documento protegido pela lei de direito autoral · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia...

92
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Autismo: Um Diálogo entre Kanner & Montessori Por: Karine Gomes Abraçado Orientador Prof. Solange Monteiro Niterói 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

Upload: others

Post on 22-Aug-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Autismo: Um Diálogo entre Kanner & Montessori

Por: Karine Gomes Abraçado

Orientador

Prof. Solange Monteiro

Niterói

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

Page 2: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AUTISMO: UM DIÁLOGO ENTRE KANNER & MONTESSORI

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Psicopedagogia

Institucional.

Por: Karine Gomes Abraçado

Page 3: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

3

AGRADECIMENTOS

.... as minhas irmãs Rita Liliam Gomes

Abraçado e Leida Gomes Abraçado

que me orientaram na execução deste

trabalho, aos meus pais que me

ajudam no cuidado de meus filhos e

aos meus familiares e amigos que

acreditam em mim e me incentivam

nesta jornada rumo ao conhecimento.

Page 4: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

4

DEDICATÓRIA

.....dedico ao meu filho Davi que mudou o meu olhar sobre a inclusão e me fez

portadora da síndrome de mãe...

Page 5: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

5

RESUMO

O autismo é uma síndrome que está em foco, por aumento na divulgação de

conteúdos a seu respeito ou mesmo pelo notado aumento dos casos

diagnosticados.

Desde de sua descrição por Léo Kanner, que mostrou que o autismo se tratava

de uma síndrome e não de uma das características da esquizofrenia, muitos

estudos têm surgido para ajudar na compreensão da síndrome.

Montessori prova através de seu trabalho com crianças de manicômio, que

estas crianças ditas “especiais” podem aprender, absorver informações e

conquistar grandes avanços.

A ciência ainda não sabe a causa do autismo, por tanto, os casos são

diagnosticados a partir de observações comportamentais dos pacientes. Como

intervenções de sucesso, existem os métodos de tratamento que vão trabalhar

esses comportamentos através de rotinas de atividades e reforços positivos.

Page 6: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a confecção deste trabalho, objetiva transmitir

informações de forma simples e de fácil compreensão a respeito dos estudos

sobre o Autismo, citando deste a concepção da síndrome por Kanner até os

dias de hoje, fazendo um paralelo com os estudos de Montessori, seu método

educacional e os atuais métodos de tratamento para autistas, o TEACCH e o

SON –RISE.

Agregando fatos e experiências, desvendando mitos e mostrando que o

acompanhamento se faz necessário e que a evolução é possível, acreditando

nas potencialidades existentes em cada indivíduo, são alcançadas vitórias.

O estudo foi feito a partir de livros, teses, informações das associações,

revistas, informações da Web e depoimentos de pais de crianças autistas.

Page 7: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Autismo & Kanner 10

CAPÍTULO II - Montessori X Kanner 21

CAPÍTULO III – Teacch e Son -Rise 30

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42 ÍNDICE 44

ANEXOS 47

FOLHA DE AVALIAÇÃO 92

Page 8: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

8

INTRODUÇÃO

Este trabalho resulta de uma pesquisa para elaboração de uma monografia

de pós-graduação. Originou-se dos estudos que tenho feito sobre o tema e as

experiências que tenho adquirido desde o diagnóstico do meu filho Davi, que

hoje têm 11anos.

Observando a relação que o meu filho tinha com o mundo a sua volta,

percebi que havia uma exceção ao padrão de relacionamento entre indivíduos,

de que existiam pessoas que não sentiam necessidade de relacionar-se com o

outro, não entendiam esse contato como necessário à sua sobrevivência.

O olhar perdido, o desejo pelo isolamento que o autismo trás como

algumas de suas características, é muito diferente do que a maioria das

pessoas conhece e vive, e por isso causa tanta estranheza.

Temple Grandin disse que: “O mundo necessita de todos os tipos de

mente!”

Ela quis dizer que todas as pessoas são necessárias, as diferenças

fazem o mover do conhecimento. Se nenhum fato diferente acontece, se

nenhuma criança ou adulto apresenta comportamento diferenciado, o que nos

faria estudar o comportamento humano? Já que este seria previsível, e que

todos seríamos iguais.

Contudo, sabendo que a riqueza de especificidades de cada um é

importante, é comum nos assustarmos, pensamos se é possível que todos se

desenvolvam e tenham assim uma vida independente.

Temple Grandin é uma americana autista que aprendeu a vencer suas

limitações, soube fazer uso de suas habilidades, venceu preconceitos e

conceitos atribuídos ao autismo, que sentenciavam quem recebia o

diagnóstico, a estagnação e dependência por toda a vida.

Page 9: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

9

Os recursos e estudos sobre o autismo aumentaram, já se sabe que o

acompanhamento da criança com autismo deve ser feito o quanto antes para

que não haja tanto comprometimento. Existem métodos pedagógicos para

auxiliar no aprendizado escolar e no seu dia-a-dia, em simples tarefas

cotidianas, como pentear os cabelos e escovar os dentes, e esses trabalhos

têm alcançado grandes conquistas.

A ciência não está estagnada, tem buscado descobrir qual é o motivo

que desencadeia a síndrome, como a informação é processada no cérebro do

autista, como é possível agir para diminuir ou eliminar as características que

tanto atrapalham o desenvolvimento desse indivíduo.

Por fim, muitas forças têm se somado para que o autista queira sair do

seu mundo e venha para o nosso ou abra a porta do seu mundo para nós.

Page 10: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

10

CAPÍTULO I

AUTISMO & KANNER

"Toda porta nos leva para um novo mundo" (Temple

Grandim – autista)

Segundo Tuchman e Rapin (2009, p. 17), o termo "autismo" foi

utilizado pela primeira vez por Bleuler para nomear comportamentos que ele

acreditava ser da esquizofrenia, mas, quem descreveu pela primeira vez a

síndrome do autismo infantil foi Léo Kanner, acreditando que não se tratava de

sintomas da esquizofrenia e sim, de um outro quadro clínico.

Segundo Orrú (2012), Léo Kanner era psiquiatra infantil, austríaco, da

John Hopkins University (E.U.A.), que em 1943 publicou a obra que ligou seu

nome ao autismo: "Autistic disturbances of affective contact". Seu trabalho

estudou, a partir da observação de um grupo de 11 crianças que, apesar de

suas diferenças, apresentavam algumas características em comum. O que se

destacou em todos os casos foi a incapacidade ou mesmo, a falta de vontade,

de se relacionar com pessoas e objetos e um isolamento social extremo. Esse

grupo de crianças tinha um comportamento muito específico, sempre voltado

para si, daí o nome Autismo.

Page 11: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

11

Para exemplificar o trabalho de Kanner, em seguida, será exposto seu

chamado caso 1.

Caso 1 -Donald T.

Com um ano ele era capaz de cantarolar sussurrando e cantar

várias melodias com perfeição. Antes dos dois anos, tinha

uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de

um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado

pela família a aprender de cor e a recitar pequenos poemas e

ele decorou até o Trigésimo Terceiro Salmo e as vinte e cinco

perguntas e respostas do catecismo presbiteriano. Seus pais

observaram que ele não estava aprendendo a fazer perguntar

ou respondê-las a não ser que estas se referissem a rimas ou

coisas deste tipo, e que, portanto, com frequência ele não faria

pergunta alguma, exceto com palavras isoladas. Sua pronúncia

era clara. Interessou-se por imagens e em muito pouco tempo

ficou conhecendo uma prodigiosa quantidade de ilustrações de

uma coleção da Enciclopédia Completa. Ele conhecia os

retratos dos presidentes e conhecia a maioria dos retratos de

seus ancestrais e membros da parentela, tanto do lado

materno quanto paterno. Aprendeu com rapidez o alfabeto

inteiro, na ordem direta e inversa e a contar até cem. Desde

cedo foi observado que ele ficava mais feliz quando era

deixado só, praticamente nunca chorou pedindo a mãe, nunca

pareceu dar-se conta da volta do pai para casa e era

indiferente às visitas de familiares mais próximos. O pai fez

uma menção especial ao fato de que Donald nem mesmo

prestava a mínima atenção ao Papai Noel com em traje

completo. Ele parece ser auto - satisfeito. Não mostra

nenhuma afeição aparente quando acarinhado. Ignora o fato

de alguém chegar. "Autistic disturbances of affective contact"

(KANNER, Léo. Distúrbios Autísticos do Contato

Afetivo.www.ama.org.br/ acessado em 07/02/2015)

Page 12: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

12

Em uma primeira impressão, essa seria uma criança muito inteligente,

observadora, e porque não, incompreendida na sua genialidade, como os

grandes pensadores da nossa história. Alguns pais tem a impressão de que

foram dormir com um filho “normal” e acordaram com um autista, como se a

criança tivesse mudado de uma hora pra outra, e que os comportamentos,

os sinais dados de um desenvolvimento diferente, fossem apenas mostras

da personalidade. Para que seja compreendido o que é o autismo e como

se dá o seu desenvolvimento no indivíduo, partiremos do conceito.

Segundo Orrú (2012, p.17,18), a palavra autismo vêm de autós, do

grego – em si mesmo, ou seja, comportamentos voltados para o próprio

indivíduo, incapacitando - o a relacionar com outras pessoas. Léo Kanner

queria descrever o que se percebia da necessidade de relacionamento

daquelas crianças, então, autismo para descrever autossuficiente. O indivíduo

que apresenta um quadro de autismo não busca relacionar-se com outras

pessoas, sua relação interpessoal é pobre, assim como a fala, por isso, é

comum dizer que o autista vive em seu próprio mundo, agindo alheio a tudo o

que acontece a sua volta, dando atenção apenas ao que lhe interessa.

Autismo não é uma doença, mas sim uma síndrome.

O que é uma síndrome? Síndrome é um agregado de sinais e

sintomas associados a uma mesma patologia e que em seu

conjunto definem o diagnóstico e o quadro clínico de uma

condição médica. Em geral são um conjunto de determinados

sintomas, de causa desconhecida ou em estudos, que são

classificados, geralmente com o nome do cientista que o

descreveu ou o nome que o cientista lhes atribuir. Uma

síndrome não caracteriza necessariamente uma só doença,

mas um grupo de doenças. (ORRÚ, 2011, p.18)

Page 13: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

13

De acordo com Lampreia e Lima (2011, p 9 a 11), Kanner concluiu que

a origem da síndrome teria base inata, por se tratar de um distúrbio do contato

afetivo observado desde o início da vida, porém, ele nunca chegou a constatar

uma causa orgânica. Kanner, em 1949, criou o termo mãe-geladeira referindo-

se às mães de crianças autistas. Imaginando que o comportamento dessas

crianças seria fruto de um tratamento frio, sem afeto por parte da mãe, já que

nessa época, as mães não costumavam participar da vida de seus filhos

ativamente, ou seja, diariamente. Mas não tardou para essa hipótese cair por

terra.

Devido ao autismo e a esquizofrenia possuírem como característica a

dificuldade na socialização, as crianças autistas, no início até a metade do

século XX, foram classificadas como portadoras de esquizofrenia precoce. Em

1972, Rutter diferenciou o “autismo infantil” da esquizofrenia, enquadrando-o

como uma “psicose” mais característica da infância, manifestando-se entre o

nascimento e os 36 meses do lactente, e sua sintomatologia advinda de uma

falha no desenvolvimento da fantasia, raramente apresentando delírios e

alucinações. Contudo, na esquizofrenia, a falha na fantasia se situaria na

concepção da realidade, e não em sua ausência. E o surgimento da

esquizofrenia acontece mais tarde, raramente antes dos sete anos.

Acontecem surtos, ou seja, existem melhoras e recaídas, enquanto no autismo

o curso é persistente.

Mais tarde, Rutter deixou de citar o autismo como uma psicose da

infância, e passou a classifica-lo como um Transtorno Global do

Desenvolvimento (TGD). Mas foi só a partir do DSM – III (Manual Diagnóstico e

Estatístico de Transtornos Mentais) em 1980, e mais tarde em 1992, na CID

10, que a síndrome do autismo deixou de ser vista como uma psicose da

infância, e passou a ser vista como um TGD. O que torna o autismo diferente

dos outros transtornos do desenvolvimento é o desvio, e não um atraso, no

processo do desenvolvimento. Caracterizando-se pelo surgimento, antes dos

Page 14: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

14

três anos de idade, de prejuízos na área da interação social, de dificuldades no

uso de comportamentos não verbais e de falha em relação aos colegas. Na

falta de interesse pela relação social ou emocional com o outro.

Atualmente, o autismo é considerado, conforme a definição

apresentada por Gillberg em seus estudos sobre o diagnóstico

e o tratamento do autismo infantil, uma “síndrome

comportamental com etiologias múltiplas e curso de um

distúrbio de desenvolvimento”. E ainda, o mesmo autor explica

que “é altamente improvável que existam casos de autismo

não orgânico”, dizendo que “o autismo é uma disfunção

orgânica e não um problema dos pais. O novo modo de ver o

autismo é biológico” (Gillberg, 1990). De acordo com a ASA –

Autism Society of America (1999), “o autismo é um distúrbio de

desenvolvimento, permanente e severamente incapacitante.”

(ORRÚ, 2012, p 23)

Lampreia e Lima (2011, p.9) “Até recentemente admitia-se que a

prevalência do autismo era de 0,4/1.000 nascidos, mas estudos mais atuais

indicam uma prevalência de 1/1.000.”

Em sua página da web a Revista Autismo, trás os seguintes dados sobre a

incidência da síndrome do Autismo:

Page 15: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

15

Conforme pesquisa do governo dos Estados Unidos, os casos

de autismo subiram para 1 em cada 68 crianças com 8 anos de

idade — o equivalente a 1,47%. O número foi aferido pelo CDC

(Center of Diseases Control and Prevention), do governo

estadunidense — órgão próximo do que representa, no Brasil,

o Ministério da Saúde. Os dados são referentes a 2010 e foram

divulgados nesta quinta-feira, 27 de março de 2014... Houve

aumento de quase 30% em relação aos dados anteriores, de

2008, em que apontava para 1 caso a cada 88 crianças. Quase

60% para 2006, que era de 1 para 110. Mesmo o autismo

podendo ser detectado a partir dos 2 anos de idade, a maioria

das crianças foi diagnosticada após os 4 anos... Como jamais

provou-se qualquer relação da prevalência maior de autismo

com alguma região do planeta ou etnia, a Organização Mundial

da Saúde considera os números dos Estados Unidos

estimados para todo o planeta. O Brasil estima-se que

Page 16: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

16

tenhamos mais de 2 milhões de pessoas com autismo. No ano

passado, uma lei federal foi aprovada equiparando em direitos

os autistas aos deficientes, além de outros benefícios — Lei

12.764, também conhecida como ‘Lei Berenice Piana. (

JÚNIOR, Paiva. Casos de autismo sobem para 1 a cada 68

crianças. WWW.resvistaautismo.com.br .acessado em

06/02/2015)

Esta matéria foi escrita por Paiva Júnior que é um dos idealizadores e

editor chefe da Revista Autismo, revista esta que tem mostrado ser um veículo

de grande valia na divulgação dos conteúdos sobre a síndrome.

