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número 13 | Novembro 2008 REVISTA DE AMBIENTE DO CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA MATA NACIONAL DA MACHADA E SAPAL DO RIO COINA 3ª Subida do Rio Coina • Dia Europeu Sem Carros • ATL de Verão • Raposa - Vulpes vulpes

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Page 1: Vulpes vulpes - Rostos

número 13 | Novembro 2008

REVISTA DE AMBIENTE DO CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA MATA NACIONAL DA MACHADAE SAPAL DO RIO COINA

3ª Subida do Rio Coina

• Dia Europeu Sem Carros

• ATL de Verão

• Raposa - Vulpes vulpes

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2 caminhosAlmanaque

Plano Municipal deAmbiente é uma realidadePassados 5 anos após a assinatura do pro-tocolo entre a Câmara Municipal do Barreiro e a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL), en-tramos agora na fase de conclusão do Plano Municipal de Ambiente do Barreiro (PMA).

O PMA é um instrumento de planeamento, que se enquadra no âmbito da estratégia de Desenvolvimento Sustentável Local, apon-tada na Conferência do Rio (1992), e que visa a integração da componente ambien-tal nas estratégias de gestão e intervenção no território, apoiando instrumentos de planeamento, como seja o Plano Director Municipal. Este permite não só identificar o estado do ambiente e detectar tendências de evolução, mas também seleccionar os problemas e potencialidades ambientais de intervenção prioritária, promovendo acima de tudo a participação dos cidadãos e de outros agentes locais.Desde Dezembro de 2003, foram realiza-das 5 sessões públicas direccionadas para os temas: “Principais Desafios Ambientais Actuais e Grandes Opções de Qualidade de Vida para 2020”, “Poluições e Riscos Am-bientais”, “Corredores Verdes e Estrutura Ecológica”, “Qualificação do Espaço Urbano – Caso de Estudo do Corredor Ferroviário” e “O Espaço da Quimiparque e o Futuro do Barreiro”. Com base nas diversas sessões públicas e nos diagnósticos elaborados, a equipa técnica apresentou um conjunto de Vectores de Acção que irão permitir definir estratégias integradas e quadros de acção de intervenção prioritários, bem como os mecanismos de monitorização da evolução do estado do ambiente do concelho.

Uma vez que o processo relativo a este pla-no se arrastou no tempo mais do que estava previsto, surgiu a necessidade de proceder a uma actualização dos trabalhos do PMA já elaborados e entregues à Câmara Munici-pal do Barreiro, em 2004 e 2005, para que estes possam reflectir a realidade que nos

é apresentada, bem como os no-vos desafios que se colocam hoje ao concelho do Barreiro. Encontramo-nos numa fase de trabalho, em que estão a ser ana-lisados e integra-dos no Plano, os pareceres das diferentes divisões da autar-quia que têm competência relativamente aos Vectores de Acção. As acções propostas deverão ter aplicabilidade no terreno, logo é fundamental ouvir os serviços envolvidos, já que estas deverão ser uma responsabili-dade de todos.Por outro lado, foi igualmente necessário analisar novas fontes de financiamento das acções propostas, segundo o novo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), legislação recente sobre a matéria em aná-lise e verificar se a situação existente no terreno ainda se mantém ou foi alvo de al-terações.

Neste últimos dois anos, o PMA teve um novo e forte impulso, que permitiu que che-gássemos agora à sua recta final.Estamos em crer que até ao final do ano, será possível apresentar aos barreirenses, o Plano Municipal de Ambiente final, actuali-zado e ajustado à realidade que o concelho vive, e que ao mesmo tempo possa reflectir as aspirações de todos os intervenientes.

O Plano Municipal de Ambiente será um novo instrumento para ajudar a construir hoje, um melhor Barreiro amanhã!

Bruno Vitorino• Vereador do Ambiente

Câmara Municipal do Barreiro• Presidente do Conselho

de Administração da S. energia• [email protected]

OUTUBRO

Quarto Crescente – 7 Outubro 2008 às 09h04m Lua Cheia – 14 Outubro 2008 às 20h02m Quarto Minguante – 21 Outubro 2008 às 11h55m Lua Nova – 28 Outubro 2008 às 23h14m

Em Outubro sê prudente: guarda pão, guarda semente.

NOVEMBRO

Quarto Crescente – 6 Novembro 2008 às 04h03m

Lua Cheia – 13 Novembro 2008 às 06h17m Quarto Minguante – 19 Novembro 2008 às 21h31m

Lua Nova – 27 Novembro 2008 às 16h55m

Novembro à porta, geada na horta.

DEZEMBRO

Quarto Crescente – 5 Dezembro 2008 às 21h26m

Lua Cheia – 12 Dezembro 2008 às 16h37m

Quarto Minguante – 19 Dezembro 2008 às 10h29m

Lua Nova – 27 Dezembro 2008 às 12h22m

Dezembro frio, calor no estio.

PARA APRENDER…

As auroras boreal e austral são fenómenos visuais que ocorrem nas regiões polares do nosso planeta. Podem ser visualizadas a olho nu, nos períodos nocturnos ou ao final da tarde, nas regiões onde ocorrem. Resultam do impacto de partículas de vento solar no campo magnético terrestre.

Quando este fenómeno ocorre em regiões próximas ao pólo norte é chamado de aurora boreal e quando acontece no pólo sul é cha-mado de aurora austral. O nome aurora bore-al foi dado pelo astrónomo Galileu Galilei em homenagem à deusa romana do amanhecer Aurora e ao seu filho Bóreas, representante dos ventos norte.

