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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL (4 A 6 ANOS) THAIS ROSANE MUNIZ DE SOUZA Orientador Edla Trocoli Niterói 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

(4 A 6 ANOS)

THAIS ROSANE MUNIZ DE SOUZA

Orientador Edla Trocoli

Niterói 2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL (4 A 6 ANOS)

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Educação Infantil e

Desenvolvimento.

Por: Thais Rosane Muniz de Souza.

.

3

AGRADECIMENTOS

A minha gratidão em primeiro lugar

a Deus, pelo seu amor incondicional,

por ser minha luz e minha fortaleza nos

momentos mais difíceis da minha

caminhada.

A minha família pela educação

recebida e pelo apoio, principalmente

minha mãe Izabel Muniz de Souza, a

qual amo muito e admiro e que sempre

lutou para dar o melhor para a nossa

família.

Ao meu namorado e amigo Diego

Santos Barbosa, companheiro de todas

as horas.

A minha orientadora Edla Trocoli

pelo estímulo e parceria para a

realização desse trabalho.

Aos professores do Curso de Pós

Graduação “Lato Sensu” da AVM

Faculdade Integrada pelos

ensinamentos recebidos.

Aos funcionários da AVM Faculdade

Integrada pela atenção dispensada aos

alunos.

Agradeço minhas amigas de turma,

pelo os momentos difíceis e

descontraídos que passamos juntas.

A todos que me incentivam e me

apoiaram nos momentos alegres e

tristes da minha trajetória.

4

DEDICATÓRIA

Dedico para minha mãe Izabel, que tanto amo, presente de Deus em minha vida, que me apoia todas as horas, durante todo o desenvolvimento da realização deste trabalho.

5

A infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano.

Jean Piaget

6

RESUMO

Esse trabalho tem por objetivo pesquisar a importância do brincar. Assim, almeja-se, por meio desta pesquisa, apontar a contribuição dos jogos na educação infantil, como um recurso indispensável na vida das crianças. Para tanto, resgatamos a importância do brincar na educação infantil, como recurso de aprendizagem na vida pessoal e social, tendo em vista que estes se apresentam como instrumento fundamental na elaboração de conceitos, por meio de situações vivenciadas no ato do brincar, fundamentais à criança entre 4 e 6 anos de idade. Algumas referências foram extremamente relevantes, a saber: o resgate da história do filósofo Froebel, que é o criador do jardim de infância, que acredita que o uso do jogo estimula a criança, quando brinca com o outro, inicia o caminho da socialização, interagindo com o meio essa é a importância do brincar, fundamentada, sobretudo em Piaget e Brunner (BARROS, 2002), também a análise dos jogos, através dos exemplos das brincadeiras citadas e, por fim, a importância da formação de um professor que consiga trabalhar o lúdico como instrumento potencializador da aprendizagem. Assim sendo, as reflexões das experiências vivenciadas neste trabalho, indicaram que o uso do brincar como alternativa prazerosa, constitui-se em elemento fundamental a uma aprendizagem significativa. Palavras-chave: criança; brincar; jogos.

7

METODOLOGIA

As metodologias utilizadas para o cumprimento do trabalho de conclusão foram através das aulas durante o período, leituras de livros e textos e palestras extraescolares. Pesquisando identificar, reproduzi e examinar sobre a importância dos jogos e brincadeiras na educação infantil.

Foram de suma importância as leituras dos Barros (2002), considerando as contribuições de Jean Piaget e Jerone Bruner, em busca de entendermos melhor os estágios ou períodos que as crianças se encontram e quando elas estão prontas para aprender as várias tarefas intelectuais e a contribuição de Jesus (2010) afirmando que o brincar não significa apenas recrear, vai muito além do que isso, pois é uma maneira que as crianças encontram de se comunicar com o mundo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - Breve Histórico do brincar na Educação Infantil 11

CAPÍTULO II - A importância do brincar e a aprendizagem significativa 20 CAPÍTULO III – Análise de jogos 30

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

ÍNDICE 44

9

INTRODUÇÃO

Esse trabalho de conclusão de curso é de suma importância, pois

busca demonstrar para o meio acadêmico e sociedade, o quanto é essencial os

jogos e as brincadeiras na educação infantil, como recurso de aprendizagem

na vida pessoal e social, a fim de construir relações pessoais e aprendizagens

sociais, para que os alunos possam descobrir, desenvolver e aprender

conceitos que o nortearão por toda sua vida.

No início da minha caminhada profissional como professora tive

oportunidade de participar de oficinas e palestras que traziam como tema a

importância dos jogos no cotidiano escolar e as utilizações dos jogos como

instrumento que propiciam uma aprendizagem lúdica proporcionando aos

alunos experimentos, desafios e descobertas.

Os jogos permitem ao professor realizar múltiplas atividades para

favorecer o desenvolvimento das funções cognitivas da criança e as trocas de

experiências com o outro. Assim, meu trabalho tem como finalidade investigar

através de leituras e pesquisa, a importância dos jogos e das brincadeiras na

educação infantil.

Iniciaremos com uma abordagem sobre a história do filósofo Froebel,

que é o criador do jardim de infância, que acredita que o uso do jogo estimula a

criança, desperta suas habilidades. Dessa forma na sua proposta educacional

o jogo passa a fazer parte do centro do currículo de educação infantil. Assim,

as crianças pela primeira vez, podem brincar na escola manipulando os

brinquedos.

A criança quando brinca com o outro, inicia o caminho da socialização,

interagindo com o meio, ou seja, se comunica com outros, trocando

experiências e saberes para encontrar soluções para as situações do jogo ou

brincadeira.

Nesta perspectiva, nossa finalidade é analisar a contribuição dos jogos

na educação infantil, como um recurso indispensável na vida das crianças,

além de ser uma forma lúdica que as crianças aprendem brincando. Traz

muitos benefícios, a saber: funciona como atividade social, aprende respeitar

10

regras que são estabelecidas, estimula trocas de informações com outros

colegas, também desenvolve seu emocional quando numa partida a criança

vencer ou perder a jogada.

Para compreendermos melhor o aspecto do desenvolvimento cognitivo

da criança, obtivemos contribuições de Jean Piaget e Jerone Bruner, em busca

de entendermos melhor os estágios ou períodos que as crianças se encontram

e quando elas estão prontas para aprender as várias tarefas intelectuais.

Resgatando os jogos e brincadeiras, fazendo análise dos jogos,

através dos exemplos das brincadeiras.

Sendo de importância a questão da formação continuada para os

professores se capacitarem agregando valores e conhecimentos.

11

CAPÍTULO I

BREVE HISTÓRICO DO BRINCAR NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

De acordo com Jesus (2010) a palavra jogo foi originada do latim “incus”

que se entende como diversão, brincadeira. Nos dicionários nos dias atuais as

definições mais comuns são: “passatempo, divertimento, distração”.

Junta-se a estes fatores, a fato que os gregos e os romanos já

conheciam a importância do jogo para educar a criança.

Segundo Manson (apud JESUS 2010, p.3): “[...] em Atenas e em

Roma, já existiam brinquedos a facilitar a aprendizagem de movimento, ou para

ensinar as letras, como a marcha (cavalo de pau, nos dias atuais), brincadeiras

com arco, jogos com ossinhos, etc”.

Aguiar (apud JESUS 2010, p.3) cita que Platão partilha com Aristóteles

e compreende que “[...] o jogo físico, de caráter preparatório dos milhares,

possuía um grande valor pedagógico [...]”.

Ainda baseada nos estudos de Jesus (2010), considera-se que a

sociedade primitiva consentia os jogos e as brincadeiras da época apenas para

que os jovens aprendessem como os mais velhos os papéis sociais e imitá-los.