Para promover essa divulgação é comum no dia 2 de abril prédios

públicos serem iluminados com luzes azuis para comemorar o "Dia Mundial de

Conscientização do Autismo".

Segundo Orrú (2011 e 2012), para justificar este uso da cor azul,

veremos que, observou-se que a cada cinco diagnósticos, uma menina para

quatro meninos são portadores da síndrome, por essa razão a cor do autismo

é azul.

Segundo Orrú 2011, nos últimos anos o surgimento de casos de

autismo foi relacionado a fatores tão diversos quanto pais em idade avançada,

exposição precoce à TV, vacinas, alergias a determinados alimentos,

intoxicação por metais pesados e tecnologia sem fio, entre outros. O aumento

do número de casos normalmente é atribuído à maior capacidade dos médicos

de identificar a condição.

Características comportamentais da criança autista.

Page 17: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

17

Nem toda criança autista apresenta todas as características

comportamentais autísticas. Por essa razão, o autismo é visto

como uma síndrome que não é definida por um sintoma

específico. Para se dizer que uma criança é de fato autista,

deve-se procurar uma combinação de características

comportamentais que constituirá na criança um padrão

específico, sendo que essa combinação de características fará

parte de uma tríade de prejuízos nas áreas do comportamento

social, de comunicação e esteriotipias, vista anteriormente na

definição. É importante atentar para o fato de que muitos

comportamentos presentes no autismo não são exclusivos

desse transtorno, podendo encontrar-se em outras desordens,

como as esteriotipias que são muito comuns em casos de

esquizofrenia e na síndrome de X FRÁGIL, por exemplo. (

LAMPREIA e LIMA, 2011, p 10 e 11)

Sinais importantes podem indicar a presença de traços autistas:

A criança pode evitar contato visual, recusar contato físico,

praticamente não demonstrar iniciativa para se aproximar de

outras pessoas e compartilhar com elas os seus interesses,

manter-se isolada em situações sociais, não atender quando

chamada pelo nome. Pode haver vínculo específico e

exagerado com uma pessoa, tendo dificuldades para se afastar

dela. Muitas vezes a aproximação de outras pessoas é

“instrumental”, utilizando uma parte do outro (a mão e o braço,

geralmente) para conseguirem um objeto ou serem levadas ao

lugar que desejam. Comunicação verbal e não verbal O uso da

linguagem e de expressões faciais ou gestos visando à

Page 18: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

18

comunicação, assim como as habilidades de imitação, estão

ausentes, prejudicados ou são inadequados e idiossincráticos.

-O surgimento da fala pode estar atrasado, e parte das

crianças não desenvolve fala funcional, pronunciando ou

balbuciando poucas palavras. Aquelas que falam costumam

não usar a primeira pessoa (‘eu’), referindo-se a si na terceira

pessoa, e a entonação e o ritmo da fala podem ser estranhos

ou monótonos. Ecolalia (repetição das palavras ditas por outro)

e repetição estereotipada de frases fora do contexto, como

diálogos de desenhos animados ou comerciais de TV. Há

dificuldade na generalização de conceitos abstratos, que só

serão usados na situação em que foram aprendidos. Da

mesma forma, é difícil para o paciente entender o duplo

sentido, o humor ou a ironia, e nos casos mais graves a

simples compreensão de ordens ou solicitações é prejudicada.

Repertório de interesse e atividades, que são restritos e

estereotipados: Os jogos de faz-de-conta e as brincadeiras de

imitação estão comumente ausentes, e o foco de interesse da

criança pode estar exageradamente ligado a um objeto ou

atividade específica. Pode haver apego e manipulação do

objeto selecionado, que nem sempre é um brinquedo e não

parece ser usado simbolicamente. Há preocupação com a

manutenção de rotinas, rituais e ordenação de brinquedos ou

outros objetos, surgindo angústia se algo se modifica. Nas

crianças mais graves, podem existir vocalizações e

movimentos corporais repetitivos (por exemplo, balançar o

tronco ou a cabeça, girar o corpo, bater palmas). Os

movimentos de alguns objetos, especialmente os que são

contínuos e previsíveis, como o girar de um ventilador ou das

rodas de um carrinho, ou o fluxo de água de uma torneira,

exercem uma grande atração sobre essas crianças, que

podem passar longos períodos absorvidos em sua observação.

(DELGADO, 2013, p 26 a 28)

Page 19: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

19

Nem todos os pacientes apresentarão todos os sintomas, mas em

algum momento, irão apresentar a tríade de prejuízo. Chegar a um diagnóstico

de autismo não é simples, pois os Transtornos do Espectro Autista não são

muito conhecidos e não existem exames para identifica-los. Porém, alguns

exames são necessários para descartar outros problemas, como por exemplo:

auditivos, visuais, pesquisa genética, alérgicos, hormonais, etc.

Atualmente existem estudos em andamento que associam a

síndrome de autismo a: alergia a metais pesados, vacinas,

alergias a determinados alimentos (como por exemplo o

glúten), exposição precoce a TV, tecnologias sem fio, etc.

Entretanto, nenhum desses estudos é conclusivo. (ORRÚ,

2011, p. 23)

Não há medicamentos específicos para o autismo, mas remédios

podem ser receitados quando há outra doença associada ao autismo como

epilepsia, hiperatividade etc. O uso de medicamento deve sempre seguir

recomendação médica e deve ser feito sempre junto a outros tratamentos.

Existem várias opções de tratamento que devem ser realizados sempre

por equipes multidisciplinares (neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos,

terapeutas, etc). Um método pode trazer bons resultados para uma criança e

não para outra, ou seja, cada caso é único, apesar de possíveis semelhanças.

O tratamento deve ser feito caso a caso, considerando sempre a criança como

um todo: seus sentimentos, seus comportamentos, sua relação com os outros

na família, na escola, na comunidade etc.

Hoje em nosso país existe uma lei específica para o autismo, é a LEI Nº

12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012, que, Institui a Política Nacional de

Page 20: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

20

Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera

o § 3o do art. 98 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; dando ao

autismo um caráter de deficiência para que todos os portadores usufruam de

leis de amparo a deficientes que já existem em nossa legislação, e assim

possam dentre outros direitos, centros de tratamento para o seu caso

específico. (anexo 1)

Page 21: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

21

CAPÍTULO II

MONTESSORI X KANNER

“Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de

plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;”

Eclesiastes 3 – 2

Durante a formação intrauterina, o bebê recebe tudo que precisa para a

formação de seu corpo, para a sua alimentação e preparação para o seu

nascimento quanto ser vivo e para a sua aprendizagem como ser humano.

O ser humano relaciona-se com o meio e precisa fazê-lo para a sua

própria sobrevivência, pois ele não nasce autossuficiente, precisa de uma série

de cuidados para sobreviver e é a partir da relação com seus pares que ele se

torna humano, pois se quer compreende o que é quando nasce, e age

puramente por instintos inatos nos seus primeiros meses de vida. É a

sociedade que o ensina a ser humano, que o ensina a relacionar-se com os

demais de sua espécie.

Relvas (2011, p. 20) “Todos os indivíduos têm a possibilidade de

aprender, em maior ou menor grau...” São os estímulos, que desde o

nascimento, levam o bebê a imitar a fala de seus pais, balbuciando sons,

buscando acompanhar com os olhos pessoas e objetos, a se descobrir

mexendo e olhando as próprias mãos, movendo os pés, tentando locomoção.

Page 22: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

22

É o mover experimental, de descoberta, o que irá trazê-lo a fazer parte deste

mundo humano em que não está só hospedado, mas que irá morar.

Como exemplo de que se faz necessário o estímulo, existe o caso de

Kaspar Hause, que virou filme e mostra o que acontece com o

desenvolvimento de um menino que é isolado de todos numa espécie de

porão, acorrentado ao chão para não fugir, nem olhar para fora, que recebe as

refeições enquanto dorme, portanto não vê outras pessoas, não conhece a

própria imagem, não recebe estímulos para falar e nem andar. Quando chega

mais ou menos aos 15 anos, durante a noite para que ninguém o veja, nem ele

perceba o caminho e assim não volte, o pai o veste, coloca nas costas, já que

Kaspar não sabe andar, e o leva para a praça da cidade, deixando-o de pé

com uma carta nas mãos. Ele permanece imóvel, quando pessoas se

aproximam e falam com ele, ele não responde, porque não sabe falar, se

mantém inerte, não sabe o que fazer, já que nunca tinha feito contato com

outras pessoas. A cidade o recolhe para averiguação, e depois de algumas

avaliações, percebem que realmente ele não sabe coisas primordiais e sem

saber quem é responsável por Kaspar, a cidade o abriga e passa a ensiná-lo.

Com o tempo, têm grande avanço, mas é morto prematuramente pelo próprio

pai para que nada se descubra sobre o seu paradeiro, por isso, o filme se

chama: “O Enigma de Kaspar Hauser”.

Montessori (1987, p. 12) “A grandeza da personalidade humana

começa com o nascimento do homem”. O que pode parecer tão estranho por

ser algo tão “natural” para os familiares, a criança “sozinha” aprender, na

verdade é um processo que depende da orientação, do contato, da atenção e

por que não, do afeto.

Page 23: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

23

Montessori (1987, p.12) “Durante este período a educação deve ser

entendida como um auxílio ao desenvolvimento dos poderes psíquicos inatos

no indivíduo humano...”. A criança é um HD novinho pronto para receber

informações e ela o faz, processa muita informação desde o nascimento, mas

só é medida a qualidade do seu aprendizado após o seu ingresso na escola.

Quando está junto com outras crianças de sua faixa etária, acompanhadas de

um profissional, que é o professor, é onde geralmente se percebe o

andamento de seu aprendizado de acordo com a idade. Muitos pais não

percebem qualquer atraso por falta de outras crianças para comparar, por

achar que cada criança tem seu tempo ou mesmo por ignorar a questão da

aprendizagem existir antes da escola.

Montessori foi quem defendeu a aprendizagem desde os

primeiros meses de vida, afirmando: Montessori (1987, p.12) “... a educação

deveria ser iniciada desde o momento do nascimento”, por se tratarem de

momentos cruciais para o bom andamento do indivíduo.

Segundo a página da Web da Associação Montessoriana

Internacional (Association Montessori Internationali, htt:/ami-global.org/.

acessado em 06/02/2015), Montessori formou-se pela Universidade de Roma

em 1896 e sendo a primeira mulher formada em medicina na Itália, Maria Tecla

Artemesia Montessori, após a sua formatura, iniciou um trabalho com crianças

com necessidades especiais na clínica da universidade. Trabalho que rendeu

frutos e foi posteriormente utilizado com crianças sem comprometimento

algum, também criou um espaço para crianças que brincavam nas ruas

chamado de a Casa dei Bambini. Responsável também pela criação do

método montessori de aprendizagem, composto especialmente por um

material de apoio em que a própria criança (ou utilizador) observa e faz as

conexões corretas.

Page 24: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

24

Montessori (1965) descreve esse primeiro contato com crianças

especiais e as primeiras conclusões tidas por ela:

Foi assim que interessando-me pelas crianças mentalmente

deficientes, vim a conhecer o método especial de educação

idealizado por Édouard Séguin para esses pequenos infelizes,

compenetrando-me da ideia, então nascente, admitida mesmo

nos círculos médicos, da eficácia da “cura pedagógica” para

várias formas mórbidas, como surdez, a paralisia, a idiotia, o

raquitismo, etc. O fato de se preconizar a união da pedagogia à

medicina no campo da terapêutica era a conquista prática do

pensamento da época e nesta direção difundia-se o estudo da

atividade motora. Porém, contrariamente à opinião de meus

colegas, tive a intuição de que o problema da educação dos

deficientes era mais de ordem pedagógica do que médica.

(MONTESSORI, 1965, p. 27)

Montessori percebeu que essas crianças tinham um potencial oculto que

as pessoas não percebiam, ou mesmo ignoravam, porque tinham sido

rotuladas como idiotas, incapazes. Esse fato pode ser visto no filme: “Maria

Montessori – Uma vida dedicada às crianças” mostra o primeiro contato de

Montessori com as crianças de manicômio. Inicialmente essas crianças

ocupam as mesmas instalações que os adultos, só foram separadas quando

Montessori se ofereceu para trabalhar com elas. Demonstravam aparência

apática, não se movimentavam ou buscavam objetos para brincar, então,

Montessori passa a produzir materiais didáticos para estas crianças,

confeccionando letras de madeira coloridas, que oferecidas sem cobranças as

crianças, despertam grande interesse, então, inicia-se o aprendizado da leitura

e da escrita.

Page 25: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

25

Em relação aos brinquedos oferecidos as crianças, Montessori relata:

Embora existissem na escola, à disposição das crianças, jogos

e brinquedos verdadeiramente esplêndidos, ninguém se

interessava por eles, o que me surpreendeu a tal ponto que

resolvi intervir pessoalmente e usar os brinquedos com elas,

ensinando-lhes a manipulação da louça em miniatura,

acendendo o fogão na minúscula cozinha e colocando por

perto uma linda boneca. As crianças interessavam-se por um

momento, mas logo se afastavam e não escolhiam

espontaneamente os brinquedos. Então, compreendi que os

brinquedos talvez fossem algo inferior para a vida da criança e

que esta só recorria a eles na falta de coisa melhor, mas que

havia alguma coisa mais elevada que indubitavelmente

prevalecia no espírito da criança sobre todas as coisas fúteis.

O mesmo se poderia pensar em relação a nós: jogar xadrez ou

bridge é agradável nos momentos de lazer, mas deixaria de sê-

lo se fôssemos obrigados a não fazer outra coisa na vida.

Quando se tem uma ocupação elevada e urgente, esquece-se

o bridge. E a criança tem sempre outras coisas diante de si, e

coisas urgentes. Para ela, cada minuto que passa é precioso,

pois representa a passagem de um grau inferior a um superior.

Com efeito, a criança cresce continuamente, e tudo que se

refere aos meios de desenvolvimento lhe é fascinante e a torna

indiferente à atividade ociosa. (MONTESSORI,1991 , p. 136)

Brincar para simplesmente reproduzir ações dos adultos, aquilo que a

criança observa no seu dia-a-dia, pode ser interessante, mas se essa

experiência não meche com seu imaginário, não lhe dá o prazer da

descoberta, não aguça sua inteligência, é fútil e será deixado de lado para

outra atividade que supra suas expectativas.