FICHA TÉCNICA

Câmara Municipal do BarreiroRua Miguel Bombarda2830-355 Barreiro

Divisão de Sustentabilidade AmbientalRua Stinville nº142830-144 BarreiroTel.: 21 206 80 42 – Fax: 212 068 248Linha Verde: 800 205 681

Centro de Educação Ambientalda Mata Nacional da Machadae Sapal do Rio CoinaTel.: 212 153 114 - Tel./Fax: 212 141 186E-mail: [email protected]

Design e Paginação:Rostos da Cidade

Impressão: BelgráficaRua da Corça - Alhos Vedros

Data de Edição: Novembro de 2008

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paisagens 3

CLICK ! – FOTOREPORTAGEM

Estação de Monitorizaçãoda Qualidade do Ar

Gincana Desportiva

Jogo sobre Mobilidade Sustentável

Dia Europeu Sem Carros 2008A Câmara Municipal do Barreiro associou-se mais uma vez às come-morações do Dia Europeu Sem Carros, este ano sob o tema “Ar Puro Para Todos”.Com o objectivo de sensibilizar os mais novos para as boas práticas ambientais, bem como para a importância de uma mudança de com-portamentos em relação à mobilidade, tornando-a mais sustentável, foram desenvolvidas actividades onde participaram cerca de 650 crian-ças, do ensino pré-escolar e 1º ciclo das escolas do concelho.

Insufláveis, circuitos de bicicletas associados à Prevenção Rodoviária, gincana desportiva e jogos ludo-pedagógicos fizeram as delícias das crianças que, entre brincadeira e diversão, aprenderam algo mais so-bre a utilização racional do automóvel e ficaram mais alerta para as principais causas de poluição do ar.

A peça de teatro “Os Pólos da Nossa Terra” foi apresentada no AMAC, alertando as crianças para a importância que as regiões polares têm

para a vida na Terra e abordando o tema do aquecimento do Planeta e as suas consequências.

Houve ainda espaço para demonstração de segways e para trocar lixo reciclável por bilhetes de transportes públicos, na campanha “Eco-Tro-cas – viagens a troco de lixo”.

Algumas turmas da EB 2/3 Quinta Nova da Telha visitaram a Estação de Monitorização da Qualidade do Ar, localizada na Av. Escola dos Fu-zileiros Navais, junto à escola, onde conversaram com uma técnica da CCDR-LVT sobre o funcionamento da estação e os efeitos que alguns dos poluentes têm na saúde pública.

Estas e outras actividades assinalaram esta data, na expectativa de que, cada vez mais, os dias sejam “sem carros”, “com ar puro para todos”.

Teatro “Os Pólos da Nossa Terra”

Circuito de Bicicletas

Prevenção Rodoviária

Insufláveis

Jogo “Está no Ar!”

Eco-Trocas – viagens a troco de lixo

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4 paisagens Semana Europeia da Mobilidade Ar Puro para Todos

No âmbito da Semana Europeia da Mobilida-de, foram várias as iniciativas que a Autarquia e a Agência Local de Energia – S.energia de-senvolveram, tendo por objectivo sensibilizar os munícipes para a necessidade de, cada vez mais, tornar a mobilidade sustentável, em prol de “Ar Puro Para Todos”.A par das iniciativas desenvolvidas para o pú-blico mais jovem, a campanha “Eco-Trocas – Viagens a troco de lixo”, permitiu a recolha de cerca de 50kg de resíduos recicláveis, que fo-ram trocados por 200 viagens em transportes públicos na Soflusa, TCB e TST. Numa iniciativa

dos Transportes Colectivos do Barreiro, todos aqueles que compraram bilhete a bordo, tive-ram direito a um bilhete diário de oferta.O terminal rodo-ferro-fluvial foi animado com actuações da Escola de Jazz do Barreiro, de um saxofonista e de um grupo de fados, que tiveram lugar nas horas de maior afluência de passageiros.Também foi possível experimentar os segways que percorriam as ruas, no sentido de promover um novo meio de transporte

eléctrico individual, ideal para deslocações ci-tadinas de média distância. Foram igualmente distribuídas mensagens relativas à promoção dos transportes públicos e à necessidade de redução das emissões de CO2.Na Auditório da Biblioteca Municipal do Bar-reiro decorreu um workshop sobre “Mobili-dade Sustentável no Barreiro”, cujo objectivo principal foi a promoção de um debate sobre a necessidade de mudanças de comporta-mentos em relação à mobilidade, de forma a torná-la mais sustentável.Para finalizar, o Seminário “Mobilidade Sus-tentável – Enfrentar o Desafio”, organizado pela S.energia, contou com a presença de diversos oradores que focaram questões re-lativas à qualidade do ar e à sustentabilidade da circulação, apelando para a necessidade de uma harmonia, cada vez maior, entre a mobi-lidade dos cidadãos e a qualidade de vida da Cidade. As comunicações poderão ser consul-tadas no site www.senergia.pt.

3ª Subida do Rio CoinaMais de 200 pessoas a bordo de cerca de 50 embarcações estiveram presentes, no passado dia 12 de Outubro, na 3ª Subida do Rio Coina.

Esta iniciativa foi promovida pela Divisão de Sustentabilidade Ambien-tal, com a colaboração dos Agrupamentos de Escuteiros de Santo An-dré – 927, Marítimos de Santa Cruz – 1180 e Lavradio – 1011, do Grupo Desportivo Fabril, do Grupo Desportivo dos Ferroviários do Barreiro e pelo remador veterano barreirense Carlos Oliveira ‘Bóia’, que constitu-íram a Comissão Organizadora.Participaram ainda clubes desportivos, colectividades do concelho (e de concelhos vizinhos) e particulares com embarcação própria. Pela primeira vez, a população que não tinha embarcação, pode participar já que teve ao seu dispor o Varino Pestarola e kayaks.A Vereadora Regina Janeiro acompanhou este passeio, e no final não quis deixar de salientar a importância que este tipo de actividades, a par com outras grandes intervenções na zona ribeirinha, tem para devolver o rio aos munícipes.