Dessa forma, a criança era tratada como um adulto em miniatura, pois os jogos

e as brincadeiras impulsionavam as crianças a tomar consciência dos valores,

conhecimentos e normas.

Embora sua existência tenha sido bem mais antiga, os jogos vieram a

ter sua atribuição efetivamente no século XVI, relacionado com a educação da

criança, no período da Renascença e o surgimento da educação humanista.

Segundo Manson (apud JESUS 2010, p.4) “[...] é com base nos novos ideais

renascentistas que se esboça uma nova reflexão sobre as atividades lúdicas da

criança e, a partir do século XVI, os humanistas começaram a perceber o valor

educativo dos jogos”.

12

Com o domínio do cristianismo e sua educação disciplinadora,

direcionada à obediência e aos métodos de memorização, os jogos foram à

decadência, por eles acreditarem na a má influencia que este causava. Apenas

com a vinda do Renascimento que o jogo passou a ser aceito com uma

atividade que auxiliava a juventude.

Os colégios dos jesuítas foram os primeiros a por em prática os valores

educativos dos jogos, pois começaram a observar o resultado beneficente.

Porém, só a partir do século XVIII, que a criança é vista como um ser diferente

do adulto e, desde então, o brincar torna-se uma atividade agregada à idade da

criança.

Nos Estados Unidos, na virada do século XVIII/XIX, adotaram a

proposta do filósofo Froebel (1782-1852), que considerava o brincar livre e o

uso de jogos para doutrinar crianças no pré-escolar. Estes poderiam ser

iniciados no âmbito infantil, acreditando que através de estímulos a criança

desperta as habilidades. Sua proposta influencia a educação infantil de todos

os países, nascendo dele a criação dos jardins de infância.

Dessa forma, os Estados Unidos serviriam como modelo inicial para

outros países. Os missionários cristãos protestantes, para os países asiáticos e

latino-americanos, passaram a crer que as crianças, por meio do brincar,

aprendem bem melhor. Portanto, todos acreditaram na utilização do jogo

educativo, do brincar conduzido, tendo em vista a obtenção de atividades

escolares.

Kishimoto (1998) menciona sobre Froebel, afirmando que é através de

sua proposta educacional que o jogo passa a fazer parte do centro do currículo

da educação infantil. Assim, as crianças, pela primeira vez, podem brincar na

escola, podem também manipular os brinquedos para compreender/aprender

os conceitos e desenvolver suas habilidades. O programa diário composto

pelos dons e ocupações froebelianas são os jogos, a música, a arte e as

atividades externas. As crianças são vistas como seres sociais e, por meio do

jogo, nas experiências vivenciadas do seu cotidiano, como por exemplo,

preparar os alimentos para o lanche, brincar de faz de conta com temas

familiares entres outros, praticará de modo espontâneo a aprendizagem infantil.

13

Lorenzini (2002) conta-nos também sobre Froebel em seu texto,

relatando que ele defendia a influência do meio ambiente sobre a criança. Suas

propostas são mantidas até os dias atuais, proposta por ele para aperfeiçoar as

habilidades sensório-motoras, como os recursos pedagógicos e o papel do

professor, tendo em vista a metodologia (linguagem oral/afetiva, brinquedos e

atividades lúdicas). A base do processo educativo é o brinquedo, o trabalho

manual e os estudos da natureza.

Seus princípios se expandiam para educação infantil, também

influenciou os fabricantes dos brinquedos e dos materiais recreativas.

Introduziu o jogo, caracterizando pela espontaneidade e liberdade, também

enfatizou nos seus trabalhos a manipulação e a exploração dos objetos como

fatores favoráveis ao aprendizado da criança.

Os trabalhos de Froebel continuam sendo a base da educação e

depois receberam influência considerável de Piaget, Vygotsk, Leontiev entre

outros, que amplificaram os referenciais sobre o quesito do desenvolvimento

infantil e sobre o papel da brincadeira/jogo.

Os grupos infantis que se formavam nas ruas, por vizinhanças, hoje em

dia, devido à urbanização estão deixando de existir, passaram todo

atendimento à criança institucionalizado (creche, pré-escola, escola etc.). Em

dias atuais, muitas crianças passam maior tempo na escola, que inclui a

brincadeira entre suas atividades, visto que este requisito faz parte do

desenvolvimento infantil.

O jogo e a brincadeira faz com que a criança desenvolva

conhecimentos de regras, amplia seus sentimentos, explora suas capacidades,

adquiri autoestima e confiança, aprendendo respeitar a si própria e seu meio.

Segundo Kishimoto (2002):

“Foebel, entende que, nas brincadeiras, a criança tenta compreender seu mundo ao reproduzir situações da vida. Quando imita, a criança está tentando compreender. Ela late como um cachorro ou diz “muuu” para uma vaca, voa como um pássaro. É um pensamento inconsciente: imitando-os, procurando compreendê-los” (p. 74).

14

Pozas (2013) relata que historicamente, desde a educação grego-

romana, com base nas ideias de Platão e Aristóteles, o brincar era realizado na

educação. Platão relaciona o estudo uma maneira de brincar, já que é

associado ao prazer. Também eram dados doces e guloseimas em formato de

letras e números, como ferramentas usadas para o ensino das crianças.

Tempo atrás tudo que vinha da criança era desvalorizado, as

brincadeiras, comportamentos espontâneos que tem a naturalidade na criança

eram consideradas fúteis e sem utilidades. Somente a partir de Rousseau e do

Romantismo é que uma nova concepção de criança surge, na qual os

comportamentos originais que passam a ser valorizada, a brincadeira passam

a ser vista como boa porque é da natureza da criança e a mesma passa ter vez

e voz, sendo rica em potencialidade interiores e portadora da verdade, sendo

considerado um ser pensante e falante.

Por isso, vários autores concordam com a importância do brincar para

as crianças. Jesus (2010) afirma que o brincar não significa apenas recrear, vai

muito além do que isso, pois é uma maneira que as crianças encontram de se

comunicar com o mundo.

1.1- O jogo como atividade social

Segundo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(1988), a criança é um ser social com capacidades afetivas, emocionais e

cognitivas. Também anseia por estar próximo às pessoas e é apto de

relacionar e aprender de maneira que possa entender e modificar seu

ambiente. Amplificando suas relações sociais e comunicativas, as crianças

sentem-se confiantes para se expressar, aprendendo através das trocas

sociais com os outros, por meio dos vínculos estabelecidos.

Para Arribas (2004), a criança é um ser social, e como um ser social

ela precisa da presença de outros seres humanos para efetivar suas

possibilidades como pessoa. Estão presentes no momento, as capacidades

humanas sejam de ordem intelectual ou afetiva, mas exclusivamente como

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possibilidade para atingir se desenvolvimento e relação, ou seja, a criança

necessita da presença de outros seres.

É importante a valorização e o respeito o brincar, mostra-se de fato, a

compreensão que se tem de crianças. Percebe-se que neste ponto, que a

brincadeira não é algo já “dado”, aprende-se a brincar desde cedo, na maneira

em que nos relacionamos uns com os outros e as experiências vivenciadas.

Segundo Kishimoto (2002), diz:

“À criança adquiri, constrói sua cultura lúdica brincando. É o conjunto de sua experiência lúdica acumulada” (p. 26).

