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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O DOWN NA EDUCAÇÃO INFANTIL Por: Thalita de Farias Pavão Orientador Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O DOWN NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por: Thalita de Farias Pavão

Orientador

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O DOWN NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Educação Especial e

Inclusiva.

Por: . Thalita de Farias Pavão

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo don da vida e a sabedoria.

Aos professores pela dedicação e

incentivo.

Aos meus pais e meu marido pelo

apoio e em especial minha mãe que

caminhou ao meu lado nesta nova

etapa.

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DEDICATÓRIA

Dedico a todas as crianças que

necessitam de um olhar diferenciado.

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RESUMO

Buscar informações sobre a história da educação infantil até os nossos

dias e observar que crianças com necessidades especiais têm hoje as mesmas

condições de crescimento que as demais, faz deste trabalho um conjunto de

informações preciosas. Recolher informações sobre a síndrome de Down e

disponibiliza-las num pequeno conjunto de dados consistentes é sempre muito

importante. Isso favorece um permanente contato com o tema, buscando

soluções (que existem) principalmente no âmbito familiar, célula, essência de

um resultado vitorioso, capaz de evidenciar coisas boas, agradáveis mesmo

em meio a adversidades. O ambiente doméstico tem uma riqueza

incomensurável, e o sentimento de aceitação e amor são a base para uma boa

participação no processo evolutivo. O portador da síndrome de Down tem

possibilidade de alcançar estágios mais avançados de raciocínio e de

desenvolvimento.

O uso de processos educativos que se adaptem às necessidades do

aluno permitirá que a criança com síndrome de Down seja capaz de alcançar

desenvolvimento motor, afetivo, social e cognitivo. Também atividades

terapêuticas promovem atitudes de cooperação, organização, movimentos,

autonomia, compreensão e o uso de materiais diversos e comandos seja

capaz de realizar atividades motoras.

Com o auxilio de profissionais especializados o portador de síndrome de

Down tem condições alcançar um desenvolvimento considerável,

principalmente quando recebe atenção e amor.

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METODOLOGIA

A pesquisa metodológica deste estudo foi baseada em livros e arquivos

obtidos na internet, para um melhor conhecimento do tema estudado que é:

Educação Especial e Inclusiva, tendo como referências os seguintes teóricos:

Gislene de Campos Oliveira, Fátima Alves, Mirella Guedes Lima de Castro,

Marlinda Gomes Ferrari, entre outros.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - História da Educação Infantil. 10

CAPÍTULO II - Crianças com Down. 21

CAPÍTULO III – O Down na Educação Infantil. 30

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 42

WEBGRAFIA 43

ÍNDICE 44

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INTRODUÇÃO

O trabalho que deve ser feito com as crianças na Educação Infantil é

muito “delicado” e requer muita dedicação e despojamento.

A Educação Infantil muitas vezes não é reconhecida pelos pais como

uma etapa fundamental da vida acadêmica dos seus filhos. Acreditam que é

apenas uma “fase” e a escola (nesta época) um lugar para deixar seus filhos

antes de irem trabalhar. Quando seus filhos não querem ir a escola, ou os pais

não querem leva-lo, ficam em casa ociosos ou em de atividades pouco

educativas, na casa da avó se distraem,assim como na casa da tia ou de

algum parente.

Diferente do que a família acredita, essa etapa da vida acadêmica do

aluno é fundamental para o restante da sua vida, deve ser trabalhada com

seriedade, competência e “fidelidade”. Uma Educação infantil mal feita, mal

trabalhada pode acarretar dificuldades para as próximas etapas de formação.

Ao ingressar na escola, na Educação Infantil, a criança se depara com

um mundo novo cheio de informações e novos amigos, o que a deixa muitas

vezes “confusa”. Isso pode complicar a sua formação a partir do momento em

que há alguém “diferente”nas atitudes, no jeito de falar... , o que muitas das

vezes passa despercebido, por algum tempo, mas logo desperta, e aí, o que

fazer? Como relacionar-se com essas novas atitudes?

Todas as crianças precisam de atenção, mas essa, especialmente,

precisa de um trabalho de inclusão, neste novo mundo que além de novas

informações e amigos, também tem algo a mais para lhe “oferecer”, o

preconceito. Preconceito vindo muitas das vezes, dos pais de seus amigos e

da própria escola. E neste meio de inclusão entre as crianças, há pais e

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professores que não sabem como lidar com situações novas, e fazer que as

crianças consigam conviver com a maior naturalidade. Então, o que fazer?

Como ajudar estas crianças especiais em suas dificuldades? Como ajudar

seus pais e amigos a lidar com suas diferenças?

Na verdade as atitudes são suscetíveis de mudanças, podem ser

modificadas a partir de novas informações, novos comportamentos e

situações, novas atitudes de acolhimento e afeto.

As atitudes podem ser mudadas quando descobrimos algo que nos

ajudará de alguma forma. A partir dessa prerrogativa o agente educador

(professor ou familiares) devem observar comportamentos negativos e buscar

a razão, a origem dessa atitude e como pode ser modificada. A constatação

ajudará no estabelecimento de estratégias para compreender esse ou aquele

comportamento da criança.

Na pré-escola a criança tende a manter atitudes que ela entende ser

agradáveis ou que, de alguma forma a coloca em evidência. Informações

positivas levarão a afeto positivo que levarão a uma correção da atitude que

seja favorável. Toda atitude é importante, pois norteiam o comportamento. A

criança portadora da síndrome de Down requer atitudes de afeto que

despertem interesse e necessidades, influenciando no seu interagir com o

grupo. Uma intermediação feita pelos grupos sociais em que está inserido

(família,escola,etc) e esse encontro social provocará o delinear dos papeis

sociais.

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CAPÍTULO I

HSTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Na antiguidade e medievalidade a educação das crianças era

diferenciada mediante as expectativas dos adultos e aos seus interesses.

No início a educação tinha como centro a família, tanto na antiguidade

como na medievalidade, a família era o primeiro lugar de socialização da

criança.

Observando esses dois períodos antiguidade e medievalidade:

1.1. Em Esparta e em Atenas

Observam-se educações diferentes; enquanto Esparta tinha uma

educação voltada a autoridade e guerra, Atenas tinha uma educação voltada à

vida política e democrática.

Na sociedade espartana as crianças, a partir dos sete anos, ficavam em

poder do estado, pois suas virtudes eram guerreiras.

Todos os meninos eram retirados de suas famílias e direcionados a

escolas ginásios, onde, até os dezesseis anos recebiam uma educação do tipo

militar que defendiam a coragem e a força. Poucos nobres sabiam ler e contar,

pois a instituição, para os Espartanos não focava a leitura e a alfabetização,

tudo se dava em favor da guerra. Os jovens eram proibidos de ter outro

interesse por qualquer assunto que não envolvesse as “virtudes” guerreiras.