Segundo o Vereador do Ambiente, Bruno Vitorino, este passeio pelo valor natural do Sapal de Coina tem como principal finalidade a sensi-bilização para a preservação deste local, bem como para as actividades

desportivas, uma vez que o rio possui condições privilegiadas para esta prática.

No final, teve lugar um almoço de convívio para todos os participantes e foi feita a entrega de troféus de participação.

Seminário sobre Mobilidade, com a participação de Arq. João Paulo Lopes (CMB); Eng. Margarida Neta (Transitec); Eng. Duarte Silva (RAVE); Dr. Bruno Vitorino (Presidente do C.A. S.energia); Eng. Mário Alves e Eng. Hugo Tente (FCT/UNL)

Jazz no terminal fluvial

Vereador Bruno Vitorino experimenta segways

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Mobilidade SustentávelCom o compromisso generoso de todos...

Tal como o Marco Paulo, temos dois amores. O amor à Cidade e o amor ao Carro. O primeiro é profundo e secular. O segundo é uma paixoneta com pou-cas décadas. Ao desenharmos, requalificarmos ou construirmos a cidade, temos que nos decidir – ou desejamos e sonhamos uma cidade para as pesso-as ou para os carros. Na maior parte das situações não significará interditar o acesso a veículos mo-torizados, mas sim reduzir substancialmente a sua presença e velocidade.

Teremos que perceber que as cidades surgiram para facilitar o encontro entre pessoas. Esta forma de fortalecer a rede entre indivíduos, permitiu o con-solidar das preocupações cívicas – a civitas é fun-damental para que as pessoas debatam e decidam sobre causas comuns. Por outro lado, as cidades sempre foram fundamentais para a prosperidade da humanidade. Mais será assim, num mundo onde a produção de riqueza é o resultado do encontro criativo entre pessoas – em vez de fábricas, preci-saremos de esplanadas, passeios generosos, jardins bonitos.

O aumento da velocidade permitida pela motoriza-ção levou à desagregação das cidades e consequen-te enfraquecimento das ligações entre as pessoas. Hoje, quando encontramos amigos (porque será que já não os vemos há tanto tempo?) reparamos que muitos já não vivem na Rua Forno do Tijolo ou na Praça de Londres ou na Rua da Indústria. Troca-mos moradas por ruas sem nome “a sul do IC32” ou “junto ao nó da Penalva”. Durante os anos 80 e 90 do século passado, o preço da gasolina baixou em valores ajustados à inflação. Durante esses anos, fomos comprando casas cada vez maiores fora das cidades. No fundo trocámos metros quadrados por mais horas dentro do carro. Foi também nessas dé-cadas que recebemos muitos fundos estruturais da Europa que gastámos em auto-estradas, viadutos e pontes. Íamos ao mesmo tempo desmantelando as poucas linhas de caminho de ferro que tínhamos. Depois, o combustível foi aumentando (atingiu cer-ca de 10 dólares por barril em 1999) e substituímos o nosso carro por outro, a gasóleo. Mas nos últimos anos, a situação complicou-se.

Nestas últimas décadas apostámos, sem muito pensar, num modelo de território e em estilos de vida que só agora começamos a perceber que tive-ram consequências terríveis sobre a vida das pes-soas e sobre o meio ambiente. Sabemos também, se pensarmos um pouco mais, que poderão ter consequências trágicas quando o custo da energia continuar a aumentar – muitas famílias poderão ter dificuldades em se deslocar de automóvel.

Muitos dos nossos subúrbios nunca foram testados para a velhice. Numa Europa, cada vez mais idosa, ainda não sabemos bem como é que uma popula-ção mais velha poderá viver em ambientes onde o supermercado mais próximo está a 20 minutos a pé, depois de atravessar auto-estradas, vias-rá-pidas. Como funcionarão as redes sociais quando os filhos e os netos começarem a ter dificuldades financeiras para se deslocar num mundo em que o preço do petróleo pode atingir valores muito altos?

Talvez seja altura de pensar a bebedeira de petró-leo barato como um comportamento pouco maduro de uma adolescência desperdiçada e repensarmos o nosso regresso à cidade. Desejar poder levar os nossos filhos pela mão à escola, comprar o pão pelo

caminho, cumprimentar os vizinhos, e no regresso parar na retrosaria para conversar sobre o projec-to imobiliário que projectam para o nosso bairro. Quando vivemos numa cidade compacta, onde a maior parte das nossas actividades estão a poucos minutos a pé ou de bicicleta, a vida torna-se mais simples, fácil e prazenteira. Para as crianças pode-rem visitar os amigos não é necessário horas de negociação com o pai ou a mãe – “chauffeurs” que levam as crianças de garagem em garagem, quan-do deviam estar a ver com atenção o mundo.

Para alterarmos os estados das coisas temos que ter uma visão partilhada. Um sonho optimista mas realista de um futuro possível e mais feliz. Muitas das medidas a tomar implicarão inverter estratégias – serão temporariamente dolorosas e polémicas. É por isso importante nunca perder a visão. Para pôr em prática uma visão partilhada, temos que comu-nicar e conversar mais sobre o futuro. Perceber que a mobilidade é uma consequência de estilos de vida que nos impõem ou que escolhemos. Teremos que assumir também que as nossas opções de vida ou modo de transporte têm consequências para todos.Felizmente já existem exemplos de muitas cidades que conseguiram repovoar-se e transformar, de uma forma voluntarista e planeada, a forma das pessoas se deslocarem. Sabemos que uma cidade compacta e densa é mais humana e os seus ha-bitantes gastam menos energia. Por isso, também é importante requalificar edifícios que teimam per-manecer vazios, com um pacote de medidas que puxem todos para a mesma direcção.