Para Jesus (2010) quando observamos um bebê ou uma criança

brincando, percebemos então a interação dela com o adulto, o brincar nos

constrói para uma vida coletiva, o ato do brincar vai se modificando conforme o

tempo vai passando e sofrendo evolução de acordo com o interesse próprios

da faixa etária, levando as crianças em diferentes tempos e espaços. Sendo

assim, para a criança, a brincadeira é uma forma única como relação com o

mundo. Com isso crianças são seres sociais e históricos inseridas numa

sociedade que produzem cultura e adquirem cultura. E por se situarem nesse

contexto histórico e social agregam todo esse processo que é interligado com o

meio em que pertence.

Entender essas importâncias culturais é proporcionar que as crianças

vivam demasiadamente a sua maneira de ser criança, a sua maneira de

pensar, agir é perceber o mundo.

Certamente o jogo e o brincar andam juntos, quando se tem lembranças

e registros de uma criança que brinca e joga, são características de uma

cultura de um momento histórico.

A criança que brinca, não só está explorando o mundo em volta, como

também está inserido numa realidade, de fato, nas suas atividades culturais,

despertando sentimentos, vivenciando ideias e fantasias.

Conta-nos ainda segundo Jesus (2010) que ao longo da história da

educação, muitos pesquisadores e estudiosos passaram a ter interesse com o

16

ato de brincar, percebendo assim que a brincadeira é algo que pertence à

criança, à infância. Existem estudos comprovados que relatam que a criança vê

o mundo através do brinquedo. Ao refletir sobre a história da infância, percebe-

se que sempre existiram formas de brincar, independentemente da classe

social de cada criança. E assim concluiu que a brincadeira e a atividade lúdica

são contribuições importantíssimas, no qual proporcionar à criança as trocas de

valores com seu meio através de suas experiências compartilhadas e auxilia o

respeito a aprendizagem à vida.

Para Cerquetti-Aberkane; Berdonneau (1997), a importância dos jogos

inicia no caminho da socialização, jogar é trabalhar, promovendo troca com os

outros e ganhar intimidade com as condutas de trabalho. A socialização é

importante para as autoras, pois o jogo estabelece relação com o outro para

estrutura o grupo. A criança aprende a respeitar as regras que são

estabelecidas como também sua vez de jogar. No jogo a criança pode vim

ganhar ou perder e a mesma respeitará, pois já conhece a regra.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(1988):

“Pelo seu caráter coletivo, os jogos e as brincadeiras permitem que o grupo se estruture que as crianças estabeleçam relações ricas de trocas, aprendam a esperar sua vez, acostumem-se a lidar com regras, conscientizando-se que podem ganhar ou perder” (p. 235).

Promovendo troca com os outros, neste momento o jogo ocorre contato

e comunicação, a criança se comunica com o colega para realizar as trocas

sobre a atividade, nesta troca os alunos adotam várias estratégias e diversas

maneiras para resolver um mesmo problema.

De acordo com Smole, Ignez e Cândido (2000):

“A ação pedagógica em matemática organizada pelo trabalho em grupo não apenas propicia troca de informações, mas cria situações que favorecem o desenvolvimento da sociabilidade, da cooperação e do respeito mútuo entre os alunos, possibilitando aprendizagens significativas” (p.15).

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Baseado ainda em Arribas (2004), a criança quando brinca com os

outros, inicia o caminho da socialização, assim interage com o meio, ou seja,

se comunica com os colegas em tentativa de encontrar soluções para as

situações do jogo/brincadeiras.

A socialização não se baseia no ser humano em um “eco passivo” da

circunstância social que o cerca. Envolve um dialogo entre o individuo e a

sociedade, sendo assim desenvolverá ser social e o ser individual do homem,

pois existe uma relação entre o homem e a sociedade, um não pode existir

sem o outro.

De acordo com Kishimoto (2002):

“A cultura lúdica como toda cultura é o produto da interação social” (p. 27).

Segundo Brougère (apud POZAS 2013, p.35) “a brincadeira é uma

mutação do sentido, da realidade: as coisas tornam-se outras. É um espaço à

margem da vida comum que obedece as regras criadas pela circunstancias”.

Pozas (2013) considera-se que a brincadeira não estar limitada ao agir.

A brincadeira tem função social que pressupõe apropriação da cultura, cada

cultura é composta de representações, assim cada criança poderá se

expressas e produzir de acordo com sua cultura, através das representações,

das imagens e dos símbolos. A cultura é composta de representações.

Ainda baseada nos estudos de Pozas (2013), segundo Brougère a

cultura lúdica é uma estrutura complexa e hierarquizada, composta de

brincadeiras individuais, tradicionais e universais. Sendo assim Pozas (2013)

mostra que:

“A cultura lúdica não é fechada em torno de si mesma, pois integra elementos externos que influenciam a brincadeira – atitudes e capacidades, cultura e meio social. Ela não é só composta de cidades, cultura e meio social. Ela não é só composta de estruturas de brincadeiras: é também simbólica, suporte de representações, pois a brincadeira é também imaginação, relato e história. Tem um ritmo próprio, mas só pode ser entendida dentro da cultura global de uma sociedade específica por receber estruturas dessa sociedade” (p.35).

18

A brincadeira acontece de maneira diferente (por exemplo: casa x

escola); ela constituirá a bagagem cultura de cada criança e se incorpora de

maneira dinâmica à cultura. A criança faz as retiradas dos elementos

repertórios de imagens que representam a sociedade, assim a cultura lúdica

está no meio social.

A criança harmoniza-lo com sua própria dinâmica para se apoderar no

mundo ao seu redor. A brincadeira projeta a criança em um mundo alternativo,

no qual ela pode vivenciar situações sem limitações. A comunicação ocorre no

ato de brincar, na medida em que as trocas verbais ou não verbais da iniciativa

a vontade de cada uma, o ato de brincar torna-se uma metacomunicação. A

forma e a intensidade de apropriar-se da brincadeira estarão diretamente

interligadas ao meio e as relações vivenciadas pela criança.

Nessa troca de sinais o sujeito que brinca emerge a cultura em que

está inserida e para tanto necessita, primeiramente da decisão – “eu quero

brincar”- para depois mergulhar-se no mundo lúdico do como, com quem,

onde... Para brincar é necessário que haja acordo sobre regras. As regras das

brincadeiras vão sendo construídas durante o ato de brincar, tendo flexibilidade

e permitindo que os participantes da brincadeira opinem diretamente nas

decisões dos acordos e regras, permitindo que a brincadeira vá além dos imites

do real, tornando um espaço de criação, experimentação e d inovação em que

cada momento a criança descobre suas possibilidades e suas competências.

Nas brincadeiras se constrói relações interpessoais e aprendizagem

social.

Baseado ainda em Pozas (2013):

“Nas ressignificações do real, a criança se debruça sobre novas descobertas e novas situações encaram novas emoções e frustações, propõe novas soluções para antigos problemas ou reorganiza soluções antigas em novas escalas. Entretanto, tudo isso tem característica básica que a torna mais fascinantes: a imprevisibilidade. Podemos até prever como, ou quando, uma brincadeira vai começar, mas nunca como, ou quando, ela vai terminar” (p.15).

19

Essa essência do ato de brincar está associada ao desejo e ao prazer

ou desprazer das crianças que brincam, esse é um movimento interno de cada

uma.

Analisando a reflexão dos estudos acima, podemos dizer que através

do jogo as crianças se interagem com outros respeitam regras e normas do

grupo, a mesma pode proporcionar sua contribuição peculiar, também no jogo

poderá ser trabalhado o desenvolvimento emocional quando numa partida vim

vencer ou perde, a mesma conhecerá e respeitará essa atividade.

20

CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E A

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Para Jesus (2010) a importância do brincar é muito mais do que

recrear, é a maneira que a criança comunica-se como o mundo. Todas as

formas do brincar são capazes de proporcionar diversão e alegria.