Muitas crianças (do sexo masculino) eram “descartadas” no nascimento

por não serem robustos. A partir dos sete anos era dever do estado “cuidar” do

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menino, até que completasse 20 anos, com isso toda a esfera educacional

dependia da instituição militar que deveria auxiliar na aquisição da força e da

coragem, enquanto que a cultura do ler e escrever, ficava de lado.

Na guerra do Peloponeso, entre Esparta e Atenas, Esparta sai

enfraquecida, porém mesmo derrotada manteve seus costumes e suas ideias,

sendo superada logo depois pela sua nova civilização, baseada no

intercâmbio e na escrita.

1.2. Atenas

Em Atenas a educação era dada no seio da família e nas escolas

particulares. A educação deveria formar as crianças para serem novos

governantes e deixar neles a marca do amor a pátria, aos deuses e as

instituições. De uma cultura voltada para a guerra a educação ateniense

passou para uma cultura escrita, eles foram os primeiros gregos a adotar um

estilo de vida menos rústico e mais letrado, abandonando o seu antigo hábitos

de de andarem armados, por isso percebe-se que a educação foi perdendo

seu caráter militar. Toda sociedade ateniense “lutava” por uma educação

menos rígida, mais humana e alegre.

Desse modo a Paidéia que antes tinha o significado de cuidar das

crianças, agora tem um novo olhar, o olhar das “boas artes”, onde toda criança

deveria aprender. (pode-se chamar de “boas artes” a poesia, a eloquência, a

filosofia, etc.)

Tal método educativo prolonga-se por toda a vida, muito além dos anos

escolares. Com tal pedagogia (humanista) agora o próprio homem se sente

valorizado como ser humano, portador de humanidade universal.

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1.3. Roma

No início Roma teve como base na educação as doze tábuas, escrito

em bronze e exposto publicamente. Em destaque observa-se o valor das

tradições que compreendem o espírito, os costumes, a disciplina dos pais. Na

tábua a educação era voltada para a dignidade, a coragem, a firmeza com

valores máximos.

Naquela época um político conhecido como Catão coloca a família

como centro do processo, priorizando o pai e sua função de exemplo e guia

familiar, sendo sua função máxima a de formar civis romanos, enquanto que a

mãe deveria tomar conta dos aspectos espirituais e materiais. Era enaltecido

por haver sido bom pai para com seus filhos, bom marido para sua mulher e

bom administrador sabendo governar e fazer aproveitar seus bens. Em suma,

dizia: — "Aquele que bate em sua mulher ou em seu filho, comete um grande

sacrilégio, como quem violaria ou pilharia as coisas mais santas que existem

no mundo"; considerava ser maior elogio a um homem ser bom marido do que

bom senador. O pai era considerado o verdadeiro educador da casa, sendo

assim a educação era dada pela mãe até os sete anos, a partir daí cabia ao

pai a responsabilidade de educar.

A antiguidade mostra que dependia do desejo do pai, toda a vida da

criança. Entretanto houve uma grande mudança nesta educação; mudança

esta que não ocorreu de maneira pacífica, principalmente para os grupos

conservadores que reconheceram, em tais mudanças, ataques à ordem da

sociedade e do estado romano.

Roma recebeu muita influência do mundo grego na religião, cultura e

vida política chegando, à cultura pedagógica romana, a ideia Padéia grega.

A “escola primária” em Roma foi destinada para o ensino da leitura, da

escrita e dos cálculos; ela era oferecida em casas de ricos ou locais alugados.

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Tal como na Grécia as crianças romanas se faziam acompanhar à

escola pó um escravo, designado Paedagogus (grego) que poderia ascender

ao papel de explicador ou mentor, assumindo a educação moral da criança.

O Paedagogus conduzia a criança à escola onde permanecia até o final

da lição. Como este período era integral, as crianças não tinham tempo para

exercitar-se. A aula terminava com um banho e o ensino era coletivo, para

meninos e meninas.

1.4. Instalações e método

Cabe ao Mestre providenciar as instalações. Os seus alunos ficam

debaixo de um pequeno alpendre protegido por um toldo – pérgula - proximo

de um pórtico ou na varanda de alguma mansão aberta e acessível a todos. As

aulas são portanto essencialmente ministradas ao ar livre, em local isolado dos

barulhos e das curiosidades da rua.

As crianças agrupam-se em torno do Mestre que fica em sua cadeira –

a cathedra - colocada sobre um estrado. Muitas vezes é assistido por um

ajudante, o hypodidascales. Sentadas em escabelos sem encosto, as crianças

escrevem sobre os joelhos. A jornada escolar da criança romana tinha início

muito cedo e durava até ao pôr-do-sol.

Trabalhava-se com as crianças a memória e a imitação; suas escritas

eram feitas em tábuas com estiletes.

Além da leitura, o programa compreende a escrita em duas línguas

(latim e grego) e um pouco de cálculo no qual se inclui a aprendizagem do

ábaco e do complexo sistema romano de pesos e medidas. Para a

aprendizagem do cálculo recorria-se vulgarmente à utilização de pequenas

pedras - calculi - bem como à mímica simbólica dos dedos e palitos.

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O ensino da música, do canto e da dança, peças chave da educação

grega, tornaram-se objeto de contestação por parte de alguns setores mais

tradicionais, que apelidaram estas formas de arte como impúdicas e malsãs,

toleráveis apenas para fins recreativos.

A mesma reação de oposição surge contra o atletismo, tão essencial à

Paideia. Jamais fazendo parte dos costumes latinos, as competições atléticas

só penetram em Roma por volta do século II a.c., sob a forma de espectáculos,

e sendo a sua prática reservada a profissionais. O Programa educativo romano

privilegia assim uma aprendizagem sobretudo literária, em detrimento da

Ciência, da Educação Musical e do Atletismo.

Porém, é aos romanos que se deve o primeiro sistema de ensino de

que há conhecimento: um organismo centralizado que coordena uma série de

instituições escolares espalhadas por todas as províncias do Império. O

carácter oficial das escolas e a sua estrita dependência relativamente ao

estado constituem, não apenas uma diferença acentuada relativamente ao

modelo de ensino na Grécia, como também uma novidade importante.

É claro que um tal sistema tende a privilegiar uma minoria que, graças

aos estudos superiores, ascende àquilo que os romanos consideram ser a vida

adulta simultaneamente ativa e digna ou seja, uma elite, com uma elevada

formação literária e retórica.

