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CANDIDO MENDES – AVM FACULDADE INTEGRADA
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
MARKETING DE RELACIONAMENTO – SETOR DE SERVIÇOS
Fabiola Costa da Fonseca
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
FABIOLA COSTA DA FONSECA
MARKETING DE RELACIONAMENTO – SETOR DE SERVIÇOS
Trabalho apresentado a Candido Mendes – AVM
Faculdade Integrada como requisito parcial para
conclusão do curso de Comunicação Empresarial.
Orientador: Prof. Jorge Vieira
Rio de Janeiro 2015
AGRADECIMENTOS
Aos colegas de turma,pela parceria nos trabalhos em grupo. Ao meu esposo pela compreensão nos momentos difíceis e minhas irmãs que sempre me incentivaram
DEDICATÓRIA
Este trabalho dedico ás pessoas que sempre me apoiaram e acreditaram em mim. E também ao meu pai, que mesmo em outro plano, tenho certeza que está sempre na torcida por mim.
"Não precisamos de mais dinheiro, não precisamos de mais sucesso ou fama,
não precisamos do corpo perfeito, nem mesmo do parceiro perfeito, agora
mesmo, neste momento exato, dispomos da mente, que é todo o equipamento
básico de que precisamos para alcançar a plena felicidade."
Dalai Lama
RESUMO
A percepção dos clientes tem sido expressivamente positiva, na medida em que temos tido competência de apresentar soluções geradoras de resultados – e esses resultados são todos mensuráveis, de tal forma que se torna fácil comparar quanto se investiu e qual foi o retorno oriundo desse investimento. Afinal, resultado é o principal assunto dos profissionais de marketing hoje em dia, de agências a clientes e anunciantes. De forma bastante objetiva, o principal resultado almejado pelas empresas é o lucro. E ponto final. Tudo tem que se justificar pelo aumento da linha de baixo, como os financeiros gostam de chamá-la. Naturalmente, nem sempre é fácil identificar precisamente qual o adicional de lucro gerado por uma ação específica. Por isso, é comum trabalhar com várias aproximações, como por exemplo, aumento de vendas, conversão de leads em clientes, satisfação dos clientes medida em pesquisa, redução de churn na base de clientes, e assim por diante.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9 CAPITULO I O MARKETING 11 1.1 MARKETING DE SERVIÇOS 13 1.2 ESTRATÉGIAS DE MARKETING 16 CAPITULO II MARKETING DE RELACIONAMENTO 17 2.1 COMPORTAMENTO E SATISFAÇÃO DO CLIENTE 22 2.4 RELACIONAMENTO CLIENTE X EMPRESA 23 2.4.1 Tendências 23 CAPITULO III MARKETING DE MASSA X MARKETING DE RELACIONAMENTO 25 3.1 A CONQUISTA DE MERCADO 26 3.2 SOLUÇÕES ESTRATÉGICAS 27 3.2.1 A Pesquisa de Informações 27 3.2.2 Planejamento e desenvolvimento de produtos 28 CONCLUSÃO 32 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34
9
INTRODUÇÃO
O avanço tecnológico possibilitou a rápida difusão de informações, diminuindo
distâncias e provocando mudanças no comportamento dos consumidores e das
organizações. Atender as necessidades e desejos dos clientes é uma tarefa difícil e
insuficiente, pois hoje é necessário antecipá-las ou até mesmo criá-las para
conquistar espaço no mercado. Diferenciar seus produtos e serviços em relação à
concorrência é essencial para a sobrevivência das organizações neste cenário de
grande oferta. Desafio maior é manter continuamente essa diferenciação e o espaço
conquistado no mercado.
Um dos segmentos que mais cresce, e consequentemente gera
competitividade é o dos serviços, que deve apoiar-se em estratégias de marketing
bem fundamentadas para conquistar a confiança e a aceitação dos consumidores
cada vez mais conhecedores, exigentes e dispostos a conhecer coisas novas. No
que tange o setor de serviços, o marketing é algo que vai além de marca ou
propaganda, e sim uma construção de relacionamento com o público alvo, e
estratégias que estão além de conquistar novos clientes. Madruga (2004)
De acordo com Bretzke (1999) a partir do século XXI o marketing ficou mais
complexo do que simplesmente buscar satisfazer as necessidades dos
consumidores. Nos dias atuais as empresas precisam bem mais que conquistar
clientes, elas precisam adivinhar seus desejos, saber o que o cliente procura e assim
poderá obter a fidelização dos seus clientes.
Para que isso seja concretizado, a informação é a arma do negócio, algo que
fará a diferença na empresa. Não basta ter qualidade ou preço no produto, ter alta
tecnologia ou uma ótima propaganda, estes são itens de permanência no mercado.
Atualmente é necessário possuir bem mais que isso, é necessário possuir
informações sobre os clientes potenciais, sobre seus concorrentes e sobre o
mercado em que atuam, estes itens é o que pode ser o diferencial competitivo para
que a empresa possa se manter no mercado. Quando o cliente estiver atrás de um
novo produto é provável de que o mesmo irá procurar sua loja preferida, caso não
encontre talvez o compre em outra loja, mas o comerciante poderá mostrar que
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talvez o desejo daquele tal produto pode ser substituído por outro produto parecido.
Caso o comerciante consiga convencer o cliente na compra do produto ambos
ficaram satisfeitos.
Nesta pesquisa procuraremos expor os motivos que levam o Marketing a se
tornar uma peça importante na Economia Mundial. Marketing é o processo de
planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de ideias,
bens e serviços, organizações e eventos para criar trocas que venham a satisfazer
objetivos individuais e organizacionais.
Para à elaboração do trabalho em pauta, utilizamos a metodologia de
pesquisas bibliográficas em livros, revistas, artigos e publicações on-line, optando-se
pelo método dissertativo na abordagem do tema que será desenvolvido introdução,
revisão de literatura e considerações finais.