Page 26: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

26

O recurso e sua utilização são tão importantes para o sucesso da

aprendizagem que Montessori relata:

Usando esse método consegui que alguns deficientes do

manicômio aprendessem a ler e a escrever corretamente; mais

tarde apresentando-se ao exame nas escolas públicas,

juntamente com os escolares normais, obtiveram aprovação.

Tais resultados eram tidos como miraculosos pelos

observadores. Eu, porém, sabia que esses deficientes haviam

alcançado os escolares normais nos exames públicos era,

unicamente, por haverem sido conduzidos por uma via

diferente: tinham sido auxiliados no seu desenvolvimento

psíquico, enquanto as crianças normais haviam sido, pelo

contrário, sufocadas e deprimidas. Eu acreditava que, se

algum dia, esta educação especial, que tão

extraordinariamente desenvolvera os deficientes, pudesse

aplicar-se ao desenvolvimento das crianças normais, o milagre

espalhar-se-ia por todo o mundo e o abismo entre a

mentalidade dos deficientes e a dos normais desapareceria

totalmente. . (MONTESSORI, 1965, p. 33)

Preparar o ambiente para que desperte o interesse das crianças e as

novas descobertas é considerado primordial no trabalho pedagógico,

transformar a área de trabalho num laboratório de pesquisa para os pequenos,

em que tudo gere força para o seu fazer científico e produção do

conhecimento, pode ser expresso pelas experiências de Montessori a respeito

do material e adaptações do mesmo.

Em contrapartida, o outro conceito do ambiente material

adaptado às proporções do corpo da criança foi recebido com

Page 27: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

27

simpatia. Salas claras e iluminadas, com janelas baixas, cheias

de flores, móveis pequenos de todos os tipos, exatamente

como a mobília de uma casa moderna – mesinhas pequenas,

poltronazinhas, cortinas graciosas, armários baixos, ao alcance

das mãos das crianças, que neles colocam os objetos e pegam

o que desejam – tudo isto pareceu um verdadeiro

melhoramento de importância prática na vida da criança. E

acredito que a maior parte das Casas das Crianças conserve

justamente essa característica exterior como ponto principal. (

MONTESSORI, 1991, p.125)

Como diz Montessori, o espaço de trabalho deve ser agradável, com

móveis que se adequem a criança, para que a mesma possa pegar objetos

sem ajuda, de acordo com sua vontade, livremente, sem dificuldade, para que

não haja obstáculos à sua exploração, a sua construção do saber.

Com a observação do comportamento destas crianças, Montessori

estudou os melhores estímulos para o desenvolvimento. Ela não tinha uma

preocupação única em ensinar, mais estimular o interesse dessas crianças às

descobertas, para Montessori as crianças aprendiam por si só, o professor

seria uma figura passiva, com papel de orientador da aprendizagem e a

criança teria um papel ativo, o executor da aprendizagem.

A aprendizagem é algo natural do ser humano.

Todo ser humano tem o seu tempo de amadurecimento físico e

psíquico, existe o seu ciclo próprio, em que se dispõe capaz de executar

determinadas ações, caminhando para os seus interesses, desenvolvendo

suas habilidades.

Page 28: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

28

O conhecimento não é uma via de mão única, para que todos possam

chegar a um mesmo conhecimento, são possíveis vários caminhos, que se

ajustam a pessoas diferentes, pois o que faz do ser humano singular são as

diferenças, ninguém é igual à ninguém.

A criança dita “especial” precisa de atenção e orientação que não

é dispensada a criança dita “normal”, ambas possuem potenciais, sejam eles

maiores ou menores, para áreas afins ou não. E o papel educacional da

família e da escola não muda, ainda será o de preparar esta criança para a

vida em sociedade.

Montessori (1991, p. 124) “Eis a verdadeira nova educação:

partir primeiro à descoberta da criança e efetuar a sua libertação.” A educação

compromissada, é aquela que proporciona formas de crescimento ao

indivíduo e assim o confere a capacidade de alcançar as suas próprias

conquistas.

Assim como Montessori, Léo Kanner foi capaz de perceber nas crianças

autistas que observou, potencialidades: grande capacidade de memória,

grande desenvolvimento em ciências matemáticas, habilidades musicais, etc.

Características essas que poderiam trazer contribuições para a sociedade se

fossem bem aproveitadas.

A criança têm um caráter produtivo, o seu brincar, manipular objetos,

mover-se e fazer mover, nada mais é do que o seu trabalho de campo, que

gera satisfação, alegria da construção, da descoberta.

Page 29: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

29

Tudo isto pode parecer obscuro, contudo ficará imediatamente

claro se nos aprofundarmos em seus detalhes: a criança tem

uma mente capaz de absorver conhecimentos e poder de se

auto - instruir; para demonstrar esta afirmação é suficiente que

levemos a cabo uma observação superficial. O filho fala a

língua dos pais; ora, a aprendizagem de uma língua é uma

grande conquista intelectual; ninguém ensinou a criança, e,

ainda assim, ela sabe usar na perfeição o nome das coisas, os

verbos, os adjetivos... No íntimo de cada criança existe, por

assim dizer, um professor atento que sabe obter os mesmos

resultados de cada criança, não importa em que país ela se

encontre. A única língua que o homem aprende na perfeição é,

sem sombra de dúvidas, aquela absorvida durante o primeiro

período da infância, quando ninguém é capaz de transmitir um

ensinamento à criança. (MONTESSORI, 1987,p.14)

Há capacidade, capacidade esta que não se pode medir ou mesmo

dizer que permanece imutável, porque o indivíduo evolui, aprende com suas

limitações. Por exemplo, temos a plasticidade cerebral que é a reação do

organismo em casos de comprometimento cerebral, provando que o indivíduo

é capaz de reagir organicamente e psiquicamente para mudar o seu estado de

incapacidade.

As crianças “especiais” se tornaram adultos “especiais” que não poderão

estar inertes à sociedade, nem tangentes à vida. Para o seu próprio bem estar,

é preciso que se tornem ativos quanto cidadãos e pessoas capazes de crescer,

se desenvolver, ser produtivo e independente.

Page 30: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

30

CAPÍTULO III

MÉTODOS TEACCH e SON RISE

Hoje, talvez, a melhor e a mais importante descoberta da

ciência que estuda o cérebro seja a questão da plasticidade

cerebral, ou seja, no passado, acreditava-se que quem não

aprendia não aprendia e ponto final. Seu cérebro não dava

conta e nunca poderia dar conta de aprendizagem, e, dessa

forma, cabia ao indivíduo desaparecer dos meios acadêmicos

e sociais. Era uma exclusão fundamentada até mesmo pela

ciência. Hoje isto mudou, e a plasticidade cerebral, que a

ciência tanto tem se dedicado a compreender cada vez mais, é

a nossa grande descoberta em relação a esse grupo de

alunos. A plasticidade cerebral é a capacidade que o cérebro

tem em se remodelar em função das experiências do sujeito,

reformulando as suas conexões em função das necessidades

e dos fatores do meio ambiente. (ALMEIDA, 2012, p. 44 e 45)

O homem está no mundo e para viver neste mundo, precisou se adaptar

as situações, como a de temperatura, superar limitações, como a de esforço

físico, solucionar problemas, como se proteger, se aquecer, entre outras, que a

natureza apresentou a ele. Essas lições fizeram dele mais capaz, mudaram

sua forma de pensar e agir, ele evoluiu e o seu cérebro junto com ele.

Portanto, as experiências fazem as atitudes mudarem para alcançar

respostas positivas, satisfatórias, isto vale para qualquer ser vivo, e é um fato

tomado como base para métodos de tratamento utilizados em autistas. Como o

Page 31: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

31

autismo é uma síndrome que não possui sua causa comprovada, em que os

estudos se baseiam nas características comportamentais dos pacientes, os

tratamentos serão voltados para otimizar esses traços comportamentais que

comprometem seu desenvolvimento e as relações interpessoais.

Esses métodos seguem a abordagem behaviorista, que trabalha a partir

da análise do comportamento e a modificação do mesmo por condicionamento

operante.

A teoria behaviorista tem como característica não abordar

conceitos referentes aos estados mentais, fazendo-o apenas

em relação a comportamentos observáveis. (...) método de

trabalho centrado na observação e na experiência laboratorial,

pelos quais os estados mentais são influenciados e se

constituem de forma lógica, a partir de disposições do

comportamento. Skinner procurava trabalhar cientificamente

com o que era observável, dando maior atenção para a

definição de como o comportamento era provocado pelas

forças externas. Em sua concepção, todas as nossas ações e

nossa maneira de ser são formadas como resultado de

experiências de punição, reforçamento ou extinção (...) O

modelo utilizado para a representação, no behaviorismo, é a

máquina. Assim, com relação ao homem, este é entendido

como um ser passivo, um organismo que é reativo, definido,

controlado e manipulado pelo meio e suas forças externas. Sua

mente é compreendida como sendo uma tábua rasa, e todos

os fenômenos humanos como reações do organismo às forças

externas.( ORRÚ,2012,p.54)

O behaviorismo, coloca o homem como sendo produto do meio, meio

este, que modela o comportamento deste homem, através de manipulações e

Page 32: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

32

reforços, traçando o caminho a ser seguido, mostrando o ponto de chegada

que é a resposta desejada e certa para a questão apresentada, e contudo,

esta resposta certa será reforçada, para sempre ser utilizada na mesma

questão. É considerado resultado, somente aquilo que é observável no

comportamento do indivíduo.

Em uma abordagem comportamental, os procedimentos para o

trabalho com autistas compreendem avaliação

comportamental, treino de repertórios de apoio, verbais e

perceptivo-motores, treino em interação social, comportamento

verbal e comportamentos acadêmicos, cujo objetivo é a

redução de comportamentos excessivos e a ampliação da

atenção do sujeito. (ORRÚ, 2012, p 58)

Os métodos educacionais que utilizam a teoria comportamental,

objetivam o treino do indivíduo, conforme a proposta de comportamentos

exploratórios e adequados, de acordo com instruções explicadas previamente.

Um método que tem como base a teoria behaviorista é o TEACCH (

Treatment and Education of Autistic and related Communication hadicapped

Children) – Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Deficits

relacionados à Comunicação.

A abordagem TEACCH foi desenvolvida na década de 1970

por Eric Schopler e outros no Departamento de Psiquiatria da

Escola de Medicina da Carolina do Norte. A abordagem busca

ajudar indivíduos com ASD a cultivarem a vida e a

independência dentro de seu potencial máximo, com apoio da

comunidade. Em 1972, a North Carolina General Assembly

aprovou lei que exigia a criação da divisão para TEACCH. Foi

Page 33: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

33

o primeiro programa estadual dos Estados Unidos, comunitário

e abrangente, dedicado a melhorar tanto a compreensão do

autismo quanto os serviços para crianças com autismo (e

outros distúrbios de comunicação) e suas famílias. Entre as

principais prioridades estão o foco no indivíduo, a

compreensão do autismo e uma base intervencionista ampla

fundamentada em aptidões e interesses existentes. A filosofia

de TEACCH é a noção de que os autistas fazem parte de um

grupo cultural distinto, não inferior aos indivíduos sem autismo.

Cada programa é individualizado – reconhecendo que todos

são diferentes. Organizar o espaço físico, desenvolver horários

e sistemas de trabalho, esclarecer e explicitar as expectativas

e usar materiais visuais são formas eficazes de desenvolver

aptidões e permitir que os autistas as usem sem a ajuda direta

de adultos. É dada atenção especial ao ambiente social e de

aprendizagem e à ação de proporcionar uma estrutura clara

para todo o ensino (por exemplo, minimizar distrações como

ruídos ou estímulos visuais). Enfatiza-se a importância dos pais

e do relacionamento entre casa e escola. (WILLIANS e

WRIGHT, 2008, 295 e 296)

Cada indivíduo possui potencialidades, algo que lhe chama atenção,

desperta a curiosidade, faz mover-se, sair da prostação. Este elemento de

interesse será utilizado para produzir diálogo, mesmo que não verbal, com o

autista. Atrairá sua atenção, fazendo realizar atividades que o levaram a uma

aprendizagem comportamental e cognitiva e criará um vinculo de confiança

com o seu orientador ( terapeuta, pessoa da família, professor), produzindo

experiência interpessoal, chamando – o a sair de seu mundo e comunicar-se.

Se por exemplo, uma criança de uns seis anos chega para terapia, e

não responde a estímulos verbais, tudo que é apresentado para o início de um

diálogo, jogos e brinquedos, não lhe faz direcionar o olhar ao que é mostrado,

Page 34: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

34

figuras, livros, nada gera um esboço de reação, parece não haver meios para

chegar ao seu alcance. Contudo, em meio aos seus movimentos de

estereotipias, ela deixa escapar a palavra “peppa”, que é o nome da

personagem de desenho que ela mais gosta, assiste incessantemente este

desenho, lhe dá muito prazer, muita alegria. Então, este é o elemento de

interesse desta criança, e as atividades destinadas a ela deveram constar a

peppa, mesmo que seja como estímulo inicial para atrair sua atenção, o que

importa é trazê-la para o foco da atividade.

TEACCH sugere que o ensino estruturado é importante, mas

não se deve determinar onde autistas devem estudar. Essa

decisão deve ser baseada nas aptidões e necessidades de

cada aluno. Embora os déficits sejam abordados, há um

enfoque em cultivar pontos fortes e interesses, além de

maximizar o potencial. TEACCH é uma abordagem vitalícia

que reconhece a mudança de necessidades. Sugere a

necessidade de monitoramento e avaliação periódicos para

manter as intervenções adequadas ao desenvolvimento.

TEACCH oferece serviços como avaliação e diagnóstico,

desenvolvimento curricular individualizado, treinamento de

aptidões sociais, treinamento vocacional e treinamento e

orientação de pais. Além disso, o staff clínico TEACCH oferece

consultoria a diversos grupos profissionais. Pais e professores

podem ser treinados na abordagem TEACCH. (WILLIANS e

WRIGHT, 2008, 295 e 296)

O método TEACCH respeita a particularidade do indivíduo, e que nele

existem aptidões que devem ser exploradas para o desenvolvimento do

indivíduo. Considera também, o amadurecimento natural, porque este indivíduo

crescerá, deixará de ser criança para se tornar um adolescente, depois um

jovem e enfim, um adulto, e estas mudanças orgânicas o levaram a novos

interesses e novos desafios. Os conteúdos apresentados deverão respeitar as

Page 35: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

35

suas capacidades e levar o mesmo a alcançar novos conhecimentos, a traçar

novas metas, ele não pode ficar estagnado, recebendo sempre as mesmas

informações, se estas forem superadas.

