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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA Atuação do Orientador Educacional na contribuição da orientação de jovens para a escolha de cursos profissionalizantes. Por: Taís de Paula Santos Vidal Orientador Prof. Vilson Sérgio Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

Atuação do Orientador Educacional na contribuição da

orientação de jovens para a escolha de cursos

profissionalizantes.

Por: Taís de Paula Santos Vidal

Orientador

Prof. Vilson Sérgio

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

Atuação do Orientador Educacional na contribuição da

orientação de jovens para a escolha de cursos

profissionalizantes.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Orientação Educacional

Por: . Taís de Paula Santos Vidal

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AGRADECIMENTOS

A Deus, a família e aos amigos.

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DEDICATÓRIA

Ao meu pai, de quem herdei a paixão pela

educação.

À minha mãe, por fazer companhia nas

horas mais difíceis.

À minha irmã, pois sem dúvida eu não

chegaria até aqui se não fosse por ela.

Ao Felipe, meu marido, pela sua

paciência e por me encorajar sempre que

o mundo me desafiava.

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RESUMO

Esta pesquisa, mantendo o compromisso maior em difundir e manter a

perspectiva de estudo , tem por objeto a Orientação Vocacional, buscou

resposta para a seguinte questão de estudo: Como proporcionar orientação

aos jovens na escolha de cursos profissionalizantes. Articulado a essa

questão o objetivo norteador do estudo foi: Compreender com a orientação

vocacional tem sido discutida no âmbito do ensino profissionalizante, com a

literatura correlata ao assunto, no sentido de verificar pontos de convergência

e distanciamento entre eles, tendo no horizonte a reflexão sobre o papel do

Orientador Educacional . Do ponto de vista teórico, o estudo aliançou com

autores que mantêm uma concepção crítico-reflexiva em relação ao estudo.

Teórico-metodologicamente, trata-se de uma pesquisa do tipo quanti-

qualitativo, que utilizou como instrumentos de coleta de informações o

questionário e o roteiro de entrevista. Nela foram contempladas os olhares de

representantes de segmentos diretamente envolvidos com a temática,

assumidos como sujeitos do estudo, quais sejam: duas orientadoras

educacionais e 60 alunos recém ingressos em cursos profissionalizantes. A

análise das informações coletadas foi mediada por processos quanti-

qualitativos de onde resultaram informações que convergem para dizer que,

sob a óptica dos sujeitos envolvidos, ainda existe muita dificuldade da

orientação educacional desenvolver a orientação vocacional que diante das

demandas atuais se encontra dispersa.

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METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa do tipo quanti-qualitativo, que utilizará como

instrumentos de coleta de informações questionário e roteiro de entrevista.

Nela serão contemplados os olhares de representantes de segmentos

diretamente envolvidos com a temática, assumidos como sujeitos do estudo,

quais sejam: alunos de cursos profissionalizantes e profissionais da área. A

análise das informações coletadas será mediada por processos quanti-

qualitativos de onde resultarão informações que convergem para dizer que,

sob a óptica dos sujeitos envolvidos, como são realizados os processos de

orientação vocacional. A pesquisa bibliográfica será subsidiada por livros,

artigos e textos da internet.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - ORIGEM, QUESTÃO,

OBJETIVO E RELEVÂNCIA DA PESQUISA 10

CAPÍTULO II - REFERENCIAL TEÓRICO 15

CAPÍTULO III – ENCAMINHAMENTO

TEÓRICO-METODOLÓGICO 21

CAPÍTULO IV – ANÁLISE DOS RESULTADOS 25 CONCLUSÃO 31

ANEXOS 33

BIBLIOGRAFIA 43

ÍNDICE 45

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INTRODUÇÃO

A presente pesquisa propõe uma reflexão sobre o papel do Orientador

Educacional no que se refere a Orientação Vocacional, principalmente para

atender a uma demanda que se apresenta cada vez mais forte que é a

Educação profissional . A problemática original do estudo surgiu relacionada à

experiências pessoais marcantes com a ausência do Orientador Educacional,

ao longo de toda uma vida estudantil, principalmente na fase de acesso ao

Ensino Médio/ profissionalizante. O estudo buscou resposta para a seguinte

questão básica: Como proporcionar orientação aos jovens na escolha de um

curso profissionalizante

A pesquisa teve por objetivo confrontar manifestações de

representantes de distintos segmentos envolvidos com o processo de

orientação vocacional, com a literatura correlata ao assunto, no sentido de

verificar pontos de convergência e distanciamento entre eles.

Os aportes teóricos do estudo efetuaram interações dialógica com

autores que mantêm uma concepção crítico-reflexiva em relação aos

mecanismos a Orientação Educacional, a Orientação Vocacional e ao Ensino

profissionalizante.

Do ponto de vista Teórico-metodológico, trata-se de uma pesquisa do

tipo quanti-qualitativo, como instrumentos de coleta de informações foram

utilizados o questionário e um roteiro de entrevista. No conjunto da

investigação foram contemplados os olhares de representantes de segmentos

diretamente envolvidos com a temática, assumidos como sujeitos do estudo,

quais sejam: duas Orientadoras Educacionais atuantes e 60 alunos recém

ingressos no ensino profissionalizante.

As informações coletadas convergiram no sentido de comparar a

literatura corrente com os olhares de O.E.s e alunos – recém ingressos em

cursos profissionalizantes.

O estudo foi relatado com a mediação de quatro capítulos. O primeiro

deles focaliza os elementos estruturantes da investigação, incluídos a origem,

questão, os objetivo e a relevância da pesquisa que, em suas relações,

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acabaram direcionando o processo de realização da mesma. O segundo

capítulo aborda os seus encaminhamentos teóricos, com os quais dialogamos

em um momento concentrado, ainda que os diálogos com os referenciais

teóricos tenham sido constantes. O terceiro concerne ao referenciais teórico-

metodológicos adotados, incluídas as sinalizações de tempo e lugar dos

acontecimentos que estruturaram o estudo. O quarto capítulo concentra-se nos

resultados. Finalmente, seguem as conclusões abstraídas desse

empreendimento.

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CAPÍTULO I

ORIGEM, QUESTÃO, OBJETIVO E RELEVÂNCIA DA

PESQUISA

O Orientador Educacional é um profissional que exerce relevante

função no âmbito escolar, no trato com aluno, família, comunidade e corpo

docente, embora muitas vezes esquecido, este profissional surgiu para atender

a uma demanda que surgiu no Brasil na década de 1940 com o principal

objetivo de orientar jovens na sua escolha profissional. Porém, hoje dispõe de

diversas atribuições, buscando entender o aluno de uma forma mais global.

Segundo Olívia Porto:

(...) a Orientação Educacional fundamenta-se no

reconhecimento das diferenças individuais e no

reconhecimento do que o ser humano, em qualquer

momento de sua vida, pode apresentar carências e

dificuldades, necessitando, pois, de compreensão ajuda e

orientação. (Porto, 2009:48)

1.1 – Determinantes da pesquisa

A orientação profissional é um tema que a muito desperta meu

interesse, pois a escolha de uma profissão é um fenômeno com o qual se

depara qualquer cidadão. Parto de uma experiência pessoal, ao sair do ensino

fundamental fiz a opção pelo curso técnico concomitante, que de pouco ou

nada adiantou para minha vida profissional. Ao término do curso percebi que

não tinha a menor vocação pelo que havia estudado 3 anos. Com a conclusão

do ensino médio, me deparei com mais uma confusão, a escolha do curso que

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seguiria no ensino superior. Dormia querendo ser engenheira e acordava

sonhando em ser historiadora.