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CAPITULO I
O MARKETING
O marketing está em todo lugar, e é considerado crucial para o sucesso de
qualquer organização. Ele pode apresentar-se formal ou informalmente, e necessita
estar em constante transformação e evolução.Todas as organizações, tanto de
pequeno ou maior porte, frente ao mercado com clientes cada vez mais exigentes e
a concorrência tomando espaço, são impulsionadas a investir e aperfeiçoar suas
estratégias de marketing. Para introduzir, este subcapítulo apresenta o conceito e o
composto de marketing. (KOTLER, 2000)
Marketing é uma palavra que deriva de Market, que, traduzindo do inglês,
significa mercado. Desta forma é possível afirmar que marketing é uma área que
estuda e analisa o mercado. Segundo Cobra (1986, p. 34), “é uma expressão anglo-
saxônica derivada da palavra mercari, do latim, que significa comércio, ou ato de
mercar, comercializar ou transacionar”. No entanto, o conceito de marketing pode
ser bem mais amplo, pois envolve a identificação e a satisfação das necessidades
humanas e sociais (KOTLER 2000)
Para Las Casas (2009), marketing é a área que estuda todas as relações de
troca, com o objetivo de satisfazer o cliente mediante suas necessidades e desejos
considerando os objetivos da organização. É um processo de criação de valor para o
cliente, visando lucratividade e retorno social.
Kotler & Keller (2012) definem o marketing com base em dois enfoques: social
ou gerencial. No social, o marketing tem a função de melhorar o padrão de vida da
sociedade, através da criação, oferta e livre troca entre as pessoas. No gerencial, o
intuito já é mais comercial, de venda em si. No entanto, é importante ressaltar que a
venda por si só não é suficiente, pois para que ela ocorra deve haver a necessidade
ou o desejo por determinado produto ou serviço, e este é o maior desafio do
marketing, gerar essa necessidade.
O marketing pode ser compreendido mais claramente se observados outros
conceitos que se relacionam: mercados alvos e segmentação, necessidades,
desejos e demandas, ofe
cadeia de suprimento,
conceitos fazem parte do m
As organizações qu
apoio nos 4P’s, conhecido
do mix de marketing é que
Proposto inicialmen
utilizado por diversos auto
através da Figura 1 (abaix
Fonte: Kotler e Keller (
McCarthy & Perrea
na era da informação e v
s, ofertas e marcas, valor e satisfação, can
nto, concorrência e ambiente de marketi
te do marketing e do seu estudo (KOTLER &
ões que visam sucesso na gestão do market
hecidos como mix ou composto de marketing.
é que define a função de marketing (BAKER,
ialmente em 1960 por Jerome McCarthy, e
s autores, assim como Kotler & Keller (2012),
(abaixo).
Figura 01 - Composto de marketing
eller (2012, p. 24).
erreault (1997) abordam que o principal obje
o e variedade, é a antecipação das necessid
12
o, canais de marketing,
arketing. Todos esses
R & KELLER, 2012).
arketing devem buscar
eting. O gerenciamento
KER, 2005).
thy, e ainda fortemente
012), que o apresentam
al objetivo do marketing
cessidades dos clientes
13
e/ou potenciais clientes. A empresa voltada para o marketing produz ou fornece
produtos e serviços para atender os clientes conforme necessidades e desejos
levantados, e não para simplesmente tentar vender a eles.
O mix de marketing, citado por alguns autores como composto de marketing,
objetiva o equilíbrio entre as variáveis: produto, preço, praça e promoção. Um
produto ou serviço é considerado para consumo quando atende a alguma
necessidade ou desejo, e tem características esperadas. O ponto, ou praça, é o local
de posicionamento junto ao seu mercado consumidor, ou ainda o canal distribuidor,
objetivando levar o produto ou serviço da forma mais rápida possível. O preço deve
ser justo e atender os custos do que é comercializado e estar dentro das
possibilidades dos consumidores-alvo. A promoção é a comunicação com o público,
compreendendo a publicidade, promoções de vendas, venda pessoal, entre outros
(COBRA, 1997).
Para o setor de serviços, considera-se também o mix de marketing proposto
por Jerome McCarthy, no entanto, alguns autores já defendem a ideia dos 7P’s,
propondo mais algumas variáveis importantes para o estabelecimento das
estratégias de marketing em empresas de serviços. No próximo subcapitulo serão
abordadas ideias de autores quanto ao marketing voltado para a área de serviços.
1.1 MARKETING DE SERVIÇOS
Os serviços ocupam um espaço crescente na economia mundial, e isto pode
ser confirmado se analisada sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) e na
empregabilidade oferecida nessa área. Com o crescimento no mercado, as
empresas que vendem serviços precisam estar sempre atentas às necessidades e
desejos dos clientes, pois atendê-los é o que diferencia o serviço frente à
concorrência (ROCHA et. al., 2012).
Segundo conceitos de Zeithaml et. al., (2011, p. 39) serviços são como “atos,
processos e atuações oferecidos ou coproduzidos por uma entidade ou pessoa, para
outra entidade ou pessoa”. O que diferencia os serviços dos produtos são as
particularidades que apresentam, tais como intangibilidade, heterogeneidade,
perecibilidade e inseparabilidade (ROCHA et. al., 2012).
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Os serviços são intangíveis, pois não podem ser tocados e geralmente não
podem ser experimentados antes da compra. São heterogêneos, pois um serviço
nunca é igual a outro por geralmente possuir interação de pessoas. Serviços não
podem ser estocados ou utilizados em outra venda, por isso são considerados
perecíveis. Também são considerados inseparáveis de seus fornecedores e clientes,
pois sem eles nem sequer existem.
Com o seu desenvolvimento e crescimento no mercado, fez-se necessário
estudar as ocorrências e fatos que envolvem todo o processo na constituição e
comercialização dos serviços. Segundo Cobra (1986), este é o objetivo do estudo do
marketing de serviços. Como neste segmento o principal fornecedor é o ser humano,
que fornece e efetua o serviço com o seu trabalho, o principal desafio da
organização é garantir qualidade e o máximo possível de homogeneidade, sendo
necessário para isso, estudar e executar técnicas de marketing (ZEITHAML et. al.,
2011).