A disciplina nas escolas era rígida não sendo excluídas até mesmo as

punições físicas.a autoridade do Mestre era apoiada num objeto de “tortura”

chamado palmatória.

As crianças mais jovens recorriam a outros artifícios como jogos,letra de

marim ou de buxo, e como recompensa pelos primeiros progressos ganhavam

pequenos bolos com o formato da letra que estavam estudando; assim surgia

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uma educação menos “rígida” e novas práticas de ensino com menos violência

foi sendo introduzida.

1.5. Medieval

Encontramos uma sociedade feudal na idade média, onde os homens

possuem papéis bem delimitados; nesta época a sociedade e o homem eram

produtos da era cristã, onde se observava uma divisão bem clara; de um lado

os monges, que se dedicavam ao estudo e ao culto e de outro lado os

escravos, os servos e os conversos que eram destinados ao trabalho.

Nesta época os meninos ficavam em casa e, após os sete anos,

passavam a viver com um nobre que lhe ensinaria as artes da guerra e as

maneiras de paz. As meninas também tinham uma educação inicialmente

materna, depois passavam a viver em cas de família estranha, onde

aprendiam tarefas domésticas como tear e fiar, ficando recolhidas até a época

do matrimônio.

A educação era dada dentro dos mosteiros, tendo prioridade o ensino

religioso, assim os aspectos moral e espiritual eram mais elevados que o

aspecto intelectual.

Os monges arcavam com a educação das crianças que eram elevadas

por seus pais aos monastérios e eram iniciadas nas letras com o objetivo de

estudar a bíblia.

Na Idade Média havia uma cultura e pensamento cristãos, a educação

teve grande influência religiosa. Eram os integrantes da Igreja que

estabeleciam o que deveria ser estudado, os conteúdos e os objetivos da

educação. As escolas eram, portanto, associadas às instituições religiosas

católicas. Embora controlada pela Igreja, a educação não ficou apenas no

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campo religioso, abrindo também espaço para o estudo das ciências, técnicas

e habilidades.

1.6. Principais objetivos da educação na idade media

• Transmissão de técnicas adquiridas

• Formação religiosa

• Desenvolvimento da leitura e escrita do latim

• Desenvolvimento de habilidades como falar, refletir, pensar, debater e

concluir.

1.7. Currículo básico

• Gramática

• Dialética

• Retórica

• Geometria

• Aritmética

• Lógica

• Música

• Astronomia

• Latim

1.8. Tipos de Escolas

Escolas Paroquias: voltadas, principalmente, para a formação de

padres. Ensinava-se, basicamente, temas religiosos já que o objetivo principal

era a formação sacerdotal.

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Escolas Monásticas: eram voltadas, principalmente, para a formação de

monges. Funcionavam em sistema de internato. Latim, canto gregoriano,

textos sagrados (entre eles a Bíblia) e Filosofia eram os principais temas

estudados nestas escolas. Valorização do trabalho e disciplina também eram

importantes nestas escolas.

Com o passar do tempo essas escolas foram decaindo e o imperador

Carlos Magno, junto com Alfredo pensaram numa escola voltada para todo

povo, tal educação seria palatina e estadual.

Escolas Palatinas: tinham como objetivo a formação mais ampla do

indivíduo. Estudavam nestas escolas, principalmente, os filhos de nobres.

Exigiam muita dedicação e empenho dos estudantes, pois tinham um currículo

vasto. As principais disciplinas estudadas eram: Gramática, Aritmética,

Geometria, Astronomia, Dialética, Retórica, Filosofia e Música.

Ordenou-se que nas paróquias fossem criadas escolas para que as

crianças pudessem ler e escrever. Neste mesmo período Carlos Magno iniciou

outro tipo de educação: educação cavalheiresca.

Esse tipo de educação era voltado aos filhos primogênitos , deixando

assim de lado os caçulas, que não tinham mais uma função social. Seus

cuidados eram maternos até completarem seus sete anos quando poderia

iniciar seu desenvolvimento na formação como cavaleiro; aos quatorze anos

era promovido a escudeiro acompanhando seu cavaleiro nas guerras, torneios

e caçadas.

Ao completar vinte anos era armado cavaleiro. Nesta época a formação

da educação dos jovens nobres era voltada para a caça, o arco, a equitação, o

tiro e o xadrez.

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Ao passar dos anos observou-se grandes mudanças no âmbito escolar. No

Brasil o primeiro jardim da infância foi inaugurado em 1895 em São

Paulo,época de urbanização, inserção das mulheres no mercado de trabalho,

aumento do número de fabricas; as mudanças mais significativas na estrutura

do jardim da infância só começaram a ocorrer no ano de 1970.

No mesmo período da criação do Jardim da Infância, aumentou o

número de fábricas e iniciou-se um movimento de mulheres que lutavam pelas

creches, com o intuito de definir um local para acolher seus filhos enquanto

trabalhavam. Com um foco totalmente assistencial as primeiras creches

surgiram na década de 80.

Em 1975 o Ministério da Educação assume a responsabilidade com a

pré-escola criando a Coordenação da Educação Pré-Escolar para atender

crianças até os seis anos.

Em 1988 a educação infantil teve seu reconhecimento definitivo, foi

colocada pela primeira vez como parte integrante da constituição; em 1990,

com o Estatuto da criança e do adolescente (ECA) que tinha como direito o

atendimento em creches e pré-escolas para crianças até 6 anos de idade.

A constituição do Brasil fala pela primeira vez sobre os direitos

específicos da criança e, também pela primeira vez, se define como direito da

criança o atendimento em creches e escolas para crianças até 6 anos.

Em 1995, com a extinção de Legião Brasileira de Assistência o governo

federal incentiva as creches assistenciais. O olhar agora o atendimento

destinado a camadas mais populares; as creches para as crianças pobres e a

pré-escola (crianças maiores de 3 anos) destinada a classe média e alta.

Percebe-se, assim, uma separação: os mais pobres tinham as creches como

alternativa de subsistência; as crianças recebiam orientação quanto ao cuidado

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com a saúde, a higiene e alimentação. Os mais ricos, com a pré–escola,

tinham a porta de entrada para a educação.

A partir da constituição de 1988 a educação foi colocada como a

primeira etapa da Educação Básica; Em 1990 foi crida a LDB, Lei de diretrizes

e bases da educação que, junto com o Estatuto da criança de do adolescente,

completa o olhar para educação, que perde o seu aspecto assistencialista e

assume um caráter pedagógico. A responsabilidade é repassada para os

municípios, com alguns vínculos de verba com o estado. Atualmente, após

vários anos, regulamentou-se a instituição da educação infantil para crianças

até 5 anos e 11 meses de idade; até 3 anos o atendimento nas creches; de 4 a

6 anos na pré-escola. Neste período o processo de avaliação é feito através de

relatórios, registrando todo o desenvolvimento visando a promoção para o

ensino fundamental. A Lei 12.796 altera a lei 9394/96 e torna dever dos pais

efetuar a matrícula de seus filhos na Educação Básica a partir dos 4 anos de

idade.