A opção que fiz, teve uma orientação e ajuda familiar. Muito pouco

posso atribuir a ações relaciona as escolas que passei. Fui fruto de parte do

ensino público e parte do ensino privado. E em nenhum deles pude recordar

da presença do orientador educacional e da orientação profissional. Talvez, se

eu tivesse ao longo do período escolar me deparado com este profissional,

possivelmente, já teria identificado minhas inclinações, ou pelo menos saber

aquilo que não tinha vocação nenhuma.

Partindo da experiência que tive, percebo que esta não é uma

realidade só minha e que isto acontece com muitos jovens, que sonham com

uma profissão mais não possuem uma orientação e informações adequadas

sobre o mundo do trabalho.

Tendo em vista o que diz a LDB em seu artigo

A Educação, dever da família e do Estado, inspirada nos

princípios de liberdade e nos ideiais de solidariedade

humana tem por finalidade o pleno desenvolvimento do

educando, seu preparo para o exercício da cidadania e

sua qualificação para o trabalho. (LDB, art 2°).

Corrobora com a importância de que o mundo do trabalho deve estar

presente no contexto escolar. De maneira adequada e vinculada com a vida

dos educandos. Neste sentindo, proporcionando meios que os indivíduos

possam ter acesso a informações que levem a reflexão e autoconhecimento,

para que no futuro tenham pouca dificuldade na escolha profissional.

1.2 – Questão e Objetivo de Estudo

Já que o tema é social e politicamente relevante e foi extremamente

marcante em minhas experiências pessoais, decidi nele investir. Tendo o foco

em motivos de ordem prática, que compelem ao compromisso em responder

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nesta pesquisa a seguinte questão de estudo: Como proporcionar orientação

aos jovens na escolha de um curso profissionalizante? De modo articulado a

essa questão o objetivo norteador da pesquisa foi: Compreender como a

orientação vocacional tem sido discutida no âmbito do ensino profissionalizante

para jovens.

Este estudo buscar delimitar sua análise com alunos que buscam o

curso profissionalizante em busca de um acesso mais rápido ao mercado de

trabalho. Porém, não encontram informações ou desconhecem espaços que

proporcionam estas discussões. Em meio a este problema, onde está o

orientador educacional, exercendo seu trabalho também com estes alunos e

que ações este profissional está proporcionando para minimizar a dificuldade

destes alunos.

Este trabalho, estará permeado por outros pontos tais como: entender

como os jovens tem feito a escolha por cursos profissionalizantes e perceber

as ações que escola, família e sociedade proporcionam para contribuir com a

escolha profissional.

1.3 – Relevância Social e Acadêmica

Este trabalho busca evidenciar a necessidade do Orientador

Educacional em todos os segmentos do ensino sendo público ou privado.

Como a presença do OE é peça fundamental para a contribuição do

desenvolvimento de indivíduos mais completos.

Ainda que pareça óbvio enfatizar a importância deste profissional e seu

conhecimento para a escola, tomo como exemplo o munícipio do Rio de

Janeiro que em suas escolas públicas de ensino fundamental não contamos

com a presença deste profissional nas unidades escolares.

1.4 – Indicações Teóricas e Teórico-Metodológicas

Do ponto de vista teórico, os conceitos que emergiram, inicialmente,

das preocupações e objetivo do estudo foram: (a) orientação educacional; (b)

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orientação vocacional e (c) educação profissional, sobre os quais se detém

este tópico da presente seção.

Orientação Educacional. A orientação Educacional tem o seu olhar para o

aluno e seu desenvolvimento global, não é somente com as dificuldades que o

OE precisa ficar atento, mas além disso como nos fala Olívia Porto:

[...]Fundamenta-se no reconhecimento das diferenças

individuais e no reconhecimento de que o ser humano,

em qualquer momento de sua vida, pode apresentar

carências e dificuldades, necessitando, pois de

compreensão, ajuda e orientação. (Porto, 2009)

Orientação Vocacional. A orientação vocacional busca auxiliar, dar suporte

aos indivíduos para encontrarem suas inclinações. Thais Oliveira de Almeida e

Tatiana Tavares de Araujo destacam em seu artigo sobre a “Importância da

Orientação vocacional e profissional”

(...) a Orientação Vocacional (OV) assume a sua

importância: por meio do autoconhecimento, a OV auxilia

o sujeito na resolu-ção desses conflitos e na decisão pela

profissão considerando-se um contexto mais amplo, o da

construção de um projeto de vida. ( Almeida & Araujo

apud Andrade; Meire; Vanconcelos, 2002).

Educação Profissional. Segundo Marcos Bragança “É missão da educação

profissional ser a ação educativa que desenvolve competências para o

trabalho. Assim, os jovens profissionais estarão preparados para suprir as

necessidades das empresas e da sociedade (...)”. Ou seja, a preparação para

o mercado de trabalho e para a construção de uma carreira que pode ter inicio

em níveis de aprendizagem e levar a uma formação superior.

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No que concerne aos delineamentos teórico-metodológicos, as

indicações são de que se trata de uma pesquisa do tipo quanti-qualitativo, uma

vez que trabalhará com informações provenientes de pesquisa qualitativas e

quantitativas, numa perspectiva de síntese dialética. Segundo Gamboa (1995:

89) é importante superar o falso dualismo entre quantidade - qualidade, e

nesta direção “é necessário relativizar a dimensão técnica inserindo-a num

todo maior que lhe dá sentido, tomando-a como parte constituída do processo

de pesquisa”, ou seja, quando verificarmos a dimensão da pesquisa como um

todo epistemologicamente constituído.

Trabalhamos dois grupos de sujeitos no estudo: O primeiro deles alunos

que acabaram de acessar o ensino profissional de duas instituições uma

pública – FAETEC de Marechal Hermes e uma instituição privada – SENAI de

Santa Cruz. O segundo grupo de sujeitos serão Orientadores Educacionais.

Como instrumentos foram utilizados questionário e roteiro de entrevista.

Os grupos de alunos participaram fornecendo informações por meio de

questionário e a dupla de Orientadores Educacionais foram abordadas por

meio de entrevista. Tais instrumentos foram elaborados pela pesquisadora.

CAPÍTULO II

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REFERENCIAL TEÓRICO

O presente capítulo tem por objetivo focalizar o debate sobre a

Orientação Educacional, as atribuições que permeiam este profissional e como

este profissional pode contribuir para a orientação de jovens em suas carreiras.

Foi organizado em três seções: a primeira delas constitui um diálogo com

autores que discutem o papel do Orientador Educacional . A segunda seção

aborda a temática pelas vozes de autores que focalizam a discorrem sobre a

Orientação Vocacional. A terceira seção discute a educação profissional.