Incorporando o marketing de serviço, a empresa ou o fornecedor de serviço
deve ter em mente seus objetivos mercadológicos, e a partir deles estabelecer ações
necessárias para o seu alcance com base no ambiente em que se encontra. É
normal encontrar prestadores de serviços que ainda tem certa resistência em
reconhecer a importância do marketing na área, pois focam muito no serviço em si.
No entanto, como geralmente não há um produto mensurável na relação, pois o que
cria o serviço é a interação do cliente e da linha de frente da empresa, técnicas de
marketing são necessárias. (LAS CASAS, 2009)
Considerando a intangibilidade, a participação dos funcionários, e a busca por
algo perceptível que possa definir a qualidade dos serviços, os profissionais de
marketing ampliaram o conceito de mix de marketing de serviço, acrescentando aos
4P’s, outras três variáveis: pessoas, evidência física e processo (ZEITHAML et.al.
2011).
Kotler (2005) tratou de denomina-los de 3P’s adicionais dos serviços,
chamando a evidência de prova física. A variável que trata das pessoas refere-se
aos sujeitos que executam os serviços e tem influência sobre as percepções daquele
que o adquire. Essa variável considera o quadro de funcionários, o cliente e os
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outros clientes que interagem durante o processo. A apresentação, a comunicação,
a forma de se vestir do prestador de serviço, representado muitas vezes pelo
funcionário, influenciam na experiência gerada pelo serviço.
Outros clientes que estão presenciando ou que tem contato podem influir
significativamente na decisão, expondo suas conclusões e experiências adquiridas.
Trabalhar com estes públicos, fazendo com que todos possam influenciar
positivamente no desfecho da negociação, é fundamental para conquistar o cliente.
A evidência ou prova física é a variável que analisa o local onde o cliente e os
prestadores de serviço relacionam-se, onde o serviço é efetivado, sendo assim o
aspecto tangível da transação. Pode ser mais que o local simplesmente, como
também os papéis, cartões de visita, sinalizações, equipamentos, veículos utilizados
para a prestação de serviço, entre outros. (ZEITHAML et. al., 2011).
Os serviços geralmente são complexos e muito suscetíveis a erros, sendo
fundamental a capacitação do pessoal envolvido, o que requer altos investimentos
em treinamentos. Para amenizar inconsistências, é de extrema importância definir o
fluxo operacional do serviço, compondo uma padronização, uma linha de conduta, e
uma sequência para a composição do serviço. Este é o foco da variável processo.
(BAKER, 2005).
Las Casas (2009) acrescenta a este mix, um quarto P, que chamou de
procedimento. O foco desta variável está na qualidade do contato entre os
funcionários e clientes, que denomina de o “momento da verdade”. Os outros
autores, em geral, relatam esta variável junto a variável pessoa. Explorando o
composto de marketing ampliado para os serviços, as empresas prestadoras de
serviços possuem condições de estabelecer suas estratégias de marketing. Como o
relacionamento é um ponto crucial neste segmento, no próximo subcapitulo serão
abordadas as estratégias de marketing aprofundando questões voltadas ao
relacionamento para prospecção, retenção e fidelização de clientes.
16
1.2 ESTRATÉGIAS DE MARKETING
A estratégia de marketing é a definição da “posição que a empresa deseja
alcançar no futuro e o que deve fazer para conseguir, considerando-se determinado
ambiente de atuação” (LAS CASAS, 2009, p. 53). Para definir as estratégias de
marketing na área de serviços, é importante considerar o composto de marketing. Os
resultados das empresas de serviços dependem exclusivamente das estratégias
desenvolvidas com foco no cliente.
Segundo Hoffman & Bateson (2003) há quatro chaves para o alcance dos
objetivos. A primeira delas é focar em determinado grupo de clientes e ocupar
espaços ainda não alcançados. A segunda é estar sempre voltada a concepção de
novas tecnologias, implantando-as como aliadas, pois elas são essenciais para
estreitar as formas de relacionamento com os clientes. A terceira chave é a
capacidade de lidar com a concorrência, onde a diferenciação é primordial. E a
última chave apresentada pelo autor, é a definição de estratégia de retenção de
clientes.
O serviço tem a participação e o envolvimento de pessoas no seu processo
de criação e manutenção. Por este motivo, o relacionamento tem um papel
fundamental para a satisfação, e estratégias para seu aprimoramento são
fundamentais para captar, manter e fidelizar clientes. Segundo Zenone (2010), o
marketing de relacionamento não deve ser aplicado apenas entre a empresa e o
cliente, mas também com os colaboradores e demais stakeholders.
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CAPITULO II
MARKETING DE RELACIONAMENTO
A competitividade cresce à medida que o cenário mercadológico sofre
mudanças contínuas. Essa competição não é mais apenas entre negócios que
oferecem o mesmo produto ou serviço, mas em diversos segmentos que atendem as
mesmas necessidades (ZENONE, 2010).
Neste contexto, é necessário mudar o foco da empresa do produto ou
transação para o cliente e a sua relação com o mesmo, enfatizando os efeitos e
retornos no longo prazo desta relação (ROCHA et. al. 2012).
Gummesson (2010, p. 22) sintetiza marketing de relacionamento como “a
interação das redes de relacionamento”. É o relacionamento integrado, com o
objetivo de criar relações permanentes com todas as pessoas e empresas
envolvidas no processo (KOTLER & KELLER, 2012).
Aprofundando o conceito, Madruga (2004) diz que marketing de
relacionamento é:
“atrair, realçar e intensificar o relacionamento com clientes finais, clientes intermediários, fornecedores, parceiros e entidades governamentais e não governamentais, através de uma visão de longo prazo na qual há benefícios mútuos”. (MADRUGA, 2004 p. 20)
Reforçando este conceito, Kotler & Keller (2012) definem quatro componentes
imprescindíveis no marketing de relacionamento: clientes, fornecedores, parceiros
de marketing e os membros da comunidade financeira. Focar no relacionamento
próspero e trazer retorno para todos necessita de um conhecimento amplo sobre
seus desejos e necessidades. Tradicionalmente, o marketing costuma enfatizar de
forma exacerbada a busca de novos clientes. Esta é uma tendência que perdeu
espaço para a administração de clientes plenos, isto é, relacionamentos já iniciados.