Para os autores Silva Zatz, André Zatz e Sérgio Halaban (2006), a

brincadeira desempenha um papel fundamental na formação e no

desenvolvimento físico, emocional e intelectual, o que quer que a criança esteja

fazendo, o lúdico está sempre presente.

De acordo com os autores Silva Zatz, André Zatz e Sérgio Halaban

(2006):

“Ao brincar, a criança conta com o mundo a si mesma e exercita sua imaginação. A brincadeira de faz-de-conta desempenha papel fundamental na formação da criança. É por meio desta brincadeira que ela compreende e abarca a complexidade do mundo ao seu redor” (p14).

Ao brincar a criança expressa seus sentimentos, sejam elas fatos de

suas vivências ou fantasias, seu mundo particular.

Segundo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(1988) para que as crianças possam exercitar sua capacidade de produzir é

fundamental que haja diversidade nas experiências que são apresentados nas

instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras que ocorrem por meio de

uma intervenção direta.

Baseado ainda no Referencial Curricular Nacional para a Educação

Infantil (1988):

“A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o “não brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é

21

preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se. Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada” (p.27).

No momento da brincadeira, os sinais, gestos, os objetos e os espaços

valem e representam outra coisa daquilo apresentam ser, por exemplo: quando

uma criança bate ritmicamente com os pés no chão, imagina-se cavalgando em

um cavalo.

O principal indicador é o papel que as crianças assumem enquanto

brincam. Ao adotar um papel na brincadeira, a criança atua frente a realidade,

transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas suas características do

papel ocupado.

A brincadeira favorece a autoestima das crianças, contribuindo-as a

superar suas capacidades de forma criativa.

No ato de brincar, as crianças transformam os conhecimentos que já

sabem anteriormente em concepção com os quais brinca. Quando assume um

papel na brincadeira, a mesma deve conhecer algumas de suas características.

Seus conceitos provêm da imitação de alguém ou de algo ou de suas

experiências vivenciadas.

É fundamental que as crianças que brincam tenham liberdade para

fazer a escolha dos papeis que irá assumir e o enredo.

As brincadeiras imaginativas e criadas pelas as crianças, fazem com

que as mesmas experimentam o mundo e internaliza uma compreensão

particular sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos,

como também acionam seus pensamentos para resolução de problemas que

são importantes e significativos.

Pozas (2013) destaca que nos jogos e nas brincadeiras estão inseridos

o prazer, o interesse e a comunicação. Por meio da brincadeira e do jogo a

criança se desenvolve, relaciona-se e constrói seu conhecimento.

22

Segundo Kishimoto (apud POZAS 2013, p.33) “é a ação que a criança

desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica... é

o lúdico em ação”.

Para Soler (2003), a primeira infância, os jogos são como sementes

que serão “germinadas” durante toda vida do sujeito, permitindo que o mesmo

possa explorar seu próprio corpo e dos outros; manipular diversos materiais e

objetos; tocar e ser tocar; olhar e ser olhada, ouvir e produzir sons e ritmos;

realizar movimentos, espelhar e imitar, realizar ações para juntar/espelhar,

achar/perder, reter/soltar, aparecer/desaparecer.

Freire (apud SOLER 2003, p.45) “Existe muita confusão a respeito dos

termos brinquedos, brincadeiras, jogos e esporte. As definições dessas

palavras em nossa língua pouco as diferenciam exceto que o jogo implica a

existência de regras e de perdedores e ganhadores quando a sua pratica.

Também esporte e jogo representam quase a mesma coisa, apesar de esporte

ter mais a ver com uma prática sistemática”.

Ainda baseada nos estudos de Soler (2003), o jogo é importante na

vida do ser humano, possui funções essenciais como algumas delas:

Serve para explorar: Quem joga explora as suas próprias atitudes no

jogo;

Reforça a convivência: O jogo pode modificar e aprimorar o

relacionamento interpessoal, o grau de liberdade que o jogo permite faz com

que as relações fiquem mais saudáveis;

Equilibra corpo e alma: O caráter natural de quem joga atua como um

circuito auto ajustável de tensões e relaxamento;

Produz normas, valores e atitudes: O que acontece geralmente na vida

real, pode ser trabalhado dentro do da fantasia através do jogo;

Fantasia: Reverter o problema em maravilhoso, sempre dentro de um

clima de alegria e prazer;

Induz as novas experimentações: Levar o jogador aprender através de

erros e acertos, pois sempre se pode reiniciar um novo jogo;

Tornar a pessoa mais livre: O jogo permite que a pessoa que joga

estrutura-se e desestrutura-se frente os problemas/ dificuldades.

23

Pozas (2013) ressalta que o brincar é uma atividade da criança,

norteia a forma a qual ela pensa e constrói a realidade. Brincar é experimentar

o novo, é criar experiências adquiridas na relação com o universo, tendo a

possibilidade de ampliar a tais experiências vivenciadas e interiorizando novas

inter-relações com si próprias e com outros.

Para Jesus (2010) incentiva-se a curiosidade e estimula-se a procura

por novas descobertas, onde o aluno interage buscando com o professor,

soluções para problemas apresentados, descobrindo novos caminhos e

desenvolvendo-se como ser social.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(1998) a importância do jogo na educação infantil faz parte de um recurso

indispensável na vida das crianças, através do jogo as crianças aprendem

brincando de forma lúdica. A brincadeira e o jogo se configuram na educação

infantil, favoreceu então, a ideia de que a aprendizagem se dá por meio de jogo

e brincadeiras.

Baseada no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(1988), para que haja a aprendizagem através dos jogos, brinquedos e

materiais didáticos os objetivos e as finalidades têm que estarem muito clara

quanto para os professores que preparam essas atividades pedagógicas

quanto para a criança que participará, pois o jogo venha ser uma estratégia

didática, por isso deverá ser bem planejado pelo professor visando uma

finalidade como foi relatado acima, a fim de propor as crianças algum tipo de

conhecimento, assim caberá o professor a prever as etapas do planejamento

das atividades para alcançar objetivos predeterminados e retirar do jogo

atividades.

Também é importante que a criança manipule objetos concretos para

que a mesma chega ao desenvolvimento de um raciocínio abstrato. O concreto

e o abstrato descrevem como duas existências separadas, assim o que ocorre

como o concreto é identificado com o poder sentir/ tocar e o abstrato com a

mente, reproduz aquilo que já foi aprendido.

Segundo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil,

(1998):

24

“A manipulação observada de fora do sujeito esta dirigida por uma finalidade e tem um sentido do ponto de vista da criança. Como aprendir é construir significados e atribuir sentidos, as ações representam momentos importantes da aprendizagem na medida em que a criança realiza uma intenção” (p.209 e 210).

Entretanto, por isso é importante que a criança manipule objetos, pois a

partir da manipulação de objetos concretos, a criança chega a desenvolver um

raciocínio abstrato.

Cória-Sabini; Lucena (2004), relata que Piaget identifica três tipos de

brincadeiras: brincadeiras de exercícios, brincadeiras simbólicas e brincadeiras

com regras.

Nas brincadeiras de exercício, a criança consiste qualquer novo

comportamento sabendo realizar com objetivo de perceber e entender

situações ou objetos. Por exemplo, a ação de a repetição embalar um objeto

com objetivo de compreender o movimento é considerado de brincar, pois

ademais ser um ato de conhecer, a criança sente prazer na realização dessa

atividade.

No caso brincadeiras simbólicas o objeto perde de certa forma seu

valor e passa estar na função da criança. Por exemplo, a pedrinha pode

representa algo para comer. Os símbolos usados individuais e específicos para

cada criança de acordo com o contexto que a mesma decide.