2.1 O Orientador Educacional

O orientador educacional surgiu com demanda de orientar jovens para a

escolha de uma profissão, com o passar do tempo esta função foi sendo

ampliada, mas tendo sempre o aluno como seu foco. Seu início foi nos

Estados Unidos como destaca Porto (2009):

Ela surgiu no inicio do século XX, nos Estados Unidos,

com o objetivo primeiro de orientar os estudantes para

uma escolha profissional adequada à inserção no

mercado de trabalho, isto é, como direcionamento para a

orientação profissional. O contato com o educando foi

deixado transparecer suas dificuldades, ampliando-se seu

campo de ação para uma assistência mais ampla e

completa, com o objetivo de melhor orientá-lo para a vida

pessoal e social. (Porto, 2009:48)

É importante destacar ainda quando Porto (2009) diz “O advento da

Orientação Educacional representa uma tomada de consciência em relação à

realidade do educando e à complexidade da vida social.” Ou seja, o Orientador

passa a não se preocupar somente com o futuro deste aluno, mas a entender

seu universo. Pascoal, Honorato & Alburqueque complementam quando

destacam que “ o papel do orientador educacional deve ser o de mediador

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entre o aluno, as situações de caráter didático-pedagógico e as situações

socioculturais.” É entender os alunos em todas as suas dimensões.

Para entender as atribuições do Orientador Educacional é necessário

observar o Decreto nº 72.846, de 26 de setembro de 1973, artigo 8° e 9°, são

elas:

Art. 8º São atribuições privativas do Orientador Educacional:

a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional em nível de:

1 - Escola;

2 - Comunidade.

b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Municipal e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.

c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo educativo global.

d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando.

e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à orientação vocacional.

f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do educando.

g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial.

h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.

i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específica do ensino.

j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.

l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.

Art. 9º Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições:

a) Participar no processo de identificação das características básicas da comunidade;

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b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar;

c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;

d) Participar na composição caracterização e acompanhamento de turmas e grupos;

e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;

f) Participar do processo de encaminhamento dos alunos estagiários;

g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade;

h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.

Dispostos este artigos fica bem claro a relevância do Orientador na

escola e até mesmo na comunidade. Embora, nem sempre conseguimos

observar este profissional dentro de todos os espaços escolares que entramos

ao longo da vida. Quantos alunos poderiam ter encontrado outro rumo se

tivessem se deparado com este profissional. Quanto fracasso escolar poderia

ter sido evitado através de orientações e aconselhamento do SOE. E falando

em aconselhamento, cabe enfatizar o que Giacaglia diz:

(...) aconselhar não significa ministrar conselhos ou

recomendar determinadas atitudes, opções ou

comportamentos em detrimento de outros. Aconselhar é

assistir a pessoa, levando-a a refletir sobre determinada

situação, problema ou dificuldade; sobre as implicações e

consequências de diferentes alternativas disponíveis, no

caso, para que possa discernir e decidi-se por uma ou

outra, conforme seu arbítrio, suas possibilidades e sua

conveniência.(Giacaglia, 2006)

Orientador Educacional deve ser visto com um profissional completo que

parte do aluno/ indivíduo para trabalhar o todo e com todos, professor; família;

comunidade. O que percebemos através da literatura que discorre sobre OE é

que hora ele era somente o Orientador Vocacional, depois ele era que o tinha

que lidar com os alunos “desajustados”. Minimizar suas atribuições e

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desperdiçar um profissional que trabalha com o que deveria ser o foco da

escola. Aliás, se no centro da escola está o aluno, como pode faltar o

Orientador Educacional? A educação brasileira precisa superar suas

contradições. Pensar em escolar é pensar em um corpo de gestores

completos, professores qualificados, estrutura e material didático-pedagógico.

2.2. Orientação Vocacional

A orientação Vocacional assume papel importante, pois todo individuo

tem a necessidade de fazer a escolha profissional e isto envolve diversos

conflitos. Almeida e Araujo destacam que:

O momento da escolha profissional é um momento

complexo na vida de uma pessoa. Ao optar por uma

carreira, o sujeito busca conciliar suas idealizações

pessoais com as demandas do mercado e as

expectativas das pessoas que compõem o seu universo

representacional. Entretanto, nem sempre essas três

perspectivas convergem em uma mesma direção e

muitos conflitos surgem no momento decisório. (Almeida

& Araujo, 2011)

Neste sentido, a orientação vocacional quando não está presente no

ambiente escolar cria uma lacuna, os indivíduos precisam de informação e

nem sempre conseguem fazer uma ligação do que são suas aptidões, qual a

demanda do mercado de trabalho e do seu universo representacional.

O Orientador Educacional no trabalho de Orientação Vocacional precisar

construir momento de autoconhecimento, de informação e conhecimento das

possibilidades existentes. Mostrando para os alunos possíveis caminhos a

serem percorridos. Desta forma, procede a fala de Andrade destacada no

trabalho de Almeida e Araujo (2011) segundo a qual:

Durante a OV, os indivíduos se conhecem melhor como

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sujeitos reais, percebendo suas identificações, suas

características e suas singularidades e,

consequentemente, adquirindo melhores condições de

organizar seus projetos de vida e de fazer sua escolha

profissional sem muitas fantasias sobre ela e sobre si

mesmo (Almeida & Araujo apud ANDRADE et. al, 2002).

Podemos concluir que esta é uma grande responsabilidade e um

trabalho que precisa ser desenvolvido das escolas e se analisarmos o Decreto

nº 72.846, de 26 de setembro de 1973 no artigo 8°, temos três alineas que

falam sobre a orientação vocacional : c) Coordenar a orientação vocacional do

educando, incorporando-o ao processo educativo global; d) Coordenar o

processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando; e)

Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à

orientação vocacional. O que nos mostra que é papel do Orientador

Educacional proporcionar momentos de diálogos, de descoberta e de

informações aos alunos sobre a orientação vocacional.

2.3. Educação profissional

A educação profissional que se apresenta em diversos níveis, é

possibilidade mais rápida de inserção no mercado de trabalho. Com os

avanços tecnológicos, a cada ano que passa são criados novos cursos para

atenderem as novas demandas. O que acontece muita das vezes são alunos

que por algum despreparo e falta de conhecimento sobre o mercado acabam

entrando em cursos que não possuem a menor aptidão.

É importante que muitos preconceitos sejam desmistificados quanto ao

ensino profissional, ele não é um fim em sim mesmo. O aluno que conclui o 9°

ano e faz um curso de aprendizagem pode chegar a uma universidade. Berger

Filho (1999) afirma que:

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A educação profissional tem por objetivo não só a

formação de técnicos de nível médio, mas a qualificação,

a requalificação, a reprofissionalização para

trabalhadores com qualquer escolaridade, a atualização

tecnológica permanente e a habilitação nos níveis médio

e superior. A educação profissional deve levar ao

permanente desenvolvimento de aptidões para a vida

produtiva. (Berger Filho, 1999)

Passamos por um momento em que o ensino profissional está em

evidência, podemos destacar o programa do governo federal criado em 2011 o

PRONATEC em que diz: “O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico

e Emprego (Pronatec) foi criado pelo Governo Federal, em 2011, com o

objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica.”(

http://pronatec.mec.gov.br/institucional/o-que-e-o-pronatec)

O trabalho que se faz necessário é que Orientadores Educacionais

consigam desenvolver em seu cotidiano o trabalho de Orientação Vocacional

para que alunos possam desenvolver o autoconhecimento e que diante de

suas reais inclinações, quando optarem e se optarem pela educação

profissional, tenham garantido que fizeram a escolha certa.

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CAPÍTULO III

Encaminhamento Teórico-Metodológico

O presente capítulo apresenta detalhes sobre as ferramentas teórico-

metodológicos do estudo. Foi organizado em três seções. A primeira delas faz

a caracterização do estudo envolvendo, inclusive tempos e lugares de

realização; a segunda seção, focaliza os sujeitos do estudo; e a terceira

discorre sobre os instrumentos utilizados na pesquisa.