Atualmente a Educação Infantil tem por objetivo estimular capacidades

de cada criança, favorecendo sua formação e desenvolvimento, equilibrando

todas as suas potencialidades, contribuindo para estabilidade e segurança

afetiva, favorecendo a compreensão o ambiente natural, humano permitindo

uma melhor integração e participação da criança, desenvolvendo aspectos

morais e de responsabilidade, associada à liberdade.

É característica da educação infantil a integração da criança em grupos

sociais diversos, visando a sua sociabilidade. Outro aspecto é o

desenvolvimento da capacidade de expressar e comunicar da criança; sua

imaginação, sua criatividade estimulada por pelas atividades lúdicas; hábitos

de higiene e defesa da saúde individual e coletiva.

Dessa forma inicia-se a formação da criança, moldando-a para ser

pensante, podendo assumir pequenos compromissos, interagindo com o grupo

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atento às necessidades pessoais e coletivas, exercitando um convívio coletivo

e não individualista.

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CAPÍTULO II

CRIANÇAS COM DOWN

O trabalho com crianças com síndrome de Down exige-nos

primeiramente, conhecimento sobre o assunto. Essas pessoas especiais

sentem e vivem injustiças e dificuldades, mas lutam para viverem com

dignidade e direito de felicidade.

A síndrome de Down é um ser humano com um cromossomo extra no

par 21, cuja causa ainda não é conhecida. Existem várias teorias e hipóteses,

porém nenhuma é definitiva. Os portadores desta síndrome tem seu

desenvolvimento intelectual limitado, na sua maioria apresentam retardo leve

ou moderado em virtude de anomalias cerebral. Todos podem tem uma boa

qualidade de vida quando o diagnóstico é obtido cedo e o tratamento é feito

com técnicas adequadas.

A síndrome de Down não é contagiosa, pois é resultado de uma

anomalia na hora da divisão do cromossomo 21(no momento da concepção) e

não é progressiva.

Uma das características desta síndrome é a flacidez muscular, que

quando trabalhada com fisioterapia e amadurecimento do sistema nervoso

central pode ser reduzida.

O fator disfunção cerebral é presente na síndrome de Down, portanto há

uma grande possibilidade de convulsão cujo tratamento só será estabelecido

depois de manifestações clínicas.

Também conhecida como Mongolismo ou trissoma 21, não podemos

esperar alcançar uma cura da síndrome de Down e nos contentar com a

melhora do quadro.

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Um bom tratamento exige a participação de vários profissionais e longo

período de duração, além da contribuição da família. As características

apresentadas por um portador da síndrome de Down são:

§ Baixa estatura;

§ O crânio apresenta braquicefalia (mais longo que comprido, com

occipital achatado);

§ O pavilhão da orelha é pequeno e disformico;

§ Face achatada e arredondada;

§ Olhos mostram fendas palpebrais;

§ Boca aberta (mostrando a língua);

§ Língua sulcada e saliente (enrugada com fendas, cortada);

§ Alteração no alinhamento dos dentes;

§ Mãos curtas e largas;

§ Única prega transversa (na mão)

§ Grande espaço nos pés entre o polegar e o indicador;

§ Músculos hipotônicos;

§ Articulações com flexibilidade exagerada;

§ Reflexo do moro fraco;

§ Excesso de pele atrás do pescoço;

§ Displasia pélvica.

Existem alguns comprometimentos frequentemente associados, tais

como: perda auditiva, podendo ser observadas crises convulsivas em 5% dos

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pacientes. Em sua maioria tem comportamento dócil, são afáveis, carinhosos e

gostam de imitar os adultos, sendo fácil educá-los.

Percebe-se outros estigmas físicos no recém-nato, o que facilita o

diagnóstico médico da blefarite (inflamação das pálpebras); pescoço

curto;hérnia umbilical; genitais pouco desenvolvidos, conjuntivites, etc.

Todas estas características são semelhantes, independente da etnia.

Muitos morrem ainda bebês com problemas cardíacos congênitos, porém essa

taxa aumentou em até 70% destes bebês até o primeiro ano de vida.

O programa de tratamento exige a participação muito mais ativa dos

pais, dependendo de como forem dadas as primeiras informações haverá uma

relação mais produtiva, mais construtiva entre eles (os pais) e o bebê, o que

proporcionará uma colaboração eficaz no desenvolvimento geral da criança.

A família deve ter consciência que o desenvolvimento será o mesmo de

uma criança “normal” e, por não saber-se o seu limite, é normal uma lentidão

em todos os aspectos do desenvolvimento. O importante é deixar claro para a

família que não há tratamento medicamentoso para curar a síndrome, mas um

acompanhamento de profissionais de várias áreas proporcionará a facilitação

do convívio social, e aqui há de se ressaltar a importância do carinho da

família. O primeiro mês de vida de um bebê é o momento de adaptação da

família à nova realidade; tempo necessário para interagir e conhecer a criança

que chegou; tempo de fazer feliz e fazer-se feliz; tempo a ser curtido em toda a

sua plenitude, fortalecendo de amor e aceitação da criança com síndrome de

Down; tempo de viver o ambiente doméstico com o uma riqueza de eventos.

Uma equipe multiprofissional poderá colaborar muito no

desenvolvimento de uma criança com síndrome de Down; uma equipe com

um especialista para cada área a ser trabalhada o que exige muito cuidado ao

compô-la não esquecendo nenhum deles.

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No início dos trabalhos todos são direcionados e instruídos; com o

desenrolar das atividades, dependendo da necessidades, haverá uma melhor

utilização dos instrumentos, moldando-se a forma de trabalhar a realidade

apresentada.

Embora as áreas a serem trabalhadas diferem de acordo com o grau de

necessidade, elencamos algumas especialidades:

§ Psicomotricidade – facilitará na organização funcional da conduta e da

ação, organizando e conscientizando o esquema corporal; trabalhando a

lateralidade levando a aquisição de habilidades motoras;

§ Terapia ocupacional – trabalha o desenvolvimento motor, perceptivo,

cognitivo, sensorial proporcionando independência nas atividades da

vida diária;

§ Fisioterapia – traduz a ideia da terapia do corpo, como forma de

reabilitação ou prevenção; aqui não são usadas as palavras “nunca” e

“sempre”, mas o desenvolvimento do indivíduo ocorre partir do momento

em que este se relaciona com seu eu.