E nas brincadeiras com regradas, as regras estabelecem a estrutura

das atividades. Assim é considerado o jogo com regras como instituições

sociais e suas particularidades são independentes do querer dos indivíduos

que participam deles. Possibilitam situação mais propícia à qualidade lúdica e

podendo assim colaborar para o desenvolvimento da criança.

Cerquetti-Aberkane; Berdonneau (1997) mencionam que jogar é

trabalhar, assim participar de um jogo é levar em conta as decisões e escolhas

pela própria criança. Também é o interesse de cada criança vencer, dessa

forma ela desenvolve estratégias para resolução de problemas. Ganha também

intimidade com as condutas de trabalho, isto significa que a atividade “jogo”

contribui para o desenvolvimento da imaginação. A criança conhecendo uma

25

regra de um jogo, a mesma muda as regras, formando outras regras e criando

outro jogo para os colegas da turma.

O jogo como fonte de aprendizado de acordo com Cerquetti-Aberkane

e Berdonneau (1997), não “funciona por si”, mas necessita da intervenção do

professor antes, durante e após o momento do jogo. Entende-se então que o

professor é o responsável para a atividade “jogo” para as crianças, assim o

mesmo proporcionará a divisão dos jogos realizados geralmente em sala de

aula, o mais proveitoso é dividir os alunos, para que não fique um número

grande de crianças agrupadas sendo mais difícil a atenção de todos, ocorrendo

conversas gerando porventura um tumulto.

Assim também é de suma importância ao apresentar um jogo novo

para turma, permitir antes de qualquer coisa deixar todos observarem,

manusearem, que façam comentários sobre jogo e assegurar-se que todos os

participantes compreenderam a maneira de jogar, quando todos os

participantes estivem conhecendo as regras e o procedimento do jogo, é

importante fazer com que as crianças ultrapassem esta fase, estimulando-as

antes de uma jogada preveja as diversas possibilidades, como por exemplo,

Como você pode me relatar o que vai acontecer agora, explique o que você

esta fazendo, poderia ser feito outra coisa. É somente assim que o jogo

consegue compreender a dimensão de conduta consciente, e que a criança

passe a frente uma fase de atividades que são principalmente aleatórias e

intuitivas.

Se possível é desejável propor as crianças que conservem a memória

do jogo, através de um cartaz, de desenhos ou de colagens. A realização deste

trabalho escrito constitui uma atividade de representação que faz sentido para

a criança na medida em que for explorada posteriormente para realizar

comparações de jogos e regras pela a criança ou pela turma.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(1998), o brincar mostra-se por meio de diversas categorias de experiências

que são diferenciadas pelo uso dos materiais implicados, que são: o

movimento e a locomoção das crianças; a relação com os recursos; a

organização do espaço; a linguagem oral e gestual; os conteúdos sociais e s

26

limites definidos pelas regras. É o professor, portanto, que auxilia a estruturar o

campo das brincadeiras na vida das crianças.

Smole; Ignez; Cândido (2000), relatam que a organização do processo

do espaço e o ambiente da sala de aula, também são fundamentais no

desenvolvimento da proposta de trabalho para os alunos. o espaço deve ser

preparado para as crianças, como um espaço estimulante, acolhedor,

organizado e alegre, acontecem encontros com os colegas, trocas de

experiências, discussões e interações entre as crianças e o professor.

Segundo Smole; Ignez; Cândido (2000 p.11) citam que: “O ambiente

proposto é um ambiente positivo, que encoraja os alunos a propor soluções,

explorar possibilidades, levantar hipótese, justificar seu raciocínio e validar

suas próprias conclusões”.

Oliveira (2002) descreve a importância do cenário, atividades,

conteúdos, horários, espaços e objetos são ferramentas disponíveis para

realizações de metas para a criança ter condições de aprendizagem. De toda

forma, o espaço físico e os arranjos espaciais dentro das creches e pré-escolas

requerem uma atenção especial e um planejamento, pois as pesquisas

esclarecem a importância da significação que a criança se dar ao espaço físico,

que de certa forma lhe provoca receio ou curiosidade, irritabilidade ou sossego,

atividade ou apatia. Assim pode ser consideradas como o espaço de vivência,

explorações, repleto de recursos e possibilidades para a criança identificar

objetos, prática da vida significados de palavras e expressões, além de tornar

amplo o mundo de percepções e sensações. Para que esse espaço funcione

como desenvolvimento da criança, o educador deverá planejar a zona.

2.1 Contribuições das teorias de Jean Piaget e Jerome Bruner para

o desenvolvimento cognitivo

De acordo com Barros (2002), considerando as ideias de Jean Piaget e

Jerome Bruner sobre os aspectos do desenvolvimento cognitivo, nota-se a

existência de estágios ou períodos semelhantes, de forma que o adulto saberá

27

em qual nível de desenvolvimento que a criança está e quando ela está pronta

para aprender as várias tarefas intelectuais (para entender o desenvolvimento

cognitivo).

De acordo com Barros (2002), Piaget apresenta o desenvolvimento

cognitivo que se realiza nos seguintes estágios sensório motor (0 a 2 anos);

pré-operacional (2 a 6 anos); de operações concretas (7 a 11 anos); de

operações formais (12 anos em diante). As idades atribuídas ao aparecimento

dos estágios não são inflexíveis, havendo grande variação individual.

Segundo estágio: inteligência intuitiva ou pré-operacional, este estágio

vai ao período de 2 aos 6 anos em relação ao sensório-motor, é o

desenvolvimento da capacidade simbólica, A criança já distingue um

significador imagens ou palavras que simboliza objetos que estão ausentes.

Estágios no qual estamos focando o estudo deste trabalho de conclusão de

curso. Piaget, nesta fase, notou várias características do pensamento infantil.

Egocentrismo: As crianças pequenas não aceitam o ponto de vista de

outra pessoa, quando diferente do delas. Exemplo: São colocados sobre a

mesa três objetos que são eles uma casa, uma igreja e uma árvore de

brinquedos A criança senta-se perto da árvore e o adulto do outro lado da

mesa perto da casa, é perguntado a criança qual dos três objetos posto sobre a

mesa está mais próxima dela, a criança menos de seis anos responderá “a

árvore”, porém se for feita a pergunta novamente, mas agora mais próximo do

adulto a criança provavelmente responderá também a árvore, revelando

incapacidade para se colocar no ponto de vista dos outros.

Centralização: A criança antes dos sete anos concentra apenas uma

dimensão do estímulo seja um dos aspectos de um objeto ou acontecimento,

sendo incapaz de levar em consideração mais de uma dimensão ao mesmo

tempo. Exemplo: Mostrando a criança dois copos de formato igual, cheios de

líquidos, no mesmo nível, a criança concordará que ambos têm a mesma

quantidade. Se despejar o líquido na vista da criança em outro copo de formato

alto e estreito e perguntar a criança qual o copo que tem mais líquido, a criança

responderá o copo alto e estreito.

28

Animismo: Neste estágio a criança concede vida aos objetos, supondo

que são capazes de sentir, entender, falar e crescer. Exemplo: A criança

acredita que os animais entendem a nossa fala e também podem se comunicar

conosco.

Realismo nominal: A criança pensa que o nome faz parte do objeto,

essa é uma característica de uma criança pequena. Exemplo: Acredita que o

nome da lua está na lua, e é impossível dar outro nome para ela.