3.1. Caracterização da Pesquisa

Trata-se de uma pesquisa do tipo quanti-qualitativo, realizada em duas

instituições de ensino profissionalizante, escolhida por serem a opção de

muitos jovens para a formação mais voltada para o mercado de trabalho. O s

questionários foram respondidos no mês de julho.

O debate que põe em campos opostos os métodos quantitativos e

qualitativos é historicamente determinado e muito discutido. Diversos autores

o tem colocado em evidência. Após percorrer a trajetória de tais embates

epistemológicos, Santos Filho (1995: 51-52) conclui que:

Em síntese, os métodos quantitativos e qualitativos não

são incompatíveis; pelo contrário, estão intimamente

imbricados e, portanto, podem ser usados pelos

pesquisadores sem caírem na contradição

epistemológica.

Para esse autor, quando entendemos os objetos de pesquisa em sua

complexidade e dinâmica podemos passar a advogar a tese de unidade entre

as abordagens qualitativa e quantitativa.

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Ao percorrer esse caminho, no sentido de contribuir para superar os

dualismos e as dicotomias implicados no par quantidade-qualidade, Gamboa

(1995: 95) adverte:

O conhecimento acontece quando captamos o significado

dos fenômenos e desvendamos seu verdadeiro sentido,

recuperando (de forma também rigorosa) os contextos, as

estruturas básicas e as essências (invariantes), com base

nas manifestações empíricas (variantes). Conhecer é

compreender os fenômenos em suas diversas

manifestações e contextos.

Podemos concluir, que a uma superação no tange as formas de

pesquisa, podendo entender que a qualificação das informações é dada pelo

tratamento e veracidade que o pesquisar dará ao seu estudo.

3.2.Os Sujeitos do Estudo

Na perspectiva de pesquisa mantida neste estudo, os dados

quantitativos foram relacionados, aos estudantes de duas instituições, que são

elas: ETOT Escola Técnica Oscar Tenório - FAETEC e o SENAI – Santa Cruz.

Totalizando 60 alunos. Sendo 30 alunos da FAETEC e 30 alunos do SENAI.

Para além dos olhares destes estudantes foram buscadas as

perspectivas de duas Orientadoras Educacionais em exercício profissional,

para constituírem o grupo dos sujeitos do estudo. Uma Orientadora faz parte

do corpo de gestores da FAETEC e a outro do SENAI. Assim, no conjunto da

investigação, foram contemplados e envolvidos representantes de distintos

segmentos diretamente e indiretamente envolvidos com a temática do estudo.

Portanto, os sujeitos da pesquisa conformam dois grupos: o primeiro

constituído pelos estudantes recém ingressos ao Ensino Profissional, em

seguida, os Orientadores Educacionais. Esta foi, pois, a trajetória percorrida

para coletar as informações.

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3.3 – Os Instrumentos e Procedimentos de Pesquisa

Os instrumentos de coleta de informações utilizados foram o

questionário – para os 60 estudantes; e um roteiro de entrevista, dirigidos as

duas Orientadores Educacionais. Foram importantes as orientações de

Richardson (1989:142) para quem “Os questionários cumprem pelo menos

duas funções: descrever as características e medir determinadas variáveis de

um grupo social.” Neste sentido, o questionário teve função imprescindível a

coleta de informações que caracterizaram as manifestações do grupo de

alunos que ingressaram no Ensino Profissionalizante. O questionário foi

elaborado pela pesquisadora ao objetivo da pesquisa; foi constituído com sete

perguntas abertas e onze fechadas, totalizando oito questões, conforme

Anexo 1.

A entrevista teve como sujeitos respondentes as Orientadoras

Educacionais. Foi realizada com por meio de um roteiro-básico, que permitiu o

estabelecimento da esfera dialógica. Cabe ressaltar as palavras de

Richardson (1989: 160) segundo as quais “A entrevista é uma técnica

importante que permite o desenvolvimento de uma estreita relação entre as

pessoas.” O roteiro-básico da entrevista também foi produzido pela

pesquisadora, levando em consideração as preocupações e objetivo do

estudo, contendo três questões, conforme Anexo 2.

A apuração e análise das informações obtidas através destas

ferramentas de investigação foram realizadas de modo a preservar,

integralmente, as falas e/ou manifestações escritas dos sujeitos da pesquisa.

Para fornecer informações confiáveis sobre a densidade ou frequência das

respostas – sobretudo dos estudantes, foram elaborados quadros com as

devidas aglutinações de ideias comuns, compartilhadas.

A organização desse material empiricamente levantado foi feita através

de eixos temáticos emergentes das próprias manifestações dos respondentes,

que, por certo, sintonizavam com o teor dos questionamentos a eles feitos,

bem como com as preocupações do estudo – que lhe foi dirigido.

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CAPÍTULO IV

As vozes de Orientadores Educacionais e dos alunos

sobre a Orientação Vocacional

O presente capítulo concentra-se nas preocupações básicas do estudo,

ao trazer a óptica das Orientadoras Educacionais, bem como dos estudantes

recém ingressos em cursos técnicos do SENAI e da FAETEC, sobre elas. Foi

organizado em duas seções, cada uma delas, contemplando as vozes de

Orientadores e alunos.

Trata-se de posicionamentos ou olhares específicos que, de modos

diferentes, transitam pela área da educação profissional. A função da

pesquisa consistiu, fundamentalmente, em fazer suscitar as falas, orquestrá-

las e analisa-las brevemente, no espaço deste capítulo.

4.1. Orientadores Educacionais

A primeira questão apresentada aos Orientadores Educacionais foi:

Existe um elevado número de jovens que chegam a uma instituição de ensino

profissionalizante sem saber do que exatamente se trata o curso na qual estão

inseridos, levando posteriormente a evasão ou a conclusão de um curso que

não irão atuar na área. Que ações você considera que precisam ser realizadas

para minimizar o erro na escolha da profissão? As entrevistadas responderam:

O trabalho de orientação vocacional precisa ser dinâmico

e contínuo e não ocorrer poucas vezes ao ano de forma

desconexa muitas vezes com uma bateria de

questionários frios de onde surgem aptidões de cada um.

Precisamos ter em mente que o aluno precisa de

informações consolidadas para seguir uma escolha

profissional. Como estratégias válidas pode-se citar:

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dinâmicas contínuas que verifiquem as principais aptidões

dos alunos, visitas sob a supervisão do orientador

vocacional e do profissional da área aos diversos locais

de trabalho, de modo que visualizem e vivenciem as

rotinas das profissões; palestras com profissionais de

várias áreas; pesquisa atual acerca do mercado de

trabalho nas variadas áreas, com exposição participativa

dos alunos, através de seminário, teatralização... Essas

estratégias ajudarão o aluno a perceber com qual carreira

tem mais afinidade. (Entrevistada 01)

Promover palestras sobre orientação para o trabalho,

sobre as carreiras de nível técnico e universitário;

promover debates sobre as características do mundo do

trabalho. Visitas as instituições de ensino técnico e

universitário para oportunizar o contato com os

profissionais. Promover dinâmicas de grupos, testes e

questionários. Para despertar e orientar os jovens para

suas aptidões. (Entrevistada 02)

As entrevistadas coadunam com ações que devem ser feitas ao longo

do ano como dinâmicas, palestras, visitas e etc. Porém, as entrevistadas

divergem quanto a testes e questionários.