Construir mais e mais infra-estruturas viárias para resolver o problema do tráfego e da segurança ro-doviária é como tentar apagar o fogo com gasoli-na. É necessário investir em transportes públicos e devolver os centros urbanos aos peões. Temos que tratar do espaço público das ruas, sem ser neces-sário obras grandiosas em espaços monumentais. Temos que investir nos transportes públicos de pro-ximidade e levar o Metro Sul do Tejo, com coragem, para os centros urbanos. Os peões são a argamassa de qualquer sistema de Transporte Público eficiente.

Devemos ser generosos na dimensão dos passeios para que possam ter árvores, bancos e espaços para conversar.

Por vezes será necessário reduzir o estacionamen-to – dificilmente podemos lamentar-nos que há demasiado tráfego e pouco estacionamento na mesma cidade. Como medida para reduzir as car-gas energéticas e ambientais, consequência do uso excessivo do automóvel, várias cidades europeias têm vindo a reduzir a oferta de estacionamento há várias décadas. Teremos por isso que rever os pla-nos directores municipais porque não faz sentido, por exemplo, aprovar edifícios em centros urbanos, junto a transportes públicos, com a obrigação de al-bergar centenas de lugares de estacionamento para comércio e serviços.

Nesta diversidade de soluções alternativas ao au-tomóvel, a bicicleta tem o seu lugar. Em especial numa península bastante plana e dispersa como a de Setúbal. Para alguns trajectos com menos de 8 km, ou superiores, se usada em combinação com os transportes públicos, a bicicleta terá que ser uma das apostas ao serviço da acessibilidade de proximi-dade e da “cidade dos bairros”. Encorajar e integrar hoje a bicicleta no sistema de transportes é obriga-toriamente falar do território em que ela se deve movimentar: ordenado, calmo, seguro e requalifi-cado, acessível aos peões e também aos ciclistas. É necessariamente conceber ou redesenhar ruas como espaços onde convivemos e não simplesmen-te como corredores para circular. Tal implica vonta-de, meios financeiros, tenacidade e sobretudo um projecto de território, para que se possa conter e ordenar a urbanização difusa e de baixa-densidade, reabilitar os centros históricos, restaurar os espaços públicos, restabelecer corredores correntemente re-talhados por auto-estradas, viadutos, avenidas de tráfego intenso, estacionamento desordenado. Sob pena de fracassarem, as políticas de incentivo à uti-lização da bicicleta não podem surgir isoladamente do sistema de tráfego e basear-se, por exemplo, no traçado de ciclovias. Deverão sim, ajudar a ordenar o ambiente rodoviário de forma a encorajar a parti-lha do espaço e o respeito dos automobilistas pela bicicleta como modo de transporte e fazer parte de um pacote integrado de medidas que promovam o ordenamento do território, a requalificação urbana e a mobilidade sustentável.

Algumas das soluções terão que ter uma dimensão metropolitana. Os progressos conseguidos por Ma-drid na melhoria do sistema de transportes foram o resultado da criação da autarquia metropolitana. O ordenamento do território disperso das periferias precisará de parques de estacionamento dissuasores servidos por transportes públicos rápidos e eficien-tes. Para pagar o sistema e cuidar da sua equidade, será necessário uma profunda revisão da fiscalidade sobre os transportes para que cada modo pague um valor mais próximo do que de facto custa à socieda-de. Por mais que nos custe, não podemos continuar a ignorar quem são os utentes do modo de trans-porte que causa os congestionamentos, a poluição atmosférica, o ruído, os acidentes rodoviários.

Mas mais importante ainda, teremos que perceber que uma sociedade próspera e feliz exige o com-promisso generoso de todos.

Mário AlvesEspecialista em Transportes e Mobilidade

perfil 5

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6 impressões coloridas

Apresento-vos a Mata Nacional da Macha-da durante o verão. O cenário é o que já conhecemos: espaço a perder de vista, co-berto por vegetação, longe da confusão que actualmente caracteriza as nossas cidades. Quem conhece a Mata, sabe que é habitu-al por esta altura cruzar-se com as crianças que aqui passam as férias escolares.

Os pais que inscrevem os seus pequenos, reconhecem a diferença que o espaço ao ar livre faz de uma sala fechada, no desenvol-vimento de actividades; os filhos, esses já sabem que cada dia é uma aventura.

Convidamo-lo a espreitar um dia no ATL. Es-tas Actividades de Tempos Livres realizam-se nas férias de Páscoa e Natal, mas é no período de Verão que o vamos levar a fazer uma visita. Entremos…

9h00: A entrada no CEA (Centro de Educação Ambiental) costuma fazer-se já com alguma agitação. Os grupos são 5 (cerca de 7 crian-

ças cada, dos 6 aos 12 anos), cada um com o seu monitor responsável. Aqui os mais velhos, quando é necessário, ajudam os mais novos, mas os desafios e responsabilidades são par-tilhados por todos.

