopedagogia na escola: Buscando condições para aprendizagem significativa. São Paulo: Cortez, 2015. OLIVEIRA, Mari Ângela Calderari. Intervenção Psicopedagogica na Escola. 2ª edição. Curitiba, PR: Iesde Brasil, 2009. REGO,Teresa Cristina. Vygotsky: Uma perspectiva histórico- cultural da educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. RUBINSBEIN, Regina, Organizadora. Psicopedagogia: Fundamentos para construção de um estilo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006. SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. 6ª edição, 4ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2013. TAILLE, Yves de la; OLIVEIRA, Martha Kohl de; DANTAS, Heloisa. Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo: Summus, 1992.
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37
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VASCONCELLOS, Vera Maria Ramos de. Infância & Psicologia. Marcos Teóricos da compreensão do desenvolvimento da criança pequena. In: 2ª JORNADA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL, 2011 Faculdade de Educação - UERJ Disponível em: <https://docs.google.com/document/d/1RGBLxEmyPwLwdZnHVvUaCvBWAZqiKTjvljQnL915z98/edit?hl=pt_BR&pli=1>. Acesso em: 19 abr. 2016 às 20h52min
38
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Algumas considerações sobre afetividade 11
1.1. Jean Piaget, Epistemologia genética 11
1.2. Henri Wallon, a afetividade e a construção do sujeito 14
1.3. Vygotsky, e a afetividade no processo de desenvolvimento
social da criança 16
CAPÍTULO II
Principais dificuldades apresentadas no processo de leitura e escrita 18
CAPÍTULO III
A atuação do psicopedagogo no processo ensino aprendizagem 27
3.1. Breve histórico da psicopedagogia no Brasil 27
3.2. Áreas de atuação do psicopedagogo 28
CONCLUSÃO 34 BIBLIOGRAFIA 36 WEBGRAFIA 37 ÍNDICE 38