No que concerne ao segundo momento do roteiro foi levantada a

questão: Uma das atribuições do Orientador Educacional é atuar na orientação

vocacional. Que dificuldades você acredita que este profissional encontra para

exercer esta atribuição? Para esta questão as entrevistadas se posicionaram

da seguinte forma:

Uma questão que não pode ser ignorada é que nem

sempre se consegue parceria com empresas e

profissionais quanto à socialização de suas práticas.

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Entretanto, uma dificuldade significativa é a pouca

flexibilidade do currículo obrigatório para atividades que

não estão inseridas nele. Neste aspecto o projeto político

pedagógico contribuiria de forma importante incluindo na

grade um espaço para a orientação vocacional, não em

caráter obrigatório, mas de enriquecimento curricular.

(Entrevistada 01)

Existe um preconceito em relação ao Orientador

Educacional. Por ele atuar com o educando, através de

técnicas adequadas as diferentes faixas etárias, com a

finalidade de orientá-lo na sua formação integral, levando-

o ao conhecimento de sim mesmo, de suas capacidades

e dificuldades oferecendo-lhe elementos para um

ajustamento harmonioso ao meio social em que vive.

Acredita-se que somente o psicólogo pode orientar

vocacionalmente o jovem.(Entrevistada 02)

As Orientadoras destacam duas dificuldades diferentes. A primeira o

currículo que se mostra pouco flexível e que acaba por dificultar o trabalho do

OE e a segunda com o conflito existente no que concerne ao trabalho do OE e

do Psicólogo. Embora, seja importante destacar que o Decreto nº 72.846, de

26 de setembro de 1973, em seu artigo 8°, que fala sobre as atribuições do

OE, possui três alíneas que falam sobre a orientação vocacional.

Para concluir este dialogo com as Orientadoras Educacionais foi feita a

pergunta Orientador Educacional não é um profissional encontrado em todas

as escolas, por exemplo, nas escolas municipais do Rio de Janeiro. Como

você avalia a ausência destes profissionais?

Infelizmente, algumas redes, como é o caso da prefeitura

do Rio de Janeiro acreditam ser desnecessária a atuação

da orientação educacional. É preciso ter em mente que

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este profissional não é um elemento mágico que atua na

resolução de problemas disciplinares e ajuste social de

alunos. Esta visão do O.E. é antiga e equivocada.

Na verdade cabe ao O.E. ser um

mediador/pesquisador que atua no sentido de

perceber as demandas do aluno não apenas na

escola, mas no mundo. Questões relativas à tolerância,

respeito ao próximo, orientação sexual e tentas outras

situações que permeiam a formação do aluno, tem o

O.E. como articulador.

Ignorar a necessidade deste profissional na escola é

valorizar prioritariamente a formação acadêmica em

detrimento à formação do aluno como cidadão.

De posse de determinadas informações acerca dos

alunos, o O.E. trava parcerias com o corpo docente de

modo que reflitam juntos quanto à prática pedagógica que

vem sendo disponibilizada. (Entrevistada 01)

Falta de interesse e investimento, falta de

reconhecimento desse profissional e a da importância do

seu trabalho para o desenvolvimento do jovem.

(Entrevistada 02)

As entrevistadas, em uníssono, apontam as dificuldades do

reconhecimento do papel dos Orientadores Educacionais, e seu trabalho na

mediação do jovem não só com a escola, mas, com o mundo,

4.2. Alunos de cursos profissionalizantes

O questionário direcionado aos alunos recém-ingressos em cursos

profissionalizantes foi dividido em duas partes: primeira parte conhecer o jovem

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e a segunda parte perceber o nível de conhecimento sobre orientação

vocacional/profissional.

Vamos nos aprofundar na segunda parte, porém vamos destacar

algumas percepções da primeira parte. Os respondentes do questionário estão

na faixa de idade de 15 anos à 18 anos. Trinta alunos são provenientes de

escola particular e trinta de escola pública. Os cursos são de contabilidade,

informática para internet e mecânica industrial. Quando perguntado se tiveram

dúvidas na hora da escolha do curso 40 alunos não encontraram dificuldades

na hora da escolha, porém 20 tiveram dúvidas.

No que concerne a segunda parte “perceber seu nível de conhecimento

sobre orientação vocacional/profissional” nas primeiras 3 questões fizemos os

seguintes questionamentos: Você já esteve com um orientador educacional?

35 dos respondentes deram resposta positiva e 25 nunca tiveram contato. Na

segunda pergunta Você sabe o que é orientação vocacional? 46 dos

respondentes disseram que sabem e somente 4 que não. A terceira questão

Na(s) escola (as) em que cursou o ensino fundamental foi oferecido momentos

de discussão sobre profissões/mercado de trabalho? 35 dos alunos indicaram

que passaram por este momento e 25 não possuíram.

No primeiro bloco podemos observar que um número considerável de

alunos 25 não tiveram contato ao longo do período escolar com Orientador

Educacional, em contrapartida, em sua maioria, os alunos compreendem oque

é orientação vocacional. Mas, o mesmo número de alunos indicou que não

tiveram momentos de discussão sobre a temática no período escolar.

Na questão: Já conversou com seus Pais ou outras pessoas sobre

profissões e mercado de trabalho? 59 alunos responderam que sim.

Posteriormente perguntamos: Sua família influenciou na escolha do curso? 35

dos respondentes afirmaram que tiveram. O que nos mostra como a família

exerce importante papel no momento da escolha profissional.

No terceiro bloco reunimos três questões: Já assistiu alguma palestra

sobre orientação vocacional ou profissional? 41 responderam que sim 19 não.

Em seguida: Gostaria de assistir? 55 dos respondentes disseram que sim. E,

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quando questionados se: Sabe onde existe alguma? 18 responderam que sim

e a grande parte 42 alunos não sabem onde oferece este serviço.

Quando interrogamos sobre: Como fez para escolher a instituição de

ensino que está estudando? Emergiram 4 temas: A influência dos pais e

amigos, pesquisas, Aptidão/interesse relacionada a área de escolha e

Comodidade (perto de casa, fez prova e passou, mercado de trabalho e etc.).

Em complemento a questão anterior, foi perguntado: Conhece outras

instituições de ensino profissionalizante? 56 alunos disseram que sim e

indicaram algumas destas instituições ficando em destaque a CEFET e a

FAETEC (o quadro completo ver em anexo).

Encerrando o questionário: Você acredita que assistir uma palestra

sobre orientação vocacional ou profissional poderia te ajudar a escolher sua

profissão? 54 alunos acreditam que sim, que palestras podem ajudar na

escolha profissional . quando perguntado se : Conhece alguma Instituição

Educacional que ofereça este tipo de palestra? 32 responderam que

conhecem.

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CONCLUSÃO

O exame das vozes de Orientadores Educacionais e alunos nos

apontam as dificuldades e como tem sido o caminho de ambos. Tendo ou não

passado pelo Orientador Educacional percebe-se que muito pouco a

orientação vocacional tem acontecido. Talvez, esta tenha sido uma das

atribuições do O.E. que se perdeu ao longo de sua história ou dos trabalhos de

ter que lidar apenas como problemas relacionados a indisciplina que acabam

por minimizar o seu papel. E com bem destaca a entrevistada 01: “Ignorar a

necessidade deste profissional na escola é valorizar prioritariamente a

formação acadêmica em detrimento à formação do aluno como cidadão.”