Classificação: Apresentando a criança de dois e quatro anos variada

formas geométricas com diversas cores e tamanho, a criança não usa o critério

definido para fazer a tarefa. Parece que agrupam as coisas ao acaso, não

ainda não têm uma concepção real de princípios abstrato que orientam a

classificação. Posteriormente os cinco anos de idade a criança consegue

agrupar os objetos de acordo com o tamanho, cor e forma. Inclusão de classe:

Neste estágio a criança tem dificuldade em compreender que uma coisa possa

pertence, ao mesmo tempo, as duas classes, pois ela ainda não consegue lidar

com “inclusão de classe”. Exemplo: Um membro da classe “carioca” pode ser

ainda membro da classe “brasileira”.

Seriação: Conforme Piaget, as crianças pequenas não são

competentes de atender os problemas de ordenação ou seriação. Exemplo:

Num estudo, as crianças recebiam dez varas com diversos tamanhos. Dessa

forma a criança deveria enfileira as varas em ordem crescente.

Barros (2002), ainda relata a proposta de Bruner sobre sua concepção

do desenvolvimento cognitivo do ser humano. Ele procura esclarecer as

diferentes etapas que a criança tende a representar o mundo a qual interage

que são três níveis de representação cognitiva do mundo, que são inativa,

icônica e simbólica.

Representação inativa ou inativa, a criança representa o mundo pela

ação, ou seja, ela se comunica com o mundo por meio da ação e tende

entender melhor as coisas em termos de ação. Um adulto ao se comunicar

com uma criança muito nova para esse nível deverá expressar sob a forma de

movimento, por exemplo, se perguntar uma criança onde fica uma farmácia, ela

provavelmente será capaz de guiar a pessoa até o local, mas dificilmente

29

saberá explicar verbalmente o caminho.

Na representação icônica, a criança já possui a imagem ou a

representação mental dos objetos, sem que haja a necessidade de manipulá-

los. Sendo assim, ela já aprecia e compreende as figuras e as imagens

independentemente da ação. Por exemplo, a criança desenha um garfo sem

representar o ato de comer.

E, por último, a representação simbólica, neste nível, a criança pode

apresentar o mundo através de símbolos, sem a necessidade do uso da ação

ou da imagem, está apta a interpretar a experiência em linguagem.

De acordo com Barros (2002), Bruner ainda descreve sobre a

importância do fator ambiental, que resulta em grande parte da estimulação

ambiental. Dessa forma, o ambiente no qual a criança está inserida pode

determinar grandes diferenças em relação à idade em que passam pelos

diversos estágios, devendo ser expostas desde cedo a vários estímulos e

mudanças no ambiente para o desenvolvimento cognitivo. Ele acredita que

todas as crianças têm dentro de si um grande desejo e curiosidade de

aprender, por isso deve ser aproveitada em sua educação.

30

CAPÍTULO III

ANÁLISE DE JOGOS

De acordo Soler (2003), é importante que a criança entre em contato

com o jogo, pois é o estágio onde ela começa compreender a ver o outro,

mudando de estágio onde está centrada nela própria.

Neste capítulo, descreve vários jogos e brincadeiras, para que toda

escola se envolva nesse assunto e não apenas nas aulas de Educação Física.

O papel do educador é dar opções e deixar as crianças próprias

escolherem os jogos e brincadeiras e o que são melhores para elas.

Ainda baseado em Soler (2003), transcreveremos as análises dos

seguintes jogos para desenvolver a cooperatividade são:

• Ajudando seu amigo

Material: Saquinho de areia ou algo semelhante.

Disposição: Cada integrante com um saquinho em cima da cabeça,

tendo o objetivo de equilibrar o material, todos devem passear pelo o espaço

combinado.

Desenvolvimento: Quando o saquinho do participante cair no chão, o

mesmo de ficar “congelado”. Apena outra pessoa deve tentar pegar o saquinho

ajudando o colega a “descongelar-se” e prosseguir com o jogo. Se o colega

abaixar para pegar o saquinho e seu cair, também estará “congelado”.

Objetivos: Estimular a cooperação; reforçar o trabalho em grupo;

aprimorar o equilíbrio.

• Bola ao ar

Material: Uma bola.

Disposição: Os participantes em pé, formando uma grande roda.

Desenvolvimento: Um participante inicia o jogo dentro da roda,

segurando a bola. Ela deverá lançar a bola para o alto ao mesmo tempo tem

que falar o nome do colega que está na roda, e vai para o lugar do colega.

31

Quem foi chamado deverá entrar na roda e repetidamente dizendo outro

nome. O jogo termina quando todos forem chamados.

Objetivos: Conhecer os participantes; desenvolver a observação e a

atenção.

• Nunca só

Disposição: As crianças livremente pelo espaço determinado, entre os

jogadores escolher uma para ser o pegador.

Desenvolvimento: É dado o sinal para iniciar a partida, todos os

participantes deslocar-se-ão pelo o espaço livremente (andando, correndo,

saltando e etc.). O pegador só poderá pegar o participante que estiver

sozinho. Os demais, para não serem pegos, deverão dar a mão para o colega,

formando uma dupla; estes não poderão ser pegos. O pegador se distancia,

todos soltam as mãos e voltam a circular livremente.

Objetivos: Integrar-se ao meio social; desenvolver a atenção e a

socialização; inverter em relações interpessoais.

Segundo Maranhão (2004), as brincadeiras e os jogos podem auxiliar

no crescimento das relações interpessoais e na integração do grupo, além de

contribuir na discussão sobre temas consideráveis, conflitos, resoluções que o

grupo precise considerar.

Transcreveremos as análises dos seguintes jogos de acordo com

Maranhão (2004) que são:

• Elefante colorido

Desenvolvimento: É um tipo de pique, mas para o participante não

serem pegos deverão encostar-se aos objetos da cor que o pegador

determina.

Objetivos: Desenvolver a comunicação verbal; desenvolver a

percepção visual e a percepção figura fundo; trabalhar os grandes músculos

na habilidade de correr; estimular a integração do grupo, por ser uma

atividade em conjunto.

32

• Macaco Simão

Desenvolvimento: O macaco Simão, é quem determina o que o grupo

terá que fazer. Segundo a regra que solicitar o comando. Exemplo: Macaco

Simão manda colocar a mão na parede. Somente as ordens do macaco Simão

deverão ser obedecidas.

Quem mudar de posição antes que o comando sairá do jogo. Antes de

iniciar o jogo, deverá ser escolhido através de conversa quem será o macaco

Simão para dar os comandos.

Objetivos: Desenvolver o cumprimento de ordens e o respeito às

regras; desenvolvimento físico-motor; trabalhar o esquema corporal.

• Batata quente

Desenvolvimento: Sentados em círculo, um jogador deverá ficar no

meio do circulo, segurando uma bola que significará a batata quente. O

jogador que estiver no meio do círculo jogará a bola para um colega e ao

mesmo tempo tem que dizer “_Batata quente.”. A criança que receberá a

batata quente deve ir para o centro da roda e jogar a bola para outra criança,

assim gradativamente até que todos tenham apanhada a batata quente. Se

algum participante deixar a batata cair no chão, deverá sair da brincadeira.

Objetivos: Desenvolvera coordenação visomotora; o respeito às

regras; a atenção e a linguagem.

• Boliche

Recursos necessários: uma bola e dez garrafas.

Regra: Não se pode ultrapassar a linha traçada no chão.

Desenvolvimento: As dez garrafas são dispostas na primeira fileira

com uma, na segunda fileira com duas, na terceira fileira com três e a última

fileira com quatro garrafas. Cada participante em sua vez jogará a bola, a

partir de uma linha traçada no chão, para ver que consegue derrubar mais

garrafas, neste tipo de jogo os participantes têm como alvo objetos (garrafas).