Uma afirmação amplamente generalizada é que, em média, custa cinco a seis vezes
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mais para uma empresa atrair um cliente novo do que para implementar estratégias
de retenção para segurar um cliente atual.
De acordo com definição de Lovelock & Wright (2002:132) marketing de
relacionamento são as atividades destinadas a desenvolver ligações econômicas
eficazes de longo prazo entre uma organização e seus clientes para o benefício
mútuo de ambas as partes.
No entender de Kotler (1995), marketing de relacionamento significa criar,
manter e acentuar sólidos relacionamentos com os clientes e outros públicos. Ainda
segundo KOTLER (2000:71), o marketing de relacionamento, abrange todas as
etapas que as empresas cumprem para conhecer melhor seus clientes de valor e
atendê-los também de maneira melhor.
Figura 02 – Características do Marketing de Relacionamento
A EMPRESA FORNECE O CLIENTE FORNECE
Produtos – serviços Confiança e Compra repetida Atenção individual promessa Fidelidade extra Informação continua Boa vontade Ofertas de preços Boca a boca positivo Serviços ao cliente Custos mais baixo para Extras e estimulo a empresa
Segundo Schiffman & Kanuk (2000), o objetivo do marketing de
relacionamento, é criar relacionamentos fortes e duradouros com um grupo
essencial de clientes. Todas as definições de marketing de relacionamento
convergem para uma realidade comum, onde o foco é o cliente, com quem é
imprescindível o estabelecimento de relacionamentos e trocas de valor. Com
certeza, o contato é a principal ferramenta do marketing de relacionamento, afinal,
se uma empresa não estabelece interação com seus clientes, torna-se difícil a
criação de programas eficientes de marketing de relacionamento para um
determinado ramo de negócio.
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Atualmente, as empresas criam programas de relacionamento objetivando
estimular a fidelidade aos produtos e/ou serviços, dando ênfase a um laço de longo
prazo com seus consumidores para que tenham percepção positiva e considerem-se
parte integrante na construção de valor dos produtos e serviços disponibilizados no
mercado. Os canais de comunicação das empresas podem contribuir ativamente na
participação do cliente nesta construção de valor, atuando como facilitador no
registro das sugestões, observações, reclamações e percepções que possam
efetivamente auxiliar as empresas na oferta de produtos e serviços de qualidade,
gerando, assim, maior satisfação para os consumidores. Os programas de
desenvolvimento do marketing de relacionamento não devem ser direcionados a
qualquer relacionamento com os clientes, mas sim, aos tipos de relacionamento que
possibilitem amplamente o alcance dos objetivos de marketing.
Segundo Holtz (1994 p.334), um programa completo de relacionamento com
clientes deveria incluir pelo menos os objetivos seguintes:
• Transmitir confiança e segurança ao cliente para que ele acredite em você e
na sua empresa, e consequentemente, naquilo que você promete e no
produto que vende.
• Desenvolver no cliente um senso de lealdade em relação a você como um
fornecedor de produtos e serviços úteis e valorosos.
• Motivar o cliente a comunicar suas ideias, expectativas, sugestões e
comentários.
• Fazer com que o cliente se identifique com sua empresa, ou seja, que tenha
a sensação de fazer parte dela.
Cada programa de relacionamento dependerá do gênero de negócio
implementado, porém, na construção de qualquer relacionamento duradouro é de
suma importância o estabelecimento de relações alicerçadas em credibilidade e
confiança, características muito relevantes na prestação de serviços e que são
determinantes para a continuidade do relacionamento entre o cliente e a empresa.
A transmissão de confiança ao cliente torna mais fácil a agregação de
parâmetros de valor que contribuam na avaliação do cliente sobre algum serviço
prestado. Com isso o cliente passa a valorizar mais o que lhe é ofertado e a imagem
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da empresa é favorecida, submetendo-o ao senso de lealdade que pode ser ainda
mais explorado quando este cliente se sente parte integrante da empresa e é
ouvido, tendo seus pontos de vista considerados e respeitados.A boa vontade em
estabelecer uma relação de amizade com os clientes é importante, porém não basta,
principalmente em função da rapidez com que os negócios acontecem, o que muitas
vezes dificulta o contato pessoal com os clientes. É necessária a implantação de
programas específicos para obter resultados que sejam efetivamente adequados
aos diversos ramos de negócios.
Logo, é importante entender o processo envolvido na atração e retenção de
clientes. O início do processo de desenvolvimento de clientes se dá com a
determinação dos possíveis clientes, que provavelmente poderão adquirir o produto
ou serviço. A empresa deve trabalhar para saber quais são os clientes potenciais,
que têm um interesse pelo produto ou serviço e podem pagar por ele. Destes
clientes, saem os potenciais sem qualificação, geralmente por problemas de crédito.
A partir daí, a empresa passa a ter como objetivo a obtenção de clientes eventuais,
para que posteriormente tornem-se clientes regulares. Isso não significa que esses
clientes já tenham se tornados fiéis a essa empresa, daí a necessidade de ação
para que esses clientes possam se tornar preferenciais, isto é, clientes bem tratados
e com conhecimento. Daí para frente, a agregação de valor deve atingir grau
considerável na percepção do cliente para que ele se torne um associado, que é
reconhecido por obter uma serie de benefícios.
Segundo Kotler (2000 p. 72):
“...espera-se que os associados se transformem em defensores, clientes que entusiasticamente recomendam a empresa e seus produtos e serviços aos outros. O maior desafio é transformar defensores em parceiros, quando o cliente e a empresa trabalham ativamente em conjunto”.