O TEACCH considera que é difícil ou mesmo improvável que o autista

construa a generalização daquilo que aprendeu e a realização de analogias,

mas considera também que o autista possui a capacidade de pensar e

compreender, mas o faz de maneira distinta, individualizada. Por isso, o

material utilizado pelo método é desenvolvido através de rotinas a serem

seguidas dia-a-dia.

SON – RISE

Este programa foi criado a partir da experiência da família Kaufman com

seu filho Raun. Para registrar essa experiência, foi criado um filme que conta

essa história, “ Meu filho, meu mundo” , este mostra que quando os Kaufman

observaram a mudança repentina no comportamento de Raun, buscaram

repostas com especialistas, e receberam o diagnóstico de autismo.

Pesquisaram formas de tratamento para o autismo, e se depararam com

terapias de condicionamento comportamental que puniam respostas

indesejadas com castigos, tapas, terapias de choques, isolamento e

medicações. Recursos muito agressivos, que foram rejeitados pelos Kaufman.

Decidiram por fim, estudar tudo que se tinha descoberto a respeito do autismo,

cientificamente e pedagogicamente, e passaram a estimular Raun em casa.

Trabalhavam com ele todos os dias, em um cômodo da casa que foi esvaziado

para não oferecer informações que o desviassem do foco da atividade. Eram

apresentados jogos, brinquedos, e a cada erro era corrigido e encorajado a

continuar para atingir o acerto, e cada acerto era celebrado com grande

alegria, assim recebia o reforço positivo. Sempre estimulado a olhar nos olhos,

Page 36: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

36

e quando atendido o estímulo, quando direcionava os olhos para os olhos

daquele com quem trabalhava, recebia sorrisos e agradecimentos por partilhar

sua atenção.

Raun saiu do espectro, ou seja, deixou de apresentar as características

comprometedoras do autismo, e se desenvolveu. Hoje, dá palestras a respeito

da experiência e dedicação dos seus pais com ele.

Com o resultado positivo com Raun, a experiência dos Kaufman atraiu

seguidores e o Son-Rise se tornou método. Ele tem mostrado avanço por parte

de seus pacientes no tratamento, e grande aceitação dos familiares, por se

tratar de um método afetuoso, que obtêm respostas através do reforço

positivo, como é explicado por eles, “ celebrando a vida”.

“Diversos tratamentos biomédicos e abordagens educacionais

têm sido desenvolvidos mundialmente com o objetivo de

promover o desenvolvimento social e a recuperação das

pessoas com autismo, dentre eles o Programa Son-Rise*. O

programa é um eficiente método educacional para crianças

com autismo, desenvolvido pelo The Autism Treatment Center

of America, em Massachusetts, nos Estados Unidos, e tem

sido aplicado em diversos países com excelentes resultados.

No início dos anos 70, o casal Barry e Samahria Kaufman,

fundadores do Programa Son-Rise, ouviram dos especialistas

que não havia esperança de recuperação para seu filho Raun,

diagnosticado com autismo severo e um QI abaixo de 30.

Decidiram, porém, acreditar na ilimitada capacidade humana

para a cura e o desenvolvimento, e puseram-se à procura de

uma maneira de aproximar-se de Raun – que se encontrava

em estado de total isolamento, não interagindo nem mesmo

com os pais. Foi a partir da experimentação criativa e amorosa

Page 37: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

37

com Raun, cerca de 30 anos atrás, que eles desenvolveram o

Programa Son-Rise. Raun Kaufman se recuperou de seu

autismo após três anos e meio de trabalho intensivo com seus

pais. Ele continuou a se desenvolver de maneira típica, cursou

uma universidade altamente conceituada e agora é o CEO do

Autism Treatment Center of America, fundado por seus pais

em Massachusetts, nos EUA. Desde a recuperação de Raun,

milhares de crianças utilizando o Programa Son-Rise têm se

desenvolvido muito além das expectativas convencionais,

algumas delas têm apresentado total recuperação do autismo.

Os resultados do Programa Son-Rise têm recebido cobertura

da mídia internacional, principalmente nos EUA e Europa,

destacando-se o documentário produzido pela TV inglesa BBC

intitulado “I Want My Little Boy Back” (“Eu Quero Meu

Garotinho de Volta”), e o filme produzido pela NBC americana

inspirado na história da família Kaufman “Son-Rise – A Miracle

of Love” (lançado no Brasil com o título “Meu Filho Meu

Mundo”, pela Globo Vídeo).A Aplicação do Programa“No

Programa Son-Rise, a aceitação da pessoa com autismo,

associada a uma atitude positiva – de entusiasmo e esperança

– em relação ao potencial de desenvolvimento desta pessoa,

são princípios básicos para o tratamento.”O Programa Son-

Rise oferece uma abordagem educacional prática e

abrangente para inspirar as crianças, adolescentes e adultos

com autismo a participarem ativamente em interações

divertidas, espontâneas e dinâmicas com os pais, outros

adultos e crianças. O corpo de experiência do Programa Son-

Rise demonstra que quando uma pessoa com autismo passa a

participar deste tipo de experiência interativa, ela torna-se mais

aberta, receptiva e motivada para aprender novas habilidades

e informações. A participação da pessoa nestas interações

seria então fator-chave para o tratamento e recuperação do

autismo. O Programa Son-Rise é centrado na criança (ou no

adulto) com autismo. Isto significa que o tratamento tem início

na busca de uma profunda compreensão e genuína apreciação

Page 38: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

38

da criança, de como ela se comporta, interage e se comunica,

assim como de seus interesses. O Programa Son-Rise

descreve isto como o “ir até o mundo da criança”, buscando

fazer a ponte entre o mundo convencional e o mundo desta

criança em especial. Com esta atitude, o adulto facilitador vê a

criança como um ser único a ser respeitado, não como alguém

que precisa “ser consertado”, e pergunta-se, “como eu posso

me relacionar e me comunicar melhor com essa criança?”.

Quando a criança sente-se segura e aceita por este adulto,

maior é a sua receptividade ao convite para interação que o

adulto venha a fazer. Nesta abordagem centrada na criança,

adotamos um estilo responsivo de interação, onde procuramos

responder aos sinais de comunicação que a criança nos

oferece, sejam estes verbais ou não verbais. Em primeiro

lugar, observamos o estado de disponibilidade para interação

em que ela se encontra a cada momento. Ao notarmos uma

criança em comportamento repetitivo e/ou de isolamento, caso

este não seja um comportamento que promova qualquer risco

para a sua integridade física, dos outros, ou da propriedade,

permitimos que o comportamento ocorra, para que a criança

possa fazer a sua autorregulação e satisfazer suas

necessidades sensoriais. Além de respeitarmos o ritmo da

criança, nos juntamos a ela, fazendo o que ela faz naquele

momento. Esta experiência demonstra para a criança a nossa

aceitação e nos informa sobre muitos de seus interesses,

assim como de suas necessidades e preferências sensoriais.

Estas valiosas informações nos ajudam em outros momentos a

criar atividades interativas que atendam a estas necessidades

e preferências da criança. Enquanto nos juntamos à criança,

permanecemos disponíveis para interagir com ela quando ela

quiser e puder. Quando ela passa a nos oferecer “sinais verdes

para a interação”, como por exemplo, olhando em nossa

direção ou para o que estamos fazendo, olhando em nossos

olhos, falando conosco, oferecendo algum contato físico, seu

estado de disponibilidade está mudando e ela está agora

Page 39: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

39

interessada em nós e em nosso mundo. Aproveitamos esta

oportunidade para tentarmos então criar alguma atividade

interativa com ela, convidando-a para interagir conosco em

uma atividade que possa ser interessante e divertida para ela.

Enquanto a criança participa da atividade ou da brincadeira,

inserimos metas educacionais personalizadas que ajudam a

criança a aprender brincando. Quanto mais motivada a criança

estiver dentro da atividade, mais participações conseguiremos

solicitar dela e, de uma forma divertida, incentivá-la a superar

suas dificuldades e desenvolver suas habilidades. No

Programa Son-Rise, toda a aprendizagem acontece no

contexto de uma interação divertida, amorosa e dinâmica. A

ênfase está na diversão. O mesmo aplica-se para o trabalho

com um adulto. As atividades são adaptadas para serem

motivadoras e apropriadas ao estágio de desenvolvimento

específico do indivíduo, qualquer que seja sua idade. O papel

dos pais é essencial neste processo de tratamento. O

Programa Son-Rise propõe a implementação de um programa

domiciliar dirigido pelos pais, os quais podem contar com o

auxílio de um grupo multidisciplinar de profissionais e

voluntários. As sessões individuais (um-para-um) do programa

são realizadas na residência da criança ou adulto com autismo,

em um quarto especialmente preparado com poucas

distrações visuais e auditivas, contendo brinquedos e materiais

motivadores para a criança ou adulto com autismo que sirvam

como instrumento de facilitação para a interação e

subsequente aprendizagem. Os pais aprendem a construir, no

dia-a-dia, experiências interativas estimulantes que convidem a

criança a desenvolver-se socialmente dentro de um currículo

claramente definido. Ao propor uma abordagem inter-

relacional, de valorização do relacionamento com a pessoa

com autismo, o Programa Son-Rise promove oportunidades

para que pais, profissionais e crianças construam, juntos,

novas formas de se comunicarem e de interagirem, em que

atividades motivacionais e lúdicas fornecem a base para o

Page 40: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

40

aprendizado social, emocional e cognitivo, para a autonomia e

para a inclusão social.” O Son-Rise baseia-se em alguns

princípios fundamentais, entre eles: Participar ativamente de

comportamentos incomuns ou repetitivos da criança na

tentativa de facilitar mais interação social. Focar nas

motivações e interesses da criança para facilitar a

aprendizagem e a aquisição de aptidões. Incentivar as

brincadeiras interativas e usá-las para aprendizagem. Manter

uma atitude positiva, imparcial e amorosa em interações e

expectativas. Reconhecer que os pais ou provedores de

cuidado são o recurso mais importante e duradouro da criança.

Criar uma área de trabalho/ diversão segura e livre de

distrações. (REVISTA AUTISMO, edição 0, 2012, p. 5 e 6 -

WWW.resvistaautismo.com.br .acessado em 06/02/2015).

O Son-rise indica como tratamento, a interação com o paciente, chama

a família, os cuidadores, a entrar na realidade do paciente, a celebrar a alegria

de compartilhar a vida com ele, mostrar aceitação e entendimento de suas

peculiaridades e assim auxiliá-lo em seu desenvolvimento.

Page 41: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

41

CONCLUSÃO

Através de todo trabalho realizado e das experiências observadas, é

possível concluir que o autismo se refere a uma síndrome que afeta o

desenvolvimento do indivíduo a partir de uma tríade de comprometimento,

constituída por: interação social, comunicação e imaginação.

O diagnóstico ser buscado o quanto antes, ajuda na introdução das

terapias e assim nos estímulos a evolução do paciente. Os pais receberem o

diagnóstico cedo também auxilia na maturação dos mesmos para se

prepararem e assim, lidarem melhor com o dia-a-dia desta criança. A

divulgação à sociedade de informações sobre a síndrome poderia ajudar no

diagnóstico de mais casos e também no melhor posicionamento da família em

favor desta criança.

A causa do Autismo ainda não foi descoberta, mas existem opções de

tratamento que têm alcançado bons resultados, e até mesmo, casos de

crianças que não apresentam mais comprometimentos.

Também é importante lembrar de que cada ser humano é único, e

consigo trás uma série de características físicas e mentais, as quais serão seu

ponto de partida na vida, porque o ser humano muda, e deve mudar, durante

sua estada na Terra.

O Autismo é um traço genético, como uma característica de

personalidade, que pode ser melhorada, aprimorada, para otimizar o

desenvolvimento do indivíduo.

Todo ser humano é capaz de aprender e evoluir em sua condição,

assim sendo, todos os autistas tem a possibilidade de aprender a viver em

sociedade, mesmo com suas dificuldades relacionais, e assim, se tornarem

pessoas independentes.

Então, devemos respeitar esse olhar diferente do autista, esse seu

modo de ver o mundo e convencê-los a trazer os seus olhares para nós, a fim

de partilharmos da dadiva de aprender e viver com eles.

Page 42: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

LAMPREIA, Carolina; Lima, Mariana Machado Rocha. Instrumento de

vigilância precoce do Autismo: Manual e vídeo. Rio de Janeiro: editora PUC

Rio, 2011.

MONTESSORI, Maria. A Criança. São Paulo: Círculo do livro, 1991.

__________________.Mente Absorvente. Rio de Janeiro: Nórdica, 1987. São

Paulo: Flamboyant, 1965.

__________________ . Pedagogia Científica. São Paulo: Flamboyant, 1965.

ORRÚ, Sílvia Ester. Autismo – O que os pais devem saber? Rio de Janeiro:

WAK, 2011. Autismo, Linguagem e Educação. Rio de Janeiro: WAK, 2012.

PROJETO: Familiares Parceiros do Cuidado – Caderno do Participante.

Organização: IPUB e NUPPSAM, 2013.

RELVAS, Marta Pires. Que Cérebro é Esse Que Chegou A Escola? – As

bases neurocientíficas da aprendizagem. Rio de Janeiro: Wak, 2012.

__________________.Neurociência e Transtornos de Aprendizagem – As

múltiplas Eficiências para uma Educação Inclusiva. Rio de Janeiro: Wak, 2011.

TUCHMAN, Roberto; RAPIN, Isabelle. Autismo – Abordagem neurobiológica.

Porto Alegre: Artmed, 2009.

WILLIANS, Chris; WRIGHT, Barry. Convivendo com Autismo e Síndrome de

Asperger – Estratégias Práticas Para Pais e Profissionais. São Paulo: M.Book,

2008.

Page 43: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

43

WEBGRAFIA

http://www.ama.org.br/ acessado em 07/02/2015

http://guiandocomamor.tumblr.com/ acessado em 06/02/2015

http://www.revistaautismo.com.br/.acessado em 06/02/2015

http://ami-global.org/.acessado em 06/02/2015

DVD: Maria Montessori – Uma vida dedicada às crianças

DVD: Meu filho, Meu Mundo – SON-RISE A Miracle of Love

DVD: Inspirados pelo Autismo – trazendo o programa SON-RISE para o

Brasil. Solução para o Autismo.