Em que pese o fato de serem olhares singularmente dirigidos a um

objeto temático específico, a partir de distintos lugares sociais de dizer, é

possível distinguir manifestações de duas ordens de percepções básicas: uma

que entende a falta de importância que é dada ao seu papel no ambiente

escolar e as dificuldades de desenvolver o trabalho; outra que encontra

diversos meios para fazer as escolhas profissionais e que muito pouco tem na

escola processos que contribuam para orientação. A escolha, por exemplo, da

instituição que escolheram para cursar seu ensino médio

profissionalizante/técnico, nem um dos respondentes colocou que teve algum

trabalho de orientação que mostrasse os caminhos que ele poderia optar,

encontramos a contribuição da família e amigos; o fato de gostar de uma

disciplina levar a escolha do curso e até mesmo o simples fato de ser perto de

casa.

Embora este posicionamento sugira que existam dificuldades, é

evidente que ainda temos muito o que aprender e que o Orientador

Educacional precisa se reafirmar em todos os estabelecimentos de ensino

dada a importância de seu trabalho. Ainda que para trabalhar a orientação

vocacional podemos sugerir algumas opções, tais como: disciplina optativa,

grupos de discussão, estágios exploratórios, oficinas de orientação,

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aconselhamento individual, murais informativos, feiras, palestras, debates, uma

infinidade de opções levariam ao alunos a pensar não só na carreira na qual

seguir, e sim em um projeto de vida. Mas esta é uma tarefa que está para além

de um trabalho que queria apenas investigar um pouco mais acerca dos

olhares dirigidos a orientação vocacional.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Questionário

Anexo 2 >> Entrevista; Anexo 3 >> Internet; Anexo 4 >> Internet; Anexo 5 >> Quadro da questão 14 do questionário

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ANEXO 1

QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA SOBRE ORIENTAÇÃO VOCACIONAL / PROFISSIONAL Prezado(a) Estudante! Estou realizando uma pesquisa – que resultará em minha Monografia de Conclusão do Curso de Pós – graduação em Orientação Educacional, intitulada “Atuação do Orientador Educacional na contribuição da orientação de jovens para a escolha de cursos profissionalizantes.”, com a colaboração de estudantes de escolas profissionalizantes. Neste sentido, gostaria de contar com a sua colaboração, preenchendo o questionário seguinte, com a sinceridade possível. O questionário tem por objetivo captar o posicionamento - de sujeitos recém-ingressos, sobre as escolhas profissionais. Desta forma, peço e desde já agradeço a sua colaboração ao meu estudo, assinalando, conforme o seu caso, e/ou escrevendo, sucintamente, o que você pensa sobre cada item proposto. Atenciosamente, Taís Vidal Primeira parte: conhecer o jovem: 1) Qual é sua idade? _______________________________________________________________________ 2) Qual é o nível de escolaridade dos seus Pais? _______________________________________________________________________ 3) Estuda em Escola pública ou particular? _______________________________________________________________________ 4) Qual o curso profissionalizante está cursando? _______________________________________________________________________ 5) Teve dúvidas na hora da escolha? _______________________________________________________________________ Segunda parte: perceber seu nível de conhecimento sobre orientação vocacional / profissional: 6) Você já esteve com um Orientador Educacional? ( ) sim ( ) não 7) Você sabe o que é “Orientação vocacional”? ( ) sim ( ) não 8) Na(s) escola (as) em que cursou o ensino fundamental foi oferecido momentos de discussão sobre profissões/mercado de trabalho? ( ) sim ( ) não 9) Já conversou com seus Pais ou outras pessoas sobre profissões e mercado de trabalho?

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( ) sim ( ) não 10) Sua família influenciou na escolha do curso? ( ) sim ( ) não 11) Já assistiu alguma palestra sobre orientação vocacional ou profissional? ( ) sim ( ) não 12) Gostaria de assistir? ( ) sim ( ) não 13) Sabe onde existe alguma? ( ) sim ( ) não 14) Como fez para escolher a instituição de ensino que está estudando?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 15) Conhece outras instituições de ensino profissionalizante? ( ) sim ( ) não 16) Quais?___________________________________________________________________________________ 17) Você acredita que assistir uma palestra sobre orientação vocacional ou profissional poderia te ajudar a escolher sua profissão? ( ) sim ( ) não 18) Conhece alguma Instituição Educacional que ofereça este tipo de palestra? ( ) sim ( ) não Por favor, Não deixe nenhum item em branco, escreva nem que seja uma palavra. Não assine, nem rubrique! Grata, mais uma vez! Boa sorte no seu Curso! Taís Vidal

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ANEXO 2

Roteiro da Entrevista • Existe um elevado número de jovens que chegam a uma instituição de ensino profissionalizante sem saber do que exatamente se trata o curso na qual estão inseridos, levando posteriormente a evasão ou a conclusão de um curso que não irão atuar na área. Que ações você considera que precisam ser realizadas para minimizar o erro na escolha da profissão? • Uma das atribuições do Orientador Educacional é atuar na orientação vocacional. Que dificuldades você acredita que este profissional encontra para exercer esta atribuição? • Orientador Educacional não é um profissional encontrado em todas as escolas, por exemplo, nas escolas municipais do Rio de Janeiro. Como você avalia a ausência destes profissionais?

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ANEXO 3

7/7/2013 10h00 http://www.espro.org.br/noticias/artigos/420-um-olhar-sobre-o-conceito-e-pratica-de-educacao-profissional

Um olhar sobre o conceito e prática de educação profissional A educação ergueu-se, a princípio, como um produto para um pequeno segmento da sociedade, com um currículo limitado e, no Brasil, só passou a abranger a todas as pessoas quando se percebeu a necessidade de aprimorar a classe trabalhadora, no início do século XX. O intuito real era de se obter, por meio dessa instrução, uma maior produtividade. Foi neste cenário que surgiu o que chamamos hoje de educação profissional.

Na década de 20, o ensino profissional passou a ser atribuição do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio o que fomentou o desenvolvimento do ensino industrial, comercial e agrícola. Nos anos 30, foi intensa a instalação de escolas comerciais e foi também nesta época que as escolas profissionalizantes foram tratadas como um dever do Estado em benefício das classes menos favorecidas, mas deveriam receber o apoio das indústrias e sindicatos. Em 1942 são regulamentas as Leis Orgânicas da Educação Nacional e surgem o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e, em 1946 o SENAC, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Ainda neste ano, o governo Vargas criou o conceito de menor Aprendiz que, agregado aos fatores já descritos, consolidou o ensino profissional no Brasil.

Durante todo o seu percurso, o surgimento de novas tecnologias e as consequentes mudanças no setor produtivo faz com que a área educacional tenha de estar sintonizada com as necessidades das empresas e as supra com profissionais bem capacitados. É a ampliação do escopo de atuação do ensino profissional imposta pela realidade e evolução do mercado. Com este novo desafio, a educação profissional bem conduzida tem suma importância. Para acompanhar esta necessidade de adequação faz-se necessária a reinvenção dos conceitos e a busca por ferramentas que propiciem eficiência ao ofício da educação profissional. Neste contexto, levando-se em conta a constante atualização, existem alguns aspectos a ser considerados ao ensinar algo ou ao promover desenvolvimento de competências e habilidades a alguém, principalmente quando falamos de Aprendizes. São eles:

1. verificar se o que vai ser ensinado e aprendido é necessário para sua inserção naquele mercado de trabalho;

2. ampliar, no que for viável, o escopo de ensinamentos visando a formação mais global do Aprendiz;

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3. confirmar se os Aprendizes conhecem o assunto que se pretende ensinar;

4. especificar de forma clara os resultados que se quer alcançar;

5. selecionar e organizar experiências de Aprendizagem;

6. avaliar o desempenho dos Aprendizes de acordo com os resultados esperados.