O marketing de relacionamento usa ferramentas de Database marketing,
telemarketing e comunicação dirigida alicerçadas em informações, conhecimentos e
experiências sobre a tecnologia com a qual compete, sobre a concorrência, sobre os
seus clientes, sobre novas fontes de tecnologia que podem alterar o ambiente
competitivo e sobre sua própria organização, visando o desenvolvimento de
estratégias que permitam o aumento da lealdade e o incremento em vendas.
21
O objetivo do marketing de relacionamento é criar aproximação com os
clientes assim como acontecia no passado, através do foco na manutenção do
relacionamento contínuo, comunicação direcionada e individual, diversas
possibilidades de interação e contato, segmentação para definição do público-alvo e
concentração total na satisfação dos clientes (MADRUGA, 2004).
Para possibilitar a aproximação e definição de estratégias individuais de
relacionamento com os clientes na atualidade, foram desenvolvidos diversos
sistemas de gerenciamento que permitem registros e o uso destas informações para
a tomada de decisão específica para as necessidades e interesses de cada cliente.
Para Rocha et. al., (2012), as empresas devem fazer uso dessas tecnologias
para aprimorar suas estratégias, mas realmente precisam mudar o foco principal do
produto ou serviço para o cliente.
O CRM (Customer Relationship Management) ou Gestão de Relacionamento
com o Cliente é hoje a ferramenta mais difundida no meio empresarial. Ela tem a
função de detalhar informações de clientes e todos os contatos mantidos com ele a
fim de possibilitar conhecimento aprofundado sobre suas preferências, anseios,
desejos e necessidades. Através deste software, as diversas pessoas da
organização que interagem com os clientes podem ter acesso para registrar ou
consultar informações importantes para focar no atendimento das expectativas, e
surpreender o cliente com o atendimento personalizado.
No marketing de relacionamento não se pode pensar em simples ações
isoladas de marketing, onde o cliente apenas recebe um bombardeio de ações
comerciais, mas em uma coordenação de todas as áreas da organização que
mantém contato com o cliente. O objetivo é seduzir o cliente demonstrando
consistência nos serviços, apresentando soluções para necessidades secundárias e
ainda não percebidas pelos concorrentes (STONE & WOODCOCK, 1998).
A empresa com foco no cliente, que prioriza o relacionamento, é capaz de
captar, reter e fidelizar clientes com maior facilidade, proporcionando a eles
experiências positivas com seus serviços, evitando o desejo de conhecer a
concorrência. O objetivo do marketing de relacionamento é construir relações
22
duradouras, através da confiança e ganhos mútuos, resultando em rentabilidade
para a empresa (BRAMBILLA et. al., 2010).
Para estreitar o relacionamento com os clientes, a satisfação com o serviço é
fator primordial, apesar de não ser garantia única de fidelização. Para conquistar a
satisfação, é necessário conhecer os clientes alvo e entender seu comportamento e
expectativas.
2.1 COMPORTAMENTO E SATISFAÇÃO DO CLIENTE
Para buscar a satisfação dos clientes, inicialmente é necessário conhece-los
e identificar o seu comportamento. O comportamento do consumidor é uma área do
conhecimento de marketing que visa estudar o comportamento dos indivíduos, suas
necessidades e desejos, buscando entender por que, quando e como eles compram
(SAMARA & MORSCH, 2005).
Kotler & Keller (2012) definem o comportamento do consumidor como o
estudo de como os indivíduos, grupos e organizações selecionam, compram, usam e
descartam bens, serviços, ideias ou experiências para satisfazer suas necessidades
e desejos. O conhecimento sobre o comportamento viabiliza estratégias de sucesso
no relacionamento com os clientes.
Segundo Blackwell et. al. (2008, p. 6) é “mais fácil desenvolver estratégias
para influenciar os consumidores depois que entendemos por que as pessoas
compram certos produtos ou marcas”.
Por sua vez, as empresas que transacionam com outras empresas
necessitam verificar o comportamento destes clientes. Estas relações são
denominadas de business to business (B2B). Segundo Samara & Morsch (2005),
existem grandes diferenças entre o consumidor pessoal e o consumidor
organizacional.
Conforme destacam Kotler & Armstrong (2007) os clientes organizacionais
são influenciados por fatores ambientais como o cenário econômico, fatores
organizacionais baseados em objetivos, metas e políticas definidas, fatores
interpessoais, que dizem respeito às pessoas envolvidas no processo e seu poder
23
de influência na decisão, e os fatores individuais, considerando as preferências e
percepções da pessoa que está tomando frente da transação.
Conhecendo o comportamento dos clientes, é possível buscar estratégias
para satisfazê-los. A satisfação dos clientes é um dos pontos mais estudados em
marketing, pois sem ela uma empresa de serviços não teria motivo para existir
(HOFFMAN & BATESON, 2003).
Segundo Kotler (2005, p. 42), a satisfação “consiste na sensação de prazer
ou desapontamento de uma pessoa resultante da comparação entre o desempenho
(ou resultado) percebido de um produto e suas expectativas”.
O cliente fica satisfeito quando suas expectativas são alcançadas, e
insatisfeitas quando não são. Quanto mais valor for possível gerar para o cliente,
maior será seu nível de satisfação. No entanto, Kotler & Keller (2012) argumentam
que o principal objetivo da empresa não é a satisfação do cliente, e sim a geração
de resultados positivos para a organização. Não é coerente diminuir o preço de
venda a tal ponto de gerar prejuízos justificando a satisfação do cliente.
2.4 RELACIONAMENTO CLIENTE X EMPRESA
2.4.1 Tendências
A partir do século XXI a missão e estratégias do marketing de relacionamento
ficaram mais complexas, não apenas para satisfazer as necessidades do
consumidor. Atualmente, as empresas precisam mais do que conquistar clientes.
Elas necessitam antecipar seus desejos, conquistá-los e satisfazê-los, para mantê-
los, ganhar e aumentar a participação de mercado.