As actividades são diferentes todos os dias. Hoje é dia de andar de bicicleta, uma das actividades preferidas de todos os grupos! O CEA disponibiliza bicicletas, mas muitas crian-ças preferem trazer as suas. Antes disso, en-quanto todos chegam, vão-se preenchendo as cadernetas diárias para registar o que se vai fazer, como gostaríamos que fosse e ain-da rabiscar algumas frases e desenhos sobre os dias que aqui se passam. Há ainda tempo para uns jogos de mesa sobre temas ambien-tais, como a glória da água, o jogo do lito-ral, entre outros. Entretanto é hora de sair lá para fora. O tempo convida, a época também, e o objectivo é apanhar amoras. Há muitas áreas com silvado na mata, que fica repleto destes frutos por esta altura do ano. Não se pode deixar escapar a oportunidade e conse-

guimos encher 5 recipientes para que todos se possam deliciar. Finalmente o passeio de bicicleta. Um pequeno lanche antes de iniciar para recuperar energia e depois é pedalar até à hora de almoço. Há quem não saiba andar de bicicleta, mas para esse grupo há sempre brincadeiras para aproveitar o tempo enquan-to os outros, munidos de capacete e muita energia, percorrem os trilhos óptimos para BTT que a mata tem para oferecer.

12h30: Hora de almoço - Desta vez o almoço conta com uma presença especial. O vereador do Ambiente Bruno Vitorino vem juntar-se ao grupo e acompanha-nos durante a refeição e parte das actividades.

Após o almoço pode-se aproveitar um pouco do tempo livre. Cada um escolhe as brincadei-ras preferidas e os grupos misturam-se sem preocupação. Joga-se à bola, salta-se à corda, conversa-se, corre-se. Enquanto isso, está a ser preparada a caça ao tesouro. As pistas são colocadas sem que ninguém veja e começa

Actividades de Tempos LivresATL de Verão

Foto de grupo com os monitores, durante a visita do Vereador Bruno Vitorino

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impressões coloridas 7

também a explicar-se o que vai acontecer. Para interiorizarmos ainda mais o espírito do jogo são colocados na cabeça lenços à pira-ta, pintadas palas nos olhos e é até hasteada uma bandeira com uma caveira. O entusiasmo é declarado e os grupos partem à vez para descobrir todas as pistas pela mata fora. As perguntas a que têm de responder são sobre ambiente. No final, todos acabam por encon-trar o tesouro escondido e uma surpresa doce é a recompensa que enfim… não se percebe se comeram antes ou depois do lanche.

A tarde já vai a meio e também queremos colocar à prova os dotes artísticos dos nossos piratas. Desta vez o tema é a água, mais pro-priamente o ecossistema dos recifes de coral. Através da reutilização de materiais é recriado um habitat em ponto pequeno deste biótopo. Surgem os corais cérebro, esponjas, gorgó-nias, peixes tropicais e anémonas; é estudada a sua importância e ecologia e surgem traba-lhos criativos cheios de cor e dedicação.

Perto das 17h00, começam a chegar os pais. A hora de sair chegou num instante e o dia de amanhã também promete. Está marcada uma ida à piscina dos Fuzileiros, será extraído mel de uma colmeia, haverá mini-golf, escalada e um sem número de coisas novas.

Foi ou não um dia em cheio? Por agora res-ta-nos esperar pelo próximo ATL … Anote os dias: 22, 23, 29 e 30 de Dezembro. Para ins-crições e/ou informações, contactar Linha Verde: 800 20 56 81.

Construção de um recife

Toca a pedalar!

Tantas amoras!!

Caça ao tesouro

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RaposaVulpes vulpesA raposa é um dos carnívoros mais conheci-dos da fauna mundial. Oportunista de natu-reza e dada a sua capacidade de adaptação, encontra-se disseminada por quase toda a su-perfície da terra, existindo por toda a Europa (excepto na Islândia), norte de África e Ásia, América do Norte e Austrália. Em Portugal, não existem estimativas da sua abundância, sendo contudo considerada como uma espé-cie abundante que se estende de norte a sul do País.

A raposa é um membro da família dos caní-deos, tal como o lobo ibérico. É um carnívoro de porte médio, que apresenta um compri-mento que pode chegar aos 75cm e um peso que pode variar entre 3 a 7 kg. Embora não exista uma diferença evidente entre fêmeas e machos, as primeiras são geralmente mais pequenas. Apresenta uma pelagem avermelhada com tons de castanho e cinzento, sendo mais curta no período do Verão e mais espessa e longa no Inverno. Possui uma silhueta esguia, onde se destaca a sua cauda farta e longa, que pode atingir os 45 cm de comprimento. A sua cabeça é pequena com um focinho esguio e as orelhas são erectas, pontiagudas e pretas na parte de trás.

A raposa possui uma grande capacidade de

adaptação ao meio, o que lhe permite ocupar, de um modo geral, todos os habitats disponí-veis. Contudo, tem preferência por áreas agrí-colas com zonas densas, como por exemplo matagais e florestas, que lhe proporcionam excelentes zonas de caça, reprodução e abri-go.

É um predador de hábitos crepusculares e noc-turnos, consumindo em média cerca de 0,5 kg de comida por dia, geralmente mamíferos e

aves; contudo também caça répteis e anfíbios. Em áreas onde a presença humana é maior, pode predar animais domésticos, recaindo a sua preferência sobre roedores. Possui cerca de 20 esconderijos para guardar a sua comida, lembrando-se sempre de todos eles, em caso de necessidade.

Relativamente à reprodução, a época de aca-salamento ocorre entre Dezembro e Feve-reiro, sendo de 53 dias o normal tempo de gestação. Tanto as fêmeas como os machos participam activamente nos cuidados pater-nais. As crias nascem cegas, completamente dependentes dos pais e com uma pelagem castanha escura.