§ Educação física – seu principal objetivo é auxiliar o indivíduo na sua

socialização;

Existem vários aspectos que podem contribuir para um aumento do

desenvolvimento da criança com síndrome de Down:

• intervenção precoce na aprendizagem,

• monitorização de problemas comuns como a tireóide, tratamento

medicinal é sempre relevante,

• um ambiente familiar estável;

• práticas vocacionais, são alguns exemplos.

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25

A síndrome de Down destaca as limitações genéticas e salienta

também que a educação pode produzir excelentes resultados

independentemente do início. É fundamental que haja o empenho individual

dos pais, professores e terapeutas com estas crianças para produzir resultados

positivos.

As crianças com Síndrome de Down frequentemente apresentam

problemas nos órgãos fonoarticulatórios, provocando a falta de controle motor

para articulação dos sons da fala, além de um atraso no desenvolvimento da

linguagem.

Será necessária buscar um fonoaudiólogo que se responsabilize por

adequar os órgãos responsáveis pela articulação dos sons da fala além de

contribuir no desenvolvimento da linguagem.

As características físicas são importantes para o médico fazer o

diagnóstico clínico. Nem sempre a criança com síndrome de Down apresenta

todas as características encontramos em algumas crianças somente umas

poucas, mas em outras crianças podemos observar a maioria dos sinais da

síndrome.

Os cuidados com a criança com Síndrome de Down não são diferentes

dos que se dão às crianças sem a síndrome. A atenção dos pais a tudo o que

a criança comece a fazer sozinha, espontaneamente será importante e devem

estimular os seus esforços, ajudando a criança a crescer e evitando que ela se

torne dependente; quanto mais a criança aprender a cuidar de si mesma,

melhores condições terá para enfrentar o futuro.

O indivíduo, em especial a criança, com Síndrome de Down precisa

participar da vida da família como os outros. Deve receber o mesmo

tratamento das outras pessoas, com carinho, respeito e naturalidade.

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26

Quando adolescente e adulta a pessoa com Síndrome de Down tem

uma vida semi-independente. Embora possa não atingir níveis avançados de

escolaridade pode trabalhar em diversas outras funções, de acordo com seu

nível intelectual. Pode também praticar esportes, viajar, frequentar festas, etc.

Muitas pessoas com síndrome de Down têm apresentado avanços

impressionantes e rompido muitas barreiras. Não é difícil encontrarmos muitas

pessoas com síndrome de Down estudando, trabalhando, vivendo sozinhas, se

casando e chegando à universidade.

Há estudos de que crianças com Síndrome de Down tenham sido

representadas na arte. A primeira descrição médica da Síndrome ocorreu

apenas no século XIX. Em 1862, pelo médico britânico John Langdon

Down baseado nas teorias racistas da época, atribuindo a causa a uma

degeneração, que fazia que filhos de europeus se parecessem com mongóis,

e sugere que a causa da degeneração seria a tuberculose nos pais. Apesar da

análise racista de Down, ele recomenda que as pessoas com a síndrome

sejam treinadas, e que a resposta ao treinamento é sempre positiva.

Por muito tempo, os pais de crianças com Síndrome de Down recebiam

a orientação de entregar as crianças a instituições, que passariam a cuidar

delas (pela vida toda).

Até 1981 esta síndrome era denominada como mongolismo pela

semelhança observada por Down na expressão facial de alguns pacientes

seus e os indivíduos oriundos da Mongólia.

A designação mongol ou mongolóide dada aos portadores da síndrome

ganhou um sentido pejorativo e até ofensivo, por este motivo se tornou banida

no meio científico.

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27

O termo mongol ou mongolismo, quando usado de forma pejorativa,

ofensiva, poderá ser considerado como crime de preconceito, sem direito à

fiança.

2.1. Tipos de síndrome de Down

Existem três tipos de síndrome de Down:

1. trissomia 21;

2. translocação;

3. Mosaico.

A trissomia - é encontrada em 95% das pessoas com síndrome de

Down; é também chamada trissomia livre ou por não disjunção.

No cariótipo, observa-se nitidamente o terceiro cromossomo causador

da síndrome junto ao par de cromossomos 21.

O cromossomo extra é de fácil identificação e permanece distinto dos

dois outros cromossomos que formam o par 21.

Ocorre por um acidente genético; nesse caso, os pais têm cariótipo

normal. Esse cromossomo pode ter vindo do óvulo ou do espermatozoide.

Todas as células do corpo da pessoa com trissomia simples terão 47

cromossomos.

A translocação - é o tipo de síndrome de Down que também é uma

trissomia 21, ou seja, existem três cromossomos no par 21. Porém, no

cariótipo desse indivíduo é possível notar que o cromossomo extra está

conectado a outro cromossomo, normalmente ao cromossomo 14 ou a outro

21.

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Aproximadamente 3% das pessoas com síndrome de Down apresentam

a trissomia 21 por translocação. Não existe diferença significativa nas

características e no desenvolvimento neuro-psico-motor das pessoas que

apresentam trissomia livre e as que apresentam a trissomia por translocação.

O Mosaico - tipo de síndrome de Down que está presente em cerca de

2% dos indivíduos com a síndrome. Este é o único tipo da síndrome que não

ocorre antes nem no momento da fertilização, mas nas primeiras divisões

celulares após a fertilização.

Observações

Do que podemos ver até agora é aconselhável que atentemos para

as seguintes conclusões:

• A notícia do nascimento de uma criança que nasceu com síndrome de

Down causa enorme impacto nos pais e na família. Todos precisam de

tempo para aceitá-la do jeito que é, e adaptar-se às suas necessidades

especiais;

• A forma mais eficaz de promover o desenvolvimento dos potenciais da

criança com síndrome de Down é estimulação precoce desde o

nascimento. Essa tarefa é fundamental e exige dedicação, mas procure

levar a vida normalmente. Essa criança precisa fundamentalmente de

carinho, alimentação adequada, cuidados com a saúde e um ambiente

acolhedor;

• Essas crianças devem ser matriculadas em escolas regulares, onde

possam desenvolver suas potencialidades, respeitando os limites que a

síndrome impõe. Em alguns casos,o melhor é frequentar escolas

especializadas, que lhes proporcionem outro tipo de acompanhamento;

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• O preconceito e a discriminação são os piores inimigos dos portadores

da síndrome. Cada vez mais, pais, profissionais da saúde e educadores

têm lutado contra todas as restrições impostas a essas crianças.

• As pessoas com síndrome de Down têm características físicas

específicas, mas geralmente têm mais semelhanças do que diferenças

com a população em geral.