Page 44: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

44

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Autismo & Kanner 10

1.1 – Definição de Autismo 10

1.2 - Léo Kanner 10

1.3 – Caso 1 – Donald 11

1.4 - Definição de Autismo e Síndrome 12

1.5 - Autismo e Esquizofrenia 13

1.6 – Comprometimento e estatística 14

1.7 – Dados da Revista Autismo 15

1.8 – Estudos de possíveis causas geradoras 16

1.9 – Sinais do Autismo 17

1.10- Especificidades e medicamentos 19

1.11- Citação da Lei de Autismo 20

CAPÍTULO II

Montessori X Kanner 21

2.1- Formação do ser humano 21

2.2- Exemplo de Kaspar Hauser 22

2.3- Aprendizagem 23

2.4- As crianças do manicômio 24

2.5- Brinquedos e as crianças 25

2.6- Preparação do ambiente 26

Page 45: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

45

2.7- Vários caminhos para a educação 28

2.8- Capacidade do indivíduo 29

CAPÍTULO III

Teacch e Son -Rise 30

3.1- Plasticidade Cerebral 30

3.2- Behaviorismo 31

3.3- TEACCH 32

3.4- SON-RISE 35

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

ÍNDICE 44 ANEXOS 47

Page 46: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

46

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012. LEI DO AUTISMO

Anexo 2 >> Depoimento de Karine, mãe de Davi

Anexo 3 >> DEPOIMENTO DE MÔNICA / Vivência com Autismo: depoimento

Anexo 4 >> Centros de Tratamento e Associações

Page 47: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

47

ANEXO 1

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12764.htm

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012.

Mensagem de veto

Regulamento

Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno

do Espectro Autista; e altera o § 3o do art. 98 da Lei no 8.112, de 11 de

dezembro de 1990.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa

com Transtorno do Espectro Autista e estabelece diretrizes para sua

consecução.

§ 1o Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do

espectro autista aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na forma

dos seguintes incisos I ou II:

Page 48: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

48

I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da

interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal

e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social;

falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de

desenvolvimento;

II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e

atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais

estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva

aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses

restritos e fixos.

§ 2o A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com

deficiência, para todos os efeitos legais.

Art. 2o São diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa

com Transtorno do Espectro Autista:

I - a intersetorialidade no desenvolvimento das ações e das políticas e no

atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista;

II - a participação da comunidade na formulação de políticas públicas voltadas

para as pessoas com transtorno do espectro autista e o controle social da sua

implantação, acompanhamento e avaliação;

III - a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com transtorno do

espectro autista, objetivando o diagnóstico precoce, o atendimento

multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes;

IV - (VETADO);

Page 49: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

49

V - o estímulo à inserção da pessoa com transtorno do espectro autista no

mercado de trabalho, observadas as peculiaridades da deficiência e as

disposições da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do

Adolescente);

VI - a responsabilidade do poder público quanto à informação pública relativa

ao transtorno e suas implicações;

VII - o incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados no

atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e

responsáveis;

VIII - o estímulo à pesquisa científica, com prioridade para estudos

epidemiológicos tendentes a dimensionar a magnitude e as características do

problema relativo ao transtorno do espectro autista no País.

Parágrafo único. Para cumprimento das diretrizes de que trata este artigo, o

poder público poderá firmar contrato de direito público ou convênio com

pessoas jurídicas de direito privado.

Art. 3o São direitos da pessoa com transtorno do espectro autista:

I - a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da

personalidade, a segurança e o lazer;

II - a proteção contra qualquer forma de abuso e exploração;

III - o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às

suas necessidades de saúde, incluindo:

a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo;

Page 50: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

50

b) o atendimento multiprofissional;

c) a nutrição adequada e a terapia nutricional;

d) os medicamentos;

e) informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento;

IV - o acesso:

a) à educação e ao ensino profissionalizante;

b) à moradia, inclusive à residência protegida;

c) ao mercado de trabalho;

d) à previdência social e à assistência social.

Parágrafo único. Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com

transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular,

nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito a acompanhante especializado.

Art. 4o A pessoa com transtorno do espectro autista não será submetida a

tratamento desumano ou degradante, não será privada de sua liberdade ou do

convívio familiar nem sofrerá discriminação por motivo da deficiência.

Parágrafo único. Nos casos de necessidade de internação médica em

unidades especializadas, observar-se-á o que dispõe o art. 4o da Lei no

10.216, de 6 de abril de 2001.

Art. 5o A pessoa com transtorno do espectro autista não será impedida de

participar de planos privados de assistência à saúde em razão de sua condição

Page 51: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

51

de pessoa com deficiência, conforme dispõe o art. 14 da Lei no 9.656, de 3 de

junho de 1998.

Art. 6o (VETADO).

Art. 7o O gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula

de aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de

deficiência, será punido com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-mínimos.

§ 1o Em caso de reincidência, apurada por processo administrativo,

assegurado o contraditório e a ampla defesa, haverá a perda do cargo.

§ 2o (VETADO).

Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 27 de dezembro de 2012; 191o da Independência e 124o da

República.

DILMA ROUSSEFF

José Henrique Paim Fernandes

Miriam Belchior

Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.12.2012

Page 52: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

52

ANEXO 2

Depoimento de Karine, mãe de Davi

http://guiandocomamor.tumblr.com/tagged/Depoimento

Minha gestação não foi planejada, mas quantos acontecimentos em

nossa vida não são e são bem sucedidos!

Sempre sonhei com meu filho e, apesar de não ter emprego, não estar

casada , não ter enxoval de casamento, não saber como eu e o pai iriámos

resolver todas essas questões, a minha gestação correu tranquila.

Eu estava no final da faculdade e a concluí colando grau com Davi nos

meus braços com apenas 14 dias!

Prestei concurso para Araruama quando ele tinha três meses e quando

ele completou cinco meses, eu fui convocada e assumi o cargo de Professor I

– Educação Artística, me mudando para a cidade.

Araruama é uma cidade tranquila, bem familiar, lá eu assumi não só o

meu primeiro cargo, mas também a minha posição como esposa e

principalmente mãe. Estava agora em minha casa com a minha família, longe

dos meus pais e parentes mais próximos, pois eles são de São Gonçalo. Mas

em Araruama eu tenho primos por parte de pai, não estava tão só assim!

Davi se desenvolveu bem, andou, iniciou o processo de fala,

pronunciando até nomes difíceis, como o do meu irmão (Rafael), tinha um bom

desenvolvimento motor e gostava de brincar com crianças e adultos, também

demonstrava afeto. Quando ele passou da creche para o jardim de infância,

não só pela idade, mas também pelo desenvolvimento, a escola começou a

apontar dificuldades de concentração, a ausência quase que total da fala (ele

evitava falar e apontava o que queria), o interesse por movimentos repetitivos

(como abrir e fechar portas, janelas, gavetas, etc.), e me pediram para levá-lo à

um fonoaudiólogo. Eu fui ao setor público que dispõe desse serviço e inscrevi

Davi com o pedido da escola. A vaga não demorou a sair, o que foi muito bom

Page 53: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

53

já que não tinha condições de pagar pelas consultas (nós não tinhámos plano

de saúde).

Fora essas características apontadas pela escola, em casa eu percebia

que ele gostava de brincar com as rodas do carrinho e do velotrol, que ele

virava de cabeça para baixo para girar a roda. Também quando eu colocava

desenho no vídeo cassete, ele ficava muito concentrado assistindo e quando

aprendeu, por observação, a voltar a fita, repetia as partes mais engraçadas

várias vezes e ria bem alto!

Eu não podia sair com ele sem levá-lo no carrinho ou no colo; ele não

queria caminhar de jeito nenhum, e se eu forçasse mostrando que eu não

aguentava levá-lo no colo o tempo todo, ele simplesmente se jogava no chão,

ficava paralisado e não havia jeito de convencê-lo a fazer aquilo que não

queria. Às vezes gritava e chorava; então para evitar muito estresse, eu saia

com ele já preparada para carregá-lo o caminho todo. Eu não sabia ainda o

que deveria fazer.

Um dia, Davi caiu da cadeira na escola e a professora se assustou.

Ligou para a minha casa; o pai de Davi atendeu e foi me buscar correndo no

trabalho, dizendo que ele tinha tido uma convulsão na escola. Então nós o

levamos para o pronto socorro infantil, onde ele passou por uma consulta, um

exame de sangue. Estava tudo bem, o médico disse que ele deveria ter

dormido e ao cair da cadeira se assustou e a professora achou que ele tivesse

tido uma convulsão. Contudo, perguntou se gostaríamos de levá-lo a um

neuropediatra para tirarmos essa dúvida e nós aceitamos.

Na consulta com o neuropediatra, contamos tudo que Davi estava

apresentando, inclusive o atraso da fala. Então o médico passou um eletro

encefalograma, para pesquisar a hipótese de convulsão, mas quanto a fala, ele

disse que cada criança tinha o seu tempo.

Ele fez o exame e o médico disse que estava normal, que se eu

quisesse poderia levá-lo periodicamente ao consultório para acompanhamento.

Já fonoaudióloga com poucas consultas, disse não poder trabalhar com ele

porque ficava muito arredio no consultório, querendo sair o tempo todo, não

fazendo as atividades propostas. Então ela o encaminhou para uma triagem no

Page 54: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

54

Hospital Jesus, no Rio de Janeiro, já que a cidade onde moro não tinha

recursos para fazer essa triagem.

Com a ajuda de uma amiga de trabalho, marquei a consulta com o

neuropediatra do hospital Jesus. Nesta consulta o médico ouviu tudo e já me

falou em autismo, solicitando também um exame auditivo.

Neste mesmo dia, a noite, na casa da minha mãe, eu sentei enfrente ao

computador e procurei informações sobre autismo, tudo era muito novo,

precisava de informações, e foi pela internet que eu consegui algumas delas.

Mas, muitos textos citam o autismo clássico, e muitas características que o

meu filho não apresentava. Nessas horas temos muitas dúvidas e é bom ter

alguém para esclarecê-las e pessoas com experiência para compartilhá-las. É

um momento muito solitário, pois só você sabe o que está sentindo, e é dificil

de se abrir com pessoas que pensam diferente de você!

Levei Davi a vários lugares para tentar fazer o exame auditivo de campo

livre, mas sendo ele muito agitado, não foi possível realizar. Foi necessário

fazer o BERA, que é feito em centro cirúrgico com sedativo.

O resultado do BERA é entregue junto com a alta, e das três crianças

que fizeram o exame naquele dia, o meu filho era o único a ter a audição

perfeita; a hipótese de surdez estava descartada!

Como a consulta no Hospital Jesus tinha sido marcada com uns seis

meses de distância, eu comecei a me inquietar. Não podia esperar tanto.

Então a minha mãe pediu uma indicação de neuropediatra a uma conhecida

que é psicopedagoga, e ela indicou a atual neurologista de Davi e marcamos

uma consulta. Neste período, Davi já tinha plano de saúde, pago pelos meus

pais que perceberam a necessidade de agilizar esse processo.

É fundamental encontrar o profissional certo; a neurologista dele olhou

os exames que ele já tinha feito (o BERA e o ELETROENCEFALOGRAMA) e o

encaminhou para duas triagens, em centros de tratamentos diferentes. Passou

outros exames, e receitou um remédio para ajudar na concentração dele,

porque minha mãe frizou muito a agitação. Seis meses depois ela suspendeu

esse medicamento.

Page 55: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

55

A correria agora era outra: começar as triagens. O primeiro centro de

tratamento, na minha cidade (precisei voltar para São Gonçalo), realizou a

triagem, mas não aceitou Davi por causa da idade. O segundo, não atendia o

caso dele e me indicou o CAPSI, mas não sabia me dizer endereço, nem

telefone, foi aí que percebi que ferramenta de busca era a internet. Em poucos

minutos no computador do meu pai, encontrei endereço e telefone e na

mesma hora eu liguei e marquei uma entrevista. Foi rápido assim; não me

lembro se foi na mesma semana ou na semana seguinte, mas lembro que foi

rápido!

Na entrevista, o pai do meu filho me acompanhou. Falamos com uma

psicóloga, uma psicopedagoga e um psiquiatra. Eles ouviram tudo que nós

tinhámos a dizer, fizeram poucas perguntas, e para me acalmar, a

psicopedagoga disse: “Você está no lugar certo!”

A sensação de alívio foi incrível, um peso enorme saiu das minhas

costas. Tinha encontrado o local de tratamento certo; isto é muito importante

para o desenvolvimento da criança!

Davi estava com quatro anos e meio quando encontramos o tratamento.

Penso que se eu tivesse as informações certas quando ele tinha dois anos e

meio, o desenvolvimento dele teria sido mais rápido.

A ansiedade quase que domina o nosso coração; queremos porque

queremos resultado, e é claro, um diagnóstico fechado, mas para isso é

preciso tempo, é preciso esperar, e como é difícil esperar!

As coisas estavam caminhando, parecia tudo bem, quando a escola me

convocou. Era uma escola pequena, a dona era conhecida, tinha estudado

comigo no ginásio, e sabia sobre o comportamento de Davi e o tratamento. A

conversa não foi amistosa, ela disse que não poderia trabalhar com ele, já que

se negava a realizar as atividades, e ainda me acusou de não fornecer

informações sobre o tratamento, o que é claro que eu não fiz, pois isso só

prejudicaria o meu filho. Não fiquei discutindo com uma pessoa que não era

nada profissional. Ao me perguntar o que eu iria fazer, respondi que iria falar

com a psicóloga e mudá-lo de escola. E agora? Qual escola seria melhor para

ele?

Page 56: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

56

Foi muito difícil ouvir o que eu ouvi da diretora daquela escola, mas ela

não merece nem o processo que eu poderia mover contra a escola. Ao invés

de chorar, eu precisava procurar uma escola que ajudasse no desenvolvimento

do meu filho e esfregar o seu desenvolvimento na cara dessa diretora

ignorante!

Contudo, meu coração estava doído. Por acaso, encontrei com a minha

professora da antiga terceira série, que me ouviu e com muita sabedoria e me

orientou a procurar a escola em que o meu filho estuda atualmente.

No mesmo dia que eu falei com a psicóloga de Davi, me encaminhei

para essa nova escola, com o aval da psicóloga. Chegando lá, falei que queria

matricular o meu filho e fui encaminhada para coordenadora da educação

infantil, que me perguntou o por que da matrícula faltando três meses para

fechamento do ano letivo. Então contei o que tinha acontecido na outra escola,

falei do tratamento e de toda a trajetória nossa até ali; ela me ouvi

atentamente, fez algumas perguntas, disse que era fonoaudióloga e que a

escola receberia Davi de braços abertos, já que realizava um trabalho

diferenciado, recebendo crianças com comportamento diferenciado (este é um

termo que passei a usar), trabalhando com projetos pedagógicos ao longo do

ano dando ênfase ao desenvolvimento cognitivo e menos importância às

realizações de enfeitinhos de datas comemorativas. Ele começou no dia

seguinte para um período de experiência, e desde o primeiro dia (fiquei

sentada na portaria do início até o fim do turno), se portou muito bem, aceitou

e foi aceito por seus coleguinhas e pela escola. Mais uma vez um peso saia

das minhas costas!