Em um cartaz a criança ou o professor marcará o número de ponto que cada

um fizer na jogada. O vencedor será aquele que derrubar o maior número de

garrafas.

33

Objetivos: Desenvolver a concentração, percepção visual e espacial,

localização espacial, coordenação motora, contagem, avaliação de força e

distância.

• Amarelinha:

Recurso necessário: um diagrama desenhado no chão e uma

pedrinha.

Regras: Só pode jogar a pedrinha em uma casinha de cada vez,

iniciando na primeira casinha, depois na segunda, na terceira, na quarta, na

quinta, na sexta, na sétima, na oitava, na nona e na décima.

Desenvolvimento: Fazer uma votação para saber quem será o

primeiro participante com a posse da pedrinha. Cada participante ao chegar

sua vez, fica atrás da linha traçada, de frente para a amarelinha e atira a

pedrinha na primeira casa, pulando de um pé só sobre a primeira casa, onde

se encontra a pedrinha, ficando com os dois pés na segunda e terceira

casinha, com um pé na quarta casinha e repetindo essa sequência até chegar

à décima casa. No retorno a criança deve dar continuidade à sequência,

sendo que não deve entrar na primeira casa e nem pisar nela, deve pegar a

pedrinha para voltar ao lugar de onde atirou a pedrinha e iniciar novamente a

jogada. Deve agora jogar a pedrinha na segunda casa, repetindo o mesmo

procedimento anteriormente, e assim sucessivamente até chegar à última

casa ou errar. A criança que errar passa a vez para o seguinte. Depois todos

terem tidos sua vez, o primeiro participante recomeça da casa onde parou,

dando inicio em diante. Vence quem terminar a amarelinha toda primeira.

Objetivo: Desenvolver a atenção, noções de números, contagem,

sequência numérica, análise da distância e força, percepção espacial e visual,

localização espacial e coordenação motora.

• Cabo de guerra

Recursos necessários: Uma corda e uma fita.

Regras: Não pode puxar a corda antes do sinal dado pela o juiz da

brincadeira.

34

Desenvolvimento: A turma será dividida em dois grupos, sendo que

uma criança terá a função do juiz, observando se todos estão na formação

corretamente. O juiz fará uma linha no chão com giz, para significar o marco

que estará dividindo o campo de cada grupo. A frente da última criança de

cada grupo deverá ter uma fita. Quando a ordem for dada, os grupos deveram

a puxar a corda para o seu lado. O grupo vencedor será aquele que conseguir

puxar a corda que o lenço do grupo adversário passe para seu campo.

Objetivos: Desenvolver a concentração, coordenação motora, análise

de força.

• Passa a bola

Recursos necessários: duas bolas.

Regras: A criança que deixar a bola cair no chão deverá pegar a bola e

continuar a jogada, não tendo o direito o colega de trás que não segurou a

bola dar seguimento.

Desenvolvimento: A turma será dividida em dois grupos, que se

organizará em duas fileiras. Os jogadores deverão estar de pé, um atrás do

outro, de pernas abertas e o primeiro jogador de cada fileira recebe uma bola.

Após o sinal da partida, o primeiro jogador de cada fileira passa a bola para o

colega que está atrás e assim até que o último fique com a posse da bola. O

último jogador de cada grupo ao receber a bola, deverá correr com a bola nas

mãos para o primeiro lugar de sua fileira, repetindo o mesmo procedimento, e

assim sucessivamente até chegar às mãos de quem iniciou a jogada. O

primeiro que fizer mais pontos, será o vencedor do jogo.

Objetivos: Desenvolver atenção, concentração, coordenação motora,

percepção visual, localização espacial e contagem.

• Brincadeira de roda: Ciranda, cirandinha.

Ciranda, cirandinha,

Vamos todos cirandar!

Vamos dar a meia volta,

Volta e meia vamos dar!

35

O anel que tu me destes

Era vidro e se quebrou

O amor que tu me tinhas

Era pouco e se acabou

Por isso, dona... (fulana)

Entre dentro desta roda

Diga um verso bem bonito,

Diga adeus e vá se embora!

As brincadeiras de roda levam as crianças a dançarem com o corpo,

também dramatizam as situações sugeridas pela letra da música. Poderá

trabalhar as áreas social, afetiva e cognitiva e principalmente à linguagem.

• Versinho musicado: Palminhas.

Palminhas, palminhas

Nós vamos bater,

Depois as mãozinhas

Pra trás esconder,

De um lado e do outro,

Bem forte e bem fraco,

Pra baixo e pra cima,

Pra frente e pra trás,

Nós vamos bater.

Os versinhos musicados, além de auxiliar a linguagem oral, podem ser

laborados enfoques como orientação espacial, esquema corporal,

coordenação motora e linguagem. É muito importante que os trabalhos sejam

explorados em vários sentidos, mas sem perder o sentido lúdico do trabalho.

Além do mais, é de suma importância que o educador utilize os pontos

a seguir, de acordo com Soler (2003), que são:

Pedir que as crianças estabelecessem os objetos apropriados de

conduta interpessoal por meio de debate sobre o que elas gostariam como o

grupo agisse;

36

Registrar os combinados e afixar em um lugar apropriado, servindo

como lembrete para todos;

Registro das brincadeiras (fotografia, desenho e etc.);

A discursão do grupo após a atividade serve para que os jogadores do

jogo/brincadeira coloquem suas considerações.

Considera Maranhão (2004) o brincar coisa séria. Ele relata que

garanti às crianças o direito de brincar, de vivenciar o seu próprio

desenvolvimento. Observar as crianças brincando ou jogando seja livre ou

direcionado, certamente estão se desenvolvendo e aprendendo a lidar com

seus próprios sentimentos e com o mundo onde vivemos.

Por isso, vários autores concordam que é crucial o brincar para as

crianças, a maneira como a criança sinaliza o mundo interior da mesma,

proporcionando o conhecer realizando atividades através do lúdico, assim a

criança executa aprendizagens significativas. O aproveitamento das

brincadeiras na vida das crianças é ilimitado, pois oferecem excelentes

avanços para o desenvolvimento, não só físico, mas cognitivo, social e afetivo.

3.1 Administrar sua própria formação continuada

Essas questões me fazem pensar sobre a importância da formação

continuada de professores para trabalhar numa perspectiva inovadora

envolvendo o trabalho com o jogo nas aulas.

Partindo das brincadeiras citadas acima, o professor deve respeitar o

aluno como um todo, resgatando e envolvendo as crianças nas atividades do

brincar de maneira global com Sabendo que o professor é antes de tudo um

facilitador de aprendizagem e deve criar condições para que as crianças

explorem tudo em seu meio e experimente diversos materiais promovendo

sempre descobertas enriquecendo sua dinâmica.

Para ressaltar a formação dos educadores apresentação da história “O

menino e a flor” que foi aqui adaptada:

37

Era uma vez um menino pequeno que estudava numa escola. Ele

adorava desenhar. Um dia a professora a professora disse que a aula era para

desenhar, e o menino começou a desenhar vários animais, então a professora

exclamou:

-Esperem! Ainda não é hora de começar. Vamos esperar todos para

que inicie.

A professora disse para que todos desenhassem uma flor. E o menino

rapidamente pegou seus lápis de cores, mas a professora disse:

-Esperem! Vou mostrar como fazer.

Então, ela desenhou uma flor vermelha com o caule verde e disse para

os alunos copiar sua flor. E o aluno desenhou igual a flor da professora.