• Nem sempre a criança com síndrome de Down apresenta todas as

características;

• As pessoas com síndrome de Down costumam ser menores e ter um

desenvolvimento físico e mental mais lento que as pessoas sem a

síndrome.

• A maior parte dessas pessoas tem retardo mental de leve a moderado;

algumas não apresentam retardo e se situam entre as faixas limítrofes e

médias baixa, outras ainda podem ter retardo mental severo.

• Existe uma grande variação na capacidade mental e no progresso das

crianças com síndrome de Down. O desenvolvimento motor destas

crianças também é mais lento.

• O desenvolvimento da linguagem também é bastante atrasado.

É importante frisar que um ambiente amoroso e estimulante,

intervenção precoce e esforços integrados de educação irão sempre

influenciar positivamente o desenvolvimento desta criança.

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30

CAPÍTULO III

O DOWN NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Como estudamos no primeiro capitulo deste trabalho, para a Educação

Infantil alcançar a importância dos dias atuais ela sofreu, ao longo dos anos,

muitas mudanças.

Com a evolução e progresso do homem, com o passar do tempo e as

novas técnicas educacionais, um olhar diferenciado foi direcionado à

educação, observando e acolhendo as descobertas e importância do

desenvolvimento da criança desde os primeiros anos de vida frente a grande

diversidade do mundo moderno, diversidade de cultura, povos e etnias.

Essas diversidades tem ajudado no crescimento do homem que evolui a

partir do seu caminhar de progresso aprendendo a lidar com o novo.

Esse caminhar tem início já no início, quando sai do seio familiar, do seu

lar e vai dar os primeiros passos no meio social em que está inserido. Isso

acontece no momento em que vai para a escola onde conhece novas pessoas

com as quais deverá interagir. Um mundo novo com novas formas, hábitos,

regras, pessoas, novo olhar. Um mundo onde é chamado a partilhar, dividir,

comparar, ceder, emprestar para outras pessoas coisas que eram suas e de

ninguém mais. Entra em conflito consigo e com os outros, e, nesse novo

universo, vai moldando a sua socialização.

Período difícil para a criança como também para os pais que encontram

dificuldade para desapegar, “se desgarrar” de seus filhos. Muitos pais

encontram dificuldades na iniciação acadêmica de seus filhos, creem que

aquela ETA inicial (Educação Infantil) é um período de “passa tempo”, próprios

para cuidar dos filhos nos momentos que não tem com quem deixá-los.

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Com este olhar desfocado, destorcido acabam anulando, deixando de

lado uma etapa de suma importância acadêmica, onde serão trabalhados

valores, habilidades e técnicas fundamentais para as próximas fases, ou seja,

uma fase que servirá de base para o futuro do seu filho.

É na Educação Infantil que são dados os primeiros passos da vida em

sociedade, descoberta das diferenças físicas, culturais; descoberta e

exercícios de valores morais e do bem estar individual e coletivo. Muitos

desses valores, importantes para um convívio social, veem sendo perdidos ao

longo do tempo a mercê de uma sociedade egocentrista que cresce ao redor.

Os valores e a personalidade de uma criança são formados até os seis

anos; período em que ela convive na Educação Infantil, construindo seu perfil

social e moral.

Em meio a este universo escolar onde muitos pais inseguros, não

entendem a importância da escola nesta fase inicial, “surge” alguém com

características “diferentes”; alguém com algo “especial” delineado em seu jeito

amoroso de ser. Este ser “especial” que possui os mesmos direitos e deveres

dos seus amigos, principalmente o direito a escola.

Para alguns pais e professores parece algo assustador que pode gerar

rejeição, um caminho tortuoso e difícil para ser seguido. Pode ser que os

próprios pais o rejeite, não aceitem a situação, não queiram enxergar aquilo

que é notório a todos.

Dificuldade vinda de seus pais por não aceitarem que o trabalho

necessita ser realizado de forma diferenciada, com auxilio de outros

profissionais que estão fora da escola.

Dificuldade vinda dos pais de seus colegas – que acreditam que aquilo

que há de diferente nele possa ser contagioso, evitando que seus filhos

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interajam com ele ou fiquem perto dele; muitos acreditam também que por ter

alguém diferente em sala o professor não dará atenção ao seu filho como deve

ser dada.

Dificuldade vinda de seu professor – que rejeita conviver com esta

situação, não sabe lidar com as diferenças, procurando fugir das dificuldades

que vão surgindo, deixando aquele aluno “de lado para não atrapalhar”,

impedindo o seu desenvolvimento em sala.

No passado, o preconceito com relação à Síndrome de Down fez que

as crianças portadoras não tivessem chance de se desenvolverem

cognitivamente, pais e professores não acreditavam na possibilidade

da alfabetização;

As crianças com Down eram rotuladas como pessoas doentes e,

portanto, excluídas do aprendizado de convívio social.

Nos dias atuais é sabido que o aluno com Síndrome de Down apresenta

dificuldades em decompor tarefas, juntar habilidades e ideias, reter e transferir

o que sabe, se adaptar a situações novas, e o aprendizado deve sempre ser

estimulado a partir do concreto necessitando de instruções visuais para

consolidar o conhecimento.

Uma forma de incentivar a aprendizagem é o uso do brinquedos e

de jogos educativos, tornando a atividade prazerosa e interessante. O ensino

deve ser divertido e fazer parte da vida cotidiana, despertando o interesse pelo

aprender. No processo de aprendizagem a criança com Síndrome de Down

deve ser reconhecida como ela é, e não como gostaríamos que fosse. As

diferenças devem ser vistas como ponto de partida para desenvolver

estratégias e processos cognitivos adequados. A Teoria da modificabilidade

cognitiva estrutural afirma que a inteligência de qualquer pessoa, independente

de sua idade, pode ser "expandida".

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O desenvolvimento de uma criança com Síndrome de Down envolve

vários aspectos porque não existem limitações genéticas que justifiquem a

produção de resultados negativos na educação escolar dessas crianças.

Embora o ritmo de aprendizagem da criança com Síndrome de Down sja

diferente do ritmo das outras crianças, isto não que ela não irá aprender. Na

verdade ela necessita de mais estímulos e mais tempo do que outras crianças

para chegar à aprendizagem efetiva.

A educação da criança com síndrome de Down vive um novo momento

que permite a qualquer criança com necessidades especiais encontrar

melhores oportunidades de participar de processos de socialização sem

discriminação ou preconceitos. Isto exige investimento em estímulos e

oportunidades na escola e na família. A educação de uma criança com

síndrome de Down é complexa, exigindo dedicação dos principais elementos

envolvidos, ou seja, a própria criança, a sua família e a escola.