É válido ressaltar que essa escola é particular e que não conheço, em

minha cidade, escola que execute o mesmo trabalho.

Nesse momento eu percebi que estávamos bem nessa caminhada; eu

tinha muita informação, conseguida com dificuldade. Então decidi partilhar

essas informações num site de bate- papo com pais de autistas, e foi assim

que a assistente social do centro de tratamento onde ele faz fonoaudiologia me

encontrou. Ela me enviou um email agradecendo as informações e fez

perguntas sobre Davi, inclusive se ele já fazia fono e me convidou para uma

Page 57: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

57

entrevista. É claro que eu fui, e ele está sendo atendido lá ,com excelentes

resultados!

O ano que ele começou na escola nova, por ter ficado um período de

três meses, foi necessário que ele repetisse o antigo jardim dois. Mas foi a

única vez que nesta escola, que isso aconteceu, nas demais séries, ele passou

por mérito próprio, acompanhando sua turma.

No ano de 2009 eu engravidei da minha filha, Tarcila (também não foi

uma gestação planejada), a psicóloga ficou muito feliz com a novidade e disse

que seria muito importante para o desenvolvimento de Davi.

Algumas pessoas disseram que ele iria regredir, fazer coisas de bebê,

eu tive sabedoria e não me preocupei com isso. Muitas coisas que as pessoas

e, principalmente a família, vão falar só vão servir para te tirar do foco que é o

bom desenvolvimento do seu filho e o amor que você tem por ele.

No final do mês de janeiro de 2010, eu me separei do pai dos meus

filhos. Nós não tinhámos o mesmo objetivo. Não foi por conta da situação de

Davi, até porque ele estava indo muito bem. Eu tive medo de Davi não saber

lidar com situação, mas ele tirou de letra; sabe que o pai não mora mais

conosco, mas ele têm livre acesso à ele, pode ligar e estar com ele, isso dá

segurança e conforto emocional a qualquer criança.

Neste mesmo ano, a neurologista me disse, na consulta de rotina que

Davi tinha saído do espectro da síndrome ,ou seja, ele não tinha mais

características autistas. Eu passei isso para a psicóloga ,ela confirmou e me

lembrou que o centro de tratamento deu esse diagnóstico por eu precisar do

documento, mas citando que era necessário mais tempo, pois eles ainda

tinham dúvidas, devido ao avanço no desenvolvimento, sem estagnação.

No ano passado (2011), Davi passou com louvor pelo primeiro ano do

ensino fundamental (antiga alfabetização), recebeu junto com os amiguinhos,

na cerimônia de formatura, seu diploma, de beca e com muita pompa. É claro

que quem orgulhosamente colocou o anel no dedo dele fui eu!

Ele ainda está muito bem na escola; não gosta muito de copiar do

quadro, prefere os deveres de matemática, porque são de raciocínio rápido, e

são respostas curtas, às tarefas e textos de português. Adora inglês, artes e

Page 58: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

58

educação física. Sua menor média é 8,5 e não precisa, nem precisou de sala

de reforço ou professor facilitador, ele dá seus passos com segurança.

É claro que preciso repreender certas atitudes, orientá-lo; disso qualquer

criança precisa, e é nosso compromisso como pais, mostrar o caminho que

eles devem seguir. Às vezes ele e Tarcila brigam, mas também se abraçam,

dizem que se amam e sentem um a falta do outro. Davi me pede para abraçá-

lo, diz que me ama e que precisa de mim; ele gosta de carinho, sente

necessidade de falar com as pessoas, na rua .No condomínio, cumprimenta

dando bom dia, boa tarde ou boa noite; ele é afetuoso.

Eu passei a me sentir melhor nessa estrada quando deixei de ouvir as

pessoas (familiares ou não) e passei a ouvir o meu coração. Para mim, nada

mudaria o que eu sentia por ele, porque eu o amava do jeito que era, do jeito

que é, sem tirar nem por, reconhecendo o meu papel, sabendo da importância

do acompanhamento que faz, mas também não dando importância demais às

dificuldades e momentos difíceis, pois eles foram superados!

Eu tenho muito orgulho do meu filho; me permito chorar nas festas do

dia das mães, vou a cada apresentação, curto os momentos de lazer, as festas

de aniversário, encaminho-o na religião e procuro viver intensamente cada

momento!

Foi preciso amadurecimento, aprendizagem, mas consegui entender

que alguns dizem, por ignorância, que eu tenho uma criança deficiente; outros

dizem que eu tenho uma criança especial (associando a retardo mental),

mesmo vendo todo o desenvolvimento que ele têm. MAS EU DIGO QUE EU

TENHO UM VENCEDOR!

E REPITO: EU ME ORGULHO MUITO DO MEU FILHO!

Page 59: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

59

ANEXO 3

DEPOIMENTO DE MÔNICA

Vivência com Autismo: depoimento

http://guiandocomamor.tumblr.com/tagged/Depoimento

Nome: Mônica de Abreu

Profissão: Professora

Sou mãe de um adolescente de 14 anos, diagnosticado aos 18 meses

como portador da Síndrome de Asperger (uma das formas mais “brandas” de

autismo), que cursa, atualmente, o 9º Ano Fundamental, numa escola comum,

graças ao sucesso de um longo tratamento, iniciado na época em que

recebemos o diagnóstico e também ao rigoroso acompanhamento escolar que

fazemos em casa.

Como chegamos ao diagnóstico

Meu filho teve a sorte de ser diagnosticado ainda bebê, o que facilitou

muito o seu desenvolvimento, já que quanto mais cedo se começa o

tratamento de estimulação do cérebro autista, maiores são as possibilidades

de evolução dos portadores dessa síndrome.

Quem me chamou a atenção para a possibilidade do autismo foi a

psicóloga da creche que ele frequentava e me aconselhou a procurar um

neurologista.

O impacto do diagnóstico

Confesso que ao ouvir da médica que o meu filho era portador de uma

síndrome autista, fiquei aterrorizada, imaginando que minha criança estava

fadada a ser um “morto-vivo”; um incapaz, dependente dos outros para o resto

da vida.

Page 60: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

60

Esse é o principal preconceito que o autista enfrenta: ser rotulado -

erroneamente - como um alienado incapaz de qualquer progresso.

A maioria das pessoas desconhece a amplitude de variantes das

síndromes autistas que podem apresentar desde o quadro mais severo de

alienação, às vezes acompanhado de retardo mental e deficiência auditiva, até

os quadros mais “brandos”, chamados de “autismo de alto desempenho” em

que o autista não é retardado, pelo contrário, possui inteligência muito acima

da média, podendo levar uma vida social muito próxima dos padrões

considerados “normais”, desde que diagnosticado precocemente (e

devidamente tratado).

Ainda sob o impacto do diagnóstico, comecei a buscar todo tipo de

informação que pudesse me ajudar a entender o que era aquela síndrome e

como eu poderia ajudar meu filho a se desenvolver e ter uma qualidade de

vida razoável, que o permitisse, pelo menos, exercer uma profissão, no futuro.

Comecei também a dar a ele a medicação prescrita e a procurar os terapeutas

que me foram indicados: psicoterapeuta, psicopedagogo, psicomotricista,

fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, musicoterapeuta, além de constantes

exercícios de estimulação cerebral e motora que fazíamos em casa, seguindo

as orientações dos terapeutas.

Com meus poucos recursos financeiros, eu não podia pagar todas

essas terapias, mas, felizmente consegui inscrevê-lo num programa de

atendimento gratuito, em que ele era atendido por quatro tipos desses

terapeutas e os outros eram pagos por mim, com bastante sacrifício. Foi um

período bastante complicado, mas valeu o “investimento”.

Dificuldades na escola

Na escola, o preconceito gira em torno do comportamento incomum do

portador de autismo: temperamento excessivamente retraído, tendência ao

isolamento, gerando imensa dificuldade de relacionamento e interação social;

dificuldade de entender abstrações e piadas. No caso do meu filho,há ainda

um comprometimento da coordenação motora que o deixa muito

desconfortável nas aulas de Educação Física e Educação Artística. Ele

também tem grande dificuldade em aprender Matemática.

Page 61: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

61

Sobre a política da inclusão

A política da inclusão é importante, mas não pode ser feita de qualquer

maneira, em escolas sem estrutura e sem os suportes psicopedagógicos

indispensáveis ao acompanhamento e evolução dos alunos, com professores

despreparados, como o governo quer fazer.

A escola inclusiva só funciona quando possui uma equipe de suporte

composta por psicólogo, psicopedagogo, psicomotricista, sala de recursos e

professor auxiliar (para acompanhamento permanente do aluno na sala de

aula), além de treinamento e orientações constantes aos professores regentes

de turma para que possam contribuir para a evolução do aluno. O meu filho foi

bem sucedido porque teve tudo isso.

É preciso também deixar claro que o sucesso da inclusão depende

muito também do compromisso da família com o desenvolvimento desse aluno

especial,que precisará da dedicação dos responsáveis em reforçar o

aprendizado escolar em casa. A escola, sozinha, não dá conta dessa tarefa,

mesmo que tenha uma equipe especializada.

Outros fatores que a família não pode negligenciar são: a administração

correta dos medicamentos prescritos (importantíssimos para o equilíbrio e

concentração da criança) e a educação social desse aluno. É importantíssimo

dar limites, ensinar a conviver, a respeitar os outros, a saber se comportar

numa sala de aula, além de procurar ajudá-lo a desenvolver ao máximo

possível a sua autonomia. Quanto mais ajustado ao convívio social (tarefa que

cabe à família), melhor aceito o aluno será e mais fácil será a sua inclusão

numa turma regular.

Crianças especiais voluntariosas, sem limites, incontroláveis devido à

falta de medicação e socialmente mal educadas acabam prejudicando o

trabalho do professor, não só com elas próprias, mas também com toda a

classe.

Page 62: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

62

ANEXO 4

Centros de Tratamento e Associações

http://guiandocomamor.tumblr.com/locaisdetratamento

CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO RIO DE JANEIRO

•Angra dos Reis

CAPS CAIS São Bento

Av. Júlio César de Noronha, 90 – Centro/São Bento

23900-000 Angra dos Reis – RJ

(24) 3365-7345/5870

[email protected]

•Barra do Piraí

CAPS Nossa Casa

Rua Professor José Costa, 133 – Centro

27145-010 Barra do Piraí – RJ

(24) 2444-4564

•Barra Mansa

CAPS Estação Mental

Av. Francisco Vilela, 292 – Estamparia

27330-590 Barra Mansa – RJ

(24) 3324-2644

•Barra Mansa

CAPSI Estação Viver

Av. Francisco Vilela, 337 – Centro

27330-590 Barra Mansa – RJ

(24) 3323-0164 (tel/fax)

Page 63: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

63

•Belford Roxo

CAPSad Zaira V. Bicchieri

Rua Lúcia, 100 – Centro

26130-035 Belford Roxo – RJ

(21) 3662-0832

•Belford Roxo

CAPSI Belford Roxo

Rua João Fernandes Neto, 920 – Centro

261130-050 Belford Roxo – RJ

(21) 2779-5549

•Bom Jesus do Itabapuana

CAPS José de Oliveira Borges

Rua Aristides Figueiredo, 95 – Centro

28360-000 Bom Jesus do Itabapoana – RJ

(22) 3831-4215 (tel/fax)

[email protected]

•Cachoeiras de Macacu

CAPS Ambulatório de Saúde Mental

Av. Gov. Roberto Silveira, 800 – Campo do Prado

28680-000 Cachoeiras de Macacu – RJ

(21) 2649-4839 2649-4606 (sms)

[email protected]

•Campos dos Goitacazes

CAPSI Dr. João Castelo Branco

Av. 7 de Setembro, 258 – Centro

28010-562 Campos dos Goytacazes – RJ

(22) 2722-0358

Page 64: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

64

[email protected]

•Campos dos Goitacazes

CAPSad Dr. Ari Viana

Rua José do Patrocínio, 102 – Centro

28015-030 Campos dos Goytacazes – RJ

(22) 2726-7749 / 1391 (fax)

[email protected]

•Campos dos Goitacazes

CAPS Dr. João Batista Araújo Gomes

Rua Dr. André Luiz, 54 – Jardim Carioca/Guarús

28080-720 Campos dos Goytacazes – RJ

(22) 2734-9054

•Cantagalo

CAPS Maria José Rodrigues Barrada

Travessa Hacib Mansur, 34 – Centro

28500-000 Cantagalo – RJ

(22) 2555-5943 (tel/fax)

[email protected]

•Carmo

CAPS Carmo

Rua Alves Costa, 102 – Centro

28640-000 Carmo – RJ

(22) 2537-3831 (tel/fax)

•Comendador Levy Gasparian

CAPS Caminho Novo

Estrada União Indústria, Km 131

25870-000 Comendador Levy Gasparian – RJ

Page 65: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

65

(24) 2254-1100 (tel/fax)

•Conceição de Macabu

CAPS da Vida

Rua Moacir Caldas, casa 56 – Guarapa

28740-000 Conceição de Macabu – RJ

(22) 2779-2345 (tel/fax)

[email protected]

•Cordeiro

CAPS de Cordeiro

Rua Diva Miranda Botelho, 41 – Sumaré

28540-000 Cordeiro – RJ

(22) 2551-2374 (tel/fax)

[email protected]

•Duque de Caxias

CAPS Leslie Sanford Chavim

Rua Marechal Deodoro, 147 – 25 de Agosto

25071-190 Duque de Caxias – RJ

(21) 2671-5806

[email protected]

•Duque de Caxias

CAPSI Duque de Caxias

Rua Marechal Floriano, 966 – 25 de Agosto

25075-020 Duque de Caxias – RJ

(21) 2722-7569

[email protected]

•Engº Paulo de Frontin

CAPS Engº Paulo de Frontin

Page 66: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

66

Rua Antônio Leal, s/nº – Aguada

26650-000 Engº Paulo de Frontin – RJ

(24) 2463-3089

•Itaborai

CAPS Pedra Bonita

Rua João Caetano, 370 – Centro

24800-000 Itaborai – RJ

(21) 2635-2615

[email protected]

•Itaborai

CAPSI João Caetano

Rua Dr. Mesquita, 306 – Centro

24800-000 Itaborai – RJ

(21) 2635-2615

[email protected]

•Itaguaí

CAPS – Bem Viver

Rua Luiz Pierre, 61 – Centro

23815-310 Itaguaí – RJ

(21) 3781-0508 2688-6052 R-258(fax)

[email protected]

•Itaguaí

CAPSad Itaguai

Rua Dídimo José Batista, 496 – Centro

23815-060 Itaguai – RJ

(21) 2688-7749

•Italva

Page 67: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

67

CAPS Cardoso Moreira

Rua Figueira Barros, s/nº – Centro

28250-000 Italva – RJ

(22) 2783-2564 / 2434 (fax)

•Itaocara

CAPS Itaocara

Rua Aldeia da Pedra, s/ n. – Cidade Nova

28570-000 Itaocara – RJ

(22) 3861-3298 (tel/fax) 9837-4966 (Cel emergência do CAPS)

•Itaperuna

CAPS de Itaperuna

Rua Dez de Maio, 611 – Centro

28300-000 Itaperuna – RJ

(22) 3822-9119

[email protected]

•Itaperuna

CAPSad Itaperuna

Rua José de Assis Barbosa, s/nº – Cehab

28300-000 Itaperuna – RJ

(22) 3822-8934

[email protected]

•Japeri

CAPS Dr. Jorge E. Teannus Rejame

Av. Dr. Arruda Negreiros, 49 – Centro

26460-200 Japeri – RJ

(21) 2670-3150 (orelhão)

•Macaé

Page 68: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

68

CAPS Betinho

Rua Visconde de Quissamã, 482 – Centro

27910-020 Macaé – RJ

(22) 2772-5005

•Magé

CAPS Magé

Rua Capitão José de Paula, 451 – Suruí

25900-000 Magé – RJ

(21) 2196-7367 / 7359 (secret. saude.)