A análise e resolução destes aspectos incidem na construção estratégica do modo de ensinar. Assim, para ter a educação profissional como uma estrutura fundamentada, é primordial responder às seguintes questões:

1. Para onde vou? Determinação do objetivo que se quer atingir, onde se quer chegar.

2. O que ou quem estamos formando? Analisar o público que recebe esta informação para utilizar a melhor forma de falar com ele.

3. Como chegarei lá? De que forma vou atingir o meu objetivo? Planejamento: ferramentas e métodos que serão utilizados para atingir o objetivo determinado.

4. Como saber se cheguei? Qual o resultado do meu trabalho? Monitoração das ações. Critérios para mensuração de resultados.

A própria definição de educação profissional auxilia na composição destas respostas: a educação profissional busca integrar escola e trabalho levando-se em conta técnicas de produção e critérios de produtividade e requer, além do domínio operacional de um determinado fazer, a compreensão global do processo produtivo, a compreensão do saber tecnológico, a valorização da cultura do trabalho e a mobilização dos valores necessários à tomada de decisões. É um processo educacional planejado para obtenção de Aprendizagem aproveitável nos processos produtivos. Para iniciar a abordagem estratégica da educação profissional é necessário que esta definição seja desmembrada em ações que possibilitem cumprir cada um de seus aspectos.

Uma das possibilidades de melhor traduzir este conceito para um aspecto prático e que funcione, é também um grande desafio das entidades de ensino profissional – aqui contemplamos escolas técnicas e ONGs – e que está, inclusive, sendo praticado pelo Espro: transformar o ensino de conteúdos em competências para o trabalho. O conhecimento é entendido como simplesmente saber. A habilidade refere-se ao saber fazer relacionado com a prática do trabalho. É aí que entra a competência como um conjunto de recursos cognitivos, afetivos e psicomotores que a constituem. É usado como sinônimo de capacidades.

Competência pode ainda ser definida como um conjunto de capacidades e conhecimentos organizados para realizar uma tarefa ou um conjunto de tarefas, satisfazendo exigências sociais precisas. Essas capacidades são transversais; exprimindo as potencialidades de uma pessoa, independentemente dos conteúdos específicos de determinada área. As capacidades não são atitudes inerentes ou dons; elas se

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manifestam e se desenvolvem para favorecer a Aprendizagem. As capacidades não são diretamente observáveis, nem avaliáveis e nunca são totalmente dominadas, uma vez que se desenvolvem ao longo da vida.

A educação profissional realizada por competência desenvolve no jovem a percepção “do quê e do por quê?” dos fatos. Faz com que ele aprenda “como fazer” e ainda estimula o “querer, a determinação” em realizar. Assim, aqui temos a prática do famoso CHA: Conhecimento, Habilidade e Atitudes.

Nos nossos programas de Pré-Qualificação Profissional e de Aprendizagem, adotamos como primordiais, as questões postural e comportamental com destaque para a responsabilidade, saber trabalhar em equipe, ser colaborativo e organizado, ter proatividade, bom relacionamento interpessoal, adaptabilidade, dentre outras tantas competências e habilidades. Dessa forma, o desenvolvimento de competências e habilidades tem sido estruturado onde a prioridade é “o fazer”, e não “o saber”. Os programas são estruturados como “estudos de caso”, em dinâmicas comportamentais que auxiliam o Aprendiz a romper com o modelo mental de relacionamento familiar e passar ao modelo de relacionamento profissional, baseado na observação da realidade, reflexão e ação.

O propósito é que com esta prática, o jovem venha assumir em sua vida profissional uma postura de protagonista, buscando constante profissionalização, responsabilize-se por suas ações, trabalhe pelo sucesso coletivo e se proponha a agir, resolver e fazer acontecer. Quem tem competência profissional está aberto à soluções criativas e à inovação.

Portanto, é missão da educação profissional ser a ação educativa que desenvolve competências para o trabalho. Assim, os jovens profissionais estarão preparados para suprir as necessidades das empresas e da sociedade, que necessita de trabalhadores capacitados e engajados no crescimento pessoal e também do nosso país.

Marcos Bragança é gerente de Educação Profissional do Espro, bacharel em História pela FAHUPE – Rio de Janeiro. Tem licenciatura em Geografia pela UERJ – Rio de Janeiro e formação em Psicanálise pelo Instituto de Psicanálise Aplicada da Escola Brasileira de Psicanálise – Rio de Janeiro. É especialista em Gestão da Educação pela Universidade São Marcos – São Paulo.

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ANEXO 4

http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaNormas.action?numero=72846&tipo_norma=DEC&data=19730926&link=s 7/7 17h00

Senado Federal Subsecretaria de Informações

Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial.

decreto nº 72.846, de 26 de setembro de 1973.

Regulamenta a Lei nº 5.564, de 21 de dezembro de 1968, que provê sobre o exercício da profissão de orientador educacional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 81, item III, da Constituição,

decreta:

Art. 1º Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao educando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas.

Art. 2º O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo:

I - Dos licenciados em pedagogia, habilitados em orientação educacional, possuidores de diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior oficiais ou reconhecidos.

II - Dos portadores de diplomas ou certificados de orientador educacional obtidos em cursos de pós-graduação, ministrados por estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal de Educação.

III - Dos diplomados em orientação educacional por escolas estrangeiras, cujos títulos sejam revalidados na forma da legislação em vigor.

Art. 3º É assegurado ainda o direito de exercer a profissão de Orientador Educacional:

I - Aos formados que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº 5.692-71, na forma do art. 63, da Lei nº 4.024-61, em todo o ensino 1º e 2º graus.

II - Aos formados que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº 5.692-71 na forma do artigo 64, da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, até a 4º série do ensino de 1º grau.

Art. 4º Os profissionais, de que tratam os artigos anteriores, somente poderão exercer a profissão após satisfazerem os seguintes requisitos:

I - Registro dos diplomas ou certificados no Ministério da Educação e Cultura;

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II - Registro profissional no órgão competente do Ministério da Educação e Cultura.

Art. 5º A Profissão de Orientador Educacional, observadas as condições previstas neste regulamento, se exerce na órbita pública ou privada, por meio de planejamento, coordenação, supervisão, execução, aconselhamento e acompanhamento relativos às atividades de orientação educacional, bem como por meio de estudos, pesquisas, análises, pareceres compreendidos no seu campo profissional.

Art. 6º Os documentos referentes ao campo de ação profissional de que trata o artigo anterior só terão validade quando assinados por Orientador Educacional, devidamente registrado na forma desse regulamento.

Art. 7º É obrigatório a citação do número do registro de Orientador Educacional em todos os documentos que levam sua assinatura.

Art. 8º São atribuições privativas do Orientador Educacional:

a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional em nível de:

1 - Escola;

2 - Comunidade.

b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Municipal e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.

c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo educativo global.

d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando.

e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à orientação vocacional.

f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do educando.

g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial.

h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.

i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específica do ensino.

j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.

l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.