Uma que possa acolher uma criança com síndrome de Down deve

possuir um ambiente bem estruturado e adaptado às necessidades específicas

da criança além de:

• Um sistema de ensino e uma grade curricular que facilitem seu

aprendizado;

• Profissionais treinados e capacitados a lidar com crianças com síndrome

de Down;

• Preparo do grupo que acolherá e conviverá com esta criança;

Isto aliado a disponibilidade da família em aceitar e auxiliar a escola

diante das particularidades do processo de aprendizagem permitirá o seu

sucesso. O fator perseverança nesta parceria evitará insegurança ou fracasso

no desenrolar do processo.

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Na elaboração do sistema de ensino e da grade curricular um do fatores

a que merecem destaque é a estruturação espacial, fundamental para a vida

em sociedade. O estabelecimento de estratégias para este fator requer

sensibilidade do profissional ou da equipe de profissionais, pois é através dos

espaço e das relações espaciais que a criança com síndrome de Down vai

situar-se no meio que a acolheu e permitir-lhe estabelecer relações entre as

coisas, fazer observações e comparações, identificar semelhanças e

diferenças.

Diversas atividades realizadas em sala de aula dependem da

manipulação das relações espaciais entre objetos, mantidas através do

desenvolvimento de uma estrutura de espaço.

Em primeiro lugar a criança percebe a posição de seu próprio corpo no

espaço, depois a dos objetos em relação a si e, finalmente, a relação dos

objetos entre si.

A estruturação espacial não nasce com o indivíduo é, na verdade uma

elaboração e construção metal; opera através de movimentos em relação aos

objetos que estão em seu meio.

A verbalização auxiliará na designação dos objetos e constitui fator

muito importante para a organização da vivência do espaço e melhor

conhecimento das diferentes partes do corpo e de suas posições.

Aguçar no portador da síndrome de Down a percepção dos objetos no

espaço é, usando o seu corpo como ponto de referência, o despertar a uma

imagem corporal. O domínio do seu corpo no espaço possibilitará que se

organize, significando que assimila o espaço a partir de sua movimentação e, a

partir de si mesmo, se situa em relação ao mundo circundante.

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Para uma criança assimilar os conceitos espaciais precisa ter uma

lateralidade bem definida, o que ocorre por volta de 6 anos. No portador da

síndrome de Down este tempo não corresponde, entretanto o estímulo pode

capacitá-lo a diferenciar dos dois lados do eixo corporal e verbalizar este

conhecimento. Ele atinge assim a etapa de orientação espacial; tem acesso a

um espaço orientado a partir do seu corpo, facilitando apreender situações

como dentro, fora, no alto, abaixo, longe, perto.

Após esta fase o indivíduo passa a organizar objetos, combinando

diversas orientações, significando que não toma mais o seu corpo como

referência, mas escolhe outros pontos, chegando a noção de distância, direção

e até transposição.

Uma má integração da orientação espacial pode gerar muitas

dificuldades.

Motivos que impedem ou retardam o desenvolvimento da criança:

a) Limitação de seu desenvolvimento mental ou psicomotor;

b) Crianças tolhidas de experiências corporais e espaciais (não tem

oportunidade de manipulação de objetos ao seu redor);

c) Crianças que não desenvolveram a noção de esquema corporal;

d) Crianças que não conseguiram dominar noções de direita e

esquerda;

e) Criança que não é capaz de associar termos abstratos;

f) Dificuldade de representação mental das diversas noções.

Tais motivos são, normalmente, originados de uma falta de

entrosamento da equipe de professores, ou da equipe/família, ou dispersão do

apoio familiar.

A criança com síndrome de Down pode alcançar estágios avançados de

raciocínio e desenvolvimento. O importante é que, por meio de atividades

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terapêuticas, sejam trabalhados cooperação, organização, constituição,

movimentos, autonomia, compreensão, com propostas lúdicas e materiais

diversos.

Uma boa educação produz benefícios pessoais durante toda a vida

inclusive para pessoas com síndrome de Down. Ao trabalho de transmitir

conhecimentos acadêmicos soma-se o desenvolvimento psicoafetivo e o

processo de socialização. A convivência com pessoas de diferentes origens e

formações em uma escola regular e inclusiva pode ajudar ainda mais as

pessoas com síndrome de Down a desenvolverem suas capacidades.

Acreditava-se que as pessoas com síndrome de Down nasciam com

uma deficiência intelectual severa. Hoje, como já foi visto neste trabalho, o

desenvolvimento da criança depende fundamentalmente da estimulação

precoce, do preparo do ambiente onde ela está inserida e do incentivo das

pessoas que estão à sua volta. Com apoio e investimento na sua formação, os

alunos com síndrome de Down, assim como quaisquer outros estudantes, têm

facilitada a sua capacidade de aprender.

O aluno, independente de qualquer deficiência, tem um perfil único, com

habilidades e dificuldades em determinadas áreas. Algumas características

associadas à síndrome de Down merecem a atenção de pais e professores,

como:

• O aprendizado em um ritmo mais lento – exige a oferta de um maior

número de experiências para que aprenda o que o é ensinado.

• A dificuldade de concentração e de reter memórias de curto prazo - Fica

cansado rapidamente, sua atenção não se mantém por um tempo

prolongado. Neste caso há de se trabalhar durante curtos períodos de

tempo, aumentando-os pouco a pouco.

• Às vezes não se interessa pela atividade, ou se interessa por pouco

tempo – a motivação deve ser feita com alegria e com objetos

chamativos e variados, para que se interesse pela atividade.

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• Não consegue realizar a atividade sozinho - buscar ajudá-lo e guiá-lo

apenas com o necessário para que realize a atividade, até que consiga

fazê-lo sozinho.

• A curiosidade para conhecer e explorar o que está à sua volta é limitada

– neste caso há de se despertar o interesse pelos objetos e pessoas

que o rodeiam, nos aproximando e mostrando as coisas agradáveis e

chamativas.

• Dificuldade para se lembrar do que já fez e do que aprendeu – este caso

exige repetição das tarefas já realizadas, para que se lembrem de como

fazê-las e para que servem.

• Não se organiza para aprender sobre os acontecimentos da vida diária -

ajudar sempre a aproveitar todos os fatos que ocorrem ao seu redor,

bem como lembrá-lo de sua utilidade, relacionando os conceitos com o

que foi aprendido na sala de aula.

• Lentidão ao responder- Exige paciência e ajudá-lo, estimulando-o ao

mesmo tempo para que responda cada vez mais rapidamente.

• Não costuma inventar ou procurar situações novas- buscar conduzi-lo a

explorar situações novas, a ter iniciativas.

• Dificuldades em solucionar problemas novos, mesmo que sejam

semelhantes a outros problemas vividos no passado- Dar

oportunidades de resolver situações da vida diária, sem antecipar nem

responder por ele.