•Magé

CAPS Magé

Rua Capitão José de Paula, 548 – Surui

25900-000 Magé – RJ

(21) 8614-2631

•Mangaratiba

CAPS Mangaratiba

Rua Major José Caetano, 136 – Centro

23860-000 Mangaratiba – RJ

(21) 3789-6020

•Mendes

CAPS Hugo de Carvalho Pedroso

Rua Vicente Rocha, s/n – Santa Rita

26700-000 Mendes – RJ

(24) 2465-1046 (tel/fax)

[email protected]

•Mesquita

CAPS Casa Verde

Page 69: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

69

Rua Netuno, 135 – Santa Terezinha

26245-190 Mesquita – RJ

(21) 2696-1959 (tel/fax)

•Miracema

CAPS Lydiane Moreira de Barros

Praça Dona Hermelinda – Centro

28460-000 Miracema – RJ

(22) 3852-0542 R-229 3852-1089

•Natividade

CAPS Natividade

Rua Georgino Dutra Werneck, 03 – Areião

28380-000 Natividade – RJ

(22) 3841-1386

[email protected]

•Nilópolis

CAPS Espaço Vivo

Av. Getúlio Vargas, 1542 – Centro

26525-010 Nilópolis – RJ

(21) 3760-1364

[email protected]

•Niteroi

CAPS Herbert de Souza

Rua Marquês de Olinda, 104 – Centro

24030-170 Niteroi – RJ

(21) 2622-1533 (tel/fax)

[email protected] [email protected]

•Niteroi

Page 70: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

70

CAPS Casa do Largo

Rua Nilo de Freitas, 41 – Largo da Batalha

24310-410 Niteroi – RJ

(21) 2616-5612 (tel/fax)

[email protected] [email protected]

•Niteroi

CAPSad-CRIAA Niterói

Rua General Castrioto, 588 – Barreto

24110-256 Niteroi – RJ

(21) 2628-9242

[email protected] [email protected]

•Niteroi

CAPSad Alameda

Alameda São Boaventura, 129 – Fonseca

24130-700 Niterói – RJ

(21) 2718-5803

[email protected] [email protected]

•Niteroi

CAPSI Monteiro Lobato

Rua Tiradentes, 18 – Ingá

24210-510 Niterói – RJ

(21) 2620-0318 2621-6598 (fax)

capsimonteirolobato@yahoo,com.br [email protected]

•Nova Friburgo

CAPS Nova Friburgo

Av. Comandante Bittencourt, 142 – Centro

28610-140 Nova Friburgo – RJ

(21) 2523-4206

Page 71: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

71

[email protected] [email protected]

•Nova Iguaçu

CAPS José Miller

Rua Dr. Thibau, s/nº Centro

26255-161 Nova Iguaçu – RJ

(21) 2667-3674 (tel/fax)

[email protected]

•Paracambi

CAPS Vila Esperança

Rua Maximiniano de Carvalho, 41 – Lajes

26600-000 Paracambi – RJ

(21) 3693-3109

•Paracambi

CAPSad Renascer

Rua Maria da Silva França, 34 – Centro

26600-000 Paracambi – RJ

•Paraíba do Sul

CAPS Dr. Ubirajara H. Rodrigues

Av. Marechal Castelo Branco, 76 – Centro

25850-000 Paraíba do Sul – RJ

(24)2263-2045 R-227

•Paraíba do Sul

CAPSad Paulo Delgado

Est. Jorge Junqueira, s/n – Inema

25850-000 Paraíba do Sul – RJ

(24) 2263-1056

•Parati

Page 72: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

72

CAPS Para-Ti

Rua Campo de Aviação, 117 – Patitiba

23970-000 Paratí – RJ

(24) 3371-6554 3371-1186 (fax secret. saude)

•Petrópolis

CAPS Nise da Silveira

Rua Montecaseros, 576 – Centro

28680-000 Petrópolis – RJ

(24) 2246-9064

[email protected]

•Petrópolis

CAPSI Sylvia Orthof

Rua Montecaseros, 580 – Centro

28680-004 Petrópolis – RJ

(24) 2246-9214

[email protected]

•Piraí

CAPS Reviver

Rua Manoel Teixeira Campos Junior, 111 – Centro

27715-000 Piraí – RJ

(24) 2431-1233

•Porciuncula

CAPS Antônio Prado

Rua Pref. Sebastião Rodrigues França, 410 – Centro

28390-000 Porciuncula – RJ

(22) 3842-2806

[email protected]

Page 73: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

73

•Porto Real

CAPS Porto Real

Rua Pascoíno Maret, s/nº – Jardim Real (ao lado do PSF Jardim Real)

27570-000 Porto Real – RJ

(24) 3353-2297

•Queimados

CAPS Queimados

Rua Patativa, s/n – Nova Cidade

26380-300 Queimados – RJ

(21) 2660-8043 (orelhão)

[email protected]

•Quissamã

CAPS Quissamã

Av. Amilcar Pereira da Silva, 1321, Piteiras

28735-000 Quissamã – RJ

(22) 2768-1294 2768-9300

[email protected]

•Resende

CAPS Casa Aberta

Rua Prefeito Clodomiro Maia, 525 – Vicentina

27513-360 Resende – RJ

(24) 3381-0435

•Resende

CAPSad Mané Garrincha

Rua Prefeito Clodomiro Maia, 525 – Vicentina

27513-360 Resende – RJ

(24) 3358-0828 (tel/fax)

Page 74: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

74

[email protected]

•Rio Bonito

CAPS Dr. Cleber Paixão

Av. Sete de Maio, 645 – Centro

28800-000 Rio Bonito – RJ

(21) 2734-2488 (tel/fax)

•Rio das Ostras

CAPS Rio das Ostras

Rua Rêgo Barros, 217 – Centro

28890-000 Rio das Ostras – RJ

(22) 2764-1510/6664

•Rio de Janeiro

CAPS Raul Seixas

Rua 2 de Fevereiro, 785 – Encantado

20730-451 Rio de Janeiro – RJ

(21) 3111-7512 3111-7126

•Rio de Janeiro

CAPS Clarice Linspector

Rua Dois de Fevereiro, 785-A – Encantado

20730-450 Rio de Janeiro – RJ

(21)3111-7490 / 7411

[email protected]

•Rio de Janeiro

EAT – Espaço Aberto ao Tempo

Rua Ramiro Magalhães, 521 – Engenho de Dentro

20730-460 Rio de Janeiro, RJ

(21) 3111-7453 / 7456 / 7457

Page 75: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

75

•Rio de Janeiro

CAPS Torquato Neto

Rua Vereador Jansem Muller, 329 – fundos Nº 8 – Cachambi

20785-240 Rio de Janeiro, RJ

(21) 3111-7458 / 7463

[email protected]

•Rio de Janeiro

CAPS – NEPAD

Rua Fonseca Teles, 121 – 4º andar, São Cristóvão

20940-200 Rio de Janeiro – RJ

(21) 2589-3269

[email protected]

•Rio de Janeiro

CAPS Fernando Diniz

Rua Filomena, Nunes, 299 – Olaria

21021-380 Rio de Janeiro – RJ

(21) 2590-3892

[email protected]

•Rio de Janeiro

CAPS Rubens Correa

Rua Capitão Aliatar Martins, 231 – Irajá

21220-660 Rio de Janeiro – RJ

(21) 2481-4936 / 2110 (tel/fax)

[email protected]

•Rio de Janeiro

CAPSI Pequeno Hans

Rua Dirceu, 42C – fundos – Jardim Sulacap

Page 76: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

76

21740-440 Rio de Janeiro – RJ

(21) 3357-7299 2457-7965 (fax)

[email protected]

•Rio de Janeiro

CAPS Lima Barreto

Rua São Tomás de Aquino, 67 – Bangu

21870-110 Rio de Janeiro– RJ

(21) 3331-8500

[email protected]

•Rio de Janeiro

CAPS Ernesto Nazareth

Av. Paranapuã, 435, Freguesia, Ilha do Governador

21910-001 Rio de Janeiro – RJ

(21) 3396-5602

•Rio de Janeiro

CAPSad CENTRA Rio

Rua Dona Mariana, 151 – Botafogo

22280-020 Rio de Janeiro – RJ

(21) 2299-5920/ 5921/5922

[email protected]

•Rio de Janeiro

CAPSI – CARIM

Av. Venceslau Brás, 71 – Botafogo

22290-140 Rio de Janeiro – RJ

(21) 2275-1166 2543-3101(fax)

•Rio de Janeiro

CAPS Arthur Bispo do Rosário

Page 77: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

77

Estr. Rodrigues Caldas, 3400, Jacarepaguá

22713-370 Rio de Janeiro – RJ

(21) 2446-3454 R-2230

[email protected] [email protected]

•Rio de Janeiro

CAPSi Eliza Santa Rosa

Rua Sampaio Corrêa, s/n. Taquara – Jacarepaguá

22713-560 Rio de Janeiro – RJ

(21) 2456-7604 / 7497

[email protected]

•Rio de Janeiro

CAPS Pedro Pellegrino

Pça Major Vieira Melo, 13 – Vila Comari, Campo Grande

23045-400 Rio de Janeiro – RJ

(21) 2415 3405

[email protected]

•Rio de Janeiro

CAPS Profeta Gentileza

Est. de Inhoaíba, 849 – Inhoaíba – Campo Grande

23063-010 Rio de Janeiro, RJ

(21) 3155-7057 (tel/fax)

[email protected]

•Rio de Janeiro

CAPS Simão Bacamarte

Rua Senador Câmara, 224 – Santa Cruz

23570-160 Rio de Janeiro, RJ

(21) 3156-9049 (tel/fax)

[email protected]

Page 78: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

78

•Rio de Janeiro

CAPS Infantil Maria Clara Machado

Rua Gomes Serpa, 49 – Piedade

20740-200 Rio de Janeiro, RJ

(21) 3111-7509 (tel)

•Rio de Janeiro

CAPS Infantil João de Barro

Rua Aricuri, 267 – Campo Grande

23087-141 Rio de Janeiro, RJ

(21) 2416-2849 (tel)

•Santa Maria Madalena

CAPS Ilha da Convivência

Estrada Vila Maria, s/n

Sta. Maria Madalena – RJ

(22) 2561-1498 e (22) 9837-6492

[email protected]

•Santo Antônio de Pádua

CAPS Ilha da Convivência

Praça Monsenhor Diniz, s/n – Centro

28470-000 Sto. Antônio de Pádua – RJ

(22) 3851-0005 R-216

[email protected]

•São Fidélis

CAPS Hélio dos Santos Sodré

Rua Frei Vitório, 475 – Centro

28400-000 São Fidélis – RJ

(22) 2758-1115/1056 / 1075 (fax)

Page 79: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

79

•São Gonçalo

CAPS Paulo Marcos Costa

Travessa Margarida, 46 – Alcântara

24452-200 São Gonçalo – RJ

(21) 2725-7157

•São Gonçalo

CAPSI Zé Garoto

Praça Stephânia de Carvalho, s/n – Zé Garoto

24440-195 São Gonçalo – RJ

(21) 2199-6115

•São João de Meriti

CAPS Vila Jurandyr

Av. Presidente Lincoln, s/nº – Jardim Meriti

25555-201 São João de Meriti – RJ

(21)2662-8228

•São Pedro da Aldeia

CAPS Casarão da Saúde

Rua Valdir da Silva Lobo, s/nº – Morro do Milagre

28940-000 São Pedro da Aldeia – RJ

(22) 2627-6321 (secret. Saude) 8821-7520

[email protected]

•São Sebastião do Alto

CAPS São Sebastião do Alto

Estrada Floresta São Sebastião do Alto, Km1 – Floresta

28550-000 São Sebastião do Alto – RJ

(22) 2559-1127 (tel/fax)

[email protected]

Page 80: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

80

•Seropédica

CAPS Bicho da Seda

Estr. Rio-São Paulo, 249 – Km 41, Campo Lindo

23890-000 Seropédica – RJ

(21) 2682-2814 (coord.de SM)

[email protected]

•Sumidoro

CAPS de Sumidouro

Av. José de Alencar, 1440 – Centro

28637-000 Sumidouro – RJ

(22) 2531-1490 (sms)

•Valença

CAPS Casa Amor à Vida

Rua Araújo Leite, 653 – Centro

27600-000 Valença – RJ

(24) 2452-1065 / 5098

capsvalenç[email protected]

•Volta Redonda

CAPS Usina de Sonhos

Rua Mariana do Carmo N. Reis, 283 – Vila Mury

27281-520 Volta Redonda – RJ

(24) 3345-1666 R-143 3346-1259

•Volta Redonda

CAPSI Viva Vida

Av. Amazonas, 175 – Vila Mury

27283-580 Volta Redonda – RJ

(24) 3345-1666 R-141

Page 81: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

81

•Volta Redonda

CAPSad Cais Aterrado

Av. Gov. Luiz Monteiro Portela, 282 – Aterrado

27213-080 Volta Redonda – RJ

(24) 3345-1666 R-229

•Volta Redonda

CAPS Vila

Rua 154, Nº 68 – Laranjal

27255-060 Volta Redonda – RJ

(24) 3345-1666 R-137

Percepto Clínica de Assistência Psico Social Ltda

Tel.:(21) 2604-2794

Travessa Euzelina, 53, Zé Garoto - São Gonçalo, RJ

CEREI - Centro Reabilitação Educação Integração Social

Rua Doutor Getúlio Vargas 1196 - Barro Vermelho

São Gonçalo, RJ

CEP: 24416-000

CAMPSOL

Rua Vereador Clemente Souza E Silva 440 - Zé Garoto

São Gonçalo, RJ

CEP: 24440-225

Tel: 2605-5093 / (21) 2604-9212

Associação Em Defesa do Autista (ADEFA)

Rua Professor Delfina Freitas Gomes, 144

Bairro: Maria Paula

Page 82: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

82

CEP: 24325-070

Capital/Cidade: Niterói (Rio de Janeiro, RJ)

Telefone principal: (21) 2617 8994

Associação de Pais e Amigos de Pessoas Autistas Mão Amiga

Site: www.maoamiga.org

Informações: Atende 52 pessoas de 2 a 18 anos e não tem lista de espera. O

tipo de atendimento é Transdisciplinar, Comportamental usando a abordagem

SCERTS e Currículo Funcional Natural.