Outro fator determinante para um diferencial competitivo é a informação que
as organizações têm sobre seus concorrentes, clientes e o mercado, possibilitando
assim às empresas selecionar clientes certos, oferecendo-lhes o produto e serviço
desejado e dando-lhes um atendimento personalizado. O quadro 1 sintetiza as
transformações ocorridas nas duas últimas décadas. (BRETZKE, 1999)
24
Além dessa evolução, o marketing está passando por algumas
transformações que vão impactar as relações com os clientes. São elas o aumento
da oferta e menor diferenciação, já que há uma tendência de melhora na qualidade
dos serviços, que só têm valor efetivo como diferencial se percebido pelo
consumidor. Há também uma priorização das relações com o cliente em detrimento
das transações. Com isso, as empresas buscam a aproximação e fidelização dos
clientes, sentindo e respondendo-lhes como efetivamente necessitam e
conseqüentemente agindo estrategicamente para a conquista de novas vendas a
partir da co-criação de valor, situação em que os clientes participam da criação dos
produtos. Outros fatores como demografia, tecnologia e política pública também
influenciarão novas tendências, como pode ser observado na Figura 03.
Quadro 1 – Evolução que influencia,m no relacionamento com o cliente
Década de 90 Primeira década do século XXI Era do cliente Era do comportamento com o cliente em Tempo real Enfoque na melhoria do dialogo com Enfoque no conceito de importar-se e o cliente cuidar do relacionamento Crescente diversidade de produtos e Crescimento de produtos customizados Serviços Seguimento de mercado, tecnologia e Seguimento de clientes Soluções Canais de distribuição em constante As mega-fusões e mega alianças alteram e Movimento otimizam os canais de distribuição Mudanças estruturais e organizacionais Reengenharia de marketing nas empresas Previsões e pesquisas de mercado Maior uso da database marketing Demografia e estilo de vida mutante As exigências do tempo
Fonte: Bretzke (1999 p. 23)
25
CAPITULO III
MARKETING DE MASSA X MARKETING DE RELACIONAMENTO
É possível diferenciar estes dois conceitos em diversos aspectos, sendo que
as principais diferenças verificadas para analisarmos resultados das atividades de
marketing são o foco e a medida de sucesso. Enquanto o marketing tradicional tem
como foco procurar clientes para seus produtos e como medida de sucesso de seus
programas de marketing o aumento da participação do cliente, o marketing de
relacionamento procura atender os clientes com os produtos que eles procuram.
Segundo Kotler (1995 p.160):
O marketing de massa é uma estratégia de cobertura de mercado na qual uma empresa ignora as diferenças entre os segmentos do mercado e tenta atingir todo o mercado com uma única oferta. Já no marketing diferenciado a empresa visa vários segmentos do mercado e desenvolve ofertas especificas para cada um deles.
Figura 03 – Mudanças determinantes do comportamento do cliente
TECNOLOGIA Controle sobre informação Produtos inteligentes Acesso a produtos Personalização em massa
DEMOGRAFIA POLÍTICA PÚBLICA Envelhecimento da população Pragmatismo em detrimento Ideologia Mulheres na força de trabalho Direito dos consumidores Passivo Maior número de solteiros Integração econômica Regional
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Declínio da classe média Diversidade étnica Redistribuição geográfica Fonte: Seth & Mittal & Newman (2001p. 348).
3.1 A CONQUISTA DE MERCADO
De acordo com Cobra (1986), o Marketing existe com força desde a 1ª
Revolução Industrial, é uma ferramenta essencial para pequenas e grandes
empresas. Com a Globalização todas as Empresas necessitam acompanhar o
mercado para isso o uso de técnicas especiais se torna obrigação. A problemática
atual abrange a todas as empresas, a Globalização abriu novos mercados porem as
empresas que não estiverem usando o Marketing corretamente estarão destinadas à
extinção. As empresas para continuarem competindo no mercado global devem
priorizar:
Publico alvo, pesquisar o Mercado, custo da propaganda, promoções e
eventos de divulgação, estratégias de influência e vendas, criar uma Marca forte,
Negociar bem com os fornecedores. Para que uma empresa possa atender,
satisfazendo e mantendo seus consumidores, deve administrar com eficiência seus
recursos, direcionando-os em busca dos seus objetivos de mercado. Mas devemos
também estar atentos a cada oportunidade que se apresente, a par das atuais e
novas necessidades dos seus atuais e futuros consumidores. Imprescindível estar
sempre à frente de seus concorrentes, antecipar tendências de consumo,
acompanhar variações de necessidades e determinar caminhos rumo à sua continua
satisfação. Daí a importância vital de administrar cada passo dado no mercado,
tendo em vista sempre quais os seus objetivos estratégicos de longo prazo, e
perseverar rumo a eles. (STANPLETON, 1994).
O traçado de tais objetivos nos obriga a refletir incessantemente sobre o que
pretendemos enquanto empresa; de quais meios e recursos efetivamente dispomos
para a nossa operação. Há que se estabelecer que mercados pretendem ocupar e
manter: com quais produtos o faremos com sucesso, no que podemos ser e somos
melhores ou piores do que nossos concorrentes.Para uma operação empresarial
que tenha o lucro como objetivo, o campo da administração de maior importância
para o alcance desta meta é sem dúvida o marketing.
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A função da administração de marketing numa empresa está relacionada ao
desempenho de atividades essenciais, tais como: especificar, através de sistema de
informações e pesquisas de quais produtos ou serviços são desejados por quais
grupos de consumidores, que tomam decisões sobre preços, selecionando o sistema
de canais de distribuição e gerenciando o esforço promocional. O marketing participa
da fixação dos padrões de vida em sociedade. Só desenvolver um bom produto não
resulta necessariamente em sucesso empresarial, pois o produto tem que ser
vendido. O ponto de ligação rumo ao sucesso está na capacidade de se desenvolver
novos produtos, determinando-se previamente quais as necessidades e desejos dos
consumidores em potencial, e especificá-los com vistas a satisfazer tais
necessidades e desejos. (STANPLETON, 1994).
A administração de marketing deve preocupar-se com:
• Localizar e medir a demanda de um ou mais grupos de consumidores por
algum tipo de produto ou serviço em determinado espaço de tempo.
• Traduzir essa demanda em produtos ou linha de produtos.