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Art. 9º Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições:

a) Participar no processo de identificação das características básicas da comunidade;

b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar;

c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;

d) Participar na composição caracterização e acompanhamento de turmas e grupos;

e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;

f) Participar do processo de encaminhamento dos alunos estagiários;

g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade;

h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.

Art. 10. No preenchimento de cargos públicos, para os quais se faz mister qualificação de Orientador Educacional, requer-se, como condição essencial, que os candidatos hajam satisfeito, previamente, as exigências da Lei nº 5.564, de 21 de dezembro de 1968 e deste regulamento.

Art. 11. Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 26 de setembro de 1973; 152º da Independência e 85º da República.

emílio G. médici

Confúcio Pamplona

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ANEXO 5

Influência da família e amigos Pesquisas Aptidão/interesse relacionada a área de escolha

Comodidade (perto de casa, fez prova e passou, mercado de trabalho e etc.)

Ouvindo a opinião de pessoas que já estudaram e a opinião dos meus pais.

Foi por influencia dos pais.

Ouvindo a opinião de meus pais e de pessoas que já estudaram.

Meu pai me deu algumas opções.

Ouvi sobre o curso de mecânica do Senai pelo meu tio.

*Pela televisão, internet e alguns familiares já conheciam o ensino do SENAI.

Minha mãe me informou sobre essa escola.

Anúncios e familiares.*

Orientação dos meus familiares, etc..

Com a orientação dos meus pais e por conhece a valorização que o Senai tem.

Eu queria ir para um bom colégio profissionalizante e meu amigo que já estudava aqui me indicou.

Alguns dos meus familiares fizeram curso aqui e me indicaram.

Fui recomendado por parentes.

Foi o mais indicado por amigos e familiares.

Meu tio já estudou aqui e ele fez o mesmo curso que estou fazendo e ele falou para eu estudar aqui.

Ouvi pessoas que estudaram no SENAI e eles me indicaram como uma excelente instituição.

O meu pai é professor do SENAI e dois professores que eu conheço me indicaram este curso.

Por que meu primo estuda nesta instituição ele que me indicou para eu vim.

Eu vi os cursos que me interessaram e por influencias dos meus pais.

Por meio de pesquisas buscando o melhor ensino técnico.

Pesquisei a s instituições que ofereciam os cursos no qual eu me interessaria.

Pesquisei na internet.

*Pela televisão, internet e alguns familiares já conheciam o ensino do SENAI.

Anúncios e familiares.*

Sempre quis fazer algo com relação a cálculo e achei na FAETEC este curso (Contabilidade).

Pois nesta instituição existe o curso técnico que mais me interessa cursar.

Escolhi a área que melhor me identifico.

Fiz provas para diversas escolas públicas e técnicas e me inscrevendo em cursos técnicos que me interessam.

Eu sempre gostei de informática então fiz a prova para técnico de informática e consegui.

Escolhi pois havia matéria sobre o que já estou trabalhando e começando na empresa.

Devido eu gostar de matérias que predomina o meu curso e só encontrei nesta instituição.

Eu sempre gostei de mecânica, quando vi a oportunidade da vaga, entrei no curso.

Eu sempre gostei de Mecânica.

Escolhi por que gosto.

Primeiro eu escolhi o curso que eu queria e depois eu escolhi a escola.

A localização mais próxima e o curso que eu mais tenho conhecimento.*

Era uma área que já me interessava então tive a oportunidade e fui.

Pelo curso técnico que eu pretendia fazer.

Procurando o curso que queria fazer.

Proximidade, existência de um curso que me interesse, e batata de Marechal Hermes.

Fui observando as oportunidades.

Eu não escolhi a FAETEC, a FAETEC me escolheu.

Fiz concurso para a FAETEC e CEFET, mas fui fazer a prova com confiança demais pois estudava em uma escola com alunos muito abaixo da média.

Me parecia a melhor opção.

Eu tinha outras opções, mas, de difícil acesso, deixando o curso como última opção.

Fiz uma prova e passei, pois só aqui tinha técnico que eu queria fazer.

A localização mais próxima e o curso que eu mais tenho conhecimento.*

Pelo curso que é oferecido e pelo lugar ser mas perto de casa.

Por causa do curso.

Através de concurso.

Fiz uma prova, e passei como tinha a opção de escolher a unidade escolar técnica, eu escolhi.

Era a única que oferecia o curso de contabilidade.

Não escolhi, fiz provas para cursar meu ensino médio e a FAETEC foi a única que passei.

Pelo ótimo ensino do Sistema FIRJAN, pelo salário futuramente.

Escolhi a instituição onde tô estudando, pois tem um ensino avançado na área que quero trabalhar.

Porque é integral.

Após tentativas sem êxito em escolas técnicas decidi vir para o SENAI.

Escolhi pelo fato que o SENAI e um grande instituição de ensino e é um grande nome pro mercado de trabalho.

Procurei o melhor colégio técnico para sair do colégio empregado, por isso escolhi o Senai.

Procurei uma instituição de qualidade que fosse apta para minha escolha profissional.

Após começar um técnico de ett, acabei desistindo e me reprovei para vir para o SENAI, pois o técnico hoje em dia é fundamental.

Por ser uma grande instituição com profissionais qualificados e próximo de casa.

Vi que o SENAI é um curso profissionalizante, e que muitos jovens estão saindo empregados para o mercado de trabalho.

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BIBLIOGRAFIA

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princípios, técnicas, instrumentos. 5ª Ed. rev. atual. São Paulo: Thomposon

Leraning,2006.

BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB -Lei nº 9394/96, de 20 de

dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional.

Brasília:MEC, 1996

BERGER, Ruy Leite, Educação Profissional no Brasil: novos rumos. Disponível

em http://www.rieoei.org/rie20a03.htm . Acessado em 01 de junho de 2013.

GAMBOA, Sílvio Sanches. Quantidade-qualidade: para além de um dualismo

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Sílvio Sanches Gamboa (Org.). Pesquisa educacional: quantidade-qualidade.

São Paulo; Cortez, 1995.

PORTO, Olívia. Orientação Educacional: teoria, prática e ação. Rio de janeiro:

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PASCOAL, Miriam; HONORATO, Eliane Costa; ALBUQUERQUE, Fabiana Aparecida. Orientador Educacional no Brasil. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982008000100006&lang=pt Acessado em 01 de junho de 2013

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Origem, questão, objetivo e relevância da pesquisa 10

1.1 – Determinantes da pesquisa 10

1.2 – Questão e objetivo de estudo 11

1.3 – Relevância social e acadêmica 12

1.4 – Indicações teórica e teórico- metodológico 12

CAPÍTULO II

Referencial teórico 15

2.1 – O orientador Educacional 15

2.2 – Orientação vocacional 18

2.3 – Educação profissional 19

CAPÍTULO III

Encaminhamentos teórico - metodológicos 21

3.1 – Caracterização da pesquisa 21

3.2 – Os sujeitos da pesquisa 22

3.3 – Instrumentos e procedimentos da pesquisa 22

CAPÍTULO IV

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Análise de resultados 24

4.1 – Orientadores educacionais 25

4.2 – Alunos de cursos profissionalizantes 27

CONCLUSÃO 31

ANEXOS 32

BIBLIOGRAFIA 43

ÍNDICE 45