ABRAE - Associação Brasileira de Assistência ao Excepcional

Rua Doutor Nilo Peçanha 151 - Centro São Gonçalo, RJ

CEP: 24445-360

Tel: (21) 2606-8835

APAE de São Gonçalo

Rua Doutor Francisco Portela, s/n

Bairro: Patronato

CEP 24455-005 - São Gonçalo - RJ

Tel.: (21) 2712-9968 - Fax: 3713-1209

E-mail: [email protected]

Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF)

Endereço: Estrada Velha de Maricá, 4830 - Rio do Ouro - Niterói (RJ)

Telefone: (21) 3262-0050

E-mail: [email protected]

CEMA - Rio – Centro de Atenção à Pessoa com Autismo

Endereço: Avenida Presidente Vargas, 1.997

Bairro: Centro

CEP: 20210-030

Page 83: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

83

Cidade: Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (21) 22.242-160

Informações: Funciona no Centro Integrado de Atenção à Pessoa com

Deficiência – CIAD Mestre Candeia, atende atualmente 47 pessoas, pretende

chegar a 60 até o fim do ano. Oferece reabilitação para crianças de 0 a 11

anos, utilizando abordagens diversas e atendimento para adolescentes de 12 a

14 anos com Síndrome de Asperger. Lista de espera em torno de 30 a 50

pessoas.

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO HUMAITÁ

CNPJ: 00951668/0001-14

Endereço: Rua Senador Correia, 56

Bairro: Laranjeiras

CEP: 22231-180

Cidade: Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (021) 2558-3760 (21)2205-7726 Fax: (21) 2225-4036

E-mail: [email protected]

Site: www.cdhumaita.com.br

Informações: Atende 160 pessoas (alunos em período integral e atendimentos)

a partir de 2 anos de idade, usando abordagem comportamental, espera

pequena. Tem Convênio com: Marinha, Exército, Petrobrás e Polícia Militar

CENTRO EDUCACIONAL UM LUGAR AO SOL

CNPJ: 00134192/0001-09

Endereço: Av. General Guedes da Fontoura, 880

Bairro: Barra da Tijuca

CEP: 22621-240

Cidade: Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (21) 2493-3367 / 2495-6436 Fax: (21) 2491-3464

E-mail: [email protected]

Page 84: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

84

Site: www.lugaraosol.com.br

Informações: Atende 30 pessoas (crianças, adolescentes, jovens e adultos)

com transtornos do desenvolvimento, seguindo plano pedagógico

individualizado baseado no método TEACCH, em período integral ou meio-

período.

CRADD – Centro de Referência e Apoio às Desordens do Desenvolvimento

CNPJ: 03909262/0001-61

Endereço: Rua Álvaro Ramos 59 – Casa 1

Bairro: Botafogo

CEP: 22280-110

Cidade: Rio de Janeiro – RJ

Telefone: Tel/fax: (21)3209-1762

E-mail: [email protected]

Site: www.cradd.org.br

Informações: Organização não governamental sem fins lucrativos atende 15

pessoas de 4 a 35 anos de idade com deficiência mental, das quais a maior

parte tem autismo. Aplica o programa TEACCH.

ESPAÇO DA PSIQUÊ

CNPJ: 03635762/0001-52

Endereço: Rua Almirante João Cândido Brasil, 90

Bairro: Maracanã

CEP: 20511-020

Cidade: Rio de Janeiro – RJ

Telefone: Tel/fax 21-2571-4894

E-mail: [email protected]

Informações: Atende 35 pessoas de 3 a 22 anos com necessidades especiais

sendo a maioria autistas. Oferece escola em período integral, meio período ou

Page 85: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

85

atendimento terapêutico individualizado, além de elaborar projetos de inclusão.

Serviço particular.

INSTITUTOS VÉRAS – Centro de Reabilitação Nossa Senhora da Glória

(Método Doman ou Organização Neurológica)

Endereço: Rua Humaitá, 45

Bairro: Botafogo

CEP: 22261-000

Cidade: Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (21)2539-1997 Fax : (21)2539-1997

E-mail: [email protected]

Site: www.veras.org.br

Informações: Disponibiliza curso de formação de profissionais para usar o

método DOMAN em crianças com lesões cerebrais. A partir de uma avaliação

faz-se o programa de tratamentos adequados a cada caso. Os pais são

treinados para usar as técnicas do método e retornam periodicamente. Oferece

também vários programas terapêuticos, a escola Emília Véras, com Ensino

Fundamental I, tratamento precoce, escola de excelência física, programa de

Organização Neurológica, e possui departamento de serviço social (orientação

familiar e visitas domiciliares) e departamento de psicologia. O atendimento

pode ser no período integral, meio período ou individual, podendo ser também

residencial.

CRIART – Centro de Estimulação e Psicopedagogia

CNPJ: 72.210.651/0001-17

Endereço: Rua Goiânia, 26

Bairro: Tijuca

CEP: 20540-160

Cidade: Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (21) 25704873 / (21) 2572-0096

Page 86: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

86

E-mail: [email protected]

Núcleo de Atenção Intensiva à Criança Psicótica – NAICAP

Endereço: Av. Venceslau Brás, 65

Bairro: Botafogo

CEP: 22290-140

Cidade: Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (0xx-21) 2542-3049, ramal: 2100, 2101 e 2102, 2017, 2018.

E-mail: [email protected]

Site: www.saude.rio.rj.gov.br/pinel/

Informações: Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, de 8:30 às

16:30 h.

O NAICAP é um serviço de linha psicanalítica especializado em avaliação

diagnóstica, assistência, ensino, pesquisa e formação de recursos humanos na

área do Autismo e Psicose na criança. Oferece um projeto terapêutico para

cada criança em particular. Também encaminha para outros serviços. Tem

equipe multidisciplinar, com psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos. Clientela:

Criança autista, psicótica e neurótica grave. Faixa etária: Até 17 anos

Obra Social Dona Meca

CNPJ: 04524568/0001-62

Endereço: Rua Gazeta da Noite, 302

Bairro: Taquara

CEP: 22.715090

Cidade: Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (21) 2446-3674

E-mail: [email protected]

Site: wwww.osdm.org.br

Informações: Atende gratuitamente cerca de 200 crianças de 0 a 12 anos com

vários tipos de deficiências, inclusive autismo, vindas principalmente de

Page 87: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

87

famílias de baixa renda. Oferece trabalho terapêutico multidisciplinar de

fisioterapia motora, fisioterapia respiratória, terapia ocupacional, hidroterapia,

natação, fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia, psicomotricidade,

comunicação suplementar e alternativa, entre outras. As mães também são

beneficiadas através de orientações e palestras, bem como acompanhamento

psicológico e através de alguns tratamentos alternativos, como: shiatsu,

acupuntura, auriculoterapia, reiki e massoterapia. Mantém residência

terapêutica (Casa Lar Dona Meca) onde moram atualmente 10 pessoas,

incluindo 2 com autismo. Trabalhos conduzidos por 25 funcionários e 100

voluntários.

CEC – CENTRO DE ESTUDOS DA CRIANÇA – COMUNIDADE DE

ESTUDOS CIENTÍFICOS

Endereço: Rua Arquias Cordeiro, 614 sobrado 201

Bairro: Méier

Cidade: Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (21) 2269-6572 / 9831-4604

E-mail: [email protected]

Site: www.encontrasenocec.com.br

Informações: Atendimento que inclui pessoas portadoras de autismo, de várias

faixas de idade, com terapia familiar sistêmica e acompanhamento escolar até

inserção na rede regular de ensino. Trabalho em equipe transdisciplinar, do

resgate clínico ao serviço profissionalizante, com ênfase na psicomotricidade

sistêmica. Oferece, entre outros serviços, estimulação essencial de bebês.

Convênio com Saúde Caixa e dependentes de professores da Rede Municipal

do Rio de Janeiro.

DPA-UFRJ

CNPJ:

Endereço: Rua Venceslau Brás, 71 fundos

Page 88: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

88

Bairro: Praia Vermelha

CEP: 22290-140

Cidade: Rio de Janeiro – RJ

Telefone: 21-2295-8113 / Fax: 21-2295-8113

E-mail: [email protected]

Informações: Projeto “Dispositivo clínico ampliado: criança e adolescente

psicóticos em direção ao laço social e à inclusão escolar” associado ao Grupo

de Pesquisa orientado pela Profa. Ana Beatriz Freire. O Grupo é ligado ao

Programa de Pós-graduação em Teoria Psicanalítica do Instituto de Psicologia

da UFRJ. A presente pesquisa é financiada pelo CNPq e originou-se do Projeto

Integrado de Pesquisa desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em

Teoria Psicanalítica do Instituto de Psicologia da UFRJ (PPTP-UFRJ), em

convênio com o Instituto Municipal Philippe Pinel, a saber, o projeto Princípios

da Psicanálise no atendimento ao adolescente no laço social . A esse eixo

central de pesquisa associa-se um segundo projeto intitulado Inclusão escolar

de crianças e adolescentes autistas e psicóticas: estudo e acompanhamento

de casos , executado pela doutoranda do PPTP-UFRJ Jeanne Marie Costa

Ribeiro, sob orientação de Angélica Bastos Grimberg, projeto que já contou

com o auxílio da FAPERJ (bolsa de Apoio Técnico e TCT). Estas duas

pesquisas têm em comum a reflexão quanto à possibilidade de inclusão social

de crianças e adolescentes portadoras de grave sofrimento psíquico. Neste

projeto, cria-se um dispositivo clínico que visa uma possível inserção social

utilizando, para esse fim, recursos da comunidade e inclusão escolar; esforço

que coaduna às avaliações da OMS (2001) que indicam que o uso dos

recursos da família e da comunidade, associados ao tratamento convencional,

pode reduzir substancialmente o sofrimento provocado por problemas de

saúde mental. O número de beneficiados é de cerca de 25 pacientes

diretamente atendidos no projeto, além dos demais beneficiados pelo projeto

de Inclusão Escolar. A faixa etária é dos 10 aos 25 anos, mas os casos são

analisados individualmente.

CENTRO DE INTERVENÇÃO COMPORTAMENTAL

Page 89: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

89

CNPJ: 10.315.961/0001-49

Endereço: Rua Martins Ferreira 42

Bairro: Botafogo

CEP: 22271-010

Cidade: Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (21) 2266-6258

E-mail: [email protected]

Informações: O Centro de Intervenção Comportamental atende atualmente a

60 crianças com desenvolvimento atípico, sendo a maioria do espectro autista.

Oferece terapia comportamental (seguindo os princípios da Análise Aplicada

ao Comportamento), son-rise, fisioterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia,

informática e educação física.

Ambulatório Sérgio Arouca

Endereço: Rua Praça Vital Brasil s/nº – Vital Brasil

CEP:

Cidade: Rio de Janeiro-RJ

Telefone: (21) 2711-2366

Ambulatório Pendotiba

Endereço: Rua Miguel Pereira Sapucento, 3/ 204 – Pendotiba

CEP:

Cidade: Rio de Janeiro -RJ

Telefone: (21) 2616-1456

GRUPO AMIGOS DOS AUTISTAS DE PETROPOLIS -GAAPE

CNPJ: 06.029.782/0001-78

Endereço: Avenida Presidente Kennedy, 828

Page 90: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

90

Bairro: Centro

CEP: 25680-030

Cidade: Petrópolis – RJ

Telefone: (24) 2242-5381

E-mail: [email protected]

Site: www.gaape.org.br

Informações: Atende 60 pessoas de 2 a 48 anos, com uma equipe

multidisciplinar (neurologia, atividade de vida diária, shiatsu terapia, reforço

escolar, psicologia, inclusão digital, fisioterapia e fonoaudiologia) usando

abordagem comportamental.

Associação de Pais e Amigos do Deficiente Mental – APADEM

CNPJ: 03.436.794/0001-29

Endereço: Av. Beira Rio, 413

Bairro:

CEP: 27212-050

Cidade: Volta Redonda – RJ

Telefone: (24) 3337 3683

E-mail: [email protected]

Site: www.apadem.blogspot.com

Informações: Tem como principal finalidade colaborar e ajudar na assistência e

formação de crianças, jovens e adultos com Autismo e outros transtornos

invasivos do desenvolvimento e promover a integração entre o poder público, a

comunidade, escola e principalmente a família. Apoia as famílias fornecendo

informação, orientação nutricional, encaminhamento jurídico, etc. Apóia as

ações das escolas municipais especializadas (uma utiliza o Currículo Funcional

Natural e a outra utiliza TEACCH). Tem 100 associados

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO ESPECIAL LAGOS

Endereço: Rua Prefeito Mário Castanho, 655, Bairro: Coqueiral

Page 91: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

91

CEP: 28970-000

Cidade: Araruama-RJ

Telefone: (22) 26737012 Fax: (22) 26650719

E-mail: [email protected]

Site: www.cedel-br.vilabol.uol.com.br

Informações: Metodologia usada: TEACHH

Ambulatório Engenhoca

Endereço: Rua Coronel Guimarães, 784

Cidade: Niterói-RJ

Telefone: 26288656

Escola Especial Crescer

Endereço: Rua 124 n 53. Bairro: Piratininga

CEP: 24358100

Cidade: Niteroi-RJ

Telefone: (21) 26196601 Fax: (21) 26193014

E-mail: [email protected]

Site: www.especialcrescer.com.br

Informações: Metodologia usada: Escola para pessoas com necessidades

especiais

Hospital Psiquiatrico de Jurujuba

Endereço: Avenida Quintino Bocaiúva s/nº diaritas

Cidade: Niterói-RJ

Telefone: 27148856 Ramal: 202 ou 236

Page 92: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · uma memória incomum para rostos e nomes, sabia o nome de um grande número de casas de sua cidade. Era encorajado pela família

92