• Desenvolver e implementar um plano que torne o produto disponível sob a
forma de oferta.
Conforme Stanpleton (1994), todas estas ações, relembrando o foco, devem
ser desenvolvidas eficientemente para gerar lucros. Se observarmos a essência do
papel do marketing dentro da empresa, podemos vê-lo, na sua etapa de execução
mais visível, como gestor da movimentação e distribuição de bens do produtor até o
consumidor.
3.2 SOLUÇÕES ESTRATÉGICAS
O mundo Globalizado força as empresas a se tornarem profissionais de
Marketing, ou seja, atuarem no mercado de forma segura e enraizados nos
fundamentos do Marketing atual, utilizando ferramentas comprovadamente eficazes.
3.2.1 A Pesquisa de Informações
Segundo ainda Kotler (1985), devemos considerar aqui todas as definições
estratégicas requeridas para influenciar e estimular a demanda por uma marca ou
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produto; Determinar o conceito do melhor ponto de venda para a organização; Obter
informações sobre produtos alternativos que poderão preencher as oportunidades
de demanda derivadas da demanda original etc.
3.2.2 Planejamento e desenvolvimento de produtos
Nesta etapa do processo é de fundamental importância que as pesquisas
tenham determinado as oportunidades de mercado, definido o comportamento do
consumidor, objetivando detectar e estabelecer suas preferências, em função de
suas necessidades e desejos. De posse de tais resultados, é possível criar e
desenvolver novos produtos e/ou serviços, ou modificar os produtos e/ou serviços
ofertados. Outro foco de atenção durante o planejamento é com a determinação da
qualidade dos produtos ofertados e/ou dos serviços prestados, e assim também da
sua aparência e os resultados esperados no seu consumo ou desempenho. Cada
passo aqui é dado tomando-se por rumo o que pensa e prefere o consumidor, à luz
de suas necessidades e desejos. (KOTLER, 1985)
Conforme Cobra (1986), basicamente, envolve aqui nesta etapa todas as
atividades necessárias para fazer com que o consumidor deseje o produto. Existem
várias formas de se influenciar a demanda, e as mais significativas são:
• A propaganda
Há que se fazer distinções quando se fala em propaganda. Muitas pessoas,
por falta de informação ou de esclarecimentos adequados, infelizmente ainda
confundem propaganda com marketing. A propaganda é uma das ferramentas das
mais importantes, do marketing, e não o próprio marketing como um todo. O
marketing não significa apenas e tão somente fazer propaganda, mas sim o
desenvolvimento de um processo muito mais amplo e complexo, que busca realizar
negócios por meio da satisfação de necessidades, e tem na propaganda uma arma
poderosa, quando bem planejada e utilizada.
A propaganda, como o próprio nome nos permite deduzir, propaga,
divulgando de forma planejada dados, fatos, informações e todo e qualquer outro
elemento favorável de estímulo ao consumo e de influência à decisão de compra do
alvo, do consumidor em potencial que se pretende atingir. Devemos lembrar também
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da propaganda institucional, que procura (influenciando positivamente) criar e
manter uma imagem favorável tanto da empresa quanto de seus produtos e/ou
serviços.
• A promoção de vendas
Envolve a utilização de outros meios de divulgação do produto que são:
folhetos informativos, cartazes de apresentação, displays de exposição, preparação
de vitrines, feiras segmentadas ou de ocasião, demonstrações e degustações,
bottons, bonés, camisetas, amostras, miniaturas, além das campanhas de vendas de
oportunidade, como vendas aniversário, liquidações, etc.
• A embalagem
A embalagem é parte integrante de essencial importância na influência à
decisão de compra, envolvendo não apenas conter o produto, mas notadamente
estimular o seu consumo, disto fazendo parte desde a definição de cores e imagens
até a determinação de formatos e tamanhos, passando pelos materiais
especificamente utilizados. (COBRA, 1986).
• A Operação de Vendas Realizando Metas
A operação de vendas é a célula fundamental no alcance dos objetivos de
qualquer empreendimento de mercado. O sistema de marketing deve sempre estar,
e está, intimamente relacionado com vendas. Apenas em alguns modelos de
comercialização muito específicos a venda decorre de uma iniciativa do consumidor,
como é o caso, por exemplo, das vendas por catálogos. Na grande maioria dos
modelos adotados, entretanto, a venda decorre de um esforço pessoal do vendedor,
satisfazendo as necessidades de um outro indivíduo, o comprador.
A importância do vendedor dentro do sistema de marketing é indiscutível.
Sobre o vendedor recai a responsabilidade pelo sucesso de todo o esforço de
propaganda e promoção de vendas. Uma vez que atua no ponto de venda, ele é o
elemento-chave na política de vendas da empresa. Não devemos nos esquecer de
que, ao satisfazer necessidades e desejos, o grande objetivo do marketing é
produzir vendas. (COBRA, 1986)
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• A Importância do Atendimento ao Cliente
Temos aqui a continuação da venda, a sua sequencia, o chamado pós-venda,
que influencia (a depender da sua excelência) a decisão do consumidor de voltar a
comprar ou não o produto adquirido, ou contratar novamente os serviços prestados.
O atendimento não se relaciona apenas ao aspecto técnico, mas notadamente à
atenção que a empresa dá ao consumidor, procurando certificar-se de que o produto
e/ou serviço tenham resultado na satisfação das necessidades e desejos do cliente.
• Variáveis Controláveis e Incontroláveis
Primordialmente, toda empresa deve elaborar estratégias para apresentar sua
oferta ao mercado, mas tendo clara a análise de todos os fatores que podem
influenciar o seu traçado e cumprimento. Tais fatores são variáveis existentes no
ambiente de mercado, e podem ser internas ou externas ao mercado, determinando
sua modelagem, além de mudar as intensidades, os costumes e os acontecimentos
do processo de comercialização.