Uma das suas fortes capacidades de adapta-ção, prende-se com a resposta à pressão ci-

negética (caça), uma vez que se reproduzem antes de concluir um ano de idade, e verifica--se o aumento de crias por ninhada e uma maior proporção de fêmeas, permitindo que as populações recuperem e aumentem o seu número.

Nuno CabritaDivisão de Sustentabilidade Ambiental

Classificação Científica

Raposa

ReinoAnimalia

FiloChordata

SubfiloVertebrata

ClasseMammalia

OrdemCarnívora

FamíliaCanidae

GéneroVulpes

EspécieVulpes vulpes

Em Portugal, ocorre a subespécie Vulpes vulpes silacea, que apresenta uma coloração menos brilhante e é comum a cauda ser cinzenta.

8 observatório

Cria de raposa

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eco-páginas 9Mãos à obra!

Vamos fazer velas de laranja

1 - Corta as laranjas ao meio e, com muito cuidado, retira os gomos. Podes aproveitá-los para uma salada de fruta ou simples-mente para comer.

2 - Corta o topo da laranja (que servirá de tampa) com as formas que achares mais bonitas (em estrela, redondo, em lua, etc.), para que a chama passe.

3 - Faz um furinho pequeno e enfia o pavio pela parte de baixo da laranja.

4 - Agora chama um adulto e pede que te ajude a derreter a parafina em banho--maria.

5 - Mal a parafina esteja líquida, despeja-a na forma (a base das laranjas), mas faz com que o pavio se mantenha bem direito. Não te preocupes, pois seca num instante.

6 - Coloca cada laranja numa base (pode ser um pires ou um pratinho bonito, por exemplo).

7 - Agora, depois de as acenderes, coloca a “tampa” e ficas com umas belíssimas ve-las.

Adaptado de www.junior.te.pt

Precisas de:500 g de parafina6 laranjas (procura as que se segurem “de pé”) 1 m de pavio (para velas)1 faca (usa-a com cuidado, com a ajuda de um adulto)1 tacho e 1 fervedor

Vamos jogar?

Vamos adivinhar?

Convida os teus familiares a passear de bicicleta … Vais ver que é super divertido! E o ambiente agradece!Ajuda a Matilde a chegar à sua bicicleta.

1-Qual o Oceano que não se zanga com ninguém?

2-O que é que anda muito devagar,lá por ter muitas patinhas!trepa, trepa onde quersó para roer as folhinhas?

3-Faço os olhos bonitos e os coe-lhos são doidos por mim, cresço de pé e sirvo para pratos sem fim.

Soluções: 1- Pacífico; 2- Lagarta; 3- Cenoura.

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Uns minutos com…Luís Gonçalves, Biólogo Marinho

O Folha Viva esteve à conversa com Luís Gonçalves, que nos deu a conhecer um pou-co sobre o que é ser Biólogo Marinho.

FV - Porque é que decidiste ser biólogo marinho?LG - Sempre gostei muito do mar. Quando era miúdo, o meu pai ofereceu-me um kit básico de apneia: barbatanas, máscara e tubo. Desde então que, sempre que chega-vam as férias, gostava de ir para dentro de água, ver os peixes e tudo o que havia de-baixo de água. Quando chegou a hora de de-cidir o que estudar na faculdade, achei que o curso de Biologia era o que mais tinha a ver comigo. Como também sempre me interes-sei muito pelo meio ambiente e, na escola, gostava das disciplinas de ciências optei por seguir esta área. Dada a minha preferência pelo mar, decidi-me por Biologia Marinha e Pescas.

FV -O que faz um biólogo marinho?LG - A primeira grande saída é a investigação a nível universitário, isto é, estudar o com-

portamento de certas espécies de animais relacionadas com o meio marinho (mamí-feros marinhos, peixes, etc.), relacionar os efeitos do ambiente nos animais marinhos, etc. Podes fazer mergulho científico, e es-tudar estas espécies directamente no seu meio. Com a minha formação também po-des trabalhar na área das pescas, fazendo o controlo de qualidade do pescado. No entan-to, em Portugal, o mercado de trabalho para um biólogo marinho é muito fraco, e podes então trabalhar, por exemplo, para autar-quias, fazendo o levantamento das espécies marinhas numa determinada zona, de forma a avaliar possíveis impactos ambientais.

FV - E o que é que mais gostaste de fazer até hoje, na área da biologia?LG - Sem dúvida alguma, trabalhar em mer-gulho científico! Para já, gosto muito de mergulhar, e assim posso aliar esta activida-de desportiva à minha formação académica. Além do mais, através do mergulho, consigo ter uma noção mais real do comportamento das espécies marinhas no seu habitat, o que não é possível em laboratório.

FV - Como encaras o problema da polui-ção nos oceanos?LG - Essa é uma questão, hoje em dia, mui-to falada. No entanto é um tema muito abrangente. Pode-se dizer que o que mais contribuiu para a poluição marinha são os derrames de petróleo. No entanto há outras situações, como por exemplo, as descargas de detritos que as cidades costeiras fazem para o mar. Por vezes fazem-nas junto à cos-ta, mas também fazem estas descargas em alto mar, através de emissários submarinos. As embarcações também contribuem para a poluição marinha, através dos derrames de combustível que ocorrem quando fazem o seu abastecimento. Também, durante

muitos anos, os cascos foram pintados com tintas tóxicas, que libertavam toxinas para água. Actualmente, há um grande incentivo à utilização de tintas anti-vegetativas sem compostos tóxicos, mas pelo seu elevado preço, não estão acessíveis a todos. Por duas vezes, estive embarcado em mar alto, em barcos de pesca, e também pude observar que, todo o lixo produzido a bordo, era deitado ao mar. Ora, todo o lixo à superfície do oceano, graças às correntes, acaba por se juntar em determinadas zonas, criando verdadeiras li-xeiras marinhas a céu aberto. Grande parte deste lixo é plás-tico. Sendo que este material

não é biodegradável, enquanto anda à deri-va, não só causa poluição visual como afecta directamente as espécies que andam mais à superfície, como é o caso dos mamíferos marinhos, que acabam por morrer vítimas da ingestão deste lixo.