• Aprende melhor quando foi bem sucedido em situações anteriores-

saber em que ordem deve ensiná-lo, oferecendo oportunidades de

sucesso. Apresentando situações possíveis para o aluno e aumentando

progressivamente o grau de dificuldade.

• Quando conhece o resultado positivo de sua atividade, se interessa

mais em seguir colaborando- lembrar sempre o quanto se esforçou, o

quanto já alcançou, animando-o pelo sucesso já alcançado. Assim é

possível que ele se interesse mais pela atividade e trabalhe por mais

tempo.

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• Quando participa ativamente da tarefa, aprende melhor e se esquece

menos - planejar atividades em que ele atue como sujeito principal.

• Quando se pede que ele realize muitas tarefas em pouco tempo, se

confunde e rejeita a situação- selecionar as tarefas, distribui-las pelo

tempo, para não se confundir nem se cansar.

Essas etapas têm características próprias, mas é preciso prestar

atenção a alguns aspectos desde o começo da ação educativa no programa de

estimulação precoce e ao longo de todo o processo educativo:

– A programação por objetivos

– O desenvolvimento das capacidades

– O desenvolvimento da atenção

– O desenvolvimento da percepção e discriminação

– O desenvolvimento das habilidades manuais

– A comunicação e linguagem

– O desenvolvimento da leitura, escrita e cálculo

– A educação para autonomia

– O desenvolvimento de valores

A criança com Síndrome de Down é capaz de alcançar desenvolvimento

motor, afetivo, social e cognitivo. Um trabalho realizado com características

inclusivas e dedicação será capaz de gerar um adulto maduro, responsável e

feliz.

O portador da síndrome de Down investido num trabalho de

acompanhamento que o promova individual e socialmente será um indivíduo:

• Capaz de se sentir bem consigo mesmo;

• Disposto a sentir-se bem com os outros e a que os outros se sintam

bem com ele;

• Capaz de enfrentar os desafios e as dificuldades que vierem;

• Pronto a resolver e tomar decisões por conta própria, contando com

ajuda somente quando for necessário;

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• Capaz de assumir sua própria responsabilidade;

3.1. Educação inclusiva no Brasil

A Constituição Brasileira afirma que toda criança tem direito inalienável

à educação. A educação pública no Brasil nos últimos anos tem privilegiado a

inclusão dos estudantes com síndrome de Down e outros tipos de deficiência

na rede regular de ensino, gerando um crescimento significativo do número de

matrículas nos últimos anos.

Nem sempre esta inclusão se dá de maneira satisfatória: faltam

recursos humanos e pedagógicos para atender às necessidades educacionais

especiais dos alunos.

A escola pública brasileira dever melhorar para que inclusão contribua

para uma escola de qualidade.

Algumas escolas particulares estão enfrentando dificuldades para se

adaptar e atender melhor seus estudantes, com necessidades especiais ou

não.

O artigo 8º da Lei 7.853/89 especifica que recusar a inscrição de um

aluno em qualquer escola, quer seja pública ou privada, por motivos

relacionados a qualquer deficiência, é crime.

Se a escola primária inclusiva no Brasil está engatinhando e o ensino

médio e o superior constituem um grande desafio.

Na medida em que os alunos com síndrome de Down vão encontrando

espaço para progredir e avançar na sua educação, orna-se inevitável e urgente

que as escolas e universidades procurem se adequar a esta nova situação.

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A inteligência da criança com síndrome de Down evolui até a

possibilidade de cada uma. Algumas crianças aprendem a ler, a escrever e a

frequentar escolas que lhes deem amparo adequado.

Cada vez mais jovens com síndrome de Down concluem o Ensino

Médio, com ou sem adaptações curriculares. Esforcemo-nos para que esta

realidade evolua.

CONCLUSÃO

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O modo de lidar com as crianças na idade média tinha por base alguns

costumes herdados: os pais definiam o papel da criança, um poder patriarcal

que reduzia o status da criança à nulidade.

A mudança de comportamento no lidar com as crianças foi um processo

lento, a educação infantil iniciou o seu reconhecimento, no Brasil, em 1988,

quando foi citada na Constituição do país. A partir daí novas diretrizes foram

traçadas, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e a inclusão da

Educação Infantil na primeira etapa da Educação Básica (1996).

Esse novo olhar atingiu, apesar de brandamente, o reconhecimento de

crianças portadoras de necessidades especiais como elemento inclusivo na

Educação Infantil.

Os processos pedagógicos e didáticos sofreram revisões para adaptar-

se à realidade de absorção dessas crianças e ajudá-las a crescer. Não foi

diferente com as crianças com síndrome de Down que obtiveram o

reconhecimento do seu poder de alcançar estágios mais avançados de

raciocínio e desenvolvimento (apesar de preconceitos ainda vivenciados até

mesmo na família) com o assessoramento de parceria

família/escola/profissional especializado.

Hoje, com mais nitidez, porém muito distante do ideal, a educação pode

colaborar com a criança com síndrome de Down a alcançar desenvolvimento

motor, afetivo, social e cognitivo.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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42

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. nº 9394/96,

aprovada em 20 de dezembro de 1996.

ALVES, FÁTIMA. Para entender a síndrome de Down, Wak editora, 2012.

CASTRO, MIRELLA GUEDES LIMA DE e FERRARI, MARLINDA GOMES.

Estudos e pesquisas sobre síndromes. Wak editara

OLIVEIRA, GISELE DE CAMPOS, Psicomotricidade. Editora Vozes

WEBGRAFIA

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43

http://pt.wikipedia.org/wiki/educa%c3%a7%c3%A3oinfantil#origemdaeduca.c3.

A7.c3.A3oinfantilnomundo

Retirado no dia 25-08-2014 às 19:40h

http://movimentodown.org

Retirado no dia 29-09-2014 às 15:47h

http://revistaescola.abril.com.br/formacao/educacao-infantil-brasil-cem-anos-

espera-540838.shtml

Retirado no dia 25-08-2014 às 19:00h

ÍNDICE

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44

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

História da Educação Infantil 10

1.1. Em Esparta e em Atenas 10 1.2. Atenas 11 1.3. Roma 12 1.4. Instalações e Métodos 13 1.5. Medieval 15 1.6. Principais Objetivos 16 1.7. Currículo Básico 16 1.8. Tipos de Escolas 16 CAPÍTULO II

Crianças com Down 21

2.1. Tipos de Síndrome de Down 27 CAPÍTULO III

O Down na Educação Infantil 30

3.1. Educação Inclusiva no Brasil 39

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 42

WEBGRAFIA 43

ÍNDICE 44