Estas variáveis podem ser controláveis ou incontroláveis. Para que se possa
decidir sobre quais estratégias poderão dar melhor cumprimento às metas da
empresa, devemos antes conhecer cada uma destas variáveis mercadológicas. As
variáveis controláveis são aquelas sobre as quais a empresa pode exercer decisão e
gerenciamento, resultando em ações táticas que determinem o comportamento no
mercado, quais sejam: o produto, a concorrência, o preço, a distribuição, a
propaganda e a promoção. Já as variáveis incontroláveis são caracterizadas por
ocorrências que independem das ações da empresa, mas provocam alterações
substanciais no mercado.
Compete às empresas estarem atentas a elas, avaliá-las e adotar políticas
que consigam conciliá-las aos objetivos empresariais. Dentre elas destacamos: a
legislação, a ética, a política, a cultura, o sistema social, a religião, os
comportamentos e a economia. Há que se atentar para o critério da abordagem
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econômica, pois na elaboração de qualquer estratégia é de fundamental importância
o fator renda, dado o seu caráter limitante, até porque sem renda não há demanda,
a não ser por serviços sociais. Vejamos ainda que a sociedade é uma estrutura
complexa, onde as pessoas estão permanentemente em confronto e disputa,
interligando-se, interdependendo-se. O homem é um animal gregário, e reflete isso
na sua necessidade de pertencer a um corpo social. Essa necessidade faz com que
os consumidores, a cada momento, se tornem mais exigentes, aprimorem suas
análises e alterem suas decisões de compra. Os aspectos econômicos e sociais por
sua vez, juntos, provocam mudanças na tecnologia, com reflexos no planejamento
do produto e na definição das estratégias de marketing. (RICHER & RAIMAR 1987).
Portanto, pesquisa constante, desenvolvimento e atualização tecnológica
devem sempre estar aliados ao marketing para fazer frente a mercados cada vez
mais competitivos. Consideremos também o peso preponderante dos fatores
políticos e legais, tratando-se aqui das normas legais que regulamentam as
operações de venda, interferem na composição de preços, determinam os critérios
de financiamento à produção, controlam o sistema de crédito, sem nos esquecermos
das posturas do Código de Defesa do Consumidor, fatores estes que, no seu
conjunto, se não observados, podem resultar até no encerramento de atividades de
uma empresa. (RICHER & RAIMAR 1987).
Compreendemos assim que, para uma empresa atuar com eficiência e
resultados, há que harmonizar e compatibilizar suas ações de mercado, enquanto
inseridas no macro-ambiente das forças demográficas, tecnológicas, ecológicas,
políticas ilegais, e no microambiente de forças da concorrência, fornecedores, canais
de distribuição e público-alvo de consumidores. A interação entre empresa e os
meios ambiente, através de um sistema de marketing, que findou por conhecido
como os 4 As, discorrendo sobre a finalidade da análise, as necessidades e o
desenvolvimento de adaptação, os meios e ferramentas de ativação, e a importância
da avaliação.
O sistema de organização de Richers & Raimar (1987) pode ser assim
expresso: Fazer marketing é uma forma de sentir as necessidades do mercado
através da análise, criar produtos ou serviços que atendam a essas necessidades
mediante a adaptação e obter a venda por meio da ativação. Mas não é só, é
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preciso avaliar os desempenhos para, aí sim, integrar o marketing através de todas
as suas funções.
CONCLUSÃO
Os conceitos de marketing estão sofrendo uma total transformação em função
do atual cenário de globalização das economias, no qual os custos de produção de
cada país são diferenciados aumentando, consequentemente, a competição. Se na
década de 80 as empresas estavam preocupadas em reduzir os custos e promover
uma reengenharia administrativa que removesse os excessos de funções e
atividades das corporações, nos anos 90, ao contrário, os esforços estão em buscar
formas de aumentar o faturamento.
Nessa missão, o marketing assume um papel fundamental, enquanto a chave
da prosperidade de uma empresa. Nessa nova fase, a finalidade do marketing é criar
oportunidades de lucros, e oferecer ideias sempre melhores, que ampliem a
vantagem competitiva da empresa no mercado. Esse novo papel do marketing é
resultado das atuais exigências do mercado. É cada vez mais difícil agradar os
clientes que querem produtos e serviços superiores, adaptados às suas
necessidades, fornecidos com rapidez, pelos menores preços e com serviços
adicionais gratuitos. Ele explica que os clientes já não são tão leais como antes,
possuem múltiplas escolhas no mercado, ao mesmo tempo em que os produtos e
serviços de empresas concorrentes estão atingindo uma paridade crescente.
A qualidade já não faz mais a diferença. O divisor de águas agora será o valor
agregado de um produto que é constituído muitas vezes de valores intangíveis
como: a atitude do vendedor, a postura do fornecedor, a empatia com o cliente, a
cultura empresarial, etc. O valor agregado é que garantirá o consumidor e sua
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lealdade. A mudança desses conceitos fez com que a competição se transferisse
para uma área inatingível e imensurável do marketing, onde fica cada vez mais difícil
inovar. Ao mesmo tempo, o desempenho do setor de marketing ganha um impacto
crescente no desempenho financeiro da empresa, podendo repercutir diretamente
no seu faturamento.
Para ser bem sucedida nessa corrida, à empresa precisa ter uma visão clara
de qual é o centro de seu negócio, e possuir também um conjunto claro e estável de
valores e uma visão de futuro. Os compradores de um nicho específico de mercado
são bastante homogêneos em suas percepções e preferências, e estão dispostos a
pagar um bom preço por ofertas que realmente se adequei às suas necessidades
específicas, ressaltando que vender para um nicho de mercado garante uma boa
margem de lucro que compensa o baixo volume.
Mas definir o nicho de mercado implica também ingressar num processo de
envolvimento do cliente no qual os intermediários são eliminados. Para envolver o
cliente é preciso customizar a comunicação, o produto, o serviço e o material
promocional de tal forma que se estabeleça uma relação estreita com ele. O mais
novo fenômeno que está desempenhando um papel fundamental na eliminação dos
intermediários é a Internet. Uma empresa pode conduzir com êxito os seus negócios
inteiramente em canais eletrônicos.
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