FV - E a pesca? Também tem influência na vida marinha?LG - Sim, afecta bastante, principalmente certas espécies de peixes. Quase todas as espécies de grande porte, a nível mundial, estão a ser afectadas pela sobrepesca, en-contrando-se em risco de extinção, como é o caso dos atuns. No entanto outras espécies enfrentam o mesmo problema, espécies que inserimos regularmente na nossa alimenta-ção: o bacalhau, a pescada, o peixe-espada branco, o espadarte, entre outras. A situação dos oceanos é grave e é necessária uma mu-dança. De acordo com a Greenpeace, ¾ dos stocks de peixe do mundo estão totalmente explorados, sobreexplorados ou esgotados. Actualmente só 1% dos oceanos e mares do mundo estão totalmente protegidos, uma percentagem muito pequena quando com-parada com os espaços naturais protegidos em terra (11%). Todos temos um papel im-portante na preservação da vida marinha, e é fundamental que tenhamos consciência disso.

Glossário

Apneia: Suspensão da respiração. O mer-gulho em apneia consiste basicamente em permanecer o maior tempo submer-so sem o auxílio de equipamentos para a respiração, ou seja, apenas com a reserva de ar dos pulmões.

Habitat: Considera-se o espaço físico e os factores abióticos que influenciam um ecossistema e que desta forma, determi-nam a distribuição das populações de de-terminada espécie.

Emissários submarinos: Sistemas desti-nados a lançar os esgotos sanitários no meio marinho, com o objectivo de apro-veitar a grande capacidade de depuração do oceano, em função do seu enorme vo-lume de água.

Tintas anti-vegetativas: Tintas que pre-vinem o crescimento de algas nos cascos dos barcos.

Sobrepesca: Situação em que a activida-de pesqueira duma espécie ou numa re-gião deixa de ser sustentável.

TEMPO DE BIODEGRADAÇÃO DOS RESÍDUOS NO MAR

Jornais 2 a 4 semanas

Caixas de papelão/cartão 2 meses

Lenço de algodão 5 meses

Pedaço de madeira pintado 13 anos

Copo de plástico 50 anos

Lata de alumínio 200 anos

Garrafa de plástico 450 anos

Fio de pesca 650 anos

Vidro tempo indeterminado

Lixo radioactivo 250 000 anos ou mais

Caroço de maçã 2 meses

Pastilha elástica 5 anos

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síntese 11

Reciclar para Ajudar

Voluntariado Jovem para a Floresta

No âmbito da iniciativa “Reciclar para Ajudar”, o Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto e o Vereador do Ambiente, Bruno Vitorino, fizeram a entrega de equipa-mento, no passado dia 8 de Outubro, às duas corporações de bombeiros do Barreiro – Corpo de Salvação Pública e Bombeiros Voluntários Sul e Sueste.Esta campanha promovida pela Câmara Mu-

nicipal do Barreiro, através da Divisão de Sus-tentabilidade Ambiental, realizou-se na época de Natal, com o objectivo recolher o máximo de latas, garrafas de plástico, embalagens e tampinhas, em que o valor da recolha rever-teria a favor das Corporações de Bombeiros do Concelho do Barreiro, através da aquisição de material necessário ao bom funcionamento destas organizações.

Passou mais um Verão, e o Município do Barreiro voltou a aderir ao Programa “Voluntariado Jovem para as Florestas”, em parceria com o Instituto Português da Juventude.Esta iniciativa contou com a colaboração de um total de 49 voluntários, entre os 18 e os 30 anos, que tiveram um importante papel na detecção de incêndios.

Registou-se apenas um foco de incêndio na pe-riferia da Mata Nacional da Machada, o qual foi

combatido prontamente pelas corporações de bombeiros do Concelho. Apesar de não se terem registado focos de in-cêndios no interior da Mata da Machada, os vo-luntários tiverem um papel importante na detec-ção de incêndios nas zonas circundantes mesma, tendo sido registados cerca de 14 focos de incên-dio. Para estes casos, os voluntários prontamen-te comunicaram com a Protecção Civil, através do número de telefone 117, indicando a zona em que as colunas de fumo eram detectadas.

Dia Bandeiras Verdes 2008

Dia Nacional do Mar – 16 de Novembro

Atelier “Por mares nunca navegados” no Oceanário

Foi no passado dia 26 de Setembro que teve lu-gar em Torres Vedras, a Cerimónia de Entrega do Galardão Bandeiras Verdes 2008, no âmbito do Programa Eco-Escolas. A Bandeira Verde foi distribuída por 620 esco-las de 155 municípios do continente e regiões autónomas, simbolizando o reconhecimento de um empenhado trabalho na área da educação

ambiental/educação para a sustentabilidade.A Escola Básica de 2º e 3º Ciclos Álvaro Velho, do concelho do Barreiro, também esteve presente na cerimónia e recebeu a Bandeira Verde que será hasteada nas suas instalações. O protótipo Ecoboat, movido a energia solar, elaborado pelos alunos desta escola também esteve em expo-sição.