Num outro dia, a professora disse que todos iriam fazer alguma coisa

com barro, o menino pensou em fazer animais, brinquedos, objetos juntou todo

o barro quando começou a fazer a professora disse:

Esperem! Ainda não é hora de começar. E ele esperou que todos

estivessem prontos.

A professora disse para todos fazerem um prato. O menino começou a

fazer quando a professora solicitou que todos fizessem um prato fundo igual o

dela e exclamou:

-Agora vocês podem começar!

Assim aprendeu a esperar e fazer exatamente como a professora,

embora gostasse mais daquilo que ele criava e muito cedo não fazia nada por

si próprio.

E aconteceu que um dia o menino e sua família mudaram de cidade e

de escola. Nesta outra escola no seu primeiro dia a professora pediu que todos

fizessem um desenho, mas a professora não disse o que fazer e apenas

andava na sala. E o menino esperou a professora, até que a professora falou:

-Você não quer desenhar? – Como posso fazer perguntou o menino.

- Da maneira que você gostar, disse a professora. – De que cor?

Perguntou o menino. A professora respondeu se todo mundo fizer o mesmo

desenho e usar as mesmas cores como ela saberia de quem era aquele

38

desenho, então o menino começou a desenhar uma flor vermelha com o caule

verde.

Acreditasse que essa história parte a partir de um educador sem uma

formação inicial ou formação continuada ou formação em serviço entre outros

nomes que qualificam os educadores. Só um educador que não busca ampliar

seus conhecimentos e ainda, acredita que as crianças são todas iguais e

aprendem da mesma maneira. Sendo assim cabe ao professor a tarefa de

planejar e oferecer a criança várias experiências que responda as demandas

do grupo e as individualmente de cada criança, mas para que o professor

venha se atualizando sua performance, como professor pesquisador.

Partindo da fala de Paulo Freire (2011), sobre a formação continuada,

ele relata que o inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da

experiência vital. Onde há vida, há inacabamento.

Sendo assim, quando Freire (2011), traz a ideia do inacabamento, o

sentido de estar em construção e se torna acabado quando morre. Ele refere

se ao educador terem fome e sede, de sabe conhecer, evoluir, buscar, inovar,

sentir, experimentar, pensar, vivenciar, ensinar, aprender.

O professor tem que administrar sua própria formação continuada,

refletindo e investigando sobre sua prática, nesse momento permite o exercício

de uma lucidez profissional, adquirindo consciência de seu papel como

mediador, além de ser fundamental a prática reflexiva para autoformação do

professor, inovando e construindo novos conhecimentos.

Apesar da importância do professor administrar sua própria formação

continuada, é essencial também que a própria instituição de ensino ofereça

encontros de formação para os profissionais, seja para trocarem informações

ou dialogarem sobre as vivências cotidianamente do âmbito institucional,

analisado as práticas, os métodos, os recursos, planejamento, avaliação entre

outros fatores relevantes para uma transformação.

Sendo indispensável à formação continuada de acordo com Lei de

Diretrizes e Bases (LDB, 1996, nº 9.394):

39

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (Regulamento) § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009). § 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009). § 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de educação a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009).

Esse artigo e seus complementos foram criados para assegurar e

garantir o direito dos docentes em sua trajetória. Sendo de grande importância

a formação constante na vida do professor, pois como mediador que irá fazer

as intervenções no desenvolvimento dos jogos e elaborando problematizações

para que as crianças adquiram novos conhecimentos através dos jogos como

recurso didático.

Contudo o professor precisa enriquecer-se teoricamente e acreditar

que os jogos e as brincadeiras são instrumentos fundamentais para o

desenvolvimento e aprendizagem. É essa mediação que o professor deve fazer

acontecer no universo infantil. É através do ato de brincar que disponibilizará

conhecimentos e bases significativas para a criança.

Levar o lúdico para sala de aula, compreender a importância que ele

tem nas diferentes situações, permitirá que o professor trabalhe de forma

significativa e contextualizada, formando alunos capacitados e criativos.

40

CONCLUSÃO

Partindo sobre a ideia que a importância do brincar é muito mais do

que recrear, é a maneira que a criança comunica-se como o mundo. Sendo

assim todas as formas do brincar são capazes de proporcionar diversão e

alegria.

Podemos concluir que os objetivos da pesquisa foram alcançados, pois

analisando os jogos e as brincadeiras como recurso de aprendizagem na vida

pessoal e social, na educação infantil observou o jogo/brincadeira como um

fator crucial para a fim de construir relações pessoais e aprendizagens sociais.

É de muita importância a contribuição dos jogos/brincadeiras na

educação infantil, como um recurso indispensável na vida das crianças, além

de ser uma forma lúdica que as crianças aprendem no ato do brincar. Traz

muitos benefícios, a saber: funciona como atividade social, aprende respeitar

regras que são estabelecidas, estimula trocas de informações com outros

colegas, também desenvolve seu emocional quando numa partida a criança

vencer ou perder a jogada.

A criança aprende “conceitos” que o nortearão por toda vida através de

brincadeiras e jogos, de forma lúdica, pois sabemos através de estudos, leitura

e palestras que quando a criança brinca, ela aprende se relacionar com seu

meio, essas interações e experimentação que as crianças fazem naturalmente,

vão se aprimorando e seus valores vão sendo construído.

Minha pesquisa no tema jogos e brincadeiras na educação infantil

evidenciaram que os jogos/brincadeiras trabalhados individualmente e

coletivamente contribuíram para a aprendizagem cognitiva, emocional, motora,

social e intelectual.

A importância do brincar na vida do sujeito é fundamental para o

desenvolvimento da identidade e da autonomia, percebemos a importância

quando lidamos diretamente com esse sujeito. O papel de nós educadores de

auxiliar e propor atividades lúdicas para o potencial dessas crianças.

41

A importância da formação do professor, interagindo sempre com a

criança, é crucial de estar buscando novos conhecimentos e inovações, a fim

de melhorar a prática, adquirindo consciência de seu papel como mediador,

além de ser fundamental a prática reflexiva para autoformação do professor,

inovando e construindo novos conhecimentos, tendo assim um olhar flexível.

Essa pesquisa de conclusão de curso representa um novo caminho de

conhecimentos, uma nova etapa e uma nova página na minha vida como

professora pesquisadora, a fim de dar continuidade aos meus estudados, tendo

um olhar mais sensível na minha formação e na minha prática.

42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ARRIBAS, Teresa Lleixà. Educação infantil: desenvolvimento, currículo e

organização escolar. Porto Alegre: Armed, 5ª edição, 2004.

BARROS, Célia Silva Guimarães. Pontos de psicologia de

desenvolvimento. São Paulo, SP: Editora Ática, 12ª edição, 2002.

BRASIL, Lei nº 9.394. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 20 de

dezembro de 1996.

_______. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Ministro

da Educação e Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília:

MEC/SEF, vol.1, 1998.

_______. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Ministro

da Educação e Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília:

MEC/SEF, vol.2, 1998.

_______. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Ministro

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CERQUETTI-ABERANKE. Françoise; BERDONNEAU, Catherine. O ensino da

matemática na educação infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

CÓRIA-SABINI, Maria Aparecida. LUCENA, Regina de Ferreira. Jogos e

brincadeiras na educação infantil. Campinas, SP: Papirus, 2004.

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44

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 6

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

BREVE HISTÓRICO DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL 11

1.1 - O jogo como atividade social 14

CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA 20

2.1 - Contribuições das teorias de Jean Piaget e Jerome Bruner para o desenvolvimento cognitivo 26

CAPÍTULO III

ANÁLISE DE JOGOS 30

3.1 - Administrar sua própria formação continuada 36

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

ÍNDICE 44