Para comemorar o Dia Nacional do Mar, 16 de Novembro, o Oceanário de Lisboa convida as fa-mílias com filhos a partir dos 10 anos a participa-rem gratuitamente do atelier “Por Mares Nunca Navegados”. Este atelier pretende reviver as descobertas de Portugal de uma forma fascinante e original. Cruzamos a excelência da obra de Luís de Ca-mões, “Os Lusíadas”, com a necessidade urgen-te de conservar a natureza. O resultado é uma extraordinária viagem ao passado, construindo pontes para o futuro. “As armas e os barões assinalados,Que da ocidental praia Lusitana,Por mares nunca de antes navegados,Passaram ainda além da Taprobana,Em perigos e guerras esforçados,Mais do que prometia a força humana,E entre gente remota edificaramNovo Reino, que tanto sublimaram”

Assim começa a epopeia do nosso povo, escrita de forma soberba por Luís Vaz de Camões. Ciente da importância desta obra na história do nosso povo e na nossa cultura o Oceanário de Lisboa desenvolveu um atelier que alia a literatura à ciência, num contexto único e original. O atelier “Por mares nunca navegados” é uma viagem ao passado, que, tal como Vasco da Gama e a sua armada, vai fazendo paragens ao longo da costa africana até chegar à Índia. Uma interpretação invulgar de um texto de excelência que nos dá a conhecer diferentes ecossistemas, fenómenos naturais e questões ambientais da actualidade. Este atelier promove, ainda, o conhecimento dos Oceanos, sensibilizando para o dever da conser-vação do Património Natural.

Destinatários: Famílias, com filhos a partir dos 10 anos

Horários: Domingo, dia 16 de Novembro, às 11h, às 12h, às 14h30 e às 16h

Preços: Entrada gratuita no atelier (a entrada na exposição é paga ao preço em vigor)

Condições: Grupos com o mínimo de 10 partici-pantes, sendo necessário efectuar reserva prévia

BREVES

Page 12: Vulpes vulpes - Rostos

A Câmara Municipal do Barreiro, através da Divisão de Sustentabilidade Ambiental, asso-cia-se uma vez mais ao Projecto Coastwatch Europe, como Coordenador Regional.Com o objectivo de recolher dados ambien-tais sobre a zona litoral, mais concretamente sobre as áreas ribeirinhas, no caso do nosso concelho, esta iniciativa irá decorrer nos me-ses de Novembro e Dezembro e contará com a colaboração dos Agrupamentos de Escuteiros e Escolas do Concelho.

O projecto de separação de resíduos nas esco-las “Tens Atitude?” será este ano lectivo alar-gado às Escolas Básicas 2/3 do concelho, com o objectivo de sensibilizar alunos, funcionários e professores para a importância da recicla-gem. Depois de ter sido implementado nas Escolas Secundárias, este projecto irá incluir a cedência de ecopontos para as escolas, uma forte campanha de divulgação e sessões de esclarecimento e sensibilização destinadas a todos os que convivem no espaço escolar.

Com o apoio da Divisão de Sustentabilidade Ambiental, irá decorrer nos próximos dias 8 e 9 de Novembro, uma acção de limpeza e cor-te de acácias na Mata Nacional da Machada. Esta iniciativa irá contar com a colaboração dos agrupamentos de escuteiros do Concelho do Barreiro, e estará aberta a todos os interessa-dos.Esta acção de limpeza terá como principal ob-jectivo a recolha de lixo e o controle de uma espécie invasora (acácia), que tanto afecta ne-gativamente a Mata Nacional.Para mais informações, contactar Linha Verde: 800 20 56 81.

12 dicas e sugestões

Dicas ambientais

Para receber o seu Folha Viva, ligue grátis para a Linha Verde: 800 205 681Ou envie os seus dados (nome, morada e e-mail) para [email protected]

Agenda

O Livro VerdeO guia do dia-a-dia para salvar o planetaElizabeth Rogers/ Thomas M. Kostigen

Sabe quais são as su-gestões ecológicas de Justin Timberlake? E as de Jennifer Aniston? Com este livro pode ficar a saber isso e muito mais. Pequenas opções podem, real-mente, ter um grande impacto na saúde do nosso planeta.O livro divide o nosso habitat em 12 áreas – casa, trabalho, escola, en-tre outros – e sugere opções mais “verdes” em cada uma. Tome nota!Não peça recibos nas caixas de multibanco - Os rolos de papel poupado seriam suficientes para dar quinze voltas ao Equador.Use sabonete em vez de gel de banho - Milha-res de recipientes de plástico podem ser des-viados do fluxo de resíduos.Pequenas alterações na forma como consumi-mos e descartamos os nossos recursos podem ter resultados significativos.

Sempre que possível anda a pé ou de bici-cleta. Não só estarás a contribuir para um ar mais puro como ainda praticas exercício físico.

Se os teus pais tiverem de se deslocar de car-ro para o trabalho, aconselha-os a dar boleia a um colega. Assim reduz-se a quantidade de combustível gasto e o número de automó-veis na estrada.

Sempre que tiveres de percorrer distâncias maiores, utiliza os transportes públicos exis-tentes na tua área de residência. São mais seguros e mais amigos do ambiente.

Ao fim-de-semana, quando quiseres dar um passeio, aproveita as diversas ciclovias exis-tentes na cidade. Chama os teus amigos e familiares e verás como é divertido!

Existem automóveis amigos do ambiente, porque utilizam energias alternativas, tais como os veículos eléctricos, a hidrogénio ou a biodiesel. Aconselha os teus pais a opta-rem por este tipo de veículos, quando forem comprar um carro novo.

Vais de férias? Aproveita para fazer a viagem de comboio, verás paisagens bem bonitas e ainda poderás fazer novos amigos.

Sugestões

Projecto Coastwatch Europe

Tens Atitude?

Limpeza da Mata da Machada